Вы находитесь на странице: 1из 197

Universidade de Aveiro Departamento de Engenharia Civil

2008

Nuno André Teixeira Ligações metálicas de acordo com o Eurocódigo 3


Araújo Peixoto

1
Universidade de Aveiro Departamento de Engenharia Civil
2005

Nuno André Teixeira Ligações metálicas de acordo com o Eurocódigo 3


Araújo Peixoto

Dissertação apresentada à Universidade de Aveiro para cumprimento dos


requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Engenharia Civil,
realizada sob a orientação científica do Dr. Paulo Jorge de Melo Matias Faria
de Vila Real, Professor Catedrático do Departamento de Engenharia Civil da
Universidade de Aveiro

2
Dedico este trabalho à minha esposa a quem agradeço o apoio

3
o júri
presidente Prof. Doutor Aníbal Guimarães da Costa
Professor Catedrático da Universidade de Aveiro

Prof. Dr. Paulo Jorge de Melo Matias Faria de Vila Real


Professor Catedrático da Universidade de Aveiro

Prof. Dr. Rui António Duarte Simões


Professor Auxiliar da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra

4
palavras-chave Livro, engenharia civil, estruturas metálicas, eurocódigo 3, ligações
aparafusadas, método das componentes.

resumo O presente trabalho aborda o dimensionamento de ligações de acordo com a


EN1993-1-8. É analisada a resistência, rigidez, ductilidade e capacidade de
rotação das diferentes ligações. São analisadas ligações rígidas e articuladas
entre elementos metálicos e ligações ao betão. Procura guiar na escolha do
tipo de ligação e no respectivo dimensionamento.

5
keywords Book, Civil engineering, steel structures, Eurocode 3; bolted connections,
analysis of the individual behavior of each part of the connection.

abstract The present work is about the design of steel connections according to EN
1993-1-8. It studies de resistance, rigidity, ductility and rotation capability of the
different connections. Are analyzed pinned and moment resistant connections
between steel elements and to concrete. It helps choosing and designing the
connections.

6
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Índice Geral
1  Introdução .................................................................................................................................. 15 
1.1  Identificação de dificuldades ou problemas ......................................................................................... 15 
1.2  Procura de minorar essas dificuldades e problemas ............................................................................ 16 
1.3  Tipologias de ligações abrangidas pelo trabalho .................................................................................. 17 
1.3.1  Ligações aparafusadas sem transmissão de momento ........................................................................................ 17 
1.3.2  Ligações aparafusadas com transmissão de momento ........................................................................................ 19 
1.3.3  Bases de Pilares .................................................................................................................................................... 20 
1.4  Estruturação da tese ........................................................................................................................... 21 
2  Dados Gerais .............................................................................................................................. 22 
2.1  Parafusos ............................................................................................................................................ 22 
2.2  Perfis ................................................................................................................................................... 23 
3  Ligações em estruturas metálicas ............................................................................................... 24 
4  Cálculo das componentes ........................................................................................................... 26 
4.1  Resistência de secções metálicas ......................................................................................................... 26 
4.1.1  Resistência à tracção [EC3‐1‐1: 6.2.3] .................................................................................................................. 26 
4.1.2  Resistência à compressão [EC3‐1‐1: 6.2.4] ........................................................................................................... 27 
4.1.3  Resistência à flexão [EC3‐1‐1: 6.2.5] .................................................................................................................... 28 
4.1.4  Resistência ao esforço transverso [EC3‐1‐1: 6.2.6] .............................................................................................. 29 
4.1.5  Resistência à flexão/tracção/compressão + corte [EC3‐1‐1: 6.2.10] .................................................................... 30 
4.2  Resistência à encurvadura de secções metálicas .................................................................................. 31 
4.2.1  Resistência à encurvadura por compressão [EC3‐1‐1: 6.3.1.2] ............................................................................ 31 
4.2.2  Resistência à encurvadura por flexão [EC3‐1‐1: 6.3.2.2] ...................................................................................... 32 
4.3  Interacção de esforços ......................................................................................................................... 34 
4.3.1  Esforços de flexão e axiais sem encurvadura [EC3‐1‐1: 6.2.9.2] .......................................................................... 34 
4.3.2  Esforços de flexão e axiais com encurvadura [EC3‐1‐1: 6.3.3] ............................................................................. 34 
4.4  Dimensionamento de ligações aparafusadas ....................................................................................... 35 
4.4.1  Geometria [EC3‐1‐8: tabela 3.3] ........................................................................................................................... 35 
4.4.2  Resistência ao corte dos parafusos [EC3‐1‐8: tabela 3.4] .................................................................................... 36 
4.4.3  Resistência ao esmagamento das chapas [EC3‐1‐8: tabela 3.4] ........................................................................... 37 
4.4.4  Resistência à tracção de parafusos [EC3‐1‐8: tabela 3.4] ..................................................................................... 38 
4.4.5  Resistência ao punçoamento da chapa [EC3‐1‐8: tabela 3.4] .............................................................................. 38 
4.4.6  Resistência dos parafusos corte+tracção [EC3‐1‐8: tabela 3.4] ........................................................................... 39 
4.4.7  Juntas longas [EC3‐1‐8: 3.8] ................................................................................................................................. 39 
4.4.8  Resistência ao escorregamento de parafusos [EC3‐1‐8: 3.9] ............................................................................... 39 
4.4.9  Resistência à rotura em bloco [EC3‐1‐8: 3.10.2] .................................................................................................. 41 
4.5  Dimensionamento de cordões de soldadura ........................................................................................ 42 
4.5.1  Geometria dos cordões [EC3‐1‐8] ........................................................................................................................ 42 
4.5.2  Cálculo pelo método simplificado [EC3‐1‐8: 4.5.3.3] ........................................................................................... 42 
4.6  Ligações estruturais entre secções I ou H ............................................................................................. 43 
4.6.1  T‐stubs à tracção [EC3‐1‐8: 6.2.4] ......................................................................................................................... 43 
4.6.2  Resistência ao corte da alma do pilar [EC3‐1‐8: 6.2.6.1] ...................................................................................... 49 
4.6.3  Resistência à compressão da alma do pilar [EC3‐1‐8: 6.2.6.2] ............................................................................. 49 
4.6.4  Resistência à tracção transversa da alma de um pilar [EC3‐1‐8: 6.2.6.3] ............................................................. 50 
Para ligações viga/viga e bases de pilares ω toma o valor de 1. .......................................................................................... 51 
4.6.5  T‐stubs de chapas base à compressão [EC3‐1‐8: 6.2.5] ........................................................................................ 52 
4.6.6  Resistência à compressão do banzo/alma da viga [EC3‐1‐8: 6.2.6.7] .................................................................. 53 
4.6.7  Momento resistente de bases de pilares [EC3‐1‐8: 6.2.8.3] ................................................................................ 54 
4.7  Interacção com o betão ....................................................................................................................... 56 
4.7.1  Resistência por aderência de chumbadouros [EC2‐1‐1: 8.4.2] ............................................................................. 56 
4.7.2  Flexão de chumbadouros [ETAG 1997] ................................................................................................................ 56 
4.8  Cálculo da rigidez ................................................................................................................................ 58 
4.8.1  Rigidez de bases de pilares encastradas [EC3‐1‐8: 6.2.8.3] .................................................................................. 58 
7
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

4.9  Outras verificações .............................................................................................................................. 59 
4.9.1  Ângulo de rotação necessário em ligações articuladas ........................................................................................ 59 
5  Ligação aparafusada de cantoneiras traccionadas ..................................................................... 60 
5.1  Introdução .......................................................................................................................................... 60 
5.2  Marcha de cálculo ............................................................................................................................... 60 
5.3  Componentes específicas desta ligação ............................................................................................... 61 
5.3.1  Resistência de cantoneiras aparafusadas ligadas por uma ala [EC3‐1‐8: 3.10.3] ................................................. 61 
5.3.2  Hipótese de Whitmore ......................................................................................................................................... 62 
5.4  Folha de cálculo Excel .......................................................................................................................... 63 
6  Ligação com cavilhas .................................................................................................................. 64 
6.1  Introdução .......................................................................................................................................... 64 
6.2  Marcha de cálculo ............................................................................................................................... 64 
6.3  Componentes específicas desta ligação ............................................................................................... 64 
6.3.1  Geometria da ligação [EC3‐1‐8: tabela 3.9] .......................................................................................................... 64 
6.3.2  Resistência ao esmagamento da chapa [EC3‐1‐8: tabela 3.10] ............................................................................ 65 
6.3.3  Resistência à flexão da cavilha [EC3‐1‐8: tabela 3.10].......................................................................................... 66 
6.3.4  Resistência à flexão + corte da cavilha [EC3‐1‐8: tabela 3.10] ............................................................................. 67 
6.3.5  Limitação da tensão de contacto [EC3‐1‐8: 3.13.2] .............................................................................................. 67 
6.4  Folha de cálculo Excel .......................................................................................................................... 68 
7  Dupla cantoneira de alma .......................................................................................................... 69 
7.1  Introdução .......................................................................................................................................... 69 
7.2  Cálculo ................................................................................................................................................ 69 
7.2.1  Pressupostos de cálculo ....................................................................................................................................... 69 
7.2.2  Capacidade de rotação, ductilidade e estabilidade .............................................................................................. 69 
7.2.3  Vantagens/Quando usar ....................................................................................................................................... 70 
7.2.4  Desvantagens/Cuidados a ter ............................................................................................................................... 70 
7.2.5  Geometria ............................................................................................................................................................. 70 
7.3  Marcha de cálculo ............................................................................................................................... 71 
7.3.1  Critérios iniciais de resistência ............................................................................................................................. 72 
7.3.2  Critérios iniciais de capacidade de Rotação: ........................................................................................................ 73 
7.3.3  Critérios iniciais de ductilidade: ............................................................................................................................ 75 
7.3.4  Verificação da resistência ..................................................................................................................................... 75 
7.4  Folha de cálculo Excel .......................................................................................................................... 78 
8  Chapa Gusset ............................................................................................................................. 79 
8.1  Introdução .......................................................................................................................................... 79 
8.2  Cálculo ................................................................................................................................................ 79 
8.2.1  Pressupostos de cálculo ....................................................................................................................................... 79 
8.2.2  Capacidade de rotação, ductilidade e estabilidade .............................................................................................. 79 
8.2.3  Vantagens/Quando usar ....................................................................................................................................... 80 
8.2.4  Desvantagens/Cuidados a ter ............................................................................................................................... 80 
8.2.5  Geometria ............................................................................................................................................................. 81 
8.3  Marcha de cálculo: .............................................................................................................................. 82 
8.3.1  Critérios iniciais de resistência ............................................................................................................................. 83 
8.3.2  Critérios iniciais de capacidade de Rotação: ........................................................................................................ 84 
8.3.3  Critérios iniciais de ductilidade: ............................................................................................................................ 85 
8.3.4  Verificação da resistência ..................................................................................................................................... 87 
8.4  Folha de cálculo Excel .......................................................................................................................... 91 
9  Chapa de topo flexível ................................................................................................................ 92 
9.1  Introdução .......................................................................................................................................... 92 
9.2  Cálculo ................................................................................................................................................ 93 
9.2.1  Pressupostos de cálculo ....................................................................................................................................... 93 
9.2.2  Capacidade de rotação, ductilidade e estabilidade .............................................................................................. 93 
9.2.3  Geometria ............................................................................................................................................................. 94 

8
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

9.3  Marcha de cálculo: .............................................................................................................................. 94 
9.3.1 Critérios iniciais de capacidade de Rotação: ........................................................................................................ 95 
9.3.2 Critérios iniciais de ductilidade: ............................................................................................................................ 97 
9.4  Folha de cálculo Excel .......................................................................................................................... 99 
10  Chapa cobre junta aparafusada ............................................................................................... 100 
10.1  Introdução ..................................................................................................................................... 100 
10.2  Cálculo ........................................................................................................................................... 100 
10.2.1  Pressupostos de cálculo ..................................................................................................................................... 100 
10.2.2  Rigidez e continuidade ....................................................................................................................................... 100 
10.2.3  Outros aspectos de cálculo ................................................................................................................................. 100 
10.2.4  Geometria ........................................................................................................................................................... 101 
10.3  Marcha de cálculo: ......................................................................................................................... 102 
10.4  Folha de cálculo Excel .................................................................................................................... 104 
11  Chapa de topo resistente à flexão ............................................................................................ 105 
11.1  Introdução ..................................................................................................................................... 105 
11.2  Cálculo ........................................................................................................................................... 106 
11.2.1  Pressupostos de cálculo ..................................................................................................................................... 106 
11.2.2  Ductilidade e Rigidez .......................................................................................................................................... 106 
11.2.3  Geometria ........................................................................................................................................................... 106 
11.3  Marcha de cálculo: ......................................................................................................................... 107 
11.3.1  Aspectos característicos deste tipo de ligação: .................................................................................................. 108 
11.4  Folha de cálculo Excel .................................................................................................................... 110 
12  Chapa base articulada .............................................................................................................. 111 
12.1  Introdução ..................................................................................................................................... 111 
12.2  Cálculo ........................................................................................................................................... 112 
12.2.1  Rigidez e continuidade ....................................................................................................................................... 112 
12.2.2  Geometria ........................................................................................................................................................... 112 
12.3  Marcha de cálculo: ......................................................................................................................... 113 
12.3.1  Critérios iniciais de capacidade de Rotação: ...................................................................................................... 114 
12.3.2  Critérios de resistência: ...................................................................................................................................... 114 
12.4  Folha de cálculo Excel .................................................................................................................... 115 
13  Chapa base encastrada ............................................................................................................ 116 
13.1  Introdução ..................................................................................................................................... 116 
13.2  Cálculo ........................................................................................................................................... 117 
13.2.1  Geometria ........................................................................................................................................................... 117 
13.3  Marcha de cálculo: ......................................................................................................................... 118 
13.3.1  Critérios de resistência: ...................................................................................................................................... 119 
13.4  Folha de cálculo Excel .................................................................................................................... 120 
14  Exemplos de cálculo ................................................................................................................. 121 
14.1  Cantoneiras à tracção .................................................................................................................... 121 
14.2  Dupla cantoneira ........................................................................................................................... 135 
14.3  Cavilhas ......................................................................................................................................... 142 
14.4  Chapa gusset .................................................................................................................................. 144 
14.5  Chapa de topo flexível ................................................................................................................... 163 
14.6  Cobre juntas .................................................................................................................................. 172 
14.7  Chapa de topo resistente à flexão .................................................................................................. 179 
14.8  Chapa base articulada .................................................................................................................... 187 
14.9  Chapa base encastrada .................................................................................................................. 192 
15  Bibliografia .............................................................................................................................. 197 

9
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Índice de figuras
Figura 1 – Exemplo de cantoneira aparafusada. .................................................................................................................. 17 
Figura 2 – Geometria da gusset de uma cavilha. ................................................................................................................. 17 
Figura 3 – Exemplo de ligação com chapa gusset. ............................................................................................................... 18 
Figura 4 – Exemplo de ligação com dupla cantoneira de alma. ........................................................................................ 18 
Figura 5 – Exemplo de ligação com placa de topo flexível. ............................................................................................... 19 
Figura 6 – Exemplo de ligações com chapa de topo aparafusada. .................................................................................... 19 
Figura 7 – Exemplo de ligação com chapas cobre juntas aparafusadas. ......................................................................... 20 
Figura 8 – Exemplo de chapa base rotulada. ........................................................................................................................ 20 
Figura 9 – Exemplo de base encastrada. ............................................................................................................................... 20 
Figura 10 – Parafuso de cabeça hexagonal. .......................................................................................................................... 22 
Figura 11 – Secção transversal e secção resistente de um parafuso. .............................................................................. 23 
Figura 12 – Perfis. ..................................................................................................................................................................... 23 
Figura 13 – Relação momento/capacidade de rotação na classificação de ligações. .................................................... 24 
Figura 14 – Nomenclatura utilizada no afastamento dos parafusos. ............................................................................... 35 
Figura 15 – Planos de corte dos parafusos e esmagamento da chapa. ............................................................................ 36 
Figura 16 – Esmagamento do furo pelo parafuso. ............................................................................................................... 37 
Figura 17 – Tracção e punçoamento em parafusos solicitados à tracção. ...................................................................... 38 
Figura 18 – Juntas longas. ........................................................................................................................................................ 39 
Figura 19 – Exemplo de linhas de rotura em bloco. ............................................................................................................ 41 
Figura 20 – Cordão de canto e identificação da dimensão da sua garganta. .................................................................. 42 
Figura 21 – T-stubs equivalents. ............................................................................................................................................. 43 
Figura 22 – Modos de rotura do T-stub. ................................................................................................................................ 43 
Figura 23 – Diagrama de momentos para modo 1. .............................................................................................................. 44 
Figura 24 – Diagrama de momentos para modo 2. .............................................................................................................. 44 
Figura 25 – e, emin, rc e m para chapa de topo mais estreita que o banzo. .................................................................... 45 
Figura 26 – e, emin, rc e m para chapa de topo mais larga que o banzo. ......................................................................... 46 
Figura 27 – Geometria de chapas estendidas ....................................................................................................................... 46 
Figura 28 – Determinação do valor de α. .............................................................................................................................. 48 
Figura 29 – Determinação da resistência potencial das filas de parafusos. ................................................................... 48 
Figura 30 – Difusão das cargas de compressão dentro do betão. ..................................................................................... 52 
Figura 31 – Distribuição das cargas por baixo do perfil. .................................................................................................... 53 
Figura 32 – Influência da dimensão física da chapa base na área efectiva. ................................................................... 53 
Figura 33 – Geometria de uma chapa base encastrada. ..................................................................................................... 55 
Figura 34 – Comprimento da consola (a) sem porca e (b) com porca contra o betão. ................................................. 57 
Figura 35 – Valores de αM para perno (a) com liberdade e (b) sem liberdade de rotação. .......................................... 57 
Figura 36 – Ângulos de rotação necessários. ........................................................................................................................ 59 
Figura 37 – Geometria de cantoneiras ligadas por uma ala. ............................................................................................. 62 
Figura 38 – Geometria da hipótese de Whitmore. .............................................................................................................. 62 
Figura 39 – Primeira pestana da folha de cálculo de cantoneiras: entrada de dados e resumo de resultados. ...... 63 
Figura 40 – Geometria e restrições geométricas da chapa onde liga a cavilha. ............................................................ 65 
Figura 41 – Distribuição de cargas para obtenção do momento flector actuante. ....................................................... 66 
Figura 42 – Primeira pestana da folha de cálculo de cavilhas: entrada de dados e resumo de resultados. ............ 68 
Figura 43 – Ligação com dupla cantoneira de alma. ........................................................................................................... 69 
Figura 44 – Geometria de uma ligação com dupla cantoneira de alma. ......................................................................... 70 
Figura 45 – Número de fiadas verticais em dupla cantoneira de alma. .......................................................................... 72 
Figura 46 – Contacto e evolução do momento flector. ...................................................................................................... 74 
Figura 47 – Modelo de cálculo da ligação com dupla cantoneira de alma. ..................................................................... 75 
Figura 48 – Distribuição das cargas na ligação com dupla cantoneira de alma. ............................................................ 76 
Figura 49 – Primeira pestana da folha de cálculo de cantoneira: entrada de dados e resumo de resultados. ....... 78 
Figura 50 – Geometria de uma chapa gusset. ...................................................................................................................... 79 
Figura 51 – Gusset soldada num tubo. ................................................................................................................................... 80 
Figura 52 – Entalhe para tornar possível a montagem da viga. ........................................................................................ 80 
Figura 53 – Gusset com uma ou duas fiadas de parafusos. ................................................................................................ 81 
Figura 54 – Tipos de ligações. ................................................................................................................................................. 83 
10
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Figura 55 – Contacto e evolução do momento flector. ...................................................................................................... 84 


Figura 56 – Ligação considerada articulada. ........................................................................................................................ 87 
Figura 57 – Ligação com gusset - distribuição das cargas. ................................................................................................. 89 
Figura 58 – Primeira pestana da folha de cálculo de gusset: entrada de dados e resumo de resultados. ............... 91 
Figura 59 – Exemplo de chapas de topo. ............................................................................................................................... 92 
Figura 60 – Plastificação da chapa de topo com a rotação da ligação. ........................................................................... 93 
Figura 61 – Geometria da ligação com chapa de topo flexível. ........................................................................................ 94 
Figura 62 – Contacto e evolução do momento flector. ...................................................................................................... 96 
Figura 63 – Ângulo de rotação disponível. ............................................................................................................................ 97 
Figura 64 – Primeira pestana da folha de cálculo da chapa flexível: entrada de dados e resumo de resultados. .. 99 
Figura 65 – Geometria da união com cobre juntas aparafusadas. .................................................................................. 101 
Figura 66 – Primeira pestana da folha de cálculo de cobre juntas: entrada de dados e resumo de resultados. .. 104 
Figura 67 – Exemplo de chapas de topo. ............................................................................................................................. 105 
Figura 68 – Ligação com chapa de topo resistente ao momento. ................................................................................... 106 
Figura 69 – Limite triangular de redistribuição plástica. ................................................................................................ 108 
Figura 70 – Primeira pestana da folha de cálculo: entrada de dados e resumo de resultados. ............................... 110 
Figura 71 – (1) Chapa base, (2) grout e (3) fundação. ...................................................................................................... 111 
Figura 72 – Geometria da união com chapa base articulada. ......................................................................................... 112 
Figura 73 – Primeira pestana da folha de cálculo CB rotulado: entrada de dados e resumo de resultados. ......... 115 
Figura 74 – (1) Chapa base, (2) grout e (3) fundação. ...................................................................................................... 116 
Figura 75 – Geometria da união de chapa base encastrada. ........................................................................................... 117 
Figura 76 – Primeira pestana da folha de cálculo CB encastrado: entrada de dados e resumo de resultados. ..... 120 

Índice de tabelas
Tabela 1 – Possíveis configurações da ligação de cantoneira aparafusada: ................................................................... 17 
Tabela 2 – Possíveis configurações da ligação com chapa gusset: .................................................................................... 18 
Tabela 3 – Possíveis configurações da ligação com dupla cantoneira de alma: ............................................................. 18 
Tabela 4 – Possíveis configurações da ligação com chapa gusset: .................................................................................... 19 
Tabela 5 – Geometria dos parafusos utilizada no cálculo: ................................................................................................ 22 
Tabela 6 – Resistência mecânica dos parafusos utilizada no cálculo: ............................................................................. 23 
Tabela 7 – Características dos aços usados no cálculo segundo a EN 10025-2: .............................................................. 23 
Tabela 8 – Factor de imperfeição para encurvadura por compressão: ............................................................................ 31 
Tabela 9 – Factor de imperfeição para encurvadura por flexão: ..................................................................................... 32 
Tabela 10 – Resumo da tabela 3.3 do EC3-1-8: .................................................................................................................... 35 
Tabela 11 – Parte da tabela 3.4 do EC3-1-8: ........................................................................................................................ 36 
Tabela 12 – Valores de Ks: ........................................................................................................................................................ 40 
Tabela 13 – Valores de μ: ......................................................................................................................................................... 40 
Tabela 14 – Geometria dos cordões de soldadura: .............................................................................................................. 42 
Tabela 15 – Versão simplificada da tabela 4.1 do EC3-1-8: ............................................................................................... 42 
Tabela 16 – Valores da resistência do T-stub:...................................................................................................................... 44 
Tabela 17 – Banzo do pilar sem rigidizador: ........................................................................................................................ 46 
Tabela 18 – Banzo do pilar com rigidizador: ........................................................................................................................ 47 
Tabela 19 – Chapa de topo: ..................................................................................................................................................... 47 
Tabela 20 – Tabela 5.4 EC3-1-8 – Valores de β:.................................................................................................................... 51 
Tabela 21 – Valor do momento flector resistente: ............................................................................................................. 54 
Tabela 22 – Rigidez de bases de pilares encastradas: ........................................................................................................ 58 
Tabela 23 – Marcha de cálculo da ligação de cantoneiras à tracção: .............................................................................. 60 
Tabela 24 – Tabela 3.8 do EC3-1-8: ........................................................................................................................................ 61 
Tabela 25 – Marcha de cálculo da ligação com cavilhas:.................................................................................................... 64 
Tabela 26 – Marcha de cálculo da ligação com dupla cantoneira de alma: .................................................................... 71 
Tabela 27 – Dupla cantoneira – número recomendado de filas verticais de parafusos: ............................................... 73 
Tabela 28 – Marcha de cálculo da ligação com chapa gusset: ........................................................................................... 82 
Tabela 29 – Chapa gusset – Número recomendado de filas verticais de parafusos: ...................................................... 84 
Tabela 30 – Marcha de cálculo da ligação com chapa de topo flexível: .......................................................................... 94 

11
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Tabela 31 – Marcha de cálculo da ligação com chapas cobre junta: .............................................................................. 102 


Tabela 32 – Marcha de cálculo da ligação com chapa de topo resistente ao momento: ............................................ 107 
Tabela 33 – Marcha de cálculo da ligação com chapa base articulada: ......................................................................... 113 
Tabela 34 – Marcha de cálculo da ligação com chapa base encastrada: ....................................................................... 118 

Simbologia
Letras minúsculas latinas:
aw ................................................................. Espessura da garganta do cordão de soldadura.
b ............................................................................................. Largura de um elemento.
beff,c,wc ................................................................Largura efectiva da alma à compressão.
d ...................................................................................... Diâmetro nominal do parafuso.
d0 ................................................................................. Diâmetro do furo para o parafuso.
db ............................................................................. Altura útil (entre raios) de uma alma.
dm .......................................................................... Diâmetro médio da cabeça do parafuso.
ds ............................................................................. Distância entre eixos de rigidizadores.
e .............................................................. Maior dimensão da cabeça do parafuso (diagonal).
e1.............................................Distância do parafuso ao bordo da chapa na direcção do esforço.
e2........................... Distância do parafuso ao bordo da chapa na direcção perpendicular ao esforço.
fcd ......................................... Valor de cálculo da tensão resistente do betão à compressão.
fjd ........................................................................ Tensão resistente à compressão da união.
fctd ...................................................... Valor de cálculo da resistência à tracção do betão.
fu ............................................................................................. Tensão de rotura do aço.
fub ...................................................................................... Tensão de rotura do parafuso.
fy .......................................................................................... Tensão de cedência do aço.
fyb ................................................................................... Tensão de cedência do parafuso.
fy,wc .................................................................. Tensão de cedência do aço da alma do pilar.
gh ............................................................................. Folga horizontal entre dois elementos.
gv ................................................................................ Folga vertical entre dois elementos.
h ............................................................................................... Altura de um elemento.
hs ................................................................................ Distância entre eixos de elementos.
k........................................................................................ Altura da cabeça do parafuso.
k1 ................... Coeficiente de resistência para o cálculo do esmagamento em ligações aparafusadas.
ks ................................................... Coeficiente de em função da forma do furo para parafusos.
kzy ................................................................................................... Factor de iteração.
leff .............................................................................. Comprimento do T-Stub equivalente.
n1..................................................................................... Número de linhas de parafusos.
n2................................................................................... Número de colunas de parafusos.
p1 ............................................................ Afastamento dos parafusos na direcção do esforço.
p2 .......................................... Afastamento dos parafusos na direcção perpendicular ao esforço.
r .......................................................................................... Raio alma/banzo em perfis.
s ........................................................... Menor dimensão da cabeça do parafuso (entre faces).
t ........................................................................................... Espessura de um elemento.
tf ................................................................................... Espessura do banzo de um perfil.
tw..................................................................................... Espessura da alma de um perfil.

12
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Letras maiúsculas latinas:


A ............................................................. Área bruta ou total da secção (perfis ou parafusos).
Aeff ............................................................................................ Área efectiva da secção.
Anet .................................................................................................. Área útil da secção.
Ant .......................................................................................... Área útil sujeita à tracção.
Anv........................................................................................... Área útil sujeita ao corte.
As .............................................................................. Área útil do parafuso (zona roscada).
Av ........................................................... Área bruta de corte da secção (perfis ou parafusos).
Avc .............................................................................................. Área do corte do pilar.
Av,net .......................................................... Área útil de corte da secção (perfis ou parafusos).
Bp,Rd ............................................................. Valor de cálculo da resistência ao punçoamento.
C1 ................................................................ Coeficiente que depende da condição de carga.
C2 ................................................................ Coeficiente que depende da condição de carga.
C3 ................................................................ Coeficiente que depende da condição de carga.
CmLT ............................................................. Factor de equivalência a um momento uniforme.
E ............................................................................................... Módulo de elasticidade.
Fb,Rd ................................................... Valor de cálculo do esforço resistente por esmagamento.
Fc,fb,Rd ..................... Valor de cálculo da resistência à compressão da alma e do banzo da viga.
Fc,wc,Rd .....................................Valor de resistência à compressão de uma alma sem rigidizadores.
Fp,C ...................................................................... Valor de pré-esforço a dar a um parafuso.
Fs,Rd ............. Valor de cálculo da resistência ao escorregamento de uma ligação aparafusada em ELU.
Fs,Rd,ser ...........Valor de cálculo da resistência ao escorregamento de uma ligação aparafusada em ELS.
FT,Ed ................................... Valor de cálculo do esforço de tracção actuante nos parafuso em ELU.
FT,Ed,ser ............................... Valor de cálculo do esforço de tracção actuante nos parafuso em ELS.
FT,Rd ........................................ Valor de cálculo do esforço de tracção resistente de um parafuso.
FT,1,Rd .................................................... Valor de cálculo da resistência à tracção para modo 1.
FT,2,Rd .................................................... Valor de cálculo da resistência à tracção para modo 2.
FT,3,Rd .................................................... Valor de cálculo da resistência à tracção para modo 3.
FT,wc,Rd ........................... Valor de cálculo da resistência à tracção de uma alma sem rigidizadores.
FV,Ed ............................................ Valor de cálculo do esforço transverso actuante nos parafusos.
FV,Rd ........................................ Valor de cálculo do esforço transverso resistente de um parafuso.
FW,Ed ............................................ Valor de cálculo do esforço actuante no cordão de soldadura.
FW,Rd ........................................... Valor de cálculo do esforço resistente do cordão de soldadura.
IW .........................................................................................Constante de empenamento.
Ix .................................................................................................. Constante de torção.
Iy ......................................................................... Momento de inércia em torno do eixo yy.
Iz .......................................................................... Momento de inércia em torno do eixo zz.
G .................................................................................................. Módulo de distorção.
K2 .......................................... Coeficiente para o cálculo da resistência à tracção dos parafusos.
L........................................................................................... Comprimento do elemento.
Le....................................................... Comprimento de encurvadura por instabilidade elástica.
Lw ............................................................................ Comprimento do cordão de soldadura.
Lb....................................................................................................... Espessura a unir.
................................................ Espessura a unir limite para se produzir o efeito de alavanca.
Mb,Rd .................................................. Valor de cálculo da resistência à encurvadura por flexão.
Mcr .......................................................................................... Valor do momento crítico.
Mc,Rd ....................................................................... Valor de cálculo da resistência à flexão.
MEd ................................................................ Valor de cálculo do momento flector actuante.
Mel,Rd ............................................... Valor de cálculo do momento resistente elástico da secção.
Mpl,Rd ............................................... Valor de cálculo do momento resistente plástico da secção.
Mpl,1,Rd ................................................................ Resistência à flexão do T-Stub para modo 1.
Mpl,2,Rd ................................................................ Resistência à flexão do T-Stub para modo 2.
13
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Mpl,fc,Rd ................................................... Resistência plástica à flexão dos banzos das vigas.


Mpl,st,Rd ............................................................ Resistência plástica à flexão do rigidizador.
MRk ....................................................... Valor característico do momento resistente da secção.
Nb,Rd............................................ Valor de cálculo da resistência à encurvadura por compressão.
Ncr ............................................................................................... Carga crítica de Euler.
Nc,Rd ................................................................. Valor de cálculo da resistência à compressão.
NEd ..................................................................... Valor de cálculo do esforço axial actuante.
Npl,Rd .............................................. Valor de cálculo do esforço axial resistente da secção bruta.
NRk ................................................................ Valor característico do esforço axial resistente.
Nu,Rd ........................................ Valor de cálculo do esforço axial resistente último da secção útil.
Nnet,Rd ............................................... Valor de cálculo do esforço axial resistente da secção útil.
Lw ............................................................................ Comprimento do cordão de soldadura.
Vc,Rd ............................................................ Valor de cálculo do esforço transverso resistente.
VEd .............................................................. Valor de cálculo do esforço transverso actuante.
Veff,1,Rd ................................ Valor de cálculo da resistência à rotura em bloco (concêntrico).
Veff,2,Rd .................................. Valor de cálculo da resistência à rotura em bloco (excêntrico).
Vpl,Rd ................................................. Valor de cálculo do esforço transverso plástico resistente.
Vu,Rd ............................................. Valor de cálculo do esforço transverso resistente da área útil.
Vwp,Rd ........................................................................ Resistência ao corte da alma do pilar.
Vwp,add,Rd ................... Contribuição dos rigidizadores transversais para a resistência ao corte do pilar.
Weff,min ...............................................................Módulo de flexão mínimo da secção efectiva.
Wel,min ............................................................................. Módulo de flexão elástico mínimo.
Wpl .......................................................................................... Módulo de flexão plástico.

Letras minúsculas gregas:


α ......................................................Factor de imperfeição para encurvadura por compressão.
αb .................. Coeficiente de resistência para o cálculo do esmagamento em ligações aparafusadas.
αLT ............................................................... Factor de imperfeição para encurvadura lateral.
βW ................................... Factor de correlação para avaliar a resistência do cordão de soldadura.
βf ......... Valor função da inércia da secção do banzo comprimido em relação ao eixo de menor inércia.
βj ..................................................................... Coeficiente em função do material da junta.
βLf......................... Coeficiente de redução da resistência o corte dos parafusos para juntas longas.
η1 ....................................... Coeficiente relacionado com a qualidade de aderência obtida.
η2 ............................................. Coeficiente relacionado com o diâmetro do chumbadouro.
χ ............................................. Factor de redução da resistência à encurvadura por compressão.
χLT....................................................... Factor de redução da resistência à encurvadura lateral.
χZ ....................Factor de redução da resistência à encurvadura por compressão em torno do eixo Z.
φdisponível................................................................................. Ângulo de rotação disponível.
φnecessário ............................................................................... Ângulo de rotação necessário.
φLT ....................................................... Valor para determinar o coeficiente de redução de .
γM0 ...................................................... Coeficiente de segurança para a resistência de secções.
γM1 ........................................ Coeficiente de segurança para fenómenos de instabilidade elástica.
γM2 .................................... Coeficiente de segurança para a resistência de elementos em fractura.
γM3 .......................... Coeficiente de segurança para ligações resistentes ao escorregamento em ELU.
μ .............................................................................. Coeficiente de atrito de uma ligação.
ω ...................................... Factor de redução para interacções com corte na alma do pilar.
.................................................... Esbelteza adimensional para encurvadura por compressão.
............................................................. Esbelteza adimensional para encurvadura lateral.
ψ .....................................................................................Relação entre duas solicitações.
14
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

1 Introdução
Na União Europeia, ao longo dos últimos anos, têm sido desenvolvidas normas relativas ao
dimensionamento estrutural designadas por Eurocódigos Estruturais. Uma dessas normas é o
Eurocódigo 3 que trata especificamente do dimensionamento de estruturas metálicas. Esse
regulamento está dividido em várias partes. A parte destinada ao dimensionamento de
ligações designa-se por EN 1993-1-8. É essencialmente com base nessa parte que se
desenvolve este trabalho.
A EN 1993-1-8 avalia o comportamento real das ligações, ou seja, não só a sua capacidade
resistente, mas também a rigidez, capacidade de rotação e ductilidade.
A metodologia apresentada nesta norma designa-se por método das componentes e baseia-
se no comportamento individual de cada um dos elementos da ligação (parafusos, soldaduras,
chapas de topo, banzos de pilares, etc.) a diferentes solicitações.
O objectivo principal deste trabalho é auxiliar o projectista de estruturas metálicas, na
selecção da tipologia e no dimensionamento de ligações aparafusadas.

Nota: Por simplificação, ao longo deste documento, vai ser utilizada a seguinte
nomenclatura:
EN1993-1-1: 2005 Î EC3-1-1
EN1993-1-8: 2005 Î EC3-1-8

1.1 Identificação de dificuldades ou problemas


No dimensionamento de ligações em estruturas metálicas, podem surgir diversas
interrogações na selecção da tipologia da ligação ou do método de cálculo a adoptar. Estas
interrogações têm a ver com:

- Comportamento estrutural: Tradicionalmente é calculada apenas a capacidade resistente


da ligação, desconhecendo a sua rigidez, capacidade de rotação e ductilidade. Como
consequência, é ignorada a possível influência da resposta das ligações no comportamento
dos pórticos metálicos.
• Ex. O projectista pode assumir diversos nós articulados no modelo de cálculo estrutural,
mas aplicar ligações com comportamento semi-rígido que, ao absorverem parte do momento
flector, podem afectar negativamente os elementos estruturais.
- Componentes analisadas num cálculo manual: Um cálculo manual poderá omitir a análise de
componentes condicionantes numa ligação, assim como não levar em conta a sua rigidez,
capacidade de rotação e ductilidade.
• Ex. O projectista poderá não ter conhecimentos ou prazos compatíveis com uma correcta ou
completa análise de ligações num cálculo manual.
- Cálculo automático: A adopção de um software de cálculo automático pode originar a perda
da capacidade de análise crítica do dimensionamento pelo projectista.
• Ex. O projectista poderá não estar ciente da componente crítica da ligação (gastando
recursos desnecessários e sem reforçar onde é necessário); de erros/omissões que estes
softwares (fruto de programação humanas e por isso falíveis) poderão ter, ou da simples não
aplicabilidade destes softwares ao caso em estudo.
15
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

- Custos associados ao fabrico: O custo das ligações tem um peso preponderante no custo
final e competitividade da estrutura metálica. Será portanto importante a escolha de uma
tipologia adequada.
• Ex. A diferença de custo a nível de fabrico (esquecendo os aspectos comuns), entre uma
ligação totalmente aparafusada (por exemplo uma dupla cantoneira) que necessita de corte e
furacão (que poderão até ser executados pela mesma máquina/operador) e uma ligação com
elementos soldados (por exemplo uma chapa de topo) que necessita de
corte/furacão/armação e soldadura (o que induz a deslocações das peças dentro da fábrica,
mudanças de máquina/operador e mais horas por operador) poderá, somando todas as
ligações, ter um impacto importante no custo geral da obra (sendo a segunda tipologia
obviamente mais cara).
- Custos associados à montagem: É importante obter ligações de fácil e rápida montagem para
reduzir os custos associados à ocupação do estaleiro e mão-de-obra, obtendo assim uma
importante vantagem económica em relação ás estruturas a moldar in situ, (por exemplo, o
betão).
• Ex. Uma ligação soldada in situ e portanto, sem um ambiente controlado, consome tempo,
recursos humanos e materiais, obriga a ensaios (consequentes custos e possíveis reparações)
em nada comparáveis com unir dois elementos de uma forma prática e eficiente, através de
uma ligação aparafusada.
- Segurança dos trabalhadores: É importante a consciência que uma tipologia correcta das
ligações poderá reduzir os riscos associados à montagem.
• Ligações que não obriguem a permanência prolongada em locais de difícil acesso e altitudes
elevadas, assim como a adopção de ligações que permitam ajustes em obra, sem ser
necessário “forçar” a sua montagem, reduzem os riscos laborais.

1.2 Procura de minorar essas dificuldades e problemas


Para auxiliar os projectistas na resolução dos pontos comentados anteriormente, são
elaboradas folhas de cálculo, devidamente justificadas com bibliografia adequada e que
abrangem as ligações mais comuns em estruturas metálicas. Os objectivos gerais das folhas
são que:

a) Não omitam nenhuma componente condicionante.


b) Estudem a capacidade resistente, rigidez, capacidade de rotação e ductilidade da
ligação.
c) Se apoiem em resultados experimentais.
d) Sejam transparentes, sendo possível observar os pressupostos e cálculos efectuados,
sem perder a capacidade crítica e providenciem modelos de cálculo abertos a opiniões,
melhorias e correcções.
e) Adoptem módulos “standard” devidamente comprovados e reutilizáveis na análise de
diferentes tipologias de ligações. Esses módulos “standard”, em geral, a análise de
uma componente, permitem uma programação mais eficiente e uma interpretação
mais rápida dos resultados, uma vez que todas as folhas “falam a mesma língua”.

Nota: Estas folhas de cálculo não devem ser consideradas como finais mas uma base de
trabalho em constante evolução e adaptação.

16
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

1.3 Tipologias de ligações abrangidas pelo trabalho


Neste trabalho são abrangidas as seguintes ligações:

1.3.1 Ligações aparafusadas sem transmissão de momento


• Ligação aparafusada de cantoneiras traccionadas a uma chapa gusset (Bolted connection of
an angle brace in tension to a gusset plate):

Figura 1 – Exemplo de cantoneira aparafusada.


(Manual de Ligações Metálicas, 2003)

Tabela 1 – Possíveis configurações da ligação de cantoneira aparafusada:


(European recommendations for the design of simple joints in steel structures, 2003)

Configuração da união

• Ligação com cavilhas (Pin connections):

Figura 2 – Geometria da gusset de uma cavilha.

17
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

• Placa de gusset (Fin plate):

Figura 3 – Exemplo de ligação com chapa gusset.


(Manual de Ligações Metálicas, 2003)

Tabela 2 – Possíveis configurações da ligação com chapa gusset:


(European recommendations for the design of simple joints in steel structures, 2003)
Configuração da união

• Dupla cantoneira de alma (Double angle web cleats):

Figura 4 – Exemplo de ligação com dupla cantoneira de alma.


(Manual de Ligações Metálicas, 2003)

Tabela 3 – Possíveis configurações da ligação com dupla cantoneira de alma:


(European recommendations for the design of simple joints in steel structures, 2003)
Configuração:

18
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

• Placa de topo flexível (Flexible end-plates):

Figura 5 – Exemplo de ligação com placa de topo flexível.


(Manual de Ligações Metálicas, 2003)

Tabela 4 – Possíveis configurações da ligação com chapa gusset:


(European recommendations for the design of simple joints in steel structures, 2003)
Configuração:

1.3.2 Ligações aparafusadas com transmissão de momento


• Chapa de topo aparafusada (Bolted end plate connection):

Figura 6 – Exemplo de ligações com chapa de topo aparafusada.


(Joints in steel construction – Moment connections, 1995)

19
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

• Chapas cobre juntas aparafusadas (Bolted beam or column splices):

Figura 7 – Exemplo de ligação com chapas cobre juntas aparafusadas.


(Joints in steel construction – Moment connections, 1995)

1.3.3 Bases de Pilares


• Articuladas (column base connections that don not transmit moments):

Figura 8 – Exemplo de chapa base rotulada.

• Rígidas (column base connections that transmit moment):

Figura 9 – Exemplo de base encastrada.


(Joints in steel construction – Moment connections, 1995)

20
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

1.4 Estruturação da tese


A tese procura ter uma vertente bastante prática. Tem como objectivo principal servir de
suporte para a utilização das folhas de cálculo que a acompanham. De uma forma geral a
estruturação é a seguinte:

1. Introdução teórica ao dimensionamento de ligações em estruturas metálicas.

a) Critérios gerais para o dimensionamento de ligações.


b) Dimensionamento de secções metálicas (EC3-1-1).
c) Dimensionamento de ligações aparafusadas e soldadura (EC3-1-8)
d) Determinação da rigidez de ligações (EC3-1-8)

2. Introdução teórica do dimensionamento de cada tipologia de ligação.

a) Critérios específicos para o dimensionamento da ligação.


b) Geometria da ligação.
c) Cálculo da resistência.
- Marcha de cálculo.
- Dimensionamento das componentes específicas da ligação.
d) Critérios de rigidez, ductilidade e capacidade de rotação.

3. Introdução à utilização da folha de cálculo de cada tipo de ligação.

4. Exemplos de cálculo de cada tipo de ligação.

21
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

2 Dados Gerais
Para calcular as ligações necessitamos conhecer a geometria e a resistência dos elementos
que a constituem. Essas bases são indicadas de seguida:

2.1 Parafusos

Figura 10 – Parafuso de cabeça hexagonal.

A geometria dos parafusos utilizada respeita a EN ISO 4014:2000. De seguida são apresentados
um esquema assim como o quadro tipo utilizado no cálculo:

Tabela 5 – Geometria dos parafusos utilizada no cálculo:


EN ISO 4014 – Geometria dos parafusos
Símbolo d (mm) d0 (mm) e (mm) s (mm) As (mm2) K (mm) A (mm2)
Diâmetro Diâmetro do Maior dimensão da Menor dimensão da Área útil Altura da Área total
Denominação
nominal furo cabeça (diagonal) cabeça (faces planas) (rosca) cabeça (liso)
M8 8 9 14.38 13 36.6 5.30 50.27
M10 10 11 17.77 16 58 6.40 78.54
M12 12 13 20.03 18 84.3 7.50 113.10
M14 14 15 23.36 21 115 8.80 153.94
M16 16 18 26.75 24 157 10.00 201.06
M18 18 20 30.14 27 192 11.50 254.47
M20 20 22 33.53 30 245 12.50 314.16
M22 22 24 37.72 34 303 14.00 380.13
M24 24 26 39.98 36 353 15.00 452.39
M27 27 30 45.20 41 459 17.00 572.56
M30 30 33 50.85 46 561 18.70 706.86
M33 33 36 55.37 50 694 21.00 855.30
M36 36 39 60.79 55 817 22.50 1017.88
M39 39 42 66.44 60 976 25.00 1194.59
M42 42 45 71.30 65 1120 26.00 1385.44
M45 45 48 76.95 70 1288 28.00 1590.43
M48 48 51 82.60 75 1473 30.00 1809.56
M52 52 55 88.25 80 1719 33.00 2123.72
M56 56 59 93.56 85 2030 35.00 2463.01
M60 60 63 99.21 90 2289 38.00 2827.43
M64 64 67 104.86 95 2675 40.00 3216.99

Na tabela anterior observamos a distinção entre uma área total (A), obtida com o diâmetro
nominal (d) do parafuso, e uma área útil (As), obtida com o seu diâmetro resistente (dres). Na
seguinte figura podemos observar como se obtém esse diâmetro resistente e assim a área útil
ou resistente do parafuso:

22
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Figura 11 – Secção transversal e secção resistente de um parafuso.


(Manual de Ligações Metálicas, 2003)

A resistência mecânica dos parafusos respeita o indicado na tabela 3.1 do EC3-1-8. De seguida
é apresentado o quadro tipo utilizado no cálculo:

Tabela 6 – Resistência mecânica dos parafusos utilizada no cálculo:


EN 1993-1-8: 2005; tabela 3.1
Classe fyb (Mpa) fub (Mpa)
Classe resistente Tensão de cedência Tensão de rotura
4.6 240 400
4.8 320 400
5.6 300 500
5.8 400 500
6.8 480 600
8.8 640 800
10.9 900 1000

2.2 Perfis

Figura 12 – Perfis.
(Arcelor sections commercial, 2004)

Os perfis utilizados nas folhas de cálculo são as secções comerciais europeias (cantoneiras,
Perfis da série I e H). As classes resistentes a que pertencem são as definidas na norma EN
10025-2:

Tabela 7 – Características dos aços usados no cálculo segundo a EN 10025-2:


Espessura nominal t (mm)
Tipos de aço t ≤ 40 mm 40 mm < t ≤ 80 mm
fy (N/mm2) fu (N/mm2) fy (N/mm2) fu (N/mm2)
S235 235 360 215 360
S275 275 430 255 410
S355 355 510 335 470
23
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

3 Ligações em estruturas metálicas


Como já referido, o estudo de ligações aparafusadas, no âmbito de cálculo estrutural, não
pode imprudentemente reduzir-se à determinação da sua capacidade resistente.
Ao calcular uma estrutura, a influencia das ligações nas suas deformações e esforços deverá
ser considerada. Poderão também ser adoptadas tipologias em que essa influência é
suficientemente pequena para ser ignorada.
Para distinguir as ligações cujo comportamento necessita de ser considerado no cálculo, elas
podem ser classificadas, ao nível de rigidez, como:

a) Articuladas: A ligação é capaz de absorver as rotações resultantes dos esforços de


cálculo sem transmitir momentos que possam afectar negativamente elementos
estruturais.
• A nível do modelo estrutural, as barras podem portanto ser modeladas como
articuladas nas suas extremidades.

b) Rígidas: O comportamento da ligação não tem uma influência relevante nos esforços e
deformações da estrutura, sendo capaz de transmitir os momentos.
• A nível do modelo estrutural, as barras podem portanto ser modeladas como
continuas nas suas extremidades.

c) Semi-rígidas: É uma ligação que não respeita nenhum dos critérios anteriores, pelo que
a sua influência necessita ser considerada no cálculo da estrutura.
• A nível do modelo estrutural, a união entre barras deve ser modelada como uma mola
com uma determinada rigidez.

Figura 13 – Relação momento/capacidade de rotação na classificação de ligações.


(European recommendations for the design of simple joints in steel structures, 2003)

• É extremamente importante que o comportamento das ligações respeite o pressuposto


adoptado no cálculo dos diversos elementos estruturais.

24
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

No cálculo de ligações articuladas, para garantir que é seguro assumir a ligação como tal,
devem ser respeitados seguintes requisitos:

a) A união tem suficiente capacidade de rotação e os elementos podem rodar sem


desenvolver momentos significativos.
• Isto é normalmente conseguido com restrições geométricas.

b) A união tem suficiente ductilidade, permitindo a redistribuição dos esforços internos.


• Isso é normalmente conseguido por evitar modos de rotura frágeis (rotura de uma
soldadura ou parafuso; instabilidade elástica), obtendo modos de rotura dúctil, que
permitem uma redistribuição interna dos esforços induzidos pelos pequenos momentos.

Embora idealizemos as ligações como articuladas, na realidade, uma vez que não têm uma
rigidez nula, absorvem alguns momentos.
Analisando a figura anterior, verificamos que a ligação é considerada rotulada mesmo quando
desenvolve alguns momentos à medida que roda. No entanto, assumir as ligações como
articuladas resulta válido e seguro para obter:

a) Deslocamentos dos pórticos


• A rigidez dos pórticos é superior à considerada no cálculo e portanto os
deslocamentos reais são inferiores aos estimados.

b) Resistência plástica dos elementos


• Como a rigidez das uniões não é nula, a resistência plástica de primeira ordem do
pórtico é superior à calculada assumindo rótulas.

c) Resistência por Instabilidade elástica dos elementos


• Como a rigidez das uniões não é nula, a rigidez transversal real da estrutura é
superior à calculada assumindo rótulas. A análise à instabilidade local e global é assim
pelo lado da segurança.

Portanto para dimensionar uma ligação articulada, deverão ser comprovados os seguintes
pontos:
• Resistência a esforços transversais.
• Resistência a esforços axiais.
• Capacidade de rotação.
• Ductilidade.

• Como na realidade as ligações não têm rigidez nula e absorvem momentos, apenas é
seguro considera-las articuladas quando se respeitam os critérios de ductilidade e
capacidade de rotação.

• De igual forma, apesar das ligações não serem articulações perfeitas, é seguro considera-
las como tal no modelo de cálculo para obter a resistência e deslocamentos dos pórticos.

25
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

4 Cálculo das componentes de ligações metálicas


Nesta secção vai ser explicado o cálculo das diversas componentes de uma ligação. Serão
descritas as componentes comuns (aplicáveis às diversas tipologias).

4.1 Resistência de secções metálicas


4.1.1 Resistência à tracção [EC3-1-1: 6.2.3]
O valor de cálculo do esforço de tracção actuante (NEd) deve satisfazer a seguinte condição:

NE
1,0   (Eq. 1)
N ,R

em que Nt,Rd é o valor de cálculo da resistência à tracção.


Essa resistência pode tomar os seguintes valores:
a) Zonas sem furos para parafusos:

A.
N ,R (Eq. 2)
γM

b) Zonas com furos para parafusos em ligações ordinárias:

, .A .
N ,R (Eq. 3)
γM

c) Zonas com furos para parafusos em ligações resistentes ao escorregamento:

A .
N ,R (Eq. 4)
M

Sendo:
• Npl,Rd: valor de cálculo do esforço resistente à tracção da secção bruta;
• Nu,Rd: valor de cálculo do esforço resistente à tracção último da secção útil;
• Nnet,Rd: valor de cálculo do esforço resistente à tracção da secção útil;
• A: área bruta da secção;
• Anet: área útil da secção;
• fy: tensão de cedência do aço;
• fu: tensão de rotura do aço;
• γM0: coeficiente de segurança para a resistência de secções;
• γM2: coeficiente de segurança para a resistência de secções em rotura.

26
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

4.1.2 Resistência à compressão [EC3-1-1: 6.2.4]


O valor de cálculo do esforço de compressão actuante (NEd) deve satisfazer a seguinte
condição:

(Eq. 5)

em que Nc,Rd é o valor de cálculo da resistência aos esforços de compressão.


Essa resistência pode tomar os seguintes valores:

a) Secções de classe 1, 2 ou 3:

(Eq. 6)

b) Secções de classe 4:

(Eq. 7)

Sendo:
• A: área bruta da secção de perfis;
• Aeff: área efectiva de uma secção de classe 4 (para evitar fenómenos de encurvadura local);
• fy: tensão de cedência do aço;
• γM0: coeficiente de segurança para a resistência de secções.

27
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

4.1.3 Resistência à flexão [EC3-1-1: 6.2.5]


O valor de cálculo do esforço de flexão actuante (MEd) deve satisfazer a seguinte condição:

(Eq. 8)

em que Mc,Rd é o valor de cálculo da resistência aos esforços de flexão.


Essa resistência pode tomar os seguintes valores:

a) Secções de classe 1 ou 2:

(Eq. 9)

b) Secções de classe 3:

(Eq. 10)

c) Secções de classe 4:

(Eq. 11)

Sendo:
• Weff,min: módulo de flexão mínimo da secção efectiva;
• Wel,min: módulo de flexão elástico mínimo;
• Wpl: módulo de flexão plástico;
• Mel,Rd: valor de cálculo do momento resistente elástico da secção;
• Mpl,Rd: valor de cálculo do momento resistente plástico da secção;
• fy: tensão de cedência do aço;
• γM0: coeficiente de segurança para a resistência de secções.

28
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

4.1.4 Resistência ao esforço transverso [EC3-1-1: 6.2.6]


4.1.4.1 Resistência da área bruta [EC3-1-1: 6.2.6]

A resistência ao esforço transverso deve ser avaliada com base numa distribuição plástica das
tensões tangenciais. O valor de cálculo do esforço transverso actuante (VEd) deve satisfazer o
seguinte:

(Eq. 12)

em que Vc,Rd é o valor de cálculo da resistência ao esforço transverso. No caso de um


dimensionamento plástico, Vc,Rd é dado por Vpl,Rd:

(Eq. 13)

Sendo:
• Vpl, Rd: valor de cálculo do esforço transverso plástico resistente;
• Av: área de corte da secção;
• fy: tensão de cedência do aço.

4.1.4.2 Resistência da área útil

Ainda que no EC3-1-1 não seja indicada explicitamente esta verificação, fazendo uma
analogia entre os pontos 6.2.3 e 6.2.6, o valor de cálculo do esforço transverso actuante (VEd)
deve satisfazer o seguinte:

VE
1 (Eq. 14)
V ,R

Em que Vu,Rd é o valor de cálculo da resistência ao esforço transverso da área útil e poderá ser
obtido da seguinte forma:

V ,R A , (Eq. 15)
√ γM

Sendo:
• Av,net : área útil de corte da gusset;
• fu : tensão de rotura do aço;
• γM2 : coeficiente de segurança para a resistência de secções em rotura.

29
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

4.1.5 Resistência à flexão/tracção/compressão + corte [EC3-1-1: 6.2.10]


A influência do esforço transverso deverá ser levada em conta para obter a resistência à
flexão/tracção/compressão da secção. Caso se verifique que:

VE 0.5V ,R (Eq. 16)

a influência do esforço transverso na resistência à flexão/tracção/compressão da secção pode


ser desprezada. Caso contrário, a resistência à flexão/tracção/compressão da área de corte
deve ser avaliada com a seguinte tensão de cedência reduzida:

(Eq. 17)

tomando ρ o valor:

(Eq. 18)

sendo:
• VEd: valor de cálculo do esforço transverso actuante;
• Vpl,Rd: valor de cálculo do esforço transverso resistente.

30
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

4.2 Resistência à encurvadura de secções metálicas


4.2.1 Resistência à encurvadura por compressão [EC3-1-1: 6.3.1.2]
O valor de cálculo do esforço de compressão actuante (NEd) deve satisfazer a seguinte
condição:

(Eq. 19)

Para determinar o valor de cálculo da resistência à compressão por encurvadura (Nb,Rd), é


necessário calcular a carga crítica de Euler (Ncr):
EI
N (Eq. 20)
L

Obtendo esta carga, é possível calcular a esbelteza adimensional ( ). Para secções de classe
1, 2 ou 3 toma o seguinte valor:

(Eq. 21)

O factor de imperfeição (α) corresponde à curva de encurvadura apropriada e é obtido da


seguinte tabela:

Tabela 8 – Factor de imperfeição para encurvadura por compressão:


Curva de encurvadura a b c d
Factor de imperfeição α 0,21 0,34 0,49 0,76

Em torno de qualquer eixo, para secções sólidas (ex: chapa), a curva de encurvadura
apropriada é a curva “c”. Para outras secções, este valor pode ser obtido da tabela 6.2 do
EC3-1-1.
Com os valores anteriores é possível calcular o coeficiente Φ:

(Eq. 22)

Da seguinte equação é obtido o factor de redução à encurvadura por compressão (χ≤1):

(Eq. 23)

O valor de cálculo da resistência à encurvadura por compressão (Nb,Rd) toma o valor de:

(Eq. 24)

31
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Sendo:
• E : módulo de elasticidade do aço;
• I : momento de inércia do eixo relevante;
• Le : comprimento da encurvadura;
• A: área da secção;
• fy : tensão de cedência do aço.

4.2.2 Resistência à encurvadura por flexão [EC3-1-1: 6.3.2.2]


O valor de cálculo do momento flector actuante (MEd) deve satisfazer a seguinte condição:

(Eq. 25)

Para determinar o valor de cálculo da resistência à flexão por encurvadura da secção (Mb,Rd),
é necessário calcular o seu momento crítico (Mcr). A fórmula geral para o cálculo do momento
crítico é a seguinte:

(Eq. 26)

Simplificando a forma geral para o caso de:


• Cargas aplicadas no centro de corte (Zg=0);
• Solicitação momento no apoio com momento nulo na extremidade (C1=1,879;
C2=0;C3=0,939);
• Secção maciça rectangular ou em T (Iw=0);
O momento crítico toma o valor de:
.
EI KL GI
M 1,879 c z c z (Eq. 27)
KL EI

Simplificando a equação anterior para o caso de secções duplamente simétricas (Zj=0), o


momento crítico toma o valor de:
.
EI KL GI
M 1,879 (Eq. 28)
KL EI

Com base no valor de Mcr é calculada a esbelteza adimensional ( ):

(Eq. 29)

O factor de imperfeição (αLT) corresponde à curva de encurvadura apropriada e é obtido da


seguinte tabela:

Tabela 9 – Factor de imperfeição para encurvadura por flexão:


Curva de encurvadura a b c d
Factor de imperfeição αLT 0,21 0,34 0,49 0,76

32
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Para uma secção maciça, a curva de encurvadura apropriada é a curva “d”. Para outras
secções, este valor pode ser obtido da tabela 6.3 do EC3-1-1.
Com os valores anteriores é calculado o valor de Φ :

(Eq. 30)

O factor de redução à encurvadura por compressão ( 1) é obtido da seguinte tabela:

(Eq. 31)

O valor de cálculo da resistência à encurvadura por compressão (Mb,Rd) toma o valor de:

(Eq. 32)

Sendo:
• C1, C2 e C3: coeficientes que dependem das condições de carga;
• Iw: constante de empenamento;
• It: constante de torção;
• Iz : momento de inércia de eixo fraco;
• K: valor análogo ao comprimento de encurvadura para compressão;
• L: comprimento do elemento;
• E: módulo de elasticidade do aço;
• G: módulo de distorção;
• Wy: modulo de flexão (Classe 1 & 2: Wpl,y; classe3 Wel,y; Classe 4 weff,y);
• fy : tensão de cedência do aço;
• Zj: depende do grau de assimetria da secção em relação ao eixo y.

Cálculo de Zj:
O valor de βj é determinado com base nas seguintes equações alternativas:

Quando βf > 0,5:


z 0,8 2β 1 (Eq. 33)

Quando βf ≤ 0,5:
z 1,0 2β 1 (Eq. 34)

O valor de βf é função da inércia do banzo comprimido em relação ao eixo de menor inércia da viga
(Ifc) e da inércia do banzo tracionado em relação ao eixo de menor inércia da viga (Ift) e toma o
seguinte valor:
I
β (Eq. 35)
I I

O valor de hs é a distância entre os centros de corte dos banzos. Zj toma valor positivo quando o banzo
de maior inércia Iz é o banzo comprimido.

33
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

4.3 Interacção de esforços


4.3.1 Esforços de flexão e axiais sem encurvadura [EC3-1-1: 6.2.9.2]
A interacção de esforços nos diversos elementos estudados nas folhas de cálculo é feita para secções
de classe 3, ou seja, assumindo secções a trabalhar em regime elástico. Segundo o ponto 6.2.9.2 (1)
deve ser satisfeita a seguinte condição:

NE M ,E
1 (Eq. 36)
N ,R M , ,R

Sendo:
• NEd: valor de cálculo do esforço axial actuante;
• Npl,Rd: valor de cálculo do esforço axial resistente da secção bruta;
• My,Ed: valor de cálculo do momento flector actuante;
• Mel,y,Rd: valor de cálculo do momento resistente elástico da secção.

4.3.2 Esforços de flexão e axiais com encurvadura [EC3-1-1: 6.3.3]


A iteração de esforços nos diversos elementos estudados nas folhas de cálculo é feita considerando
secções de classe 3, ou seja, assumindo secções a trabalhar em regime elástico. Segundo o ponto
6.3.3 (4) deve ser satisfeita a seguinte condição:

NE M ,E
χ NR K M ,R 1 (Eq. 37)
γM χLT
γM

O valor de cálculo do coeficiente de iteração (KZY) é obtido do anexo B, tabela B.2 para membros
susceptíveis a deformação por torção:

(Eq. 38)

O factor de equivalência a um momento flector uniforme (CmLT) é obtido da tabela B.3 do mesmo
anexo, para Ψ=0, e toma o seguinte valor:

C LT 0,6 0,4ψ 0,4

Sendo:
• NEd: valor de cálculo do esforço axial actuante;
• NRk: valor característico do esforço axial resistente;
• My,Ed: valor de cálculo do momento flector actuante;
• My,Rk: valor característico do momento resistente elástico da secção;
• χZ: factor de redução da resistência à encurvadura por compressão em torno do eixo Z;
• χLT: factor de redução da resistência à encurvadura lateral;
• γM1: coeficiente de segurança para fenómenos de instabilidade elástica.

34
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

4.4 Dimensionamento de ligações aparafusadas


4.4.1 Geometria [EC3-1-8: tabela 3.3]

Figura 14 – Nomenclatura utilizada no afastamento dos parafusos.

Os espaçamentos dos parafusos devem respeitar a seguinte tabela:

Tabela 10 – Resumo da tabela 3.3 do EC3-1-8:


Espaçamento Mínimo Máximo
e1 1.2*d0 4*t+40mm
e2 1.2*d0 4*t+40mm
p1 2.2*d0 min [14t; 200mm]
p2 2.4*d0 min [14t; 200mm]

Sendo:
• e1 : Distância do parafuso ao bordo da chapa na direcção do esforço;
• e2 : Distância do parafuso ao bordo da chapa na direcção perpendicular ao esforço;
• p1 : Afastamento dos parafusos na direcção do esforço;
• p2 : Afastamento dos parafusos na direcção perpendicular ao esforço;
• d0 : Diâmetro do furo para o parafuso;
• t : Espessura mínima dos elementos a unir.
Estes espaçamentos procuram garantir um bom comportamento da ligação nos seguintes
aspectos:
• Fenómenos de Instabilidade local das chapas;
• Distribuição desigual de cargas pelos parafusos;
• Corrosão da ligação;
• Esmagamento da chapa pelos parafusos.

35
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

4.4.2 Resistência ao corte dos parafusos [EC3-1-8: tabela 3.4]


O valor de cálculo da resistência ao corte de um parafuso (Fv,Rd), por plano de corte, é:

(Eq. 39)

com o valor αv obtido da seguinte tabela:

Tabela 11 – Parte da tabela 3.4 do EC3-1-8:

Plano de corte Zona roscada do parafuso Zona não roscada do parafuso


Classe do parafuso 4.6; 5.6; 8.8 4.8; 5.8; 6.8; 10.9 Todas
αV 0.6 0.5 0.6

Sendo:
• fub : tensão de rotura do parafuso;
• A: área do parafuso no plano de corte
A = Anom se plano de corte atravessa a zona não roscada do parafuso;
A = As se plano de corte atravessa a zona roscada do parafuso;
• γM2 : coeficiente de segurança para a resistência de secções em rotura.

Figura 15 – Planos de corte dos parafusos e esmagamento da chapa.


(Manual de Ligações Metálicas, 2003)

Nota 1: Os parafusos cujo plano de corte passa na zona roscada do parafuso e têm um
comportamento mecânico bastante frágil (a diferença entre a tensão de rotura e a de
cedência é muito reduzida) tomam um valor de αv = 0.5. Caso contrário, o valor de αv = 0.6
~

Nota 2: Em obra, é necessário um rigoroso controlo para garantir a colocação adequada de
parafusos de rosca parcial cujo plano de corte passa pela zona não roscada. Pelo lado da
segurança deverá ser assumido que o plano de corte passa pela zona roscada do parafuso.

36
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

4.4.3 Resistência ao esmagamento das chapas [EC3-1-8: tabela 3.4]


O valor de cálculo da resistência ao esmagamento da chapa (Fb,Rd) é obtido da seguinte
fórmula:

(Eq. 40)

com o coeficiente αb obtido de:

α ; ; ;1 (Eq. 41)

e o coeficiente k1 obtido de:

k min 2,8 1,7; 1,4 1,7; 2,5 (Eq. 42)

sendo:
• e1: distância do parafuso ao bordo da chapa na direcção do esforço;
• fu: tensão de rotura do aço;
• fub: tensão de rotura do parafuso;
• d: diâmetro nominal do parafuso;
• d0: diâmetro do furo para o parafuso;
• t: espessura de um elemento;
• γM2: coeficiente de segurança para a resistência de secções em rotura;
• p1: afastamento dos parafusos na direcção do esforço.

Figura 16 – Esmagamento do furo pelo parafuso.


(Manual de Ligações Metálicas, 2003)

37
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

4.4.4 Resistência à tracção de parafusos [EC3-1-8: tabela 3.4]


O valor de cálculo da resistência à tracção dos parafusos (Ft,Rd) é obtido da seguinte equação:

(Eq. 43)

Para parafusos ordinários, o coeficiente K2 toma o valor de 0,9 sendo:


• fub : tensão de rotura do parafuso;
• AS : área do núcleo do parafuso;
• γM2 : coeficiente de segurança para a resistência de secções em rotura.

4.4.5 Resistência ao punçoamento da chapa [EC3-1-8: tabela 3.4]


O valor de cálculo da resistência ao punçoamento da chapa pelos parafusos (Bp,Rd) é obtido da
seguinte equação:

(Eq. 44)

Sendo:
• dm: diâmetro médio da cabeça do parafuso;
• tp: menor espessura das chapas atravessadas;
• fu : tensão de rotura da chapa;
• γM2 : coeficiente de segurança para a resistência de secções em rotura.

Na seguinte figura são esquematizadas as cargas de tracção e punçoamento nos parafusos:

Figura 17 – Tracção e punçoamento em parafusos solicitados à tracção.


(Manual de Ligações Metálicas, 2003)

38
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

4.4.6 Resistência dos parafusos corte+tracção [EC3-1-8: tabela 3.4]


A verificação da resistência dos parafusos aos esforços combinados de corte e tracção deve
ser feito com a seguinte equação:

(Eq. 45)

Sendo:
• FV,Ed: valor de cálculo do esforço transverso actuante;
• FV,Rd: valor de cálculo do esforço transverso resistente;
• Ft,Ed: valor de cálculo do esforço de tracção actuante;
• Ft,Rd: valor de cálculo do esforço de tracção actuante.

4.4.7 Juntas longas [EC3-1-8: 3.8]


Numa ligação, caso os parafusos (de diâmetro d) mais extremos estejam afastados uma
distância Lj≥15*d, a resistência da ligação (FV,Rd) é reduzida para βLf*FV,Rd, com βLf tomando o
valor de:

(Eq. 46)

estando no entanto limitado a:

e
(Eq.47)

Figura 18 – Juntas longas.

4.4.8 Resistência ao escorregamento de parafusos [EC3-1-8: 3.9]


Para parafusos de classe 8.8 e 10.9, o valor do pré-esforço (Fp,C) a aplicar a um parafuso de
área As e uma tensão de rotura fub é:

(Eq. 48)
A resistência ao escorregamento desses parafusos é:

(Eq. 49)

39
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Sendo:
• ks: função do tipo de furo (ver tabelas seguintes);
• n: número de superfícies de fricção;
• μ: coeficiente de atrito (ver tabelas seguintes);
• γM3: coeficiente de segurança para ligações resistentes ao escorregamento em ELU.

Tabela 12 – Valores de Ks:


Descrição Ks
Parafusos em furos normalizados. 1,00
Parafusos em furos de diâmetro superior ao nominal ou ovalizados curtos com o eixo da
0,85
ovalização perpendicular à direcção da carga.
Parafusos ovalizados longos com o eixo da ovalização perpendicular à direcção da carga. 0,70
Parafusos ovalizados curtos com o eixo da ovalização paralelo à direcção da carga. 0,76
Parafusos ovalizados longos com o eixo da ovalização paralelo à direcção da carga. 0,63

Tabela 13 – Valores de μ:
Descrição μ
Superfícies decapadas com granalha ou areia e metalizadas com um composto à base de
0,5
zinco e que garanta um coeficiente de atrito não menor que 0,5.
Superfícies decapadas com granalha ou areia e pintadas com um silicato alcalino de
0,4
zinco que produz uma capa de espessura 50-80 μm.
Superfícies limpas com uma escova de aço, com eliminação de partes oxidadas. 0,3
Superfícies não tratadas. 0,2

No caso de esforços combinados de tracção e corte, a resistência ao escorregamento toma os


seguintes valores:

• Escorregamento em serviço

(Eq. 50)

Sendo Ft,Ed,ser o valor de cálculo do esforço de tracção em serviço;

• Escorregamento ELU

(Eq. 51)
Sendo Ft,Ed o valor de cálculo do esforço de tracção em ELU.

40
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

4.4.9 Resistência à rotura em bloco [EC3-1-8: 3.10.2]


A rotura em bloco consiste na rotura por corte ao longo de uma coluna de parafusos
acompanhada por uma rotura por tracção ao longo de uma linha de parafusos, definindo um
bloco resistente.

Figura 19 – Exemplo de linhas de rotura em bloco.

a) No caso de um carregamento concêntrico, o valor de cálculo da resistência à rotura em


bloco (Veff,1,Rd) é obtido da seguinte equação:

f A f A
V , ,R
 γM  √3γM
(Eq. 52)

b) No caso de um carregamento excêntrico, o valor de cálculo da resistência à rotura em


bloco (Veff,2,Rd) é obtido da seguinte equação:

A A
V , ,R 0,5 (Eq. 53)
 M  √ M

Sendo:
• fy: tensão de cedência do aço;
• fu: tensão de rotura do aço;
• γM0: coeficiente de segurança para a resistência de secções;
• γM2: coeficiente de segurança para a resistência de secções em rotura;
• Ant: área útil resistente à tracção;
• Anv: área útil resistente ao corte.

41
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

4.5 Dimensionamento de cordões de soldadura


Nesta secção é abordado o dimensionamento de cordões em ângulo.

4.5.1 Geometria dos cordões [EC3-1-8]


Os cordões de soldadura deverão respeitar as seguintes características geométricas básicas:

Tabela 14 – Geometria dos cordões de soldadura:


treq 4 mm [EC3-1-8] 4.1 (1) – Espessura mínima dos elementos a ligar
aw,min 3 mm [EC3-1-8] 4.5.2 (2) – Garganta mínima do cordão de soldadura
aw,Max 0.7*tmin 0.7*[menor espessura dos elementos a ligar]
lw,min Max (30 mm; 6*aW) [EC3-1-8] 4.5.1 (2) – Comprimento mínimo do cordão de soldadura
[EC3-1-8] 4.11 (3) – Comprimento máximo do cordão de soldadura sem ser
lW,Max 150*aw necessário aplicar coeficientes de redução da resistência do cordão de
soldadura

4.5.2 Cálculo pelo método simplificado [EC3-1-8: 4.5.3.3]


O valor de cálculo do esforço actuante no cordão de soldadura FW,Ed deve satisfazer a seguinte
condição:

(Eq. 54)

Podendo o valor de cálculo da resistência do cordão de soldadura FW,Rd, independentemente


da direcção do esforço, ser obtido da seguinte equação:

FW,R a L (Eq. 55)


√ W M

Figura 20 – Cordão de canto e identificação da dimensão da sua garganta.

Sendo:
• aw: dimensão da garganta do cordão de soldadura;
• Lw: comprimento do cordão de soldadura;
• fu: tensão de rotura do aço;
• γM2: coeficiente de segurança para a resistência de secções em rotura;
• βW: factor de correlação obtido de acordo com a seguinte tabela:

Tabela 15 – Versão simplificada da tabela 4.1 do EC3-1-8:


Classe de aço Factor de correlação βw
S235 0.8
S275 0.85
S355 0.9

42
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

4.6 Ligações estruturais entre secções I ou H


4.6.1 T-stubs à tracção [EC3-1-8: 6.2.4]
Em ligações aparafusadas, os t-stubs podem ser utilizados para avaliar a resistência dos
seguintes componentes:
• Flexão do banzo de um pilar;
• Flexão da chapa de topo;
• Flexão de uma cantoneira;
• Chapa base em flexão devido a tracção.
O comprimento efectivo total (Σleff) de um T-stub equivalente é tal que a resistência do seu banzo é
equivalente à resistência da componente básica que representa:

Figura 21 – T-stubs equivalents.


(Joints in steel construction – Moment connections, 1995)

Nota: O comprimento efectivo de um T-stub equivalente não corresponde necessariamente


ao comprimento físico da componente que representa.

A resistência deste elemento é calculada com base em 3 possíveis modos de rotura, ilustrados
na seguinte figura:

Figura 22 – Modos de rotura do T-stub.


(Joints in steel construction – Moment connections, 1995)

43
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Na figura anterior está representado o efeito de alavanca (Q) que se desenvolve na ligação. Este
efeito é levado em conta nas fórmulas de cálculo da resistência do T-stub.
De seguida é apresentada a formulação que serve de base para o cálculo do momento resistente por
flexão da chapa:

Figura 23 – Diagrama de momentos para modo 1.

Figura 24 – Diagrama de momentos para modo 2.

Caso surjam as forças de alavanca, existem os 3 modos de rotura já referidos. Caso não se mobilizem
estas forças são desenvolvidos apenas 2 modos. O cálculo da resistência do T-stub (FT,Rd) em ambos os
casos segue a formulação tabelada:

Tabela 16 – Valores da resistência do T-stub:

44
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Sendo:
• Lb : espessura dos elementos a ligar (espessura das chapas e anilhas mais metade da
altura da porca e cabeça do parafuso).

, A
• L ∑
(Eq. 56)
,

• Momento resistente para o modo 1: M , ,R 0,25 ∑ l , t f γM (Eq. 57)

• Momento resistente para o modo 2: M , ,R 0,25 ∑ l , t f γM (Eq. 58)

• A dimensão “m” toma os seguintes valores:

Para a chapa de topo:


m 0,5 p t , 2 0,8 a √2 (Eq. 59)

Para o perfil de suporte:


m 0,5 p t , 2 0,8 r √2 (Eq. 60)

• n min e , 1,25 m ;
• Ft,Rd : resistência à tracção de um parafuso;
• ΣFt,Rd : resistência à tracção de todos os parafusos no t-stub;
• ΣLeff,1: valor de ΣLeff para o modo 1;
• ΣLeff,2: valor de ΣLeff para o modo 2.

Nas figuras seguintes estão representados os valores de emin e m e tf a utilizar nas expressões
anteriores:

Figura 25 – e, emin, rc e m para chapa de topo mais estreita que o banzo.

45
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Figura 26 – e, emin, rc e m para chapa de topo mais larga que o banzo.

Figura 27 – Geometria de chapas estendidas

Nas tabelas seguintes são definidos os valores de leff para os diferentes casos abordados pelo
eurocódigo:

Tabela 17 – Banzo do pilar sem rigidizador:

46
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Tabela 18 – Banzo do pilar com rigidizador:

Tabela 19 – Chapa de topo:

47
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

O valor de α é obtido com base na seguinte figura:

Figura 28 – Determinação do valor de α.

A determinação da resistência das diversas filas de parafusos é esquematizado na seguinte figura:

Figura 29 – Determinação da resistência potencial das filas de parafusos.

48
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

4.6.2 Resistência ao corte da alma do pilar [EC3-1-8: 6.2.6.1]


Para uma ligação viga/pilar unilateral (ligação apenas de uma viga ao pilar), com uma
esbeltez da alma do pilar limitada a 69 , a resistência ao corte da alma do pilar ( , )
toma o seguinte valor:

, . , A
V ,R (Eq. 61)
√ M

Sendo:
• fy,wc: tensão de cedência do aço da alma do pilar;
• Avc: área do corte do pilar;
• γM0: coeficiente de segurança para o dimensionamento de secções.

Caso existam rigidizadores na alma do pilar, colocados nos alinhamentos do banzo


traccionado e comprimido da viga, o valor , pode ser aumentado de , ,  obtido da
seguinte equação:

.M , ,R
V , ,R (Eq. 62)

No entanto, O valor de Vwp,add,Rd não pode ultrapassar:

.M , ,R .M , ,R
V , ,R (Eq. 63)

Sendo:
• d : distância entre eixos de rigidizadores;
• M , ,R : resistência plástica à flexão dos banzos das vigas;
• M , ,R : resistência plástica à flexão do rigidizador.
4.6.3 Resistência à compressão da alma do pilar [EC3-1-8: 6.2.6.2]
A resistência à compressão de uma alma de pilar sem rigidizadores (Fc,wc,Rd) toma o menor dos
seguintes valores:

(Eq. 64)

(Eq. 65)

Sendo:
• ω: factor de redução para interacção com corte na alma do pilar;
Para β = 1, ω toma o valor de ω1:

(Eq. 66)

49
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

• Avc: área do corte do pilar;


• beff,c,wc: largura efectiva da alma à compressão.

Para ligações aparafusadas com chapa de topo beff,c,wc toma o seguinte valor:

(Eq. 67)

Sendo:
• sp: valor obtido para uma dispersão a 45º através da chapa de topo;
• tfb: espessura do banzo da viga;
• ap: cordão de soldadura banzo da viga/chapa de topo;
• tfc: espessura do banzo da viga;
• s: rc = raio alma/banzo do pilar.

• ρ toma um dos seguintes valores:


Para 0,72  ã   1 (Eq. 68)

Para 0,72  ã   0,2 / (Eq. 69)

Sendo:

(Eq. 70)

Para perfis laminados dwc é calculado de acordo com a seguinte equação:

(Eq. 71)

• kwc é assumido 1 para , 0,7 , (Eq. 72)

4.6.4 Resistência à tracção transversa da alma de um pilar [EC3-1-8: 6.2.6.3]


O valor de cálculo da resistência à tracção de uma alma sem rigidizadores (FT,wc,Rd) é
determinada na seguinte formula:

(Eq. 73)

Sendo:
• ω : valor de redução para a iteração com o corte no painel da alma (tabela 6.3 do EC3-
1-8);
• beff,t,wc: largura efectiva da alma da viga a resistir à tracção. Para ligações
aparafusadas toma o valor de leff do T-stub do banzo da viga;
• twc: espessura da alma da viga;
• fy,wc: tensão de cedência da alma do pilar.

50
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

No caso específico de uma ligação unilateral viga-pilar, ω toma o valor de ω1 para β=1:

(Eq. 74)

Sendo:
• Avc: Área de corte do pilar;
• β: Parâmetro de transformação, obtido na seguinte tabela:

Tabela 20 – Tabela 5.4 EC3-1-8 – Valores de β:

Para ligações viga/viga e bases de pilares ω toma o valor de 1.

51
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

4.6.5 T-stubs de chapas base à compressão [EC3-1-8: 6.2.5]


A tensão resistente à compressão da união (fjd) toma o valor:

(Eq. 75)

Sendo:
• βj: coeficiente em função do material da junta. Este coeficiente toma o valor de 2/3 caso:
- A espessura do grout não ultrapasse 50mm;
- A espessura do grout não ultrapasse 20% da menor dimensão da chapa;
- A resistência característica do grout seja superior a 20% da resistência característica
do betão.
• fcd: valor de cálculo da tensão resistente do betão à compressão;
• α: valor que tem a conta a capacidade de difusão das cargas dentro do betão e toma o
valor de:

(Eq. 76)

Sendo:
df: altura da fundação;
hp: altura do perfil;
bp: largura do perfil;
eh: distância entre caras exteriores de perfil e fundação na direcção da
dimensão hp do perfil;
eb: distância entre caras exteriores de perfil e fundação na direcção da
dimensão bp do perfil.

Figura 30 – Difusão das cargas de compressão dentro do betão.


(NCCI: Design model for simple column bases- axially loaded I section columns, 2005)

A dimensão da área de compressão por baixo da chapa base é a dimensão do perfil acrescida
de uma largura adicional (c). Essa largura adicional toma o valor de:

(Eq. 77)

Sendo:
• fy: tensão de cedência do aço;
• γM0: Coeficiente de segurança para o dimensionamento de secções.

52
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Sob essa área a carga é considerada uniformemente distribuída:

Figura 31 – Distribuição das cargas por baixo do perfil.

O valor de “c” está também limitado pela dimensão física da chapa base:

Figura 32 – Influência da dimensão física da chapa base na área efectiva.


(NCCI: Design model for simple column bases- axially loaded I section columns, 2005)

A área efectiva de compressão é determinada com base no comprimento efectivo “c”. Este
valor limita as tensões no betão a valores admissíveis sob a placa de base ao restringir as
deformações da placa a um comportamento elástico. Como “efeito secundário”, a tensão de
cedência do aço da chapa base não é excedida.

4.6.6 Resistência à compressão do banzo/alma da viga [EC3-1-8: 6.2.6.7]


A resultante da resistência à compressão do banzo é considerada a actuar a meia espessura
do banzo da viga, tomando o valor de cálculo da resistência à compressão da alma e do banzo
da viga ( , , ) o seguinte valor:

M ,R
F ,f ,R (Eq. 78)
f

Sendo:
• Mc,Rd: valor de cálculo da resistência à flexão da viga;
• h: altura da viga;
• tfb: espessura do banzo da viga.

53
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

4.6.7 Momento resistente de bases de pilares [EC3-1-8: 6.2.8.3]


O momento resistente de bases de pilares é calculado de acordo com a seguinte tabela:

Tabela 21 – Valor do momento flector resistente:

Sendo:
• FT.l,Rd: resistência à tracção do lado esquerdo da união;
• FT,r,Rd: resistência à tracção do lado direito da união;
• FC,l,Rd: resistência à compressão do lado esquerdo da união;
• FC,r,Rd: resistência à compressão do lado direito da união.

O significado geométrico dos parâmetros “z” pode ser visto na seguinte figura:

54
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Figura 33 – Geometria de uma chapa base encastrada.

Segundo a anterior figura, os parâmetros tomam o seguinte valor:


• ZT.l: braço de tracção do lado esquerdo da união;
• ZT,r: braço de tracção do lado direito da união;
• ZC,l: braço de compressão do lado esquerdo da união;
• ZC,r: braço de compressão do lado direito da união;
• Z: soma do braço do lado esquerdo com o braço do lado direito.

55
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

4.7 Interacção com o betão


4.7.1 Resistência por aderência de chumbadouros [EC2-1-1: 8.4.2]
A resistência última por aderência (fbd) de um chumbadouro nervurado embebido no betão
toma o valor de:

(Eq. 79)

Sendo:
• fctd : Valor de cálculo da resistência à tracção do betão;
• η1: Coeficiente relacionado com a qualidade de aderência obtida e a posição do
chumbadouro durante a betonagem:

η 1 para boas condições de aderência1
η 0,7 para os outros casos

• η2: Coeficiente relacionado com o diâmetro do chumbadouro:

η 1 para  32mm
132
η para  32
100
Caso o chumbadouro não seja nervurado fbd é calculado pela equação anterior sem multiplicar
por 2,25.

4.7.2 Flexão de chumbadouros [ETAG 1997]


A colocar grout sob da chapa base, o chumbadouro é calculado como uma consola. O
comprimento da consola toma o seguinte valor:

e (Eq. 80)

Sendo:
• e1: distância entre a carga de corte e a superfície de betão;
• a3:
a 0,5d no caso geral;
0 no caso de ser colocada uma porca e anilha contra a superfície de betão;
• d: diâmetro nominal do perno.

O momento de dimensionamento do chumbadouro (MEd) toma o seguinte valor:

VE .
ME (Eq. 81)
M

1
Por exemplo, um chumbadouro colocado entre 0º e 45º com a direcção da betonagem, tem
boas condições de aderência.
56
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Sendo:

• VEd: Valor de cálculo do esforço de corte actuante;


• αM: Valor função da liberdade de rotação da ligação (ver figura).

Figura 34 – Comprimento da consola (a) sem porca e (b) com porca contra o betão.
(Guia para aprovação técnica europeia (ETA) de ancoragens metálicas para uso no betão, 1997)

Figura 35 – Valores de αM para perno (a) com liberdade e (b) sem liberdade de rotação.
(Guia para aprovação técnica europeia (ETA) de ancoragens metálicas para uso no betão, 1997)

57
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

4.8 Cálculo da rigidez


4.8.1 Rigidez de bases de pilares encastradas [EC3-1-8: 6.2.8.3]
A rigidez de bases de pilares encastradas é calculada de acordo de acordo com a seguinte
tabela:

Tabela 22 – Rigidez de bases de pilares encastradas:

Sendo:
• kT.l : coeficiente de rigidez à tracção do lado esquerdo da união;
• kT,r : coeficiente de rigidez à tracção do lado direito da união;
• kC,l : coeficiente de rigidez à compressão do lado esquerdo da união;
• kC,r : coeficiente de rigidez à compressão do lado direito da união;
• μ : coeficiente de rigidez.

O coeficiente de rigidez do lado de tracção é a soma do coeficiente de rigidez de flexão da chapa (K15)
e dos chumbadouros (K16). O coeficiente de rigidez do lado de compressão corresponde ao coeficiente
de rigidez do betão (K13). De seguida são quantificados os valores de K13, K15 e k16:

E . .
K ; (Eq. 82)
, .E
, . .
k (sem efeito de alavanca); (Eq. 83)

k 2,0. A /L (sem efeito de alavanca); (Eq. 84)

58
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Sendo:
• beff: largura do T-stub equivalente;
• leff: comprimento do T-stub equivalente;
• tp: espessura da chapa base;
• Lb: comprimento de agarre, igual à soma de 8 vezes o diâmetro nominal do chumbadouro, a
espessura do grout, a espessura da chapa, da anilha e metade da altura da cabeça da porca.
O coeficiente de rigidez μ é obtido de acordo com o seguinte:
2
Se , 3  , então 1 (Eq. 85)

,
, .
Se 2 3
,
, , , então (Eq. 86)
,

4.9 Outras verificações


4.9.1 Ângulo de rotação necessário em ligações articuladas
O ângulo de rotação necessário em ligações articuladas pode ser obtido da seguinte tabela,
para os casos abordados:

Figura 36 – Ângulos de rotação necessários.


(European recommendations for the design of simple joints in steel structures, 2003)

Sendo:
• E: módulo de elasticidade da viga;
• I: momento de inércia da viga;
• L: vão da viga;
• G: majoração das cargas em ELU.
59
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

5 Ligação aparafusada de cantoneiras traccionadas


5.1 Introdução
Este tipo de ligação é normalmente utilizado em diagonais de contraventemento formadas por
cantoneiras cruzadas. Estas cantoneiras, devido à sua elevada esbelteza, são dimensionadas
como tirantes (resistem apenas a esforços de tracção).

5.2 Marcha de cálculo


De seguida é apresentada uma marcha de cálculo para o dimensionamento deste tipo de uniões.

Tabela 23 – Marcha de cálculo da ligação de cantoneiras à tracção:


Componente analisada Ponto do Eurocódigo Comentário
Critérios iniciais de resistência
(1) Valor de cálculo da resistência Verificar se a cantoneira sem furos para a ligação é
da área bruta da cantoneira à EC3-1-1 (6.2.3) capaz de resistir aos esforços de tracção antes de
tracção (XRd ≥ XEd) partir para o dimensionamento da ligação.
(2) Valor de cálculo da resistência Se ao furar a cantoneira, ela já não resiste aos
da área útil da cantoneira à tracção EC3-1-1 (6.2.3) esforços de tracção, é impossível uma união
(XRd ≥ XEd) aparafusada.
Geometria da ligação
(3) Respeitar os espaçamentos
EC3-1-1: tabela 3.3 -
máximos e mínimos dos furos
(4) A espessura da gusset deve ser
no mínimo a espessura das alas da - -
cantoneira
Resistência da ligação
(5) Valor de cálculo da resistência Verificação feita para uma ou duas superfícies de
EC3-1-8: tabela 3.4
ao corte dos parafusos (XRd ≥ XEd) corte.
(6) Valor de cálculo da resistência
da cantoneira ao esmagamento EC3-1-8: tabela 3.4 -
(XRd ≥ XEd)
(7) Valor de calculo da resistência
ao esmagamento da gusset EC3-1-8: tabela 3.4 -
(XRd ≥ XEd)
(8) Valor de cálculo da resistência
EC3-1-8 (4.5.3.3) Verificação feita pelo método simplificado.
do cordão de soldadura (XRd ≥ XEd)
Verificação para Veff,2,Rd:
Ant = [e2-do/2]t
Anv = [e1+(n-1)p1-(n-0.5)d0]t

(9) Valor de cálculo da resistência à


rotura em bloco da cantoneira EC3-1-8 (3.10.2)
(XRd ≥ XEd)

Nota: Aumentando e1, e2 e e3 é possível aumentar o


bloco resistente.
(10) Resistência de cantoneiras
aparafusadas ligadas por uma ala EC3-1-8 (3.10.3) Ver descrição nos capítulos seguintes.
(XRd ≥ XEd)
(11) Hipótese de Whitmore - Ver descrição nos capítulos seguintes.

60
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

5.3 Componentes específicas desta ligação


5.3.1 Resistência de cantoneiras aparafusadas ligadas por uma ala [EC3-1-8:
3.10.3]
A cantoneira é um elemento simétrico ligado assimetricamente, uma vez que os parafusos
unem apenas uma das alas. O valor de cálculo da resistência última da cantoneira à tracção
(Nu,Rd) deve ser calculado de acordo com o ponto 3.10.3 do EC3-1-8. Dependendo do número
de parafusos da união, o valor de cálculo da resistência é calculado com uma das seguintes
fórmulas:

a) Com 1 parafuso:

(Eq. 87)

b) Com 2 parafusos:

(Eq. 88)

c) Com 3 parafusos ou mais:

(Eq. 89)

Sendo:
• e2: distância do parafuso ao bordo da chapa na direcção perpendicular ao esforço;
• d0: diâmetro do furo para o parafuso;
• t: espessura da aba da cantoneira;
• fu: tensão de rotura do aço;
• γM2: coeficiente de segurança para a resistência de secções em rotura;
• Anet: área útil da secção de perfis (no caso de cantoneiras de alas desiguais, deve ser
tomado o valor equivalente ao de uma cantoneira de alas iguais, com a menor
dimensão das duas alas;
• β1 e β2: factores de redução função do afastamento p1 entre parafusos. Para valores
intermédios, os factores podem ser obtidos por interpolação linear:

Tabela 24 – Tabela 3.8 do EC3-1-8:

Nota: De acordo com a tabela 3.8 do EC3-1-8, o valor máximo de βi é 0.7, ou seja, o
dimensionamento estrutural das cantoneiras, quando se tem em vista a utilização de
ligações aparafusadas, já deverá levar em conta uma redução mínima de 30% da resistência
à tracção da área útil da cantoneira.

61
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Na seguinte figura é possível observar a geometria deste tipo de ligação:

Figura 37 – Geometria de cantoneiras ligadas por uma ala.

5.3.2 Hipótese de Whitmore


A hipótese de Whitmore tem como objectivo garantir a resistência da gusset na zona de incorporação
de esforço da cantoneira. De acordo com esta hipótese, deve ser garantido que a área da gusset entre
dois pontos A e B, obtidos traçando duas rectas a 30º desde o parafusos junto ao bordo até ao parafuso
mais interior, é superior à área da cantoneira que a ela liga:

Figura 38 – Geometria da hipótese de Whitmore.

62
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

5.4 Folha de cálculo Excel


De seguida é apresentada a folha de cálculo desenvolvida para o dimensionamento deste tipo de
ligações. O dimensionamento é efectuado segundo o descrito na marcha de cálculo anterior. A
verificação de cada componente é feita de acordo com o indicado nos capítulos anteriores.

Figura 39 – Primeira pestana da folha de cálculo de cantoneiras: entrada de dados e resumo de resultados.

Na primeira pestana a folha de cálculo pede a introdução de:


• Geometria da ligação;
• Materiais a utilizar;
• Valor de cálculo dos esforços actuantes;
• Outros parâmetros de cálculo.

A folha valida a introdução dos dados com uma série de critérios. Esses critérios procuram
garantir o correcto funcionamento da folha e o respeito por alguns pontos do eurocódigo
(nomeadamente geometria). Na primeira pestana é apresentado um resumo dos resultados
obtidos. Em cada resultado é apresentada uma hiperligação para a pestana onde é calculada a
respectiva componente.

63
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

6 Ligação com cavilhas


6.1 Introdução
Esta tipologia é usualmente utilizada em ligações que requerem uma elevada capacidade de
rotação. A cavilha pode ter um diâmetro elevado e não necessita rosca permitindo uma
elevada resistência ao corte. Essa é mobilizada sem recorrer a conjuntos de parafusos que
aumentam os momentos absorvidos pela ligação. É assim obtida uma “rótula perfeita” de
elevada resistência.
Por vezes este tipo de ligação é uma ligação temporária para que, com o auxílio de uma grua,
seja possível içar peças de pesos elevados até à sua posição definitiva. Permite durante o
içado a rotação das cavilhas que ligam os cabos da grua mantendo uma elevada resistência.

6.2 Marcha de cálculo


De seguida é apresentada uma marcha de cálculo para o dimensionamento deste tipo de uniões.

Tabela 25 – Marcha de cálculo da ligação com cavilhas:


Componente analisada Ponto do Eurocódigo Comentário
Geometria da ligação
(1) Requisitos geométricos da
EC3-1-1: tabela 3.9 Análise feita com base numa espessura dada.
ligação
Resistência da ligação
(2) Valor de cálculo da resistência EC3-1-8: tabela 3.10 Verificação feita para parafuso em corte duplo em
ao corte da cavilha Î tabela 3.4 zona não roscado.
(3) Valor de cálculo da resistência Verificação feita para ELU e ELS (caso se pretenda
EC3-1-8: tabela 3.10
ao esmagamento da chapa principal substituir a cavilha).
(4) Valor de calculo da resistência à Verificação feita para ELU e ELS (caso se pretenda
EC3-1-8: tabela 3.10
flexão da cavilha substituir a cavilha).
(5) Verificação de corte + Flexão EC3-1-8: tabela 3.10 -
(6) Limitação da tensão de contacto EC3-1-8 (3.13.2) Verificação da tensão de Hertz.
(7) Verificação da soldadura EC3-1-8 (4.5.3.3) Verificação pelo método simplificado.

6.3 Componentes específicas desta ligação


6.3.1 Geometria da ligação [EC3-1-8: tabela 3.9]
Dado:
• um esforço actuante (FEd);
• uma espessura da chapa principal (t);
• um diâmetro do furo para a cavilha (d0);
• um aço de tensão de cedência conhecida (fy);

é possível definir a distância mínima do furo ao bordo da chapa na direcção do esforço (a) e
na direcção perpendicular ao esforço (c) necessária para garantir a sua resistência. As
equações são apresentadas na seguinte figura:

64
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Figura 40 – Geometria e restrições geométricas da chapa onde liga a cavilha.

Respeitando esta geometria, é possível calcular a resistência da ligação com base no ponto
3.13.2 da parte 8 do EC3.
6.3.2 Resistência ao esmagamento da chapa [EC3-1-8: tabela 3.10]
ELU:
O valor de cálculo da resistência ao esmagamento (Fb,Rd) é obtido da seguinte formulação e
comparado com o valor de cálculo do esforço actuante em ELU (Fb,Ed):

(Eq. 90)

Sendo:
• t: espessura da chapa principal;
• d: diâmetro da cavilha;
• fy: tensão de cedência do aço (mínimo da cavilha e da chapa);
• γM0: Coeficiente de segurança para a resistência de secções.

Nota: Na presença de um único elemento de união, segundo a tabela 3.10 do EC3-1-8, a


resistência da ligação é limitada a 1,5*(…) quando, segundo a tabela 3.4 do EC3-1-8, a
resistência ao esmagamento pode atingir 2,5*(…).

ELS:
O valor de cálculo da resistência ao esmagamento em serviço (Fb,Rd,ser) é obtido da seguinte
formulação e comparado com o valor de cálculo do esforço actuante em ELS (Fb,Ed,ser):

(Eq. 91)

Sendo:
• t: espessura da chapa principal;
• d: diâmetro da cavilha;
• fy: tensão de cedência do aço (mínimo da cavilha e da chapa);
• γM6,ser: coeficiente de segurança para a resistência de cavilhas em serviço.

Esta última verificação é feita apenas nos casos em que se pretende substituir a cavilha.

65
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

6.3.3 Resistência à flexão da cavilha [EC3-1-8: tabela 3.10]


O valor do esforço de cálculo da flexão é obtido considerando uma distribuição de cargas de
acordo com a seguinte figura:

Figura 41 – Distribuição de cargas para obtenção do momento flector actuante.

Esta distribuição de cargas conduz à seguinte formulação:


FE
ME b 4. a. c 2. a (Eq. 92)

ELU:

O valor de cálculo da resistência à flexão (MRd) é obtido da seguinte formulação e comparado


com o valor de cálculo do esforço actuante em ELU (MEd):

(Eq. 93)

Sendo:
• Wel: módulo de flexão elástica da cavilha (πd3/32);
• fyp: tensão de cedência do aço da cavilha;
• γM0: coeficiente de segurança para a resistência de secções.

Nota: 1,5*Wel é inferior à resistência plástica da secção circular (~1,70*Wel)

66
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

ELS:
O valor de cálculo da resistência à flexão em serviço (MRd,ser) é obtido da seguinte formulação
e comparado com o valor de cálculo do esforço actuante em ELS (MEd,ser):

(Eq. 94)

Sendo:
• Wel: módulo de flexão elástica da cavilha (πd3/32);
• fyp: tensão de cedência do aço da cavilha;
• γM0: coeficiente de segurança para a resistência de secções.

Esta última verificação é feita apenas nos casos em que se pretende substituir a cavilha.

Nota: Nesta condição a secção não atinge o limite elástico em nenhuma fibra.

6.3.4 Resistência à flexão + corte da cavilha [EC3-1-8: tabela 3.10]


É feita a seguinte verificação:

(Eq. 95)

Sendo:
• MEd: valor de cálculo do momento flector actuante (ELU);
• MRd: valor de cálculo do momento flector resistente (ELU);
• Fv,Ed: valor de cálculo do esforço de corte actuante (ELU);
• Fv,Rd: valor de cálculo do esforço de corte resistente (ELU).

6.3.5 Limitação da tensão de contacto [EC3-1-8: 3.13.2]


Além das verificações anteriores, no caso de cavilhas substituíveis, deve ser verificada a
seguinte desigualdade (tensão de Hertz):

(Eq. 96)

Com:

(Eq. 97)

Sendo:
• FEd,ser: Valor de cálculo do esforço actuante (ELS);
• d: diâmetro da cavilha;
• d0: diâmetro do furo da cavilha.

67
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

6.4 Folha de cálculo Excel


De seguida é apresentada a folha de cálculo desenvolvida para o dimensionamento deste tipo de
ligações. O dimensionamento é efectuado segundo o descrito na marcha de cálculo anterior. A
verificação de cada componente é feita de acordo com o indicado nos capítulos anteriores.

Figura 42 – Primeira pestana da folha de cálculo de cavilhas: entrada de dados e resumo de resultados.

Na primeira pestana a folha de cálculo pede a introdução de:


• Geometria da ligação;
• Materiais a utilizar;
• Valor de cálculo dos esforços actuantes;
• Outros parâmetros de cálculo.

A folha valida a introdução dos dados com uma série de critérios. Esses critérios procuram
garantir o correcto funcionamento da folha e o respeito por alguns pontos do eurocódigo
(nomeadamente geometria). Na primeira pestana é apresentado um resumo dos resultados
obtidos. Em cada resultado é apresentada uma hiperligação para a pestana onde é calculada a
respectiva componente.

68
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

7 Dupla cantoneira de alma


7.1 Introdução
Este tipo de ligação consiste em duas cantoneiras que unem dois elementos (perfil I, H)
mediante parafusos aparafusados em obra, sem pré-esforçar.

Figura 43 – Ligação com dupla cantoneira de alma.


(Joints in steel construction – Simple connections, 2002)

Este tipo de ligação serve essencialmente para resistir a esforços de corte, podendo no
entanto estar também preparada para resistir a esforços axiais residuais. É uma ligação
articulada pelo que não deverá absorver momento.

7.2 Cálculo
7.2.1 Pressupostos de cálculo
Esta ligação é calculada como articulada. Embora a ligação na realidade absorva momentos,
são tomadas medidas para que eles sejam relativamente pequenos e possam ser desprezados.
As características importantes a garantir numa ligação articulada são a sua capacidade de
rotação e ductilidade.
7.2.2 Capacidade de rotação, ductilidade e estabilidade
A capacidade de rotação foi estudada experimentalmente e no caso destas ligações é
conseguida das seguintes formas:
• Distorção das cantoneiras;
• Escorregamento dos parafusos.
Por uma questão de restrição lateral e torsional são adoptadas as seguintes medidas:
• A chapa deve ser posicionada o mais acima possível;
• A chapa não deve ter uma altura inferior a 60% da altura da viga.
Por uma questão de ductilidade e liberdade de rotação:
• O banzo da viga nunca deverá tocar o perfil de suporte, uma vez que este contacto provoca
que a ligação absorva mais momentos;
• A componente condicionante não pode ser uma componente frágil (por exemplo rotura frágil
dos parafusos ou fenómenos de instabilidade elástica).

69
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

7.2.3 Vantagens/Quando usar


De uma forma geral, as vantagens desta ligação são:
• Fácil de fabricar e pouco onerosa;
• Não necessita de soldaduras;
• Existe margem de ajuste em obra.

7.2.4 Desvantagens/Cuidados a ter


• Não permite uma união aparafusada quando não existe acesso para colocar parafusos no perfil
principal (por exemplo em tubos);
• Em ligações nas faces opostas do mesmo perfil principal (por exemplo da mesma alma), existe
o problema de terem que partilhar parafusos;
• Existem parafusos nas duas distâncias ortogonais o que poderá dificultar o aperto.
7.2.5 Geometria
De seguida é apresentada a geometria deste tipo de ligação:

Figura 44 – Geometria de uma ligação com dupla cantoneira de alma.


(European recommendations for the design of simple joints in steel structures, 2003)

Sendo:
• e2bb: distância horizontal dos parafusos ao bordo do perfil secundário na união ao perfil
secundário;
• e2b: distância horizontal dos parafusos ao bordo da cantoneira na união ao perfil
secundário;
• e2ss: distância horizontal dos parafusos ao bordo do perfil principal na união ao perfil
principal;
• e2s: distância horizontal dos parafusos ao bordo da cantoneira na união ao perfil
principal;
• e1s: distância vertical dos parafusos ao bordo da cantoneira;
• p1s: distância vertical entre os parafusos;
• tc: distância da cantoneira ao perfil de suporte;
• z : excentricidade da ligação.

70
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

7.3 Marcha de cálculo


Nesta secção são descritos os diversos passos para o cálculo da ligação com dupla cantoneira
de alma.

Tabela 26 – Marcha de cálculo da ligação com dupla cantoneira de alma:


Componente analisada Ponto do Eurocódigo Comentário
Sugestões
(0) Número de colunas de
- Ver descrição nos capítulos seguintes.
parafusos a adoptar
Geometria da ligação
(1) Respeitar os espaçamentos
EC3-1-1: tabela 3.3 Verificação da dupla cantoneira e dos perfis.
máximos e mínimos dos furos
Capacidade de rotação
(2) Limitações da altura da
- Ver descrição nos capítulos seguintes.
cantoneira
(3) Rotação permitida:
- Ver descrição nos capítulos seguintes.
Øavailable > ørequired
Ductilidade
(5) Evitar a rotura frágil dos
- Ver descrição nos capítulos seguintes.
parafusos
(6) Evitar fenómenos de
- Ver descrição nos capítulos seguintes.
instabilidade elástica
Resistência da ligação
Verificação feita para um plano de corte. Verificação
(7) Resistência ao corte dos
EC3-1-8: Tabela 3.4 feita na união com o perfil principal e na união com o
parafusos.
perfil secundário.
(8) Resistência ao esmagamento Verificação feita na união com o perfil principal e na
EC3-1-8: Tabela 3.4
da cantoneira união com o perfil secundário.
(9) Resistência ao esmagamento Verificação feita na união com o perfil principal e na
EC3-1-8: Tabela 3.4
da alma união com o perfil secundário.
(10) Resistência ao corte da
[EC3-1-1: 6.2.6] -
cantoneira – Área bruta
(11) Resistência ao corte da
- -
cantoneira – Área útil
(12) Resistência corte da
EC3-1-8: 3.10.2 Considerado um carregamento excêntrico.
cantoneira – rotura em bloco
(13) Resistência à tracção da Verificando se é necessário reduzir a tensão de
EC3-1-1: 6.2.3
cantoneira – Área bruta cedência devido ao efeito do esforço transverso.
(14) Resistência à tracção da
EC3-1-1: 6.2.3 -
cantoneira – Área útil
(15) Resistência à tracção da Considerado um carregamento excêntrico.
EC3-1-8: 3.10.2
cantoneira – rotura em bloco
(16) Resistência à compressão da [EC3-1-1: 6.2.4; Verificando se é necessário reduzir a tensão de
cantoneira – área bruta 6.2.10] cedência devido ao efeito do esforço transverso.
(17) Resistência à flexão da Verificando se é necessário reduzir a tensão de
[EC3-1-1: 6.2.5]
cantoneira – área bruta cedência devido ao efeito do esforço transverso.
(18) Resistência à tracção dos
EC3-1-8: Tabela 3.4 -
parafusos e punçoamento
(19) Iteração corte mais tracção
EC3-1-8: Tabela 3.4 -
nos parafusos
(20) Resistência do T-stub á Verificação feita sem levar em conta o efeito de
EC3-1-8: 6.2.6.6
tracção alavanca.
(21) Resistência ao corte do perfil
[EC3-1-1: 6.2.6] -
secundário – Área bruta
71
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

22) Resistência ao corte do perfil


- -
secundário – Área útil
23) Resistência ao corte do perfil
EC3-1-8: 3.10.2 Considerado um carregamento excêntrico.
secundário – Rotura em bloco
24) Resistência à tracção do perfil Verificando se é necessário reduzir a tensão de
EC3-1-1: 6.2.3
secundário – Área bruta cedência devido ao efeito do esforço transverso.
25) Resistência à tracção do perfil
EC3-1-1: 6.2.3 -
secundário – Área útil
26) Resistência à tracção do perfil Considerado um carregamento excentrico.
EC3-1-8: 3.10.2
secundário – Rotura em bloco
(27) Resistência à compressão o
[EC3-1-1: 6.2.4; Verificando se é necessário reduzir a tensão de
entalhe do perfil secundário –
6.2.10] cedência devido ao efeito do esforço transverso.
área bruta
(28) Resistência à compressão do
entalhe do perfil secundário – [EC3-1-1: 6.3.1.2] Verificação feita apenas para duplo entalhe.
encurvadura
(29) Resistência à flexão do
Verificando se é necessário reduzir a tensão de
entalhe do perfil secundário – [EC3-1-1: 6.2.5]
cedência devido ao efeito do esforço transverso.
área bruta
(30) Resistência à flexão do
entalhe do perfil secundário – [EC3-1-1: 6.3.2.2] Verificação feita apenas para duplo entalhe.
encurvadura
(31) Interacção M+N – com e sem [EC3-1-1: 6.2.9.2] &
fenómenos de instabilidade [EC3-1-1: 6.3.3 (3)] & Considerando secção de classe 3.
elástica [EC3-1-1 Anexo B]
De seguida são explicados alguns aspectos característicos deste tipo de união.

7.3.1 Critérios iniciais de resistência


7.3.1.1 Escolha do número de colunas de parafusos
Existem dois tipos básicos de cantoneiras:
• Com uma fila vertical de parafusos;
• Com duas filas verticais de parafusos.

Figura 45 – Número de fiadas verticais em dupla cantoneira de alma.


(NCCI: Initial sizing of fin plate connections, 2005)

Como primeira aproximação, em função do valor de cálculo do esforço transverso actuante


(VEd), a seguinte tabela recomenda o número de colunas a adoptar:

72
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Tabela 27 – Dupla cantoneira – número recomendado de filas verticais de parafusos:


Intervalo Filas verticais de parafusos
VEd ≤ 0.5Vc,Rd 1
0.75 Vc,Rd ≥ VEd > 0.5Vc,Rd 2
VEd> 0.75Vc,Rd Usar chapa de topo

Sendo Vc,Rd o valor de cálculo do esforço transverso resistente do perfil secundário e calculado de
acordo com o ponto 6.2.6 do EC3-1-1.

7.3.2 Critérios iniciais de capacidade de Rotação:


7.3.2.1 Escolha da altura da cantoneira
A altura da chapa cantoneira (hwc) tem duas restrições:
a) Altura mínima: Deverá ter pelo menos 60% da altura do perfil secundário (h2) para
restringir a rotação deste perfil em torno do seu eixo.
b) Altura máxima: Terá no máximo a distância livre entre raios do perfil secundário (db,2).
Assim é garantido que a cantoneira cabe no perfil secundário e não absorve momentos
por contacto com os banzos.
Com:
h 2 e n 1 p (Eq. 98)

e
d , h 2 t, 2 r (Eq. 99)

7.3.2.2 Ângulo de rotação disponível


O critério a respeitar é que o ângulo de rotação necessário (Ønecessário) é inferior ao
geometricamente disponível (Ødisponível):

í á (Eq. 100)

Caso não se verifique, e o banzo do perfil secundário tome contacto com o perfil principal,
aumenta drasticamente o momento flector que se desenvolve na união. De igual forma, essa
compressão é equilibrada com esforços adicionais nos elementos da ligação.

73
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Figura 46 – Contacto e evolução do momento flector.


(European recommendations for the design of simple joints in steel structures, 2003)

Assumindo as seguintes simplificações:


• As cantoneiras mantêm-se indeformadas;
• O centro de rotação localiza-se no centro de gravidade dos parafusos.
O ângulo de rotação disponível pode ser obtido das seguintes condições:

Se Então:

í ∞ (Eq. 101)

Caso contrário φdisponível toma o valor de:

(Eq. 102)

Sendo:
• z: braço da ligação (distância entre a extremidade da cantoneira aparafusada no perfil
principal e o centro de gravidade dos parafusos aparafusados no perfil secundário);
• gh: folga entre o perfil principal e secundário;
• hp: altura da cantoneira;
• he: folga inferior entre a cantoneira e o perfil secundário;
• Ønecessário : ângulo de rotação necessário.

O ângulo de rotação necessário foi já quantificado no capítulo respectivo.

74
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

7.3.3 Critérios iniciais de ductilidade:


Para atingir a resistência de cálculo da ligação, é necessária existir uma redistribuição
plástica interna de esforços, à medida que a ligação roda. Assim devem ser evitados modos de
rotura frágil (corte dos parafusos) ou por encurvadura.

7.3.3.1 Evitar rotura frágil dos parafusos


Para evitar uma rotura frágil dos parafusos deverá ser garantido que a resistência dos
parafusos ao corte (FV,Rd) é superior à resistência ao esmagamento da alma do perfil
secundário (Fb,Rd,w2) ou da cantoneira (Fb,Rd,P):

FV,R min F ,R , ;F ,R ,P (Eq. 103)

7.3.3.2 Evitar fenómenos de instabilidade elástica


Para evitar fenómenos de instabilidade elástica, é garantido que nenhuma das verificações
por instabilidade elástica é a componente crítica da ligação.

7.3.4 Verificação da resistência


7.3.4.1 Modelo de cálculo
A ligação estudada é do tipo articulado:

Figura 47 – Modelo de cálculo da ligação com dupla cantoneira de alma.

A nível do modelo de cálculo da própria ligação, é assumido o seguinte:


• A articulação encontra-se na união aparafusada das cantoneiras com o perfil principal
(momento actuante nulo), estando garantida a continuidade entre o perfil secundário e
a chapa cantoneira pelos parafusos (terão que resistir ao momento gerado pela
excentricidade da ligação).

75
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

7.3.4.2 Corte dos parafusos e esmagamento da cantoneira/alma


A distribuição das cargas pelos distintos parafusos é obtida dos seguintes esquemas e
equações:

Figura 48 – Distribuição das cargas na ligação com dupla cantoneira de alma.

• Esforços nos parafusos devido ao esforço axial actuante

Devido ao esforço axial, resulta um esforço horizontal por parafuso (HNE ):

NE
HNE (Eq. 104)

• Esforços nos parafusos devido ao esforço transverso actuante


Devido ao esforço transverso, resulta um esforço vertical por parafuso ( ):

VE
VVE (Eq. 105)

76
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

• Esforços nos parafusos devido ao momento flector absorvido pela união:


O esforço por parafuso (Fi) devido ao momento flector (MEd =VEd*Z) é proporcional (constante
K) à sua distância ao centro de gravidade dos parafusos (di):
(1)
F K d (Eq. 106)

Da equação de equilíbrio dos momentos, para “n” parafusos, obtemos:


(2)
ME ∑ F d ME ∑ K d d ME K ∑ d (Eq. 107)

Sendo di função das coordenadas xi e yi do parafuso em relação ao centro de gravidade do


conjunto de parafusos:

(3)
d x y (Eq. 108)

Das equações (2) e (3) obtém-se o valor da constante K:

ME (4)
K ∑
(Eq. 109)

Com as equações (1) e (4), deduz-se o esforço em cada parafuso devido ao momento
absorvido pela ligação:

ME
F K d , com K ∑
(Eq. 110)

Após rebater os esforços devido ao momento para os eixos X e Y, a totalidade dos esforços em
cada parafuso é a soma vectorial de:

H HNE HME (Eq. 111)

V   VVE VME (Eq. 112)

Sendo:
• i: posição do parafuso na fila i;
• j: posição do parafuso na coluna j;
• xi: coordenada em x do parafuso em relação ao centro de gravidade dos parafusos (G);
• yi: coordenada em y do parafuso em relação ao centro de gravidade dos parafusos (G);
• n1: número de linhas de parafusos;
• n2: número de colunas de parafusos;
• K: coeficiente de distribuição.

77
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

7.4 Folha de cálculo Excel


De seguida é apresentada a folha de cálculo desenvolvida para o dimensionamento deste tipo de
ligações. O dimensionamento é efectuado segundo o descrito na marcha de cálculo anterior. A
verificação de cada componente é feita de acordo com o indicado nos capítulos anteriores.

Figura 49 – Primeira pestana da folha de cálculo de cantoneira: entrada de dados e resumo de resultados.

Na primeira pestana a folha de cálculo pede a introdução de:


• Geometria da ligação;
• Materiais a utilizar;
• Valor de cálculo dos esforços actuantes;
• Outros parâmetros de cálculo.

A folha valida a introdução dos dados com uma série de critérios. Esses critérios procuram
garantir o correcto funcionamento da folha e o respeito por alguns pontos do eurocódigo
(nomeadamente geometria). Na primeira pestana é apresentado um resumo dos resultados
obtidos. Em cada resultado é apresentada uma hiperligação para a pestana onde é calculada a
respectiva componente.
78
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

8 Chapa Gusset
8.1 Introdução
Este tipo de ligação consiste numa chapa soldada em fábrica no perfil de suporte (perfil I, H
ou tubos) e aparafusada em obra, sem pré-esforçar parafuso, no perfil suportado (perfil I ou
H).

Figura 50 – Geometria de uma chapa gusset.


(Joints in steel construction – Simple connections, 2002)

Este tipo de ligação serve essencialmente para resistir a esforços de corte, podendo no
entanto estar também preparada para resistir a esforços axiais residuais. É uma ligação
articulada pelo que não deverá absorver momento.

8.2 Cálculo
8.2.1 Pressupostos de cálculo
Esta ligação é calculada como articulada. Embora a ligação na realidade absorva momentos,
são tomadas medidas para que eles sejam relativamente pequenos e possam ser desprezados.
As características importantes a garantir numa ligação articulada são a sua capacidade de
rotação e ductilidade.
8.2.2 Capacidade de rotação, ductilidade e estabilidade
A capacidade de rotação foi estudada experimentalmente e no caso destas ligações é
conseguida das seguintes formas:
• Distorção dos furos;
• Flexão da gusset fora do plano dos esforços;
• Deformação por corte dos parafusos.
Além disso, por uma questão de restrição lateral e torsional são adoptadas as seguintes
medidas:
• A chapa deve ser posicionada o mais acima possível;
• A chapa não deve ter uma altura inferior a 60% da altura da viga.
Por uma questão de ductilidade e liberdade de rotação:
• O banzo da viga nunca deverá tocar o perfil de suporte, uma vez que este contacto provoca
que a ligação absorva mais momentos;
• A componente condicionante não pode ser uma componente frágil (por exemplo rotura frágil
dos parafusos, soldadura ou fenómenos de instabilidade elástica).
79
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

8.2.3 Vantagens/Quando usar


De uma forma geral, as vantagens desta ligação são:
• Permitir uma união aparafusada quando não existe acesso para colocar parafusos no perfil
principal (por exemplo em tubos);
• Em ligações nas faces opostas do mesmo perfil principal (por exemplo da mesma alma), não
existe o problema de terem que partilhar parafusos;
• Fácil de fabricar e pouco onerosa.

Figura 51 – Gusset soldada num tubo.


(Joints in steel construction – Simple connections, 2002)

8.2.4 Desvantagens/Cuidados a ter


• Não existe muita margem de ajuste em obra;
• Poderão ser necessários cuidados para ser possível a sua montagem;
• A gusset, sendo um elemento esbelto soldado em perfis, é um elemento que, poderá empenar
em caso de um transporte deficiente.

Figura 52 – Entalhe para tornar possível a montagem da viga.


(Joints in steel construction – Simple connections, 2002)

80
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

8.2.5 Geometria
De seguida é indicada a geometria da união:

Figura 53 – Gusset com uma ou duas fiadas de parafusos.


(NCCI: Initial sizing of fin plate connections, 2005)

Sendo:
• e1: distância vertical dos parafusos ao bordo da chapa gusset;
• e1,b: distância vertical dos parafusos ao bordo do perfil secundário;
• e2: distância horizontal dos parafusos ao bordo da chapa gusset;
• e2,b: distância horizontal dos parafusos ao bordo do perfil secundário;
• p1: distância vertical entre os parafusos;
• P2: distância horizontal entre os parafusos;
• hp: altura da chapa gusset;
• bp: comprimento da chapa gusset;
• gh: folga horizontal entre o perfil secundário e principal;
• gv: folga vertical entre a extremidade superior da chapa gusset e do perfil secundário;
• he: folga vertical entre a extremidade inferior da chapa gusset e do perfil secundário;
• a: garganta do cordão de soldadura;
• z: excentricidade da ligação;
• n2: número de colunas de parafusos;

81
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

8.3 Marcha de cálculo:


Nesta secção são descritos os diversos passos para o cálculo da ligação com chapa gusset.

Tabela 28 – Marcha de cálculo da ligação com chapa gusset:


Componente analisada Ponto do Eurocódigo Comentário
Sugestões
(0) Número de colunas de
- Ver descrição nos capítulos seguintes.
parafusos a adoptar
Geometria da ligação
(1) Respeitar os espaçamentos
EC3-1-1: tabela 3.3 Verificação na chapa gusset e no perfil secundário.
máximos e mínimos dos furos
Capacidade de rotação
(2) Limitações da altura da chapa
- Ver descrição nos capítulos seguintes.
gusset
(3) Rotação permitida:
- Ver descrição nos capítulos seguintes.
Øavailable > ørequired
Ductilidade
(4) Cordão de soldadura de EC3-1-1: 6.2.3 & EC3-
Ver descrição nos capítulos seguintes.
resistência total 1-8: 4.5.3.3
(5) Evitar a rotura frágil dos
- Ver descrição nos capítulos seguintes.
parafusos
(6) Evitar fenómenos de
- Ver descrição nos capítulos seguintes.
instabilidade elástica
Resistência da ligação
(7) Resistência ao corte dos
EC3-1-8: Tabela 3.4 Verificação feita para um plano de corte.
parafusos
(8) Resistência ao esmagamento Verificação feita para o esmagamento horizontal e
EC3-1-8: Tabela 3.4
da gusset vertical.
(9) Resistência ao esmagamento Verificação feita para o esmagamento horizontal e
EC3-1-8: Tabela 3.4
da alma do perfil suportado vertical.
(10) Resistência ao corte da
[EC3-1-1: 6.2.6] -
gusset – Área bruta
(11) Resistência ao corte da
- -
gusset – Área útil
(12) Resistência corte da gusset –
EC3-1-8: 3.10.2 Considerado um carregamento excêntrico.
rotura em bloco
(13) Resistência à tracção da Verificando se é necessário reduzir a tensão de
EC3-1-1: 6.2.3
gusset – Área bruta cedência devido ao efeito do esforço transverso.
(14) Resistência à tracção da
EC3-1-1: 6.2.3 -
gusset – Área útil
(15) Resistência à tracção da Considerado um carregamento excentrico.
EC3-1-8: 3.10.2
gusset – rotura em bloco
(16) Resistência à compressão da [EC3-1-1: 6.2.4; Verificando se é necessário reduzir a tensão de
gusset – área bruta 6.2.10] cedência devido ao efeito do esforço transverso.
(17) Resistência à compressão da
[EC3-1-1: 6.3.1.2] -
gusset – encurvadura
(18) Resistência à flexão da gusset Verificando se é necessário reduzir a tensão de
[EC3-1-1: 6.2.5]
– área bruta cedência devido ao efeito do esforço transverso.
(19) Resistência à flexão da gusset
[EC3-1-1: 6.3.2.2] -
– encurvadura
(20) Interacção M+N – com e sem [EC3-1-1: 6.2.9.2] &
fenómenos de instabilidade [EC3-1-1: 6.3.3 (3)] & Considerando secção de classe 3.
elástica [EC3-1-1 Anexo B]
(21) Resistência ao corte do perfil
[EC3-1-1: 6.2.6] -
secundário – Área bruta
82
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

22) Resistência ao corte do perfil


- -
secundário – Área útil
23) Resistência ao corte do perfil
EC3-1-8: 3.10.2 Considerado um carregamento excêntrico.
secundário – Rotura em bloco
24) Resistência à tracção do perfil Verificando se é necessário reduzir a tensão de
EC3-1-1: 6.2.3
secundário – Área bruta cedência devido ao efeito do esforço transverso.
25) Resistência à tracção do perfil
EC3-1-1: 6.2.3 -
secundário – Área útil
26) Resistência à tracção do perfil Considerado um carregamento excentrico.
EC3-1-8: 3.10.2
secundário – Rotura em bloco
(27) Resistência à compressão o
[EC3-1-1: 6.2.4; Verificando se é necessário reduzir a tensão de
entalhe do perfil secundário –
6.2.10] cedência devido ao efeito do esforço transverso.
área bruta
(28) Resistência à compressão do
entalhe do perfil secundário – [EC3-1-1: 6.3.1.2] Verificação feita apenas para duplo entalhe.
encurvadura
(29) Resistência à flexão do
Verificando se é necessário reduzir a tensão de
entalhe do perfil secundário – [EC3-1-1: 6.2.5]
cedência devido ao efeito do esforço transverso.
área bruta
(30) Resistência à flexão do
entalhe do perfil secundário – [EC3-1-1: 6.3.2.2] Verificação feita apenas para duplo entalhe.
encurvadura
(31) Interacção M+N – com e sem [EC3-1-1: 6.2.9.2] &
fenómenos de instabilidade [EC3-1-1: 6.3.3 (3)] & Considerando secção de classe 3.
elástica [EC3-1-1 Anexo B]

De seguida são explicados alguns aspectos característicos deste tipo de união.

8.3.1 Critérios iniciais de resistência


8.3.1.1 Escolha do número de colunas de parafusos
Existem dois tipos básicos de gussets:
• Com uma fila vertical de parafusos;
• Com duas filas verticais de parafusos.

Figura 54 – Tipos de ligações.


(NCCI: Initial sizing of fin plate connections, 2005)

Como primeira aproximação, em função do valor de cálculo do esforço transverso actuante


(VEd) é recomendada a adopção de:

83
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Tabela 29 – Chapa gusset – Número recomendado de filas verticais de parafusos:


Intervalo Filas verticais de parafusos
VEd ≤ 0.5Vc,Rd 1
0.75 Vc,Rd ≥ VEd > 0.5Vc,Rd 2
VEd> 0.75Vc,Rd Usar chapa de topo

Sendo Vc,Rd o valor de cálculo do esforço transverso resistente do perfil secundário e calculado de
acordo com o ponto 6.2.6 do EC3-1-1.

8.3.2 Critérios iniciais de capacidade de Rotação:


8.3.2.1 Escolha da altura da chapa Gusset
A altura da chapa gusset (hp) tem duas restrições:
a) Altura mínima: Deverá ter pelo menos 60% da altura do perfil secundário (h2) para
restringir a rotação deste perfil em torno do seu eixo.
b) Altura máxima: Terá no máximo a distância livre entre raios do perfil secundário (db,2).
Assim é garantido que a gusset cabe no perfil secundário e não absorve momentos por
contacto com os banzos.
Com:
h 2 e n 1 p (Eq. 113)

e
d , h 2 t, 2 r (Eq. 114)

8.3.2.2 Ângulo de rotação disponível


O critério a respeitar é que o ângulo de rotação necessário (Ønecessário) é inferior ao
geometricamente disponível (Ødisponível):

í á (Eq. 115)

Caso não se verifique, e o banzo do perfil secundário tome contacto com o perfil principal,
aumenta drasticamente o momento flector que se desenvolve na união. De igual forma, essa
compressão é equilibrada com esforços adicionais nos elementos da ligação.

Figura 55 – Contacto e evolução do momento flector.


(European recommendations for the design of simple joints in steel structures, 2003)
84
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Assumindo as seguintes simplificações:


• A chapa gusset mantém-se indeformada;
• O centro de rotação localiza-se no centro de gravidade dos parafusos;
o ângulo de rotação disponível pode ser obtido das seguintes condições:

Se Então:

í ∞ (Eq. 116

Caso contrário φdisponível toma o valor de:

(Eq. 117)

Sendo:
• z: braço da ligação (distância entre a extremidade soldada da gusset e o centro de gravidade
dos parafusos);
• gh: folga entre o perfil principal e secundário;
• hp: altura da chapa gusset;
• he: folga inferior entre a chapa gusset e o perfil secundário;
• Ørequired: ângulo de rotação necessário.

O ângulo de rotação necessário foi já quantificado no capítulo respectivo.

8.3.3 Critérios iniciais de ductilidade:


Para atingir a resistência de cálculo da ligação, é necessária existir uma redistribuição
plástica interna de esforços, à medida que a ligação roda. Assim devem ser evitados modos de
rotura frágil (corte dos parafusos e rotura da soldadura) ou por encurvadura.

8.3.3.1 Escolha do cordão de soldadura – resistência total


Para evitar uma rotura frágil da soldadura, deve ser adoptado uma soldadura de resistência
total, ou seja, com uma resistência igual ou superior à da chapa gusset.
Isso é conseguido relacionando a resistência bruta da gusset [EC3-1-1: 6.2.3] com a
resistência da soldadura pelo método simplificado [EC3-1-8: 4.5.3.3]:

85
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

A.
N ,R (Eq. 2) com A t h  Npl,R
M

FW,R a l , com l 2 h (Eq. 118)


√ W M

Assim obtemos o valor do cordão de soldadura que garante a resistência total da chapa gusset
(aw,fs):

M
a , 0.5 t βW √3 (Eq. 119)
M

Sendo:
• Npl,Rd: valor de cálculo do esforço axial resistente da secção bruta;
• A: área bruta da secção de perfis;
• fy: tensão de cedência do aço;
• γM0: coeficiente de segurança para a resistência de secções;
• aw: espessura da garganta do cordão de soldadura;
• Lw: comprimento do cordão de soldadura;
• fu: tensão de rotura do aço;
• βW: factor de correlação para avaliar a resistência do cordão de soldadura;
• γM2: coeficiente de segurança para a resistência de secções em rotura.

8.3.3.2 Evitar rotura frágil dos parafusos


Para evitar uma rotura frágil dos parafusos deverá ser garantido que a resistência dos
parafusos ao corte (FV,Rd) é superior à resistência ao esmagamento da alma do perfil
secundário (Fb,Rd,w2) ou da chapa gusset (Fb,Rd,P):

FV,R min F ,R , ;F ,R ,P (Eq. 120)

8.3.3.3 Evitar fenómenos de instabilidade elástica


Para evitar fenómenos de instabilidade elástica, é garantido que nenhuma das verificações
por instabilidade elástica é a componente crítica da ligação.

86
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

8.3.4 Verificação da resistência


8.3.4.1 Modelo de cálculo
A ligação estudada é do tipo articulado:

Figura 56 – Ligação considerada articulada.

A nível do modelo de cálculo da própria ligação, poderão ser assumidos dois pressupostos:
• A articulação encontra-se no centro geométrico dos parafusos (momento actuante
nulo), sendo a continuidade da gusset com o perfil de suporte garantida pela soldadura
(terá que resistir ao momento gerado pela excentricidade da ligação);
• A articulação encontra-se na soldadura (momento actuante nulo), estando garantida a
continuidade entre o perfil secundário e a chapa gusset pelos parafusos (terão que
resistir ao momento gerado pela excentricidade da ligação).
Uma vez que a articulação não se encontra claramente em nenhum dos locais, pelo lado da
segurança, é garantido que tanto o conjunto dos parafusos como a soldadura são capazes de
resistir ao momento gerado pela excentricidade da ligação.

8.3.4.2 Soldadura
A resistência da soldadura é calculada de acordo com o método simplificado [EC3-1-8:
4.5.3.3]. O valor da resultante dos esforços transversos e axiais actuantes na soldadura (REd)
é:

RE VE NE (Eq. 121)

O valor de cálculo do momento, por excentricidade da ligação, actuante na soldadura (MEd) é:

ME VE Z (Eq. 122)

O cordão de soldadura é estudado como uma secção com área (aw) e módulo de flexão
elástico (ww) de valor:

A 2 a l (Eq. 123)

W 2 (Eq. 124)

87
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

E cuja tensão actuante na soldadura (fw,Ed) é:

RE ME
f ,E (Eq. 125)
AW W

Por sua vez, a tensão resistente do cordão de soldadura (fw,Rd) é:

f ,R (Eq. 126)
M

Tendo portanto que ser garantido que:

f ,R f ,E (Eq. 127)

Sendo:
• VEd: valor de cálculo do esforço transverso actuante;
• NEd: valor de cálculo do esforço axial actuante;
• Z: braço da ligação;
• aw: garganta do cordão de soldadura;
• lw: comprimento do cordão de soldadura de cada lado da gusset;
• fu: tensão de rotura do aço;
• βW: factor de correlação para avaliar a resistência do cordão de soldadura;
• γM2: coeficiente de segurança para a resistência de secções em rotura.

88
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

8.3.4.3 Corte dos parafusos e esmagamento da gusset/alma


A distribuição das cargas pelos distintos parafusos é obtida dos seguintes esquemas e
equações:

Figura 57 – Ligação com gusset - distribuição das cargas.

• Esforços nos parafusos devido ao esforço axial actuante

Devido ao esforço axial, resulta um esforço horizontal por parafuso ( ):

NE
HNE (Eq. 128)

Esforços nos parafusos devido ao esforço transverso actuante


Devido ao esforço transverso, resulta um esforço vertical por parafuso ( ):

VE
VVE (Eq. 129)

89
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

• Esforços nos parafusos devido ao momento flector absorvido pela união:


O esforço por parafuso (Fi) devido ao momento flector (MEd=VEd*Z) é proporcional (constante
K) à sua distância ao centro de gravidade dos parafusos (di):
(1)
F K d (Eq. 130)

Da equação de equilíbrio dos momentos, para “n” parafusos, obtemos:

(2)
ME ∑ F d ME ∑ K d d ME K ∑ d (Eq. 131)

Sendo di função das coordenadas xi e yi do parafuso em relação ao centro de gravidade do


conjunto de parafusos:

(3)
d x y (Eq. 132)

Das equações (2) e (3) obtém-se o valor da constante K:

ME (4)
K ∑
(Eq. 133)

Com as equações (1) e (4), deduz-se o esforço em cada parafuso devido ao momento
absorvido pela ligação:

ME
F K d , com K ∑
(Eq. 134)

Após rebater os esforços devido ao momento para os eixos X e Y, a totalidade dos esforços em
cada parafuso é a soma vectorial de:

H HNE HME (Eq. 135)

V   VVE VME (Eq. 136)

Sendo:
• i: posição do parafuso na fila i;
• j: posição do parafuso na coluna j;
• xi: coordenada em x do parafuso em relação ao centro de gravidade dos parafusos (G);
• yi: coordenada em y do parafuso em relação ao centro de gravidade dos parafusos (G);
• n1: número de linhas de parafusos;
• n2: número de colunas de parafusos;
• K: coeficiente de distribuição.

90
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

8.4 Folha de cálculo Excel


De seguida é apresentada a folha de cálculo desenvolvida para o dimensionamento deste tipo de
ligações. O dimensionamento é efectuado segundo o descrito na marcha de cálculo anterior. A
verificação de cada componente é feita de acordo com o indicado nos capítulos anteriores.

Figura 58 – Primeira pestana da folha de cálculo de gusset: entrada de dados e resumo de resultados.

Na primeira pestana a folha de cálculo pede a introdução de:


• Geometria da ligação;
• Materiais a utilizar;
• Valor de cálculo dos esforços actuantes;
• Outros parâmetros de cálculo.

A folha valida a introdução dos dados com uma série de critérios. Esses critérios procuram
garantir o correcto funcionamento da folha e o respeito por alguns pontos do eurocódigo
(nomeadamente geometria). Na primeira pestana é apresentado um resumo dos resultados
obtidos. Em cada resultado é apresentada uma hiperligação para a pestana onde é calculada a
respectiva componente.

91
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

9 Chapa de topo flexível

Figura 59 – Exemplo de chapas de topo.


(Joints in steel construction – Simple connections, 2002)

9.1 Introdução
Este tipo de ligação é composto por uma chapa de topo soldada em fábrica na alma da viga.
Em obra esta chapa é aparafusada sem pré-esforço ao perfil de suporte. Esta ligação é do tipo
“articulada”. As características importantes a garantir numa ligação articulada são a sua
capacidade de rotação e ductilidade.

O motivo de adoptar esta tipologia poderá ser:


• Resistência – Esta ligação é a mais resistente do conjunto das ligações: dupla cantoneira, chapa
gusset e chapa de topo flexível;
• Montagem – Esta ligação, ao contrário da dupla cantoneira, não tem parafusos bastante juntos
nas duas direcções perpendiculares. Assim a montagem não é dificultada por este motivo.

Como aspectos negativos, pode-se destacar:


• Fabrico – Esta ligação não é 100% aparafusada, obrigando a soldadura em fábrica, com todos os
custos associados (no entanto, a soldadura é de fácil execução);
• Montagem – A nível de montagem o ajuste que esta ligação permite é mínimo.

92
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

9.2 Cálculo
9.2.1 Pressupostos de cálculo
Esta ligação é calculada como articulada. Embora a ligação na realidade absorva momentos,
são tomadas medidas para que eles sejam relativamente pequenos e possam ser desprezados.

9.2.2 Capacidade de rotação, ductilidade e estabilidade


Por uma questão de restrição lateral e torsional são adoptadas as seguintes medidas:
• A chapa deve ser posicionada o mais acima possível;
• A chapa não deve ter uma altura inferior a 60% da altura da viga.
Por uma questão de ductilidade e liberdade de rotação:
• A chapa deve ter uma pequena espessura (entre 8 e 10mm). Assim permite que a rotura se dê
pela flexão da chapa e não pela rotura do parafuso;
• O afastamento na direcção perpendicular ao esforço (p2’) deve ser o maior possível. Assim
permite que a rotura se dê pela flexão da chapa e não pela rotura do parafuso (este modo de
rotura pode ser observado na próxima figura).

Figura 60 – Plastificação da chapa de topo com a rotação da ligação.


(Joints in steel construction – Simple connections, 2002)

• O banzo da viga não deve estar soldado à chapa de topo e nunca deverá tocar o perfil de
suporte, uma vez que este contacto provoca que a ligação absorva mais momentos;
• A componente condicionante não pode ser uma componente frágil (por exemplo rotura frágil
dos parafusos, soldadura ou fenómenos de instabilidade elástica).

93
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

9.2.3 Geometria
De seguida é apresentada a geometria deste tipo de ligação:

Figura 61 – Geometria da ligação com chapa de topo flexível.


(European recommendations for the design of simple joints in steel structures, 2003)

Sendo:
• e1 : distância vertical dos parafusos ao bordo da chapa de topo;
• e2 : distância horizontal dos parafusos ao bordo da chapa de topo;
• e2,s : distância horizontal dos parafusos ao bordo do perfil principal;
• p1 : distância vertical entre os parafusos;
• P2’ : distância horizontal central entre os parafusos;
• P2 : distância horizontal exterior entre os parafusos;
• a : garganta do cordão de soldadura;
• t : espessura do elemento de suporte;
• tp : espessura da chapa de topo.

9.3 Marcha de cálculo:


Nesta secção são descritos os diversos passos para o cálculo da ligação com chapa se topo.

Tabela 30 – Marcha de cálculo da ligação com chapa de topo flexível:


Componente analisada Ponto do Eurocódigo Comentário
Geometria da ligação
(1) Respeitar os espaçamentos
EC3-1-1: tabela 3.3 -
máximos e mínimos dos furos
Capacidade de rotação
(2) Limitações da altura da chapa
- Ver descrição nos capítulos seguintes.
gusset
(3) Øavailable > ørequired - Ver descrição nos capítulos seguintes.
Ductilidade
(4) Evitar a rotura frágil dos
- Ver descrição nos capítulos seguintes.
parafusos
(5) Cordão de soldadura de EC3-1-1: 6.2.3 & EC3-
Ver descrição nos capítulos seguintes.
resistência total 1-8: 4.5.3.3
Resistência da ligação
(6) Resistência ao corte dos Um plano de corte. Redução de 80% da resistência total,
EC3-1-8: Tabela 3.4
parafusos de acordo com o descrito nos critérios de ductilidade.
94
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

(7) Resistência ao esmagamento


EC3-1-8: Tabela 3.4 -
da chapa de topo
(7b) Resistência ao esmagamento
EC3-1-8: Tabela 3.4 -
do perfil de suporte
(8) Resistência à tracção dos
EC3-1-8: Tabela 3.4 -
parafusos
(9) Resistência ao punçoamento
EC3-1-8: Tabela 3.4 Verificação feita para a menor espessura.
da chapa pelos parafusos
(10) Resistência dos parafusos aos
esforços combinados de corte e EC3-1-8: Tabela 3.4 -
tracção
(11) Resistência ao corte da chapa Verificação feita para metade do esforço de corte
EC3-1-1: 6.2.6
de topo – Área bruta actuante.
(12) Resistência ao corte da chapa Verificação feita para metade do esforço de corte
-
de topo – Área útil actuante.
(13) Resistência corte da chapa de Considerado um carregamento excêntrico e para
EC3-1-8: 3.10.2
topo – rotura em bloco metade do esforço de corte actuante.
(14) Resistência à flexão no plano Verificação feita para metade do esforço de corte
EC3-1-1: 6.2.5; 6.2.8
da chapa de topo actuante.
(15) Resistência ao corte da alma Verificação feita para a totalidade do esforço de corte
EC3-1-1: 6.2.6
na união com a chapa de topo actuante.
(16) Resistência à tracção da alma EC3-1-1: 6.2.3; Verificação feita para a totalidade do esforço de corte
na união com a chapa de topo 6.2.10 actuante.
(17) Resistência à compressão da
EC3-1-1: 6.2.4; Verificação feita para a totalidade do esforço de corte
alma na união com a chapa de
6.2.10 actuante.
topo
(18) Resistência ao corte do Verificação feita para a totalidade do esforço de corte
EC3-1-1: 6.2.6
entalhe do perfil secundário actuante.
(19) Resistência à flexão do Verificação feita para a totalidade do esforço de corte
EC3-1-1: 6.2.5; 6.2.8
entalhe da viga secundária actuante.
(20) Resistência à compressão do EC3-1-1: 6.2.4;
-
entalhe da viga secundária 6.2.10
(21) Resistência à encurvadura por
compressão do entalhe da viga EC3-1-1: 6.3.1.2 -
secundária
(22) Resistência à encurvadura por
flexão do entalhe da viga EC3-1-1: 6.3.2.2 -
secundária
(23) T-stub. Chapa de topo EC3-1-1: 6.2.4 T stubs apropriados.
(22) T-stub. Perfil de suporte EC3-1-1: 6.2.4 T stubs apropriados.
De seguida são explicados alguns aspectos característicos deste tipo de união.

9.3.1 Critérios iniciais de capacidade de Rotação:


9.3.1.1 Escolha da altura da chapa de topo
A altura da chapa de topo (hp) tem duas restrições:
a) Altura mínima: Deverá ter pelo menos 60% da altura do perfil secundário (h2) para
restringir a rotação deste perfil em torno do seu eixo;
b) Altura máxima: Terá no máximo a distância livre entre raios do perfil secundário (db,2).
Assim é garantido que a gusset cabe no perfil secundário e não absorve momentos por
contacto com os banzos.

95
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Com:
h 2 e n 1 p (Eq. 113)

e
d , h 2 t, 2 r (Eq. 114)

9.3.1.2 Ângulo de rotação disponível


O critério a respeitar é que o ângulo de rotação necessário (Ønecessário) é inferior ao
geometricamente disponível (Ødisponível):

í á (Eq. 115)

Caso não se verifique e o banzo do perfil secundário tome contacto com o perfil principal,
aumenta drasticamente o momento flector que se desenvolve na união. De igual forma, essa
compressão é equilibrada com esforços adicionais nos elementos da ligação.

Figura 62 – Contacto e evolução do momento flector.


(European recommendations for the design of simple joints in steel structures, 2003)

Assumindo as seguintes simplificações:


• O elemento de suporte mantém-se indeformado.
• O centro de rotação da viga secundária localiza-se na extremidade inferior da chapa de
topo.
O ângulo de rotação disponível Ødisponível pode ser obtido da seguinte expressão:

í (Eq. 137)

96
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Figura 63 – Ângulo de rotação disponível.


(European recommendations for the design of simple joints in steel structures, 2003)

O ângulo de rotação necessário, Ønecessário, foi já quantificado no capítulo respectivo.


9.3.2 Critérios iniciais de ductilidade:
Quando se desenvolvem momentos na ligação, como resultado, os parafusos e as soldaduras
ficam sujeitos a esforços de tracção em adição aos esforços de corte. Devem ser adoptados
critérios que evitem que a rotura se dê por estes elementos, evitando assim uma rotura
frágil.
9.3.2.1 Rotura frágil dos parafusos
Usando o critério dos T-stubs, para que a rotura se desenvolva na chapa de topo e não nos
parafusos (garantindo assim uma rotura dúctil), pelo menos uma das seguintes desigualdades
tem que se verificar:

(Eq. 138)

Sendo:
• d: diâmetro do parafuso;
• tp: espessura da chapa de topo;
• tcf: espessura do banzo do perfil de suporte;
• fyp: tensão de cedência do aço da chapa de topo;
• fub: tensão de rotura do parafuso.

97
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Ao adoptar este critério, não é possível aproveitar a totalidade da resistência ao corte dos
parafusos. A ser cumprido, pode ser demonstrado que:
a) Apenas se pode considerar 50% da resistência à tracção dos parafusos;
b) Limitando a tracção a 50%, usando a fórmula da tabela 3.4 do EC3-1-8 de avaliação da
resistência aos esforços combinados de corte e tracção, conclui-se que apenas se pode
considerar 64% da resistência ao corte dos parafusos.
Considerando que apenas os parafusos localizados na metade superior da chapa estão sujeitos
a esta restrição, uma vez que os outros estão numa zona de compressão, a redução a ter em
conta na resistência ao esforço transverso pode ser tomada como:

0.5*(1+0.64) ~ 0.8 (Eq. 139)

9.3.2.2 Soldadura de resistência total


Para evitar a rotura frágil da soldadura, deve adoptar-se uma soldadura de resistência total,
ou seja, que resista mais que a alma da viga onde solda.
Isso é conseguido relacionando a resistência bruta da gusset [EC3-1-1: 6.2.3] com a
resistência da soldadura pelo método simplificado [EC3-1-8: 4.5.3.3]:
A.
a) N ,R (Eq. 2), com ,
M

b) FW,R a L (Eq. 55), com 2


√ W M

Assim obtemos o valor do cordão de soldadura que garante a resistência total da chapa gusset
(aw,fs):
M
a , 0.5 t , βW √3 (Eq. 140)
M

Sendo:
• Npl,Rd: valor de cálculo do esforço axial resistente da secção bruta;
• A: área bruta da secção de perfis;
• fy: tensão de cedência do aço;
• γM0: coeficiente de segurança para a resistência de secções;
• aw: espessura da garganta do cordão de soldadura;
• Lw: comprimento do cordão de soldadura;
• fu: tensão de rotura do aço;
• βW: factor de correlação para avaliar a resistência do cordão de soldadura;
• γM2: coeficiente de segurança para a resistência de secções em rotura.

9.3.2.3 Evitar fenómenos de instabilidade elástica


Para evitar fenómenos de instabilidade elástica, é garantido que nenhuma das verificações
por instabilidade elástica é a componente crítica da ligação.

98
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

9.4 Folha de cálculo Excel


De seguida é apresentada a folha de cálculo desenvolvida para o dimensionamento deste tipo de
ligações. O dimensionamento é efectuado segundo o descrito na marcha de cálculo anterior. A
verificação de cada componente é feita de acordo com o indicado nos capítulos anteriores.

Figura 64 – Primeira pestana da folha de cálculo da chapa flexível: entrada de dados e resumo de resultados.

Na primeira pestana a folha de cálculo pede a introdução de:


• Geometria da ligação;
• Materiais a utilizar;
• Valor de cálculo dos esforços actuantes;
• Outros parâmetros de cálculo.

A folha valida a introdução dos dados com uma série de critérios. Esses critérios procuram
garantir o correcto funcionamento da folha e o respeito por alguns pontos do eurocódigo
(nomeadamente geometria). Na primeira pestana é apresentado um resumo dos resultados
obtidos. Em cada resultado é apresentada uma hiperligação para a pestana onde é calculada a
respectiva componente.

99
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

10 Chapa cobre junta aparafusada


10.1 Introdução
A ligação com chapas cobre junta analisada nesta secção é uma ligação do tipo “rígida”, ou
seja, capaz de absorver os momentos de cálculo sem interferir nos esforços desenvolvidos nos
elementos a unir.

O motivo de adoptar esta tipologia poderá ser:


• Estético – Nas ligações permanentemente visíveis em estruturas onde exista uma maior
preocupação estética, este tipo de ligações é por vezes a preferida pelos arquitectos;
• Económica – A maior vantagem da ligação é não necessitar de soldaduras em fábrica ou em
obra com todas os benefícios associados;
• Montagem – Comparando com as ligações com chapa de topo, estas ligações permitem um
maior ajuste em obra (pela folga longitudinal da furacão para parafusos). A montagem poderá
no entanto ser mais demorada que as chapas de topo, uma vez que é mais difícil o
posicionamento inicial.

10.2 Cálculo
10.2.1 Pressupostos de cálculo
A distribuição de esforços neste tipo de ligação é a seguinte:
• O momento flector é resistido pelas cobre juntas aparafusadas nos banzos;
• O esforço cortante é resistido pelas cobre juntas aparafusadas na alma;
• O esforço axial é dividido por igual pelas cobre juntas dos dois banzos.

10.2.2 Rigidez e continuidade


Por uma questão de rigidez e continuidade:
• As chapas nos banzos deverão ter uma espessura e largura idênticas ás dos banzos (ou seja,
uma área idêntica);
• A cobre junta do banzo deve-se sobrepor ao perfil um mínimo de 225mm ou a largura do perfil;
• Deve ser impedido o escorregamento das chapas cobre junta e consequente rotação da ligação.

10.2.3 Outros aspectos de cálculo


Para executar a ligação, a alma e os banzos são furados (perdem área), tornando impossível
fazer uma ligação de resistência total. Em vãos de secções pontualmente solicitadas perto da
sua resistência plástica, deve ser procurado um ponto para a ligação onde os esforços
actuantes sejam mais baixos.
Nesta ligação é inaceitável o escorregamento dos parafusos e a resultante rotação da união. É
inadmissível a nível estético (consequentes deformações estruturais e falta de esquadria da
ligação) e estrutural (ligação assumida como rígida). A opção tomada neste capítulo para
evitar esse fenómeno é a utilização de parafusos pré-esforçados capazes de resistir por atrito
ao escorregamento da ligação.
É muito estreita a relação entre o tratamento das superfícies de contacto da ligação e a sua
resistência ao escorregamento (bastante condicionada pela presença de oxidação, pelas
características da pintura e pela rugosidade da superfície). A nível de cálculo, essa relação
reflecte-se no coeficiente de atrito que deve ser criteriosamente adoptado. O controle de

100
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

qualidade a nível de fabrico e recepção em obra dos elementos constituintes da união é


igualmente importante (estes devem respeitar as especificações de projecto).
Em obra, além dos cuidados já referidos deve ser exigido o controle de:
• Folga entre as chapas cobre junta e os elementos a unir (não devem ser superiores a
1mm para não reduzir a resistência ao escorregamento);
• Dimensão dos furos (a presença de furos sobredimensionados diminui a resistência ao
escorregamento da ligação);
• Execução do pré-esforço (garantir a execução do pré-esforço e que o mesmo está de
acordo com o indicado em projecto).
O cuidado com o escorregamento deste tipo de ligações é motivo de muitas intervenções em
obra devido a má execução (a intervenção poderá ser por exemplo o reposicionamento dos
perfis que rodaram com o auxilio de uma máquina e soldadura das cobre juntas aos perfis)
contraproducentes se adoptamos esta ligação por motivos económicos.

10.2.4 Geometria
A geometria da união é a seguinte:

Figura 65 – Geometria da união com cobre juntas aparafusadas.

Sendo:
• bfp,e : largura da cobre junta exterior do banzo;
• bfp,i : largura da cobre junta interior do banzo;
• tfp,e : espessura da cobre junta exterior do banzo;
• tfp,i : espessura da cobre junta interior do banzo;
• n1,f: número de linhas de parafusos (cada uma de dois parafusos) colocadas
longitudinalmente de cada lado da união;
• e1,fp : distância longitudinal dos parafusos ao bordo da cobre junta do banzo;
• e1,bf : distância longitudinal dos parafusos ao bordo do banzo da viga;
• p1,fp : afastamento longitudinal entre os parafusos do banzo;
• e2,bf : distância transversal dos parafusos ao bordo do banzo;
• e2,fp,i : distância transversal dos parafusos ao bordo da cobre junta inferior;
• p2,bp : afastamento transversal entre os parafusos do banzo;
• hwp : altura da cobre junta da alma;
• twp : espessura da cobre junta da alma;
101
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

• n1,w: número linhas horizontais de parafusos na alma, de cada lado da união;


• n2,w: número colunas verticais de parafusos na alma, de cada lado da união;
• e1,wp : distância vertical dos parafusos ao bordo da cobre junta da alma;
• p1,wp : afastamento vertical entre os parafusos da alma;
• e2,wp : distância horizontal dos parafusos ao bordo da cobre junta da alma;
• e2,bw : distância horizontal dos parafusos ao bordo da alma;
• p2,wp : afastamento horizontal entre os parafusos da alma.
No banzo, a cobre junta inferior poderá ou não existir. Na alma é considerado sempre a
presença de duas cobre juntas.

10.3 Marcha de cálculo:


Nesta secção são descritos os diversos passos para o cálculo da ligação:

Tabela 31 – Marcha de cálculo da ligação com chapas cobre junta:


Componente analisada Ponto do Eurocódigo Comentário
Determinação dos esforços internos da união
(0) Esforço de tracção (T) e ;
-
compressão (C) nos banzos
Geometria da ligação
(1) Respeitar os espaçamentos
EC3-1-1: tabela 3.3 Verificação nas chapas e perfil.
máximos e mínimos dos furos
Critérios de rigidez e continuidade
(2) As chapas nos banzos deverão
Na folha é verificado que a área do cobre juntas é no
ter uma espessura e largura -
mínimo a mesma do banzo.
idênticas ás dos banzos
(3) As chapas dos banzos devem-
se sobrepor no mínimo a largura - -
do banzo ou 225mm.
Resistência da ligação
(4) Resistência bruta da secção ao
EC3-1-1: 6.2.6 Ratio de utilização do perfil sem a influência da ligação.
corte
(5) Resistência bruta da secção à
EC3-1-1: 6.2.5; 6.2.8 Ratio de utilização do perfil sem a influência da ligação.
flexão
(6) Resistência bruta da secção a EC3-1-1: 6.2.3; 6.2.4;
Ratio de utilização do perfil sem a influência da ligação.
esforços axiais 6.2.10
(7) Resistência bruta do banzo a EC3-1-1: 6.2.3; 6.2.4;
-
esforços axiais 6.2.10
(8) Resistência útil do banzo à Equação 6.8 para ligações resistentes ao
EC3-1-1: 6.2.3
tracção escorregamento em ELU.
(7) Resistência bruta da cobre EC3-1-1: 6.2.3; 6.2.4;
-
junta do banzo a esforços axiais 6.2.10
(8) Resistência útil da cobre junta Equação 6.8 para ligações resistentes ao
EC3-1-1: 6.2.3
do banzo à tracção escorregamento em ELU.
(9) Resistência ao escorregamento
EC3-1-8: 3.8; 3.9 Resistência reduzida para juntas longas.
dos parafusos do banzo.
(10) Resistência ao esmagamento
EC3-1-8: Tabela 3.4 Resistência reduzida para juntas longas.
dos parafusos do banzo
(11) Resistência ao corte da cobre
EC3-1-1: 6.2.6 VEd,cobrejunta = VEd/2
junta da alma – Área bruta
(12) Resistência ao corte da cobre
- VEd,cobrejunta = VEd/2
junta da alma – Área útil
(13) Resistência corte da cobre EC3-1-8: 3.10.2 VEd,cobrejunta = VEd/2

102
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

junta da alma – rotura em bloco


(19) Resistência à flexão da cobre
EC3-1-1: 6.2.5; 6.2.8 VEd,cobrejunta = VEd/2
junta da alma
(20) Resistência ao
escorregamento dos parafusos da EC3-1-8: 3.8; 3.9 -
alma
(21) Resistência ao esmagamento
EC3-1-8: Tabela 3.4 -
da alma
(22) Resistência ao esmagamento
EC3-1-8: Tabela 3.4 -
das cobre juntas da alma

103
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

10.4 Folha de cálculo Excel


De seguida é apresentada a folha de cálculo desenvolvida para o dimensionamento deste tipo de
ligações. O dimensionamento é efectuado segundo o descrito na marcha de cálculo anterior. A
verificação de cada componente é feita de acordo com o indicado nos capítulos anteriores.

Figura 66 – Primeira pestana da folha de cálculo de cobre juntas: entrada de dados e resumo de resultados.

Na primeira pestana a folha de cálculo pede a introdução de:


• Geometria da ligação;
• Materiais a utilizar;
• Valor de cálculo dos esforços actuantes;
• Outros parâmetros de cálculo.

A folha valida a introdução dos dados com uma série de critérios. Esses critérios procuram
garantir o correcto funcionamento da folha e o respeito por alguns pontos do eurocódigo
(nomeadamente geometria). Na primeira pestana é apresentado um resumo dos resultados
obtidos. Em cada resultado é apresentada uma hiperligação para a pestana onde é calculada a
respectiva componente.

104
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

11 Chapa de topo resistente à flexão

Figura 67 – Exemplo de chapas de topo.


(Joints in steel construction – Moment connections, 1995)

11.1 Introdução
Este tipo de ligação é composto por uma chapa de topo soldada em fábrica na alma e banzo
da viga. Em obra esta chapa é aparafusada com pré-esforço ao perfil de suporte. Esta ligação
é do tipo “continua”.

O motivo de adoptar esta tipologia poderá ser:


• Resistência – Esta ligação é a mais resistente do conjunto das ligações: cobre-juntas e chapa de
topo. Ligação mais prática para vigas/pilares;
• Montagem – Evitam-se os problemas de escorregamento das cobre juntas.

Como aspectos negativos, pode-se destacar:


• Fabrico – Esta ligação não é 100% aparafusada, obrigando a soldadura em fábrica, com todos os
custos associados;
• Montagem – A nível de montagem o ajuste que esta ligação permite é mínimo.

105
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

11.2 Cálculo
11.2.1 Pressupostos de cálculo
Esta ligação é calculada como resistente à flexão. A ligação poderá ser do tipo rígida ou semi-
rígida.

11.2.2 Ductilidade e Rigidez


Têm que ser estabelecidos limites para a resistência potencial das filas à tracção. Caso a
ligação não tenha capacidade de deformação suficiente deverá ser limitada a capacidade de
redistribuição de esforços entre filas de parafusos. Isso pode ser visto na marcha de cálculo.
Como método simplificado, a ligação é do tipo rígida se garantirmos as seguintes condições:
• Modo de rotura crítico é o modo 3;
• O esforço de corte na alma da viga está limitado a 80% da sua capacidade resistente.

11.2.3 Geometria

Figura 68 – Ligação com chapa de topo resistente ao momento.

Sendo:
• e2: distância horizontal dos parafusos ao bordo da chapa ou perfil;
• P2’: distância horizontal entre os eixos dos parafusos;
• tss: espessura do rigidizador superior;
• tsi: espessura do rigidizador inferior;
• thf: espessura da espessura do banzo do cachorro;
• tp: espessura da chapa de topo;
• Lh: comprimento do cachorro;
• hh: altura do cachorro;
• hp: altura da chapa de topo;
106
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

• bp: largura da chapa de topo;


• aw,f: garganta do cordão de soldadura do banzo;
• aw,w: garganta do cordão de soldadura da alma;
• db1: posição da primeira fila de parafusos;
• Pij: Afastamento entre parafusos.

11.3 Marcha de cálculo:


Nesta secção são descritos os diversos passos para o cálculo da ligação com chapa se topo
resistente à flexão:

Tabela 32 – Marcha de cálculo da ligação com chapa de topo resistente ao momento:


Componente analisada Ponto do Eurocódigo Comentário
Geometria da ligação
(1) Respeitar os espaçamentos
EC3-1-1: tabela 3.3 -
máximos e mínimos dos furos
Rigidez
(2) Assegurar que o modo de
EC3-1-8:Tabela 6.2 No caso de pretendermos uma ligação rígida.
rotura 3 é o modo crítico
(3) Limitar o esforço de corte na
alma da viga a 80% da sua EC31-8:6.2.6.1 No caso de pretendermos uma ligação rígida.
capacidade resistente
Resistência da ligação
(4) Resistência da chapa de topo à Um plano de corte. Redução de 80% da resistência total,
EC3-1-8: 6.2.5
tracção de acordo com o descrito nos critérios de ductilidade.
(5) Resistência da alma da viga à
EC3-1-8: 6.2.6.8 Verificação para alma sem rigidizadores.
tracção
(6) Resistência da alma do pilar à
EC3-1-8: 6.2.6.3 -
tracção
(7) Limitação da resistência por
- Ver descrição nos capítulos seguintes.
capacidade redistribuição plástica
(8) Resistência à compressão da
EC3-1-8: 6.2.6.2 Verificação para alma sem rigidizadores.
alma do pilar
(9) Resistência à compressão do
EC3-1-8: 6.2.6.7 Considerando com ou sem cachorro.
banzo/alma da viga
(10) Resistência ao corte da alma
EC3-1-8: 6.2.6.1 Ligação unilateral 1.
da viga
(11) Resistência ao
EC3-1-8: Tabela 3.4 -
escorregamento
(12) Resistência ao esmagamento EC3-1-8: Tabela 3.4 -
(13) Resistência do rigidizador à
EC3-1-5 Ver descrição nos capítulos seguintes.
compressão
(14) Cordão de soldadura de
EC3-1-5 Ver descrição nos capítulos seguintes.
resistência total
(15) Resistência do cachorro - -
De seguida são explicados alguns aspectos característicos deste tipo de união.

107
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

11.3.1 Aspectos característicos deste tipo de ligação:


11.3.1.1 Limitação da resistência potencial por redistribuição plástica
O método utilizado para o cálculo de resistência potencial dos parafusos produz uma
redistribuição plástica de esforços na zona de tracção da união.
Por vezes, filas inferiores de parafusos têm uma resistência potencial superior à de filas
superiores. Para que desenvolvam essa resistência, a ligação tem que se deformar.
Ligações com parafusos de diâmetro pequeno e chapas espessas têm uma capacidade de
deformação reduzida. Nesses casos pode acontecer que as filas superiores entram em rotura
antes que a resistência potencial das filas inferiores se desenvolva.
Se a ligação verifica uma das seguintes condições tem suficiente capacidade de rotação e não
é necessário limitar a capacidade resistente das filas por capacidade de redistribuição
plástica:
Do lado da viga:

. (Eq. 141)
,

Do lado do pilar:

. (Eq. 142)
,

No caso de não se verificar a anterior condição em nenhum dos lados da ligação, estabelece-
se um limite triangular para a resistência dos parafusos, tomando como centro de rotação o
banzo inferior da viga. A seguinte figura ilustra a limitação:

Figura 69 – Limite triangular de redistribuição plástica.

A resistência excedentária de uma fila superior, ao limitar a uma redistribuição triangular,


pode ser distribuída pelas filas inferiores.

108
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

11.3.1.2 Resistência à compressão dos rigidizadores [EN 1993-1-1]


A resistência à compressão dos rigidizadores divide-se em 2 partes:
• Resistência à encurvadura da secção diferida pelos rigidizadores mais uma dimensão
15.ε.t para cada lado. A resistência é calculada de acordo com EC 3-1-1: 6.3.1;
• Resistência à compressão do rigidizador sozinho de acordo com EC3-1-1: 6.2.4.
11.3.1.3 Soldadura de resistência total
Para evitar a rotura frágil da soldadura, deve adoptar-se uma soldadura de resistência total,
ou seja, que resista mais que a alma da viga onde solda.
Isso é conseguido relacionando a resistência bruta da secção [EC3-1-1: 6.2.3] com a
resistência da soldadura pelo método simplificado [EC3-1-8: 4.5.3.3]:

a) , , com

b) , , com 2

Assim obtemos o valor do cordão de soldadura que garante a resistência total.

, 0.5 √3
Sendo:
• Npl,Rd: valor de cálculo do esforço axial resistente da secção bruta;
• A: área bruta da secção de perfis;
• fy: tensão de cedência do aço;
• γM0: coeficiente de segurança para a resistência de secções;
• aw: espessura da garganta do cordão de soldadura;
• Lw: comprimento do cordão de soldadura;
• fu: tensão de rotura do aço;
• βW: factor de correlação para avaliar a resistência do cordão de soldadura;
• γM2: coeficiente de segurança para a resistência de secções em rotura.

109
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

11.4 Folha de cálculo Excel


De seguida é apresentada a folha de cálculo desenvolvida para o dimensionamento deste tipo de
ligações. O dimensionamento é efectuado segundo o descrito na marcha de cálculo anterior. A
verificação de cada componente é feita de acordo com o indicado nos capítulos anteriores.

Figura 70 – Primeira pestana da folha de cálculo: entrada de dados e resumo de resultados.

Na primeira pestana a folha de cálculo pede a introdução de:


• Geometria da ligação;
• Materiais a utilizar;
• Valor de cálculo dos esforços actuantes;
• Outros parâmetros de cálculo.

A folha valida a introdução dos dados com uma série de critérios. Esses critérios procuram
garantir o correcto funcionamento da folha e o respeito por alguns pontos do eurocódigo
(nomeadamente geometria). Na primeira pestana é apresentado um resumo dos resultados
obtidos. Em cada resultado é apresentada uma hiperligação para a pestana onde é calculada a
respectiva componente.

110
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

12 Chapa base articulada


12.1 Introdução
Esta ligação é calculada como articulada. Embora a ligação na realidade absorva momentos,
são tomadas medidas para que eles sejam relativamente pequenos e possam ser desprezados.
Este tipo de união é executado com uma ou duas filas de chumbadouros. Na base do pilar é soldada
uma chapa base com furacão. A soldadura é feita com cordões de canto. Os chumbadouros são
deixados embebidos na fundação durante a betonagem. Antes da montagem do pilar são roscadas
porcas nos chumbadouros até se posicionarem alguns fios de rosca abaixo da extremidade. O pilar é
montado nos chumbadouros repousando sobre as porcas. De seguida são colocadas porcas e anilhas
sobra a chapa para a fixar na sua posição. Com este sistema de duas porcas é possível apertanto e
desapertando nivelar verticalmente o pilar. Uma vez nivelado a folga entre a chapa base e o betão é
cheia com grout.

Figura 71 – (1) Chapa base, (2) grout e (3) fundação.

Devido a este procedimento de montagem os chumbadouros deverão ser dimensionados com o plano
de corte a passar na zona roscada.
A chapa dimensionada é de pequena espessura e a distância entre os chumbadouros é relativamente
grande (potenciando a deformabilidade da união).
O projectista poderá adoptar uma ou duas filas de chumbadouros. Apenas uma fila conduz a uma
ligação menos rígida (comportamento estrutural mais próximo do idealizado no cálculo). A opção por
duas filas facilita a montagem providenciando maior estabilidade durante a montagem.
A distribuição dos chumbadouros deverá ser bi-simétrica. Durante o posicionamento dos
chumbadouros, por erro humano, estes poderão ser colocados rodados 90º com a posição desejada,
tornando impossível montar o pilar. Nestas circunstâncias, com os chumbadouros incorrectamente
embebidos no betão da sapata, terão que ser tomadas medidas correctivas em obra. Estas medidas são
geralmente onerosas, demoradas, de difícil execução e poderão ser menos vantajosas a nível
estrutural. É portanto recomendado adoptar de medidas preventivas em projecto.

111
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

12.2 Cálculo
12.2.1 Rigidez e continuidade
Por uma questão de rigidez e continuidade:
• A rotura do T-stub á tracção deverá ser de modo 1 (evita rotura frágil);
• Evitada rotura frágil dos chumbadouros por corte;
• Cordão de soldadura de resistência total (evita rotura frágil);
• Colocada 1 ou 2 filas de parafusos e no interior do banzo (para que a ligação absorva pouco
momento).

12.2.2 Geometria
A geometria da união é a seguinte:

Figura 72 – Geometria da união com chapa base articulada.

Sendo:
• NEd: valor de cálculo do esforço axial actuante;
• VEd: valor de cálculo do esforço de corte actuante;
• aw,w: garganta do cordão de soldadura da alma;
• aw,f: garganta do cordão de soldadura do banzo;
• hp: comprimento da chapa base;
• bp: largura da chapa base;
• tp: espessura da chapa base;
• eg: espessura do grout por baixo da chapa base;
• hf: comprimento da fundação;
• bf: largura da fundação;
• df: altura da fundação.

112
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

12.3 Marcha de cálculo:


Nesta secção são descritos os diversos passos para o cálculo da ligação:

Tabela 33 – Marcha de cálculo da ligação com chapa base articulada:


Componente analisada Ponto do Eurocódigo Comentário
Geometria da ligação
(0) Respeitar os espaçamentos
EC3-1-1: tabela 3.3 Verificação da chapa base.
máximos e mínimos dos furos
Critérios de rigidez e continuidade
(1) Chapa de pequena espessura
para a rotura do T-stub ser de EC3-1-8: 6.2.5 Ver descrição nos capítulos seguintes.
modo 1
(2) Evitada rotura frágil dos
EC3-1-8: Tabela 3.4 Ver descrição nos capítulos seguintes.
parafusos ao corte
(3) Cordão de soldadura de EC3-1-1: 6.2.3; EC3-
Ver descrição nos capítulos seguintes.
resistência total 1-8: 4.5.3.3
Resistência da ligação
(4) T-stub à compressão EC3-1-8: 6.2.5 Resistência à flexão da chapa e à compressão do grout.
(5) Resistência à tracção do T- EC3-1-8: 6.2.5;
Desprezando o efeito alavanca.
stub 6.2.6.11
(6) Resistência à tracção do aço EC3-1-8: tabela 3.4; Ver nota sobre roscagem de chumbadouros nos capítulos
chumbadouro 3.6.1(3) seguintes.
(7) Resistência à tracção por
EC2 – 1 – 1: 8.4.2 -
aderência do chumbadouro
(8) Resistência ao punçoamento
EC3-1-8: tabela 3.4 -
da chapa base
Ver nota sobre roscagem de chumbadouros nos capítulos
(9) Resistência ao corte do aço EC3-1-8: tabela 3.4;
seguintes. Verificação feita na zona roscada do
dos chumbadouros 3.6.1(3)
chumbadouro.
(8) Transferência do esforço de
- -
corte ao betão
(9) Resistência à flexão do
ETAG – 1997 -
chumbadouro
(10) Resistência ao esmagamento
EC3-1-8: Tabela 3.4 -
devido ao corte da chapa base
(11) Resistência do chumbadouro
aos esforços combinados de corte EC3-1-8: Tabela 3.4 -
e tracção
(12) Resistência aos esforços
EC3-1-1: 6.2.9 -
combinados de tracção e flexão
(13) Resistência da alma do pilar à
EC3-1-8: 6.2.6.3 (1) -
tracção
(14) Cordão de soldadura de EC3-1-1: 6.2.3 & EC3-
-
resistência total 1-8: 4.5.3.3

De seguida são explicados alguns aspectos característicos deste tipo de união.

113
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

12.3.1 Critérios iniciais de capacidade de Rotação:


12.3.1.1 Evitada rotura frágil dos chumbadouros por tracção
É possível evitar a rotura frágil dos parafusos à tracção por garantir que a rotura do T-stub à
tracção se dá pela plastificação da chapa de topo e não pela rotura dos chumbadouros. Isto
corresponde (na ausência de efeito alavanca em uma chapa base) a garantir que a rotura do
T-stub se dá pelo modo 1 e não pelo modo 3.
12.3.1.2 Evitada rotura frágil dos chumbadouros por corte
Para evitar uma rotura frágil dos parafusos deverá ser garantido que a resistência dos
parafusos ao corte (FV,Rd) é superior à resistência ao esmagamento da chapa base (Fb,Rd):

, ,

12.3.1.3 Cordão de soldadura de resistência total


Para evitar a rotura frágil da soldadura, deve adoptar-se uma soldadura de resistência total,
ou seja, que resista pelo menos o mesmo que a secção do pilar que unem à chapa base.
Isso é conseguido relacionando a resistência bruta secção (EC3-1-1: 6.2.3) com a resistência
da soldadura pelo método simplificado (EC3-1-8: 4.5.3.3):
A.
a) N ,R (Eq. 2), com
M

b) FW,R a L (Eq. 55), com 2


√ W M

Assim obtemos o valor do cordão de soldadura que garante a resistência total da chapa gusset
(aw,fs):

M
a , 0.5 t βW √3 (Eq. 143)
M

Sendo:
• Npl,Rd: valor de cálculo do esforço axial resistente da secção bruta;
• A: área bruta da secção de perfis;
• fy: tensão de cedência do aço;
• γM0: coeficiente de segurança para a resistência de secções;
• aw: espessura da garganta do cordão de soldadura;
• Lw: comprimento do cordão de soldadura;
• fu: tensão de rotura do aço;
• βW: factor de correlação para avaliar a resistência do cordão de soldadura;
• γM2: coeficiente de segurança para a resistência de secções em rotura.
12.3.2 Critérios de resistência:
12.3.2.1 Roscagem de chumbadouros
Muitas vezes os chumbadouros são fabricados pelo executante a partir de varão liso. Esta
mecanização não garante a precisão conseguida nos parafusos fabricados industrialmente.
Assim, nos chumbadouros fabricados a partir de varão liso a resistência deve ser reduzida
para 85%.

114
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

12.4 Folha de cálculo Excel


De seguida é apresentada a folha de cálculo desenvolvida para o dimensionamento deste tipo de
ligações. O dimensionamento é efectuado segundo o descrito na marcha de cálculo anterior. A
verificação de cada componente é feita de acordo com o indicado nos capítulos anteriores.

Figura 73 – Primeira pestana da folha de cálculo CB rotulado: entrada de dados e resumo de resultados.

Na primeira pestana a folha de cálculo pede a introdução de:


• Geometria da ligação;
• Materiais a utilizar;
• Valor de cálculo dos esforços actuantes;
• Outros parâmetros de cálculo.

A folha valida a introdução dos dados com uma série de critérios. Esses critérios procuram
garantir o correcto funcionamento da folha e o respeito por alguns pontos do eurocódigo
(nomeadamente geometria). Na primeira pestana é apresentado um resumo dos resultados
obtidos. Em cada resultado é apresentada uma hiperligação para a pestana onde é calculada a
respectiva componente.

115
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

13 Chapa base encastrada


13.1 Introdução
Esta ligação é calculada como encastrada.
Este tipo de união é executado com filas de chumbadouros no exterior dos banzos (para a ligação ter
mais braço). Se necessário são colocados chumbadouros também entre os banzos. Na base do pilar é
soldada uma chapa base com furacão. A soldadura é feita com cordões de canto. Os chumbadouros são
deixados embebidos na fundação durante a betonagem. Antes da montagem do pilar são roscadas
porcas nos chumbadouros até se posicionarem alguns fios de rosca abaixo da extremidade. O pilar é
montado nos chumbadouros repousando sobre as porcas. De seguida são colocadas porcas e anilhas
sobra a chapa para a fixar na sua posição. Com este sistema de duas porcas é possível apertanto e
desapertando nivelar verticalmente o pilar. Uma vez nivelado a folga entre a chapa base e o betão é
cheia com grout.

Figura 74 – (1) Chapa base, (2) grout e (3) fundação.

Devido a este procedimento de montagem os chumbadouros deverão ser dimensionados com o plano
de corte a passar na zona roscada.
A chapa dimensionada é de grande espessura. Se necessário a chapa pode ser rigidizada.
A distribuição dos chumbadouros deverá ser bi-simétrica. Durante o posicionamento dos
chumbadouros, por erro humano, estes poderão ser colocados rodados 90º com a posição desejada,
tornando impossível montar o pilar. Nestas circunstâncias, com os chumbadouros incorrectamente
embebidos no betão da sapata, terão que ser tomadas medidas correctivas em obra. Estas medidas são
geralmente onerosas, demoradas, de difícil execução e poderão ser menos vantajosas a nível
estrutural. É portanto recomendado adoptar de medidas preventivas em projecto.

116
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

13.2 Cálculo
13.2.1 Geometria
A geometria da união é a seguinte:

Figura 75 – Geometria da união de chapa base encastrada.


Sendo:
• MEd: valor de cálculo do momento flector actuante;
• NEd: valor de cálculo do esforço axial actuante;
• VEd: valor de cálculo do esforço de corte actuante;
• aw,w: garganta do cordão de soldadura da alma;
• aw,f: garganta do cordão de soldadura do banzo;
• hp: comprimento da chapa base;
• bp: largura da chapa base;
• tp: espessura da chapa base;
• eg: espessura do grout por baixo da chapa base;
• hf: comprimento da fundação;
• bf: largura da fundação;
• df: altura da fundação.

117
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

13.3 Marcha de cálculo:


Nesta secção são descritos os diversos passos para o cálculo da ligação:

Tabela 34 – Marcha de cálculo da ligação com chapa base encastrada:


Componente analisada Ponto do Eurocódigo Comentário
Geometria da ligação
(0) Respeitar os espaçamentos
EC3-1-1: tabela 3.3 Verificação da chapa base
máximos e mínimos dos furos
Resistência da ligação
(1) T-stub à compressão EC3-1-8: 6.2.5 Resistência à flexão da chapa e à compressão do grout.
(2) Resistência à compressão da
EC3-1-8: 6.2.6.7 -
alma e banzo do pilar
(3) Resistência à tracção do aço EC3-1-8: tabela 3.4; Ver nota sobre roscagem de chumbadouros nos capítulos
chumbadouro 3.6.1(3) seguintes.
(4) Resistência à tracção por
EC2 – 1 – 1: 8.4.2 -
aderência do chumbadouro
(5) Resistência ao punçoamento
EC3-1-8: tabela 3.4 -
da chapa base
(6) Resistência à tracção do T- EC3-1-8: 6.2.5;
Desprezando o efeito alavanca.
stub 6.2.6.11
(7) Quantificação do momento Sendo o valor de FC,Rd o menor entre (4) e (5) e o valor
EC3-1-8: tabela 6.7
resistente da ligação de FT,Rd o menor de (6), (7), (8) e (9)
Ver nota sobre roscagem de chumbadouros nos capítulos
(8) Resistência ao corte do aço EC3-1-8: tabela 3.4;
seguintes. Verificação feita na zona roscada do
dos chumbadouros 3.6.1(3)
chumbadouro.
(9) Transferência do esforço de
- -
corte ao betão
(10) Resistência à flexão do
ETAG – 1997 -
chumbadouro
(11) Resistência ao esmagamento
EC3-1-8: Tabela 3.4 -
devido ao corte da chapa base
(11) Resistência do chumbadouro
aos esforços combinados de corte EC3-1-8: Tabela 3.4 -
e tracção
(12) Resistência aos esforços
EC3-1-1: 6.2.9 -
combinados de tracção e flexão
(13) Cordão de soldadura de EC3-1-1: 6.2.3 & EC3-
-
resistência total 1-8: 4.5.3.3

De seguida são explicados alguns aspectos característicos deste tipo de união.

118
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

13.3.1 Critérios de resistência:


13.3.1.1 Roscagem de chumbadouros

Muitas vezes os chumbadouros são fabricados pelo executante a partir de varão liso. Esta
mecanização não garante a precisão conseguida nos parafusos fabricados industrialmente.
Assim, nos chumbadouros fabricados a partir de varão liso a resistência deve ser reduzida
para 85%.

13.3.1.2 Cordão de soldadura de resistência total


Para evitar a rotura frágil da soldadura, deve adoptar-se uma soldadura de resistência total,
ou seja, que resista pelo menos o mesmo que a secção do pilar que unem à chapa base.
Isso é conseguido relacionando a resistência bruta secção [EC3-1-1: 6.2.3] com a resistência
da soldadura pelo método simplificado [EC3-1-8: 4.5.3.3]:
A.
c) N ,R (Eq. 2), com
M

d) FW,R a L (Eq. 55), com 2


√ W M

Assim obtemos o valor do cordão de soldadura que garante a resistência total (aw,fs):

M
a , 0.5 t βW √3 (Eq. 144)
M

Sendo:
• Npl,Rd: valor de cálculo do esforço axial resistente da secção bruta;
• A: área bruta da secção de perfis;
• fy: tensão de cedência do aço;
• γM0: coeficiente de segurança para a resistência de secções;
• aw: espessura da garganta do cordão de soldadura;
• Lw: comprimento do cordão de soldadura;
• fu: tensão de rotura do aço;
• βW: factor de correlação para avaliar a resistência do cordão de soldadura;
• γM2: coeficiente de segurança para a resistência de secções em rotura.

119
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

13.4 Folha de cálculo Excel


De seguida é apresentada a folha de cálculo desenvolvida para o dimensionamento deste tipo de
ligações. O dimensionamento é efectuado segundo o descrito na marcha de cálculo anterior. A
verificação de cada componente é feita de acordo com o indicado nos capítulos anteriores.

Figura 76 – Primeira pestana da folha de cálculo CB encastrado: entrada de dados e resumo de resultados.

Na primeira pestana a folha de cálculo pede a introdução de:


• Geometria da ligação;
• Materiais a utilizar;
• Valor de cálculo dos esforços actuantes;
• Outros parâmetros de cálculo.

A folha valida a introdução dos dados com uma série de critérios. Esses critérios procuram
garantir o correcto funcionamento da folha e o respeito por alguns pontos do eurocódigo
(nomeadamente geometria). Na primeira pestana é apresentado um resumo dos resultados
obtidos. Em cada resultado é apresentada uma hiperligação para a pestana onde é calculada a
respectiva componente.

120
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

14 Exemplos de cálculo
14.1 Cantoneiras à tracção
Exercício 1 – Verificação da segurança da ligação:

Resolução:

A resolução vai seguir as nomenclaturas utilizadas na folha de cálculo

Geometria – Afastamento e distância ao bordo dos parafusos:

1,2 4 40 1,2.22 4.8 40 26,4 72 OK

1,2 4 40 1,2.22 4.8 40 26,4 72 OK

2,2 14    200 2,2.22 14.8 200 48,4 112 OK

121
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Geometria – Hipótese de Whitmore:

2 110. tan 30° 127,017

. 127,017.20 2540,341 ÎÁrea bruta da Gusset “resistente”

. 2.0,00122673 2453,460 ÎÁrea bruta das duas cantoneiras

. . OK

Cordão de soldadura ( 0,7 espessura menor dos elementos a ligar)

430000
, . . 0,006. .
√3 √3. 0,85.1,25

, 0,006. . 250 0,178 ÎComprimento mínimo do


√ . , . ,

cordão de soldadura

Resistência ao corte dos parafusos:

a) Superfície de corte a passar pela parte não roscada do parafuso.

0,6 (Parte não roscada)


,

800
0,6.800000.314,16. 10
, 120,64 . 20
1,25 314,159
4 4

1,25

122
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Para 4 superfícies de corte:

, 4 120,64 482,55  

0,52  OK
,

b) Superfície de corte a passar pela parte roscada do parafuso.

0,6 (Parafusos de classe 8.8)


,

800  
0,6.800000.245. 10
, 94,10 245
1,25
1,25

Para 4 superfícies de corte:

, 4 94,10 376,32  

0,66  OK
,

Resistência ao esmagamento da cantoneira:

40
, 2,8 1,7; 2,5 2,8 1,7; 2,5
22

2,5.0,606.430000.0,020.0,008 2,5
,
1,25
1
; ; ;1
, 83,39 3 3 4

40 110 1 800
; ; ;1 0,606
3.22 3.22 4 430

430 (cantoneira)

20 (parafuso)

8 (cantoneira)

Para 4 zonas de esmagamento (4 parafusos):

0,75  OK
. ,

123
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Resistência ao esmagamento da Gusset:

40
,   2,8 1,7; 2,5 2,8 1,7; 2,5
22

2,5.0,606.430000.0,020.0,002 2,5
,
1,25
1
; ; ;1
, 208,485 3 3 4

40 110 1 800
; ; ;1 0,606
3.22 3.22 4 430

430 (chapa Gusset)

20 (parafuso)

20 (chapa Gusset)

Para 2 zonas de esmagamento (2 parafusos;1 Gusset):

0,60  OK
. ,

Resistência à tracção da cantoneira – Área bruta:

0,00122673
,  

, .
, 337,351
,

Para 2 cantoneiras:

0,37  OK
. ,

Resistência à tracção da cantoneira – Área útil:

. 09 0,00122673 0,008.0,022 1,05073. 10


,  

1,05073. 10 . 430000.0,9
, 325,306
1,25

Para 2 cantoneiras:

0,38  OK
. ,

124
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Resistência à rotura em bloco da cantoneira:

0,5. . . 1,5 110 40 1,5.22 . 8


, ,
√3
936
0,5.430000.232. 10 275000.936. 10
, , 0,5 40 0,5.22 . 8 232
1,25 √3. 1,0

188,514

Para 2 cantoneiras:

0,66  OK
,

Resistência da cantoneira solicitada excentricamente:

Nota: Ligação com 2 parafusos.

  0,7  tabela 3.8  para  5 


,

4 1,05073. 10  
0,7.1,05073. 10 . 430000
, 253,016 
1,25 430  
  1,25

Para 2 cantoneiras:

0,49 OK
. ,

  é     ,  OK

Componente crítico: Resistência ao esmagamento da cantoneira.

125
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Exercício 2 – Verificação da ligação:

Resolução:

A resolução vai seguir as nomenclaturas utilizadas na folha de cálculo

Geometria – Afastamento e distância ao bordo dos parafusos:

1,2 4 40 1,2.26 4.10 40 31,2 80 OK

1,2 4 40 1,2.26 4.10 40 31,2 80 OK

2,2 14    200 2,2.26 14.10 200 57,2 140 OK

126
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Geometria – Hipótese de Whitmore:

2 2 100. tan 30° 1916,45 8,29 OK

Cordão de soldadura

360000
, . . 250 0,007. . 0,172
√3 √3. 0,80.1,25

Resistência ao corte dos parafusos:

a) Superfície de corte a passar pela parte não roscada do parafuso.

0,6
,

1000
0,6.1000. 10 . 452,389. 10
, 217,147
1,25 452,389
4

1,25

Para 3 parafusos:

0,38  OK
,

127
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

b) Superfície de corte a passar pela parte roscada do parafuso.

0,5 (10.9)
,

1000  
0,5.1000. 10 . 353. 10
, 141,200 353
1,25
1,25

Para 3 parafusos:

0,59  OK
,

Resistência ao esmagamento da cantoneira:

50
, 2,8 1,7; 2,5 2,8 1,7; 2,5
26

2,5.0,641.360000.0,024.0,010 2,5
,
1,25
1
; ; ;1
, 110,769 3 3 4

50 100 1 1000
; ; ;1 0,641
3.26 3.26 4 360

Para 3 parafusos:

0,75  OK
,

Resistência ao esmagamento da Gusset:

Gusset é de espessura superior à da cantoneira e os espaçamentos iguais.

A não ocorrer esmagamento na cantoneira, não ocorre na Gusset.

128
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Resistência à tracção da cantoneira – Área bruta:

,  

0,00191545.235000
, 450,131
1,0

0,56  OK
,

Resistência à tracção da cantoneira – Área útil:

. 09
,  

0,00191545 0,026.0,01 360000.0,9


, 429,093
1,25

0,58  OK
,

Resistência à rotura em bloco da cantoneira:

1
, , 0,5. . . .
√3

370. 10 1 1850. 10
, , 0,5.360000. . 235000 304,283
1,25 √3 1,0

2 2,5 50 2.100 2,5.26 . 10 1850

0,5 50 0,5.26 . 10 370

0,82  OK
,

129
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Resistência da cantoneira solicitada excentricamente:

Nota: Ligação com 2 parafusos.

0,608  tabela 3.8   
,  
para   3,85 
0,608 0,00191545 0,026.0,01 . 360000
, 289,729  
1,25

Para 2 cantoneiras:

0,86 OK
,

  é     ,  OK

Componente crítico: Resistência da cantoneira solicitada excentricamente. 

130
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Exercício 3 – Verificação da segurança da ligação:

Resolução:

A resolução vai seguir as nomenclaturas utilizadas na folha de cálculo

Geometria – Afastamento e distância ao bordo dos parafusos:

1,2 4 40 1,2.18 4.6 40 21,6 64 OK

1,2 4 40 1,2.18 4.6 40 21,6 64 OK


131
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Geometria – Hipótese de Whitmore:

Não faz sentido

A espessura da Guset 6 (espessura da aba da cantoneira) OK

Cordão de soldadura

910000
. . 45 0,004. . 42,93
√3 √3. 0,9.1,25

Resistência ao corte dos parafusos:

a) Superfície de corte a passar pela parte não roscada do parafuso.

0,6
,

500
0,6.500000.201,06. 10
, 48,25
1,25 201,06
4

1,25

0,93  OK
,

b) Superfície de corte a passar pela parte roscada do parafuso.

0,6 (Parafusos de classe 5.6)


,

500  
, . . .
, 37,68
, 157

KO Não pode passar pela parte roscada do parafuso! 1,25

132
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Resistência ao esmagamento da cantoneira:

30
, 2,8 1,7; 2,5 2,8 1,7; 2,5
22

2,5.0,556.510000.0,016.0,006 2,5
,
1,25
30 500
; ;1 ; ;1 0,556
, 54,40 3 3.18 510

510 (cantoneira)

16 (parafuso)

6 (cantoneira)

0.83 OK
,

Resistência ao esmagamento da Gusset:

A espessura e os espaçamentos ao bordo são iguais aos da cantoneira. OK

Resistência à tracção da cantoneira – Área bruta:

,  

0,000690867.355000
, 245,258
1,0

0,18  OK
,

Resistência à tracção da cantoneira – Área útil:

. 09
,  

0,000690867 0,006.0,018 .510000.0,9


, 214,029
1,25

0,21  OK
,

Resistência à rotura em bloco da cantoneira:

Não faz sentido quando tem só 1 parafuso.

133
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Resistência da cantoneira solicitada excentricamente:

,  

2,0. 0,5 . 2,0. 0,03 0,5.0,018 .0,006.510000


, 102,816  
1,25 1,25

510  

1,25

0,44 OK
,

  é     , OK

Componente crítico: Resistência ao corte do parafuso (plano de corte tem que passar na zona não roscada do
parafuso).

134
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

14.2 Dupla cantoneira


Exercício 1 – Verificação da segurança da ligação:

1. Verificação geométrica da furação

min max
1,2 1,2.18 21,6 4 40 4.8 40 72
1,2 39,6 4 40 4.8 40 72
2,2 2,2.22 48,4 14 ; 200 14. ; 200  
14.9; 14.7,1; 14.13,5; 200 112
1,2 1,2.18 21,6 4 40 4.7,1 40 68,4
1,2 1,2.18 21,6 4 40 4.7,1 40 68,4
1,2 1,2.18 21,6 4 40 4.9 40 76
1,2 1,2.18 21,6 4 40 4.13,5 40 94  

2. Sugestões
. 22,14. 10 . 351,49 50
, √ . √ . ,

22,14
50
0,14
, 351,49 22,14

Sugestão: Utilizar 1 fiada de parafusos 275

3. Critérios de capacidade de rotação


a) Altura da cantoneira de alma

2 190

2 2. 270 2.15 2.10,2 219,6

0,6 0,6.270 162 OK

219,6 OK

135
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

b) available required

 
10 40 50

Limite de z para dispensar verificação de capacidade de rotação:

50 10 95 40 140,80 50 Não dispensa.

Verificação da capacidade de rotação:

sin tan

50 50 10
sin tan 0,36 0,2 0,075
50 10 95 40 95 40

1,5.66,67. 6
0,0185
16 16.210000000.5790. 10
,
0,25  OK
,

4. Critérios de ductilidade

a) Evitada rotura frágil do parafuso


KO= Resistência da alma do perfil e da cantoneira ao esmagamento é superior à resistência ao corte dos
parafusos (ver ponto5b,c e d) – condição de ductilidade não respeitada.

b) Instabilidade elástica não é componente crítica


Como podemos ver adiante, a instabilidade elástica não é componente crítica.

5. Verificação de resistência
a) Esforços nos parafusos da alma do perfil secundário

50 50.0,050 2,5 .
25
2
Parafuso 1
10
5 Parafuso 1
2
5 27,78 32,78
2,5
27,78 25
0,09
41,22

Parafuso 2
27,78 5 22,78
25
33,82

136
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

b) Verificação ao corte dos parafusos da alma do perfil secundário

Sendo que o plano de corte se considera a passar na zona roscada dos parafusos:

,  
0,6.800000.157. 10
, 60,29
1,25
,
0,68  OK
,

c) Resistência ao esmagamento da cantoneira – Lado da alma do perfil secundário


• Esmagamento vertical

.
, 2,8 1,7; 2,5 2,5
2,5.0,93.430000.0,016.0,008
101,93
1,25 1
; ; ;1 0,93
3 3 4
0,25  OK
,

• Esmagamento horizontal

.
, 2,8 1,7; 1,4 1,7; 2,5 2,5
2,5.0,74.430000.0,016.0,008
81,54
1,25 1
; ; ;1 0,74
,
3 3 4
040  OK
,

d) Resistência ao esmagamento da alma do perfil secundário – Lado da alma do perfil secundário


• Esmagamento vertical

.
,    2,8 1,7; 2,5 2,5
2,5.1.430000.0,016.0,0066
90,82
1,25 1
; ; ;1 1
3 3 4
0,28  OK
,

• Esmagamento horizontal

.
, 2,8 1,7; 1,4 1,7; 2,5 2,5
2,5.0,74.430000.0,016.0,0066
67,27
1,25
,
0,49  OK 1
, ; ; ;1 0,74
3 3 4

137
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

I. Esforços nos parafusos aparafusados no perfil principal

50
, 12,5
4

II. Verificação ao corte dos parafusos aparafusados no perfil principal

, . . .
, 60,29
,

,
0,21  OK
,

III. Resistência ao esmagamento da cantoneira

,
2,8 1,7; 2,5 2,5

=101,93KN 1
; ; ;1 0,93
3 3 4
,
0,12  OK
,

IV. Resistência ao esmagamento do perfil principal

,
2,8 1,7; 2,5 2,5

137,60 1
, ; ;1 1
3 4
,
0,09  OK
,

e) Resistência ao corte da cantoneira


• Área bruta
. 8.190 1520
, √
1520. 10 . 275000
241,33
√3. 1,0

0,11  OK
,

• Área útil
, , . , 190 2.18 . 8 1232
√ .

430000
1232. 10 . 244,69
√3. 1,25

0,11OK
,

138
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

• Rotura em bloco (excêntrica)


. . 1,5 50 90 1,5.18 . 8
, , 0,5.   

904
430000.248. 10 275000.904. 10
0,5.
1,25 √3. 1,0 18
40 .8 248
2 2
186,19  
18
40 .8 248
0,14 OK 2 2
,

f) Resistência à tracção da cantoneira


• Área bruta
Verificação da necessidade de reduzir a tensão de
,
cedência devido ao efeito do esforço transverso:

1520. 10 . 275000 50
418
1,0
, 241,33
0,01  OK
21% 50% 

ã  é  á        

• Área útil
, . . 1520 18.2.8 1232
,

0,9.1232. 10 . 430000
381,43
1,25

0,01  OK
,

• Rotura em bloco
, , 0,5.
. .
   90 18 . 8 576  

2.40 18 . 8 496
430000.576. 10 275000.496. 10
0,5. 177,82  
1,25 √3. 1,0 2.40 18 . 8 496

0,03OK
,

g) Resistência à compressão da cantoneira

Não é necessário verificar uma vez que não existe compressão.

h) Cantoneira T-Stub à tracção

, 0,5. 0,5.180 90

139
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

, , 90

Não se considera efeito de alavanca

, , 0,25 ∑ , . 0,25.0,09. 0,008 . 0,396 .


,

. , , . ,
, , 17,22
,

, , 17,22

. . . , . . . ,
, , 180,86
,

, , 0,03  OK
,

, , 0,03  OK
,

I. Resistência ao punçoamento das cantoneiras

, . . , . , .
, 0,6. . . . / 131,63
,

Para 2 parafusos , 263,26

0,02 OK
,

II. Corte + tracção dos parafusos

, ,
1 0,23 1 OK
, , ,

i) Resistência à flexão da das cantoneiras


• Resistência bruta da secção
. . . .
, 13,24 . 48133
,

. ,
0,19  OK 50%  ,     ã     ê  
,

  ê  à  ã

j) Resistência ao corte do perfil secundário


• Área bruta
. , . ã       0,00221382
, 351,49
√ √ . ,

0,14  OK
,

Área útil

, , . 1,97622. 10 . 392,49 , 0,00221382 2.0,018.0,0066 1,97622. 10


√ . √ . ,

0,13  OK
,

140
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

• Rotura em bloco (excêntrico)


0,5.
. .
  0,5.
. , . 0,00221382 0,090.0,0066 1,5.0,018.0,0066
, √ ,

2.0,015.0,0102 1,1356. 10
. , .
215,50  
√ . ,
40 0,5.18 . 6,6 204,6
0,23  OK
,

k) Resistência à tracção do perfil secundário


• Área bruta
, .
1263,49 Verificação da necessidade de reduzir a tensão de
, , cedência devido ao efeito do esforço transverso:

0,01  OK 50
,

  , 351,49

0,14 0,50

Não é necessário reduzir fy. 

• Área útil
, . . 0,0045945 2.0,018.0,0066 4,3569. 10
,

0,9.4,3569. 10 . 430000
1348,90
1,25

0,01  OK
,

• Rotura em bloco
, , 0,5.
. .
   90 18 . 6,6 475,2  

2.40 18 . 6,6 409,2


430000.475,2. 10 275000.409,2. 10
0,5.
1,25 √3. 1,0 2.40 18 . 6,6 409,2

146,70  

0,07  OK
,

l) Resistência compressão do perfil secundário

Não existe compressão, não é necessário verificar.

Status
Resistência: OK
Ductilidade: KO
Capacidade de rotação: OK

141
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

14.3 Cavilhas
Exercício 1 – Verificação da segurança da ligação:

Geometria

a) Distância ao bordo da chapa (EC3-1-8:tabela 3.9)

. . ,
. 0,1 89,20
. . . , .

. . ,
. 0,1 55,87
. . . , .

b) Resistência ao corte da cavilha (EC3-1-8:tabela 3.10)

, . . 0,09
, 6,36. 10
4 4
0,6.6,36. 10 . 800000 800
2442,90 400
1,25 ,
2

0,16  OK
,

c) Resistência ao esmagamento (EC3-1-8:tabela 3.10)

ELU

, 1,5. . . 1,5.0,050.0,090. 2396,25


,

0,33  OK
,

ELS

, , 0,6. . . 0,6.0,050.0,090. 958,50


, ,

142
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

0,42  OK
,

d) Resistência à flexão da cavilha (EC3-1-8:tabela 3.10)

ELU

1,5 . 1,5.7,16. 10 . 68,71 . 0,09


, 7,16. 10
32 32

800
4 2 0,05 4.0,010 2.0,04 17 .
8 8

0,25  OK
,

ELS

0,8 . 0,8.7,16. 10 . 36,64 .


,

400
4 2 0,05 4.0,010 2.0,04 8,5 .
0,8 8
,
0,23  OK
,

e) Resistência à flexão + corte (EC3-1-8:tabela 3.10)

,
1 1 0,09 1 OK
, , ,

f) Verificação da tensão de contacto (EC3-1-8:tabela 3.13.2)

. , . . , ,
, 0.591. 0.591. 851137
. , . ,

, .
, 2,5. 887500 OK
, ,

g) Verificação da soldadura

, . . . 0,008.0,6 1256
√ √ . , . ,

0,64  OK

  é     ,  OK

Componente crítico: Resistência da soldadura. 

143
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

14.4 Chapa gusset


Exercício 1 – Verificação da segurança da ligação:

1. Verificação geométrica da furacão:

min max
1,2 21,6 4 40 4.8 40 72
1,2 21,6 4 40 4.8 40 72
2,2 2,2.18 39,6 14 ; 200 14.6,6; 200 92,4
1,2 21,6   4 40 4.6,6 40 66,4
1,2 21,6   4 40 4.6,6 40 66,4

2. Sugestões:

. 22,14. 10 . 351,49 50
, √ . √ . ,

22,14
50
0,14
, 351,49 22,14

Sugestão: Utilizar 1 fiada de parafusos 275

3. Critérios de capacidade de rotação:


a) Altura da chapa gusset

2 190

2 2. 270 2.15 2.10,2 219,6

0,6 0,6.270 162 OK

219,6 OK

b) available required

10 40 50

144
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Limite de z para dispensar verificação de capacidade de rotação:

50 10 95 40 140,80 50 Não dispensa.

Verificação da capacidade de rotação:

sin tan

50 50 10
sin tan 0,36 0,2 0,075
50 10 95 40 95 40

1,5.66,67. 6
0,0185
16 16.210000000.5790. 10
,
0,25  OK
,

4. Critérios de ductilidade:
a) Cordão de soldadura de resistência total

Sendo


, . .  

obtemos: 

. . 1
. . .2 . , . . √3. .
√3 √3 2 .

275000.1,25
, 0,5.0,008. √3. 0,85.
430000.1,0

, 4,71  5  

b) Evitada rotura frágil do parafuso

KO= Resistência da alma do perfil e da chapa Gusset ao esmagamento é superior à resistência ao corte dos
parafusos (ver ponto5b,c e d) – condição de ductilidade não respeitada.

c) Instabilidade elástica não é componente crítica

Como podemos ver adiante, a instabilidade elástica não é componente crítica.

145
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

5. Verificação de resistência:
a) Esforços nos parafusos:

50 50.0,050 2,5 .
25
2
Parafuso 1
10
5
2 Parafuso 1

2,5 5 27,78 32,78


27,78
0,09
25

41,22

Parafuso 2

27,78 5 22,78

25

33,82

b) Verificação ao corte dos parafusos:

Sendo que o plano de corte se considera a passar na zona roscada dos parafusos:

,  
0,6.800000.157. 10
, 60,29
1,25
,
0,68  OK
,

c) Resistência ao esmagamento da gusset:


• Esmagamento vertical

.
, 2,8 1,7; 2,5 2,5
2,5.0,93.430000.0,016.0,008
101,93
1,25 1
; ; ;1 0,93
3 3 4
0,25  OK
,

• Esmagamento horizontal
.
, 2,8 1,7; 1,4 1,7; 2,5 2,5
2,5.0,74.430000.0,016.0,008
81,54
1,25 1
; ; ;1 0,74
,
3 3 4
040  OK
,

146
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

d) Resistência ao esmagamento da alma do perfil secundário:


• Esmagamento vertical:
.
,    2,8 1,7; 2,5 2,5
2,5.1.430000.0,016.0,0066
90,82
1,25 1
; ; ;1 1
3 3 4
0,28  OK
,

• Esmagamento horizontal:
.
, 2,8 1,7; 1,4 1,7; 2,5 2,5
2,5.0,74.430000.0,016.0,0066
67,27
1,25 1
; ; ;1 0,74
,
3 3 4
0,49  OK
,

e) Resistência ao corte da chapa Gusset:


• Área bruta:
. 8.190 1520
, √
1520. 10 . 275000
241,33
√3. 1,0

0,21  OK
,

• Área útil:
, , . , 190 2.18 . 8 1232
√ .

430000
1232. 10 . 244,69
√3. 1,25

0,20    OK
,

• Rotura em bloco (excêntrica):


. . 1,5 50 90 1,5.18 . 8
, , 0,5.   

904
430000.248. 10 275000.904. 10
0,5.
1,25 √3. 1,0 18
40 .8 248
2 2
186,19  
18
40 .8 248
0,27 OK 2 2
,

147
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

f) Resistência à tracção da Gusset:


• Área bruta:
Verificação da necessidade de reduzir a tensão de
,
cedência devido ao efeito do esforço transverso:
1520. 10 . 275000 50
418
1,0
, 241,33
0,02  OK
21% 50% 

ã  é  á        

• Área útil:
, . . 1520 18.2.8 1232
,

0,9.1232. 10 . 430000
381,43
1,25

0,03  OK
,

• Rotura em bloco:
, , 0,5.
. .
   90 18 . 8 576  

2.40 18 . 8 496
. . . .
0,5. 177,82
, √ . ,
2.40 18 . 8 496

g) Resistência à compressão da Gusset:


• Resistência bruta da secção:

,   418KN (igual à resistência à tracção)

• Resistência por encurvadura da secção:

. .
 
. . . .
1680,20   0,85.1520. 10 . 275000
, 356,24  
1,0
. . .
  ,
0,50 

0,49    ; çã   ç  

0,5 1 0,2  

  0,5 1 0,49 0,5 0,2 0,5 0,69 

1  0,85 
, , ,

.
,   

148
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

2 2.50 100 . 190. 8


8106,67
12 12
. 190. 8
8106,67 190.8 1520
12 12

h) Resistência à flexão da Gusset


• Resistência bruta da secção
. . . .
, 13,24 . 48133
,

. ,
0,19  OK 50%  ,     ã     ê  
,

  ê  à  ã

• Resistência à encurvadura da secção:

Cálculo do valor do momento crítico:

. . . . .
/ 1 1
1,879   . 190. 8 32427  
. . . 3 3

,
190. 8
. 210. 10 . 8,11. 10 2.0,05 . 81. 10 32427. 10 8106,67  
1,879   12
2.0,05 . 210. 10 . 8,11. 10
190. 8
3157.0,04 124,65 .   8106,67  
12

.   50.0,05 2,5 .  
, 4813  
6
. . .
  ,
0,33 

0,76      çõ  

0,5 1 0,2   

0,5 1 0,76 0,33 0,2 0,33 0,60 

  0,90  
, , ,

. . .
, .   0,9. ,
11,97 .  

. ,
0,21 OK
,

149
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

i) Interacção de esforços:
• Resistência sem encurvadura (considerando de classe3):

, ,
1 1 0,21
, , , ,

• Resistência com encurvadura:


, ,
. ,
1 , . 1. , 0,24 OK
. , .
, ,

0,05 0,05
1 1
0,25 / 0,25 /

0,05.0,5 10 0,05 10
1 1
0,6 0,25 0,85.418/1,0 0,6 0,25 0,85.418/1,0

j) Resistência ao corte do perfil secundário:


• Área bruta:
. , . ã       0,00221382
, 351,49
√ √ . ,

0,14  OK
,

• Área útil:
, , . 1,97622. 10 . 392,49 , 0,00221382 2.0,018.0,0066 1,97622. 10
√ . √ . ,

0,13  OK
,

• Rotura em bloco (excêntrico):


0,5.
. .
  0,5.
. , . 0,00221382 0,090.0,0066 1,5.0,018.0,0066
, √ ,

2.0,015.0,0102 1,1356. 10
. , .
215,50  
√ . ,
40 0,5.18 . 6,6 204,6
0,23  OK
,

k) Resistência à tracção do perfil secundário:


• Área bruta:
, .
1263,49 Verificação da necessidade de reduzir a tensão de
, , cedência devido ao efeito do esforço transverso:

0,01  OK 50
,

  , 351,49

0,14 0,50

Não é necessário reduzir fy. 

150
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

• Área útil:
, . . 0,0045945 2.0,018.0,0066 4,3569. 10
,

0,9.4,3569. 10 . 430000
1348,90
1,25

0,01  OK
,

• Rotura em bloco:
, , 0,5.
. .
   90 18 . 6,6 475,2  

2.40 18 . 6,6 409,2


430000.475,2. 10 275000.409,2. 10
0,5.
1,25 √3. 1,0 2.40 18 . 6,6 409,2

146,70  

0,07  OK
,

l) Resistência à compressão do perfil secundário:


• Resistência bruta:
  Verificação da necessidade de reduzir a tensão de
,
cedência devido ao efeito do esforço transverso:

1263,49 50

  , 351,49

0,14 0,50

Não é necessário reduzir fy.

m) Resistência à encurvadura por compressão (duplo entalhe):

A secção não tem qualquer entalhe. Não é verificado.

n) Resistência bruta à flexão:


• Resistência bruta da secção entalhada:

Não existe entalhe

• Resistência à encurvadura de secção entalhada (duplo entalhe):

Não existe entalhe

o) Interacção de esforços:

1 1 0,01 1
,

Resistência: OK 0,68
Ductilidade: KO Não é evitada a rotura do perfil do parafuso ao corte.

151
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Exercício 2 – Verificação da segurança da ligação:

1. Verificação geométrica da furacão:

min max
1,2 1,2.18 21,6 4 40 4.8 40 72
1,2 1,2.18 21,6 4 40 4.8 40 72
2,2 39,6   14 ; 200 14.7,1; 200 99,4
2,4 43,2   14 ; 200 14.7,1; 200 99,4
1,2 1,2.18 21,6 4 40 4.7,1 40 68,4
1,2 1,2.18 21,6 4 40 4.7,1 40 68,4

2. Sugestões:
. 25,68. 10 . 200
, √ . √ . ,

25,68
526,37
25,68
  
,
355
0,38 38% 50%
,

           

3. Critérios de capacidade de rotação:


a) Altura da chapa gusset:

2 1 . 2.35 3 1 .80 230

2 2 300 2.15 2.10,7 248,6

0,6 0,6.300 180 230 OK

248,6 230 OK

152
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

b) available required
• Determinação de :

70
1 . 35 10 80
2 2

Limite de z para dispensar verificação de capacidade de rotação:

Se:  :  ∞

80 80 10 35 80 165,53 KO ÎNão dispensa verificação da

capacidade de rotação:

• Cálculo de :

sin tan

80 80 10
sin tan
230 230
80 10 35 35
2 2

0,5 0,44 0,068  

• Determinação de required:

1,5.26,67 40 .

40. 10
0,095
24 24.210000000.8356. 10
,
1,40 KOÎNão é garantida a liberdade de rotação do perfil.
,

4. Critérios de ductilidade:
a) Cordão de soldadura de resistência total:

. .
,  
√3

, . . . . .2

√3

. . .2
√3

. . √3. 0,9.1,25
2. .

153
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

0,008.355000. √3. 0,9.1,25 5,43


2.510000.1,0

Limites geométricos do cordão de soldadura 3 0,7.8 3 5,6

        ã    6        5,6

b) Evitada rotura frágil do parafuso:

Como podemos ver em pontos seguintes

Ratio  rotura do parafuso 68% é menor que

Ratio  esmagamento da chapa 77%

Ratio  esmagamento da alma 87%

Ou seja é evitada a rotura frágil dos parafusos

c) Instabilidade elástica não é componente crítica

Instabilidades elásticas não são a componente crítica. OK

5. Verificação de resistência
a) Esforços nos parafusos

200
33,33 485,52
6 ∑

20 38,85 3,33 42,18


3,33
6
33,33 17 50,33
. 0,08.200 16 .
42,18 50,33 65,67
3,3. 10

x (m) y (m)
0,035 0,08 . 38,85 . 17
0,035 0,08 . 38,85 . 17
0,035 0 . 0 . 17 
0,035 0 . 0 . 17 
0,035 0,08 . 38,85 . 17 
0,035 0,08 . 38,85 . 17

154
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

b) Verificação ao corte dos parafusos:

. . 16
,   201
4 4

0,6.1000000.201. 10
, 96,51
1,25

65,67

68%

c) Resistência ao esmagamento da gusset:


• Esmagamento vertical:

. 1,4
, 2,8 1,7. 1,7; 2,5 2,5

2,5.0,65.510000.0,016.0,008
1
1,25 ; ; ;1 0,65
3 3 4
84,62  OK 59%   
1
; ; ;1 0,65
3 3 4

• Esmagamento horizontal:
. 1,4
, 2,8 1,7. 1,7; 2,5 2,5

2,5.0,65.510000.0,016.0,008
1
1,25 ; ; ;1 0,65
3 3 4
84,62  OK 50%      

d) Resistência ao esmagamento da alma do perfil secundário:


• Esmagamento vertical:
.
   1,4
, 2,8 1,7. 1,7; 2,5 2,5

2,5.0,65.510000.0,016.0,008
1
1,25 ; ; ;1 0,65
3 3 4
75,10  OK 67%

155
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

• Esmagamento horizontal:
.
   1,4
, 2,8 1,7. 1,7; 2,5 2,5

2,5.0,65.510000.0,016.0,0071
1
1,25 ; ; ;1 0,65
3 3 4
75,10  OK 56%
1
; ; ;1 0,65
3 3 4

e) Resistência ao corte da chapa Gusset:


• Área bruta:
. 230.8 1840
,   

1840. 10 . 355000
377,13
√3. 1,0

0,53    OK
,

• Área útil:
, , .    , 1840 3.18.8 1408
√ .

510000
1408. 10 . 331,67
√3. 1,25

0,60    OK
,

• Rotura em bloco (excêntrica):


. . 80.2 35 2,5.18 . 8 1200
, , 0,5.   

35 70 1,5.18 . 8 624
510000.624. 10 355000.1200. 10
0,5.
1,25 √3. 1,0 35 70 1,5.18 . 8 624

373,25  

0,54    OK
,

156
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

f) Resistência à tracção da Gusset:


• Área bruta:

, 0,5 
,

1840. 10 . 353694
650,80 2
1,0 , 1 1 . 353694
,

• Área útil:
, . . , . . .
, 517,02
,

• Rotura em bloco:
, , 0,5.
. .
   80.2 2.18 . 8 992  

70.2 35.2 3.18 . 8 1248


510000.992. 10
0,5.
1,25 70.2 35.2 3.18 . 8 1248

355000.1248. 10
 
√3. 1,0

458,16  

0,44  OK 
,

g) Resistência à compressão da Gusset:


• Resistência bruta da secção:

. .
,   650,80KN 0,5   :
, ,

0,03  OK 2. 400
, 1 1 0,004
, 377

1 . 353694

• Resistência por encurvadura da secção:

. . . . .
      0,60 
, , , ,

794,50   .
, ,   
. . .
  ,
0,91  , . . .
,
392,36  
0,49    ; çã   ç  
0,05  OK
,
0,5 1 0,2   

0,5 1 0,49 0,91 0,2 0,91 1,08 

157
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

80 230. 8
9813
12
2 2.80 160

2 2.80 160

8. 230
8111333
12

h) Resistência à flexão da Gusset:


• Resistência bruta da secção:

. . . 50%  ,  
, ,

  , 353694
24,95 .
.
0,64  OK 70533
,

0,08.200 16 .

• Resistência à encurvadura da secção:

Cálculo do valor do momento crítico:

. . . . . 0,83    OK
1,879
. . .
  ,

,
, . . . . . , . . . .

, . . . .
 

1493 0,06 94,31 .  

. . .
  ,
 

0,52 

0,76      çõ  

0,5 1 0,2   

0,5 1 0,76 0,52 0,2 0,52 0,75 

   
, , ,

 0,77  

. .
, .   0,77.
,

19,25 .   
158
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

210 0,08

210 2
80,77
2 1 2 1 0,3
0,16 
210
80,77 1 1
2 1 2 1 0,3 . . 230. 8 39253  
3 3

i) Interacção de esforços:
• Resistência sem encurvadura (considerando de classe3):

,
1 1 0,67 1
, , , , ,

• Resistência com encurvadura (equação 6.62/Anexo B):

, 0,6   3

,
. ,
1
.

0,99. 1 0,88 1 OK


, ,

Sendo:

0,05 0,05
1 . 1 .  
, 0,25 / , 0,25 /

0,05.0,91 20 0,05 20
1 . 1 . 0,99
0,6 0,25 0,6.650,80 0,6 0,25 0,6.650,80

j) Resistência ao corte do perfil secundário:


• Área bruta:
. , . .
370,06 150.10,7 254,3.7,1 3410,53
, √ √ . ,
  7,1.254,3 1805,53
0,54 OK
,
  7,1.254,3 1805,53

, 130143

10,7.150 254,3.7,1
3016960  
12 12
1
. 254,3.7,1 150. 10,7 91591  
3

159
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

• Área útil:
, , .    , 1805,53 7,1.18.3 1422,13
√ .

510000
1422,13. 10 . 335
√3. 1,25

0,6 OK

• Rotura em bloco:

. . , 1,5.  
, 0,5.  
√3
35 70 1,5.18 . 7,1 553,8
331,26 200 OK 60%
2. 2,5.  
 
35 2.80 2,5.18 . 7,1 1065

k) Resistência à tracção do perfil secundário:


• Área bruta:

. .
, 1202,81 0,5   :
, ,

2.
1 6,55. 10
,

1 . 352676

• Área útil:

, . . 3410,53 3.18.7,1 3027,13


,

0,9.3027,13. 10 . 510000
1111,56
1,25

• Rotura em bloco:
, , 0,5.
. .
   2.80 2.18 .7,1 880,4  

2.35 2.70 3.18 . 7,1 1107,6


406,61  
2.35 2.70 3.18 . 7,1 1107,6

160
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

l) Resistência à compressão do perfil secundário:


• Resistência bruta:

,   1202,81

0,02  OK (Resultado igual ao resultado para tracção)


,

• Resistência à encurvadura por compressão:

. .
 
. . . .
  2.30 60
,

1736944,94  

. , . .
  ,
0,03 

0,49    ; çã   ç  

0,5 1 0,2   0,45 

  1 
, , ,

.
,   

1210,74   

0,02  OK
,

m) Resistência à flexão do entalhe:


• Resistência bruta:

. . . 0,03.200 6 .
, ,

50%  ,      é 
45,90 .
50%  ,      é 
0,13    OK
,

• Resistência à encurvadura de secção entalhada:

. . . .
1,879 0,939 0,939  
. .

. 210. 10 . 3016960. 10 0,06 . 81. 10 . 91591. 10


1,879 0,939.0,127
0,06 . 210. 10 . 3016960. 10

0,939.0,127 58,22 .

161
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Sendo :

0,06 

.
 
12

.
 
12

  0,5  1,0 2 1 0,5 0,5. 127  

. . .
  ,
 

0,89 

0,76      çõ  

0,5 1 0,2   0,5 1 0,76 0,89 0,2 0,89  

1,16 

  0,53 
, , ,

. .
, .   0,53.
,
24,30 .  

n) Interacção de esforços:
• Resistência sem encurvadura (considerando secção de classe 3):

,
1 1 0,15 1
, , , , ,

• Resistência com encurvadura Î Equação 6.62/Anexo B:


,
. ,
1
.

0,27 1 27%
, 0,6
Tabela B.2Î 1

ê  

    çã

162
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

14.5 Chapa de topo flexível


Exercício 1 – Verificação da segurança da ligação:

1. Verificação geométrica da furacão:

min max
1,2 1,2.22 26,4 4 40 4.8 40 72
1,2 1,2.22 26,4 4 40 4.8 40 72
1,2 1,2.22 26,4 4 40 4.10 40 80
2,2 2,2.22 48,4 14 ; 200 14.8; 200 112
2,4 2,4.22 52,8 14 ; 200 14.8; 200 112
 

2. Verificação de superfície de capacidade de rotação:

a) . 1 2. 2 100 2.50 270 2 15 10,2 200 219,6 OK

0,6 0,6 200 0,6.270 200 162  OK

b) 0,23 0,025 OK 8
0,23
35

1,5.22,22. 6
24 24.210000000.5790. 10

0,025

163
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

3. Verificação da ductilidade:
a) Evitar a rotura do parafuso antes de ceder o T-Stub

2,8 2,8 2,5 1,64 OK

,
2,8   2,8 2 1,64 OK

b) Cordão de soldadura de resistência total

,
, 0,5. . . √3. . , 0,5.0,0066.0,85. √3. . , 3,88
,

,
0,97  OK

4. Verificação de resistência:
a) Resistência ao corte dos parafusos (assumindo que o plano de corte passa na zona roscada do parafuso)

, . . .
,   ,
94,08  

Resistência   º    . 0,8. , 4.0,8.94,08 301,06  

0,33  OK
,

b) Resistência ao esmagamento da chapa de topo

.
,    2,8 1,7; 1,4 1,7; 2,5 2,5

2,5.0,76.43000.0,020.0,008 1
  ; ; ;1 0,76
1,25 3 3 4
104,24   4  416,96   

0,24  OK
,

164
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

c) Resistência ao esmagamento do elemento de suporte

.
,

1,4
2,5.1.430000.0,020.0,010 1,7; 2,8 1,7; 2,5 2,5
172 4
1,25
1
688 ; ;1 1
3 4

0,15  OK

d) Resistência dos parafusos à tracção

. , . . .
, 141,12
,

. , 4.141,12 564,48

0,02  OK
,

e) Resistência ao punçoamento das chapas

, 0,6. . . . 0,6. . 31,765. 10 . 0,008. 164,78


,

. , 4.164,78 659,11

0,02  OK
,

f) Resistência dos parafusos aos esforços combinados de corte e tracção

, ,
1,0 1,0 0,34 1,0  OK
, , . , , , . ,

g) Resistência ao corte da chapa de topo – Área bruta

. , . . , 0,2.0,008 1,6.10
, 254,03
√ √ . ,

50,25 50%  ã      

,
0,20 OK
,

165
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

h) Resistência ao corte da chapa de topo – Área útil

, . 1248. 10 . 247.86 100 10


√ . √ . ,
50,25
2 2
50,25
, , 200 2.22 . 8 156.8 1248
0,20  OK
,

i) Resistência ao corte da chapa de topo – Rotura em bloco

, , 0,5.
. .
   50 11 . 8 312  

150 33 . 8 936
430000.312. 10 275000.936. 10
0,5. 202,27  
1,25 √3. 1,0

0,25  OK
,

j) Resistência à flexão no plano da chapa de topo

0,0467.50 2,335 . 100 6,6


46,7
2
. , . .
, 14,67 .
, 0,008. 0,2
5,33. 10
6 6

50%  ã    

,
0,16  OK
,

k) Resistência ao corte da alma na união com a chapa de topo

0,2.0,0066 1,32. 10
, √

1,32. 10 275000 50%  ã    


209,58
√3. 1,0

0,48  OK
,

166
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

l) Resistência à tracção da alma na união com a chapa de topo

,
0,2.0,0066 1,32. 10  

1,32. 10 . 275000 50%  ã    


363
1,0

0,03  OK

m) Resistência à compressão da alma na união com a chapa de topo

,   0,2.0,0066 1,32. 10  

1,32. 10 . 275000 50%  ã    


363
1,0

n) Resistência ao corte do entalhe do perfil secundário

A ligação não tem entalhe, no entanto, para ser feita uma verificação, cria-se um entalhe:

229,8 . 6,6 1516,68


, √

229,8.6,6 135.10,2 2893,68  


. .
240,81
√ . ,
229,8. 6,6 10,2. 135
2,0968. 10  
12 12

6,98. 10  

0,42  OK
,

o) Resistência à flexão do entalhe do perfil secundário

100.0,05 5 .
50%  ã    
9,93. 10

. , . .
, 27,31
,

0,18  OK
,

167
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

p) Resistência à compressão do entalhe do perfil secundário

, . .
,   ,
795,76    50%  ã    

q) Resistência à encurvadura por compressão

2. 2.50 100 ; 2,10. 10  

. . . . , .
  ,
434591,35  

. , . .
  ,
0,04 

0,49    ; çã   ç  

0,5 1 0,2   0,5 1 0,49 0,04 0,2 0,04 0,46 

1  4,74 1 
, , ,

, . .
,   1. ,
795,76  

r) Resistência à encurvadura por flexão do entalhe

2. 2.50 100 ; 6,98. 10  


/
. .
1,879 0,939 0,939  
. .

49,07 .  

Com :

. 0,5 
 
12

. 1,0 2 1 0,5 0,5. 0,115


2
 
12
1,0 2 1 0,5 0,5. 0,115
0 2

.
  0,75  

0,76      çõ  

0,5 1 0,2   0,99  

168
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

  0,61  

, .   16,75 .  

s) Interacção de esforços

Resistência sem encurvadura

,
1 1 0,2 1
, , , ,

Resistência com encurvadura

.
,
1 0,31 1 OK  8: 2 1
. ,
.

  

0,6

t) T-stubs da chapa de topo

. , . .√ , . , . .√
  42,17  

; 50; 50 50  

50  

100  

, 2   2 . 42,17 265  

, 2 0,625   2.42,17 0,625.50 50 166  

, 4 1,25   4.42,17 1,25.50 231  

para os parafusos trabalhando sozinhos:

Filas externas:

, , ; , 166; 231; 265 166

, , 166; 231 166

Filas internas:

, , ; , 231; 265 231

, , 231 231

169
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Todos os parafusos:

, 166 166 331

, 166 166 331

Resistência para plastificação do banzo:

, , 0,25 ∑ , . 0,25.0,331. 0,008 . 1,46 .


,

Resistência para plastificação do banzo + rotura do parafuso:

, , 0,25 ∑ , . 1,46 .

20 12,5
10 8 34,25
2 2
, . , . , .
, ∑
954
, . .

, . , . , .
, ∑
954
, . .

. , , . ,
, , 138,21
,

. , , ∑ , . , , . . ,
, , 184,72
, ,

min ; 1,25 50

, , ∑ , 141,12.4 564,48

para os parafusos trabalhando em conjunto:

, 1 . 2 0,625 100 2.42 0,625.50 215,25

, 1 . 2 200

, , 200; 215 200

, , , , 0,25. ∑ , . . 0,25.0,2. 0,008 . 0,88 .


,

, .
, ∑ , 1,58
, .

. , ,
, , 83,46

. , , ∑ ,
, , 172,20

, , 4.141,12 564,48

ê  à  çã     ã min ú   , 10  OK

170
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

u) T-stubs do banzo do perfil de suporte

. , . , . , .
  32,35  

, 2   2 . 32 203  

, 4 1,25   4.32,35 1,25.50 192  

para os parafusos trabalhando sozinhos:

Filas internas:

, , ; , 0,203; 0,192 0,192

, , 0,192 0,192

Todos os parafusos:

, , 2.0,192 0,384

, , , , 0,25 ∑ , . 0,25.0,384. 0,010 . 2,64 .


,

20 12,5
10 8 34,25
2 2
, . , . , . ,
, ∑
0,371
, . , . ,

. , , . ,
, , 326,26
,

. , , ∑ , . , , . . ,
, , 229,30 com 0,040
, ,

, , ∑ , 4.141,1 564,48

para os parafusos trabalhando em conjunto:

, 1 . 2 0,625 100 2.32 0,625.50 196

, , 0,196

, , , , 0,25. ∑ , . . 0,25.0,196. 0,010 . 1,35 .


,

, .
, ∑ , 0,73
, .

. , ,
, , 166,57

. , , ∑ ,
, , 193,82

, , ∑ , 4.141,12 564,48

ê  à  çã     ã min ú   , 10  OK

171
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

14.6 Cobre juntas


Exercício 1 – Verificação da segurança da ligação:

ÎEsforços:
MEd=150KNm
VEd=100KN
NEd=-30KN (tracção)

ÎAço S275

ÎSuperfície de classe A

ÎDeterminação dos esforços externos da união:

403,20
,

373,10
,

ÎCritérios de rigidez e continuidade:

a) As chapas nos banzos deverão ter uma espessura e largura idênticos à dos banzos.

Adoptar este critério é o mesmo que dizer que a área das cobre juntas é idêntica à área dos banzos. Por
simplicidade a largura da cobre junta exterior é igual à largura do banzo. A largura das cobre juntas interiores é
tal que não toca no raio do perfil.
13,5.180 2430
180.12 60.12.2 3600 2430  OK
172
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

b) As chapas nos banzos deverão sobrepor-se ao banzo no mínimo 225mm ou a largura do banzo.

çã , , , 1 . , 60 50 2.80 270

; 225 180; 225 225 270  OK

ÎGeometria da ligação:

a) Verificação dos espaçamentos mínimos obrigatórios

min Max
, 1,2 1,2.22 26,4 40 4 40 4. 12; 12 88
, 1,2 26,4 40 4 40 4.13,5 94
, 2,2 2,2.22 48,4   14 ; 200 14. 12,12; 13,5 ; 200 168
, 2,4 2,4.22 52,8   14 ; 200 14. 12,12; 13,5 ; 200 168
, 1,2 26,4   40 4 40 4. 12,12; 13,5 88
, , 1,2 26,4   40 4 40 4.12 88  
, 1,2 1,2.18 21,6   40 4 40 4.10 80  
, 2,2 2,2.18 39,6   14 ; 200 14. 10; 8,6 ; 200 120,4
, 1,2 21,6   40 4 40 4.10 80  
, 2,4 2,4.22 52,8   14 ; 200 14. 10; 8,6 ; 200 120,4
, 1,2 21,6   40 4 40 4.8,6 74,4  

ÎVerificação do ratio de utilização do perfil:

a) Ratio de esforço transverso

, 42,69

, . 42,69. 10 . 677,87
√ √ . ,

0,15  OK
,

b) Ratio de flexão

Como 0,5 não é necessário reduzir a tensão de cedência.


,

O momento resistente elástico é ( 1156 ):

, . 1156. 10 . 318,02
,

0,47  OK
,

c) Ratio de esforços axiais

84,46 ;  0,5
,

173
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

. 84,46. 10 . 2322,75
,

0,1  OK
,

ÎVerificação dos elementos da ligação:

a) Banzo: Resistência bruta à tracção/compressão

403,20; 373,10 403,20

180.13,5 2430

. 2430. 10 . 668,25
,

,
0,60   OK
,

b) Banzo: Resistência útil à tracção

403,20

2430 2.22.13,5 1836

. 1836. 10 . 504,90
,

,
0,80   OK
,

c) Cobre junta do banzo: Resistência bruta à tracção/compressão

403,20; 273,10 403,20

180.12 2.60.12 3600

. 3600. 10 . 990
,

,
0,41   OK

174
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

d) Cobre junta do banzo: Resistência útil à tracção

403,20

3600 4.12.22 2544

.   2544. 10 . ,
699,60  

,
0,58   OK
,

e) Parafusos no banzo: Resistência ao escorregamento

0,7. .  

0,7.800000.245. 10   137,20 1 Furos normalizados

. .
. 2 Duas superfícies de contacto por parafuso
.

0,5 Coeficiente de atrito para superfícies de classe


1.2.0,5
. 137,20 109,76
1,25 A

1,25 Coeficiente de segurança para ligações

resistentes ao escorregamento em ELU

Verificação para juntas longas

Distância entre o centro dos parafusos externos na direcção do esforço.

2.80 160

Se 15 , a resistência da ligação , é reduzida para . , , com:

1 0,75; 1

Como 15 15.22 330 160 não é necessário reduzir.

, , 3.2.109,76 658,56

,
0,61  OK
,

175
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

f) Banzo – Resistência ao esmagamento:

Banzo

2,8 1,4
,   1,7; 1,7; 2,5

2,12.0,091.430000.0,020.0,0135 2,8.30 1,4.120


, 178,85 1,7; 1,7; 2,5
1,25 22 22

6 1073,11 2,12

.
0,38  OK 1
, 1; ; ;
3 3 4

800 60 80 1
1; ; ; ; 0,91
430 3.22 3.22 4

Cobre junta exterior

2,8 1,4
,   1,7; 1,7; 2,5

2,12.0,76.430000.0,02.0,012 2,8.30 1,4.120


, 132,48 1,7; 1,7; 2,5
1,25 22 22

6 794,90 2,12

,
0,51  OK 1
, 1; ; ;
3 3 4

800 50 80 1
1; ; ; ; 0,76
430 3.22 3.22 4

Cobre juntas interior

2,8
,   1,7; 2,5 2,12

, 794,90 1
1; ; ; 0,76
3 3 4
0,51  OK

176
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

g) Cobre junta da alma: resistência da secção bruta ao corte

2.100 2.50 . 10 3000

. .
, 476,31
√ √ . ,

. ,
0,10  OK
,

h) Cobre junta da alma: Resistência da secção útil ao corte

, 3000 3.18.10 2460

, 2460. 10 . 488,58
√ √ . ,

. ,
0,10  OK
,

i) Cobre junta da alma: Resistência à rotura em bloco

110.2 50 2,5.18 . 10 2250

100.2 50 2,5.18 . 10 2050

. .
, 0,5.  
√3

2050. 10 . 275000 2250. 10 . 430000


, 0,5. 325,48 387 712,48  
√3. 1,0 1,25

0,70  OK
,

j) Cobre junta da alma – Resistência à flexão

0,17.50 8,5 .

0,010. 0,3
1,5. 10
6 6

275000
, 1,5. 10 . 41,25
1,0

8,5 0,21  OK

177
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

k) Alma – Resistência ao esmagamento


128,21
,

6. 110 6. 100 132600 0,1326

. 12,82

. 25,91
9

28,89

. 0,7. . 0,7.800000.157. 10 87,92

. . . . ,
, . . . 87,92 70,34
,

,
0,40 OK
,

l) Cobre junta – Resistência ao esmagamento vertical

,
,   127,41      
,
0,10  OK

Cobre junta – Resistência ao esmagamento horizontal

,
,   127,41       ,
0,05  OK 

m) Alma – Resistência ao esmagamento vertical

,
,   118,34       ,
0,21  OK 

Alma – Resistência ao esmagamento horizontal

,
,   118,34       ,
0,11  OK

  é     ,  OK

Componente crítico: Banzo – Resistência útil à tracção. 

178
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

14.7 Chapa de topo resistente à flexão


Exercício 1 – Verificação da segurança da ligação

1. Verificação geométrica da furação

min max
1,2 1,2.26 31,2 4 40 4.15 40 100
2,2 2,2.26 52,7 14 ; 200 14.15; 200 200
2,4 2,4.26 62,4 14 ; 200 14.15; 200 200
1,2 1,2.26 31,2 4 40 4.15 40 100

2. Resistência
a) Resistência potencial dos parafusos na zona de tracção

2. . √2. 0,8 .0,5 90 7,1 2.4. √2. 0,8 . 0,5 37

50 10,7 0,8. √2. 6 33

40

1,25 ; 1,25.37; 40 40

50 0,8. √2. 6 43

50

37
0,480
37 40

33
0,423
37 40

1,821

Fila em chapa estendida:

Fila isolada:

, 2. . ; . ; . 2.

2. . 43; . 43 90; . 43 2.40 272; 226; 216 216

179
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

, 4. 1,25. ; 2. 0,625. ; 0,5. ; 0,5. 2. 0,625.

4.43 1,25.50; 40 2.43 0,625.50; 0,5.170; 0,5.90 2.43 0,625.50

235; 158; 85; 163 85

Fila abaixo do banzo:

Fila isolada:

, 2. . 2. . 37 232

, 6,105.37 225

Fila em conjunto:

, . . 37 100 216

, 0,5. . 2 0,625.   0,5.100 6,105.37 2.37 0,625.40 177

Fila em interior:

Fila isolada:

, 2. . 2. . 37 232

, 4 1,25. 4.37 1,25.40 198

Fila em conjunto:

, 2. 2.100 200

, 100

Fila de extremidade:

Fila isolada:

, 2. . 2. . 37 232

, 4 1,25. 4.37 1,25.40 198

Fila em conjunto:

, . . 37 100 216 (interacção com a fila superior)

, 2 0,625 0,5 2.37 0,625.40 0,5.100 149

• Resistência potencial da fila 1 (chapa estendida):

, , ; , 216; 85 85

, , 85

15 24
15 15 50
2

180
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

, . , . .

545
, . .

       

, , 0,25 ∑ , . 0,25.0,085. 0,015 . 1,31 .


,

, , 0,25 ∑ , . 1,31 .

. , , . ,
, , 142,44
,

. , , ∑ , . , , . . .
, , 245,28
, ,

, , ∑ , 2.203,33 406,66

Sendo:

, . . , . . . .
, 203,33
,

ê        1 , , ; , , ; , , 142

• Resistência potencial da fila 2 (debaixo do banzo):

Fila sozinha:

, , ; , 232; 225 225

, , 225

50

, . , . .

689
, . .

       

, , 0,25 ∑ , . 0,25.0,225. 0,015 . 3,48 .


,

, , 0,25 ∑ , . 3,48 .

. , , . ,
, , 377,75
,

. , , ∑ , . , , . . .
, , 302,20
, ,

, , ∑ , 2.203,33 406,66

ê        2 , , ; , , ; , , 302,20

Fila em conjunto:

, , ; , 216; 177 177

181
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

, , 177

50

, . , . .

2518
, . .

       

, , 0,25 ∑ , . 0,25.0,177. 0,015 . 2,73 .


,

, , 0,25 ∑ , . 2,73 .

. , , . ,
, , 295,89
,

. , , ∑ , . , , . . .
, , 282,47
, ,

, , ∑ , 2.203,33 406,66

• Resistência potencial da fila 3 (interior):

Fila sozinha

, , ; , 232; 198 198

, , 198

50

, . , . .

234
, . .

       

, , 0,25 ∑ , . 0,25.0,198. 0,015 . 3,06 .


,

, , 0,25 ∑ , . 3,06 .

. , , . ,
, , 331,29
,

. , , ∑ , . , , . . .
, , 290,97
, ,

, , ∑ , 2.203,33 406,66

Fila em conjunto:

, , ; , 200; 100 100

, , 100

50

182
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

, . , . .

463
, . .

       

, , 0,25 ∑ , . 0,25.0,1. 0,015 . 1,55 .


,

, , 0,25 ∑ , . 1,55 .

. , , . ,
, , 167,57
,

. , , ∑ , . , , . . .
, , 251,68
, ,

, , ∑ , 2.203,33 406,66

ê        3           2
, ê      3; ê      2 3
ê      2 3
167,57 282,47 302,20 147,93
• Resistência potencial da fila 4:

Fila isolada:

, , ; , 232; 198 198

, , 198

50

, . , . .

234
, . .

       

, , 0,25 ∑ , . 0,25.0,198. 0,015 . 3,06 .


,

, , 0,25 ∑ , . 3,06 .

. , , . ,
, , 331,286
,

. , , ∑ , . , , . . .
, , 290,97
, ,

, , ∑ , 2.203,33 406,66

Fila em conjunto:

, , ; , 216; 149 149

, , 149

50
183
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

, . , . .

311
, . .

       

, , 0,25 ∑ , . 0,25.0,149. 0,015 . 2,30 .


,

, , 0,25 ∑ , . 2,30 .

. , , . ,
, , 249,43
,

. , , ∑ , . , , . . .
, , 271,32
, ,

, , ∑ , 2.203,33 406,66

ê        4           3   2 é:


, ê      4; ê      4 3; ê      4 3 2
290,97; 249,43 167,57 147,93; 249,43 167,57 282,47 147,93 302,20
290,97; 269,07; 249,43 249,43

b) Resistência à tracção da alma do pilar:

Ligação viga-viga Î não é necessária verificação

c) Limite de resistência por distribuição plástica:

Dispensa limite se:

. . 15 21,54 OK
, ,

A ligação tem suficiente capacidade de deformação. Não é necessário definir um limite triangular.

d) Resistência à compressão do banzo/alma da viga:

, ,
, , 597,34
, ,

com

, . 0,000628 172,81 .
,

e) Resistência à compressão (alma sem rigidizadores):

Ligação viga/viga não é necessária verificação.

f) Resistência da alma do pilar ao corte:

Ligação viga/viga não é necessária verificação.

184
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

g) Momento resistente da ligação:

A resistência de cada fila à tracção toma o valor mínimo de:

1) Resistência potencial da fila


2) Tracção da alma
3) Redistribuição plástica
4) Compressão do banzo da viga

Multiplicando a resistência de cada fila pela sua distância ao banzo em compressão, obtemos o momento

resistente:

147,81 .  

0,68

h) Resistência dos parafusos ao escorregamento:

, 0,7. . 0,7.800000.353. 10 197,68

. . , , . . , , , ,
, ,         .

De seguida é apresentado um quadro resumo:

Fila Ft,Ed (KN) b (m) MRd (KN.m) Fs,Rd (KN)


1 142,44 0,35 49,85 26,52
2 200,59 0,25 50,15 0,00
3 0 0,15 0 94,89
4 0 0,05 0 94,89
Σ 100 216,29

0,92 OK
,

i) Resistência ao esmagamento da ligação:

. 1 50
, ; 1; ; 0,64
3 4 3 3 3,26
2,5.0,64.430000.0,024.0,015
198,46  /
1,25 2,8 1,7; 2,5; 1,4 1,7 2,5

, , 4.2.198,46 1587,69
2,8 1,7; 2,5; 1,4 1,7 2,5
0,13 OK
,

j) Resistência dos rigidizadores em compressão:

Ligação viga/viga não é necessária verificação.

185
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

k) Cordão de soldadura de resistência total:

,   (a)

, . . (b)

, 6
, 5

O cordão de soldadura da alma é inferior ao necessário Î 4<4,14 KO

O cordão de soldadura do banzo é superior ao necessário Î 6>5,75 OK

l) Resistência do cachorro:

Não tem cachorro, não é necessário verificar.

Status final
É necessário aumentar o cordão de soldadura da alma.

186
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

14.8 Chapa base articulada


Exercício 1 – Verificação da segurança da ligação:

1. Verificação geométrica da furacão:

min max
1,2 1,2.26 31,2 4 40 4.10 40 80
2,2 2,2.26 57,2 14 ; 200 14.10; 200 140
2,4 2,4.26 62,4 14 ; 200 14.10; 200 140

2. Resistência à compressão da chapa base:

.
. 33333
,

Sendo :

1 ; 1 2 ; 1 2 ;3
max  ;

1500 645 640


1 ; 1 2 ; 1 2 ;3 3
220 210 220

Sendo para espessura de grout inferior a: 50

0,2. 42

0,2. 42

0,2. 44

0,010 0,017
. . √ . . ,

187
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

220.37 8048    

136.40 5428   21254  


8048

, .   21254. 10 . 33333 717,48  

0,07  OK
,

3. Resistência à tracção da T-Stub:

2. . √2. 0,8 100 6,5 2.4. √2. 0,8


42,22
2 2

60

.2 2. √2. . 0,8 190 10.2 100 2. √2. 6.0,8


28,21
2 2

100

Parafusos isolados:

, 2   2 . 0,042 0,265   42
0,41 
42 60
,   6,28.42,22 0,265  
28
0,27 
  42 60

6,28 

Parafusos em conjunto:

,   . 42,22 100 233  

, 0,5 2 0,625   0,5.100 6,28.42,22 2.42,22 0,625.60  

193  

Filas sozinhas:

, , ; , .2 0,265; 0,265 . 2 0,265.2 531

, , 0,25. , . 0,25.0,531. 0,010 . 3,65 .


,

. , , . ,
, , 172,79
,

, . . . , . . . . ,
, , 4.0,85. 475,28
,

188
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

Filas em conjunto:

, , ; , .2 233; 193 . 2 193.2 387

, , 0,25. , . 0,25.0,387. 0,010 . 2,66 .


,

. , , . ,
, , 125,93
,

, , 475,28

ê      à  çã   125,93

  0,40  OK
,

4.1. Tracção dos parafusos – Resistência do aço:

0,9. . Parafuso roscado a partir do varão tem que se reduzir


, . 0,85.   a resistência para 85%

0,9.550000.365. 10 353
4.0,85. 475
1,25
550
0,11  OK

4.2. Resistência à tracção por aderência dos chumbadouros:

25   
/ /
, 0,7.0,3.   0,7.0,3. ,
1197  

1(boa aderência do varão)

1(diâmetro inferior a 32mm) 

2,25. . . ,   2,25.1,0.1,0.1197 2693  

, , . . . . 0,024.0,3.2693 60,92

, . , , 4.60,92 243,68

0,21  OK
,

4.3. Resistência ao punçoamento da chapa base:

, . . . , . , . , .
, 246,34
,

. , 4.246,34 985,35

0,05  OK
,

189
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

5.1. Resistência dos chumbadouros ao corte:


0,5 (frágil) 
,  
353
, . . .
77,66
,

No entanto, como o chumbadouro é fabricado a partir do varão liso, a sua resistência é reduzida para 85%.

, . 0,85. , 4.0,85.77,66 264,04

0,19  OK
,

5.2. Transferência do corte ao betão:

, 3 3.0,024 0,072   

25
2 2. 33,33  
1,5

, , 0,072.0,024.33333 57,60  

, 4.57,60 230,40  

0,22  OK
,

5.3. Flexão por corte do chumbadouro:

Uma vez que se vai a colocar uma porca contra o betão, o comprimento da consola é de 0,04m que é a espessura
do grout.

. ,
1 .

O ratio 0,19 0,5: Não é necessário reduzir a tensão de cedência dos chumbadouros.

, , . 1,59. 10 . 0,79 .
,

, . , , 4.0,79 3,18 .

0,31  OK
, ,

5.4. Resistência ao esmagamento da chapa base:

.
   1
, ; ;1 1,0
3 4
2,5.1,0.430000.0,024.0,010
1,4
1,25 2,8 1,7. 1,7; 2,5 2,5

206,40    

. , 4.206,40 825,6

190
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

0,06  OK
,

6.1. Interacção ao corte + tracção:

, ,
1,0 1,0 0,26 1,0 OK
, , . , , , .

6.2. Resistência dos chumbadouros M+N:

O ratio 0,19 0,5: Não é necessário reduzir a tensão de cedência do aço.

. .
1 , 176,5
, , ,
,

50
3,18 1 2,92 .
176,5

0,34  OK
, ,

7. Resistência da alma do pilar à tracção:

, , . . , Filas isoladas 0,531  


, ,  
Conjunto de filas 0,387
0,387.00065.275000
691,76  
1,0 0,387

0,07  OK
,

8. Cordão de soldadura de resistência total:

,
. .   Î 5,27 0,88  OK
,
√3
,
Î 3,83 0,96  OK

Critérios de ductilidade

1. Cordão de soldadura de resistência total OK


2. Rotura do T-Stub à tracção de modo 1 OK
3. Evitada de rotura frágil do parafuso ao corte KO

ê    

Ductilidade KO 

191
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

14.9 Chapa base encastrada


Exercício 1 – Verificação da segurança da ligação:

1. Geometria dos furos:

min max
1,2 1,2.26 31,2 4 40 4.20 40 120
1,2 1,2.26 31,2 4 40 4.20 40 120
2,4 2,4.26 62,4   14 ; 200 14.20; 200 200

2. Cálculo do momento resistente da ligação:


a. Resistência do betão na zona de compressão [EC3-1-8:6.2.5]

1 ; 1 2 ; 1 2 ;3  
  ;

0,50 550 640


1 ; 1 2 ; 1 2 ;3
max  0,4; 0,22 400 220

2,25; 3,75; 5; 81; 3 2,25

. 2,25. 25
,

20 38
. . √ . . ,

220.86,59 19050  

192
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

, .   19050. 10 . 25000 476,27  

b. Resistência à compressão da alma da viga [EC3-1-8:6.2.6.7]

.   0,000429521. ,
118,12 .  

, ,
, ,   , ,
656,21  

c. Resistência à tracção do aço dos chumbadouros [EC3-1-8:tab.3.4]


Para chumbadouros roscados em fabrica

. . , . , . . .
,  . 0,85 ,
118,82   

. , 2.118,82 237,64

d. Resistência à tracção por aderência dos chumbadouros [EC2]

2,25. . . ,   2,25.1.1.1197 2693  

, . . . . 0,024.0,3.2693 60,92

. , 2.60,92 121,84

e. Resistência ao punçoamento da chapa base [EC3-1-8:tab.3.4]

, . . . , . , . , .
, 492,67
,

. , 2.492,67 985,35

f. Resistência à tracção da chapa base [EC3-1-8:tab.6.2]

55 0,8. √2. 6 48
60
50 48
100

, 2. .   2 . 48 303  
, .   . 48 100 251  
, . 2   . 48 2.60 271  
 

, 4. 1,25   4.48 1,25.50 255  


, 2. 0,625   60 2.48 0,625.50 188  
, 0,5   0,5.220 110  
, 0,5 2. 0,625    0,5.100 2.48 0,625.50 178  
 
, , ; , 110

, , 0,25. ∑ , . 0,25.0,110. 0,020 . 3,025 .


,

. , , . ,
, , 125,49
,

193
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

30
0,6 600
50

190
, 55 150
2
190 10
, 90
2 2

Como 0 &  , , a resistência à flexão é o mínimo de:

,, . 121,84.0,24
25,43 .
,
1 0,090
1
0,6

, , . 476,27.0,24
152,41 .
,
1 0,15
1
0,6

Sendo:

z , , 0,150 0,090 0,240

ê  à  ã 25,43 .

30
1,18   ! ã       ç
25,43

3. Resistência dos chumbadouros ao corte:

, . . .
,  . 0,85 ,
. 0,85 66,01   

. , 4.66,01 264,04

0,19  OK
,

4. Transferência do corte ao betão [BCSA]:

, 3. 3.24 72   

25
2 2. 33333  
1,5

, 4. .2 .   0,072.33333.0,024 230,40  

0,22  OK
,

194
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

5. Resistência à flexão do chumbadouro [ETAG]

0 40 40 0,19ÎNão é necessário reduzir a tensão de


cedência do aço.
. . ,
1 .

1,59. 10

, . 1,59. 10 . 3,18 .
,

0,31    OK
,

6. Resistência ao esmagamento da chapa base [EC3-1-8(tabela 3.4)]

.
   1
, ; ;1 1,0
3 3 4
, . , . . , . ,
,
264,62     50 550
; ;1 0,64
3.26 430
. , 4.264,62 1058,46
50 550
; ;1 0,64
0,05    OK 3.26 430
,
2,8. 1,4.
1,7. 1,7; 2,5
2,8.60 1,4.100
1,7. 1,7; 2,5 2,5
26 60

7. Resistência dos chumbadouros aos esforços combinados de corte e tracção

, 50

, 121,84

, 264,04

, 237,64

, ,
0,56 1,0 OK
, , . ,

195
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

8. Resistência dos chumbadouros aos esforços de tracção e flexão

121,84

1 .

, 3,18 .

, 176,50

,
, 1 , 1 3,18 1,66 .
, ,

0,60  OK
,

9. Cordão de soldadura de resistência total

, . .  
√3
Î , , 3,83
 
Î , , 5,27

, . .
3

 KO – A ligação não resiste aos esforços

196
Ligações metálicas de acordo com o EC3
Método das componentes

15 Bibliografia
Eurocode 3: Design of steel structures – Part 1-1: General rules and rules for buildings. (2005). Brussels: CEN.

Arcelor. (2004). Arcelor sections commercial. Luxemburgo: Arcelor.

Chica, E. N. (2006). Example: Bolted connection of an angle brace in tension to a gusset plate. Access Steel.

Eurocode 3: Design of steel structures – Part 1-8: Design of joints. (2005). Brussels: CEN.

Guia para aprovação técnica europeia (ETA) de ancoragens metálicas para uso no betão. (1997). Brussels: EOTA.

Hexagon head bolts – Product grades A and B. (2000). International organization for standardization.

J.P.Jaspart, S. R. (2003). European recommendations for the design of simple joints in steel structures. Liège: Université de

Liège.

Joints in steel construction – Moment connections. (1995). London: BCSA.

Joints in steel construction – Simple connections. (2002). London: BCSA.

Malik, A. (2005). NCCI: Example: Fin plate beam-to-column-flange connection. Access Steel.

Malik, A. (2005). NCCI: Flow Chart: Fin plate connection. Access Steel.

Malik, A. (2005). NCCI: Shear resistance of a fin plate connection. Access Steel.

NCCI: Design model for simple column bases- axially loaded I section columns. (2005). Access Steel.

Nunez, B. J. (2005). NCCI: Tying resistance of a fin plate connection. Access Steel.

Nunez, E. (2005). Example: End plate beam-to-column-flange simple connection. Access Steel.

Nunez, E. (2005). NCCI: Initial sizing of fin plate connections. Access Steel.

Nunez, E. (2005). NCCI: Shear resistance of a simple end plate connection. Access Steel.

Nunez, E. (2005). NCCI: Tying resistance of a simple end plate connection. Access Steel.

Real, P. V. (2003). Apontamentos da cadeira de Estuturas Metálicas e Mistas. Aveiro.

Santiago, L. S. (2003). Manual de Ligações Metálicas. Coimbra: CMM.

197

Вам также может понравиться