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MAGISTRATURA E MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAIS

Direito Processual Civil


Fernando Gajardoni
Aula 17

ROTEIRO DE AULA

6. Títulos executivos extrajudiciais

 Título executivo extrajudicial – é ato ou fato documentado que permite o início das atividade executivas

6.1. Generalidades – aula anterior

6.2. Títulos em espécie (784 CPC)

CPC, Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:

I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;


II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública,
pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal;
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por
caução;
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte;
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios,
tais como taxas e despesas de condomínio;
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva
convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas;
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas
devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei;
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.

a) Títulos de crédito

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 Letra de câmbio - Dec. 2.044/1908
 Nota promissória - Dec. 2.044/1908
 Duplicata – lei 5474/68
 Debênture – Art. 52 a 74 da lei 6.404/76
 Cheque- lei7.357/85

OBS 1 - Inoponibilidade de exceções pessoais ao terceiro e boa-fé

Regra geral, em tema de títulos de créditos, que também são títulos executivos, cabe a regra da inoponibilidade de
exceções pessoais ao terceiro e boa-fé.

Essas regra enuncia que se o título de crédito circulou, saindo da relação credor – devedor primários, aquele que o
emitiu não pode negar o pagamento ao terceiro usando defesa que teria contra o devedor primitivo. Aquele que
recebeu o título deve receber o pagamento independentemente de qualquer problema enfrentado entre o
devedor e o credor primitivos.

É importante o conhecimento desse tema em razão dos embargos à execução, essa defesa não pode ser utilizada
pelo devedor em face do credor diante de um processo de execução. Essa matéria não será acolhida.

OBS 2 - Prescrição

CPC, Art. 332, § 1° O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a
ocorrência de decadência ou de prescrição.

É pacífico o entendimento de que nos termos a do art. 332, §1° do CPC que a prescrição desses títulos pode ser
reconhecida de ofício. Se é reconhecida o título é considerado inexigível e o autor é carecedor da execução.

Execução de título • Título executivo (líquido, certo e exigível)


executivo - requisitos • Inadimplemento

OBS 3- Nota promissória – Súmula 258 do STJ

A nota promissória é muito parecida com o cheque, quem a emite é o devedor, e uma das diferenças entre a nota
promissória e o cheque é:

 Cheque – emitido contra uma instituição financeira a favor do credor;


 Nota promissória - emitida contra si próprio em favor do credor

Súmula 258 do STJ

Súmula 258 do STJ


A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia
em razão da iliquidez do título que a originou.

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Ex.: Fazer empréstimo de quantia e receber o pagamento em parcelas do devedor. Em garantia do pagamento o devedor
assina nota promissória no valor total do débito para ser utilizada pelo credor em caso de descumprimento do pagamento
parcelado.

A nota promissória nesse caso é apenas garantia de pagamento do empréstimo, para verificar o quanto ainda é devido
é preciso que se verifique todos os lançamentos feitos na conta do credor. Existe aqui uma iliquidez do saldo devedor,
que ainda deve ser apurado.

Por essa razão, para burlar a súmula, algumas instituições pedem para que o devedor assine uma nota promissória em
branco para que seja preenchida o valor somente na hora de efetuar eventual execução.

OBS 4 –Nota promissória – Súmula 504 do STJ

Súmula 504 do STJ


O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem
força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título.

De acordo com a lei uniforme de Genebra, lei que também trata da promissória, o prazo de prescrição da nota
promissória é de três anos – art. 70. Depois de prescrita não conseguimos entrar com a execução, embora ainda seja título
executivo, e continue com a eficácia de documento escrito, dessa forma, pode ser utilizada para entrarmos com a
monitória.

Foi estabelecida uma discussão sobre qual o prazo para se entrar como a monitória, e para pacificar essa discussão o
STJ editou a súmula 504, estabelecendo o prazo de 05 anos.

Cobrança de nota • 03 anos para executar (eficácia executiva)


• 05 anos para cobrar - ação monitória ( a contar do
promissória - prazos vencimento)

OBS 5 – Duplicata - lei 5474/68

É título executivo fechado – só pode ser emita para compra e venda e prestação de serviços mercantis. Quem emite é
o próprio credor contra o devedor que assina e devolve para pagamento.

Regra geral é título executivo desde que aceita pelo devedor (assinada).

Existe a possibilidade da duplicata não aceita se tornar um título executivo e essa possibilidade é prevista no art. 15 da
lei 5474/68.

Lei 5474/68, Art.15 - A cobrança judicial de duplicata ou triplicata será efetuada de conformidade com o processo
aplicável aos títulos executivos extrajudiciais, de que cogita o Livro II do Código de Processo Civil, quando se tratar:
II - de duplicata ou triplicata não aceita, contanto que, cumulativamente
a) haja sido protestada;
b) esteja acompanhada de documento hábil comprobatório da entrega e recebimento da mercadoria; e

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c) o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o aceite, no prazo, nas condições e pelos motivos previstos
nos arts. 7º e 8º desta Lei

Se eventualmente o devedor não devolver ou não aceitar a duplicata emitida pelo credor, este poderá protestar a
duplicata e apresentar o comprovante de entrega e aceite da mercadoria em ação de execução de título extrajudicial.

Diante da recusa da duplicata, o credor:

 Protesta a duplicata
 Apresenta comprovante de entrega e aceite da mercadoria pelo devedor título executivo extrajudicial

OBS 6 - Cheque

Só é título executivo contra o emitente, ainda que a conta seja conjunta. A solidariedade dos correntistas é em relação
a instituição financeira e não em favor do beneficiário do cheque emitido.

OBS 7 – Cheque – Súmula 370 do STJ

Cheque é ordem de pagamento à vista e ainda que pós-datado ou pré-datada não interfere no pagamento pela
instituição financeira.

A apresentação do cheque de forma pré-datada é acordo feito entre o devedor e credor, o que não desnatura a natureza
do cheque que é de ordem de pagamento à vista.

No entanto, essa apresentação de cheques pré-datados antes do tempo acordado tem gerado danos morais nas
decisões do STJ

Sumula 370 do STJ


Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.

OBS 8 - Cheque – prescrição - Súmula 503 do STJ

A prescrição do cheque de acordo com art. 61 da lei 7.357/85 é de seis meses:

Art . 61 A ação de enriquecimento contra o emitente ou outros obrigados, que se locupletaram injustamente com o
não-pagamento do cheque, prescreve em 2 (dois) anos, contados do dia em que se consumar a prescrição prevista
no art. 59 e seu parágrafo desta Lei.

Art . 59 Prescrevem em 6 (seis) meses, contados da expiração do prazo de apresentação, a ação que o art. 47 desta
Lei assegura ao portador.

Mas embora após 06 meses perda a força executiva, ele continua tendo natureza cambial. E em razão de dúvidas
sobre até quando poderia ajuizar monitória para pagamento o STJ editou a súmula 503.

Súmula 503 do STJ


O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque sem força
executiva é quinqueMnaAl,R
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• 30 dias se mesma praça e 60 dias se praças diferente -
Cobrança de para apresentação após corre o prazo de 06 meses
para execução.
cheque - prazos • 05 anos para cobrar- ação monitória - a contar da data
de emissão do cheque

b) Escritura pública ou documento público assinado pelo devedor

OBS 1 – Testemunhas

Não há necessidade de testemunhas- quem emite é uma autoridade pública, tem fé pública. É raro encontrarmos
execução de título extrajudicial por escritura pública ou documento público.

OBS 2 – “documento público assinado pelo devedor”

 Escritura pública ou “documento público assinado pelo devedor”

Há enorme dúvida sobre o que seria esses outros tipos de documentos público além da escritura pública.

Ex.: Você assumi através de um boletim de ocorrência a culpa por determinado acidente, e o pagamento de
5.000,00 (cinco) mil reais pelos danos caudados. Você, a vítima e a autoridade policial assinam o boletim de
ocorrência. O boletim de ocorrência vale como documento público?

 Entendemos que sim, que qualquer documento que tenha a chancela de uma autoridade pública e a
assinatura (aceite) do devedor, é documento público com valor de título executivo extrajudicial.
 A questão não é pacífica porque alguns doutrinadores sustentam que esse documento público de que faz
referência a lei (art. 784, II CPC) seria sinônimo de escritura pública.

c) O documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas

Qualquer tipo de documento feito em qualquer meio e qualquer mídia, desde que o devedor assuma a
responsabilidade e duas testemunhas atestem é considerado título executivo extrajudicial.

Dessa forma é tão aberto que qualquer obrigação desde que tenha a assinatura do devedor e a assinatura de duas
testemunhas se torna título executivo extrajudicial.

OBS 1 – testemunhas

As testemunhas precisam estar presentes no ato de assinatura do devedor ou as testemunhas podem ser
meramente instrumentárias, não precisariam presenciar o ato?

 Entendemos que precisam ser testemunhas presenciais porque caso necessário poderiam depor atestando a
assinatura de livre e espontânea vontade do devedor.
 Outros doutrinadores entendem que podem ser meramente instrumentárias.
 STJ tem decisões no Resp 541.267/RJ e Resp 225071/SP

PROCESSO CIVIL E DIREITO CIVIL - RECURSO ESPECIAL - OMISSÃO NO JULGADO RECORRIDO - INEXISTÊNCIA -
EMBARGOS À EXECUÇÃO - DOCUMENTO PARTICULAR ASSINADO PELO DEVEDOR E POR DUAS TESTEMUNHAS (ART.
585, II, DO CPC) - DISPENSA DA PRESENÇA DESTAS AO ATO DE FORMAÇÃO DO TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL -
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ALEGAÇÃO DE TESTEMUNHAS INTERESSADAS NO NEGÓCIO JURÍDICO - IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE NESTA SEARA
- SÚMULA Nº 7 DESTA CORTE.
1 - Inexiste afronta ao art. 535 do CPC quando o acórdão impugnado não incorreu em omissão, contradição ou
obscuridade.
2 - O fato das testemunhas do documento particular não estarem presentes ao ato de sua formação não retira a sua
executoriedade, uma vez que as assinaturas podem ser feitas em momento posterior ao ato de criação do título
executivo extrajudicial, sendo as testemunhas meramente instrumentárias (cf. REsp nºs 1.127/SP e 8.849/DF).
3 - É certo que, segundo o entendimento desta Corte, "malfere o art.
142, IV, do Código Civil, desqualificando o título executivo extrajudicial, na forma do art. 585, II, do Código de
Processo Civil, a presença de testemunha interessada no negócio jurídico" (cf. REsp nº 34.571/SP). Contudo, nesta
seara, impossível avaliar o interesse das testemunhas do documento particular objeto da execução em comento, à
época da assinatura do instrumento, por encontrar óbice na Súmula nº 7 deste Tribunal Superior.
4 - Recurso não conhecido.
(REsp 541.267/RJ, Rel. Ministro JORGE SCARTEZZINI, QUARTA TURMA, julgado em 20/09/2005, DJ 17/10/2005, p.
298)

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. OMISSÃO. ACÓRDÃO RECORRIDO. NÃO CARACTERIZAÇÃO. VIOLAÇÃO. ART.
535, INCISO II, DO CPC. AFASTAMENTO. CIVIL. CONFISSÃO DE DÍVIDA. TESTEMUNHAS. ASSINATURAS ILEGÍVEIS.
NULIDADE DO TÍTULO. INOCORRÊNCIA. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. PRODUÇÃO DE PROVAS. AFERIÇÃO.
SÚMULA 7-STJ. NOVAÇÃO. BEM DE FAMÍLIA. PENHORA. SUBSISTÊNCIA.
1- Não há se falar em violação ao art. 535, II, do CPC, se o acórdão recorrido, ao solucionar a controvérsia, longe de
ser omisso, bem delineou as questões a ele submetidas, mesmo porque, ainda que sucinto, não carrega a pecha de
omisso, pois o órgão judicial, para expressar a sua convicção, não precisa aduzir comentários sobre todos os
argumentos levantados pelas partes.
2 - A confissão de dívida não fica invalidada como título executivo pelo fato de não se apresentarem legíveis as
assinaturas das duas testemunhas, o que somente tem relevância se suscitada a falsidade do próprio título, hipótese
não ocorrente na espécie.
3 - Se as instâncias ordinárias entenderam suficientes para julgamento da causa as provas constantes dos autos, não
cabe a esta Corte afirmar a ocorrência de cerceamento de defesa, em razão do julgamento antecipado da lide,
porquanto é intento que demanda revolvimento fático, vedado pela súmula 7-STJ. Precedentes.
4 - Efetivada a penhora em imóvel excepcionado da impenhorabilidade, consoante o art. 3º, inciso II da Lei nº
8.009/90, a novação, instrumentalizada em contrato de confissão de dívida, conquanto extintiva da primitiva dívida,
compartilha com esta uma gênese comum, não tendo, por isso mesmo, força bastante para desconstituir aquela
constrição processual.
5 - Recurso especial não conhecido.

(REsp 225.071/SP, Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, QUARTA TURMA, julgado em 01/04/2004, DJ 19/04/2004,
p. 200)

OBS 2 – Cheque especial

Súmula 233 do STJ


O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta-corrente, não é
título executivo.

Súmula 247 do STJ


O contrato de abertura de crédito em conta-corrente, acompanhado do demonstrativo de débito,
constitui documento hábil para o ajuizamento da ação monitória.

Súmula 300 do STJ


O instrumento de confissão de dívida, ainda que originário de contrato de abertura de crédito,
constitui título executivo extrajudicial.
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Anteriormente as instituições financeiras diante da dívida proveniente da utilização do crédito disponibilizado na conta
corrente de seus correntistas juntava o contrato bancário assinado por duas testemunhas e os extratos com a
discriminação dos créditos concedidos e fazia a execução. Mas o STJ entendeu que esse título executivo não era líquido e
editou a súmula 233.

Devido à pressão do sistema financeiro o STJ editou a súmula 247 dizendo que contrato de abertura de crédito em conta
corrente, acompanhado do demonstrativo de débito constituía documento hábil para o ajuizamento da ação monitória,
mas de todo modo não agradou às instituições financeiras em razão da demora para receber o crédito em razão de uma
ação de conhecimento.

E o STJ edita nova súmula tentando minorar os efeitos das duas anteriores, dizendo que se o devedor fosse ao banco e
fizesse uma renegociação da dívida, confessando a dívida esse documento seria título executivo extrajudicial.

d) Instrumento de transação referendado

Nesse inciso a lei exclui a necessidade de assinatura do devedor, esse entendimento é extraído do inciso mas ele
não vem referenciado no texto.

O entendimento é de que se o documento de acordo foi referendado por um conciliador que pode ser advogados
públicos, membros do Ministério Público ou da Defensoria Pública esse acordo é título executivo extrajudicial.

e) Contratos garantidos por garantia real ou pessoal

 Contratos com garantia real – Hipoteca, penhor, anticrese + outros


 Contrato de garantia pessoal - caução

f) Contrato de seguro de vida em caso de morte

O seguro de vida em caso de morte, é contrato que o segurador garante interesse ilegítimo do segurado. O correndo
o óbito aquele a quem foi legado a indenização receberá o montante.

Na recusa da seguradora em pagar a indenização o beneficiário valendo-se do contrato de seguro executa a


seguradora para que faça o pagamento da indenização.

OBS 1 – Documentação necessária para execução

 Apólice de seguros ou documento de comprovação


 Atestado de óbito do segurado

g) Crédito decorrente de foro e laudêmio

A enfiteuse foi abolida no código de 2002 mas as já constituídas foram mantidas.

Se o possuidor do imóvel não pagar o valor anual (foro) ou na transferências da posse, o laudêmio, pode ser feita a
execução de título extrajudicial.

h) Crédito decorrente de aluguel de imóvel e encargos (documentalmente comprovado)

Desde que esse crédito seja documentalmente comprovado, consegue-se cobrar tudo. Na comprovação o
locatário deve possuir:
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 Cópia do contrato escrito
 Cópia de todos os débitos pendentes: água, luz, condomínio, IPTU, taxas, etc.

Não é possível:

1) Despejar na execução – a ação de despejo é ação de conhecimento.


2) A multa – aquela multa de três alugueis em caso de descumprimento do contrato. Na execução do contrato não
se consegue fazer a comprovação de quem deu ensejo ao rompimento do contrato, deve ser discutido via ação de
conhecimento na ação de despejo.

i) Crédito de condomínio edilício aprovado em convenção ou assembleia (784, X, CPC)

É novidade do novo CPC- desde que documentalmente comprovado pode ser executado como título extrajudicial.

j) Certidão de dívida ativa (art. 2º, § 5º, da LEF)

Os entes tributantes em matéria tributária podem emitir documentos que comprovem a existência de uma dívida
para com o estado – a certidão de dívida ativa, que pode ser executada como título extrajudicial.

k) Certidão de serventia notarial (784, XI, CPC)

Os cartórios em geral diante de créditos a receber podem lançar em documento e cobrar como um título
executivo extrajudicial.

l) Todos os demais títulos previstos em lei

O rol do art. 784 é exemplificativo, portanto qualquer norma pode instituir outros documentos como títulos
executivos extrajudiciais.

7. Responsabilidade patrimonial (aplicável ao cumprimento)

Muito importante principalmente nas execuções por quantia, mas aplicam-se à todas as execuções, seja de obrigação
de fazer, de não fazer ou de dar. É também aplicável ao cumprimento de sentenças.

7.1. Duas regras gerais (art. 789 CPC)

CPC, Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas
obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.

a) Responsabilidade é do devedor (distinção entre débito e responsabilidade) (responsabilidade primária)


b) Responsabilidade é patrimonial (há resquícios de responsabilidade pessoal)

Obs1: O artigo fala em bens presentes e futuros – os bens presentes e também os futuros responderão pelas dívidas
do devedor.

Obs2: Há resquícios de responsabilidade pessoal no sistema processual brasileiro – É possível em caráter excepcional
que a pessoa responda com o próprio corpo pela dívida. Ex.: execução de alimentos- art. 911 e 528 (prisão), art. 102
12529/11- lei do CADE (intervenção na empresa para o pagamento da dívida).

7.2. Duas questões

a) Todo os bens do devedor respondem à execução? (NÃO)


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Existem algumas hipóteses em que a lei não permite que bens determinados respondam a execução, o art. 789 do
CC, estabelece exceções.

São as hipóteses de impenhorabilidade. O legislador estabelece dois grandes grupos de limitações à


impenhorabilidade dos bens:

 Limitações lógicas (836 CPC) – é o caso da execução frustrada, que ocorre quando o oficial de justiça ao executar
a penhora observa que o valor bloqueado ou os bens penhorados não conseguem pagar nem as custas do
processo.

 Limitações políticas - impenhorabilidades (exceções) – o estado fazendo um julgamento de valoração e


observando garantias constitucionais como a dignidade da pessoa humana, mínimo existencial, etc, acaba
protegendo alguns bens específicos da penhorabilidade.

 Art. 100 da CC - bens públicos, utilizados para o benefício da coletividade. Algumas pessoas da
administração pública indireta são regidas pela iniciativa privada e não estão protegidas da penhora.

 Lei 8.009/90 – (alterações pela LC150/e LC 13.144/15) – bem de família, mas não o bem de família do
CC, mas aquele decorrente de lei.

A jurisprudência do STJ tem cada vez mais ampliado esse conceito de bem de família:

Súmula 364 STJ - O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o


imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas.

Súmula 486 do STJ - É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros,
desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família.

 833/834 CPC – impenhorabilidade do código de processo civil

-Art. 833 do CPC – trata das impenhorabilidade absolutas.


-Art. 834 do CPC - trata das impenhorabilidade relativas.

Art. 833. São impenhoráveis:


I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo
os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão
de vida;
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor;
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria,
as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e
destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários
de profissional liberal, ressalvado o § 2o;
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis
necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;
VI - o seguro de vida;
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família;
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação,
saúde ou assistência social;
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos;
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 Existe discussão sobre se valores até 40 salários mínimos em outros tipos de aplicação financeira
ou em conta corrente também seriam impenhoráveis, a jurisprudência não é pacífica.
 Entendemos que o fator determinante é ter uma reserva de até 40 salários mínimos, qualquer
valor de economia do devedor separado (reservado) em qualquer que seja a aplicação é
impenhorável.

XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei;
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária,
vinculados à execução da obra.

CPC, Art. 834. Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e os rendimentos dos bens
inalienáveis.

Exceções às impenhorabilidade

Existem dois grupos de exceções à impenhorabilidade dos bens já declarados impenhoráveis:

1) Art. 3º da lei 8009/90

Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista
ou de outra natureza, salvo se movido:
II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no
limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;
III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário que, com o
devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos responderão pela dívida;
(Redação dada pela Lei nº 13.144 de 2015)
IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar;
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar;
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a
ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação.

2) Art. 833 do CPC, §§ 1º e 2º

§ 1º A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem, inclusive àquela
contraída para sua aquisição.

Ex: taxista que compra carro para trabalhar

§ 2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação
alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta)
salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8o, e no art. 529, § 3º.

 Apesar do salário e da caderneta de poupança até 40 salários mínimos serem impenhoráveis, para
pagamento de alimentos será penhorável.
 Se o salário exceder a 50 salários mínimos, o excedente a esse valor pode ser penhorado para quitação
de qualquer crédito.

ATENÇÃO: Possibilidade de renúncia voluntária da impenhorabilidade? Acordo entre as partes pode voluntariamente
renunciar um bem impenhorável?

STJ – tem entendido que as limitações políticas são regras de ordem pública e por isso não podem ser renunciadas.
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TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. BEM DE FAMÍLIA. ART. 1º DA LEI 8.009/90. IMPENHORABILIDADE. ABUSO DO
DIREITO DE PROPRIEDADE E MÁ-FÉ DO PROPRIETÁRIO, QUE OFERTOU O BEM EM GARANTIA PARA INGRESSO NO
REFIS. INADIMPLÊNCIA DO PARCELAMENTO. EXCLUSÃO. EXECUÇÃO DA GARANTIA. PENHORA. INAPLICABILIDADE DA
REGRA PROTETIVA.
1. Resume-se a controvérsia em definir se o bem de família, ofertado como garantia para ingresso no REFIS, pode ser
penhorado quando o contribuinte é excluído do parcelamento fiscal por inadimplência.
2. A jurisprudência desta Corte reconhece que a proteção legal conferida ao bem de família pela Lei 8.009/90 não
pode ser afastada por renúncia do devedor ao privilégio, pois é princípio de ordem pública, prevalente sobre a
vontade manifestada.
3. Trata-se, todavia, de situação peculiar, que não se amolda à jurisprudência pacificada. Os proprietários do bem de
família, de maneira fraudulenta e com abuso do direito de propriedade e manifesta violação da boa-fé objetiva,
obtiveram autorização para ingresso no REFIS ao ofertar, em garantia, bem sabidamente impenhorável, conduta
agravada pelo fato de serem reincidentes, pois o bem, em momento anterior, já havia sido dado em hipoteca como
garantia de empréstimo bancário.
4. A regra de impenhorabilidade aplica-se às situações de uso regular do direito. O abuso do direito de propriedade, a
fraude e a má-fé do proprietário conduzem à ineficácia da norma protetiva, que não pode conviver, tolerar e premiar a
atuação do agente em desconformidade com o ordenamento jurídico.
5. A boa-fé do devedor é determinante para que se possa socorrer da regra protetiva do art. 1º da Lei 8.009/90, devendo
ser reprimidos quaisquer atos praticados no intuito de fraudar credores, de obter benefício indevido ou de retardar o
trâmite do processo de cobrança.
6. Recurso especial não provido.
(REsp 1200112/RJ, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2012, DJe 21/08/2012)

PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO – EXECUÇÃO FISCAL – LEI 8.009/90 – BEM DE FAMÍLIA – IMPENHORABILIDADE ABSOLUTA
– RENÚNCIA: IMPOSSIBILIDADE.
1. A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que o bem de família é absolutamente impenhorável. A Lei
8.009/90 é norma de ordem pública, tendo como escopo dar segurança à família, e não o direito à propriedade. Por
isso, não é possível haver renúncia pelo proprietário.
2. Recurso especial não provido.
(REsp 828.375/RS, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/12/2008, DJe 17/02/2009)

Atenção: O próprio devedor pode dar em hipoteca o seu bem de família, mas não pode acontecer de um terceiro
entregar bem de família à penhora para honrar dívida que não é sua, é vedado por ser garantia de direito instituída por
ordem pública.

b) Bens de terceiros podem responder à execução? (SIM) (790 CPC)

Não é o mais comum mas pode acontecer do bem de um terceiro servir para garantir a execução do devedor.

CPC, Art. 790. São sujeitos à execução os bens:


I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória;
II - do sócio, nos termos da lei;
III - do devedor, ainda que em poder de terceiros;
IV - do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua meação respondem pela dívida;
V - alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução;
VI - cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do reconhecimento, em ação autônoma,
de fraude contra credores;
VII - do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica.

1) Bens do sucessor causa mortis (vide art. 796 CPC) ou inter vivos (REAIS)
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 Sucessor causa mortis– os filhos respondem pelas dívidas do pai falecido na proporção da parte que lhe
coube.
 Sucessão intervivos (obrigação real ou reipersecutória) – são ações em que a demanda é relacionada a
própria coisa. Ex: reintegração de posse. Nesse caso, a dívida recaí sobre a própria coisa que pode ser
resgatada da posse de quem com ela esteja para liquidação do débito.

2) Bens do sócios nos casos previstos em lei (art. 135 do CTN) (art. 50 do CC e 28 do CDC e 133 a 135 do CTN)
(BENEFÍCIO DE ORDEM – 795 CPC, extensível ao fiador – 794 CPC)

Em determinadas circunstâncias, quando a legislação tributária diz que o sócio agiu com excesso de poderes ou com
violação do estatutos o débito é da empresa mas a responsabilidade pode ser dos sócios.

O mesmo ocorre nas hipóteses de desconsideração da personalidade jurídica.

 133 a 135 do CTN - responsabilidade tributária – para essa hipótese não há previsão legal de procedimento.
Vige hoje muita discussão porque alguns entendem que deve-se utilizar o rito dos art. 133 ao 137 do CPC
por analogia, citando o sócio na execução fiscal da empresa para que se defenda da acusação de que tenha
violado a lei ou os estatutos, para somente depois fazer a execução fiscal contra ele. Ainda não existe
precedentes, a questão está em discussão.

 art. 50 do CC e 28 do CDC – desconsideração da personalidade jurídica – observar os procedimentos dos art.


133 a 137 do CPC (incidente de desconsideração da personalidade jurídica) para se chegar aos bens dos
sócios.

Obs1.: Hoje no STJ o entendimento é de que se eventualmente o sócio já constar na CDA é dele o ônus da prova, e
pela via dos embargos à execução terá que provar que não violou o art. 134 e 135 do CTN.

Obs2: Se o sócio não consta da CDA, e no curso da execução o juiz observar que o sócio violou o poder ou os estatutos
(art. 134 e 135 CTN) o ônus da prova é do fisco de provar que ele violou os contratos ou a lei para incluí-lo no polo
passivo da execução.

3) Bens do devedor em poder de terceiro

Na verdade o bem é do devedor, o código coloca que o bem em poder de terceiro responde pelo débito, na verdade
o bem não é do terceiro e sim do devedor, nessas condições não é hipótese de que bem de terceiro responde pela
execução.

Voltamos para a regra geral de que a execução é patrimonial e o devedor responde ele mesmo pela execução com
seus bens.

4) Bens do cônjuge (a questão do ônus da prova)

O bem do cônjuge em caráter excepcional pode responder pelo dívida do companheiro. O que determina
quando o bem do cônjuge responde pela dívida é o proveito comum da família.

O credor penhora o bem do cônjuge e ele prova que a dívida não foi em favor da família? Ou o credor é quem
tem que provar que o bem é de proveito comum da família?

Isso só caso concreto vai nos dizer:

Ex1: Pratica de ato ilícito - Súmula 251 do STJ


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A meação só responde pelo ato ilícito quando o credor, na execução fiscal, provar que o enriquecimento dele
resultante aproveitou ao casal.

O credor deve provar o benefício comum do cônjuge.

Ex2: Jurisprudência STJ - Em caso de financiamento de atividade agrícola do marido, presume-se o benefício
comum, cabendo ao cônjuge provar o contrário.

O cônjuge deve provar que não se beneficia do financiamento feito pelo marido.

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE TERCEIRO. RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL DO CÔNJUGE. DÍVIDAS


CONTRAÍDAS EM BENEFÍCIO DA FAMÍLIA. PRESUNÇÃO RELATIVA. EM SE TRATANDO DE DÍVIDA DESTINADA A
FINANCIAR ATIVIDADE AGRÍCOLA DO MARIDO, PRESUME-SE QUE TENHA SIDO EM BENEFÍCIO DA FAMÍLIA,
CABENDO À ESPOSA PROVAR O CONTRÁRIO. PRECEDENTES. RECURSO PROVIDO.
(REsp 787.867/PE, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 06/12/2005, DJ
19/12/2005, p. 279)

5) Alienados ou gravados com fraude à execução (792 CPC) (súmula 375 do STJ – PRIMAZIA DO REGISTRO) (regime
especial do art. 185 do CTN)

CPC, Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:


I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória, desde que a
pendência do processo tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver;
II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução, na forma do art. 828;
III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição judicial
originário do processo onde foi arguida a fraude;
IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à
insolvência;
V - nos demais casos expressos em lei.

É ineficaz, não vale contra o exequente, qualquer tipo a transação entre o devedor e terceiro, se este sabia,
tinha ciência de que aquele bem garantia o pagamento da execução e mesmo assim o incorporou ao seu patrimônio.

O registro ou a averbação do imóvel denuncia se o bem era garantia de execução.


Averbação no registro do bem a pendência relativa a execução.
Averbação de hipoteca judiciária ou outro ato de constrição

Obs.: Existindo registro, averbação ou qualquer notícia na matrícula do bem presume-se fraude a execução.

Não existindo a averbação pode-se provar que a venda é ineficaz?


R: É mais difícil mas é possível, nos termos da súmula 375 do STJ, desde que o credor comprove que o devedor
sabia.
Súmula 375 do STJ - O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado
ou da prova de má-fé do terceiro adquirente.

Obs.: Não existindo nenhum registro de que o bem garante uma execução compete ao credor provar que o
terceiro sabia e mesmo assim adquiriu o bem fraudando a execução.

Atenção: A fraude à execução tem regime próprio regulado pelo no Código Tributário Nacional e a jurisprudência
é pacifica no entendimento de que existindo regramento específico esse se sobressai ao regramento geral.

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CTN, Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo
em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa.

No Âmbito da execução fiscal, basta o nome do devedor estar inscrito na CDA pode ser considerado fraude à execução.

8. Procedimento executivo por quantia

O procedimento tratado aqui é do título extrajudicial nas obrigações de pagar quantia.

8.1. Petição inicial (798/800)

A Petição Inicial deve conter dois documentos fundamentais, além dos requisitos tradicionais do art. 319 do CPC:

 O título executivo – no processo digital junta-se cópia e na audiência é apresentado o original.


 A memória de cálculo –Art. 789, parágrafo único (complexa)

Existem execuções especiais em que pode ser exigido a intimação de outros credores, o art. 799 do CPC.

Obs.: Causa de pedir? Não precisa de causa de pedir na execução, o título executivo é a causa de pedir da ação.

O credor ao ajuizar a execução já faz a indicação dos bens penhoráveis, na penhora online.

8.2. Admissibilidade (801/802) (828 – certidão de averbação)

O juiz ao realizar a admissibilidade tem três opções:

 Indeferir a inicial se o título estiver prescrito.


 Manda emenda a inicial – art. 801 CPC.
 Admissibilidade da execução

Atenção: ao admitir a inicial automaticamente surge para o credor, de posse de certidão obtida no cartório, a
oportunidade de averbar a existência da execução nos cartórios de imóveis do devedor- Art. 828 do CPC.

8.3. Citação (829)

Admitida a petição inicial o juiz determinará a citação do devedor, que interrompe a prescrição – art. 802 do CPC.

Na execução por quantia de título extrajudicial (art. 829 do CPC), o devedor é citado para:

 No prazo de três dias pagar o débito sem multa mais honorários de 10% já fixados na admissão da execução.
 Pode qualquer modalidade de citação.

8.4. Reações do executado

a) Pagamento (924, II) - Pagar a dívida no prazo de 03 dias– bônus – art. 827, §1º (redução de 50% dos
honorários);

b) Parcelamento (916) - Fazer o parcelamento, no prazo de 15 dias, via embargos à execução - depositando 30%
do débito à vista e pagando o restante, incluindo custas e honorários, em 6 parcelas corrigidas
monetariamente com juros legais. O descumprimento acarreta multa de 10% e o devedor fica impedido de
apresentar embargos.
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c) Inércia (possibilidade de arresto executivo – 830) (suspensão – 921, III)

 Se nada for encontrado a execução fica suspensa até que apareça patrimônio em nome do devedor que
possa se r executado.

b) Defesas (embargos à execução - 914 a 920) (objeção – 803, parágrafo)

 Embargos à execução – prazo de 15 dias


 Exceção de pré-executividade em matéria de ordem pública

Essas defesas não dependem de garantia do juízo.

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