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FACULDADE IDEAU
Credenciado pela Portaria nº 2.721 de 3 de setembro de 2004
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Resolução CNE/CES nº 1/2007 do Parecer nº 263/2006 do M.E.C.
E-mail: pos@ideau.com.br
RESUMO: Inúmeras mudanças no mercado nas últimas décadas originaram grandes desafios para as
organizações em relação às condições do ambiente de trabalho oferecidas a seus colaboradores, surgindo à
necessidade de entender os principais fenômenos que afetam direta e indiretamente o desempenho dos
indivíduos em suas atividades laborais. Diante de vários estudos, conceitos, ações e práticas nos meios
educacionais e empresariais, as entidades necessitaram mudar velhos paradigmas e buscar uma mudança
organizacional, no que se refere às condições de trabalho, que nada mais é do que a Ergonomia. A Ergonomia
tem por objetivo adequar o ambiente de trabalho aos trabalhadores que irão executar suas atividades, com a
finalidade de buscar formas de contribuir para a melhoria dos processos, desempenho, eficiência, qualidade,
produtividade entre outros fatores, e principalmente melhorar as condições de trabalho do colaborador visando
sua qualidade de vida e respeitando suas limitações. Em um ambiente organizacional a Ergonomia pretende
reduzir ou eliminar uma série de fatores prejudiciais como: a fadiga, estresse, desconfortos físicos e mentais,
doenças e principalmente acidentes no ambiente de trabalho. Este artigo é um estudo qualitativo em relação ao
aspecto conceitual da Ergonomia e seus principais benefícios para o ambiente de trabalho tendo como objetivo
geral, demonstrar a importância que a Ergonomia tem para a saúde dos trabalhadores e benefícios que pode
trazer para as empresas. Para obter as referências necessárias ao entendimento do tema, este artigo foi baseado
em uma pesquisa bibliográfica de autores que tratavam sobre o tema em questão. Concluiu-se que a Ergonomia
colabora de forma significativa no desempenho, na produtividade, na qualidade do produto e/ou serviço e
principalmente no bem estar dos funcionários, trazendo muitos benefícios às empresas.
ABSTRACT: The organizations, given the innumerable changes in the market in the last decades caused by
globalization, have given rise to great challenges and changes in relation to the quality of the products and
services offered. The need arises in the business environment to understand the main phenomena that directly
and indirectly affect the performance of individuals in their jobs. In the face of many studies, concepts, actions
and practices both in the educational environment and in the business environment, the need arises for
organizations to change their old paradigms and to seek organizational change, with regard to working
conditions, which is nothing more than the ergonomics. Ergonomics aims to study the suitability of work
environments together with the individuals who will carry out their activities, in order to seek ways to contribute
to the improvement of processes, performance, efficiency, quality, productivity and other factors . Ergonomics in
an organizational environment has the purpose of adapting work elements, reducing or eliminating a series of
harmful factors such as: fatigue, stress, physical and mental discomforts, illnesses and mainly accidents of the
individuals involved in the work environment. This article presents a qualitative study regarding the conceptual
aspect of ergonomics and its main benefits for the work environment and as a general objective to demonstrate
the importance that ergonomics have in a work environment and for the health of the individuals involved. To
obtain the necessary references to the understanding of the theme, this article was based on a bibliographical
research of authors that dealt with the subject in question. It was concluded that ergonomics significantly
contributes to performance, productivity, product quality and / or service and especially to employee well-being.
Artigo apresentado para conclusão do Curso de Especialização Lato Sensu Faculdade IDEAU
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1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O tema Ergonomia vem evoluindo de forma expressiva, não somente nas Instituições
de Ensino, mas principalmente no meio empresarial, sendo considerado um estudo científico
do comportamento dos indivíduos dentro de uma organização e seu desempenho frente ao seu
posto.
A evolução da Ergonomia para o meio organizacional é causado diante do novo
cenário da globalização e as exigências do mercado apresentadas atualmente. Para atender
essas mudanças, as empresas vêm mudando velhos hábitos dos quais se tinham como
prioridade, o aumento da qualidade e produtividade dos produtos e serviços ofertados, em
detrimento à saúde e bem estar dos trabalhadores. Essa percepção vem se alterando através
dos estudos científicos e experiências profissionais, onde demonstraram que as boas
condições de trabalho proporcionadas para os trabalhadores possuem grande impacto e
importância para a melhoria no desempenho e produção dos mesmos, ajudando as
organizações a cumprirem seus objetivos, metas, prazos e demandas que o mercado exige.
A Ergonomia tem como a principal finalidade, contribuir nos projetos de criação ou
modificação de postos e ambientes de trabalho, trazendo melhorias nos processos e atividades
desempenhadas, objetivando assim, maximização da produção e do desempenho, ao mesmo
tempo em que busca proporcionar melhores condições de trabalho, redução de doenças,
cuidados com a saúde e bem estar para os indivíduos atuantes nesse ambiente.
Trata-se de uma ferramenta que objetiva a criação, desenvolvimento e aplicação de
técnicas que visam à adaptação do ambiente de trabalho ao ser humano. São técnicas
eficientes e seguras que buscam otimizar tarefas e atividades referentes ao cargo ou
departamento, aliadas com o bem estar, conforto, saúde e segurança dos envolvidos.
Segundo Silveira e Salustiano (2012) as técnicas objetivam basicamente em: oferecer
comodidade aos trabalhadores em suas atividades, diminuir o estresse e o cansaço, buscar
melhorias na comunicação, erradicar as lesões e acidentes, reduzir as moléstias desenvolvidas
nas tarefas e patologias específicas adquiridas ao longo do trabalho.
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Perante essa perspectiva, este artigo apresenta como objetivo principal demonstrar a
importância que a Ergonomia possui em um ambiente de trabalho e seus principais benefícios,
de modo a constatar os resultados positivos em relação ao investimento e economia para as
organizações de forma geral.
A metodologia empregada foi uma análise bibliográfica com abordagem qualitativa,
com intuito de comparar vários conceitos e opinião de autores e estudiosos que possuem
relação direta com o tema abordado em epígrafe.
Segundo Minayo (2001, p.7), a pesquisa qualitativa ‘‘[...] ela trabalha com o universo
de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um
espaço mais profundo de relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser
reduzidos à operacionalização de variáveis’’. Para Gerhardt, Silveira (2009, apud
GLODENBERG, 1997, p.34), ‘‘[...] a pesquisa qualitativa não se preocupa com
representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo
social, de uma organização, etc.’’.
Em frente a isso, se faz indispensável um levantamento e análise de bibliografias, tais
como, livros, artigos, revistas e demais materiais de cunho acadêmico, com intuito de embasar
e construir o referencial teórico, onde abordará sobre a importância da Ergonomia, bem como
conceitos, ideias, objetivos e resultados. É esperado ainda, que este artigo sirva de material de
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estudo e fonte de pesquisas, devido à importância que esse tema possui nos dias atuais, a fim
de contribuir e enriquecer de conhecimento o meio acadêmico.
2 DESENVOLVIMENTO
Neste capítulo serão tratados os principais tópicos, seguidos dos conceitos e ideias dos
autores sobre a origem e evolução da Ergonomia, bem como suas definições, características,
sua importância na organização e por fim o seu custo e benefício.
A primeira abordagem sobre Ergonomia foi no ano de 1700, pelo médico italiano
Bernardino Ramazzini, que descreveu a respeito das lesões ocasionadas pelo trabalho em sua
publicação “De Morbis Artificum” – (Doenças ocupacionais). O médico frequentava os
postos de trabalho que seus pacientes ocupavam antes de adoecerem, buscando identificar as
principais causas das moléstias ou lesões relacionadas ao trabalho (FRANCESCHI, 2013).
O termo Ergonomia foi empregado pela primeira vez, no ano de 1857, por Wojciech
Jastrzebowski (polonês), em sua publicação, o artigo “Ensaios de Ergonomia ou ciência do
trabalho, baseada nas leis objetivas da ciência sobre a natureza” (FALZON, 2007).
No ano de 1915, no decorrer da 1ª Guerra Mundial, foi constituída a primeira
Comissão de Saúde dos Trabalhadores na Indústria de Munições, porém era composta apenas
por fisiologistas e psicólogos. No ano de 1929, a comissão se transformou em um instituto de
pesquisas no campo da Saúde no Trabalho, ampliando sua atuação e desenvolvendo pesquisas
e estudos em relação às posturas dos indivíduos no trabalho, carga manual, seleção,
treinamentos, modificação e alteração de ambientes, preocupações com: iluminação,
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No ano posterior, ainda exposto por Iida (2004, p. 05) “[...] em uma segunda reunião
do grupo, ocorrida em 16 de fevereiro de 1950, foi proposto o neologismo Ergonomia,
formado pelos termos gregos ergon = trabalho e nomos = regras, leis naturais”. Criando assim
a terminologia da palavra Ergonomia.
A primeira vez que o assunto foi tratado no Brasil, ocorreu na década de 1960, no
curso de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP, pelo professor Sérgio Penna
Kehl, por meio da abordagem “O Produto e o Homem”. O mesmo encorajou Itiro Iida a
desenvolver sua primeira tese brasileira em Ergonomia no país e a buscar novidades na área.
E foi assim, que ele se tornou a primeira pessoa no Brasil a defender uma tese de doutorado
sobre Ergonomia, chamada de “A Ergonomia do Manejo”, no ano de 1971. Posterior a isso
Itiro lançou o primeiro livro em português sobre o assunto: Ergonomia - Projeto e Produção,
pela Editora Blucher (FREITAS, 2012).
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atividades e o local de trabalho apropriado que pode ser concebido ou adaptado ao trabalhador
(MENDES, 2003).
Complementado por Ribeiro (2003), a adoção de tais medidas possui a finalidade de
prevenir diversos problemas de saúde e até mesmo acidentes, aumentando seu desempenho e
sua eficácia. Em outras palavras, busca pela adequação e a adaptação do cargo ao trabalhador,
diferentes do velho paradigma de forçar o trabalhador a adaptar-se ao cargo e as tarefas a
serem desenvolvidas.
O trabalho aqui tem uma acepção bastante ampla, abrangendo não apenas
aquelas máquinas e equipamentos utilizados para transformar os materiais,
mas também toda a situação em que ocorre o relacionamento entre o homem
e o seu trabalho. Isso envolve não somente o ambiente físico, mas também os
aspectos organizacionais de como esse trabalho é programado e controlado
para produzir os resultados desejados. (IIDA, 1993, p.6)
Em uma visão mais ampla, o autor Mendes (2003) coloca que, a Ergonomia trata de
um vasto número de pontos e condições de trabalho, dos quais podem afetar a comodidade e a
saúde dos trabalhadores em uma organização. O autor elenca como principais e mais
impactantes fatores: a iluminação, a umidade, a ventilação, o ruído, a temperatura, as
vibrações, o estresse, a concepção do posto de trabalho, as movimentações de carga ou do
funcionário, as ferramentas, as máquinas, do posto de trabalho, das tarefas desempenhadas, do
seu superior em imediato, turnos de trabalho, os intervalos, a alimentação oferecida pela
organização. Esses foram os principais fatores citados por tal autor, porém existem muitos
outros pontos, que são englobados e estudados pela Ergonomia.
A Ergonomia objetiva em uma organização, segundo o autor Franceschi (2013, p 16),
principalmente:
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Conforme Marano (2007) coloca que a Ergonomia tem em vista enriquecer o conceito
de produtividade juntamente com os conceitos de desempenho, eficácia, bem-estar e
qualidade, focando na redução da penosidade e estresse do ser humano, no intuito de buscar a
sua mais perfeita adequação a tarefas e ao posto de trabalho.
Em uma organização, os indivíduos são os principais responsáveis pela qualidade e
lucratividade dos produtos e/ou serviços prestados, por ela. São eles, os responsáveis pelas
modificações do processo produtivo e nas tomadas de decisões, por isso é primordial a análise
das tarefas, verificando-se os principais pontos positivos e negativos, além dos impactos que
as tarefas desempenhadas por cada indivíduo possuem no processo produtivo da empresa e
também na vida profissional do mesmo, para assim buscar ações que visam melhorar a sua
eficiência e a produtividade.
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Conforme o autor Iida (2004, p. 22) descreve que: “[...] a Ergonomia, assim como
qualquer outra atividade relacionada com o setor produtivo, só será aceita se for capaz de
comprovar que é economicamente viável, ou seja, se apresentar uma relação custo/benefício
favorável”.
Seguindo neste contexto é importante ressaltar que toda ou qualquer ação deve ser
planejada antecipadamente, ou seja, antes de alguma alteração nas atividades, processos,
equipamentos, arranjos físicos etc., o responsável necessita construir um projeto de
intervenção inicial, para que, de tal modo possa considerar diversos pontos como: analisar os
pontos positivos e negativos das mudanças, custos com o projeto, verificar economias de
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Metodologia
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custos. Essa nova situação obriga os trabalhadores a uma adaptação rápida, ocasionando um
grande impacto na sua forma de trabalhar e bem estar. (ABRANTES, 2012).
Para que essa situação não impacte de forma negativa o desempenho, surge a
necessidade que tais mudanças sejam estudadas previamente, analisadas ergonomicamente e
postas em prática aos poucos, a fim de, reduzir os desconfortos físicos e mentais dos
envolvidos no ambiente de trabalho.
Com as práticas e ações ergonômicas é possível ajustar com antecedência e eficácia os
postos e ambientes de trabalho, com intuito de reduzir as exigências biomecânicas, dispondo
de todas as ferramentas, maquinários e objetos no alcance dos movimentos corporais dos
trabalhadores. Também é possível adequar os móveis, materiais, espaços e acessos para tornar
os ambientes de trabalho seguros e ergonomicamente corretos (LÚCIO, 2010).
O bom emprego da Ergonomia como ferramenta de apoio e precaução nos processos
produtivos, de qualidade, nos equipamentos, máquinas ou tecnologias, tem a finalidade de
trazer benefícios, bem estar, conforto e principalmente o equilíbrio físico e mental entre o ser
humano e o seu trabalho, consequentemente, trazendo melhorias na produtividade e na
geração de lucros para a organização.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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http://www.fahor.com.br/publicacoes/sief/2013/a_ergonomia_como.pdf>. Acesso em: 01 jun.
2018.
BRANDÃO, Samara Ferraz; ANDRADE, Tahiana Bezerra de; PEDROSA, Renata Cristine
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Caso na Biblioteca da Faculdade Sete de Setembro - Fasete . Revista Científica da Fasete
ano 2 n. 2 dezembro de 2008. Disponível em:
<http://www.fasete.edu.br/revistarios/media/revistas/2008/a_ergonomia_como_fator_de_influ
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FRANCESCHI, Alessandro de. Ergonomia. Santa Maria : Rede e-Tec Brasil, 2013.
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MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade.
Petrópolis. 18 ed. 2001.
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