Вы находитесь на странице: 1из 239

Tecnologias

DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 1

Brasília, novembro de 2011


Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 2

Esclarecimento
A UNESCO mantém, no cerne de suas prioridades, a promoção da igualdade de
gênero, em todas as suas atividades e ações. Devido à especificidade da língua
portuguesa, adotam-se nesta publicação, os termos no gênero masculino, para
facilitar a leitura, considerando as inúmeras menções ao longo do texto. Assim,
embora alguns termos sejam grafados no masculino, eles referem-se igualmente
ao gênero feminino. Por exemplo, quando se menciona professor, subentende-se
também estar incluída a ideia de professora.

Os autores são responsáveis pela escolha e apresentação dos fatos contidos neste
livro, bem como pelas opiniões nele expressas, que não são necessariamente as da
UNESCO, nem comprometem a Organização. As indicações de nomes e a apre-
sentação do material ao longo deste livro não implicam a manifestação de qualquer
opinião por parte da UNESCO a respeito da condição jurídica de qualquer país,
território, cidade, região ou de suas autoridades, tampouco a delimitação de suas
fronteiras ou limites.

Los autores son responsables por la opción y presentación de los hechos que con-
tiene este libro, así como por las opiniones que expresa el mismo, que no son
necesariamente las de la UNESCO, ni comprometen a su organización. Las
indicaciones de nombres y la presentación del material a lo largo de este libro no
implican que se manifieste cualquier opinión por parte de la UNESCO respecto
a la condición jurídica de cualquier país, territorio, ciudad, región o de sus
autoridades, ni tampoco la delimitación de sus fronteras o limites.
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 3
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 4

© 2011 UNESCO.
Todos os direitos reservados.

Revisão (português): Lúcia Lovato Leiria


Revisão (espanhol): Fernando Campos Leza
Projeto gráfico e capa: Unidade de Comunicação Visual da Representação da
UNESCO no Brasil

Tecnologias para o desenvolvimento sustentável no Mercosul: edição 2011 do


Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia. – Brasília: RECyT/ MERCOSUL,
UNESCO, CNPq, MBC, Sangari do Brasil e MCTI, 2011.
248 p.

ISBN: 978-85-7652-154-9

1. Tecnologia 2. Desenvolvimento Sustentável 3. Mercosul. 4. América


Latina I. Reunião Especializada de Ciência e Tecnologia II. UNESCO III.
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico IV. Movi-
mento Brasil Competitivo

Representação no Brasil
SAUS, Quadra 5 Bloco H, Lote 6,
Ed. CNPq/IBICT/UNESCO, 9º andar
70070-912 - Brasília - DF - Brasil
Tel.: (55 61) 2106-3500
Fax: (55 61) 2106-3697
E-mail: grupoeditorial@unesco.org.br
Site: www.unesco.org/brasilia
Twitter: @unescobrasil
www.facebook.com/unesconarede

Impresso no Brasil
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 5

AGRADECIMENTOS

À Comissão de Avaliação dos trabalhos concorrentes ao Prêmio, consti-


tuída de representantes indicados pelas coordenações da Reunião Especiali-
zada de Ciência e Tecnologia – RECyT dos países-membros do MERCOSUL,
que esteve reunida no escritório da UNESCO, em Brasília, no período de 13
a 15 de setembro de 2011 para analisar e selecionar os trabalhos premiados
em quatro categorias.
Ao grupo técnico constituído por especialistas pertencentes às instituições
organizadoras e patrocinadoras do Prêmio.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico –
CNPq/Brasil, ao Movimento Brasil Competitivo – MBC/Brasil, ao Minis-
tério de Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva da Argentina, ao Conselho
Nacional de Ciência e Tecnologia do Paraguai, ao Ministério de Educação
e Cultura do Uruguai, ao Observatório Nacional de Ciência, Tecnologia e
Inovação da Venezuela, parceiros na organização e execução desse Prêmio;
à Sangari do Brasil e ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do
Brasil – MCTI/Brasil, patrocinadores do Prêmio MERCOSUL de Ciência e
Tecnologia de 2011.
A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização
desse Prêmio.
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 6

Comissão de Avaliação
• Professor Ary Mergulhão Filho
Presidente da Comissão, UNESCO/Brasil
• Professor Ernesto Fernández Polcuch
Representante da UNESCO/Uruguai
• Professor Miguel Ángel Blesa
Representante da RECyT/Argentina
• Professor Edson Kenji Kondo
Representante da RECyT/Brasil
• Professor Eduardo Falabella Sousa-Aguiar
Representante da RECyT/Brasil
• Professor Fernando Luiz Araújo Sobrinho
Representante da RECyT/Brasil
• Professor Jose Henrique de L. C. Dieguez Barreiro
Representante da RECyT/Brasil
• Professora Rosa Elisabeth Medina Pavón
Representante da RECyT/Paraguai
• Professor Jose Carlos Ismael Piedra-Cueva
Representante da RECyT/Uruguai
• Professor Mario Donizetti Domingos
Representante da Sangari do Brasil

Grupo Técnico da Comissão de Avaliação

• Eliana Cardoso Emediato de Azambuja


Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil
• Fernanda Velloso
UNESCO/Brasil
• Rafaela Marques
UNESCO/Brasil
• Roberta da Silva
UNESCO/Brasil
• Rubens Martins
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 7

SUMÁRIO

Abstract....................................................................................................9
Prêmio MERCOSUL de Ciência e Tecnologia – Chamada 2011............11

TRABALHOS PREMIADOS

Categoria Iniciação Científica


Protótipo de produção do dimetil-éter a partir do bagaço da cana:
transformação de rejeito em energia........................................................15
Categoria Estudante Universitário
Biocompósitos de Poli(etileno-co-acetato de vinila) (EVA)
reforçados com fibra vegetal ...................................................................37
Categoria Jovem Pesquisador
Films biodegradables elaborados con nanomateriales
para envases industriales .........................................................................67
Categoria Integração
El problema del arsénico en el MERCOSUR.
Un abordaje integrado y multidisciplinar en la investigación
y desarrollo para contribuir a su resolución.............................................85
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 8

TRABALHOS AGRACIADOS COM MENÇÃO HONROSA

Categoria Iniciação Científica


Energía verde: producción de biogás.....................................................111
Categoria Estudante Universitário
Síntesis y estructuración de biomateriales
a partir de precursores de bajo costo e impacto ambiental .....................149
Categoria Jovem Pesquisador
Produção de H2 sobre catalisadores Cu/CeO2
sintetizados sem impregnação da espécie catalítica ativa........................177
Categoria Integração
Estrategias biotecnológicas para el control de enfermedades
bacterianas y por protozoarios intracelulares que afectan
al ganado bovino del MERCOSUR......................................................199
Nota sobre os autores ...........................................................................229
Nota sobre os membros da comissão de avaliação .................................245
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 9

ABSTRACT

The Mercosur’s Science and Technology Award was established in 1998


by the Science and Technology Specialised Meeting – RECyT/Mercosur. In
its eighth edition, the call for submission was launched on the 2nd of May,
2011, with partnership from United Nations Educational, Scientific and
Cultural Organization (UNESCO), Brazilian Competitive Movement (MBC)
and National Council for Scientific and Technological Development
(CNPq/Brazil), and sponsorship from Sangari/Brazil and the Brazilian
Ministry of Science, Technology and Innovation (MCTI). The goal of the
Award is to recognize and award prizes to the best research works that
represent potential contribution to scientific and technological
development of Mercosur countries. It also provides incentives for scientific
and technological research to be carried out, directed at the regional integration
process amongst the countries in the block. In 2011, Technologies for
sustainable development was chosen as the topic with four categories:
Scientific Initiation for students of upper secondary education up to 21 years
of age, University Student for higher education undergraduates with no age
limit, Young Researcher for graduated scholars of up to 35 years of age and
Integration for teams that have graduated, with no age limit and involving at
least two different countries. This book presents the Award winners and the
Honour received works in its four categories.

9
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 11

PRÊMIO MERCOSUL DE CIÊNCIA


E TECNOLOGIA – Chamada 2011

Elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento


– criada pelas Nações Unidas –, o conceito de desenvolvimento sustentável
está relacionado à idéia de promover-se uma forma de desenvolvimento capaz
de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de
atender às necessidades das futuras gerações. O objetivo da adoção desse
conceito é harmonizar o desejo de desenvolvimento econômico contínuo
com a imperativa de conservação dos recursos naturais.
De uma forma mais ampla, a tecnologia para o desenvolvimento
sustentável está vinculada ao uso da ciência e da tecnologia para melhorar a
qualidade de vida e para promover o desenvolvimento socioeconômico
baseado no uso racional dos recursos naturais. É imprescindível, portanto, a
articulação dos diferentes saberes acadêmico-profissionais das engenharias,
ciências exatas, ciências biológicas e das ciências humanas e sociais, assim
como o estabelecimento de parcerias com diferentes atores da sociedade. As
tecnologias para o desenvolvimento sustentável envolvem as questões refe-
rentes à redução das desigualdades sociais, à conservação da biodiversidade,
ao aumento do bem-estar humano, ao aprimoramento dos sistemas sociais
mantidos ao longo do tempo e à adoção de novos paradigmas de desenvol-
vimento econômico que levem em conta a redução do impacto da ação
humana sobre o meio ambiente.
O enfoque acima é essencial para o momento atual dos países do Cone
Sul. Esses países têm importância crescente no cenário mundial por seu
acelerado crescimento econômico e por suas riquezas e reservas naturais.
Existem três aspectos básicos para se trilhar o caminho do desenvolvimento
sustentável. O primeiro é conhecimento, e as comunidades acadêmico-
científica e empresarial são a base para produzi-lo e disseminá-lo. O segundo
é educação promotora da consciência dos cidadãos, relacionando-os com o

11
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 12

mundo em que vivem. E, por fim, mas também fundamental, tem-se o


planejamento, que será o mapeamento do melhor caminho a ser percorrido.
O Prêmio MERCOSUL de Ciência e Tecnologia em sua versão 2011
estimulou membros da comunidade acadêmica e científica a refletirem sobre
este importante tema. O objetivo é estimular a cooperação técnica e científica
entre os países da região, para auxiliar no enfrentamento do desafio da
promoção do desenvolvimento com o uso racional dos recursos dessa região
com enormes riquezas naturais.
Em 2011, o Prêmio MERCOSUL de Ciência e Tecnologia foi promovido
pela Reunião Especializada de Ciência e Tecnologia para o MERCOSUL
(RECyT), em parceria com a UNESCO, o Conselho Nacional de Desenvol-
vimento Científico e Tecnológico (CNPq/Brasil) e o Movimento Brasil
Competitivo (MBC). Essa edição contou com o patrocínio da Sangari do Brasil
e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil (MCTI/Brasil).

São apresentados, a seguir, os trabalhos premiados nas quatro categorias.

1º Lugar – CATEGORIA INICIAÇÃO CIENTÍFICA


Trabalho: “Protótipo de produção do dimetil-éter a partir do bagaço da cana:
transformação de rejeito em energia”
Autor: Lucas Ribeiro Mata, 18 anos, estudante da 4ª série no Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense – Campus Macaé
Professora-orientadora: Margarida Lourenço Castelló
País: Brasil

1º Lugar – CATEGORIA ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO


Trabalho: “Biocompósitos de Poli(etileno-co-acetato de vinila) (EVA) reforçados
com fibra vegetal”
Autor: Rafael Panzetti, 21 anos, estudante do 6º semestre do curso de
Química na Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP
Professor-orientador: Marco-Aurelio De Paoli
País: Brasil

1º Lugar – CATEGORIA JOVEM PESQUISADOR


Trabalho: “Films biodegradables elaborados con nanomateriales para envases
industriales”
Autora: Lucía Mercedes Famá, 35 anos, pós-doutorado
País: Argentina

12
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 13

1º Lugar – CATEGORIA INTEGRAÇÃO


Trabalho: “El problema del arsénico en el MERCOSUR. Un abordaje inte-
grado y multidisciplinar en la investigación y desarrollo para contribuir a su
resolución”
Autores:
Marta Irene Litter, 65 anos, argentina, pós-doutorado
Alejo Leopoldo Pérez Carrera, 38 anos, argentino, doutorado completo
Alicia Fernández Cirelli, 63 anos, argentina, pós-doutorado
Ana María Ingallinella, 68 anos, argentina, doutorado completo
Ana María Sancha Fernández, 67 anos, chilena, doutorado completo
Hugo Benjamín Nicolli, 71 anos, argentino, doutorado completo
Lorena del Pilar Cornejo Ponce, 48 anos, chilena, pós-doutorado
Nelly Angélica Mañay Larrosa, 56 anos, uruguaia, doutorado completo
Silvia Sara Farías, 59 anos, argentina, doutorado completo
Virginia Sampaio Teixeira Ciminelli, brasileira, doutorado completo
Países: Argentina, Brasil, Chile e Uruguai

Menção Honrosa – CATEGORIA INICIAÇÃO CIENTÍFICA


Trabalho: “Energía verde: producción de biogás”
Autora: Lisandra Magali Delvalle Guillen, 17 anos, estudante do 2º ano do
Colégio Nacional São Miguel Arcanjo
Professora-Orientadora: Carmen Saucedo de Villalba
País: Paraguai

Menção Honrosa – CATEGORIA ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO


Trabalho: “Síntesis y estructuración de biomateriales a partir de precursores
de bajo costo e impacto ambiental”
Autor: Diego Ariel Onna, 25 anos, estudante do 5º ano da Faculdade de
Ciências Exatas e Naturais da Universidade de Buenos Aires
Professora-Orientadora: Yanina Susana Minaberry
País: Argentina

Menção Honrosa – CATEGORIA JOVEM PESQUISADOR


Trabalho: “Produção de H2 sobre catalisadores Cu/CeO2 sintetizados sem
impregnação da espécie catalítica ativa”
Autora: Laédna Souto Neiva, 32 anos, doutorado completo
País: Brasil

13
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 14

Menção Honrosa – CATEGORIA INTEGRAÇÃO


Trabalho: “Estrategias biotecnológicas para el control de enfermedades bacterianas
y por protozoarios intracelulares que afectan al ganado bovino del MERCOSUR”
Autores da Argentina
María Isabel Romano, 59 anos, pós-doutorado completo
Angel Adrián Cataldi, 56 anos, pós-doutorado completo
Bibiana Felicitas Brihuega de Fernández, 56 anos, pós-doutorado completo
Carlos Manuel Campero, 65 anos, pós-doutorado completo
Dadín Prando Moore, 38 anos, pós-doutorado completo
Fabiana Bigi, 46 anos, doutorado completo
Federico Carlos Blanco, 33 anos, doutorado em curso
Fernando Oscar Delgado, 36 anos, mestrado completo
Karina Cynthia Caimi, 40 anos, pós-doutorado completo
Lucas Emilio Vagnoni, 38 anos, ensino superior completo
Luis Ernesto Samartino, 57 anos, pós-doutorado completo
Marcelo Cristian Fort, 54 anos, mestrado completo
María Fiorella Alvarado Pinedo, 36 anos, ensino superior completo
María José Federica Gravisaco, 43 anos, pós-graduação completa
María Laura Mon, 28 anos, doutorado em curso
María Verónica Bianco, 34 anos, doutorado em curso
María Virginia Meikle, 43 anos, pós-doutorado completo
Sergio Gabriel Garbaccio, 38 anos, ensino superior completo
Silvina Elizabeth Wilkowsky, 44 anos, pós-doutorado completo
Silvio Lorenzo Pedro Cravero, 52 anos, ensino superior completo
Autores do Brasil
Caroline Rizzi, 34 anos, doutorado em curso
Daniela Fernandes Ramos, 29 anos, doutorado em curso
Odir Antônio Dellagostin, 44 anos, pós-doutorado completo
Autores do Paraguai
Guillermo Giménez Bareiro, 31 anos, ensino superior completo
Juan Guillermo Cantero Portillo, 29 anos, ensino superior completo
María Teresa Rovira Díaz de Bedoya, 53 anos, mestrado completo
Autores do Uruguai
Alejandra Suanes Martínez, 35 anos, ensino superior completo
Alvaro Jorge Nuñez Alesandre, 50 anos, pós-doutorado completo
Andrés Domingo Gil Rodríguez, 61 anos, pós-doutorado completo
José Miguel Piaggio Mazzara, 49 anos, pós-doutorado completo

14
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 15

Categoria Iniciação Científica


1º Lugar

PROTÓTIPO DE PRODUÇÃO DO DIMETIL-ÉTER


A PARTIR DO BAGAÇO DA CANA:
TRANSFORMAÇÃO DE REJEITO EM ENERGIA

Autor: Lucas Ribeiro Mata, 18 anos, estudante da 4ª série no


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense –
Campus Macaé

Professora-Orientadora: Margarida Lourenço Castelló

País: Brasil

15
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 17

PROTÓTIPO DE PRODUÇÃO DO
DIMETIL-ÉTER A PARTIR DO BAGAÇO
DA CANA: TRANSFORMAÇÃO
DE REJEITO EM ENERGIA

RESUMO
A matéria lignocelulósica é a biomassa mais abundante na natureza; no
entanto, não é utilizada na alimentação humana, e sua utilização como matéria
prima na produção de combustíveis ainda é limitada tecnológica e econo-
micamente. A maioria dos municípios do Norte do Estado do Rio de Janeiro
é agrícola, tendo como principal cultura a cana-de-açúcar. Cerca de dois
terços da energia da cana-de-açúcar está concentrada no bagaço e na palha,
sendo esta queimada na colheita e parte do bagaço usada como combustível
para o aquecimento das dornas nas usinas e na geração de energia elétrica.
O dimetil-éter (DME), desde a década de 60, é utilizado como propelente
em aerossóis, porém, no final da década de 90, descobriu-se que o DME
pode substituir o diesel e o gás de cozinha. O objetivo do projeto foi construir
um protótipo de uma planta de termoprocessamento do bagaço da cana,
visando à produção do DME, utilizando sucata comum.
Inicialmente foi realizado um estudo para avaliar as rotas de obtenção do
DME e do gás de síntese, em seguida foi desenvolvido um pequeno piro-
lisador para testar o comportamento do bagaço na obtenção do gás de síntese,
sendo também testada a obtenção do DME por meio da desidratação do
metanol. Na sequência, foi desenvolvido o protótipo da planta de termo-
processamento do bagaço de cana, constituído por forno, desumidificador,
reator e coletor de gases. Foram realizados testes de obtenção do DME a
partir do bagaço, utilizando o protótipo.
A partir da análise cromatográfica, com detector de ionização de chama
(FID), do produto final obtido, pode-se concluir que foi produzido o DME.
Os testes mostraram ainda que o protótipo é seguro e pode ser usado em
diversos tipos de termoprocessamento, com aproveitamento de todos os
produtos obtidos.

17
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 18

1. INTRODUÇÃO
No Norte do Estado do Rio de Janeiro, as principais atividades econô-
micas são a indústria sucroalcooleira e a extração do petróleo (iniciada na
década de 70). A extração de petróleo é centralizada nos municípios de Campos
dos Goytacazes e Macaé, enquanto os demais municípios possuem como
principal atividade econômica a agropecuária, com destaque para a cultura
da cana-de-açúcar. A produção de cana no Estado do Rio de Janeiro está
centralizada na região. Enquanto a produção dessa matéria-prima, cada vez
mais atraente em função da crescente demanda por etanol e açúcar, tem
aumentado significativamente em todo o país, na região, permanece constante.
Uma prática que poderia contribuir para minimizar, ou mesmo debelar,
a atual crise na indústria sucroalcooleira da região é o aproveitamento de toda
a energia dessa matéria-prima, pois o bagaço e a palha da cana-de-açúcar
(componentes lignocelulósicos) detêm cerca de dois terços da energia total
dessa biomassa. Parte do bagaço produzido é queimada nos fornos para
aquecimento das caldeiras e geração de energia elétrica, cerca de 40 %,
enquanto o restante (60 %) é amontoado no pátio das usinas, sendo poste-
riormente queimado. A fuligem que sobe ao céu resultante dessas queimadas
é constituída de setenta produtos químicos prejudiciais à saúde humana e ao
ambiente. Atualmente existe no Brasil uma rota de geração de energia a partir
de rejeitos lignocelulósicos viável tecnológica e economicamente que consiste
na queima ou gasificação desses materiais para geração de energia elétrica.
Com a construção do porto e do Polo Industrial do Açu na região, haverá
um aumento significativo no consumo de energia elétrica, fazendo-se neces-
sária a construção de usinas termoelétricas. Além disso, surgirá na região a
demanda por carvão para alimentação dos fornos da siderúrgica que será
instalada no polo.
A mistura gasosa constituída de monóxido de carbono e hidrogênio recebe
o nome de gás de síntese, pois, a partir dessa mistura, é possível obter vários
compostos orgânicos com utilizações nas mais diversas áreas industriais.
Recentemente o dimetil-éter (DME), um éter obtido a partir do gás de sín-
tese, tem chamado a atenção mundial em função de seu potencial uso como
combustível substituto da gasolina, diesel e gás liquefeito de petróleo (GLP)
(OLIVEIRA, 2005). Embora o DME tenha sido utilizado como insumo na
indústria química para obtenção de olefinas e como substituto dos clorofluo-
carbonetos em propelentes desde a década de 60, sua aplicação como
combustível só foi descoberta no final da década de 90. No último ano, a
China começou a utilizar o DME como aditivo do GLP. Para sua produção

18
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 19

atualmente são utilizados como matéria-prima o carvão mineral, o gás natural


e o metanol (NIEMEYER, 2007). O DME pode também ser usado como
combustível em termoelétricas sendo um atrativo combustível na região.
O objetivo deste projeto foi construir o protótipo de uma planta para
termoprocessamento do bagaço com a consequente produção do DME
(“bio-DME”), utilizando para isso sucata comum. Como se trata de um
grande desafio tecnológico, uma vez que não há relatos da existência de uma
planta de produção do DME a partir de biomassa lignocelulósica, o projeto
foi dividido em duas etapas: a primeira etapa foi constituída de estudos
bibliográficos, escolha da rota de produção do bio-DME e construção da
planta. Já a segunda consistiu em aprofundamentos teóricos sobre termopro-
cessamento de material lignocelulósico (carbonização, pirólise, gasificação),
geração de gás de síntese e geração de energia a partir do gás de síntese e conversão
de gás de síntese em DME; em ajustes na planta de termoprocessamento;
em tentativas de produzir o DME a partir do bagaço da cana-de-açúcar
(utilizando a planta construída); em cálculos do balanço de massa e do
balanço energético térmico; em avaliação econômica do custo do protótipo
e do processo. Com esta planta, será possível transformar o bagaço, potencial
resíduo da região, em um combustível para ser utilizado na própria região.

2. METODOLOGIA
Tendo como princípio norteador do projeto o método de engenharia,
nesta seção, serão apresentados todos os materiais e métodos utilizados para
a implementação da solução escolhida para os problemas observados.

2.1. PLANEJAMENTO
Após a escolha de uma solução para as necessidades existentes, seguindo
o método de engenharia, esta solução deve ser implementada, para isso, faz-
se necessário um planejamento de como será feita essa implementação. Segundo
Amado, “o planejamento é a definição de um futuro almejado e dos meios e
alternativas mais eficazes de alcançá-lo” (AMADO, 2010).
Para o planejamento deste projeto, foi escolhido o método 5W2H, que
consiste em responder às seguintes perguntas em inglês: What (o quê)? Why
(por quê)? Who (quem)? Where (onde)? When (quando)? How (como)? How
much (quanto)?
What?
Construir um protótipo capaz de transformar o bagaço da cana-de-açúcar
em um combustível, utilizando como material deste protótipo sucata.

19
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 20

Why?
Para solucionar os problemas existentes na região.
Who?
O desenvolvimento deste projeto cabe ao seu autor, sob orientação da
professora orientadora e supervisão dos laboratoristas dos laboratórios.
Where?
No Instituto Federal Fluminense, campus Macaé, em seus laboratórios de
química, de ajustagem mecânica e de soldagem, em sua oficina de caldeiraria,
em sua biblioteca, em sua sala dos projetos de extensão e em seu micródromo.
E também na casa do referido aluno e de sua orientadora.
When?
De 01 de agosto de 2010 a 01 de agosto de 2011, conforme cronograma
apresentado na Tabela 1. A primeira etapa consiste no levantamento biblio-
gráfico e na construção da planta, enquanto a segunda consiste na realização
de experimentos utilizando a planta construída, a fim de elaborar uma análise
tecnológica e econômica da solução proposta.
Tabela 1. Cronograma de execução do projeto.
Atividade/
08/10
09/10
10/10
11/10
12/10
01/11
02/11
03/11
04/11
05/11
06/11
07/11
08/11
Mês

Levantamento
X X X X X X X X X X X X
bibliográfico
Experimentos X X X X X X X X

Tratamento dos dados X X X X X X X X X X X X X


Construção do
X X X
protótipo
Obtenção do bio-
X X X X
DME

Visitas técnicas X X X X X X
Elaboração do
X X X X
relatório
Conclusão da primeira
X
etapa
Conclusão do
X
protótipo

20
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 21

Tabela 1. Continuação.
Atividade/

08/10
09/10
10/10
11/10
12/10
01/11
02/11
03/11
04/11
05/11
06/11
07/11
08/11
Mês

Entrevistas X X X X X X X X X X

Divulgação científica X X

Registros no diário de
X X X X X X X X X X X X X
bordo

How?
Para a implementação da solução conforme mostra o cronograma, inicial-
mente foi realizado um amplo e criterioso levantamento bibliográfico em
bibliotecas, em sites de busca científica como Sciencefinder, Googleacademico,
Sciencedirect, Scielo e Elsevier, buscando obras de cunho científico, tais
como, dissertações de mestrado, apostilas e apresentações de professores e
especialistas, artigos científicos, teses de doutorado, projetos de universidades
e centros de pesquisa, revistas e periódicos científicos. Essas obras foram também
buscadas por meio dos sites de universidades, como a Universidade de São
Paulo (USP), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade
Estadual de Campinas (UNICAMP). Em todo o levantamento foram adotados
critérios para que nenhum dado de fontes não confiáveis fosse utilizado neste
projeto.
Por meio do levantamento bibliográfico, foram realizadas investigações
sobre o gás de síntese: histórico, suas rotas de obtenção, importância na
indústria química, aplicações na atualidade, processos usados industrial-
mente, tecnologias em estudo, estado da arte e viabilidade (tecnológica e
econômica), DME (histórico, panorama mundial de produção, estado da
arte, processos de obtenção, aplicações, importância nas indústrias, tecno-
logias em estudo, viabilidade tecnológica e econômica e patentes), bio-DME
(estado da arte), bagaço e palha da cana-de-açúcar (composição, cinzas, rotas
de aproveitamento, poluição, quantidades produzidas, produtos gerados e
processos aplicados na atualidade para aproveitamento), região norte fluminense
(economia, dados geográficos, histórico e realidade socioeconômica), indústria
sucroalcooleira (processos, rejeitos, participação na economia brasileira e sua
importância), poluição atmosférica, demanda energética nacional, fontes de
energia e biomassas.

21
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 22

Ao longo deste trabalho foram realizadas entrevistas com profissionais,


professores e especialistas em assuntos de interesse para o projeto, consultando-
-os a fim de obter informações, opiniões, críticas e recomendações de obras
científicas.
Foram feitas visitas a universidades, indústrias e centros de pesquisa para
a obtenção de informações experimentais e visuais de processos químicos
industriais de aproveitamento de biomassas e equipamentos empregados
nesses processos.
Os procedimentos experimentais realizados no início do projeto tiveram
como finalidade verificar experimentalmente as rotas de produção do DME
e as rotas de produção do gás de síntese a partir do bagaço. Os procedimentos
experimentais do final do projeto, por sua vez, tiveram por finalidade pro-
mover o termoprocessamento do bagaço, utilizando para isso o equipamento
construído por este projeto, com vistas a responder à seguinte pergunta:
How much?
O custo do protótipo da planta foi avaliado no fim de sua construção,
levando-se em conta apenas os custos dos materiais adquiridos no comércio.
O planejamento apresentado foi elaborado no início do projeto e foi
rigorosamente observado ao longo do seu desenvolvimento.

2.2. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS


2.2.1. Desidratação do metanol
A produção de éteres simétricos pode ser feita pela desidratação dos
respectivos alcoóis (MORRISON; BOYD, 1972). A reação ocorre com ácido
sulfúrico concentrado, sob temperatura controlada, com excesso de álcool a
fim de deslocar o equilíbrio da reação no sentido da formação dos produtos.
O controle da temperatura é necessário para que se evite a formação do
alceno correspondente. Foi utilizada neste experimento vidraria para desti-
lação simples, sendo esta montada em capela, conforme ilustra a Figura 1.
Foram colocados 100 ml de metanol (99,9 %) na ampola de decantação
e 49,1 ml de metanol 95 % com 50,5 ml de ácido sulfúrico (16 mol/l) no
balão de destilação. Quando a temperatura atingiu 145 °C, foi iniciado
o gotejamento do metanol contido na ampola, mantendo sempre a
temperatura reacional na faixa de 135-140 °C. Após acabar o metanol
contido na ampola, aqueceu-se o balão por mais dez minutos.
Como o laboratório não possui recursos que garantam a manutenção da
temperatura no frasco coletor do DME produzido abaixo de -25 °C, optou-
se por obtê-lo de modo qualitativo, sendo assim, no lugar do frasco coletor,

22
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 23

foi colocada uma solução de permanganato de potássio (0,5 g/l) que indicaria
a produção do DME por meio da mudança de coloração, ocasionada pela
redução do permanganato de potássio pelo DME.
Figura 1. Aparelhagem utilizada na desidratação do metanol.

2.2.2. Pirólise
O gás de síntese pode ser obtido por meio da pirólise de materiais
lignocelulósicos secos em retortas com ausência de oxigênio sob pressão
atmosférica e temperatura de 250 °C (FELTRE, 1976).
Neste processo, também se obtém mistura gasosa, constituída princi-
palmente por gás de síntese, metano, dióxido de carbono e gás nitrogênio,
mistura líquida, constituída principalmente por água, ácido acético, metanol
e acetona, alcatrão e carvão.
2.2.2.1. Construção do pirolisador
Para a construção do pirolisador, foi usado um tubo galvanizado de 40 mm
de diâmetro externo, uma chapa de aço 1020 preta e um parafuso de 3/8. O
tubo foi desbastado em um torno mecânico e cortado com uma serra manual
tendo um comprimento de 100 mm. O tubo foi fechado com a chapa de aço por
meio do processo de soldagem por eletrodo revestido; em uma extremidade,
foi feito um furo de 17 mm de diâmetro; e em um ponto da lateral foi feito
um furo de 8 mm (usando uma furadeira de bancada), onde foi enroscado o
parafuso. Em seguida, foi construído um suporte para o gaseificador, utilizando
três vergalhões de 3/8 com 150 mm de comprimento e um anel de aço.

23
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 24

Figura 2. Pirolisador construído.

2.2.2.2. Pirólise do bagaço.


Utilizando o pirolisador construído, foi realizado o teste da pirólise do
bagaço da cana-de-açúcar, que, antes do teste, permaneceu durante 15 h em
uma estufa a 150 °C. Realizou-se este experimento três vezes com diferentes
massas para comparar a massa de bagaço usada e a quantidade de carvão
produzida. Para esses experimentos, foi utilizado, para aquecimento do
pirolisador, um bico de Bunsen, conectado a um botijão contendo gás GLP.
Para comprovar a produção de gás de síntese, foi aproximada da mistura
gasosa produzida a chama de um palito de fósforo aceso.

2.2.3. Construção do protótipo


O protótipo construído inicialmente foi constituído de um forno, um
desumidificador e um reator, conforme apresenta a Figura 3.
Figura 3. Protótipo construído.

24
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 25

O forno foi construído a partir de um extintor de incêndio inutilizado, sendo


cortado com uma serra manual e soldado por meio do processo de soldagem
de eletrodo revestido a cada parte um anel com seis furos de diâmetro 3/16”.
A união entre as partes é feita com parafusos, porcas e ruelas de 3/16. No local
da união, foi colocado um anel de amianto grafitado resistente a altas tem-
peraturas. O forno foi ligado ao desumidificador por um tubo de cobre com
uma válvula de controle de fluxo. O desumidificador foi construído utilizando-
se um cap, uma luva, uma união e um bujão, todos galvanizados e com diâmetro
de 2 ½”. Esses materiais foram inutilizados após a troca de alguns hidrantes
na escola. Fez-se em cada lateral um furo onde foi conectado um tubo de
cobre do forno e outro do reator, dentro do desumidificador foi colocada
uma chapa com pequenas chapas soldadas em um ângulo de 30°. O gás, ao
sair do gaseificador, depara-se com esta chapa tendo que ir até a extremidade
inferior, onde foi instalada uma válvula de alívio, e subir novamente para
seguir até o reator deixando a umidade. O reator foi construído, usando-se
duas luvas e dois bujões galvanizados de 2 ½”, também provenientes de
sucata, no centro do reator foi instalada uma chapa com furos com menos de
1 mm de diâmetro, pelo qual o gás é espalhado pela mistura física de cata-
lisadores.

2.2.4. Teste do protótipo com água


No intuito de verificar as condições de operação do protótipo construído,
foram usados 1,5 l de água, que foram aquecidos sob pressão de 0,5 Mpa e
temperatura de 250 °C no forno do protótipo, parte ficou retida no
desumidificador e outra parte seguiu até o reator.
Figura 4.Teste do protótipo com água.

25
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 26

2.2.5. Teste do protótipo com bagaço


Para o teste do protótipo com bagaço, foram colocados cerca de cem gramas
de bagaço de cana-de-açúcar no forno e, como não havia catalisadores especí-
ficos para a síntese do metanol a partir do gás de síntese, apenas pentóxido
de nióbio e zeólita ácida HZM-5, foram colocados esses catalisadores na
peneira micrométrica do reator. Depois da vedação do reator, foi iniciado o
aquecimento do bagaço. Após vinte minutos, cessou-se o aquecimento.

2.2.6. Ajustes e modificações no protótipo


Considerando-se os resultados obtidos nos testes do protótipo, as entre-
vistas com especialistas em equipamentos de pressurização e as informações
obtidas por meio dos estudos realizados, foram realizadas algumas alterações
no protótipo.
A primeira foi a adaptação de um fogão industrial de uma boca com
quatro tochas, adquirido em uma loja de sucatas, ao forno. Para essa adap-
tação, fez-se necessária a construção de um suporte para sustentar o forno.
A válvula simples utilizada em fogões caseiros, que ligava o botijão contendo
GLP ao fogão, foi substituída por uma válvula de gás de alta pressão usada
em fogões industriais. Essa substituição foi realizada para aumentar a tempe-
ratura de aquecimento no forno e assim favorecer um aumento na produção
de gás de síntese.
Foram instalados dois termopares na planta, um no forno e outro no
reator. O reator, que antes era constituído de duas luvas galvanizadas de 2 ½”,
foi modificado, sendo constituído de apenas uma luva e dois bujões galva-
nizados de 2 ½”. Uma nova peneira micrométrica para difusão do gás de
síntese pelo catalisador foi construída para o novo reator de menor
capacidade. Tal modificação foi realizada tendo em vista um aumento da
pressurização do gás de síntese.
No intuito de garantir uma boa vedação na planta, foram construídos três
anéis de aço galvanizado de 2 ½” de diâmetro interno. Esses anéis foram
feitos a partir de tubos de aço ociosos, existentes na oficina de caldeiraria da
instituição, sendo o comprimento de cada anel de 15 mm. Para a construção
desses anéis, foram utilizados um torno mecânico manual e uma serra manual.
Junto com esses anéis, foram colocados anéis de vedação hidráulicos utili-
zados em sistemas de esgotos. Dois dos anéis feitos foram colocados no reator,
e um deles foi colocado no desumidificador.

26
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 27

Figura 5. Protótipo após modificações e ajustes.

Para o recolhimento do DME produzido, foi construído um frasco coletor


que foi conectado à válvula de controle da saída do reator. O frasco coletor
é constituído por uma cuba plástica, um balão volumétrico Bio Cristal de
200 ml e um tubo de cobre de ¼” pol. O tubo de cobre liga a saída do reator
até o balão volumétrico que fica imerso em gelo dentro da cuba plástica.

2.2.7. Teste de obtenção do DME


Para o teste de obtenção do DME a partir do gás de síntese produzido na
pirólise do bagaço, foram colocados cerca de cem gramas de bagaço de cana-
de-açúcar no forno; no reator, foram colocados uma mistura física de
catalisadores hidrogenantes e desidratantes, cem gramas de dióxido de titânio
e cem gramas de zeólita HZMS-05 (respectivamente). A pirólise e a síntese
direta do DME foram realizadas sob pressão de 0,8 mPa. O teste foi realizado
durante 25 minutos. Durante o processo de pirólise, o bagaço foi aquecido
sob temperatura de 560 °C. Como o dimetil-éter, sob condições ambientes,
encontra-se no estado gasoso e o cromatógrafo gasoso encontrado na
Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) não tinha bico de
injeção para gás, o recolhimento do gás produzido foi realizado por meio do
borbulhamento do gás em dietil-éter puro pró-análise, único semelhante
químico do dimetil-éter encontrado nos laboratórios pesquisados.

27
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 28

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Seguindo o método de engenharia, nesta seção serão apresentados os
resultados obtidos e suas respectivas análises.

3.1. PROCESSOS DE OBTENÇÃO DO DME


O DME pode ser obtido a partir do gás de síntese, do metanol e do
dióxido de carbono. A partir do gás de síntese, o DME pode ser obtido de
forma direta ou indireta. A síntese direta demanda menos energia e garante
altas taxas de conversão do gás de síntese em DME, consiste basicamente na
hidrogenação do gás de síntese para a produção de metanol e, ao mesmo
tempo, na desidratação do metanol produzido, para a produção do DME. A
síntese indireta consiste na produção do metanol a partir do gás de síntese e
posterior desidratação do metanol para produção do DME (IDA, 2010).
A síntese direta é usualmente realizada sob pressão de 3-10 mPa e tempe-
ratura de 210-290 °C. Os catalisadores usados nesse processo são compostos
de cobre ou zinco, para a hidrogenação do gás de síntese, e de zeólitas ácidas,
para a desidratação do metanol, sendo estes misturados fisicamente. Tais
catalisadores garantem altas taxas de conversão e, como as reações são
bastante exotérmicas, o gasto energético é pequeno (AQUINO, 2008). Esse
processo é muito recente e já é amplamente usado nas indústrias para a
fabricação do DME a partir do gás de síntese, pois é mais viável econômica
e tecnologicamente (OHNO, 2010).
A primeira etapa da síntese indireta, que consiste na hidrogenação do gás
de síntese para a produção do metanol, ocorre sob pressão de 60-70 bar e
temperatura de 210-300 °C, catalisada por compostos de cobre, zinco ou
cromo. A etapa seguinte é a desidratação do metanol sob pressão atmosférica
e temperaturas em torno de 400 °C catalisada por zeólitas ácidas, que
garantem uma alta taxa de conversão do metanol em DME.
Na literatura não foi encontrado nenhum resultado da produção do DME
a partir dos rejeitos lignocelulósicos da indústria sucroalcooleira.

3.2. TERMOPROCESSAMENTO DE MATERIAIS LIGNOCELULÓSICOS


A literatura relata que a produção do gás de síntese a partir de biomassas
lignocelulósicas pode ser feita a partir de três processos distintos: carboni-
zação, pirólise e gasificação.
A carbonização é o processo mais simples e amplamente utilizado pelas
indústrias carvoeiras para produção do carvão vegetal requerendo tempera-
turas mais baixas em relação a outros processos e um intervalo de tempo mais

28
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 29

longo (acima de dez horas). Geralmente esse processo é realizado em tempe-


raturas na faixa de 400-600 °C, quanto mais baixa for a temperatura do
processo maior é a quantidade de carvão vegetal produzido. No entanto,
como o carvão produzido em temperaturas mais baixas possui uma qualidade
inferior, o processo é realizado em torno de 500 °C, para obter um bom
rendimento e carvão de boa qualidade. A produção de gás de síntese neste
processo é muito pequena, comparada com os demais processos. O calor
necessário para a carbonização da matéria-prima, geralmente a madeira, pode
ser obtido a partir da combustão de parte da carga de matéria prima dentro
do forno ou por aquecimento indireto, utilizando energia elétrica ou gases.
Por isso, há um grande interesse por parte das carvoarias em utilizar as
retortas, pois o gás produzido pode ser reaproveitado na geração de calor para
o processo, tornando-o mais viável economicamente, uma vez que no
aquecimento direto cerca de 30 % da carga é queimada na geração de calor.
A pirólise é um processo endotérmico realizado em temperaturas modera-
das. Esse processo pode ser realizado num curto intervalo de tempo (algumas
horas ou minutos), sendo denominado pirólise rápida, ou num intervalo de
tempo mais longo, sendo chamado de pirólise. A pirólise rápida é reali-
zada com o objetivo de obter maiores quantidades de frações líquidas, isto é,
maior quantidade de alcatrão e ácido pirolenhoso. Na pirólise rápida, a
quantidade máxima de mistura gasosa produzida chega a 13 % em massa
(MESA et al., 2003). Em relação ao processo de carbonização, a pirólise produz
uma quantidade maior de gás de síntese. A faixa de temperatura em que
normalmente a pirólise é realizada fica entre 500-800 °C, sendo que a pirólise
realizada em altas temperaturas produz maior quantidade de gás de síntese.
Na pirólise, a quantidade máxima de oxigênio presente no pirolisador, retorta
ou reator em que a pirólise é realizada, é de 10 % em volume, alguns processos
de pirólise são realizados em ausência total de oxigênio (COGO, 2008). Na
pirólise, é produzida uma mistura gasosa, constituída principalmente por gás
de síntese, ácido pirolenhoso, alcatrão e carvão.
A gasificação geralmente é realizada sob pressão atmosférica em tempera-
turas em torno de 1000 °C. Nesse processo, pode-se utilizar como oxidante
oxigênio (a partir de 10 % em volume) e/ou vapor d’água. Atualmente existem
vários tipos de gasificadores disponíveis no mercado, sendo escolhidos de
acordo com as necessidades de cada projeto. Nesse processo, a quantidade de
gás de síntese produzida pode chegar até 85 % (MESA et al., 2008). A gasifi-
cação é um processo constituído de várias etapas, em que existem reações
endotérmicas e exotérmicas. O calor liberado pelas reações exotérmicas é
suficiente para sustentar a demanda calorífica das reações endotérmicas.

29
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 30

3.3. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

3.3.1. Desidratação do metanol


Após quatro minutos do início da reação, a coloração do permanganato
de potássio que era violeta passou a vermelho. Dois minutos após essa
mudança, a solução foi perdendo a coloração até atingir o ponto incolor,
indicando que o permanganato de potássio foi totalmente reduzido a
dicromato de potássio.

3.3.2. Pirólise do bagaço da cana-de-açúcar


Cerca de dez segundos após o início da pirólise, foi iniciada a liberação da
mistura gasosa de cor branca e, quando se aproximou dessa mistura a chama
de um fósforo aceso, ela imediatamente entrou em combustão, conforme
ilustra a Figura 6. Foi produzida também uma mistura líquida de cor
amarelo-escura, uma mistura líquida de cor preta e carvão, tudo conforme
previsto pela literatura.
Nas três pirólises realizadas, foram medidas as massas de carvão vegetal do
bagaço produzidas.
Tabela 2. Massa de bagaço e carvão produzida.

Massa de bagaço (g) Massa de carvão (g)


0,5 0,11
1,0 0,42
1,5 0,51

Figura 6. Mistura gasosa produzida em combustão.

30
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 31

3.3.3. Construção e testes do protótipo


Na construção da planta, foram encontrados muitos problemas. Inicial-
mente em relação a como construir uma entrada para colocar o catalisador
no reator deixando este totalmente vedado, depois relacionados a como cons-
truir uma entrada para colocar o bagaço e a palha no gaseificador deixando
este totalmente vedado. A sucata comum utilizada foi encontrada na escola
e em sucatarias de eletrodomésticos. Como a síntese direta do DME requer
alta pressão, a escolha do material demandou um minucioso estudo de suas
características e a procura de uma sucata adequada.
Depois do teste com água, para verificar a vedação do sistema, e de um
ensaio da pirólise do bagaço e da tentativa de obtenção do DME, foram
realizadas algumas modificações na planta e a construção de um frasco coletor
para coletar o DME produzido.
O protótipo pode ser usado para testes em escala laboratorial, de carboni-
zação, pirólise ou gasificação, bastando para isso controlar a temperatura do
processo através do fornecimento de calor dado pelo queimador (fogão). A
segurança que o protótipo oferece ao operador foi comprovada através de
seu uso sob a supervisão dos professores. Em todos os testes, nas temperaturas
até 800 oC, os resultados foram estes: obtenção do ácido pirolenhoso (que
saiu no desumidificador) junto com água e saída de mistura gasosa no coletor.
O custo total do protótipo foi de R$ 241,60.

3.3.4. Produção do DME com o protótipo


Como o único cromatógrafo gasoso disponibilizado para esta pesquisa
usava o método de detecção por ionização de chama (FID), a quantidade de
DME produzida não pôde ser quantificada, pois a cromatografia indicava tão
somente se o DME foi produzido e, portanto, se o protótipo estava em condi-
ções de produzir o DME. A cada 10 minutos, era realizada a retirada do ácido
pirolenhoso e da água produzidos na pirólise, recolhidos na válvula de alívio
do desumidificador. A pirólise foi conduzida sob temperatura de 560 ºC e
pressão de 0,8 mPa. O teste durou cerca de 40 minutos, e a mistura gasosa
produzida foi borbulhada em dietil-éter, semelhante químico do DME, pois
o cromatógrafo não possuía injetor de gás.
Foram realizadas três diferentes cromatografias gasosas: a primeira
utilizando dimetil-éter cromatográfico; a segunda utilizando o dietil-éter pró-
análise utilizado na coleta do DME obtido no teste; e a terceira com o dietil-éter
após ser borbulhado pelos gases produzidos no teste. A partir da subtração
do diagrama obtido na terceira cromatografia do diagrama obtido na segunda

31
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 32

cromatografia e comparando o diagrama obtido ao diagrama da primeira


cromatografia, pôde-se observar a produção do DME como principal
produto do processo, como pode ser observado no diagrama abaixo.
Gráfico 1. Cromatografia dos produtos obtidos no teste.

Response – Time – DME

3.3.5. Dificuldades encontradas


Mesmo com o protótipo construído num tempo maior do que o previsto
pelo planejamento inicial, o principal problema encontrado para a produção
do DME foi a ausência de catalisadores específicos com funções hidroge-
nantes indispensáveis para a realização do processo. O único catalisador
específico obtido inicialmente foi a zeólita ácida HZSM-05. Com o período
de recesso nas universidades, a procura ficou ainda mais difícil. Apesar de não
ser o objetivo deste projeto, pensou-se em estudar um método de obtenção
deste catalisador, mas isso exigiria uma alta tecnologia e demandaria tempo.
Apenas no início do mês de maio a UFRJ cedeu 250 gramas de dióxido de
titânio para a realização dos testes de obtenção do DME.
Houve dificuldades para encontrar alguns materiais para a construção do
protótipo que demandaram tempo para serem solucionadas. E foram neces-
sárias viagens para o município de Campos dos Goytacazes, centro comercial

32
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 33

da região, que fica a cerca de 120 km de Macaé, cidade onde o projeto foi
desenvolvido.
Por fim, a última dificuldade encontrada foi na comprovação experi-
mental da produção do DME, para este teste fazia-se necessário o uso de um
cromatógrafo gasoso, equipamento de alto valor e difícil disponibilidade.
Após longa procura, encontrou-se um cromatógrafo gasoso de detecção por
ionização de chama na UENF. Em função desta dificuldade, alguns objetivos
específicos não foram atingidos, pois para cumpri-los fazia-se necessário
um cromatógrafo gasoso de detecção de massa. Tais objetivos são o estudo da
viabilidade econômica, o cálculo do balanço de massa e a energia.

4. CONCLUSÃO
A partir dos resultados obtidos, pode-se concluir que, utilizando o protó-
tipo construído, é possível obter o DME a partir do bagaço da cana e que a
síntese direta do DME a partir do gás de síntese obtido na pirólise do bagaço
da cana-de-açúcar é viável tecnologicamente. O processo é simples e requer
pouco dispêndio energético, produzindo um gás combustível de alto poder
calorífico que pode ser usado para suprir as demandas energéticas mundiais,
contribuindo com o desenvolvimento sustentável por meio de sua produção,
utilizando rejeitos lignocelulósicos. O protótipo demonstrou-se seguro para
o operador e pode ser também utilizado para os estudos de carbonização,
pirólise, ou gasificação, apenas se faz necessário o controle da temperatura do
forno através do fornecimento de gás dado ao queimador.
O DME é um promissor biocombustível, pois sua emissão de poluentes,
comparada à dos combustíveis fósseis e sintéticos, é muito baixa, e sua
produção no mundo tem aumentado cada vez mais para esse fim. O mais
atraente nesse novo biocombustível é seu índice de cetana que é superior ao
do diesel. Entretanto, a matéria-prima que vem sendo usada é o gás natural
e o carvão fóssil, mostrando, portanto, que a criação de uma fábrica de pro-
dução do DME a partir de rejeitos industriais é totalmente inovadora e
chamará a atenção mundial como um possível meio de minimizar a poluição
atmosférica.
Com a produção do DME a partir do bagaço, a indústria sucroalcooleira
da região terá condições de competir com outras indústrias do país, pois o
que antes era rejeito potencial poluidor atmosférico transformar-se-á em
energia, e, sendo os rejeitos gerados pelo processo de produção do gás de síntese
já utilizados em várias aplicações, o processo torna-se ainda mais viável e
atraente. Além da obtenção de lucros com a produção do DME e dos rejeitos

33
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 34

produzidos na geração do gás de síntese, a indústria lucrará com a venda de


créditos de carbono.
Como a região sediará um imenso complexo industrial, a produção do DME
a partir de biomassas lignocelulósicas torna-se ainda mais atraente, pois o
DME produzido pode ser usado como combustível para a geração de energia
elétrica. Além disso, os resultados obtidos neste projeto mostram que uma
boa rota de aproveitamento do bagaço da cana-de-açúcar e outras biomassas
lignocelulósicas para a região é a produção do carvão vegetal. Além de o
processo de carbonização ser viável econômica e tecnologicamente, a região
necessitará de matéria-prima para geração de energia elétrica e de carvão
vegetal para ser utilizado na siderúrgica mostrando, portanto, que este projeto
conseguiu solucionar várias demandas existentes na região.
O protótipo construído neste projeto pode ser utilizado em várias regiões
do planeta. A matéria mais abundante na natureza é a biomassa lignocelu-
lósica, que é desperdiçada em várias partes do mundo, e uma das maiores
necessidades do planeta são as fontes limpas de energia para o desenvolvi-
mento sustentável.
Sugere-se que no prosseguimento deste projeto sejam estudados e
analisados o balanço de massa e de energia do processo e a sua viabilidade
econômica.

5. BIBLIOGRAFIA
AMADO, D. Administrar para desenvolver (ADes): experiência de gestão sistêmica
e comunitária. Rio das Ostras: Editora Diana Amado de Menezes, 2008.
AQUINO, A. S. de. Análise de rotas alternativas para sequestro químico de CO2 :
produção de metanol, gás de síntese e ácido acético. 2008. Projeto final (Graduação
em Engenharia Química) – Universidade Federal do Rio de Janeiro.
COGO, S. L. Um estudo dos subprodutos e rejeitos do xisto por ressonância paramagnética
eletrônica. 2008. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Universidade Estadual de
Ponta Grossa.
FELTRE. R. Química orgânica, v. 4. São Paulo: Moderna Ltda, 1976.
IDA. Welcome to IDA - International DME Association. Disponível em: <http://
www.aboutDME.org>. Acesso em: 06 mar. 2011.
MESA, J. M. et al. Pirólise rápida em leito fluidizado: uma opção para transformar
biomassa em energia limpa. Revista Analytica, n. 4, p. 32-36, mai. 2003.
MORRISON, T. R.; BOYD, R. N. Química orgânica. 6.ed. Lisboa: Editora
Fundação Calouste Gulbenkim, 1972.

34
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 35

NIEMEYER, M. A. L. de. Utilização de publicações científicas em estudos de prospecção


da inovação-caso dimetil éter (DME) e sua aplicação como combustível. 2007.
Dissertação (Mestrado em Tecnologias de Processos Químicos e Bioquímicos) –
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
OLIVEIRA, T. de. Um estudo da prospecção e de estratégias de inovação: o caso
dimetil-éter e seu uso como combustível. 2005. Dissertação (Mestrado em Tecnologias
de Processos Químicos e Bioquímicos) – Universidade Federal do Rio de Janeiro.
OHNO, Y. New clean fuel DME. Japan: JFE Holdings Inc., 2010.

35
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 37

Categoria Estudante Universitário


1º Lugar

BIOCOMPÓSITOS DE POLI(ETILENO-CO-
ACETATO DE VINILA) (EVA) REFORÇADOS
COM FIBRA VEGETAL

Autor: Rafael Panzetti, 21 anos, estudante do 6º semestre do curso


de Química na Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP

Professor-Orientador: Marco-Aurelio De Paoli

País: Brasil

37
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 39

BIOCOMPÓSITOS DE POLI(ETILENO-
CO-ACETATO DE VINILA) (EVA)
REFORÇADOS COM FIBRA VEGETAL

RESUMO
A preocupação com o meio ambiente tem aumentado nos últimos anos,
e isso gera uma maior consciência ambiental por parte das indústrias e da
sociedade em geral. Visando acompanhar essa tendência, houve uma redução
significativa na introdução de novos polímeros no mercado e também a
necessidade de melhorar as propriedades dos polímeros já existentes através
de técnicas, tais como, modificação química, confecção de blendas e uso de
agentes de reforço. Assim, ocorreram grandes avanços em pesquisas com
materiais compósitos reforçados, e as fibras naturais passaram a ser vistas
como potenciais candidatas para substituírem a fibra de vidro (inorgânicas).1
O presente projeto promove a adição de uma fibra vegetal, atuando como
agente de reforço, na proporção de 20 % em massa em relação à massa total
do compósito a ser desenvolvido. Esse compósito apresenta a vantagem de
não necessitar de agentes de acoplamento, uma vez que a matriz polimérica
atua com essa propriedade.
O compósito foi sintetizado com sucesso, obtendo-se uma porcentagem
final dentro de um desvio esperado. O poli(etileno-co-acetato de vinila), EVA,
foi caracterizado e analisado por termogravimetria (TGA), espectroscopia na
região do infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR), ensaios
mecânicos de tração e impacto, pelo índice de fluidez (MFI) e ressonância
magnética nuclear (RMN) de 1H. Já o compósito com 20 % de fibra de
curauá foi caracterizado e analisado também por TGA, ensaios mecânicos de
tração e impacto e FTIR.
Os resultados permitem observar que o compósito em relação ao EVA puro
apresenta um ganho em propriedades mecânicas, observado pelo ensaio de tração

1. AMICO; MOCHNACZ; SYDENSTRICKER, 2004.

39
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 40

dos corpos de prova injetados, e não sofre modificação em suas propriedades


térmicas, observado pela análise termogravimétrica. Já o FTIR e o 1H-RMN,
juntamente com a análise das propriedades mecânicas, permitiram observar
que as melhorias dessas propriedades foram geradas por uma boa interação
entre a fibra e a matriz sem causar mudanças químicas na estrutura matricial.

1. INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, houve um crescimento no interesse da utilização de
fibras naturais em substituição às fibras sintéticas como agentes de reforço em
compósitos poliméricos, a fim de reduzir o custo na produção e o peso final
desses materiais. Fatores econômicos e ambientais fazem com que pesquisa-
dores e engenheiros em todo o mundo desenvolvam trabalhos para encontrar
uma tecnologia apropriada para empregá-la na produção de compósitos
reforçados. As fibras sintéticas como nylon, vidro, poliéster e carbono sempre
foram extensivamente utilizadas para atuar como agentes de reforço em
matrizes termoplásticas. Entretanto, esses materiais são caros, provenientes de
fontes não-renováveis e a sua produção requer um alto consumo de energia.
Outro fator importante a ser considerado é que a incerteza no suprimento e
no preço de produtos baseados no petróleo tem acelerado a procura por
materiais provindos de fontes alternativas.2
As fibras naturais são produzidas no coração da região amazônica, apro-
veitando-se o enorme potencial ambiental e social existente nessa exuberante
região. O curauá, a juta e a malva são fibras cultivadas na região há muitos
anos que agora recebem uma contribuição importante da Pematec quanto ao
desenvolvimento de novas técnicas e procedimentos de plantio, extração e
beneficiamento. Os produtos industrializados com as fibras naturais possuem
alto índice de reciclabilidade, os produtos feitos com a fibra do curauá, por
exemplo, podem ser reciclados em até sete gerações, ou seja, uma peça nível 1
pode ser transformada em outra nível 2, e assim sucessivamente, durante sete
gerações, sem que suas características físico-químicas sejam significativamente
alteradas. Além do mercado automobilístico, as fibras naturais podem ser
utilizadas em outros setores industriais como o têxtil, o calçadista e o
moveleiro.3
Materiais compósitos ou plásticos reforçados são largamente utilizados
pela indústria automotiva e eletroeletrônica. De um modo geral, são obtidos

2. FROLLINI; LEÃO; MATTOSO, 2000, p, 159.


3. PREMATEC TRIANGLE, s.d.

40
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 41

pela combinação de termoplásticos e fibras curtas de vidro. Porém, a fibra de


vidro requer uma quantidade de energia considerável para ser produzida,
com alto custo e alta abrasividade às máquinas de processamento. O aumento
no interesse pela aplicação das fibras naturais ocorre devido a algumas vanta-
gens que elas oferecem, tais como, são atóxicas, obtidas de fontes renováveis,
recicláveis e biodegradáveis, além de possuírem baixa densidade, boas pro-
priedades mecânicas e baixa abrasividade aos equipamentos de processa-
mento.4 As fibras naturais ainda apresentam alguns problemas para alcançar
um custo competitivo, porém esse deverá ser solucionado com o aumento da
demanda.

1.1. COMPÓSITOS DE MATRIZES POLIMÉRICAS REFORÇADOS


COM FIBRAS NATURAIS
Compósitos são materiais multifásicos e sintéticos e cujas fases consti-
tuintes são distintas quimicamente e separadas por uma interface. Materiais
compósitos são importantes porque permitem a combinação de propriedades
de dois ou mais materiais diferentes para obter um novo material com
propriedades distintas, podendo inclusive ser superiores em alguns aspectos
às propriedades dos seus componentes individuais. Muitos compósitos são
materiais bifásicos, isto é, são constituídos por apenas duas fases: sendo o termo-
plástico a matriz, e as fibras, a fase dispersa que atua como reforço. As fibras
naturais são reforços descontínuos e as propriedades dos compósitos, portanto,
serão dependentes do comprimento das fibras e de sua adesão à matriz.5
As tensões sofridas pela matriz são transferidas para as fibras a partir de
suas extremidades, e, como estas suportam menos tensão que o meio da fibra,
a interação com a matriz é interrompida nesses pontos. Logo, para uma
mesma concentração e diâmetro de fibras, quanto maior o tamanho destas,
menor o número de extremidades, resultando em compósitos com proprie-
dades mecânicas baixas. Outro fator relacionado ao comprimento das fibras
é o comprimento crítico, acima do qual as fibras são capazes de suportar
tensões de tração transferidas pela matriz. Abaixo desse comprimento, a
transferência de tensões para as fibras é limitada a valores baixos.6
A incompatibilidade inerente entre fibras e polímeros resultaria em uma
fraca adesão e pouca habilidade na transferência de esforço da matriz para a
fibra. No entanto, com os avanços na tecnologia e nas pesquisas, esses obstá-

4. SPINACÉ et al., 2001, p. 594.


5. BERNARDES; OLIVEIRA; SOARES, 2006.
6. RABELLO, 2000, p. 180.

41
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 42

culos vêm sendo vencidos, progredindo e aproximando os biocompósitos de


sonho em realidade, conseguindo obter propriedades mecânicas cada vez
mais próximas dos compósitos que usam fibras inorgânicas.

1.2. FIBRAS NATURAIS


Uma fibra pode ser definida como um corpo flexível, macroscopicamente
homogêneo, com alta razão comprimento/espessura e com pequena seção
de corte transversal.7 As fibras são classificadas como animais, naturais ou
inorgânicas. As naturais são extraídas de sementes, talos, folhas etc. e podem
ser constituídas por pelos vegetais (algodão), por fibras liberianas (linho e
juta), por fibras vasculares (sisal e curauá) ou por fibras esclerenquimáticas.8
A composição química das fibras naturais pode variar conforme a estação
do ano, condições do solo, condições climáticas, idade e processos de
digestão. Seus principais componentes são celulose, hemicelulose, lignina,
pectina e alguns compostos solúveis em água, Tabela 1.

Tabela 1. Composição química de algumas fibras naturais.9

Composição (%) Algodão Juta Linho Ramie Sisal Curauá

Celulose 82,7 60,0 64,1 68,6 65,8 73,6

Hemicelulose 5,7 22,1 16,7 13,1 12 9,9

Holocelulose* 88,4 82,1 80,8 81,7 77,8 83,5

Pectina 5,7 0,2 1,8 1,9 0,8 -

Lignina - 15,9 2,0 0,6 9,9 7,5

Teor de cinzas 0,6 1,0 1,5 0,3 - 0,9

Umidade 10,0 10,3 10,0 10,0 11 7,9

* Corresponde ao teor de celulose e hemicelulose.

7. KROSCHWITZ, 1985.
8. VILLAVECHIA, 1963, p. 849; NICKEL; RIEDEL, 2003.
9. LEÃO et al., 2002, p. 507.

42
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 43

1.3. FIBRAS DE CURAUÁ


O curauá (Ananas erectifolius) é uma planta da família das bromeliáceas,
presente na Amazônia paraense. Ela possui duas variedades: o curauá roxo e
o branco. Suas folhas são duras, lisas e chegam a ter mais de 1,5 m de
comprimento (Figura 1).10

Figura 1. Planta de curauá. Figura 2. Fibras de curauá.

De suas folhas, extrai-se uma fibra resistente (Figura 2), leve e macia que pode
ser utilizada em várias aplicações, principalmente na indústria automotiva.11
A composição de suas fibras é de, aproximadamente, 74 % de celulose,
10 % de hemicelulose, 8 % de lignina e 8 % de cinzas. Em geral, a fibra de
curauá é em torno de cinco a nove vezes mais resistente que as fibras de juta
e sisal.12 A produção de curauá fornece uma alternativa de renda para o
pequeno agricultor que pode cultivá-la junto a produtos alimentares e a mata
nativa. Ela pertence à mesma família do abacaxi. Em razão da sua “versati-
lidade”, está mobilizando pesquisadores, produtores e técnicos do setor
industrial. A planta produz uma fibra que pode ser utilizada na fabricação de
tecidos, papel, plástico e até de um tipo de anestésico. O curauá é bastante
conhecido no Baixo-Amazonas, região oeste do Pará, onde foram feitos os
primeiros plantios em escala comercial.13
Suas folhas são duras, eretas e têm superfície lisa. A dimensão dessas folhas
é de aproximadamente 1,5 m de comprimento e 4 cm de largura. A planta
requer aproximadamente 2 mm de precipitação pluviométrica/ano. Em oito

10. SPINACÉ, 2009, p. 47.


11. ZAH et al., 2007, p. 1032.
12. TRINDADE et al,, 2004.
13. PREMATEC TRIANGLE. op. cit.

43
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 44

meses, as folhas podem atingir 1,5 m de comprimento e cinquenta a sessenta


folhas por ano. A quantidade de fibras em uma folha seca é de aproximada-
mente 5 a 8 %. A fibra é normalmente extraída por um processo chamado
decorticação, lavada, batida e deixada na água para mercerização (imersão em
solução de NaOH) por 36 horas. Após, a fibra é novamente lavada e seca.
Além de ser cerca de dez vezes mais barata que a fibra de vidro, a fibra de
curauá é biodegradável. Além disso, também é menos abrasiva aos equipa-
mentos de processamento. Para completar, o material vegetal ainda possibilita
a produção de plásticos reforçados por meio do método de injeção.14

1.4. POLI (ETILENO-CO-ACETATO DE VINILA) (EVA)


O copolímero poli(etileno-co-acetato de vinila) (EVA) é formado pelo
encadeamento de sequências aleatórias de polietileno (PE) e poli(acetato de
vinila) (PVAc).
Suas propriedades são geralmente intermediárias, quando comparadas às
dos componentes puros, o que se deve à sua complexa morfologia, que é
composta por uma fase cristalina, contendo unidades metilênicas, uma região
interfacial, com segmentos metilênicos e segmentos de acetato de vinila
(VAc), e uma fase amorfa, com segmentos metilênicos e unidades de VAc.15
Podemos observar a unidade de repetição do EVA descrita na Figura 3.

Figura 3. Unidade de repetição


do EVA (Primeiro colchetes:
sequências aleatórias de
polietileno; segundo colchetes:
sequências aleatórias de
poli(acetato de vinila)).

Se comparado com o polietileno de baixa densidade, por causa da intro-


dução de VA (acetato de vinila) na cadeia molecular da resina de EVA, a sua
cristalinidade é reduzida e suas flexibilidade, resistência ao impacto, compa-
tibilidade de enchimento e estabilidade térmica são melhoradas. A resina de

14. ALVES FILHO, 2004.


15. ZATTERA et al., 2005, p. 73.

44
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 45

EVA tem boa flexibilidade, resistência ao impacto, resistência à rachadura,


excelentes propriedades ópticas, resistência a temperaturas baixas e não é
tóxica em uma ampla faixa de temperatura. Pode ser usada para produzir
thermosols, produtos da injeção, filmes, produtos de espuma, canos, fios
elétricos / cabos e folhas, além de ser utilizada na produção de materiais de
construção, produtos químicos, tintas e revestimentos.16
A produção internacional de EVA está concentrada principalmente na
América do Norte, na Europa Ocidental e na Ásia. Os principais produtores
EVA incluem Dow, Du Point, Equistar, Exxon Mobil, Huntsman, West
Lake, AtoFina, Basell, Polimeri Europe Srl, BP/Amoco, Borealis, Repsol,
Mitsui Chemical, Modern Chemical e Formosa Plastics. Espera-se que a
capacidade mundial de EVA aumente mais devagar nos próximos anos, com
previsão de que a China seja seu maior consumidor mundial.17 No Brasil, o
principal produtor de EVA é a Braskem.18
Estudos realizados sobre o EVA têm mostrado o seguinte crescimento de
consumo: 8.142 toneladas ao ano em 1985, passando para 39.103 toneladas
no ano de 1999, para 45.780 toneladas em 2003 e finalizando em 59.200
toneladas em 2011. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Plásticos
(ABIPLAST), em 2010, o consumo aparente de resinas termoplásticas no
Brasil foi da ordem de 5,9 milhões de toneladas. O polietilieno representou
a maior porcentagem desse montante, cerca de 39 % (2.308.800 toneladas), e
o copolímero EVA com um valor de 1 % (59.200 toneladas). Ainda é possível
se observar que o bloco econômico para o qual o Brasil dispara à frente nas
exportações desses termoplásticos é o MERCOSUL, com 35 %, o que
implica o crescimento econômico não só do país, mas do bloco inteiro. 19

1.5. PROCESSAMENTO DE POLÍMEROS POR EXTRUSÃO E MOLDAGEM


DE POLÍMEROS POR INJEÇÃO
A extrusão é um dos métodos mais comuns de processamento de termo-
plásticos sendo um processo que envolve transporte, plastificação e mistura
de um ou mais materiais, formando uma massa homogênea que será moldada
em uma forma pré-estabelecida. O processo de extrusão produz continua-
mente produtos com dimensões unidirecionais como fios, fibras, cabos,
tubos, mangueiras, perfilados, chapas, filmes e laminados.20

16. GOLIATH BUSINESS KNOWLEDGE ON DEMAND, 2003.


17. Idem.
18. ABIPLAST,2010.
19. BRASKEM, s.d.
20. MARTELLI, 1983, p.7-42.

45
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 46

Em nosso laboratório, é utilizada uma extrusora duplarrosca, corrotatória


e interpenetrante, marca Coperion Werner-Pfleiderer, modelo ZSK-26 Mc.
Essa extrusora possui duas zonas de alimentação, uma principal e o side feeder,
que pode ser montado em duas zonas distintas, permitindo uma alimentação
lateral para a fibra e aditivos; possui, também, onze zonas de aquecimento,
com um mecanismo de degasagem acoplado na última zona e, por fim, o
cabeçote, como representado na Figura 4.
Figura 4. Representação esquemática da extrusora e sua estrutura.

(Side Feeder)

Um dos processos mais versáteis e modernos no campo da transformação


e do processamento dos polímeros é, sem dúvida, o da moldagem por injeção.21
Esse processo consiste essencialmente no amolecimento do material num
cilindro aquecido e em sua consequente injeção em alta pressão para o inte-
rior de um molde relativamente frio, onde endurece e toma a forma final,
Figura 5. Diversos parâmetros podem ser otimizados para que a moldagem
por injeção seja bem-sucedida. O artigo moldado é expelido do molde por
meio dos pinos ejetores, ar comprimido, prato de arranque etc. Compa-
rando-se com a extrusão, a moldagem por injeção apresenta-se como um
processo cíclico.22

21. MANRICH, 2005, p.277-358.


22. GURNEE, 1971.

46
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 47

Figura 5. Representação esquemática da injetora e


de suas respectivas áreas e funções.23

Legenda da imagem: 1 - Área do molde; 2 - Área da unidade de injeção (movimento do bico);


3 - Área do mecanismo de fechamento; 4 - Área da alimentação de material; 5 - Área dos extratores de machos e
peças (se existentes); 6 - Área das resistências de aquecimento; 7 - Área da descarga de peças.

2. PARTE EXPERIMENTAL

2.1. OBTENÇÃO DO COMPÓSITO POR EXTRUSÃO E INJEÇÃO


Foram utilizados copolímero EVA (UE-2866/32), fornecido pela Polieti-
lenos União S.A., e fibra de curauá na forma de fibras longas, após colheita
e extração seguida de secagem, fornecida pela Embrapa do Pará.
O compósito foi processado em uma extrusora duplarrosca (marca Coperion
Werner-Pfleiderer, modelo ZSK-26 Mc, L/D = 30, D = 26 mm), cujo perfil
de processamento foi determinado observando-se os pontos de fusão e a
perda de massa pela análise termogravimétrica (TGA), com a finalidade de
se aperfeiçoar a extrusão. O perfil adotado está representado na Figura 6.
Figura 6. Parâmetros para a extrusão do compósito.

(Side Feeder)

23. INPAME. Imagem disponível no site do Instituto Nacional de Prevenção aos Acidentes em Máquinas e Equipamentos.
Disponível em:<http://www.inpame.org.br/images/areas.jpg>. Acesso em: 13 ago. 2011.

47
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 48

O poli [(etileno)-co-(acetato de vinila)] foi dosado automaticamente por


um dosador Brabender DDW-MD2-DSR28-10 (massa utilizada de 1 kg) a
uma taxa de 5 kg/h (tempo de extrusão: 12:0469), enquanto a fibra foi dosada
manualmente no side feeder a uma taxa de 8,4 g/30 s (essa massa de 8,4 g era
adicionada continuamente durante os 30 s).
O compósito foi obtido (massa de aproximadamente 1,252 kg) na forma
de espaguetes, o qual se peletizou, secou (2 horas a 80 ºC) para então ser
injetado (Injetora Arburg All Rouder M-250) na forma de corpos de prova
para ensaios de tração e impacto com as condições de injeção otimizadas,
obtendo o perfil ilustrado na Tabela 2.
Tabela 2. Perfil utilizado na injetora para injeção do compósito.
Parâmetro Valores
Temperatura das zonas |130|140|150|160|170|
Temperatura do molde 25 ºC
Volume para o corpo de tração 13,50 cm3
Volume para o corpo de impacto 9,50 cm3
Velocidade de injeção 3 cm3/s
Pressão de injeção 1500 bar
Switch over 2 cm3

Recalque 1 s a 900 bar; 3 s a 1000 bar; 10 s


resfriamento

As condições na quais a fibra de curauá foi moída foram pré-determinadas


por Soraya Avelino Luna (Proj. Fapesp nº 04/15084-6). As fibras de curauá
obtidas para a realização do projeto foram moídas em um moinho de facas
(Rone, NFA 1533) com distância entre facas de 0,30 mm. A fibra permanece
no moinho por aproximadamente um minuto, sendo coletada essa porção e
remoída por mais duas vezes nesse mesmo tempo.

2.2. OBTENÇÃO DO EVA POR EXTRUSÃO E INJEÇÃO


Foi utilizado copolímero EVA (UE-2866/32), fornecido pela Polietilenos
União S.A. O EVA extrudado foi processado em uma extrusora duplarrosca
(marca Coperion Werner-Pfleiderer, modelo ZSK-26 Mc, L/D = 30, D = 26 mm),
cujo perfil de processamento foi determinado observando-se os pontos de
fusão e a perda de massa pela análise termogravimétrica (TGA), com a finali-
dade de se aperfeiçoar a extrusão.

48
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 49

O perfil adotado está representado na Figura 7.


Figura 7. Parâmetros para a extrusão do EVA.

O EVA foi dosado automaticamente por um dosador Brabender DDW-


MD2-DSR28-10 (massa utilizada de 1 kg) a uma taxa de 5 kg/h (Tempo de
extrusão: 6:0249).
O EVA foi obtido (massa de aproximadamente 923 g) na forma de
espaguetes, o qual se peletizou, secou (3 horas à 60 ºC) para então ser
injetado (Injetora Arburg All Rouder M-250) na forma de corpos de prova
para ensaios de tração e impacto, mais uma vez otimizando-se as condições
de injeção, obtendo-se o perfil ilustrado na Tabela 3.
Tabela 3. Perfil utilizado na Injetora para injeção do compósito.

Parâmetro Valores

Temperatura das zonas |130|140|145|150|155|

Temperatura do molde 16 ºC

Volume para o corpo de tração 13,50 cm3

Volume para o corpo de impacto 9,50 cm3

Velocidade de injeção 3 cm3/s

Pressão de injeção 1500 bar

Switch over 2 cm3

Recalque 1 s a 900 bar; 3 s a 1000 bar; 10 s


resfriamento

49
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 50

Para o EVA não extrudado, alimentou-se a injetora Arburg All Rouder


M-250 com os pellets do fabricante, para obter corpos de prova para ensaios
de tração e impacto, utilizando-se as condições de injeção mostradas na
Tabela 3.

2.3. MEDIDA DO ÍNDICE DE FLUIDEZ DO EVA NÃO EXTRUDADO


Fizeram-se as medidas com base na norma ASTM D 1238, utilizando-se
o copolímero EVA (UE-2866/32), fornecido pela Polietilenos União S.A., e
o plastômero DSM MI-3T, seguindo-se a mesma norma utilizada para o
polietileno, uma vez que essa é a estrutura monomérica em maior proporção
no EVA; portanto, o peso utilizado foi de 2,16 kg e temperatura de 190 ºC.
A massa fluida era cortada a cada 60 s e pesada. O experimento foi feito
em triplicata, para cada replicata obtiveram-se quatro massas. Assim, pôde-
se avaliar, por meio das médias dos valores, se haveria alguma degradação do
copolímero fornecido.

2.4. CARACTERIZAÇÃO DO EVA NÃO-EXTRUDADO E DO


COMPÓSITO POR FTIR
A análise dos compostos foi feita por espectrofotometria na região do
infravermelho, de 4000 a 400 cm-1, no modo ATR (refletância total ate-
nuada) para as amostras opacas e transmitância para os filmes. Utilizou-se o
equipamento Smiths IIIuminatIR II – Micro-Sonda de Infravermelho para
Microscopia Óptica, com uma resolução de 4 cm-1 e 21 scans/min. Para a
elaboração do espectro, o software do equipamento trabalhou com a ferra-
menta matemática de Transformada de Fourier e recalculou os espectros no
modo transmitância para facilitar a comparação com os espectros de filmes.
Para o EVA não extrudado, o EVA extrudado e o compósito, elaboraram-
se filmes de espessura de aproximadamente 0,35 mm através da utilização
de uma prensa hidráulica Marconi MA-098/A, utilizando-se pellets do
copolímero EVA (UE-2866/32) para o EVA não extrudado e, para o com-
pósito, pequenos pedaços de corpos de prova (retirados preferencialmente
de seu centro para obtenção de maior representatividade devido a uma maior
probabilidade de homogeneidade naquele ponto). Prensamos os fragmentos
entre duas placas metálicas por aproximadamente 15 s a uma temperatura de
70 ºC em três toneladas de “pressão” (a área da amostra dependia do tamanho
do pedaço prensado) formando os filmes que foram analisados pelo método
de ATR.

50
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 51

2.5. ENSAIOS MECÂNICOS DO EVA (EXTRUDADO E


NÃO EXTRUDADO) E DO COMPÓSITO
A avaliação das propriedades mecânicas foi feita através de ensaios de
tração (EMIC DL 2000) com os corpos de prova obtidos por injeção: EVA
não extrudado, EVA extrudado e compósito. Obtiveram-se os corpos de
prova do tipo I, de acordo com a norma ASTM D 638. Os corpos de prova
para impacto Izod com e sem entalhe (Tinus Olsen, modelo 92T) foram
ensaiados de acordo com as normas ASTM D 256.

2.6. CARACTERIZAÇÃO POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA


NUCLEAR DO EVA NÃO EXTRUDADO (1HRMN)
Para obtenção do espectro de RMN, foi utilizado o copolímero EVA (UE-
2866/32), fornecido pela Polietilenos União S.A., diluído em clorofórmio
deuterado (CDCl3) em uma concentração aproximada de 20 mg/6 mL em
um tubo de vidro adequado levado ao equipamento: Bruker Avance III 400
MHz, obtendo-se apenas o espectro de hidrogênio.

2.7. CARACTERIZAÇÃO POR TERMOGRAVIMETRIA DO EVA


NÃO EXTRUDADO E DO COMPÓSITO
A caracterização dos compósitos injetados por TGA foi feita de 25 a 900 oC,
taxa de aquecimento 10 oC min-1 para acompanhamento do início de perda
de massa. Para o EVA não extrudado, utilizou-se uma massa de 10,860 mg,
enquanto que, para o compósito, utilizou-se uma massa de 7,690 mg.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. OBTENÇÃO DO COMPÓSITO POR EXTRUSÃO E INJEÇÃO


O compósito foi obtido pela metodologia descrita. Uma ilustração do
resultado é mostrada na Figura 8.

Figura 8. Foto do corpo de prova


do Compósito.

51
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 52

3.2. OBTENÇÃO DO EVA POR EXTRUSÃO E INJEÇÃO


O EVA foi processado pela metodologia descrita. Uma ilustração do
resultado é mostrada na Figura 9.

Figura 9. Foto do corpo de prova


do EVA. Essa foto é representativa
tanto ao EVA extrudado quanto
ao não extrudado.

3.3. MEDIDA DO ÍNDICE DE FLUIDEZ DO EVA NÃO EXTRUDADO


Como explicado anteriormente no procedimento, o experimento ocorreu
em triplicata de quatro medidas, obtendo-se assim os cortes de massas
providos do método, Tabela 4.
Tabela 4. Massas obtidas através da aplicação da técnica e valor do índice de
fluidez calculado.

Medidas das massas (g)


1ª 2ª 3ª 4ª Médias(ȃ/3)
1ª 0,6127* 0,6249 0,6473 0,6454 0,64 ± 0,01
Replicatas

2ª 0,6643* 0,6699 0,6734 0,6741 0,67 ± 0,02


3ª 0,5950* 0,6690 0,6901 0,7005 0,69 ± 0,02
Média das médias 0,67 ± 0,02
*As medidas com esta marcação não foram consideradas para os cálculos, devido ao seu desvio.

Logo pela unidade convencional temos que o índice de fluidez é 6,7 g / 10 min.
Isso é idêntico ao referente na saca da Polietilenos União S.A que contém os
pellets do EVA. Desse resultado, pode-se concluir que o processo degradativo
decorrente do tempo de armazenamento do material não foi grande o
suficiente para alterar o índice de fluidez do material.

52
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 53

3.4. CARACTERIZAÇÃO DO EVA NÃO EXTRUDADO


E DO COMPÓSITO POR FTIR
Obteve-se, para o EVA não extrudado, o espectro mostrado na Figura 10.
Figura 10. Espectro de infravermelho com
Transformada de Fourier para o EVA, obtido por ATR.

Tendo em vista esse espectro, procuraram-se, na literatura, dados para


comparar o espectro obtido com o do EVA, objetivando-se encontrar um
espectro com a proporção de acetato de vinila mais próximo do determinado
pelo fabricante, ou seja, 27,8 %. Na Figura 11, pode-se observar o espectro
encontrado com o teor de acetato de vinila de 25 %.
Figura 11. Espectro de FTIR para o EVA com 25 % de acetato de vinila da literatura.24

24. SIGMA-ALDRICH, s.d.

53
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 54

As bandas numeradas no espectro da Figura 10 são referentes às vibrações


das funções correspondentes àquelas pertencentes à estrutura do polímero,
Tabela 5.

Tabela 5. Caracterização das bandas na região do infravermelho para o EVA


não extrudado.25
Número de onda
Número de onda
da banda
Banda da banda no Atribuição da banda
encontrado na
espectro (cm-1)
literatura (cm-1)

Estiramento assimétrico C-H


1 2916,79 2926 ± 10 do grupo metileno(ȗasCH2)

Estiramento simétrico C-H


2 2849,01 2853 ± 10 do grupo metileno(ȗsCH2)
3 1736,55 1750 - 1735 Estiramento C=O de ésteres
Bending dentro do plano ou
4 1464,00 ~1465 scissoring para o grupo
metileno.(ȎsCH2)
Bending C-H do grupo
5 1370,76 ~1375 metila (ȎsCH3)
Estiramento assimétrico
6 1236,12 ~1240 C-C(=O)-O da função
acetato (ȗasC-C(=O)-O)
Estiramento simétrico C-O-
C(=O) da função éster em
7 1019,54 <1075 - 1020**
posição vinílica (ȗsC-O-
C(=O))**
Bending dentro do plano ou
8 719.683 ~720 rocking para o grupo
metileno (țCH2)
*Como a resolução do equipamento era de 4 cm-1, qualquer desvio dentro dessa faixa não é considerado
deslocamento, e sim um desvio dentro do erro.
**Na literatura a vibração explicita a vibração para éteres; no entanto, como a função no polímero é um éster,
esperamos um deslocamento dessa faixa dos números de onda para menor energia, uma vez que, ligado ao carbono
adjacente, que não o vinílico, temos uma carbonila (=O) que enfraquece a constante de ligação da ligação C-O-C,
reduzindo assim o número de onda, resultando no encaixe do número de onda encontrado, dentro da faixa esperada.

25. INPAME, op. cit.

54
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 55

Através de uma análise comparativa, observamos que as oito principais


bandas estão presentes em ambos os espectros, Figuras 10 e 11. Sendo assim,
a caracterização do EVA por FTIR forneceu os resultados com uma ótima
aproximação com o encontrado na literatura.
Obteve-se o espectro para o compósito, o qual foi analisado individual-
mente a fim de se observar se a fibra modificou quimicamente a matriz, a
ponto de aparecer alguma banda diferenciada, Figura 12.
Figura 12. Espectro ATR-FTIR para o compósito.

As bandas numeradas no espectro são caracterizadas e referentes às suas


vibrações das funções correspondentes àquelas pertencentes à estrutura do
polímero, Tabela 6.

55
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 56

Tabela 6. Caracterização das bandas na região do infravermelho para o


compósito.26
Banda Número de Número de onda Atribuição da banda
onda da banda da banda
no espectro encontrado na
(cm-1) literatura (cm-1)
Estiramento assimétrico C-H
1 2918,56 2926 ± 10 do grupo metileno(ȗasCH2)
Estiramento simétrico C-H
2 2850,56 2853 ± 10 do grupo metileno(ȗsCH2)
3 1737,87 1750 - 1735 Estiramento C=O de ésteres
Bending dentro do plano ou
4 1464,57 ~1465 scissoring para o grupo
metileno.(ȎsCH2)
Bending C-H do grupo metila
5 1371,82 ~1375 (ȎsCH3)

Estiramento assimétrico
6 1238,07 ~1240 C-C(=O)-O da função acetato
(ȗasC-C(=O)-O)
Estiramento simétrico C-O-
C(=O) da função éster em
7 1020,44 1075 - 1020
posição vinílica (ȗsC-O-
C(=O))**
Bending dentro do plano ou
8 719.806 ~720 rocking para o grupo
metileno.(țCH2)

*Como a resolução do equipamento era de 4 cm-1, qualquer desvio dentro dessa faixa não é considerado
deslocamento, e sim um desvio dentro do erro.
**Na literatura a vibração explicita a vibração para éteres; no entanto, como a função no polímero é uma éster,
esperamos um deslocamento dessa faixa dos números de onda para menor energia, uma vez que ligado ao carbono
adjacente, que não o vinílico, temos uma carbonila (=O) que enfraquece a constante de ligação da ligação C-O-C,
reduzindo assim o número de onda, o que resulta no encaixe do número de onda encontrado, dentro da faixa esperada.

26. SIGMA-ALDRICH op. cit.

56
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 57

Como pode ser observado, não houve nenhuma mudança entre os


espectros obtidos da matriz pura para com o compósito. Essa comparação
evidencia que a introdução da fibra como agente de reforço não provoca
alterações na matriz, ou seja, a sua estrutura química se mantém conservada.
A partir desse resultado, é possível afirmar que a interação entre o EVA e a
fibra de curauá é puramente intermolecular, interações predominantemente
do tipo Dipolo-Dipolo e Forças de Van der Waals. Esses fatores podem ser
justificados através da análise da fórmula molecular do EVA, Figura 3, e da
estrutura da fibra que é composta por principalmente 74 % de celulose, 10 %
de hemicelulose, 8 % de lignina e 8 % de cinzas, Tabela 1. As estruturas
desses componentes possuem momentos de dipolo significantes: no EVA,
gerados principalmente pela carbonila; e, na fibra, gerados principalmente
pelas hidroxilas da celulose entre outras funções, como ligações de amino-
ácidos da hemicelulose, éteres e aldeídos da lignina.
Obtiveram-se os espectros para EVA extrudado e para o compósito, junta-
mente do espectro do EVA não extrudado. Na Figura 13, estão os espectros
normalizados.

Figura 13. Espectro ATR-FTIR normalizado para o EVA puro não extrudado,
extrudado e para o compósito.

Não se criou uma tabela com a caracterização das bandas e dos números
de onda para o EVA extrudado, uma vez que seu espectro é idêntico ao do
não extrudado, Figura 13, além de o desvio sofrido no número de onda ser
irrelevante, uma vez que esses desvios não ultrapassaram a diferença de 4 cm-1
(erro do equipamento). Amostras idênticas podem apresentar espectros dife-
rentes, mas, nesse caso, com diferenças desprezíveis.

57
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 58

3.5. ENSAIOS MECÂNICOS DO EVA (EXTRUDADO


E NÃO EXTRUDADO) E DO COMPÓSITO.
Os ensaios mecânicos foram devidamente realizados pela metodologia
explicitada na Parte Experimental (Seção 2).
O primeiro ensaio mecânico foi de tração. Obtiveram-se os resultados
para o EVA extrudado, não extrudado e para o compósito, representados na
Figura 14.

Figura 14. Curvas dos ensaios de tração mecânica do EVA extrudado, não
extrudado e do compósito.

A partir desse gráfico, obtiveram-se os módulos de elasticidade, as tensões


de força máxima e as deformações máximas sofridas por cada material,
Tabela 7.

Tabela 7.Valores de tensão e deformação máximas.

Tensão da força Deformação Módulo de


Amostra
máxima (mPa) máxima (%) elasticidade (mPa)

Compósito 7,1 ± 0,1 30 ± 5 74 ± 3


EVA não
6,4 ± 0,1 340 ± 9 13,8 ± 0,3
extrudado

EVA extrudado 6,9 ± 0,2 330 ± 7 17,0 ± 0,4

58
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 59

As diferenças das tensões da força máxima e dos módulos de elasticidade


explicitam que a fibra atua na matriz de EVA como agente de reforço,
aumentando os módulos da tensão na força máxima e da elasticidade em,
respectivamente, aproximados 11 %, 435 % em relação à matriz virgem
fornecida pela Polietilenos União S.A.
Esses fatores podem ser justificados através da análise da fórmula mole-
cular do EVA e da estrutura da fibra como já explicado anteriormente. Logo
se criam os momentos de dipolo por esses grupos funcionais que interagem
entre si intermolecularmente através de interações do tipo Dipolo-Dipolo e
também as cadeias carbônicas através de forças predominantemente denomi-
nadas Forças de Van der Waals.
Na fibra, essas interações que ocorrem acabam por enrijecer a estrutura
do material evitando o deslizamento “interlamelar” das cadeias poliméricas,
alterando suas características elásticas observadas principalmente pelo
aumento do módulo da elasticidade, efeito que vem acompanhado direta-
mente por uma menor deformação máxima em aproximadamente 91 %,
corroborando o fato tem-se também o aumento na tensão da força máxima.
Podemos ainda analisar a diferença entre o EVA extrudado e o não
extrudado, observando que o processo de extrusão aumentou o módulo da
força máxima, diminuiu a deformação e o módulo da elasticidade. Isso pode
ser explicado devido ao fato de o EVA quando processado eliminar ácido
acético por um processo de degradação.
Isso acarreta o aumento do teor de polietileno (uma vez que processado
ele também possui insaturações geradas por reações radicalares entre outras).
Além disso, o processamento pode ter acarretado um aumento da crista-
linidade do polímero, o que corresponderia ao comportamento apresentado,
ou seja, o aumento na tensão da força máxima e uma menor deformação.
Não se elimina também a hipótese de uma possível reticulação; no entanto,
essa teoria pode ser apenas comprovada pelo 1HRMN do EVA extrudado.
O segundo ensaio mecânico foi o relacionado ao impacto mecânico. No
entanto, essa análise não se mostrou representativa uma vez que o EVA
extrudado, o não extrudado e, até mesmo, o compósito possuem proprie-
dades elásticas características de borrachas, grandes o suficiente para que
não houvesse a ruptura do corpo de prova. Os corpos de prova foram prepa-
rados de acordo com as normas requeridas, com e sem entalhe, mas, mesmo
deste modo, a ruptura, que é o parâmetro principal para a representatividade
da análise, não ocorreu, o que torna essa análise inconclusiva.

59
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 60

Figura 15. Reação de degradação do EVA.27

3.6. CARACTERIZAÇÃO DO EVA NÃO EXTRUDADO POR 1HRMN


A amostra foi analisada segundo a seção 3.6. A partir da análise do
espectro do EVA não extrudado, obteve-se o espectro na Figura 16.
1
Figura 16. Espectro de HRMN para o EVA não extrudado dissolvido em CDCI3.

Usaram-se esses deslocamentos químicos devido à facilidade de sua


normalização e caracterização, já que são singletos. Não há garantias de que
a metila não seja uma ramificação de maior cadeia ou, até mesmo, ligada a
alguma outra função, ou seja, a integração de metilas pode não corresponder
quantitativamente ao número de funções acetato existente no polímero. Os
deslocamentos químicos foram explicitados na Tabela 8.

27. DE PAOLI, 2009, p. 55.

60
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 61

A partir desses dados e observações, calculou-se com uma ótima aproxi-


mação, baseando-se na exatidão da análise utilizada, a proporção na qual o
acetato de vinila encontra-se no polímero.
Tabela 8. Caracterização dos picos e seus deslocamentos químicos para o
espectro de 1HRMN.28
Deslocamento
Deslocamento Área de
químico (Ȏ)
químico (Ȏ) no integração Atribuição
encontrado na
espectro (ppm) (u.m)
literatura (ppm)
Hidrogênio do metileno da
1,253 ~1,200 9,80
função polietileno (ȎCH2)
Hidrogênio do metileno
1,497 ~1,600 79,69 adjacente à função acetato
(ȎCH2)
Hidrogênio da metila da
2,020 ~2,000 1,15
função acetato (ȎCH3)**

Hidrogênio da metila da
2,034 ~2,000 6,59
função acetato (ȎCH3)**

Hidrogênio de metinos
4,824 - 4,939 ~4,9 devido a insaturações
(ȎCH)***
*O pico com deslocamento químico em 0 ppm é o padrão, que é adicionado para a análise.
** Algum dos hidrogênios, dos dois picos, deve estar sofrendo um efeito de desblindagem maior, ocasionado nesse
caso por uma proximidade maior ou por algum efeito diferenciado com a carbonila.
*** A análise não é tão precisa devido ao desconhecimento da isomeria e dos grupos da insaturação; no entanto,
ela é exclamativa devido aos acoplamentos que esse hidrogênio sofre, originando um multipleto. Além de que sua
análise não se faz necessária.

Partindo-se da fórmula estrutural do polímero (Figura 3) e dos valores


das áreas de integração, podemos inferir os pontos abaixo:
• temos a área de integração de 79,69 para o grupo metileno da função
do etileno, normalizando esse sinal para apenas 1 hidrogênio teremos:
n = 79,69 = 19,9225
4

28. SILVERSTEIN; WEBSTER; KIEMLE, 2005, p. 72-202.

61
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 62

• temos a área de integração de 9,80 para o grupo metileno adjacente à


função acetato de vinila, normalizando esse sinal para apenas 1 hidrogênio
teremos:
m = 9,80 = 4,9
2

Como calculado, podemos traçar a proporção de 4,9 acetatos de vinila


para 19,9225 etilenos, porém, para efeitos práticos, dividimos a proporção
pelo menor inteiro obtendo a seguinte proporção:
n:m => 1: 4,066

Concluímos, portanto, que a proporção de acetato de vinila presente no


copolímero é a razão de n por m, logo temos 24,59 %.
O valor, referente na saca da Polietilenos União S.A., que contém os pellets
do EVA propicia como referência uma proporção de 27,8 %.
A partir desse resultado, podemos concluir que o processo degradativo
decorrente do tempo de armazenamento do material não foi grande o
suficiente para alterar a estrutura inicial do material (degradação gerando
ácido acético), Figura 15.

3.7. TERMOGRAVIMETRIA DO EVA NÃO EXTRUDADO


E DO COMPÓSITO
A medida de TGA foi realizada segundo a seção 3.7. A partir da análise
do EVA não extrudado e do compósito, obteve-se a curva da Figura 17.
Dessas curvas, obtiveram-se os pontos de inflexões (pelo software OriginPro
8.0), que representam o início da degradação do EVA, Figura 15, ou das
fibras. Os valores foram descritos na Tabela 9.

62
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 63

Figura 17. Gráfico com os resultados obtidos para o TGA do EVA extrudado
e do Compósito.

Tabela 9. Intervalos de temperaturas referentes ao início e ao fim das quedas


e massa.
Temperatura (ºC)
Amostra 1ª queda 2ª queda
Início Final Início Final
EVA não
293 - 327 367 - 383 399 - 426 486 - 496
extrudado
Compósito 300 - 333 380 - 392 415 - 440 492 - 501

A primeira queda deve-se à degradação do EVA em ácido acético, enquanto


que a segunda queda, mais acentuada, deve-se à decomposição do polímero
ou da fibra vegetal, ambos em água e gás carbônico. É importante ainda
ressaltar que a primeira queda não representa quantitativamente a eliminação
das carbonilas, o início da decomposição da matriz omite a continuidade
que a queda poderia apresentar. Além disso, o pequeno declive inicial é prova-
velmente devido à perda de água, às impurezas adsorvidas no composto e a
uma quantidade irrelevante em ácido acético.
As diferenças de temperatura não chegam a ser expressivamente diferentes.
Assim, podemos concluir que o fato de a fibra estar acoplada ao EVA não

63
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 64

altera as propriedades relacionadas à decomposição, mantendo as tempera-


turas e o comportamento de decomposição individuais e característicos da
matriz e da fibra, corroborando o fato de que a fibra adere à matriz predomi-
nantemente por interações do tipo Dipolo-Dipolo e forças de Van der Waals,
uma vez que, caso contrário, ter-se-ia observado uma mudança expressiva no
comportamento da curva do compósito.
Analisando-se as curvas de perda de massa, podemos notar que a
temperatura de início de decomposição do compósito é mais alta que a do
EVA não extrudado, isso se deve ao fato de o compósito interagir/acoplar
com a fibra, requerendo maior energia para separação, rompimento das
interações intermoleculares, dos componentes e, somente então, sua degra-
dação. A justificativa para maior perda em porcentagem de massa na curva,
na mesma faixa onde, para o EVA, apenas haveria a decomposição em ácido
acético, justifica-se para o compósito por ele possuir 20 % de sua composição
em fibra vegetal, a qual começa, juntamente à degradação do compósito em
ácido acético, a decompor-se nessa mesma faixa de temperatura, sem que se
inicie a decomposição da matriz.
Não obstante, também há a contribuição do processo de extrusão pelo
qual o compósito passou, ocasionando a presença de ácido acético (íon hidro-
gênio) e água (não totalmente eliminada pela degasagem) no compósito. Assim
temos que, com o aumento da temperatura e na presença desses iniciadores,
o processo de degradação, além de ser facilitado, é acelerado, explicando uma
perda de massa maior no primeiro intervalo de temperatura, sem que haja o
início da decomposição da matriz.

4. CONCLUSÕES
O processo de formulação do compósito, juntamente com a obtenção das
matrizes extrudada e injetadas, foi um sucesso, sem que houvesse a interferência
de uma matriz degradada.
Os resultados das análises mecânicas permitiram concluir que a fibra se
apresenta como uma boa alternativa de aditivo, em relação às fibras inorgâ-
nicas, uma vez que este melhora as propriedades mecânicas do biocompósito
em relação à matriz virgem, aumentando os módulos da tensão na força
máxima e elasticidade.
Observou-se pelo TGA e FTIR que a incorporação da fibra modifica as
propriedades mecânicas da matriz sem alterar as suas características térmicas
e sua estrutura química.
Assim, o biocompósito foi perfeitamente obtido e analisado, podendo-se
chegar à conclusão que este é um material alternativo de boa resistência

64
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 65

comparado à sua matriz pura, que existe em diversos materiais no mercado.


É necessário, por isso, promoverem-se estudos e pesquisas para aplicação
desse novo material nunca antes formulado, cujas vantagens, frente ao fato
de se aplicar em um recurso de material renovável, são o fato de possuir em
sua composição fibras vegetais biodegradáveis e ser usado em materiais que
estão em alta no mercado mundial, devido à atual e necessária preocupação
com o meio ambiente.
Em outras palavras, é um material mais resistente comparado ao EVA
puro. Além de possuir diferentes aplicações (as quais podem ser especificadas
ainda mais com a variação da porcentagem de fibra), possui um custo menor
em relação à mesma matriz com fibra de vidro (ressaltando que a fibra de
curauá possui propriedades competitivas a ela) e ganha o selo de material
renovável/biodragradável devido às fibras vegetais.

5. BIBLIOGRAFIA
ABIPLAST. Plástico. São Paulo: Associação Brasileira da Indústria do Plástico, 2010.
Disponível em: <http://www.abiplast.org.br/upload/File/2011/PERFIL_2010.pdf>.
Acesso em: 13 ago. 2011.
ALVES FILHO, M. Material extraído de planta amazônica substitui fibra de vidro
com vantagens: patenteada, nova técnica possibilita a produção de plásticos refor-
çados e já pode ser transferida para a indústria. Jornal da Unicamp, n. 245, 22-28
mar. 2004. Disponível em: <http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/
ju/marco2004/ju245pag04a.html>. Acesso em: 13 ago. 2011.
AMICO, S. C.; MOCHNACZ, S.; SYDENSTRICKER, T. H. D. Plástico industrial,
n. 72, 2004.
BERNARDES, T. A.; OLIVEIRA, S. S.; SOARES, O. V. Simulação de fratura em
materiais compósitos fibrosos heterogêneos. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIE-
DADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA, 58. Florianópolis,
jul. 2006. Anais... São Paulo: SBPC, 2006.
BRASKEM. Site. Disponível em: <www.braskem.com.br>. Acesso em: 13 ago. 2011.
DE PAOLI, M. A. Degradação e estabilização de polímeros. São Paulo: Artliber, 2009.
p 55.
FROLLINI, E.; LEÃO, A. L.; MATTOSO, l. H. C. Natural polymers and agrofibers
composites. São Carlos: USP, 2000. p. 159.
GOLIATH BUSINESS KNOWLEDGE ON DEMAND. Present status of ethylene-
vinyl acetate copolymer. [China]: China Chemical Reporter, 6 nov. 2003. Disponível
em: <http://goliath.ecnext.com/coms2/gi_0199-3334184/Present-status-of-ethylene-
vinyl.html>. Acesso em: 13 ago. 2011.

65
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 66

GURNEE, E. F. Polímeros orgânicos. São Paulo: Ed. Edgard Blücher, 1971.


INPAME. Imagem disponível no site do Instituto Nacional de Prevenção aos Acidentes
em Máquinas e Equipamentos. Disponível em:<http://www.inpame.org.br/images/
areas.jpg>. Acesso em: 13 ago. 2011.
KROSCHWITZ, J. I. Encyclopedia of Polymer Science and Engineering, v. 6. 2.ed.
New York: John Wiley & Sons, 1985. p. 647.
LEÃO, A. et al. Apresentação. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON
COMPOSITES AND NATURAL POLYMERS, 4. São Pedro, set. 2002. Anais…
São Pedro: ISNaPol, 2002. p. 507.
MANRICH, S. Processamento de termoplásticos. São Paulo: Artliber, 2005. p. 277-358.
MARTELLI, F. Twin-screw extruders. New York: Van Nortrand, 1983. p. 7-42.
NICKEL, J.; RIEDEL, U. Materials Today, n. 44, 2003.
PREMATEC TRIANGLE. Fibras naturais. Disponível em: <http://www.pematec.
com.br/fibras.htm>. Acesso em: 13 ago. 2011.
RABELLO, M. Aditivação de Polímeros. São Paulo: Artliber, 2000. p.180.
SIGMA-ALDRICH. Catalog. Disponível em: <http://www.sigmaaldrich.com/
catalog/>. Acesso em: 13 ago. 2011.
SILVERSTEIN, M. R.; WEBSTER X. F.; KIEMLE, J. D. Spectrometric
Identification of Organic Compounds. 7.ed. New York: John Wiley & Sons, Inc.,
2005, p. 72-126 e p.127-202.
SPINACÉ, M. A. S. et al. Apresentação. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
POLÍMEROS – CBPol, 6. Águas de Lindóia, 2001. Anais... São Carlos: ABPol,
2001. p.594.
SPINACÉ, M. A. S. et al. Carbohydrate Polym., n. 77, p. 47, 2009.
TRINDADE, W. G. et at. Presentation. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM
ON COMPOSITES AND NATURAL POLYMERS, 4. São Pedro, Sep. 2004.
Proceedings..., São Pedro: ISNaPol, 2004.
VILLAVECHIA, V. Tratado de química analítica aplicada. Barcelona: Editorial
Gustavo Gili, 1963. p.849.
ZAH, R. et al. J. Cleaner Production, n. 15, p. 1032, 2007.
ZATTERA, J. A. et al. Polímeros, n. 15, p. 73, 2005.

66
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 67

Categoria Jovem Pesquisador


1º Lugar

FILMS BIODEGRADABLES ELABORADOS


CON NANOMATERIALES PARA ENVASES
INDUSTRIALES

Autora: Lucía Mercedes Famá, 35 anos, pós-doutorado

País: Argentina

67
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 69

FILMS BIODEGRADABLES ELABORADOS


CON NANOMATERIALES PARA
ENVASES INDUSTRIALES

RESUMEN
Se desarrolló un nuevo material biodegradable elaborado a partir de
materias primas de origen natural, totalmente renovables, compatibles con la
protección del medio ambiente, y de muy bajo costo; se reforzó con materiales
nanométricos y también biodegradables.
Este producto apunta a satisfacer las nuevas demandas derivadas de la
necesidad de las industrias alimenticias, de cosmética, higiene y cuidado
personal, farmacéutica y de limpieza, de compatibilizar sus materiales de
embalaje con las nuevas tendencias y políticas de protección ambiental.
En este sentido, este material respetuoso con el medio ambiente puede
desarrollar soluciones que contribuyan a la mejora de la calidad de vida de
las personas, otorgando servicios de alta calidad y con precios competitivos
y, en particular, a través de la mejora en el impacto sobre el medio ambiente.
La originalidad tecnológica del nanocompuesto desarrollado, que fue patentado,
es la inclusión de nanocristales de almidón waxy de maíz en una matriz de
almidón de mandioca.
Tiene como característica que puede obtenerse en forma de gel o de
películas delgadas (films).
El desarrollo y los ensayos realizados permitieron asegurar la viabilidad
técnica del material nanocompuesto y la efectividad de sus aplicaciones y
usos específicos.

1. IMPACTO
A través del desarrollo de este nanocompuesto biodegradable a base de
almidón de mandioca se buscó poder solucionar el grave problema ambiental
que genera el uso de envases de plásticos obtenidos de fuentes no renovables,
como el petróleo. De esta forma, poder integrar los aspectos económicos y

69
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 70

ambientales en el marco del desarrollo de tecnologías más limpias, que


contribuyan a los objetivos de sustentabilidad de la sociedad. La generación
de nuevos materiales biodegradables permitirá hacer un uso más eficiente de
la energía y de los recursos no renovables, disminuir los impactos ambientales
en el aire, agua y suelo, y proteger la salud humana a través de la reducción
de tóxicos.

2. ANTECEDENTES
El reemplazo de los polímeros sintéticos por biopolímeros en el área de
envases y embalajes es uno de los temas con mayor auge en los últimos
tiempos.1 En este contexto, el almidón, en cuanto material termoplástico, se
estudia desde hace unos veinte años, ya que se trata de una materia prima que
es económica, abundante, renovable y biodegradable.2 Sin embargo, hasta
ahora pocas aplicaciones han podido concretarse debido, principalmente, a
que el almidón termoplástico muestra gran sensibilidad al agua, acentuada
por la presencia del plastificante (generalmente un polialcohol). La naturaleza
hidrofílica del almidón plastificado, lo hace muy susceptible al ataque de la
humedad, resultando en cambios en su estabilidad dimensional y propiedades
mecánicas. Además, la retrogradación y cristalización de las cadenas móviles del
almidón conducen a cambios no deseados en sus propiedades termomecánicas.
Por otro lado, en los últimos años, un tipo de almidón rico en amilopectina,
denominado waxy, ha sido empleado para obtener nanopartículas mono-
cristalinas que resultan ser rígidas y de tamaño nanométrico. Estas
nanopartículas, obtenidas mediante una hidrólisis ácida de los granos de
almidón waxy 3, han sido empleadas como nanorrefuerzos en diferentes
nanocompuestos. Por ejemplo, su inclusión mediante mezcla física, en alcohol
polivinílico, en poliuretanos4, en películas de pululano, o en matrices de
almidón, waxy o de mandioca5 condujo a interesantes propiedades de refuerzo.
Sin embargo, los cambios que produjo su inclusión en las propiedades de
barrera fueron poco estudiados. Recientemente nuestro grupo mostró que

1. SORRENTINO; GORRASI; VITTORIA, 2007, p. 84-95; MARTIN; AVEROUS, 2001, p. 6209-6219; WU;
LIAO, 2007, p. 4449-4458; KIM; LEE; KNOWLES, 2006, p. 1002; SUPRONOWICZ et al., 2002;
HARRISON; ATALA, 2007, p. 344-353; KERRY; O’GRADY; HOGAN, 2006, p. 113-130.
2. SALA; TOMKA, 1992, p. 45; RÖPER; KOCH, 1990, p. S123; VAN SOEST et al. 1994, p. 4722.
3. ANGELLIER-COUSSY et al., 2009, p. 1558-1566; CHANG; LIN; CHANG, 2006, p. 332-339; MIAO, et
al. 2011, p. 506-513; GARCÍA, et al., 2011, p. 203-210; GOYANES, et al., 2010; VARATHARAJANA et al.,
2010, p. 466-475.
4. CHEN et al. 2008, p. 8-17.
5. GARCÍA, et al., 2011, p. 203-210; GOYANES, et al., 2010; GARCÍA, et al., 2011, p. 203-210; GOYANES, et al., 2010.

70
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 71

su incorporación en una matriz de almidón de mandioca conduce a mejoras


del orden de un 40 % en la permeabilidad al vapor de agua mientras que
cuando se incorpora la misma fracción en peso en una matriz de almidón
waxy la permeabilidad al vapor de agua empeora.6 Eso quizá sea consecuencia
de las fuertes diferencias que presenta la distribución de nanopartículas en
función del tipo de almidón de la matriz, su interacción con el plastificante
y la migración del mismo.
En la actualidad, son pocos los trabajos encontrados sobre el estudio de
materiales de almidón reforzados con nanocristales. Su principal problema
radica en la funcionalización y obtención de los nanocristales de almidón
waxy que sean compatibles con el almidón de mandioca utilizado como
matriz.
Grupos del Departamento de Física de la Facultad de Ciencias Exactas y
Naturales de la Universidad de Buenos Aires y del INTEMA de la Universidad
Nacional de Mar del Plata (Argentina), vienen trabajando en el tema propuesto
desde el año 2006. Los logros obtenidos hasta la fecha están detallados en la
patente Internacional obtenida sobre el tema7 y en diversas publicaciones en
revistas con referato internacional.8

3. PRODUCTO
El producto que se desarrolló es un compuesto de plástico biodegradable
elaborado con almidón de mandioca y nanocristales, y que por sus propi-
edades puede ser utilizado como envase de diversos productos.
En su forma de film de plástico forma parte de la nueva tendencia de los
envases «verdes» (biopackaging), que se alinean con los que utilizan recursos
renovables, materiales reciclables o nuevos materiales, que permiten la
reducción de residuos sólidos generando así impactos positivos en el medio
ambiente, a diferencia de los envases tradicionales que son elaborados a partir
de recursos no renovables de difícil degradación en el medio ambiente.
El uso de polímeros naturales (almidón de mandioca) con la combinación
de nanocristales, otorgan al film las propiedades de ser flexible, biodegradable,
biocompatible, no tóxico, comestible, translúcido, inodoro e insípido,
permitiendo una buena adhesión a cualquier otro material y alta resistencia
al manipuleo. Estas cualidades del film, lo hacen apto para la protección y

6. GARCÍA et al., 2009b, p. 976-982.


7. KRISTO; BILIADERIS, 2007, p. 146-158.
8. GARCÍA, et al., 2011, p. 203-210; GARCÍA et al., 2009b, p. 976-982.

71
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 72

conservación de alimentos y sustancias alimenticias, productos farmacéuticos,


cosméticos y de limpieza.
Por otro lado, si bien varios compuestos han sido aprobados por agencias
reguladoras internacionales para ser usados como agentes antimicrobianos
alimenticios directos, muchos de ellos producen reacciones adversas en
personas sensibles. La ventaja de trabajar con nanocristales es que pueden
evitar la descomposición de ciertos alimentos sin la necesidad de agregar
imperativamente antimicrobiano.

3.1. ATRIBUTOS DISTINTIVOS


Frente a los materiales actualmente utilizados, presenta una serie de
características diferenciales.
Comportamiento funcional (protección / aislamiento del medio ambiente):
• Retarda la migración de humedad.
• Retarda el transporte de gases (O2, CO2).
• Retarda la migración de aceites y grasa.
• Retarda el transporte de solutos.
• Soporta aditivos alimentarios.
Comportamiento funcional (como envase):
• Transparente.
• Agrega resistencia mecánica a los alimentos para el manipuleo y les aporta
integridad estructural adicional.
• Buena adhesión con sí mismo y con otros materiales.
Beneficios para el consumidor final:
• Comestible / no tóxico.
• Soluble en H2O.
• Biocompatible.
• Puede comportarse como soporte de aromas, vitaminas y minerales.
• En ciertos alimentos o formas de presentación, hace superfluo el agregado
de agentes antimicrobianos.
Ecología / Medio ambiente:
• Biodegradable, generando menos residuos sólidos y contaminación.
• Materias primas renovables.
• Residuos de producción reciclable o biodegradable.

72
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 73

Costo / Proceso industrial:


• Materias primas de muy fácil acceso y disponibilidad.
• Su producción no requiere desarrollo de equipamiento especial.
• Flexible y termoconformable utilizando equipamiento estándar para la
fabricación de film de polímeros sintéticos.
Las características distintivas respecto del proceso de producción están
referidas a la disponibilidad de las materias primas básicas (almidón de maíz,
almidón waxy, almidón de mandioca y glicerol) y el bajo requerimiento de
equipamiento necesario para su elaboración.
En particular, en Argentina, la producción de mandioca resulta de muy
fácil acceso, alcanzando las 200 000 toneladas en el año 2009 y destinando
a la industria el 14 % de la producción.
A pesar de que actualmente un importante número de materiales base de
los recubrimientos son polisacáridos (celulosa y sus derivados, quitosano y
distintos tipos de gomas), los procesos de manufactura de los materiales se
caracterizan por ser altamente costosos.

3.2. METODOLOGÍA DE CONFORMACIÓN DEL PRODUCTO

3.2.1. Obtención de los nanocristales de almidón waxy.


Los nanocristales se obtuvieron a partir del proceso de hidrólisis ácida.
Se realizó una solución de ácido sulfúrico (3,16 M) sometiendo 200 ml de
agua a 5 °C con 178,1 ml de ácido sulfúrico (H2SO4) y 621,9 ml de agua a
temperatura ambiente en de un baño de agua con hielo. La solución de ácido
sulfúrico (250 ml) fue calentada sobre un agitador magnético, colocado dentro
de una campana con extractor de aire, hasta 40 °C (Figura 1).
Luego, se incorporó 36,7 g de almidón waxy, con agitación entre 200
y 300 rpm, y se dejó bajo esas condiciones durante 5 días. Posteriormente,
la solución fue centrifugada durante 1 hora a 10 000 rpm y 4 °C. El líquido
fue desechado y el sólido diluido en agua destilada se centrifugó nuevamente,
durante una hora. Este proceso se denomina lavado y tiene como fin quitar
el ácido de la solución y obtener una mezcla de nanocristales en suspensión
de pH neutro. El proceso fue repetido 5 veces. Para su almacenamiento se
incorporaron 3 gotas de cloroformo y se dispersó la mezcla durante 5 minutos,
a 13 000 rpm. Finalmente, para medir la concentración de nanocristales de
la solución, se secaron 2 ml en un horno a 50 °C durante 2 días.

73
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 74

Figura 1. Diagrama del dispositivo utilizado para la síntesis de nanopartículas.

3.2.2. Conformación del nanocompuesto almidón-nanocristales.


Los films de almidón se prepararon con almidón de mandioca dispersado
en una solución de agua y glicerol. Se montó el dispositivo de la Figura 1
para desarrollar el proceso de gelatinización.
Se mezclaron glicerol (5 g) y agua destilada (185 g) colocados en un baño
de aceite sobre un agitador magnético con placa calefactora a 250 rpm. Luego
se añadieron 10 g de almidón. La mezcla se mantuvo en agitación constante
por 30 minutos. Luego, comenzó a calentarse calentamiento durante 30
minutos (hasta 65 °C, temperatura a la cual se completaba la gelatinización).
A continuación se realizó el proceso de desgasificación de la solución mediante
vacío, durante 1 hora. Posteriormente se agregó la cantidad de solución
de nanocristales deseada y se dispersó durante 20 minutos, a 1300 rpm.
Nuevamente se le realizó vacío. Parte del gel resultante fue conservado hasta
su aplicación. Para la obtención del envase en forma de película delgada, el
gel sobrante fue volcado en placas adecuadas y secadas en un horno a 50 °C
durante 3 días.

3.3. APLICACIÓN DEL MATERIAL DESARROLLADO


El producto fue aplicado en sus dos posibles formas: como gel y como
film (Figura 2).

74
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 75

Figura 2. Producto desarrollado en forma de gel (a) y en forma de película (b).

Se cubrieron trozos de frutas y verduras, como frutillas, kiwis, bananas, peras,


manzanas, papas; y diferentes quesos (blandos y duros), con el producto en
su forma gel, mediante el método de inmersión (Figuras 3 - 8) y se los conservó
a temperatura ambiente.
Según el tipo de alimento, se observó que a temperatura ambiente los trozos
recubiertos por el gel desarrollado se mantenían en mejores condiciones (sin
oxidarse o deteriorarse) con el transcurso del tiempo.

Figura 3. Aplicación del gel desarrollado sobre una frutilla.

75
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 76

Figura 4. Aplicación del gel desarrollado sobre un trozo de kiwi.

Figura 5. Aplicación del gel desarrollado sobre trozos de banana.

76
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 77

Figura 6. Aplicación del gel desarrollado sobre un trozo de manzana.

Figura 7. Aplicación del gel desarrollado sobre un trozo de papa.

77
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 78

Figura 8. Trozo de «queso duro» recubierto por el gel desarrollado.

Con el prototipo alcanzado se probaron bolsas contenedoras en productos


como:
• Alimentos – se cubrieron bandejas que contenían trozos de frutas como
bananas, peras y manzanas (Figura 9). El envasado a temperatura ambiente
mantuvo los productos sin oxidarse o deteriorarse por tiempos mayores a
una semana.
• Productos de higiene – como bolsas contenedoras; se envolvió jabón
líquido, alcohol en gel (Figura 10), champú y crema de enjuague, con la
finalidad de que el recubrimiento se disuelva en el momento del uso.
• Otros – las bolsas o sobres preparados a partir de estos films fueron
utilizados para envasar café (Figura 11). El aroma del mismo se mantuvo
por más de una semana, sin que el producto perdiera su característica
original. Además, el producto fue aplicado en fertilizantes (Figura 12).

78
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 79

Figura 9. Bandejas de frutas con el material nanocompuesto en forma de film.

Figura 10. Aplicación del nanocompuesto en forma de film


en jabón líquido y alcohol en gel.

79
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 80

Figura 11. Café contenido en el envase desarrollado en forma de film.

Figura 12. Aplicación de la película desarrollada en fertilizantes.

80
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 81

4. COMPARACIÓN DEL MATERIAL CON OTROS PRODUCTOS

4.1. PRODUCTOS ELABORADOS CON ALMIDÓN


El material desarrollado, al contener nanocristales de almidón bien dispersos
en el almidón de mandioca, utilizado como material mayoritario, presenta
uniones fisicoquímicas con este, dando lugar a un material que tiene las
siguientes ventajas frente al de almidón de mandioca sin nanopartículas:
• Mayores módulos elásticos.
• Mayor resistencia a la ruptura.
• Disminución de la permeabilidad al vapor de agua.
• Disminución del pardeamiento de frutas y retardo en la generación de
hongos en quesos.
• Opción para el control de la permeabilidad al vapor de agua, modificando
la concentración de nanopartículas (probado en dos cantidades).
• Soporta elongaciones a ruptura de un 90 % (menor a la del almidón de
mandioca pero mucho mayor que la de otros biofilms).

En valores medidos en el laboratorio

Films almidón –
Propiedad Otros films
nanocristales

Módulo elástico (mPa) > 140 38

Resistencia a la ruptura
> 3,5 1
(mPa)

Permeabilidad al vapor de
< 2,7 x 10-10 4,5 x 10-10
agua (gm-1s-1Pa-1)

81
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 82

4.2. OTROS BIOFILMS Y PLÁSTICOS NO BIODEGRADABLES (*)


Y BIODEGRADABLES (**)

PERMEABILIDAD AL VAPOR DE AGUA (P)

Film que contiene P (gm-1s-1Pa-1) x 1010

*Cloruro de polivinilideno (PVDC) 0,0007 – 0,003

*Polietileno de alta densidad 0,0024

*Polietileno de baja densidad 0,007 – 0,01

*Poliestireno 0,012 – 0,015

*Celofán 0,8

*Policaprolactona 2,0 – 4,0

**Poliláctico (PLA) 0,1

**Gluten de trigo 14 – 46

**Aislado de proteína de soja 16 – 4,4

**Polihidroxibutirato (PHB) (Monsanto) 0,02

**Ecoflex (BASF ) (45 % renovable) 0,17

**Ecovio (BASF ) (45 % renovable) 0,092

**Quitosano 0,45

Datos obtenidos de diversas publicaciones internacionales y de la página


de BASF

82
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 83

MÓDULO DE YOUNG Y RESISTENCIA A LA RUPTURA

Resistencia frente a la
Film que contiene Módulo de Young (mPa)
ruptura (mPa)
*Cloruro de polivinilideno
350 – 500 20 – 35
(PVDC)
*Polietileno de alta
800 30 – 40
densidad
*Polietileno de baja
200 25 – 32
densidad

*Poliestireno 3000 – 3500 35 – 60


*Celofán 3000 50 – 120
*Policaprolactona 190 14

**Poliláctico (PLA) 3000 – 3500 52 – 54

**Gluten de trigo 10 3–4


**Aislado de proteína
17 – 370 2,4 – 15
de soja
**PolihidroxibutiRato Elongación a rotura
900
(PHB) (Monsanto) < 15 %
**Ecoflex (BASF )
80 – 95 40
(45 % renovable)
**Ecovio (BASF )
240 – 840 30 – 40
(45 % renovable)
Quitosano 6 – 10 Sin datos

Datos obtenidos de diversas publicaciones internacionales

83
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 84

5. BIBLIOGRAFÍA
ANGELLIER-COUSSY, H. et al. Carbohydrate Research, n. 344, p. 1558-1566, 2009.
CHANG, Y.-H.; LIN, J.-H.; CHANG, S.-Y. Food Hydrocolloids, n. 20, p. 332-339,
2006.
CHEN, Y. et al. Carbohydrate Polymers, n. 73, p. 8-17, 2008.
GARCÍA, N. L. et al. Carbohydrate Polymers, n. 84, p. 203-210, 2011.
GARCÍA, N. L. et al. Macromolecular materials & engineering, n. 294, p. 169-177,
2009a.
GARCÍA, N. L. et al. Research International, n. 42, p. 976-982, 2009b.
GOYANES, S. et al. INPI (Exp): 20100100044. Solicitante: Consejo Nacional de
Investigaciones Científicas y Técnicas (CONICET), 2010.
HARRISON, B. S.; ATALA, A. Biomaterials, n. 28, p. 344-353, 2007.
KERRY, J. P.; O’GRADY, M. N.; HOGAN, S. A. Meat Science, n. 74, p. 113-130, 2006.
KIM, H-W.; LEE, H-H.; KNOWLES, J. C. J. Biomedical Materials Research. Part
A, n. 10, p. 1002, 2006.
KRISTO, E. ; BILIADERIS, C. G. Carbohydrate Polymers, n. 68, p. 146-158, 2007.
MARTIN, O. ; AVEROUS, L. Polymer, n. 42, p. 6209-6219, 2001.
MIAO, M. et al. Food Chemistry, n. 126, p. 506-513, 2011.
RÖPER, H.; KOCH, H. Starch, n. 42, p. S123, 1990.
SALA, R. M.; TOMKA, I. A. A. Makromolecular Chemistry, n. 199, p. 45, 1992.
SUPRONOWICZ, P. R., et al. Journal of Biomedical Materials Research. Part
A., 2002. Disponible en: <http://onlinelibrary.wiley.com/journal/10.1002/
(ISSN)1552-4965>.
VAN SOEST, J. J. G. et al. Polymer, n. 35, p. 4722, 1994.
VARATHARAJANA, V. et al. Carbohydrate Polymers, n. 81, p. 466-475, 2010.
WU, C-S.; LIAO, H-T. Polymer, n. 48, p. 4449-4458, 2007.

84
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 85

Categoria Integração
1º Lugar

EL PROBLEMA DEL ARSÉNICO EN EL MERCOSUR.


UN ABORDAJE INTEGRADO Y MULTIDISCIPLINAR
EN LA INVESTIGACIÓN Y DESARROLLO PARA
CONTRIBUIR A SU RESOLUCIÓN

Autores: Marta Irene Litter, 65 anos, argentina, pós-doutorado


Alejo Leopoldo Pérez Carrera, 38 anos, argentino, doutorado completo
Alicia Fernández Cirelli, 63 anos, argentina, pós-doutorado
Ana María Ingallinella, 68 anos, argentina, doutorado completo
Ana María Sancha Fernández, 67 anos, chilena, doutorado completo
Hugo Benjamín Nicolli, 71 anos, argentino, doutorado completo
Lorena del Pilar Cornejo Ponce, 48 anos, chilena, pós-doutorado
Nelly Angélica Mañay Larrosa, 56 anos, uruguaia, doutorado completo
Silvia Sara Farías, 59 anos, argentina, doutorado completo
Virginia Sampaio Teixeira Ciminelli, brasileira, doutorado completo

Países: Argentina, Brasil, Chile e Uruguai

85
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 87

EL PROBLEMA DEL ARSÉNICO EN


EL MERCOSUR. UN ABORDAJE
INTEGRADO Y MULTIDISCIPLINAR EN
LA INVESTIGACIÓN Y DESARROLLO
PARA CONTRIBUIR A SU RESOLUCIÓN

RESUMEN
Liderado por grupos de investigación del MERCOSUR, el presente trabajo
presenta los resultados de un abordaje sistémico, integrado, multidisciplinar
en el tema de la problemática del arsénico (As), especialmente en lo referente
a su presencia en agua de consumo humano y en residuos industriales. La ingesta
de agua con trazas de As por períodos prolongados provoca alteraciones en
la salud, principalmente dermatológicas, que pueden derivar en patologías
más graves, como distintos tipos de cáncer. Se estima que en América Latina
la población en riesgo supera los 14 millones de personas, con incidencia en
todos los países de la región. Los residuos de la minería, actividad relevante en
la región, constituyen una fuente secundaria de contaminación de aguas por As.
Para dar soluciones al problema, un grupo de científicos y tecnólogos del
MERCOSUR, pertenecientes a una Red más amplia dentro del Programa
Ciencia y Tecnología para el Desarrollo (CYTED), se han integrado con tres
objetivos generales: (i) disponer de la mayor cantidad de datos sobre la
distribución geográfica y la génesis del As en acuíferos, sedimentos y suelos;
(ii) contar con metodologías de determinación de As en agua a niveles traza;
y (iii) proveer metodologías para brindar a la población agua segura libre de
As, principalmente a las comunidades aisladas y de bajos recursos. Las tecno-
logías propuestas tienen como objetivo último, además de la mitigación del
problema, el mejoramiento de la calidad de vida y el adecuado desarrollo
socioeconómico de la población.
Las actividades se han llevado a cabo con la contribución de profesionales
de distintas especialidades trabajando en conjunto con el objetivo de reducir

87
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 88

la desigualdad, aumentar el bienestar y proteger un recurso natural invalorable,


como es el agua, teniendo en cuenta que el acceso a agua potable segura es
un derecho humano. Además, se han sentado las bases para un adecuado
desarrollo sostenible de las actividades que pueden contribuir a la resolución
del problema.

1. INTRODUCCIÓN
El agua es un factor estratégico para la generación de las riquezas necesarias
para el desarrollo. El hecho de estar involucrada en todas las actividades
productivas y su importancia para la vida la convierten en un factor decisivo
en la calidad de vida de los pueblos, siendo la disponibilidad de agua de calidad
y la conservación de los recursos hídricos condicionantes del desarrollo
económico y social, la competitividad y el crecimiento sustentable de las
naciones. En un escenario que engloba escasez, cambios climáticos, elevación
de costos y disputa por la utilización de recursos, los gobiernos y organiza-
ciones públicas y privadas de los países desarrollados tratan el tema como
estratégico. En los países en desarrollo como los del MERCOSUR, uno de los
aspectos que en la actualidad produce mayor preocupación es la desigualdad
que enfrentan los grupos económicamente más desfavorecidos en la provisión
de servicios básicos, en particular, el abastecimiento de agua potable.
La presencia de arsénico (As) en matrices ambientales, especialmente en
el agua, es un tema prioritario de salud pública, que limita el uso del recurso
para la provisión de agua potable y otros propósitos, y restringe el crecimiento
socioeconómico, el uso racional de los suelos y el desarrollo sostenible de las
actividades primordiales para la región, como las agropecuarias.
La presencia de As en aguas de consumo ha ocasionado en todo el planeta
la diseminación de una serie de alteraciones a la salud humana conocidas
como arsenicismo (que en la región latinoamericana se denomina Hidroarse-
nicismo Crónico Regional Endémico, HACRE). Se trata de una enfermedad
crónica que deviene del consumo de agua y alimentos con pequeñas cantidades
de As durante períodos prolongados. El As es un «veneno invisible», ya que
no se puede detectar ni por el olor, el color ni el sabor. Sus principales
manifestaciones son serias alteraciones dermatológicas como melanodermia,
leucodermia y/o queratosis palmo-plantar, evolucionando hacia patologías
más graves que pueden relacionarse con distintos tipos de cáncer en la piel y
en órganos internos (esófago, estómago, hígado, colon, pulmón, vejiga). En
los últimos años, se ha hallado As en aguas de consumo en 14 de los 20 países

88
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 89

de América Latina1, lo cual no significa que el contaminante esté ausente en


el resto de países, sino que simplemente no se ha comenzado el estudio en
ellos. La Organización Mundial de la Salud (OMS)2 y la mayoría de las
agencias ambientales de las naciones recomiendan un límite de concentración
de As en agua potable de 10 µg l–1. De acuerdo al mismo, puede estimarse
que la población en riesgo en la región supera los 14 millones de personas,
con incidencia en todos los países, siendo las poblaciones más afectadas las
de menores niveles de ingreso. La minería, una actividad relevante en el
MERCOSUR, constituye una importante fuente potencial secundaria de
contaminación por As.
El problema del As en América Latina es, en general, poco conocido y
más bien ignorado por las autoridades de la región, a pesar de las dramáticas
consecuencias sobre la salud de la población. Por lo tanto, para comenzar a
dar soluciones al problema, mejorar el estatus socioeconómico y no compro-
meterlo en el futuro en las regiones afectadas, se necesitan estudios de
relevancia para disponer de la mayor cantidad de datos sobre la distribución
geográfica y la génesis del As en acuíferos, sedimentos y suelos, los factores
que influyen en su movilidad en el agua subterránea, su acumulación en
suelos, su absorción por las plantas y la transferencia a la cadena agroalimentaria.
Se necesita también contar con metodologías de determinación de As en
matrices acuosas a nivel de trazas, compatibles con los límites recomendados
para el agua potable. Para mitigar el problema del As y brindar a la población
agua segura, una estrategia sería buscar fuentes alternativas de agua libre de
As3, pero esta solución es a veces imposible de instrumentar pues, en muchas
zonas, la mayoría de las fuentes de abastecimiento poseen niveles relativamente
altos del contaminante, y las aguas de buena calidad están ubicadas en
zonas alejadas. En ciudades o pueblos con mayor número de habitantes, el
abastecimiento de agua sin As se ha resuelto instalando plantas de abati-
miento de mediana o gran escala, conectadas a la red de distribución. Sin
embargo, la mayor proporción de la población afectada habita en núcleos de
población rural o periurbana dispersa, sin conexión a redes de agua potable
y en condiciones socioeconómicas que impiden la instalación de plantas.
Para la mitigación del problema, es fundamental el desarrollo y la puesta a
punto de tecnologías de remoción eficientes, económicas y accesibles para
paliar la situación en la población de menores recursos e impedir la afectación
a la salud, al menos hasta garantizar la provisión de agua segura.

1. WHO. 2004.
2. BUNDSCHUH et al. 2010a, p. 307-315.
3. LITTER, 2006; BUNDSCHUH; PÉREZ CARRERA; LITTER, 2008.

89
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 90

Liderado por grupos de investigación del MERCOSUR, el presente


trabajo presenta los resultados de un abordaje sistémico, integrado y
multidisciplinar en la problemática del As. Los distintos grupos han contri-
buido con su capacidad técnica de I+D, brindando los resultados de
investigaciones e innovaciones de excelencia, publicaciones, cursos y acciones
de capacitación que aportan no solo a la región sino también a otras partes
del mundo. Los excelentes logros de la actividad realizada permitirían
extender los resultados a la problemática general de los elementos traza,
presentes en aguas naturales e industriales y también de elevada toxicidad. La
remoción de estas sustancias constituye un tema de particular relevancia para
los países del MERCOSUR si se tiene en cuenta la creciente demanda por
los recursos hídricos para atender el crecimiento urbano e industrial.

2. RED IBEROARSEN

2.1. CONSTITUCIÓN Y PRODUCTOS DE IBEROARSEN


En 2006 y teniendo como marco los tres objetivos enunciados —la
distribución geográfica del As, la búsqueda de metodologías de análisis a nivel
de trazas y la implementación de tecnologías económicas de remoción—, se
constituyó la Red Temática IBEROARSEN, financiada por el Programa de
Ciencia y Tecnología para el Desarrollo (CYTED), que lleva desde entonces
una acción continuada más allá de su finalización formal en 2009. La Red
está compuesta por 48 grupos (más de 200 investigadores) de 17 países:
Argentina, Bolivia, Brasil, Colombia, Costa Rica, Cuba, Chile, Ecuador, El
Salvador, España, Guatemala, México, Nicaragua, Perú, Portugal, Uruguay
y Venezuela; de los países pertenecientes a CYTED no se logró incorporar
solamente a Paraguay, Panamá, República Dominicana y Honduras. En
la página web, http://www.cnea.gov.ar/politica_ambiental/actividades_
ambientales.php, se han volcado todas las actividades de la Red, incluyendo
los cursos impartidos, los libros publicados y el informe final del año 2009.

90
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 91

Figura 1. Composición de la Red IBEROARSEN.

Los objetivos de la Red en cuanto al avance del conocimiento, formación


de recursos humanos, intercambio científico y difusión han sido cumplidos en
forma prácticamente completa. En particular, se resaltan los siguientes aspecto.
• El producto principal de la Red ha sido la Red misma, y su continuidad es
sustentable en el tiempo, como lo demuestran productos recientes como
publicaciones, cursos y eventos, algunos realizados luego de su finalización
formal.
• Se ha iniciado la construcción del mapa de distribución geográfica y
geológica del As en aguas y suelos de España, Portugal e Iberoamérica.
Para ello, se ha creado IBEROARSEN-BD, una base de datos con
información de la composición química de muestras de agua naturales de
Iberoamérica con énfasis en el contenido de As (muestras georreferen-
ciadas mediante el sistema de proyección UTM, WGS84). Con los datos
disponibles hasta junio de 2009, se comenzó a levantar una plataforma
para el Mapa de Distribución de As, de acceso gratuito en el sitio
http://sig01.atlasdebuenosaires.gov.ar: 8081/iberoarsen/map.phtml.
• Se han publicado 5 libros4 y varios artículos, entre ellos los indicados en
las referencias5. Se destacan dos volúmenes especiales recientes dedicados
al As en América Latina, uno en Water Research, la revista de mayor factor
de impacto sobre el tema del agua (FI = 4,546) y otro en Science of Total
Environment (FI = 3,190).

4. BUNDSCHUH et al. 2011b, p. 1016; BUNDSCHUH et al. 2010a, p. 307-315; LITTER; MORGADA;
BUNDSCHUH, 2010, p. 1105-1118; BUNDSCHUH et al., 2010b, p. 5511; FIGUEIREDO, B. R. et al., 2010.
p. 79-106.
5. BUNDSCHUH et al. 2011b, p. 1016; BUNDSCHUH; PÉREZ CARRERA; LITTER, 2008.

91
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 92

• Se han realizado 9 cursos de capacitación (más de 300 asistentes) y


financiado 95 viajes de participantes, incluyendo intercambios entre grupos.
• La interacción con el sector industrial en países donde esta actividad
involucra generación de residuos con As, como Brasil y Chile, ha redundado
en importantes proyectos de colaboración.

2.2. SOSTENIBILIDAD DE IBEROARSEN


Las perspectivas de sostenibilidad de la Red derivan de los siguientes
aspecto.
• Todos los grupos participantes tienen fuerte inserción en instituciones
académicas y cuentan con financiación propia y capacidad documentada
para mantener la conectividad y formulación de propuestas exitosas en
nuevas acciones. Esto permite canalizar la oferta de formación de RR. HH.
jóvenes mediante cursos, tesis de posgrado, etc.
• Los participantes han demostrado gran capacidad de interacción en otros
ámbitos vinculados al problema del HACRE, favoreciendo futuras acciones
y contribuyendo a la visión integral del problema.
• La página web continúa como vía de información y comunicación.
• El material de enseñanza de los cursos, los libros y los folletos editados
brinda información básica para un sector importante de la comunidad de
CyT, contribuyendo a diseminar la información y al aumento del
conocimiento.
• La base de datos y el mapa de distribución de As, aunque no están aún
completos, representan un material de relevancia de consulta pública que
se intentará continuar en la medida de lo posible.
• El Congreso Internacional de As de Taiwán en 2010 contó con una Sesión
Especial sobre As en América Latina organizada por miembros de la Red.
Varios de estos participantes asistirán y coordinarán sesiones también en
el próximo congreso As2012 en Australia.
• El aumento del conocimiento científico y tecnológico podrá aprovecharse
para otros fines similares en aspectos geológicos, tratamiento de metales
traza en aguas, medición de contaminantes, etc.
• La Red se ha constituido en definitiva como una Consultora Internacional
o Grupo de Expertos a los que pueden recurrir las autoridades, ONG o
la población en general para asesorarse sobre el problema del As en
Iberoamérica. La difusión adecuada propende a interesar a estos actores en
el emprendimiento de nuevas acciones en el tema del As.

92
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 93

3. DISTRIBUCIÓN GEOGRÁFICA DEL ARSÉNICO


IBEROARSEN ha trabajado intensamente en la recolección y ordena-
miento de datos sobre distribución de As en España y Portugal, en
Sudamérica, América Central y México. 6 En las siguientes secciones,
se incluyen datos relevados hasta el momento en algunos países del
MERCOSUR, que ilustran el espectro amplio de las fuentes de conta-
minación por As en Iberoamérica.

3.1. ARGENTINA
En Argentina, las mayores concentraciones de As en aguas subterráneas se
encuentran en la Llanura Chaco-Pampeana, Puna y Cuyo, mientras que la
Patagonia necesita todavía ser estudiada con mayor detalle.7
Llanura Chacopampeana. Es la región más grande y poblada de
Argentina, cubriendo más de un millón de km2. Si bien no se dispone de
información completa, sistemática e integral sobre las fuentes de As debido
a la extensión de la región, existe un número de estudios locales que señalan
presencia de As en áreas ubicadas en el norte de la provincia de La Pampa
(hasta 5300 µg l–1 de As)8, sur y sureste de la provincia de Córdoba (hasta
4550 µg l–1), centro y sur de la provincia de Buenos Aires9, oeste de la
provincia de Santa Fe10, provincia de Santiago del Estero (con un valor un
valor máximo de 14 900 µg l–1), áreas del nornoreste de la Llanura Chaco-
Salteña11 y zonas de la llanura oriental de la provincia de Tucumán12, áreas
en las que el HACRE se manifiesta como endémico.13
El agua de la provincia de Buenos Aires se relaciona particularmente pero
no exclusivamente al acuífero Pampeano, y representa la mayor fuente de
agua subterránea de toda la región con altas concentraciones de As. En la
Llanura Chaco-Salteña, se determinaron altos valores de As y F, con
manifestaciones de HACRE y fluorosis dental y esqueletal.14 En Taco Pozo
(provincia de Chaco) se consume agua con más de 200 µg l–1 de As y la

6. Idem; Idem.
7. SMEDLEY et al. 2009. p. 35-45.
8. FARÍAS; FERNÁNDEZ-TURIEL; GIMENO, 2009.
9. NICOLLI, H. B. et al., (en prensa).
10. Idem.
11. NICOLLI et al., 2010, p. 5589-5604.
12. BUNDSCHUH et al. 2011b, p. 1016; BUNDSCHUH; PÉREZ CARRERA; LITTER, 2008; SMEDLEY
et al. 2009. p. 35-45; NICOLLI, H. B. et al., (en prensa).
13. NICOLLI, H. B. et al., (en prensa); NICOLLI et al., 2010, p. 5589-5604.
14. NICOLLI, H. B. et al., (en prensa).

93
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 94

población presenta manifestaciones de HACRE.15 En la llanura oriental de


la provincia de Tucumán (cuencas de Burruyacú y del río Salí), las
concentraciones de As son superiores a 1600 µg l–1 en acuíferos someros.16
Provincia geológica de la Puna. Ubicada en el extremo sur del Altiplano
Sudamericano, se extiende desde 21º45’ hasta 26º15’S. El predominio de
clima árido, condiciones oxidantes y alta salinidad del agua en cuencas
endorreicas favorecen concentraciones anómalas de As. En las áreas de
surgencia de aguas termales se encuentran altas concentraciones de As. La
mayor concentración de As en agua de bebida (hasta 2030 µg l–1) se encontró
en San Antonio de los Cobres.17
Cuyo y Patagonia. Estudios en el SE de la provincia de San Juan
revelaron concentraciones de As mayores de 150 µg l–1 en agua subterránea
de El Encón (1000 habitantes). En la provincia de Mendoza, se encontraron
elevados niveles de As en agua en el distrito norteño de Lavalle. En la
provincia de San Luis, se determinaron concentraciones de As en agua de
hasta 170 µg l–1.18
En la región patagónica los datos hasta ahora son escasos, habiéndose
monitoreado As en agua de bebida de 27 localidades de la provincia de
Chubut; en 25 de ellas, las concentraciones fueron menores de 20 µg l–1,
pero se encontraron 30 y 50 µg l–1 en Garayalde y Camarones, respecti-
vamente. Los estudios adicionales en la región son imperiosos ya que el
contexto geológico de la región sugiere que pueden esperarse más altas
concentraciones.19

3.2. CHILE
Aunque los problemas relacionados con la presencia de As en agua de
consumo se resolvieron en la mayor parte de este país, las concentraciones en
el norte, desde Arica hasta Antofagasta (17°30’ a 28°30’S) son aún de gran
preocupación. En esta región se encuentran 420 volcanes, algunos aún
activos. Las concentraciones de As total en varias fuentes exceden la
normativa nacional e internacional en unas 6 a 300 veces. Las aguas son
consumidas por algunas comunidades, que viven en medio del mayor desierto

15. BUNDSCHUH et al. 2011b, p. 1016; BUNDSCHUH; PÉREZ CARRERA; LITTER, 2008; NICOLLI et
al., 2010, p. 5589-5604.
16. Idem; Idem; FARÍAS et al., p. 397-407.
17. Ibid.; Ibid.
18. Ibid.; Ibid.
19. Ibid.; Ibid.; FIGUEIREDO et at., 2010, p. 79-106.

94
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 95

del mundo (Atacama, 250 000 km2), donde las precipitaciones y el agua son
escasas, y el agua superficial puede concentrar de 1000 a 5100 µg l–1 As.20
Arica y Parinacota. Los pobladores de la zona rural de Arica han sido
afectados por HACRE desde hace más de 4500 años. La ocurrencia del As
se debe a procesos relacionados con la actividad volcánica en la Cordillera de
los Andes. El río Lluta se extiende por 150 km desde el volcán Tacora hacia
el mar, llevando aguas con cerca de 200 µg l–1 de As. Pequeñas comunidades
de unos 60 habitantes están expuestas a As por consumo de agua del río
Camarones (100 km al S de Arica), en algunos casos con concentraciones
mayores de 1000 µg l–1.21
Antofagasta y Valle del Elqui (región de Coquimbo). Antofagasta se
conoce como la capital minera de Chile y es uno de los productores más
importantes de cobre en el mundo. Los ríos de la región presentan concen-
traciones de As de hasta 3000 µg l–1, y el mismo valor se determinó en algunos
ríos de la provincia de Loa.22
El valle del río Elqui se extiende por unos 9800 km2 y el río drena en
su recorrido importantes zonas de alteraciones hidrotermales y depósitos
epitermales de minerales que contienen Cu, Au y As en el contexto del
famoso distrito mineral El Indio. Los sedimentos de ríos y lagos antiguos
están altamente enriquecidos con As, debido no solo a la actividad minera
actual sino principalmente a procesos de erosión de largo plazo que afectaron
ocurrencias naturales de minerales con As.23

3.3. BRASIL
A la fecha, la concentración de As de los principales acuíferos brasileños
es desconocida, con estudios solo en tres áreas: (i) Cuadrilátero del Hierro
(CH), (ii) Valle da Ribeira y (iii) distrito Santana.24 Se encontraron otras
fuentes puntuales con concentraciones significativas de As relacionadas con
la minería del oro en los estados de Bahia, Goiás y Minas Gerais, así como
en formaciones de carbón al S de Brasil.
El Cuadrilátero de Hierro. El CH es una geoprovincia mundialmente
conocida como productora de hierro-oro, ubicada en la parte sur-central del
estado de Minas Gerais, donde en los últimos 300 años se han volcado grandes

20. Ibid.; Ibid.; Idem.


21. Ibid.;Ibid.; Ibid.
22. Ibid.; Ibid.; Ibid.
23. FIGUEIREDO et at., 2010, p. 79-106.
24. BUNDSCHUH et al. 2011b, p. 1016; BUNDSCHUH; PÉREZ CARRERA; LITTER, 2008.

95
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 96

cantidades de As en drenajes, suelos y la atmósfera como resultado de la


minería del oro. Se encuentran concentraciones de hasta 4500 mg kg–1 de As
en suelos y sedimentos (la normativa establece un máximo de 15 mg kg–1) y
de hasta 2980 µg l–1 en aguas.25 Sin embargo, el ambiente rico en hierro crea
una condición favorable para procesos de mitigación naturales que ha
contribuido a reducir el potencial impacto de la liberación de As de colas y
residuos (véase sección 4.3).
Valle da Ribeira. En esta zona del sureste de Brasil (estados de Paraná y
São Paulo), el As se dispersó como coproducto de la minería de plomo-cinc
durante el último siglo y también como resultado de erosión natural de
minerales de azufre-oro ubicados corriente abajo del área minera. En el valle
medio, la erosión de rocas mineralizadas originó suelos con contenidos de As
de hasta 764 mg kg–1, en contraste con concentraciones de As menores de
10 µg l–1 en agua superficial.26
Santana. En esta región, ubicada sobre el río Amazonas, el As ocurre en
asociación con minerales de manganeso localmente procesados en los últimos
50 años. Los residuos contienen hasta 1700 mg kg–1 de As, con algunos pozos
de agua con contenidos de hasta 2000 µg l–1. Sin embargo, las bajas
concentraciones de As encontradas en cabello y uñas fueron interpretadas en
términos de relativa inmovilidad del As en suelos y sedimentos bajo
influencia de fuertes procesos químicos de erosión, y debido al hecho de ser
comunidades menos dependientes del consumo de agua subterránea en
relación con el agua superficial.27

3.4. URUGUAY
En este país existen muy pocos antecedentes de estudios sistemáticos de
la presencia de As geogénico o contaminación antropogénica en aguas
subterráneas, que comenzaron recién en 2005.28 Unos pocos estudios abarcan
la evaluación del riesgo ambiental por presencia de As en aguas subterráneas
del acuífero Raigón (Formación Raigón, Plio-Pleistoceno)29 y existencia de
niveles superiores a los recomendados por la OMS para agua potable en
diferentes acuíferos del país: Chuy (0,1-41,9 µg l–1), Raigón (3,1-18,9 µg l–1)
y Mercedes (9,9-58 µg l–1).30

25. DE CAPITANI et al., 2005.


26. FIGUEIREDO et at., 2010, p. 79-106.
27. GUÉRÈQUIZ, 2006.
28. LITTER, 2006; BUNDSCHUH; PÉREZ CARRERA; LITTER, 2008.
29. MANGANELLI et al., 2007, p. 3-6.
30. LITTER, M.I.; ARMIENTA, M. A.; FARÍAS, 2009.

96
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 97

4. METODOLOGÍAS ANALÍTICAS

4.1. ACTIVIDADES DE IBEROARSEN EN METODOLOGÍAS ANALÍTICAS


La necesidad del análisis y especiación de As es crucial para evaluar
la presencia y el estado de oxidación del As en aguas, suelos, sedimentos
y alimentos, debido a su incidencia en la salud de seres humanos y es
imprescindible para el desarrollo de las tecnologías de remoción de As en
agua. Las metodologías analíticas existentes han sido resumidas y descriptas
en su mayoría con todo detalle en el volumen correspondiente de la serie de
IBEROARSEN, que es hoy en día material de consulta en numerosos
ámbitos.31 Las metodologías tratadas son: espectrofotometría UV-Vis,
absorción atómica-generación de hidruros (AAS-HG), absorción atómica
con horno de grafito (AAS-GF), espectroscopía de emisión-plasma inductivo
de argón (ICP-OES), espectrometría de masas con plasma inductivamente
acoplado (ICP-MS), fluorescencia atómica-generación de hidruros (AFS-
HG), técnicas acopladas (por ejemplo, HPLC-ICP-OES, HPLC-AFS-HG,
HG-GC-AAS, HG-GC-AAS, etc.), además de técnicas electroquímicas (EQ),
métodos de espectroscopía con rayos X (espectrometría de fluorescencia de
rayos X de energía dispersiva (EDXRF), reflexión total por fluorescencia
de rayos X (TXRF) y espectroscopía de absorción de rayos X (XAFS), y
espectroscopías de infrarrojo (IR) y Raman.
En el marco de los intercambios de IBEROARSEN, se realizaron capa-
citaciones de estudiantes y profesionales de Argentina, Cuba, México, El
Salvador y Uruguay en ICP-OES y HPLC-AFS (Gerencia Química, Comisión
Nacional de Energía Atómica [GQ-CNEA], Argentina), en HG-AAS y GF-
AAS (Facultad de Farmacia y Bioquímica, UBA, Argentina), en HPLC-AFS
(Instituto de Agroquímica y Tecnología de los Alimentos, Valencia, España),
en Raman (Departamento de Ingeniería Metalúrgica y Materiales, Univer-
sidad Federal de Minas Gerais [UFMG], Brasil) y en AAS-HG (Laboratorio
de Investigaciones Medioambientales de Zonas Áridas [LIMZA/CIHDE],
Arica, Chile). Todas estas capacitaciones posibilitaron luego la implementación
exitosa de las técnicas en el país de origen del personal entrenado.

31. PANTUZZO; CIMINELLI, 2010, p. 5631-5640 ; DUARTE, G. et al. (aceptado).

97
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 98

4.2. PROBLEMÁTICA Y ESTADO ACTUAL DE LAS DETERMINACIONES


ANALÍTICAS EN ARGENTINA, BRASIL Y URUGUAY
En Argentina se realizó un reciente relevamiento sobre las metodologías
analíticas utilizadas por laboratorios oficiales y privados, que indicaron que
30 % de los laboratorios utilizan espectroscopía UV-Vis, 30 % HG-AAS,
20 % GF-AAS; solo 8 % usa ICP-OES y otro 8 % ICP-MS. El 4 % restante
utiliza otras técnicas como TXRF, EQ y métodos semicuantitativos con tiras
reactivas. Muy pocos laboratorios están acreditados, y solo un 50 % sigue
los lineamientos de garantía de calidad.
En Brasil los laboratorios comerciales y de centros de investigación o
universidades están bien capacitados para la determinación de As total a nivel
de trazas. El grupo de la UFMG desarrolló gran competencia en las técnicas
Raman, IR y XAFS, que permiten el modelado molecular para establecer el
estado de oxidación y la forma de complejación del As en diversos sustratos,
así como los mecanismos responsables de la fijación o removilización del
elemento (véase sección 4.3). La capacitación en la especiación ha sido
recientemente iniciada mediante resinas intercambiadoras de iones asociadas
a ICP-MS y el uso de HPLC-HG-AFS.
En Uruguay se integraron dos grupos multidisciplinarios de la Univer-
sidad de la República, ambos con participantes de IBEROARSEN. Uno de
los grupos está formado por investigadores en Química Analítica y Toxicología
con vasta experiencia en servicios a la comunidad en análisis de trazas en
medios biológicos, alimentos y muestras ambientales. Los bajos niveles
naturales de As (sección 3.4) requieren técnicas altamente sensibles como
ICP-MS, no disponibles en el país. El trabajo realizado incluyó, por lo tanto,
el desarrollo y optimización del análisis por GF-AAS y HG-AAS de especies
en agua y orina. El otro grupo (Geología Médica), integrado por especialistas
en Toxicología de los Metales, Bioinorgánica, Geología Ambiental, Química
Analítica y Nutrición, realizó estudios multidisciplinarios de As en agua de
consumo, investigación geológica, ambiental y toxicológica de la presencia de
As en acuíferos (sección 3.4) y metodologías para muestreo y análisis de
agua y orina de población expuesta. El grupo organizó la 3.ª Conferencia
Hemisférica sobre Geología Médica (Montevideo, 2009) con representantes
de más de 30 países, varios de ellos miembros de IBEROARSEN. Actualmente
se desarrollan metodologías accesibles en Uruguay para identificación y
cuantificación de metabolitos urinarios de As, y se han iniciado estudios
epidemiológicos.
Como conclusión, es necesario realizar un importante esfuerzo para
alinear a todos los laboratorios de la región en el mejoramiento de instalaciones

98
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 99

y equipos acordes a las exigencias normativas y legales. Este importante


estudio puede replicarse sin duda en la evaluación y modernización de los
laboratorios analíticos del resto de los países del MERCOSUR y de toda
América Latina.

4.3. APLICACIÓN DE TÉCNICAS ANALÍTICAS AVANZADAS PARA


DETERMINAR LOS FACTORES QUE AFECTAN LA MOVILIDAD DEL
AS EN SUELOS Y AGUA SUBTERRÁNEA, SU ABSORCIÓN POR
PLANTAS Y LA ESTABILIDAD DE LOS RESIDUOS
La comprensión y control de los factores que afectan la movilidad/fijación
de As son de suma importancia para entender y minimizar el impacto de los
procesos naturales y para prevenir la disponibilidad de As proveniente
de fuentes secundarias (residuos de los procesos de remoción). El grupo
brasileño de la UFMG llevó a cabo una investigación sobre la estabilidad a
largo plazo de los residuos de As empleando diversas técnicas analíticas de
caracterización.
Uno de los trabajos realizados concluyó que a lo largo de más de 20 años
de disposición de residuos mineros se había producido la disolución total del
As(III) que pudiera haber estado presente. La presencia solo de As(V), junto
con exceso de Fe, demostró la importancia del control del estado de
oxidación y de mantener alta la relación Fe/As para la estabilidad a largo
plazo de los residuos.32
Se demostró también la importancia de la asociación de Al-Fe para la
atenuación de As. Como ejemplo, la presencia de Al estructural en goethitas
aumentó la capacidad de captación de As y la estabilidad bajo condiciones
reductoras, mientras que la movilización de Fe y As disminuyó con el
aumento de Al.33
En otro estudio, una detallada investigación de la complejación de As con
una biomasa vegetal (hojas secas de lechuga) indicó que los grupos carboxilo
de la materia orgánica son activos para la captación de As solo si hay
Fe disponible para la complejación.34 La Figura 2 muestra la forma de
complejación identificada mediante modelado molecular utilizando la
técnica XAFS.

32. Idem; Idem; SILVA et al., 2010.


33. SILVA et al., 2009, p. 350-356.
34. Idem.

99
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 100

Figura 2. Grupo arseniato unido a Fe(III) en la forma bidentada


mononuclear (a) y binuclear (b). El Fe(III) se une
al C de la biomasa vegetal.35

5. REMOCIÓN DE ARSÉNICO
La mayoría de los procesos de remoción de As se basan en una secuencia
simple de tratamientos fisicoquímicos que se pueden aplicar solos o
combinados, simultáneamente o en una secuencia: oxidación/reducción,
coagulación/filtración, precipitación, adsorción, separación sólido/líquido y
tecnologías de membrana, entre otros.36 En un escenario como el de América
Latina, y más particularmente en el MERCOSUR, con sus diversidades, la
elección de la tecnología adecuada para la remoción de contaminación en
agua de bebida debe basarse por un lado en factores técnicos como las
propiedades microbiológicas y fisicoquímicas del agua, caudal a tratar, datos
sobre la capacidad de la planta, requerimientos de concentración final de As
en el agua tratada, tipo de fuente, etc. Por otro lado, los aspectos sociológicos
de la población a la cual se le suministrará el agua, tales como pobreza,
malnutrición, incidencia de enfermedades crónicas, factores educacionales,
etc., son muy importantes para la selección de la tecnología correcta.
Otro aspecto importante es la remoción y disposición de As en la industria
minera (especialmente Cu y Au) y metalúrgica, porque ambas actividades
son relevantes en América Latina y fuentes importantes de residuos de As,
para los que las regulaciones ambientales son cada vez más estrictas. Las aguas

35. LITTER, M. I.; SANCHA, A. M.; INGALLINELLA, 2010; LITTER, M. I.; MORGADA, M. E.;
BUNDSCHUH, 2010, p. 1105-1118.
36. LITTER; SANCHA; INGALLINELLA, 2010.

100
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 101

residuales conteniendo As requieren remoción y estabilización del As antes


de su disposición en vertederos. En ese sentido, el estudio descripto en la
sección 4.3 es relevante.
La Red IBEROARSEN ha publicado un volumen completo sobre
Tecnologías de Remoción de Arsénico37 donde, además de la puesta al día y
la extensa descripción de los métodos existentes, se detallan experiencias
iberoamericanas en la remoción de As a escala de planta de tratamiento
(Chile, Argentina y Guatemala), y a nivel familiar y en laboratorio
(Argentina, Chile, Perú, México y Ecuador). A continuación daremos
algunos ejemplos de lo realizado en los laboratorios del MERCOSUR.

5.1. REMOCIÓN DE ARSÉNICO A MEDIANA Y GRAN ESCALA


(POBLACIONES MAYORES A 1000 HABITANTES)

5.1.1. Argentina
En Argentina existen numerosas plantas para remoción de As instaladas
en varias provincias. El uso de la ósmosis inversa es la opción preferida, ya que
permite la eliminación de otras especies químicas como cloruros, sulfatos,
nitratos y metales pesados. Sin embargo, y aunque existen plantas de ósmosis
inversa en Santa Fe, Córdoba y La Pampa, el método presenta varias desven-
tajas entre las cuales se destacan el alto costo y el volumen de agua de rechazo,
que llega al 30-50 % de los flujos de entrada. Por esta razón, se ha intentado
el desarrollo de otras tecnologías más económicas, de las que el proceso
ArCIS-UNR es uno de los más exitosos.38
El desarrollo del proceso ArCIS-UNR de coagulación-floculación-
filtración fue llevado a cabo por un grupo de investigación de la Universidad
Nacional de Rosario y permite remover As y fluoruros presentes en agua.
Mediante ensayos en laboratorio y en planta piloto, se eligió como coagulante
al PAC (policloruro de aluminio, un polímero inorgánico de aluminio de
creciente aplicación en el tratamiento de aguas). Los ensayos a escala de
laboratorio mostraron que se podían obtener concentraciones de As,
fluroruros y Al y niveles de turbiedad por debajo de los límites establecidos
por la normativa. El esquema de tratamiento se compone de un filtro grueso
ascendente de grava y un filtro rápido descendente de arena, tal como se
muestra en la Figura 3.

37. Idem; LITTER, 2008, p. 41-50 ; INGALLINELLA et al., 2002, p. 53-58; FERNÁNDEZ; INGALLINELLA;
STECCA, 2010, p. 589-594.
38. LITTER et al., 2008, p. 41-50.

101
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 102

Los resultados obtenidos en los ensayos en planta piloto se usaron para


instalar una planta en la ciudad de Villa Cañás (sur de la provincia de Santa
Fe) para suministrar agua a 11 000 habitantes. La planta se construyó in situ,
y consistió de dos módulos de 600 m3 d–1. La concentración de As se redujo
de 200 a 20 µg l–1, mientras que el fluoruro pasó de 2,3 a 1,5 mg l–1.
Figura 3. Esquema de implementación del proceso de coagulación-
coprecipitación-adsorción ArCIS-UNR a escala real.39

La tecnología ARCIS-UNR fue utilizada para diseñar otras plantas en


Santa Fe (López, 150 m3 d–1, Santa Isabel, 150 m3 d–1 y Andino, 380 m3 d–1).
Recientemente se instaló una planta en Lezama, provincia de Buenos Aires
(850 m3 d–1), donde se ha llegado al valor de 10 µg l–1 de As en el agua
tratada recomendado por la OMS. Los gastos de funcionamiento del proceso
son considerablemente económicos, de aproximadamente 0,15 US$ por m3
de agua tratada.
5.1.2. Chile
Chile ha enfrentado exitosamente el desafío de la remoción de As en el
norte del país donde los cursos de agua superficiales contienen elevadas
concentraciones de As y la escasez de agua limita la elección de la tecnología
de tratamiento.40 La crítica situación provocada por el consumo de agua del
río Toconce ([As]: 600-900 µg l–1) condujo al gobierno chileno en la década

39. LITTER; SANCHA; INGALLINELLA, 2010; SANCHA; FUENTEALBA, 2010, p. 581-588; SANCHA,
A. M.; HEALTH, 2006, p. 267-272.
40. LITTER; BUNDSCHUH, 2010; BUNDSCHUH et al., 2010c, p. 5828-5845; BUNDSCHUH et al., 2011a,
p.1080.

102
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 103

de 1960 a comenzar un estudio empresa-universidad, donde participó el grupo


de la Universidad Católica de Chile. El estudio demostró que una tecnología
basada en coagulación-floculación era la más conveniente para la solución
del problema.
La primera planta (1970, Salar del Carmen, Antofagasta) utilizó en primer
lugar Al2(SO4)3 como coagulante y luego FeCl3. Más tarde, se construyeron
las plantas de Calama (Cerro Topater), Chuquicamata y Taltal, que utilizan
FeCl3. Para la remoción de As de aguas subterráneas, donde la turbiedad es
muy baja y el volumen de partículas que se forma es pequeño, se demostró
que se puede simplificar el proceso eliminando la etapa de sedimentación. En
la actualidad, existen cuatro plantas en operación que usan la coagulación
clásica, con una capacidad total de alrededor de 1800 l s–1 y una planta con
el tratamiento simplificado. Las etapas del proceso son un paso de preoxidación
a As(V) por agregado de cloro, seguido del agregado de FeCl3. La eficiencia
de remoción permite obtener concentraciones de alrededor de 10 µg l–1,
demostrando que la coagulación es muy eficaz para alcanzar los niveles
requeridos de una manera costo-efectiva. El proceso es capaz de tratar
caudales de 30 a 520 l s–1, con 80-100 % de remoción.

5.2. MÉTODOS EMERGENTES Y A PEQUEÑA ESCALA

5.2.1. Uso de materiales adsorbentes naturales y geológicos


El uso de materiales geológicos naturales para la remoción de As es una
solución emergente tanto para comunidades pequeñas y casas aisladas como
para la aplicación industrial. Los bajos costos hacen a estos materiales muy
atractivos para la remoción de As, especialmente cuando se encuentran
disponibles localmente y se pueden colectar fácilmente. Una revisión de
técnicas usando materiales geológicos (arcillas, lateritas, suelos, calizas),
adsorbentes orgánicos naturales (biomasa) y materiales sintéticos fue realizada
recientemente por IBEROARSEN.41 Se han ensayado también materiales
orgánicos de bajo costo como celulosa, hueso molido, juncos, biomasa de
sorgo y biomasa residual, etc.
Materiales de biomasa rica en cisteína, productos residuales económicos
fácilmente disponibles en piel, pelo, uñas, cuernos o plumas de animales,
constituyen una opción para la remoción selectiva de As(III) de aguas. En ese
sentido, el grupo brasileño de la UFMG desarrolló un material con alto

41. TEIXEIRA, M. C.; CIMINELLI, 2005, p. 895-900; CIMINELLI et al., 2007b, p. 128-134.

103
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 104

contenido fibroso proteico (rico en queratina) obtenido de plumas de pollo,


con el que la sorción de As alcanzó valores de 270 µmol As(III) g–1 de
biomasa (o 20 mg g–1).42
Como ejemplo original de gestión industrial a gran escala de colas de As
en áreas mineras, se ensayó el uso de un oxisol extraído en Paracatu, estado
de Minas Gerais (Brasil), con el que se recubrieron las paredes interiores de
tanques de almacenamiento de colas de sulfuro (15 % S, como pirita y
arsenopirita, 100 mg l–1 de As disuelto) generadas en la cianuración de oro,
donde se procesan cerca de 50 millones de toneladas de mineral por año que
contienen As. Más de 15 años de monitoreo de agua subterránea probaron
que el uso del oxisol enriquecido con Fe y Al es un sistema eficiente para la
retención y atenuación de las pérdidas en este sitio minero, e indica la
posibilidad de usar estos materiales para la remoción de As en áreas rurales y
remotas.43
Se investigó también la capacidad de remoción de As de suelos de Brasil
compuestos por minerales de Mn y óxidos de Fe. Experimentos en columnas
con soluciones con 100 µg As(III) l–1 indicaron una muy eficiente remoción; el
nivel de 10 µg l–1 As a la salida fue excedido solamente después de 7400 BV
(volúmenes de lecho).44
5.2.2. Potencial de macrofitas acuáticas para la remoción de arsénico
En el Centro de Estudios Transdisciplinarios del Agua (CETA, UBA,
Argentina), se llevaron a cabo varios estudios para evaluar la remoción de As
del agua con macrofitas acuáticas (Lemna minor y Spirodela intermedia)
recogidas en lagunas de la provincia de Buenos Aires. Las plantas se colocaron
en reactores de 2,5 l con agua de la misma laguna (unos 25 g en cada reactor)
conteniendo As entre 0,5 y 2 mg l–1 (pH 7-7,5) y se expusieron 8 horas por
día a la luz fluorescente. La mejor remoción se observó con Lemna minor
(38-52 %), mientras que Spirodela intermedia no dio prácticamente
remoción.45 Aunque deben entenderse aún los mecanismos de sorción por las
plantas, debe enfatizarse la conveniencia de estas metodologías por su bajo
costo, operación y mantenimiento simples, y porque las macrofitas estudiadas
se encuentran distribuidas ampliamente y son fácilmente cultivables.

42. CIMINELLI et al., 2007a, p. 607-612 ; LADEIRA; CIMINELLI, 2004, p. 2087-2094.


43. DESCHAMPS; CIMINELLI; HÖLL, 2005, p. 5212-5220.
44. LITTER; SANCHA; INGALLINELLA, 2010.
45. Idem; LITTER; MORGADA, M. E.; BUNDSCHUH, 2010, p. 1105-1118; LITTER et al., 2008, p. 41-50 ;
BUNDSCHUH et al., 2010c, p. 5828-5845; LITTER et al., 2011, p. 1016.

104
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 105

5.2.3. Tecnología del hierro cerovalente y métodos fotoquímicos


En los últimos años, se ha centrado la atención en métodos basados en
procesos innovadores tales como la fotocatálisis heterogénea (FH) y el uso de
materiales de hierro como el hierro cerovalente (ZVI), algunos de los cuales
pueden aprovechar la energía solar. Estas tecnologías son simples, económicas y
promisorias para el tratamiento de aguas de zonas rurales y urbanas aisladas.46
En LIMZA/CIHDE (Chile) se desarrolló una metodología basada en el
uso de la radiación solar, ZVI en forma de lana de acero y jugo de limón
(citrato), validada con aguas naturales del río Camarones (1000 µg l–1 de As
inicial, que llegó al nivel requerido menor de 10 µg l–1).47 Más tarde, se
construyeron las primeras unidades de tratamiento a escala domiciliaria para
pequeñas comunidades rurales (unas 50 personas). Actualmente se están
desarrollando sistemas continuos a escala de planta piloto (1000 l) con
colectores cilindro-parabólicos. Además de una mayor eficiencia del sistema
de colección solar, se han ampliado los caudales de entrada y salida y se
han optimizado la naturaleza y disposición de las fuentes de ZVI, y las
condiciones operacionales (pH, potencial rédox (ORP), O2) que favorecen
el proceso simultáneo de descontaminación y desinfección para suministrar
agua química y microbiológicamente segura a comunidades de mayor
tamaño.
Figura 4. Prototipo de fotorreactor solar para la remoción de As en Arica, Chile.

46. Ibid.; CORNEJO et al., 2008, p. 827-831.


47. Ibid.; MORGADA DE BOGGIO et al., 2009a, p. 261-268, 2010, p. 209-218, 2009b, p. 677-683.

105
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 106

En GQ-CNEA (Argentina)48 se llevó a cabo un estudio usando hierro


cerovalente nanoparticulado (NZVI) extremadamente reactivo, fabricado
por una empresa nacional. La remoción de As(V) (1000 µg l–1) con NZVI
(0,025-0,050 g l–1) fue muy rápida, llegando a más del 90 % luego de 150 min
de tiempo de contacto. La irradiación UV y el agregado de ácidos húmicos
mejoró notablemente la remoción, sugiriendo la operación de procesos foto-
Fenton y relacionados. El método se ensayó en aguas de pozo reales de
Los Pereyra, provincia de Tucumán. Después de 3 horas de contacto entre
NZVI (0,025 mg l−1) y una muestra de agua real ([As] = 174 µg l−1), la
concentración de As disminuyó a 42 µg l−1 en la oscuridad y a niveles
menores de 10 µg l−1 cuando se sometió a la irradiación UV. La determi-
nación de As se realizó con el método optimizado por ICP-OES mencionado
en la sección 4.
Más adelante se desarrolló un prototipo a escala de banco (Figura 5),
compuesto de un reactor anular con un núcleo central concéntrico en el que
se ubica la fuente de luz UV. Este diseño puede modificarse sustituyendo la
lámpara por un sistema colector/reflector de bajo costo para el aprovechamiento
de la luz solar. La tecnología innovadora propuesta es competitiva y
sustentable ya que aprovecha un material económico fabricado en el país, de
alta reactividad, gran superficie específica y máxima estabilidad en suspensiones
acuosas con diferentes niveles de contaminación y composición variable.
El prototipo recibió uno de los Premios INNOVAR 2009 otorgado por el
Ministerio de Ciencia, Tecnología e Innovación Productiva de Argentina.
Otra tecnología que se puso a punto fue FH en botellas plásticas. Estas
investigaciones fueron un avance realmente importante, ya que la tecnología
se había ensayado anteriormente solo para mejorar el método SODIS
(desinfección solar). El TiO2, material inocuo, origina bajo luz UV reacciones
químicas que producen la mineralización de materia orgánica, la destrucción
de bacterias y la remoción de metales tóxicos. El TiO2 puede ser soportado
sobre las paredes internas de botellas de PET (PET-TiO2), que luego pueden
usarse como fotorreactores para tratar agua en hogares con el agregado de
Fe para inmovilizar el As(V) sobre los flóculos de óxidos de hierro formados
por corrosión.

48. Ibid.; LITTER; MORGADA; BUNDSCHUH, 2010, p. 1105-1118; MORGADA DE BOGGIO et al.,
2010. p. 209-218, 2009b, p. 677-683, 2009b.; MATEU, 2007.

106
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 107

Figura 5. Prototipo de fotorreactor para tratamiento


de As a escala de banco con NZVI (Argentina).

Se realizaron experimentos en botellas de PET-TiO2 con soluciones de


As(III) y As(V) y FeCl3 o trozos de alambre de Fe, expuestas a luz UV (1600-
2000 µW cm–2). El método resultó exitoso en aguas de laboratorio y fue
probado luego con aguas reales de pozo de Las Hermanas (provincia de
Santiago del Estero, [As] = 800-900 µg l−1), llegándose a menos de 10 µg l–1
al cabo de 6 horas de irradiación. Tres experimentos consecutivos con la
misma botella indicaron que la eficiencia no se afectaba por el reuso del
fotocatalizador.49

6. CONSIDERACIONES FINALES
Científicos y tecnólogos del MERCOSUR han trabajado integradamente
en investigación y desarrollo de tecnologías sustentables para paliar la
dramática situación que representa el As en el agua para la salud humana.
Esta integración se viabilizó exitosamente a través de la consolidación de la
Red IBEROARSEN, que consiguió hacer visible y científicamente verificable
la problemática del As en Iberoamérica, en particular en el MERCOSUR, y
atraer la atención de autoridades, ONG y población en general. La Red ha
contribuido a fomentar, además, el desarrollo científico-tecnológico general
en la región, con el aumento de grupos de trabajo e investigaciones relacio-
nadas, sobre todo en los países menos desarrollados. Ha consolidado un
grupo de expertos internacionales del más alto nivel en el tema, que ha

49. Ibid.; LITTER; MORGADA; BUNDSCHUH, 2010, p. 1105-1118; MORGADA DE BOGGIO et al.,
2010. p. 209-218, 2009b, p. 677-683, 2009b.; MATEU, 2007.

107
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 108

contribuido con publicaciones en el campo, incluyendo artículos en revistas


internacionales de alto impacto. Se han realizado también actividades de
difusión de los avances en el conocimiento, formación de recursos humanos
y acciones sociales.
Además de contribuir a la comprensión del problema del As, las actividades
apuntan al objetivo más amplio de propender al desarrollo sustentable desde
aspectos económicos, ecológicos, energéticos, sociales, culturales y científicos.
Contribuyen también a integrar la infraestructura de ciencia y tecnología de
los países del MERCOSUR en el área de los recursos hídricos con la actividad
de organismos normativos y de gestión. Toda esta estrategia repercutirá, en
último término, en la reducción de las desigualdades sociales y en el aumento
de bienestar por la mejoría de las condiciones de trabajo, educación, segu-
ridad alimenticia y nutricional, salud y saneamiento de la región, en un
marco de crecimiento orgánico y equilibrado de los países. La experiencia
integrada de los países del MERCOSUR provee, por último, información
valiosa que podría usarse para resolver estos problemas en América Latina e
incluso en otras regiones del mundo.

7. BIBLIOGRAFIA

BUNDSCHUH, J.; PÉREZ CARRERA, A.; LITTER, M. I. (Eds.). Distribución


del arsénico en las Regiones Ibérica e Iberoamericana. Argentina: Editorial CYTED,
2008.
BUNDSCHUH, J. et al. Environ. Geochem. Health, n. 32, p. 307-315, 2010a.
BUNDSCHUH, J. et al. Environ. Sci. Health, n. 10, p.1080, 2011a.
BUNDSCHUH, J. et al. Sci. Total Environ., n. 10, p. 1016, 24. Jun. 2011b.
BUNDSCHUH, J. et al. Water Res. n. 44, p. 5511, 2010b.
BUNDSCHUH, J. et al. Water Res. n. 44, p. 5828-5845, 2010c.
CIMINELLI, V. S. T. et al. Presentación. In: ENCONTRO NACIONAL DE
TRATAMENTO DE MINÉRIOS E METALURGIA EXTRATIVA, 22. Ouro
Preto, 2007. Proceedings, v.2... Ouro Preto: ENTMME, 2007a. p. 607-612.
CIMINELLI, V. S. T. et al. J. Colloid Interface Sci., n. 315, p. 128-134, 2007b.
CORNEJO, L. et al. Environ. Pollut., n. 156, p. 827-831, 2008.
DE CAPITANI, E. M. et al. Proc. Int. on Medical Geology. Rio de Janeiro:
CPRM/SGB, 2005.
DESCHAMPS, E.; CIMINELLI, V. S. T.; HÖLL, W. Water Res., n. 39, p. 5212-
5220, 2005.

108
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 109

DUARTE, G. et al. Geochim. Cosmochim. Acta. (aceptado).


FARÍAS, S. S.; FERNÁNDEZ-TURIEL, J. L.; GIMENO, D. Actas III Taller sobre
arsénico en aguas. La Pampa, Argentina: Santa Rosa, 2009.
FARÍAS, S. S. et al. En SMEDLEY, P. L. et al. Natural arsenic in groundwaters of
Latin America. Países Bajos: Leiden, Balkema, 2009.
FERNÁNDEZ, R. G.; INGALLINELLA, A. M.; STECCA, L. M. En SMEDLEY,
P. L. et al. Natural arsenic in groundwaters of Latin America. Países Bajos: Leiden,
Balkema, 2009.
FIGUEIREDO, B. R. et al. Medical Geology: a regional synthesis. Netherlands :
Springer, 2010. p. 79-106.
GUÉRÈQUIZ, R. Proyecto de tesis de doctorado. Montevideo, Uruguay: UDELAR-
FQ, 2006.
INGALLINELLA, A. M. et al. Rev. Ing. Sanit. Amb., n. 66-67, p. 53-58, 2002.
LADEIRA, A.; CIMINELLI, V. Water Res., n. 38, p. 2087-2094, 2004.
LITTER, M. I. (Ed.). Taller de distribución del as en Iberoamérica: libro de
resúmenes. Argentina: Editorial CYTED, 2006.
LITTER, M. I.; BUNDSCHUH, J. (Eds.). Situación del arsénico en la Región
Ibérica e Iberoamericana: posibles acciones articuladas. Argentina: Editorial CYTED,
2010.
LITTER, M.I.; ARMIENTA, M. A.; FARÍAS, S. S. (Eds.). Metodologías analíticas
para la determinación y especiación de as en aguas y suelos. Argentina: Editorial
CYTED, 2009.
LITTER, M. I.; MORGADA, M. E.; BUNDSCHUH, J. Environ. Pollut., n. 158,
p. 1105-1118, 2010.
LITTER, M. I.; SANCHA, A. M.; INGALLINELLA, A. M. (Eds.). Tecnologías
económicas para el abatimiento de arsénico en aguas. Argentina: Editorial CYTED,
2010.
LITTER, M. I. et al. Revista Ingeniería Sanitaria y Ambiental, n. 100, p. 41-50,
2008.
LITTER, M. I. et al. Sci. Total Environ., n. 10, p. 1016, 2011.
MANGANELLI, A. et al. Geogaceta, n. 41, p. 3-6, 2007.
MATEU, M. 2007. Tesis (Maestría) – Universidad de Buenos Aires.
MORGADA DE BOGGIO, M. E. et al. Catal. Today, n. 143, p. 261-268, 2009a.
MORGADA DE BOGGIO, M. E. et al. En SMEDLEY, P. L. et al. Natural arsenic
in groundwaters of Latin America. Países Bajos: Leiden, Balkema, 2009.

109
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 110

MORGADA DE BOGGIO, M. E. et al. Global arsenic problem and challenges for


safe water production. Leiden, Holanda: CRC Press/Balkema Publisher, 2010. p.
209-218.
NICOLLI, H. B. et al. Sci. Total Environ. (en prensa).
NICOLLI, H. B. et al. Water Res., n. 44, p. 5589-5604, 2010.
PANTUZZO, F.L.; CIMINELLI, V. S. T. Water Res., n. 44, p. 5631-5640, 2010.
SANCHA, A. M. ; FUENTEALBA, C. En SMEDLEY, P. L. et al. Natural arsenic
in groundwaters of Latin America. Países Bajos: Leiden, Balkema, 2009.
SANCHA, A. M.; HEALTH, J. Population and Nutrition, n. 24, p. 267-272, 2006.
SILVA, G. C. et al. Environ. Chem., n. 6, p. 350-356, 2009.
SILVA, J. et al. Water Res., n. 44, p. 5684-5692, 2010.
SMEDLEY, P. L. et al. Natural arsenic in groundwaters of Latin America. Países Bajos:
Leiden, Balkema, 2009. p. 35-45.
TEIXEIRA, M. C.; CIMINELLI, V. S. T. Environ. Sci. Technol., n. 39, p. 895-900,
2005.
WHO. Guidelines for drinking water quality, v. 1. 3.ed. Ginebra: WHO, 2004.

8. AGRADECIMIENTOS
Este trabajo se dedica a la memoria de R. Gérèquiz y W. Höll, por su gran
contribución al problema del As en el MERCOSUR y en el mundo. Agrade-
cemos a CYTED y a todos los colaboradores de IBEROARSEN. Se han
recibido subsidios de instituciones de Argentina (ANPCYT, CONICET,
Sec. C-T-IP Sta. Fe), Brasil (LNLS, CAPES, FAPEMIG, CNPq, INCT-
Acqua), Chile (FONDEF-CONICYT, UTA-MINEDUC) y Uruguay (PDT,
DINACYT-MEC, CSIC-UdelaR).

110
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 111

Categoria Iniciação Científica


Menção Honrosa

ENERGÍA VERDE: PRODUCCIÓN DE BIOGÁS

Autora: Lisandra Magali Delvalle Guillen, 17 anos, estudante


do 2º ano do Colégio Nacional São Miguel Arcanjo

Professora-Orientadora: Carmen Saucedo de Villalba

País: Paraguai

111
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 113

ENERGÍA VERDE:
PRODUCCIÓN DE BIOGÁS

RESUMEN
Este trabajo tiene como objetivo principal contribuir al aprovechamiento
racional de los recursos naturales con la producción y utilización de energía
alternativa, de biogás. Es una investigación de carácter descriptivo y experi-
mental, para la que se llevó a cabo una revisión bibliográfica y un trabajo de
campo. Se pretende que este trabajo sirva de modelo para otros proyectos
similares dentro de la comunidad donde está inserto el colegio.

1. INTRODUCCIÓN
La creciente producción de desechos sólidos y líquidos, resultantes de las
distintas actividades que realizan las poblaciones humanas para satisfacer sus
necesidades básicas de supervivencia y confort, ha originado que el medio
ambiente se vea constantemente contaminado por el inadecuado tratamiento
y disposición final de dichos desechos.
Los métodos tradicionales para el saneamiento de efluentes no han logrado
una eficiencia óptima en la disminución de los índices de contaminación de
las aguas servidas a fin de que no sean agresivas a los cuerpos receptores. Por
ello se han implementado nuevos métodos de degradación de efluentes,
algunos de los cuales permiten además el aprovechamiento energético de los
gases que se originan de estos procesos, favoreciendo así a las zonas rurales,
a las que cada vez resulta más problemático proporcionar energía adecuada
por los altos costos del petróleo y de la energía eléctrica.
El déficit de abastecimiento y los costos crecientes del petróleo han
impulsado a muchos países a realizar estudios sobre fuentes de energía
alternativas que reemplacen a los habituales derivados del petróleo, que
además causan daños irreparables al medio ambiente en todo el planeta.
En este sentido la biodigestión anaeróbica de los desechos orgánicos como
excretas de animales y de humanos, restos de cosechas y de procesos agroin-
dustriales, se presenta como una alternativa factible en el campo, tanto por

113
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 114

los costos que requiere como por el saneamiento ambiental y la producción


de energía que origina.
El Paraguay no está exento de dicha problemática tan acuciante en otras
regiones. Aun cuando cuente con muchos recursos naturales renovables y no
renovables, es necesario aprender el uso racional de los mismos.
Por lo expuesto se considera oportuno este proyecto que propone generar
energía alternativa con la instalación de un biodigestor en el hogar de uno de
los alumnos del Bachillerato Técnico en Contabilidad del Colegio Nacional
San Miguel Arcángel de Caacupé, específicamente en la propiedad de la
familia Martínez, situada a escasos metros de la institución educativa, en el
barrio San Miguel.
El trabajo será ejecutado con los alumnos del segundo curso Bachillerato
Técnico en Contabilidad de esta institución, bajo la tutela de los profesores
del área de Ciencias básicas, Física, Química, Antropología y otras áreas
afines.
La materia prima a utilizar en el biodigestor es el estiércol de ganado
vacuno, pues se genera en abundancia en el predio de dicha familia y no
constituirá ningún obstáculo la obtención del mismo para la producción de
por lo menos 6 horas de biogás por día.
Se estima que al reemplazar la utilización del gas natural (derivado del
petróleo) por el biogás generado en su propio biodigestor, esta familia
ahorrará mensualmente importantes sumas de dinero en la compra de gas
en garrafas. Además, contribuirá al cuidado del medio ambiente mitigando
la producción de dióxido de carbono en la atmosfera, considerado como uno
de los gases responsables del calentamiento global.
Es importante mencionar que este trabajo de investigación es prospectivo
y longitudinal. Según su análisis y alcance es descriptivo, porque se realiza una
revisión bibliografía sobre el tema, y también experimental, ya que se mani-
pularán variables para luego analizar los resultados de las experimentaciones.

2. PLANTEAMIENTO DEL PROBLEMA


Los residuos sólidos y líquidos generan problemas ambientales en todas
las regiones del mundo. Por ello es sumamente importante buscar nuevas
estrategias para el tratamiento adecuado de esta problemática, sobre todo en
los países en vías de desarrollo, con el fin de:
• Evitar el continuo deterioro de los recursos renovables y no renovables.
• Mitigar el impacto que produce como consecuencia del desarrollo.
• Utilizar los residuos de animales en la producción de energía limpia.

114
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 115

• Tratar los malos olores que producen los desechos orgánicos.


• Disminuir la acumulación de estiércol que contiene microorganismos
patógenos que ponen en peligro la salud de la población.
El municipio de Caacupé, en el cual está asentada la institución educativa
responsable de este proyecto, tiene múltiples y serias dificultades para tratar
los desechos orgánicos y las aguas servidas, pues siempre lo ha hecho a cielo
abierto, con todas las complicaciones ecológicas, sanitarias y legales que esto
implica.
Otra problemática que se presenta para los pobladores rurales dedicados
a la cría menor de ganado vacuno, porcino y avícola es la eliminación del
estiércol, pues la misma no se realiza de manera adecuada, generando
problemas de salud a los pobladores.
En esta misma población rural se agudiza el déficit de la energía, puesto que
la de mayor uso a nivel nacional es la leña, un recurso que se está agotando
por la continua deforestación, pues no existe un plan nacional de refores-
tación con fines energéticos.
Esta carencia hace que se recurra a energías comerciales, combustibles y
gas licuado de petróleo (GLP) totalmente importados, ocasionando a toda
la población periodos de escasez y suba exacerbada de costos y, en
consecuencia, los menos favorecidos económicamente del sector rural ya no
puedan adquirirla.
Teniendo en cuenta este planteamiento surgen los siguientes cuestio-
namientos:
¿Es posible obtener energía económica y limpia (biogás) para uso
doméstico a partir de la fermentación anaeróbica de los desechos de animales
vacunos en una granja del Barrio San Miguel de la ciudad de Caacupé en el
presente año lectivo?
¿Es posible sensibilizar a la comunidad educativa del Barrio San Miguel
acerca de la importancia de generar y utilizar energías alternativas como el
Biogás?

115
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 116

3. OBJETIVOS

3.1. GENERAL
Contribuir al aprovechamiento racional de los recursos naturales con la
producción y utilización de energía alternativa, biogás.

3.2. ESPECÍFICOS
• Investigar las ventajas económicas y ecológicas del biogás.
• Determinar tipos de materia orgánica para la producción de biogás.
• Estudiar la estructura básica, tipos y mantenimiento del biodigestor.
• Aplicar los conocimientos obtenidos con la investigación en la
construcción de un biodigestor.
• Producir biogás como fuente de energía.
• Valorar la importancia de la utilización de energía alternativa para el
cuidado del medio ambiente.
• Concienciar a la población acerca de la importancia de la producción y
utilización de biogás como energía alternativa.

4. HIPÓTESIS
• Con la instalación de un biodigestor es posible obtener biogás de uso
doméstico a partir de la fermentación anaeróbica del estiércol de ganado
vacuno en una granja del Barrio San Miguel de la ciudad de Caacupé, en
el presente año lectivo.
• El uso de la energía biogás favorecerá la economía de una familia del Barrio
San Miguel en el periodo de 2009 con la implementación del biodigestor.
• El uso de una energía alternativa como el biogás contribuye al cuidado del
medio ambiente.

5. VARIABLES

5.1. INDEPENDIENTES
• Utilización de residuos orgánicos.
• Instalación de biodigestor.
• Granja de una familia del Barrio San Miguel.
• Fermentación anaeróbica de estiércol de ganado vacuno.

116
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 117

5.2. DEPENDIENTES
• Producción de biogás

6. MARCO TEÓRICO

6.1. ANTECEDENTES
Las primeras menciones sobre biogás se remontan al 1600, en que varios
científicos se refieren a un gas proveniente de la descomposición de la materia
orgánica.
En el año 1890 se construye el primer biodigestor a escala real en la India
y ya en 1896 en Exeter (Inglaterra) las lámparas de alumbrado público eran
alimentadas por el gas recolectado de los digestores que fermentaban los lodos
cloacales de la ciudad.
Tras las guerras mundiales comienzan a difundirse en Europa las llamadas
fábricas productoras de biogás, cuyo producto se empleaba en tractores y
automóviles de la época. En todo el mundo se difunden los denominados
tanques Imhoff para el tratamiento de aguas cloacales colectivas. El gas
producido se utilizó para el funcionamiento de las propias plantas, en
vehículos municipales y en algunas ciudades se lo llegó a inyectar en la red de
gas comunal.
Durante los años de la segunda guerra mundial comienza la difusión de
los biodigestores a nivel rural tanto en Europa como en China e India, que
se transforman en líderes en la materia.
Esta difusión se ve interrumpida por el fácil acceso a los combustibles
fósiles y recién en la crisis energética de la década de los setenta se reinicia con
gran ímpetu la investigación y extensión en todo el mundo, incluyendo la
mayoría de los países latinoamericanos.
Los últimos 20 años han sido fructíferos en cuanto a descubrimientos
sobre el funcionamiento del proceso microbiológico y bioquímico gracias al
nuevo material de laboratorio que permitió el estudio de los microorganismos
intervinientes en condiciones anaeróbicas (ausencia de oxígeno).
Estos progresos en la comprensión del proceso microbiológico han estado
acompañados por importantes logros de la investigación aplicada obteniéndose
grandes avances en el campo tecnológico1.

1. Biogás/Textos científicos. [En línea] Disponible en: www.textoscientificos.com/energia/biogas Consultado


20/03/2009.

117
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 118

Los países generadores de tecnología más importantes en la actualidad


son: China, India, Holanda, Francia, Gran Bretaña, Suiza, Italia, EE. UU.,
Filipinas y Alemania.
A lo largo de los años transcurridos, la tecnología de la digestión anae-
róbica se fue especializando abarcando actualmente muy diferentes campos
de aplicación con objetivos muy diferentes.
Como puede apreciarse en el cuadro según los campos de aplicación de
la tecnología de la fermentación anaeróbica los objetivos buscados son
diferentes o tienen un distinto orden de prioridades. Analizaremos brevemente
la evolución y estado actual de cada uno de los campos descriptos2.

6.2. BIOGÁS
El biogás es una mezcla de gases, principalmente metano (CH4) y dióxido
de carbono (CO2), que se forma cuando la materia orgánica se descompone
en ausencia de oxígeno, es decir en condiciones anaeróbicas. En la naturaleza
se puede encontrar ejemplos de producción de biogás en las lagunas, en aguas
estancadas, en los sedimentos marinos, en el estómago de los rumiantes. Las
burbujas que suben del fondo de las lagunas o los gases que son eructados por
las vacas son efectivamente biogás. Los responsables de la transformación de
la materia orgánica en biogás son unos microorganismos especiales que
trabajan en conjunto (bacterias y hongos).
Muchos productos se basan en el uso controlado de microorganismos:
vino, chicha, cerveza, queso, yogurt, levaduras, compost, son productos de
la acción de algún tipo de microorganismo. De la misma manera se puede
dejar que los microorganismos del biogás trabajen para nosotros en depósitos
cerrados llamados digestores.

6.3. BIODIGESTOR
Un biodigestor es un sistema sencillo de conseguir solventar la problemática
energética-ambiental, así como realizar un adecuado manejo de los residuos,
tanto humanos como animales.
Los comúnmente denominados biodigestores toman su nombre de digestivo
o digestión y son máquinas simples que convierten las materias primas en
subproductos aprovechables, en este caso gas metano y abono.
El principio básico de funcionamiento es el mismo que tienen todos los
animales: descomponer los alimentos en compuestos más simples para su

2. Ibíd. [En línea]. Disponible en: www.textoscientificos.com/energia/biogas Consultado 20/03/2009.

118
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 119

absorción mediante bacterias alojadas en el intestino con condiciones


controladas de humedad, temperatura y niveles de acidez.
En su forma simple es un contenedor (llamado reactor) el cual está
herméticamente cerrado y dentro del cual se deposita material orgánico,
como excrementos y desechos vegetales (exceptuando los cítricos, ya que
acidifican). Los materiales orgánicos se ponen a fermentar con cierta cantidad
de agua, produciendo gas metano y fertilizantes orgánicos ricos en fósforo,
potasio y nitrógeno3.
Este sistema también puede incluir una cámara de carga y nivelación del
agua residual antes del reactor, un dispositivo para captar y almacenar el
biogás y cámaras de hidropresión y postratamiento (filtro y piedras, de algas,
secado, entre otros) a la salida del reactor.
El proceso de biodigestión se da porque existe un grupo de microorga-
nismos bacterianos anaeróbicos en los excrementos que, al actuar en el
material orgánico, producen una mezcla de gases (con alto contenido de
metano), al cual se le denomina biogás.
El biogás es un excelente combustible y el resultado de este proceso genera
ciertos residuos con un alto grado de concentración de nutrientes el cuál
puede ser utilizado como fertilizante y puede utilizarse fresco, ya que por el
tratamiento anaeróbico los malos olores son eliminados4.
6.3.1. Biodigestores familiares
Los biodigestores familiares de bajo costo son sistemas naturales que
aprovechan el estiércol del ganado para producir biogás y biol.
El biogás es un gas con alto porcentaje en metano que puede ser empleado
en una concina convencional sustituyendo a la leña o gas licuado de petróleo
(GLP). Este biogás también puede ser empleado en lámparas de gas para
iluminación.
El biol es un fertilizante ecológico que puede emplearse directamente en
el riego de las chacras o decantarlo para obtener fertilizante foliar; de esta
forma no se pierde la capacidad fertilizante del estiércol de uso común en el
ámbito rural.
Los biodigestores familiares de bajo costo son de gran utilidad en las aéreas
rurales, periurbanas y urbanas donde las familias poseen ganado, aunque sea
en pequeñas cantidades.

3. Universo porcino. El portal del cerdo. Instalaciones porcinas: biodigestores [En línea] Disponible en: www.
aacporcinos.com.ar/articulos/que_es_un_biodigestor.html. Consultado el 20/03/2009.
4. Ibíd. [En línea] Disponible en: www.aacporcinos.com.ar/articulos/que_es_un_biodigestor.html Consultado el
20/03/2009

119
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 120

Cabe señalar que con estos biodigestores de bajo costo no solo se produce
energía barata (biogás) y fertilizante ecológico (biol), sino que también incide
directamente en la salud familiar al sustituir la leña para cocinar por un gas
que no desprende humo en la cocina, tan dañino para las vías respiratorias,
sobre todo para las mujeres5.
La carga de trabajo físico que conlleva la búsqueda de la leña se ve
reducida. A nivel medioambiental, la carga de estiércol diaria del biodigestor
elimina moscas y olores, además de reducir enfermedades del ganado, como
la mastitis6.
6.3.2. Tipos de biodigestor
De acuerdo con la frecuencia de cargado, los sistemas de biodigestión se
pueden clasificar en:
• Bacht o discontinuo
• Semicontinuo
• Continuos
a) Sistema Bacht o discontinuo
Este tipo de biodigestor se carga de una sola vez en forma total y la descarga
se efectúa una vez que ha dejado de producir gas combustible. Normalmente
consiste en tanques herméticos con una salida de gas conectada a un gasómetro
flotante, donde se almacena el biogás.
Este sistema es aplicable cuando la materia a procesar está disponible de
manera intermitente. En este tipo de sistemas se usa una batería de digestores
que se cargan a diferentes tiempos para que la producción de biogás sea
constante.
Este tipo de digestor es también ideal a nivel de laboratorio si se desean eva-
luar los parámetros del proceso o el comportamiento de un residuo orgánico
o una mezcla de ellas.
Es importante considerar la facilidad de construcción del sistema, la sencillez
en el proceso de digestión, puesto que la alimentación del digestor puede ser
con residuos vegetales o también mezclando tales residuos con los pecuarios,
y su mayor producción de biogás en comparación con el modelo chino e
hindú.

5. CEDECAP. Biodigestores de polietileno: construcción y diseño. [En línea] Disponible en: www.cedecap.org.pe/
uploads/biblioteca/8bib_arch.pdf Consultado el 21/03/2009.
6. Ibib. [En línea] Disponible en: www.cedecap.org.pe/uploads/biblioteca/8bib_arch.pdf Consultado el 21/03/2009.

120
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 121

b) Semicontinuo
i. Modelo hindú
Es el tipo de biodigestor más usado en el medio rural cuando se trata de
digestores pequeños para uso doméstico. Los diseños más populares son el
hindú y el chino.
Entre los de tipo hindú existen varios diseños, pero en general son verti-
cales y enterrados. Se cargan por gravedad una vez al día, con un volumen de
mezcla que depende del tiempo de fermentación o retención7. Producen una
cantidad diaria más o menos constante de biogás si se mantienen las
condiciones de operación.
El gasómetro está integrado al sistema. En la parte superior del pozo hay
una cámara flotante donde se almacena el gas, balanceada por contrapesos,
y de esta sale el gas para su uso. De esta forma la presión del gas sobre la
superficie de la mezcla es muy baja.
Gráfico 1. Modelo hindú de biodigestor.

ii. Modelo chino


Los biodigestores de tipo chino son tanques cilíndricos con el techo y el
piso en forma de domo y se construyen totalmente enterrados.
En este tipo de digestores no existe gasómetro, almacenándose el biogás
dentro del mismo sistema.

7. Biodigestores. Tipos de biodigestor. [En línea] Disponible en: www.solucionespracticas.org.pe/.../pdf/Ficha


Tecnica8-Biodigestores.pdf. Consultado el 21/03/2009.

121
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 122

A medida que aumenta el volumen del gas almacenado en el domo de la


planta aumenta su presión, forzando al líquido en los tubos de entrada y salida
a subir y llegándose a alcanzar presiones internas de hasta más de 100 cm de
columnas de agua.
A pesar de que el digestor tipo chino es poco eficiente para generar biogás
es excelente en la producción de bioabono, ya que los tiempos de retención
son en general extensos.8
Gráfico 2. Modelo chino.

iii. Biodigestor de tipo tubular de polietileno


Nuevos diseños de biodigestores han logrado disminuir considerable-
mente los costos. El biodigestor tubular de polietileno es uno de ellos.
Gráfico 3. Biodigestor de tipo tubular.

8. Ibíd. [En línea] Disponible en: www.solucionespracticas.org.pe/.../pdf/FichaTecnica8-Biodigestores.pdf.


Consultado el 21/03/2009.

122
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 123

c) Continuo
Este tipo de digestores se desarrollan principalmente para tratamiento de
aguas residuales. En general son plantas muy grandes, en las cuales se
empelan equipos comerciales para alimentarlos, proporcionarles calefacción
y agitación, así como para su control.9
Por lo tanto, este tipo de plantas son más bien instalaciones de tipo
industrial, donde se genera una gran cantidad de biogás, que a su vez se
aprovecha en aplicaciones industriales.10
6.3.3. Condiciones para la biodigestión
Las condiciones para la obtención de metano en el digestor son las
siguientes:
• Temperatura entre los 20 °C y 60 °C
• PH (nivel de acidez / alcalinidad) alrededor de 7
• Ausencia de oxígeno
• Gran nivel de humedad
• Materia orgánica
• Que la materia prima se encuentre en fragmentos del menor tamaño
posible
• Equilibrio de carbono/nitrógeno
• Hermético, para evitar fugas del biogás o entradas de aire
• Térmicamente aislados, para evitar cambios bruscos de temperatura
• El contenedor primario de gas deberá contar con una válvula de seguridad
• Deberán tener acceso para mantenimiento

6.4. PROCESO BIOQUÍMICO DEL BIOGÁS

6.4.1. Biodigestión anaeróbica


La materia orgánica contenida en los desechos bajo ciertas condiciones se
puede tratar biológicamente por acción de microorganismos en recipientes
herméticamente sellados.
Este es un proceso de fermentación en ausencia de oxígeno donde se genera
una mezcla de gases que, en su conjunto reciben el nombre de biogás.11

9. Ibíd. [En línea] Disponible en: www.solucionespracticas.org.pe/.../pdf/FichaTecnica8-Biodigestores.pdf.


Consultado el 21/03/2009.
10. Ibíd. [En línea] Disponible en: www.solucionespracticas.org.pe/.../pdf/FichaTecnica8-Biodigestores.pdf.
Consultado el 21/03/2009.
11. CEDECAP. Biodigestor de polietileno: construcción y diseño. [En línea] Disponible en: www.cedecap.org.
pe/uploads/biblioteca/8bib_arch.pdf Consultado el 21/03/2009.

123
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 124

Básicamente el proceso considera tres etapas:


• Hidrólisis – etapa en la que los polisacáridos (celulosa, almidón, etc.), los
lípidos (grasas) y las proteínas son reducida a moléculas más simples.
• Acidogénesis – etapa en que los productos formados anteriormente son
transformados principalmente en ácido acético (CH3-COOH), hidro-
geno (H2) y dióxido carbono (CO2).
• Metanogenesis – los productos resultantes de esta etapa son metano
(CH4) y dióxido de carbono (CO2), principalmente.
Considerando que las bacterias son el ingrediente principal del proceso es
necesario mantenerlas en condiciones que permitan asegurar y optimizar su
ciclo biológico. Los principales parámetros que influyen en la producción de
biogás son:
• Temperatura
• Tiempo de retención
• Relación carbono/nitrógeno
• Porcentaje de sólidos
• PH
• Agitación12

6.5.VENTAJAS DEL USO DE BIODIGESTOR


• Permite disminuir la tala de los bosques al no ser necesario el uso de la leña
para cocinar.
• Humaniza el trabajo de los campesinos, que antes debían buscar la leña
en lugares cada vez más lejanos.
• Diversidad de usos (alumbrado, cocción de alimentos, producción de
energía eléctrica, transporte automotor y otros).
• Produce biofertilizante rico en nitrógeno, fósforo y potasio, capaz de
competir con los fertilizantes químicos, que son más caros y dañan el
medio ambiente.
• Elimina los desechos orgánicos, por ejemplo, la excreta animal, contami-
nante del medio ambiente y fuente de enfermedades para el hombre y
los animales.13

12. CEDECAP. Biodigestor de polietileno: construcción y diseño. [En línea] Disponible en: www.cedecap.org.pe/
uploads/biblioteca/8bib_arch.pdf Consultado el 21/03/2009.
13. Análisis de biodigestores. Cubasolar. [En línea] Disponible en: www.cubasolar.cu/biblioteca/energia/
Energia22/HTML/articulo04.htm Consultado el 25/03/2009.

124
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 125

• Reduce fuentes de olores molestos.


• La biomasa tiene un contenido en azufre prácticamente nulo, generalmente
inferior al 0,1 %. Por este motivo, las emisiones de dióxido de azufre, que
junto con las de óxidos de nitrógeno son las causantes de la lluvia acida,
son mínimas.
• Se considera que todo el CO2 emitido en la utilización energética de la
biomasa había sido previamente fijado en el crecimiento de la materia
vegetal que la había generado, por lo que no contribuye al incremento de
gases en la atmosfera y, por lo tanto, no es responsable del aumento del
efecto invernadero.
• Bajo costo y poco espacio.
• Facilidad de instalación, manejo y mantenimiento.
• No requiere energía para funcionar.

6.6. DESVENTAJAS DEL USO DE BIODIGESTOR


• Necesita acumular los desechos orgánicos cerca del biodigestor.
• Riesgo de explosión, en caso de no cumplirse las normas de seguridad
para gases combustibles.
• Baja presión del gas.
• Facilidad de daño en el plástico.14

6.7. EL BIODIGESTOR TUBULAR DE POLIETILENO. CONSTRUCCIÓN


Y MANEJO.
El biodigestor tubular de polietileno es una cámara de digestión de flujo
semicontinuo cilíndrica horizontal y subterránea. No se conoce el origen
preciso de este modelo de biodigestor, pero su uso está ampliamente
difundido en áreas rurales de Latinoamérica y Asia. Muchos de los autores lo
mencionan como uno de los modelos más económicos y de fácil instalación
(Horta Nogueira 1986, Portelli 1986).
La carga de la materia orgánica se realiza diariamente a través de una boca
de entrada, situada en un extremo del biodigestor. A medida que se realiza
la carga el material ya digerido es evacuado a través de una salida, situada en
el otro extremo del biodigestor.
Tanto la entrada como la salida están constituidas por un sencillo sistema
de sifón, el cual evita la entrada de aire en el sistema, así como la fuga del biogás.

14. Análisis de biodigestores. Cubasolar. [En línea] Disponible en: www.cubasolar.cu/biblioteca/energia/Energia22/


HTML/articulo04.htm Consultado el 25/03/2009.

125
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 126

Gráfico 4. Biodigestor tubular de polietileno.

6.8. CÓMO INSTALAR UN BIODIGESTOR TUBULAR DE POLIETILENO

a) Excavación
La excavación a donde ira el biodigestor debe tener una pendiente del 3 %.
Se deben construir las cámaras de entrada y salida con ladrillos y cemento.
Otra alternativa es utilizar como entrada y salida baldes de plástico de 20
libros bien sujetados en las bocas de entrada y salida del biodigestor.
Gráfico 5. Excavación para biodigestor.

b) Materiales necesarios para trabajar


Para comenzar a trabajar se necesita de una serie de materiales y herra-
mientas de ferretería. Para la excavación se utilizan por ejemplo palas, azadas
y pico, cinta métrica y plomada d nivel e hilo de ferretería.15

15. Ibíd. [En línea] Disponible en: www.cubasolar.cu/biblioteca/energia/Energia22/HTML/articulo04.htm


Consultado el 25/03/2009.

126
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 127

En cuanto al armado del biodigestor en sí, se necesitan los siguientes


materiales: llave de caño, pinza, destornillador, cinta teflón, pegamento para
PVC, cámaras de neumático viejas (para preparar arandelas de goma y para atar).
c) Armado del biodigestor
Se preparan dos mangas de polietileno de 10 m cada una. Una vez cortado
a la medida los tubos que lo componen, se introduce uno dentro del otro,
unos 80 cm a 1 metro, para unir los tubos de entrada y salida.16
Gráfico 6. Armado del biodigestor.

d) Materiales necesarios para el biodigestor


Para la construcción de un biodigestor de tipo tubular se necesitan algunos
materiales que pueden ser adquiridos en ferreterías y que se citan a continuación.
Tabla 1. Materiales necesarios para biodigestor y costo estimativo de los mismos.
Material Cantidad Costo
Biodigestor, Lamina de polivinilo (plástico 10 m 200 000 Gs
gasómetro y «cristal» transparente de 40
salida del micrones)
biogás
Polietileno con protección UV 50 m2 220 000 Gs
transparente

Baldes de plástico de 20 litros 4 unidades 70 000 Gs

16. Ibíd. [En línea] Disponible en: www.cubasolar.cu/biblioteca/energia/Energia22/HTML/articulo04.htm


Consultado el 25/03/2009.

127
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 128

Tabla 1. Continuação.
Material Cantidad Costo
Biodigestor, Mangera de plástico de 1 4m 30 000 Gs
gasómetro y pulgada
salida del
biogás Brinda de 1 pulgada (salida para 1 unidad 20 000 Gs
tanque de agua)

Conexión para manguera de 4 unidades 30 000 Gs


1 pulgada
Abrazadera de 1 pulgada 4 unidades 15 000 Gs
Alma doble roscable de 1 2 unidades 8000 Gs
pulgada
Codo roscable 90 grados de 1 3 unidades 15 000 Gs
pulgada
Válvula de Conexión T de 1 pulgada 1 unidad 10 000 Gs
seguridad
Caño PVC de ½ pulgada 0,3 metros 15 000 Gs
Buge roscable 1 x ½ pulgada 1 unidad 5000 Gs
Botella de plástico de 2 litros 1 unidad 2000 Gs
Quemador Mangera o caño PVC de ¾ 20 metros 160 000 Gs
para cocina
Caño galvanizado de ½ pulgada 0,5 metros 18 000 Gs
con rosca en ambos extremos
Llave de paso de ½ pulgada 1 unidad 12 000 Gs
Codo galvanizado de ½ pulgada 1 unidad 4 000 Gs
Cocina para camping 1 unidad 80 000 Gs
Costo total ———————————— ——— 925 000 Gs

e) Salida de gas
El primer paso es marcar a donde va ir ubicada la salida de gas. Esta debe
estar a 1,5 m del extremo del tubo de plástico y en el centro del mismo, en
lo que será la parte superior del biodigestor.
El tamaño del corte va a estar determinado por el diámetro externo del
adaptador «macho» del PVC.

128
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 129

El polietileno de los círculos será cortado utilizando los tapones de plástico


rígido que se habrán cortado de alguna botella vieja.
Se deberán ensamblar los componentes para comprobar que cabe perfecta-
mente uno dentro de otro.
El adaptador «macho» completo con la arandela de plástico y la de
polietileno se insertará en el tubo de PVC; lo mismo se hará con la parte
«hembra» con la salida de gas. Una vez que esté todo probado se instala en
el medio (entre ambas capas) el polietileno del biodigestor.17
Grafico 7: Salida de gas.

f) Inflado del biodigestor


Un método para inflar el biodigestor es con la ayuda de un ventilador de
pie o de mesa. Otra manera es conectando el biodigestor al escape de una
camioneta, moto o tractor en marcha, utilizándolo en forma de compresor.
En el primer caso, se encierra uno de los extremos del biodigestor. Para ello
se ata la punta con una correa de goma (puede ser de neumático viejo) y se
embute en uno de los tubos, haciendo pasar unos 0,5 m. El otro extremo se
mantiene abierto al ventilador encendido para inflarlo. Cuando se llena de
aire se sujeta el extremo y se embute en el otro tubo. Se debe controlar que
la lámina de polivinilo esté viene bien extendida sin pliegues ni arrugas y
alineada a las mangas del polietileno.

17. Ibíd. [En línea] Disponible en: www.cubasolar.cu/biblioteca/energia/Energia22/HTML/articulo04.htm


Consultado el 25/03/2009.

129
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 130

Gráfico 8. Inflado del biodigestor utilizando un ventilador.

Para inflar el biodigestor con ayuda de un motor de explosión se atan ambos


extremos de la manga con las correas de goma y se embuten en los tubos.
Se conecta un extremo de la manguera de una pulgada a la salida del
biogás y el otro extremo al caño de escape del motor. Entre la manguera y
el escape se debe conectar un caño galvanizado y atarlo bien con las correas
de neumático. Se pone en marcha el motor el tiempo necesario para inflar
completamente el biodigestor.
Durante este proceso se debe mojar continuamente la manguera con agua
fría para que no se derrita con el aire caliente del motor. Se desconecta la
manguera y se tapa la salida del biogás.
Una vez inflado el biodigestor, hay que controlar que no presente fugas de
aire. Si hay fuga en las conexiones de salida, hay que verificar que se hayan
enroscado correctamente y con suficiente cinta teflón. Si hay fuga a través de
agujeros en la manga de polietileno, estos deben parcharse con cortes de
goma y pegamento.18

18. Ibid. [En línea] Disponible en: www.cubasolar.cu/biblioteca/energia/Energia22/HTML/articulo04.htm


Consultado el 25/03/2009.

130
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 131

Gráfico 9. Inflado del biodigestor mediante motor de explosión.

g) Válvula de seguridad
Esta válvula es un dispositivo que controla la presión del gas en el biodi-
gestor. Consiste en tubo sumergido en agua que libera el exceso de gas cuando
el mismo se acumula y no está siendo utilizado. Debe estar cerca de la salida
del biogás.
Gráfico 10. Armado de la válvula de seguridad.

h) Llenado del biodigestor


Se coloca el biodigestor inflado dentro de la fosa. Se acomodan los tubos
de entrada y salida en sus lugares correspondientes, se conecta la válvula de
seguridad y se empieza a cargar el biodigestor con agua o con la mezcla de

131
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 132

agua y estiércol. Si se cuenta con agua corriente, se conecta la manguera a uno


de los extremos del biodigestor y se la amarra bien para evitar la fuga de aire.
A medida que el agua va entrando, se libera el exceso de presión lentamente
a través de la válvula de seguridad.
Un vez cargado el biodigestor hasta el 75 % de su capacidad y que el agua
cubre el extremo inferior de los tubos de entrada y salida, se desatan los
extremos sobrantes de la manga y se los dobla hacia afuera por encima de los
tubos y se amarran.
Gráfico 11. Boca de entrada del biodigestor.

i) Llevando el gas a la cocina


Para utilizar el biogás en la cocina se puede utilizar la cocina convencional
o una cocinita de camping. Para que esto sea posible se debe agrandar las
entradas de gas a los quemadores. Esto es, porque las entradas preparadas
para gas propano o butano a alta presión, entonces los orificios son muy
pequeños.
La misma consideración debe tomarse en cuenta al utilizar cualquier otro
modelo de cocina u hornallas convencionales.19

19. Ibíd. [En línea] Disponible en: www.cubasolar.cu/biblioteca/energia/Energia22/HTML/articulo04.htm


Consultado el 25/03/2009.

132
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 133

Gráfico 11B. Gráfico 12.


Quemador de cocina. Cocina convencional.

6.9. MANEJO, CUIDADO Y MANTENIMIENTO DEL BIODIGESTOR


Una vez instalado el biodigestor, se procede a cargarlo todos los días con la
materia orgánica a ser digerida (puede ser estiércol de cerdo, de ganado
vacuno, de aves o de humanos)
Cabe señalar que el estiércol de cerdo es el que genera más volumen de
metano por unidad, solo superado por el estiércol de gallina. Si la granja
posee abundantes residuos de estiércol porcino puede ser tratada con el
biodigestor ya que, aparte de generar biogás, solucionaría la contaminación
que esta materia orgánica desprende al medio ambiente.
La cantidad mínima diaria de estiércol que se recomienda cargar a un
biodigestor de 8 m de largo y 2 m de circunferencia es alrededor de 10 kg.
La dilución recomendada de la carga es 4:1 (cuatro partes de agua y una de
estiércol). El material solido a ser cargado puede transportarse en carretilla o
baldes hasta la entrada del biodigestor y mezclarse con el agua en recipientes
destinados a tal efecto.
Una vez realizada la carga se agita la mezcla vertida en el biodigestor con
una pértiga preparada para tal fin. Tal pértiga puede ser, por ejemplo, una
tapa de plástico. Este paso es importante para evitar la acumulación de sólidos
en la entrada del biodigestor.
A medida que se introduce la carga a través de la entrada, un volumen igual
se descarga a través de la salida del biodigestor. Durante el primer mes, se descarga
un líquido que aún no se encuentra lo suficientemente digerido, pero que ya
puede usarse para preparar el suelo de la chacra antes de los cultivos.
En el momento del riego el suelo no debe estar muy seco, para evitar la
pérdida de nutrientes. Luego de las cuatro semanas el efluente empieza a ser
más espeso y tiene menos olor.20

20. Ibid. [En línea] Disponible en: www.cubasolar.cu/biblioteca/energia/Energia22/HTML/articulo04.htm


Consultado el 25/03/2009.

133
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 134

a) Tiempo de retención
El tiempo de retención o tiempo es el periodo en el que la materia
orgánica permanece dentro del biodigestor. Se calcula dividendo el volumen
del biodigestor entre el volumen de carga diaria.
Horta Nogueira (1986) recomienda un tiempo de retención de 20 a 30
días para biodigestores continuos. No obstante, este periodo puede reducirse
a 5 o 10 días si la materia orgánica esta previamente diluida, la temperatura
es elevada y la agitación de la mezcla es perfecta.
Para calcular el volumen de carga diaria, se divide el volumen del bio-
digestor entre el tiempo de retención que se desea.

b) Cuidados
Ubicación
El biodigestor debe estar situado en un área segura, donde no se transiten
animales y alejados de caminos muy transitados por la gente.
Cercado
Es importante cercar el biodigestor para protegerlo. Puede alambrarse o
usar tacuaras, madera para construir el cerco.
Techado
Evitar que el biodigestor este a sol directo. El sol reseca y vuelve
quebradizo al polietileno, incluso si tiene protección de filtro ultravioleta
(UV). De allí, la importancia de techar el biodigestor o construir una pérgola
para brindarle sombra.
Carga
Es necesario evitar la entrada de agua de lluvia para que el material no se
diluya en exceso, de materiales que puedan sedimentar en el fondo del
biodigestor, como arena o piedras, y la entrada de materiales punzantes o
filosos que puedan dañar el plástico, como cortes de rama, vidrios rotos o
alambres.21

21. Ibid. [En línea] Disponible en: www.cubasolar.cu/biblioteca/energia/Energia22/HTML/articulo04.htm


Consultado el 25/03/2009.

134
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 135

Insecticidas
Vigilar que desinfectantes, insecticidas, solventes o fertilizantes químicos
no se mezclen con la materia orgánica, pues pueden perjudicar seriamente el
proceso anaeróbico que se lleva a cabo dentro del biodigestor.

Otras consideraciones
No fumar ni hacer fuego cerca del biodigestor.
Agitar continuamente para evitar el endurecimiento de la biomasa.
Gráfico 13. Proceso de agitación para evitar que la biomasa de endurezca.

c) Mantenimiento
Controlar periódicamente que la manga no presente orificios o rajaduras
y taparlos inmediatamente si fuera el caso.
Controlar que las conexiones de salida y conducción del gas se encuentren
en buenas condiciones y arreglarlas o reemplazarlas si fuera necesario.
Desmalezar los alrededores del biodigestor. Tener cuidado al utilizar
herramientas filosas que puedan causar la rotura del polietileno que lo
recubre.
Mantener en forma el techo y el cercado. Controlar que no se acumule
agua en las tuberías.22
El biogás contiene vapor de agua y suele condensarse en las tuberías,
obstruyendo el paso.
Se recomienda colocar una trampa de agua en la parte más baja de las
tuberías o una conexión que permita drenar el agua acumulada.

22. Ibid. [En línea] Disponible en: www.cubasolar.cu/biblioteca/energia/Energia22/HTML/articulo04.htm


Consultado el 25/03/2009.

135
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 136

d) Uso del biogás


El biogás produce una llama muy buena que puede utilizarse para todas
las tareas domésticas usuales, especialmente en la cocina. También existen
experiencias de uso de biogás en motores de combustión.
Cuando se utiliza el biodigestor tubular de polietileno se deben colocar
pesos sobre la manga para mantener una presión constante del gas. Estos
pesos pueden ser pedazos de madera, ladrillos u otros, siempre y cuando no
presenten bordes afilados o punzantes que puedan dañar el biodigestor.
e) Uso del fertilizante
El fertilizante obtenido a partir de la biodigestión anaeróbica, el cual es
llamado en algunos casos biol, presenta varias ventajas, entre las que cabe citar:
• Alto contenido de nitrógeno.
• Debido a su pH (7,5) actúa como un corrector de acidez.
• En suelos arenosos, el fertilizante ayuda a evitar la lixiviación.
• Se disminuye la posibilidad de quemar los cultivos, ya que gran parte de
la materia orgánica ha sido mineralizada.
• El biofertilizante puede ser utilizado en la alimentación de peces.
• Como cualquier fertilizante, el obtenido a partir de la biodigestión no
debe ser utilizado en exceso.

7. MÉTODOS Y MATERIALES
Este trabajo es, según su finalidad, una investigación aplicada de alcance
seccional (transversal). Según su profundidad, es un estudio descriptivo
sustentado en la investigación mixta (documental y de campo). Y también
experimental, ya que permite la manipulación de variables.
El método empleado fue la observación directa, la entrevista y la encuesta.
El trabajo de campo abarco desde el diagnostico situacional del lugar
donde se realizó hasta la implementación propiamente dicha del biodigestor
con la producción de energía de biogás.
La entrevista fue realizada al dueño de la Granja, el Señor Martínez; las
encuestas fueron aplicadas a una muestra de 30 pobladores del barrio San Miguel.
En cuanto a los instrumentos de recolección de datos, se utilizó un
cuestionario para realizar la encuesta a los pobladores, una lista de cotejo para
la observación directa y un cuestionario de preguntas para la entrevista.
La revisión bibliográfica se realizó durante los meses de marzo a junio de
2009.

136
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 137

Para la elección del lugar a implementar el proyecto se tuvieron en cuenta


los siguientes parámetros: cercanía del sitio al Colegio San Miguel Arcángel,
disposición continua del estiércol de vaca, los hábitos cotidianos y costumbres
de los moradores de la vivienda, etc.
El diagnostico situacional de la Granja se realizó en junio del 2009.
En cuanto al análisis de los resultados se procedió a la representación a
través de gráficos, tablas y fotos.
Tabla 2. Cronograma de actividades propuesto.

Actividades Tiempo Fecha/ 2009 Responsables


• Elaboración del Proyecto Marzo-Abril 2 de marzo al • Prof. de Ciencias
20 de abril Básicas
• Alumnos del 2.º
Curso B.T.C
• Conformación de los Abril 21 al 30 de • Prof. de Ciencias
grupos de trabajo abril Básicas
• Alumnos del 2.º
Curso B.T.C
Revisión literaria sobre: Mayo-Junio 2 de mayo al • Prof. de Ciencias
• Biogás, ventajas y 30 de junio Básicas
desventajas. • Alumnos del 2.º
• Clases de materia Curso B.T.C
orgánica para la producción
del biogás.
• Biodigestores. Tipos.
Estructura básica. Formas
de instalación y
mantenimiento. Ventajas.
• Trabajo de campo e Julio-Agosto 1 de julio al • Prof. de Ciencias
instalación del biodigestor 30 de agosto Básicas
• Colocación de carteles de • Alumnos del 2.º
peligrosidad Curso B.T.C
• Técnico
especialista en
biodigestor
• Mantenimiento del Setiembre a 1 de setiembre • Prof. de Ciencias
biodigestor Octubre al 30 de Básicas
setiembre • Alumnos del 2.º
Curso B.T.C

137
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 138

8. RESULTADOS Y DISCUSIONES
8.1. DIAGNOSTICO SITUACIONAL DE LA GRANJA DE LA FAMILIA
MARTÍNEZ
La granja de la Familia Martínez pertenece a los padres de un estudiante
del 2° Año del Bachillerato Técnico en Contabilidad del Colegio Nacional
San Miguel Arcángel.
El establecimiento está situado en el Barrio San Miguel de la ciudad de
Caacupé, a 300 metros del Colegio.
La granja tiene una hectárea de extensión. Dentro de la misma se crían
vacas, cerdos, gallinas y otros animales.
Dispone de una vivienda hecha de material cerámico con dos habitaciones,
una cocina comedor y una letrina.
El estiércol de vaca se genera a diario en mucha cantidad debido a que se
cuenta con 15 vacas, 2 caballos, 5 cabras y 20 gallinas.

8.2. PERCEPCIÓN DE LOS POBLADORES DEL BARRIO SAN MIGUEL


CON RESPECTO AL PROYECTO
Para conocer la percepción de los pobladores acerca de la ejecución de
este proyecto se procedió a la aplicación de una encuesta (ver apéndice 1) a
30 pobladores de la zona, la cual arrojo los siguientes datos.
En cuanto a la pregunta, «¿Sabe en qué consiste la producción de energía
de biogás?», el 86 % de la población encuestada no sabe en qué consiste la energía
de biogás; un 2 % sí sabe y otro 2 % sabe algo del tema. Por tanto, la mayoría
de la población desconoce lo que es el biogás y por ende sus beneficios.
Figura 1. Distribución porcentual del conocimiento de la población sobre el biogás.

138
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 139

En cuanto a la pregunta «¿Conoce lo que es un biodigestor?», el 76 % de


la población encuestada no sabe en qué consiste un biodigestor; un 16 % sí
lo sabe y otro 6 % saben algo del tema. Por tanto, la mayoría de la población
desconoce lo que es un biodigestor y para qué sirve.
Figura 2. Distribución porcentual del conocimiento de la población sobre el
biodigestor.

En cuanto a la pregunta «¿Le gustaría contar con biogás de uso doméstico


de manera gratuita?», el 60 % de la población respondió que le gustaría
contar con biogás de uso doméstico a bajo costo, un 10 % no lo considera
necesario y un 23 % se muestra dubitativo en su respuesta. Por lo tanto, la
mayoría de la población manifiesta su deseo de contar con gas de uso
doméstico a bajo costo y en consecuencia ahorraría dinero.

Figura 3. Distribución porcentual del interés de la población sobres el tema.

´ ´

139
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 140

En cuanto a la pregunta, «¿Cree importante mejorar la calidad del medio


ambiente?», el 60 % de la población respondió que le gustaría contar con biogás
de uso doméstico a bajo costo, el 83 % lo considera importante y un 16 %
se muestra dubitativo en su respuesta. Por lo tanto la mayoría de la población
cree importante mejorar la calidad del medio ambiente y en consecuencia
disfrutar los beneficios.
Figura 4. Distribución porcentual acerca de la percepción de la población en
cuanto a mejorar el medio ambiente.

En cuanto a la pregunta, «¿Le gustaría participar de un proyecto que


beneficie al medio ambiente y a la comunidad?», el 60 % de la población
respondió que le gustaría participar de un proyecto que beneficiase al medio
ambiente, el 13 % no lo considera necesario y un 26 % se muestra dubitativo
en su respuesta. Por lo tanto a la mayoría de la población le gustaría participar
de un proyecto que beneficie al medio ambiente y a la comunidad y, por
ende, contar con una comunidad saludable.

140
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 141

Figura 5. Distribución porcentual acerca de la posible participación de la


población en el proyecto.

8.3. RESULTADOS DE LA EJECUCIÓN DEL PROYECTO


Para la ejecución del proyecto, es decir, del trabajo de campo propiamente
dicho, se procedió de la siguiente manera.
a) Elección del lugar, limpieza y cercado del mismo; y delimitación del
terreno para la excavación para el lugar del biodigestor.
Foto 1. Cercado del predio para biodigestor.

141
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 142

Foto 2. Alumnos del 2.º curso cercando el terreno.

Foto 3. Alumnos excavando.

142
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 143

b) Instalación del biodigestor para el cual se tuvo las orientaciones técnicas


del Ingeniero agrónomo Fernando Gonzales.

Foto 4. Inflado del biodigestor.

Foto 5. Armando las conexiones para el biodigestor.

143
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 144

c) Conexión del biodigestor a la cocina.

Foto 6. Alumnos conectando el biodigestor.

Foto 7. Alumno del 2.º curso mostrando la conexión.

144
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 145

d) Cargado del biodigestor.

Foto 8. Carga al biodigestor.

e) Producción de biogás y utilización del mismo.

Foto 9. Puesta en marcha del biodigestor.

145
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 146

Foto 10. Uso del biogás.

8.4. ANÁLISIS CUANTITATIVO DE LA EJECUCIÓN DEL PROYECTO


Teniendo en cuenta la producción de biogás obtenido con la instalación
del biodigestor en la Figura 6 se presenta la cantidad de Energía producida
por día/hora en la segunda semana posterior a la instalación.
Figura 6. Producción de biogás por día / hora.
´

146
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 147

9. CONCLUSIONES
La implementación de biodigestores para la producción de energía de uso
doméstico es viable desde el punto de vista técnico y económico, además de
sus beneficios sociales y ambientales.
El clima tropical de nuestro país contribuye a la producción de biogás.
La utilización de biogás obtenido del relleno sanitario de la granja de la
Familia Martínez ayudará a reducir los costos en gastos de garrafas de gas en
su cocina.
La implementación de biodigestores en el sector rural o semirrural
contribuirá de manera significativa a la preservación del Acuífero Guaraní.
Se logró obtener energía biogás a partir de estiércol de vaca y fertilizantes.
Con la utilización del biogás se contribuye a la mitigación de gases de efecto
invernadero.
Los estudiantes y docentes implicados en el proyecto han puesto su mayor
empeño y dedicación en la ejecución de este proyecto.
La dirección general del Colegio ha brindado todo el apoyo logístico y
económico posible para el proyecto.

10. RECOMENDACIONES
A las autoridades municipales y departamentales: gestionar decididamente
la implementación de un relleno sanitario intermunicipal que tenga en cuenta
el reciclado adecuado de los residuos sólidos y el aprovechamiento del biogás
para abastecer de energía a las comunidades de menores recursos.
A la comunidad del Barrio San Miguel: promover campañas a favor de la
mitigación de gases de efecto invernadero.
A los docentes de la institución: trabajar siempre en equipo, impulsando
y gestionando la ejecución de proyectos que contribuyan con el cuidado del
medio ambiente y la solución de problemas sociales de la comunidad.
A los estudiantes: tener en cuenta que el método científico aplicado a la
investigación es un medio muy valioso para determinar y resolver problemas
sociales, económicos y ambientales. Por tanto, deben interesare por ella y
practicarla.

147
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 148

11. BIBLIOGRAFÍA
CEDECAP. Biodigestores de polietileno: construcción y diseño. [En línea] Disponible
en: <www.cedecap.org.pe/uploads/biblioteca/8bib_arch.pdf>. Consultado el: 21
mar. 2009.
CRISTALDO RIENZI, M.; RODRÍGUEZ BÁEZ, D.; LAMBARÉ. Generación
de energía eléctrica a partir de biogás, parte I. Mundo de la electricidad: revista del
sector eléctrico al servicio del Paraguay, a. 14, n. 123, p. 11-12, mar. 2010.
FAO. Reciclaje de materias orgánicas y biogás: una experiencia en China. Santiago de
Chile: FAO, 1986.
MAGALHAES, A. P. T. Biogas: um projeto de saneamento urbano. São Paulo:
Nobel, 1986.
PEREIRA, M. F. Construções rurais. São Paulo: Nobel, 1986.
SOLUCIONES PRACTICAS ITDG. Biodigestores: tipos de biodigestores.
Disponible en: < http://www.solucionespracticas.org.pe/fichastecnicas/pdf/Ficha
Tecnica8-Biodigestores.pdf>. Consultado el: 21 mar. 2009.
TEXTOS CIENTÍFICOS.COM. Biogás. Disponible en: <http://www.
extoscientificos.com/energia/biogas>. Consultado el: 20 mar. 2009.
UNIVERSO PORCINO. El portal del cerdo. Instalaciones porcinas: biodigestores.
Disponible en: <www.aacporcinos.com.ar/articulos/que_es_un_biodigestor.html>.
Consultado el: 20 mar. 2009.

148
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 149

Categoria Estudante Universitário


Menção Honrosa

SÍNTESIS Y ESTRUCTURACIÓN DE BIOMATERIALES


A PARTIR DE PRECURSORES DE BAJO COSTO E
IMPACTO AMBIENTAL

Autor: Diego Ariel Onna, 25 anos, estudante do 5º ano da


Faculdade de Ciências Exatas e Naturais da Universidade de
Buenos Aires

Professora-Orientadora: Yanina Susana Minaberry

País: Argentina

149
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:58 AM Page 151

SÍNTESIS Y ESTRUCTURACIÓN DE
BIOMATERIALES A PARTIR DE
PRECURSORES DE BAJO COSTO
E IMPACTO AMBIENTAL

RESUMEN
El aumento de la esperanza de vida está produciendo un incremento en la
demanda de nuevos materiales para aplicaciones en terapias de patologías óseas.
Cada año más de 2,2 millones de personas son tratadas quirúrgicamente
debido a desórdenes musculoesqueléticos como consecuencia de trauma o
extirpación de tumores. Como alternativa a las piezas de reemplazo e injertos
(propios o no), que requieren operaciones traumáticas, largos períodos de
recuperación y entrañan la posibilidad de rechazo o transmisión de enferme-
dades, se ha desarrollado la estrategia de sintetizar materiales que actúen
como andamiajes (scaffolds) que estimulen in situ mecanismos de regeneración
ósea. Hasta ahora los métodos de síntesis desarrollados para estos materiales
tienen la desventaja de requerir numerosos pasos de síntesis, generalmente
para eliminar residuos tóxicos para el organismo o el ambiente o utilizar
condiciones extremas en ellas (por ejemplo: temperatura, pH, etc.). En nuestro
país y en el MERCOSUR no se han desarrollado estos materiales y las opciones
disponibles, generalmente prótesis, materiales de relleno o injerto de tejidos
provenientes de material cadavérico, implican un precio elevado debido a la
importación de materiales y al costo de las operaciones que suponen una
cobertura médica privada.
Teniendo en cuenta lo anterior, este trabajo se centra en el desarrollo de
un material que actúe como andamio para la regeneración de tejidos óseos
sintetizado a partir de precursores comerciales de bajo costo, silicio comercial
y leche, utilizando una síntesis y estructurado de pocos pasos y en condi-
ciones de bajo impacto ambiental (utilizando agua como solvente, pH
fisiológico y tratamiento térmico medio), para finalmente obtener un
material autosoportado con estructura de poros jerárquicos.

151
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 152

1. INTRODUCCIÓN

1.1. RELEVANCIA DEL TEMA


El desarrollo de nuevos materiales para la regeneración ósea a nivel
mundial es uno de los principales desafíos para mejorar la calidad de vida de
la población. Se estima que anualmente el número de operaciones en el
mundo para la reparación ósea es de 2,2 millones con un costo de 2500 millones
de dólares estadounidenses (Jones et al., 2010). En América Latina, debido
a una situación socioeconómica más desfavorable que en países centrales, el
desarrollo de materiales y dispositivos biomédicos aplicados a la reparación
ósea es más limitado por sus elevados costos. Esta situación obliga a la impor-
tación de la mayoría de estos insumos que, por los altos valores de mercado,
no son accesibles para la mayoría de los pacientes (Abraham 1998). Una de
las opciones más empleada para sustituir el tejido óseo dañado es su reemplazo
por prótesis artificiales (aleaciones de metales y/o polímeros). Esta solución
presenta, entre otras complicaciones, el peligro del rechazo del material o la
rotura del mismo. Otra posibilidad es el uso de autoinjerto, que es la utilización
de hueso del propio paciente. Esta cirugía conlleva un período postoperatorio
más prolongado y que suele ser más doloroso en el sitio donde se extrajo el
injerto que donde se lo colocó. Otra posibilidad es el aloinjerto, que es el
uso de material cadavérico. Esta técnica también acarrea los riesgos de
transmisión de enfermedades y de rechazo del injerto. En el caso de defectos
óseos una opción es el relleno con gránulos de biocerámicos que contienen en
su fórmula calcio y/o fósforo, los cuales son los principales componentes del
hueso, con el inconveniente de que los gránulos se disuelvan rápidamente
pudiendo aparecer nuevamente los defectos. La ventaja de esta técnica reside
en que no suele producir rechazo en el tejido implantado (Jones et al., 2010).
En nuestro país todas las técnicas citadas son de alto costo: por ejemplo,
en el caso de las prótesis, en su mayoría importadas, el precio varía según la
pieza a reemplazar, la calidad de la misma y la cobertura médica del paciente.
Los biocerámicos, también importados, tienen un costo que oscila entre 1000
y 2000 dólares por cada 10 gramos de material. Los aloinjertos, según datos
recientes, solo se realizan en una institución privada (Hospital Alemán) que
posee un banco de huesos habilitado cuyo funcionamiento se rige por la ley
argentina Nº 24.193. La misma establece que los tejidos no se compran ni
se venden, ya que se trata de la donación voluntaria, solidaria y no remunerada
de partes del cuerpo humano. Sin embargo, los bancos pueden facturar, por
intermedio de entidades sin fines de lucro, una tasa por las actividades que
realiza (Varaona, 2011).

152
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 153

Lo expuesto evidencia la necesidad del desarrollo científico-tecnológico de


la síntesis de un material alternativo para la regeneración ósea, que debe
cumplir con las condiciones de biocompatibilidad y biodegradabilidad, es
decir, que esos materiales no produzcan reacciones adversas en el paciente e
induzcan la formación de nuevo tejido óseo. Otra de las condiciones impor-
tantes que requieren los materiales a desarrollar es que su síntesis sea de bajo
costo y ambientalmente sostenible.

1.2. ELECCIÓN DE LA CLASE DE BIOMATERIALES A SINTETIZAR PARA


LA REGENERACIÓN ÓSEA IN SITU: «SOPORTES» O «ANDAMIOS»
Como solución alternativa a algunos de los problemas que se presentan en
las operaciones de autoinjerto, aloinjerto, prótesis y relleno ha surgido en los
últimos años la posibilidad de utilizar los llamados «soportes» o «andamios»
para la regeneración ósea in situ. Los «soportes» o «andamios» se construyen
de modo que su estructura constituya un armazón que permita el paso del
oxígeno y de los nutrientes necesarios para el crecimiento de las células óseas,
las cuales proliferan y se organizan adaptándose a la forma propuesta. Una vez
implantado el soporte en el paciente, el material debe degradarse liberando
productos inocuos, permitiendo la integración de las células en el nuevo
tejido óseo regenerado (Holy et al., 2000).
Los soportes requieren como característica estructural tener poros
interconectados de un diámetro mayor a 20 Ȗm (macroporos) para poder
alojar células y permitir trasporte de nutrientes. Se ha reportado además que
una subestructura de poros menores interconectados (porosidad de tamaño
menor de 200 nm) permite una mejora en el anclaje de las células reconsti-
tutivas y además estos pueden utilizarse en la liberación de fármacos, factores
de crecimiento, proteínas o enzimas, confiriéndoles un valor agregado al
material final (Arcos & Vallet-Regi, 2010).
En esta propuesta, siguiendo los criterios antes expuestos, se ha elegido
como método de construcción del soporte la técnica de autoensamblado por
segregación de hielo (ISISA, por su nombre en inglés) (Gutiérrez et al., 2006;
Minaberry & Jobbágy, 2011). Esta técnica posee la ventaja de producir
materiales con porosidad jerárquica utilizando condiciones químicas suaves
e inocuas para el ambiente, ya que no se utilizan pH extremos y se emplea
agua como solvente.
En este proceso se congela en forma controlada una dispersión, solución
o gel, resultando una segregación de dominios de hielo, rodeados por una
estructura continua y tridimensional compuesta por los sólidos presentes

153
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 154

(véase la Figura 1). El monolito (estructura autosoportada) obtenido es luego


liofilizado, dejando en los lugares donde existía hielo cavidades huecas; es así
como el hielo funciona como molde de los poros. De este modo se obtiene
una estructura porosa, de altísima direccionabilidad y reproducibilidad de la
estructura final (véase la Figura 1). Así, la porosidad es altamente modulable
principalmente por medio de la composición inicial de la dispersión o gel
(que guarda relación con la cantidad de agua y por lo tanto de hielo que se
forma) y el control de la velocidad del frente de congelación (la cual está
relacionada con el mayor o menor crecimiento de los cristales).

Figura 1. (Izquierda) Esquema de segregación de fases causada por el avance


del frente de hielo cristalino (Modificado de Deville, Saiz & Tomsia, 2007).
(Derecha) Esquema del proceso de congelado unidireccional a velocidad
controlada seguido por liofilización y sus resultados.

Dip coating

(-196 ºC)

Es importante mencionar que los métodos que generalmente se utilizan


para la síntesis de estructuras tridimensionales o soportes se basan en construir
lo que se denominan «espumas». Una desventaja importante es que en su
proceso de estructurado se utiliza ácido fluorhídrico concentrado como
acelerador del proceso de espumado y surfactantes y polímeros como «moldes»
de poros (macro / mesoporos), los cuales pueden provocar productos de degra-
dación tóxicos para el organismo o para el ambiente (Rezwan et al., 2006).

1.3. ELECCIÓN DE LOS COMPONENTES DEL BIOMATERIAL Y


CONDICIONES DE SÍNTESIS: BIOVIDRIOS (BIOGLASSES)
Además de la característica de poseer poros, los soportes deben ser
realizados con materiales que sean biocompatibles (no generar rechazo o
residuos tóxicos para el organismo), que se unan al hueso (bioactivo),
estimulen su crecimiento (osteogénicos) y sean reabsorbidos por el cuerpo.

154
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 155

Uno de los materiales que más se utilizan en la reparación de defectos, ya


citado anteriormente como biocerámico, es la hidroxiapatita sintética
(Ca10(PO)4)6OH2), la cual es similar al mineral que compone el hueso y
posee, además de la ventaja de ser bioactiva, la de ser osteoconductiva
(permite el crecimiento de hueso desde su superficie) (Le Geros, 2002). Sin
embargo, su reabsorción es muy lenta, lo que hace que no sea utilizada para
la regeneración, sino como un soporte mecánico. Una alternativa a esto son
los llamados biovidrios o vidrios bioactivos (bioglasses), los cuales fueron
desarrollados por primera vez por Hench en 1971 (Hench et al., 1971). Ellos
poseen la ventaja de unirse al hueso más rápidamente que otros biocerámicos
(lo cual se relaciona con el óxido de silicio en su composición), además de
cumplir con todos los requisitos antes mencionados para la regeneración
ósea. Su composición en general es de óxido de silicio (SiO2), óxido de calcio
(CaO) y fosfato (P2O5), pudiendo además contener óxido de sodio (Na2O).
Hasta ahora las formulaciones que se encuentran en el mercado constan de
partículas que se utilizan como relleno de dientes (Perioglas®) o huesos
(Novabone®). Debido a que su síntesis se realiza a altas temperaturas (1300-
1450 °C) donde los macroporos colapsan no se han podido obtener por este
método soportes porosos.
Algunas alternativas en este campo se han desarrollado por medio del
método sol-gel, ya que no requiere altas temperaturas para la formación de
soportes, y aumenta la velocidad de degradación de estos comparados con
biocerámicos obtenidos a altas temperaturas y de formulación similar, lo cual
estaría relacionado con los nanoporos creados en el mecanismo de gelación.
La baja resistencia mecánica de estos materiales ha llevado a combinar la
formulación básica de los biovidrios con polímeros orgánicos, los cuales
cuentan con la desventaja mencionada anteriormente de los productos de
degradación tóxicos. En los últimos años la fabricación de «espumas», auto-
ensamblado inducido por evaporación (EISA, por su nombre en inglés) e
ISISA (Arcos & Vallet-Regí, 2010; Minaberry & Jobbágy, 2011) también
ha utilizado las ventajas del proceso sol-gel. Sin embargo, debido a que en este
proceso los precursores (alcóxidos) que se utilizan para la formación del gel
de óxido de silicio producen compuestos tóxicos (metanol, etanol, etc.), en
todos los casos debe tenerse en cuenta un paso en la síntesis que permita su
remoción y en los casos de EISA y «espumas» la síntesis consta de varios pasos
e involucra finalmente la utilización de altas temperaturas (Arcos & Vallet-
Regí, 2010).

155
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 156

2. OBJETIVO
Teniendo en cuenta lo anterior en este trabajo se propuso:
• Elegir precursores que no provoquen residuos tóxicos, ni para el ambiente
ni en el organismo, pero que a su vez permitan conservar las ventajas dadas
por la composición de los biovidrios (SiO2-CaO-P2O4).
• Utilizar en la síntesis un solvente inocuo, un pH lo más cercano posible
al fisiológico y una temperatura de calcinado lo más baja posible.
• Contemplando la posible aplicación de este producto para la regeneración
ósea y su producción local, minimizar los costos de la síntesis. Para ello
se tendrá en cuenta: minimizar los pasos de síntesis y utilizar precursores
de bajo costo y comerciales.

3. HIPÓTESIS
¿Es posible realizar un biovidrio que sea bioactivo y que pueda ser utilizado
como soporte o andamio para la regeneración de tejidos óseos in situ, utili-
zando precursores comerciales como son la LUDOX® (fuente de silicio) y la
leche (fuente de calcio, fosforo y moldes para porosidad submicrométrica),
por medio de una síntesis de bajo costo y con un mínimo impacto medio-
ambiental?

4. JUSTIFICACIÓN DE LOS PRECURSORES ELEGIDOS

4.1. LECHE EN POLVO: FUENTE DE CALCIO,


FOSFORO Y MOLDES ORGÁNICOS
Desde el punto de vista nutricional se dice que es muy difícil cubrir los
requerimientos de calcio si no se incluye en la dieta el consumo regular de
lácteos, y se establece una asociación directa, aun en la población con escasos
conocimientos de alimentación, entre leche y calcio (Carmuega, 2004). La
leche es una dispersión coloidal, la cual está compuesta mayoritariamente
por glóbulos de grasa (de tamaño entre 0,1-10 µm) y micelas de caseína (de
tamaño entre 20-400 nm) (Figura 2). La leche en polvo es el producto
obtenido por deshidratación de leche pasteurizada, que contiene todos los
componentes naturales de la leche normal y no debe contener sustancias
conservantes ni antioxidantes (Belitz, 2009). El calcio se encuentra principal-
mente en las micelas de caseína y también es posible encontrarlo en el suero,
mientras que el fosfato se encuentra en las micelas de caseína, en los fosfolí-
pidos, en ésteres fosfóricos y en el suero.

156
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 157

Figura 2. Leche vista con diferentes magnificaciones, mostrando los tamaños


relativos de los elementos estructurales (Tomado de Walstra et al., 2006).

De acuerdo a lo anterior, en este trabajo se utilizó leche en polvo como fuente


de calcio y fósforo para la composición del biovidrio. Además debido a los
tamaños que presentan las miscelas de caseína y glóbulos de grasa, estos son
considerados como posibles «moldes» de porosidad submicrométrica. Lo cual
le dará la posibilidad de ser utilizado para liberación controlada de drogas,
factores de crecimiento, etc.
Un aspecto a destacar es que desde el punto de vista del costo y en base a
datos estadísticos, Argentina y Uruguay poseen una producción importante
de leche a bajos costos. Siendo la producción de leche en el MERCOSUR
cerca del 5 % de la producción mundial y casi tres cuartos de la producción
sudamericana (Miranda, 2004).

4.2. LUDOX®: FUENTE DE SILICIO


LUDOX® es una marca registrada usada para designar suspensiones
coloidales de óxido de silicio en agua (W. R. Grace & Co.-Conn., E. I. Du
Pont De Nemours and Company). Algunas de las aplicaciones industriales
son las siguientes: modificante de productos de látex; agente para aumentar
la fricción interfibras en la industria textil; agente reductor de la pegajosidad
en películas o recubrimientos; clarificante de la cerveza, entre otras.
En este trabajo se utilizó un silicio comercial particulado, LUDOX®, que
se sintetiza a un pH alto (9,8) por nucleación clásica y crecimiento y cuyo
diámetro promedio es de 12 nm. La función de la LUDOX® en el material
a desarrollar es servir como precursor del óxido de silicio (IV), ayudando a
estructurar el monolito y promoviendo su bioactividad.

157
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 158

4.3. MÉTODO PARA DETERMINAR LA BIOACTIVIDAD:


ENSAYO DE MINERALIZACIÓN IN VITRO
En general, los primeros análisis de bioactividad que se realizan son los
llamados in vitro, en los que se pone en contacto la muestra con fluido
biológico, generalmente fluido corporal simulado (SBF), y el crecimiento de
hidroxiapatita es seguido en el tiempo por diversas técnicas. Este método
posee la ventaja de ser más rápido y económico que las pruebas in vivo
(ensayos que utilizan osteoblastos), ya que su resultado acota el número de
muestras a ensayar. El fluido corporal simulado, como su nombre indica,
simula la composición iónica del plasma humano (Tabla 1) (Kokubo &
Takadama, 2006).
Tabla 1. Tabla comparativa de iones y su concentración (mM) en SBF y en
plasma sanguíneo.

Concentraciones de iones (mM)

Na+ K+ Mg2+ Ca2+ Cl- HCO3- HPO42- SO42- pH

Plasma 7.2 –
142.0 5.0 1.5 2.5 103.0 27.0 1.0 0.5
sanguíneo 7.4

SBF 142.0 5.0 1.5 2.5 147.8 4.2 1.0 0.5 7.40

4.4. MÉTODO DE ESTRUCTURADO: AUTOENSAMBLADO POR


SEGREGACIÓN DE HIELO (ISISA)
Como se vio anteriormente el método ISISA permite modelar la textura
y estructura de los monolitos por medio de varios parámetros físico químicos,
tales como la cantidad de sólidos respecto al solvente, la velocidad de conge-
lado y el gradiente térmico (Gutiérrez, Ferrer & del Monte, 2008). En
este trabajo, se prepararon monolitos usando solamente agua como solvente,
actuando el hielo como molde de los macroporos y se utilizó como gradiente
térmico la diferencia entre la temperatura ambiente (298 K) y el nitrógeno
líquido (77 K). Se estudió la influencia del porcentaje de sólidos totales
(variando los porcentajes de leche y LUDOX®) y la velocidad del frente de
congelación en la estructura final del monolito.

158
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 159

5. DESARROLLO EXPERIMENTAL

5.1. MATERIALES
Para la preparación de las dispersiones precursoras se utilizó leche en polvo
instantánea (Marca: La serenísima®) y partículas coloidales comerciales de
silicio (LUDOX® HS-40, 40 % en agua con diámetro medio de 12 nm).

5.2. SÍNTESIS DE MONOLITOS LUDOX® – LECHE EN POLVO

5.2.1. Preparación de la dispersión de leche


Para este estudio se pesaron 13 g de leche en polvo cada 100 ml de
agua bidestilada (temperatura ambiente), según la proporción sugerida en el
envase de la leche utilizada. La mezcla se homogeneizó utilizando un vórtex.
Esta dispersión fue denominada leche madre (LM).
La dispersión LM fue centrifugada por 20 minutos, a 10 000 rpm a 20 °C
(condiciones optimizadas) (SIGMA 3-18K), obteniéndose un sistema donde
se diferenciaron tres fases: un sobrenadante enriquecido en lípidos, un
precipitado y una fase líquida de apariencia homogénea. Esta fracción liquida
homogénea, denominada leche madre centrifugada (LMC), se extrajo y se
reservaron ambas dispersiones (LM y LMC) en heladera (4 °C) para ser
posteriormente utilizadas en la preparación de la dispersión precursora.
5.2.2. Preparación de dispersiones precursoras de biovidrios
Las dispersiones precursoras se prepararon variando la cantidad de
LUDOX®-leche de acuerdo a la composición final que se deseaba alcanzar
(teniéndose en cuenta la cantidad de agua aportada por la LUDOX®). Para
ello se mezclaron cantidades adecuadas de agua bidestilada con LM o LMC
y LUDOX® (Tabla 2), ajustando el pH final a 8,00 ± 0,50 (pHmetro Oakton)
utilizando una solución de HCl 6 M, siendo el volumen agregado de esta
solución despreciable. Ese pH fue elegido con base en el estudio de estabilidad
de la dispersión de LUDOX® frente al pH. Posteriormente estas dispersiones
se dejaron envejecer (ageing) un día. En este trabajo se utilizaron recipientes
cilíndricos plásticos con una altura de 65 mm y un diámetro de 12 mm.

159
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 160

Tabla 2. Denominación de las soluciones precursoras de acuerdo al % P/V


SiO2 y leche.

%P/V SiO2

0 3 5 8 10 14
S3– S5– S8– S 10 –
0 % LM – –
LM 0 LM 0 LM 0 LM 0

S3– S5– S8–


12,5 % LM – – –
LM 12,5 LM 12,5 LM 12,5

S3– S5– S8– S 10 –


25 % LM – –
LM 25 LM 25 LM 25 LM 25

S3– S5– S8– S 10 –


50 % LM – –
LM 50 LM 50 LM 50 LM 50

S5– S8– S 10 –
75 % LM – – –
LM 75 LM 75 LM 75

S0–
100 % LM – – – – –
LM 100

S5– S8– S 10 –
50 % LMC – – –
LMC 50 LMC 50 LMC 50

S5– S8– S 10 – S 14 –
75 % LMC – –
LMC 75 LMC 75 LMC 75 LMC 75

5.3. ESTRUCTURACIÓN DE LAS MUESTRAS POR EL MÉTODO ISISA


Las dispersiones anteriores contenidas en los recipientes cilíndricos fueron
congeladas sumergiendo los recipientes en un baño de nitrógeno líquido
(–196 °C) de forma que se mantuviera constante la velocidad de desplazamiento
del frente de hielo (velocidad de congelado) a 2 mm/min o 4 mm/min.
Luego, las muestras congeladas fueron liofilizadas durante 48 horas utilizando
un equipo Alpha 1-2 LD Plus freeze-drier (4 horas a –25 °C y el tiempo
restante a –55 °C). Posteriormente los monolitos obtenidos fueron desmon-
tados de sus respectivos recipientes y colocados en un desecador para su
posterior tratamiento térmico, ensayos in vitro y/o caracterización.

160
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 161

5.4. CALCINADO
Los monolitos obtenidos fueron calcinados a 600 °C por 5 horas (condi-
ciones optimizadas) en una mufla abierta a la atmósfera para la eliminación
de la materia orgánica.

5.5. CARACTERIZACIÓN DE LOS MONOLITOS


La estructura (forma, tamaño y distribución de poros y pared) y composición
de los monolitos fue estudiada utilizando técnicas de microscopia electrónica
de barrido y espectroscopía de energía dispersiva acoplada (SEM-EDS) (Zeiss
Supra-40). Los monolitos fueron adheridos al portamuestras de aluminio
con un cianoacrilato como adhesivo y luego metalizadas con oro para su
análisis por microscopía SEM. En la selección de los monolitos se tuvo en
cuenta que estos posean propiedades mecánicas adecuadas que permitan su
manipulación en el montaje de los mismos. Las mediciones de distancia entre
las paredes que forman el poro y el espesor de pared entre los poros se llevó
a cabo por medio del procesamiento de imágenes SEM utilizando el programa
Image J. El análisis estadístico del promedio y su desviación estándar fue
hecha en base a 100 mediciones.
La estabilidad térmica de las dispersiones de leche, LM y LMC y de los
monolitos obtenidos con distintas proporciones de leche-LUDOX fue
estudiada por análisis termogravimétrico (TGA) en condiciones de flujo de
aire de 50 mL/min usando una rampa de calentamiento de 5 °C por minuto
(TG50 Shimadzu).
Las diferencias de composición entre las leches y la efectividad del
calcinado fueron analizadas utilizando espectroscopía infrarroja por transfor-
mada de Fourier (FTIR) (NICOLET 8700 20 SXC). Para ello se utilizó el
método de pastilla de KBr. Los espectros fueron obtenidos en base a 32
barridos con una resolución de 4 cm–1 entre 4000 y 400 cm–1.
Las fases cristalinas obtenidas luego del tratamiento térmico de los monolitos
fueron analizadas en un difractómetro de rayos X de polvos (PXRD)
(Siemens D5000) utilizando radiación Cu KȊ en el rango de 2 Ȓ de 10-40º.

5.6. ENSAYOS DE BIOACTIVIDAD IN VITRO: MINERALIZACIÓN EN (SBF)


Los monolitos sometidos a las distintas condiciones se sumergieron en
una solución de SBF (con una relación 200 mg monolito / 50 ml SBF). La
solución de SBF de pH 7,4 fue preparada según Kokubo y Takadama. Los
monolitos junto con la solución de SBF fueron incubados a 37 °C en estufa
bajo condiciones estériles por períodos de 1 a 14 días. Una vez removidos de

161
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 162

la solución de incubado las muestras fueron lavadas con agua bidestilada y


etanol, secadas a temperatura ambiente y colocadas en un desecador para su
posterior caracterización (Kokubo & Takadama, 2006).

5.6.1. Caracterización de la mineralización


La bioactividad de las muestras es verificada por medio de la formación
de hidroxiapatita (HA). Para ello se utilizaron las muestras incubadas en SBF
a distintos tiempos y reservadas en un desecador. La formación de HA se
analizó por espectroscopía infrarroja de transmisión por transformada de
Fourier (FTIR) (NICOLET 8700 20 SXC) y por microscopía electrónica
de barrido (SEM) (Zeiss Supra-40). Además la evolución del pH del SBF
luego de estar en contacto durante un periodo de tiempo con el monolito se
determinó con un pHmetro Oakton.

6. RESULTADOS Y DISCUSIONES

6.1. ELECCIÓN DE CONDICIONES ADECUADAS DE SÍNTESIS

6.1.1. Reproducibilidad de la centrifugación


Al diseñar la síntesis del material se buscó lograr que la leche utilizada
sea lo más homogénea y reproducible posible, para ello se centrifugó leche
reconstituida (LM). Su análisis termogravimétrico demostró que, indepen-
dientemente del tiempo de centrifugado el porcentaje de cenizas inorgánicas
(mayormente óxidos de Ca (II), Na (I) y fosfatos) no presenta una diferencia
significativa. Siendo esto importante ya que las cenizas inorgánicas son la
fuente de Ca (II) y P (V), los que proveen bioactividad a los monolitos. Se
adoptó como metodología la utilización de leche centrifugada por 20
minutos con el fin de minimizar el tiempo de síntesis (LMC).
6.1.2. Tiempo de gelificación de LUDOX ® respecto al pH
Se estudió el gelificado de la dispersión de LUDOX® a diferentes pH, de
acuerdo a estos resultados y teniendo en cuenta que el pH de la leche se
encuentra entre 6,6 y 6,8, se optó por trabajar a pH 8, un pH de compromiso
tal que la LUDOX® pudiera gelificar y que la estructura de los componentes
de la leche no sea alterada (desnaturalización de proteínas, ruptura de la
membrana lipídica, etc.).

162
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 163

6.2. ANÁLISIS DE COMPOSICIÓN DE LOS MONOLITOS

6.2.1. Estudio del efecto de centrifugado y calcinado en


la composición de los monolitos
En la Figura 3A se muestran los termogramas representativos de un grupo
de monolitos de composición 5 % en silicio y 50 % LM y LMC. En ellos se
observan inicialmente una pérdida de masa asociada a la pérdida de agua
(hasta 200 °C), luego una pérdida asociada a la eliminación de los compuestos
de moldeo (proteínas y lípidos) en el caso de las muestras que contienen leche,
y finalmente la pérdida de los grupos silanoles. En las muestras que contienen
leche se observa que la eliminación total de materia orgánica se da tras los
500 °C. Por ello, y teniendo en cuenta que se desea que la temperatura de
calcinado también ayude a mejorar las propiedades mecánicas de la muestra
(consolidación del material) se adopta como temperatura de calcinado
600 °C. Esto es confirmado ya que en la muestra Si 5 – LM 50 calcinado solo
se observa la pérdida de agua y grupos silanoles. Por otro lado, al comparar
los monolitos con LM y LMC se observa una menor pérdida de peso en
LMC debido a que la leche centrifugada aporta menos agentes de moldeo.
Dicho esto es de esperar que las muestras centrifugadas sean menos porosas
que las no centrifugadas debido a la menor cantidad de moldes orgánicos.

Figura 3. Efecto de la centrifugación y calcinado en la composición de


los monolitos (A) Termograma (B) Espectros FTIR. Composiciones:
5 % Silicio y 50 % leche no centrifugada y centrifugada (Si5-LM/LMC 50).

163
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 164

La variación de la composición de los monolitos debido al centrifugado


y el calcinado se analizó por espectroscopia IR para las muestras de igual
composición que las anteriores y tomando como referencia el espectro
correspondiente a una muestra que contiene solo oxido de silicio, Si 5 – LM 0
(Figura 3B). Al comparar el espectro de Si 5 – LM 0 respecto a Si 5 – LM
50 se pueden observar bandas asociadas a la presencia de proteínas: la banda
II de la amida cerca de 1544-1548 cm–1 y la banda I de la amida que se
encuentra a 1630-1670 cm–1 superpuesta a una banda de Si-OH. Además se
observa una banda a 1750 cm–1 y las bandas entre 2800 y 3000 cm–1
asociadas a las grasas. Esto muestra que las proteínas y grasas provenientes
de la leche están presentes en el monolito sin haber sido demasiado dañadas
o alteradas en el proceso de congelado y liofilizado. Una comparación del
espectro de las muestras que han sido centrifugadas respecto a las no
centrifugadas
(Si 5 – LM 50 y Si 5 – LMC 50) muestra que al centrifugar se pierden
principalmente las proteínas, quedando una cantidad considerable de grasas
por lo que es de esperar que los monolitos LMC posean menos porosidad
submicrométrica. La eficiencia de la remoción de las sustancias orgánicas por
el calcinado (600 °C por 5 horas) se comprueba ya que en las muestras calcinadas
con leche (Si 5 – LM 50 y LMC 50 calcinadas), desaparecen totalmente las
bandas asociadas a las proteínas y grasas. Esto además fue confirmado por
la técnica de espectroscopia de energía dispersiva (EDS) la cual permite la
estimación de porcentajes de elementos en la muestra. Los resultados para un
monolito calcinado (Si 10 – LMC 75) mostraron en su composición silicio,
calcio y fósforo en relación 10/1/1 y no se encontró carbono ni nitrógeno.

6.3. ESTUDIO DE HOMOGENEIDAD A


DISTINTAS TEMPERATURAS POR PDRX
El tratamiento térmico para consolidar el bioglass, puede provocar
heterogeneidad química debido a una segregación de fases de las especies
inorgánicas. La homogeneidad química en estos materiales, se relaciona con
una distribución homogénea de las especies, lo cual se manifiesta en la conser-
vación de la estructura amorfa de los monolitos respecto a la temperatura, ya
que se ha comprobado que una estructura cristalina disminuye la bioactividad
del material. Estos cambios son evaluados por medio de difracción de rayos X.

164
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 165

Figura 4. Espectros de difracción de rayos X de polvos de monolitos


de distintas composiciones (leche, LUDOX® y Si 10 - LMC 75),
calcinados a 600 u 800 °C.

En la Figura 4 se comparan los difractogramas de monolitos de LUDOX®


y Leche en polvo respecto a una composición tomada como ejemplo (Si 10
– LMC 75), todas fueron calcinadas a distintas temperaturas. En ella se
observa que a ambas temperaturas de calcinado la leche calcinada posee una
estructura cristalina, mientras que la dispersión de LUDOX® y los monolitos
Si 10 – LMC 75 poseen estructuras amorfas. De estos resultados se deduce
que no se produce segregación de fases al calcinar la muestra, mostrando así
la homogeneidad química de la muestra que se conserva aún a temperaturas
mayores a la del calcinado (800 °C).

6.4. ESTUDIO DE VARIABLES PREPARATIVAS EN LA ESTRUCTURA


Los resultados mostraron que la LM sometida al método ISISA se
estructura, mientras que la LUDOX® no lo hace, resultando de esta última
un polvo. Esto demuestra el papel importante que cumple la leche en la
conservación de la estructura de los monolitos. La inspección de la sección
transversal de los monolitos por microscopía de barrido SEM revela una
textura homogénea, de paredes lisas y sin segregación de fases lo cual coincide
con los resultados obtenidos por difracción de rayos X. Es importante notar
que los monolitos exhiben una porosidad submicrométrica dentro de las
paredes (Figura 5).

165
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 166

Figura 5. Micrografía SEM de un monolito, donde se observa la


homogeneidad de la pared y la porosidad submicrométrica de la misma.

1 Ȗm

6.4.1. Efecto del calcinado


Al comparar la estructura de una muestra antes y después de calcinar, no
se observa un cambio macroscópico evidente. Sin embargo al observar en
detalle la pared por SEM se puede apreciar que la muestra calcinada es más
porosa. Esto se debe a que al calcinar la muestra los moldes orgánicos de la
leche son eliminados, dejando cavidades vacías de tamaños menores que el
micrón. Lo cual se confirma por la comparación de tamaños de la medición
de la porosidad submicrométrica a partir de las micrografías SEM (0,23 ±
0,04 Ȗm y 0,37 ± 0,03 Ȗm aproximadamente) y el diámetro de las micelas
de caseína (0,2 – 0,4 Ȗm) (Figura 6). Por otro lado la comparación de las
mediciones de las distancias promedio entre paredes de los poros y el espesor
de pared para las muestras no calcinadas y calcinadas, en los gráficos de la
Figura 6, muestra que no hay un cambio apreciable en estos parámetros al
incrementar el porcentaje de leche. Sin embargo la variación del espesor de
pared para estas muestras revela un aumento en el espesor con la calcinación.
Este hecho es coherente con el aumento de la consolidación de la estructura
por el calcinado y se asocia a una mejora en las propiedades mecánicas del
monolito.

166
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 167

Figura 6. Parte superior: Micrografías SEM para un monolito no


calcinado (Si 10 – LM 75 2mm/min) y calcinado (Si 10 – LM 75 Cal
2mm/min). Parte inferior: Gráficos de distancia entre paredes y espesor
de la pared promedio para muestras no calcinadas (negro) y calcinadas
con un porcentaje de silicio del 10 % y leche 50 % y 75 %.

Si 10 – LM 75 2mm/min Si 10 – LM 75 Cal 2mm/min

1 Ȗm

6.4.2. Efecto del centrifugado


Para realizar la comparación entre LM y LMC, se ejemplifica con dos
muestras calcinadas de igual porcentaje de silicio y leche (Si 10 – LMC 75 y
Si 10 – LM 75), donde se observa que por el proceso de centrifugado
disminuye la cantidad de agentes de moldeo orgánico para porosidad
submicrométrica, resultando en una menor cantidad de dicha porosidad en
el monolito. Lo cual está de acuerdo con los resultados mencionados
anteriormente por espectroscopía infrarroja. La medición de las dimensiones
de los mismos arrojó un valor levemente menor (0,23 ± 0,04 Ȗm, 0,14 ±
0,02 Ȗm), que el medido anteriormente para las muestras realizadas a partir
de LM (0,37 ± 0,03 Ȗm, 0,20 ± 0,02 Ȗm). Respecto a su estructura se
observa que las muestras centrifugadas poseen una distribución de poros
menos homogénea y de mayor dimensión (Figura 7).

167
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 168

Figura 7. Micrografías SEM del corte transversal de monolitos mostrando


el efecto del centrifugado en la estructura. Para monolitos de porcentaje
de leche constante de 75 % y 10 % de SiO2. En la parte inferior se
muestran las imágenes con mayor magnificación.

Si 10 – LMC 75 Cal 2mm/min Si 10 – LM 75 Cal 2mm/min

100 Ȗm

1 Ȗm

6.4.3. Efecto del porcentaje de solidos totales


Como se mencionó anteriormente, una de las variables que influyen en
la estructuración por el método ISISA es el porcentaje de solidos totales en
la muestra. Teniendo esto en cuenta, se estudió el efecto de la variación del
porcentaje de leche (LM y LMC) y el porcentaje de silicio en la estructura
final de los monolitos. En ambos casos se observaron tendencias similares, ya
que un aumento en el porcentaje de solidos totales produjo una disminución
del diámetro de los poros, un aumento del espesor de pared, una disminución
en la distancia entre paredes y una distribución de tamaño de poros más
homogénea (menor desviación estándar en los resultados). Esto se aprecia en
los gráficos de la Figura 8.

168
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 169

Figura 8. Gráficos de distancia entre paredes y espesor de pared en


función del porcentaje de silicio y en función de leche (en particular LMC).

6.4.4. Efecto de velocidad de frente de congelado

Figura 9. Micrografías SEM de dos monolitos calcinados


representativos de igual composición (14 % de silicio y 75 % de LMC),
para distintas velocidades de congelado.

2 mm/min 4 mm/min

60 Ȗm

169
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 170

Se observa que una menor velocidad de congelado provoca un aumento


en el tamaño de los poros, distancia entre paredes y homogeneidad en la
distribución de ellos. Lo cual puede ser explicado teniendo en cuenta que
menores velocidades de congelado permiten la formación de mayores cristales
de hielo, siendo estos los que actúan como moldes de los macroporos. Por
otro lado, y en concordancia con resultados previos para estos materiales, se
observa que la variación de la velocidad de congelado influye en mayor grado
que el porcentaje de sólidos en la estructura final. (Gutiérrez, Ferrer & Del
Monte, 2008; Deville, 2007; Minaberry & Jobbagy, 2011). En nuestro sistema
la medición del espesor de pared para estas dos velocidades dio como resul-
tado un aumento del doble del espesor de pared al disminuir a la mitad la
velocidad de congelado (4 mm/min 1,6 ± 0,5 Ȗm y a 2 mm/min 2,6 ± 0,8 Ȗm).

6.5. ENSAYOS DE BIOACTIVIDAD:


CARACTERIZACIÓN DE LA MINERALIZACIÓN
En estos ensayos se decidió acotar el estudio a las muestras que presentaron
propiedades mecánicas aceptables que permitieron su manipulación. Como
blanco se ensayó una muestra compuesta solamente con LUDOX®. La
formación y crecimiento de hidroxiapatita (HA), considerado como pará-
metro de la bioactividad in vitro, fue seguido en el tiempo por espectroscopia
infrarroja (FTIR) y microscopía electrónica de barrido (SEM) a partir de las
muestras incubadas en SBF a 37 °C por diferentes períodos de tiempo (desde
1 día hasta 14).
En la Figura 10 se muestra como ejemplo el seguimiento de un monolito
bioactivo por espectroscopia IR (Si 5 – LMC 75 calcinada). En él se añade
como referencia el espectro de HA comercial, el cual presenta un doblete
característico aproximadamente a 560 y 600 cm–1 relacionado con las
vibraciones bending de enlace P-O de la fase hidroxiapatita y que es tomado
en la literatura como indicativo de la formación de HA cristalina y por lo
tanto de la bioactividad de la muestra (Vallet-Regí, 2009; Andersson et al,
2007). En general se observa en el primer día de incubado, una banda débil
a 600 cm–1, asignable a la vibración P-O amorfo, para luego a la semana
observarse el desdoblamiento correspondiente al fosfato cristalino (doblete a
560 y 600 cm –1 aproximadamente).

170
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 171

Figura 10A. Ejemplo de los espectros IR de una muestra (Si 5 – LMC 75


calcinada) incubada en SBF a 37 °C a distintos tiempos.
Figura 10B. Imagen SEM de un cristal de hidroxiapatita
crecido luego de un día de incubado.
(A) (B)
400 Ȗm

En la Tabla 3 se muestra un resumen de la bioactividad obtenida para las


muestras ensayadas, denominándose con un «+» las muestras bioactivas.

Tabla 3.Tabla donde se muestra la bioactividad de los bioglasses, donde


«+» indica bioactividad positiva (formación de HA) y «–»
indica que el bioglass no tiene bioactividad.
LM 50 LMC LMC LM 75 LMC LMC
LM 0 LM 50 LM 75
Cal 50 50 Cal Cal 75 75 Cal
Si 5 – – + + + – + + +
Si 8 + + – + + +
Si 10 – – + + + – + + +
Si 14 – +

Es importante notar que en comparación con las muestras no calcinadas,


todas las muestras calcinadas exhiben bioactividad, por lo que se observa una
relación entre submicroporosidad y bioactividad. Esto ya ha sido reportado
en la literatura, viéndose además que es necesaria una temperatura de
calcinación mayor a 400 °C para que el calcio pueda introducirse en la red
y resultar biodisponible (Jones et al., 2010). Como era de esperar, las
muestras control que contienen solo LUDOX® no mostraron bioactividad,
confirmando que la concentración de calcio y fósforo aportada por la leche
es necesaria y suficiente para generar bioactividad en las muestras.

171
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 172

Las micrografías obtenidas por microscopia SEM confirman los resultados


obtenidos por espectroscopía FTIR. Por otro lado la técnica SEM mostró
ser mucho más sensible en la detección de la bioactividad dado que es posible
reconocer algunos pocos cristales de HA (Figura 10B), resultado imposible de
obtener por FTIR. Una inspección detallada de las imágenes (no mostradas
por limitación en la extensión del trabajo) muestran que la HA se forma
preferentemente sobre irregularidades de la microestructura. En concordancia
con esto los monolitos que poseen bioactividad son los que mostraron mayores
irregularidades en su estructura (muestras de LMC comparado con las de LM).

6.6. EVOLUCIÓN DEL PH EN SOLUCIONES


DE INCUBADO A DIFERENTES TIEMPOS
La evolución del pH de las soluciones de SBF en que fueron incubadas las
muestras resulta un dato importante ya que una de las desventajas de los
biovidrios es el aumento pronunciado del pH en los primeros períodos de
incubado, lo que resulta tóxico para las células y tejidos adyacentes (López-
Noriega et al., 2006). En nuestro caso la variación del pH de las soluciones
de SBF de las muestras incubadas fue muy poca (entre 7,3-7,6), lo cual
resulta ventajoso por lo antes mencionado.

7. CONCLUSIONES
Se pudo obtener un material bioactivo y autosoportable a partir de
precursores comerciales y de bajo costo (LUDOX® – leche) utilizando las
ventajas de modulación de la estructura del método ISISA y en condiciones
de síntesis de bajo o nulo impacto ambiental. Como valor agregado estos
materiales mostraron una estructura jerárquica con macro y submicroporosidad
disponiéndose además de forma ordenada e interconectada.
En particular los monolitos obtenidos resultaron químicamente homo-
géneos, aun después del calcinado, ya que no se observó segregación de fases
en los estudios de XRD y SEM. Además el estudio de las variables
preparativas sobre la estructura final del monolito permitió obtener las
siguientes conclusiones.
7.1. CALCINADO
La temperatura y tiempo seleccionados lograron aumentar la consolidación
de la estructura sin llegar a colapsar los macroporos, obteniéndose una
estructura bimodal de macroporos con porosidad submicrométrica de
dimensiones similares a la caseína de la leche.

172
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 173

7.2. CENTRIFUGADO
Se observa que las muestras con leche centrifugada poseen estructuras con
poros más grandes y mayor distancia entre láminas. Aunque la cantidad de
porosidad submicrométrica es menor se conserva la jerarquía de poros.
7.3. SOLIDOS TOTALES
Para lograr una estructura autosoportada se requiere leche en su
formulación ya que las dispersiones de LUDOX® en agua no mantienen la
estructura resultando un polvo. En los monolitos estructurados un aumento
en el porcentaje de sólidos por un aumento de LUDOX® o leche provoca una
disminución en el tamaño de poros y un aumento del espesor de los mismos
y una mayor interconexión entre paredes.
7.4.VELOCIDAD DE CONGELADO
La velocidad de congelado mostró tener mayor influencia en la modulación
de la estructura final ya que disminuyendo la velocidad a la mitad, se observó
un aumento del espesor y tamaño de poro del doble.
Finalmente, se logró obtener un crecimiento de HA en un tiempo
razonable, mostrando que la homogeneidad química es suficiente como para
asegurar la biomineralización in vitro de los monolitos. Los resultados también
mostraron que la microestructura es un factor importante en la aparición
de HA ya que se obtuvo una formación preferencial de HA en ciertas irregu-
laridades de la muestra, observándose que el calcinado y el centrifugado
favorece el crecimiento de ella.
Como última consideración, se debe tener en cuenta los beneficios que
reporta no solo el bajo costo de los precursores de la síntesis (LUDOX®:
USD 780,07 por 4 litros y Leche: UDS 1 por litro) comparado con los
biocerámicos que se encuentran en el mercado (UDS 1000-2000 por 10 g)
sino la simplicidad y el bajo impacto ambiental de la síntesis. Lo cual genera
la posibilidad de producir un biomaterial para la regeneración ósea en la
región del MERCOSUR de manera sostenible.
7.5. PERSPECTIVAS PARA EL FUTURO
Debido al trabajo realizado, han surgido varios puntos interesantes para
seguir desarrollando en un trabajo en el futuro. Por ejemplo, realizar estudios
mecánicos de los monolitos (ensayos de compresión) con muestras calcinadas
a distintas temperaturas para poder evaluar su potencial aplicación como
reemplazo óseo.
Además, sabiendo que la velocidad de congelado afecta en alto grado la
microestructura del material, sería importante completar los estudios in vitro

173
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 174

para las muestras preparadas a velocidad baja. Por otro lado y visto que la
leche no solo afecta a la relación Ca/P, sino que también es muy importante
en la estructura de los monolitos, sería interesante extender el estudio a
mayores concentraciones de leche.
Teniendo en cuenta la aplicación de este material, sería muy importante
realizar pruebas in vivo con cultivos celulares para luego probar ensayos de
injertos en animales.
Finalmente, sería necesaria la interacción con otras disciplinas a fin de
estudiar la puesta a punto del desarrollo del material para su posterior
comercialización.

8.BIBLIOGRAFÍA
ABRAHAM, G et al. La ciencia y la ingeniería de los biomateriales, un desafío
interdisciplinario. Ciencia Hoy, v. 49, 1998
ANDERSSON, J. et al. J. Mater. Chem., v. 17, n. 5, p. 463–468, 2007.
ARCOS, D.; VALLET-REGÍ, M. Sol-gel silica based biomaterials and bone tissue
regeneration. Acta Biomaterialia, n. 6, p. 2874-2888, 2010.
BELITZ, H. D.; GROSCH, W.; SCHIEBERLE, P. Food Chemistry. 4.ed. Bonn:
Springer, 2009.
CARMUEGA, E. Los beneficios de la leche para la dieta del ser humano. In:
CONGRESO PANAMERICANO DE LECHERÍA, 8. Miami, EE. UU, 2004.
Anais… Montevideo: Federación Panamericana de Lechería, 2004.
DEVILLE, S.; SAIZ, E.; TOMSIA, A. P. Ice-templated porous alumina structures.
Acta Mater., n. 55, p. 1965-1974, 2007.
GUTIÉRREZ, M. C.; FERRER, M. L.; DEL MONTE, F. Ice-Templated
Materials: Sophisticated Structures Exhibiting Enhanced Functionalities Obtained
after Unidirectional Freezing and Ice-Segregation-Induced Self-Assembly. Chem.
Mater., v. 20, n. 3, p. 634–648, 2008.
GUTIÉRREZ, M. C. et al. Hydrogel Scaffolds with Immobilized Bacteria for 3D
Cultures. Chem. Mater., v. 19, n. 8, p. 1968–1973, 2007.
HENCH, L. L. et al. J Biomed Mater Res, n. 2, p. 117, 1971.
HOLY, C. E.; SHOICHET, M. S.; DAVIES, J. E. Engineering three-dimensional
bone tissue in vitro using biodegradable scaffolds: investigating initial cell-seeding
density and culture period. J. Biomed. Mater. Res., v. 51, n. 3, p. 376–382, 2000.
JONES, J. R et al. Bioactive glass sacffolds for bone regeneration and their
regeneration and their hierarchical characterization. J Engineering in Medicine, v.
224, p. 1373-1387, 2010.

174
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 175

KOKUBO, T.; TAKADAMA, H. How useful is SBF in predicting in vivo bone


bioactivity?. Biomaterials, n. 27, p. 2907–2915, 2006.
LE GEROS, R. Z. Properties of osteoconductive biomateriasl:calcium phosphates.
Clin. Orthopaed. Related Res., v. 395, p. 81-98, 2002.
LÓPEZ-NORIEGA, A. et al. Chem. Mater., v.18, n. 13, p. 3137–3144, 2006.
MINABERRY, Y.; JOBBÁGY, M. Macroporous bioglass scaffolds prepared by
coupling sol–gel with freeze drying. Chem. Mater., n. 23, p. 2327–2332, 2011.
MIRANDA, I. Agroindustrias Alimentarias del MERCOSUR. 2004. Disponible en:
<http://www.neticoop.org.uy/article462.html>. Consultado el: ago. 2011.
REZWAN, K et al. Biodegradable and bioactive porous polymer/inorganic
composite scaffolds for bone tissue engineering. Biomaterials. v. 27, n. 18, p. 3413-
3431, 2006.
VARAONA J. AABT presenta los siguientes Bancos de Tejido. 2011. Disponible en:
<http://www.aabtweb.org/huesos.html>. Consultado el: ago. 2011
VALLET-REGÍ, M.; ARCOS, D. Biomimetic Nanoceramics in Clinical Use: from
materials to applications; RSC Nanoscience & Nanotechnology. Cambridge: Royal
Society of Chemistry Publishing, 2009.

175
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 177

Categoria Joven Pesquisador


Menção Honrosa

PRODUÇÃO DE H2 SOBRE CATALISADORES


Cu/CeO2 SINTETIZADOS SEM IMPREGNAÇÃO
DA ESPÉCIE CATALÍTICA ATIVA

Autora: Laédna Souto Neiva, 32 anos, doutorado completo

País: Brasil

177
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 179

PRODUÇÃO DE H2 SOBRE
CATALISADORES Cu/CeO2
SINTETIZADOS SEM IMPREGNAÇÃO
DA ESPÉCIE CATALÍTICA ATIVA

RESUMO
O objetivo deste trabalho é sintetizar, em uma única etapa de síntese,
amostras de catalisadores compostas por Cu/CeO2, com 0,2 mol de Cu, por
meio de dois métodos de síntese distintos, método da reação de combustão
e método Pechini, de forma que não seja necessária a realização de etapas
complementares para a impregnação da espécie catalítica ativa. Avaliar a
influência desses métodos de síntese sobre as características estruturais e,
sobretudo, catalíticas das amostras obtidas faz parte dos objetivos deste
trabalho. As amostras de catalisadores obtidas por ambos os métodos de
síntese mencionados foram submetidas às seguintes caracterizações: difração
de raios-X com refinamento pelo método Rietveld, análise química por meio
da técnica EDX, MEV, análise granulométrica e, por fim, avaliação catalítica,
em escala de bancada, na reação de PROX. De acordo com os resultados,
o tipo de estrutura apresentada, no tocante à formação das fases que a
compõem, por cada amostra de catalisador obtida, variou em função do tipo
do método de síntese utilizado na obtenção desta. Assim como nos resultados
da análise estrutural, também na avaliação catalítica, os métodos de síntese
demonstraram ter exercido influência, uma vez que a amostra de catalisador
sintetizada pelo método Pechini mereceu destaque, por ter promovido
percentuais de atividade catalítica mais elevados, além de ter atingido seu
desempenho máximo em uma temperatura reacional inferior aos valores
registrados para a amostra de catalisador com mesma composição, avaliada
sob as mesmas condições, porém sintetizada pelo método da reação de
combustão.

179
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 180

1. INTRODUÇÃO
O gás natural é um hidrocarboneto resultante da decomposição de matérias
orgânicas durante milhões de anos. É encontrado no subsolo, em rochas
porosas isoladas do meio ambiente por uma camada impermeável. Em suas
primeiras etapas de decomposição, a matéria orgânica produz o petróleo. Em
seus últimos estágios de degradação, o gás natural. Por isso, é comum a
descoberta do gás natural tanto associado ao petróleo quanto em campos
isolados (gás natural não associado) (ANEEL, 2008).
O interesse pelo gás natural está diretamente relacionado à busca de
alternativas ao petróleo e de fontes menos agressivas ao meio ambiente. Esse
comportamento resultou na intensificação das atividades de prospecção e
exploração, particulamente entre os países em desenvolvimento. O resultado
foi não só o aumento do volume, mas também a expansão geográfica das
reservas provadas (ANEEL, 2008).
Fishtik et al. (2000) afirmam que, em momentos de escassez de recursos
energéticos, como o atual, é extremamente necessário o desenvolvimento de
formas alternativas para a obtenção de energia, e uma dessas formas é a
utilização do hidrogênio para a geração de energia elétrica através de células
combustíveis, devido ao alto rendimento energético e à baixa emissão de
poluentes ambientais. Esses mesmos pesquisadores também relatam a exis-
tência de diferentes processos para produção de hidrogênio a partir de
combustíveis primários, também conhecidos como combustíveis fósseis.
Para Pompermayer (2009), a geração de energia é fundamental para o
desenvolvimento socioeconômico de um país ou região. De alguma forma,
está presente em toda a cadeia de produção, distribuição e uso final de bens
e serviços. Igualmente importante é o papel da tecnologia no desenvolvimento
equilibrado e sustentável dos vários setores da economia, principalmente o da
geração de energia. Quanto mais se agrega conhecimento e tecnologia a um
produto ou serviço, maior seu valor de mercado e seu benefício para a
sociedade. Geram-se empregos qualificados, melhoram-se a distribuição de
renda e a qualidade de vida das pessoas, dinamiza-se a economia e aumenta-
se a soberania do país.
De acordo com uma pesquisa realizada por Costa et al. (2002), a área de
desenvolvimento de materiais nanoestruturados para uso em catálise tem
recebido muita atenção. Isso porque a catálise é um processo que ocorre na
superfície do sistema catalítico e, nesse sentido, as elevadas áreas superficiais,
apresentadas por um conjunto de partículas nanométricas em relação ao
seu volume, otimizam ao máximo os processos catalíticos heterogêneos.

180
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 181

A referida pesquisa ainda concluiu que muitos métodos de síntese têm sido
empregados nesta área no intuito de produzirem-se catalisadores constituídos
por partículas nanométricas, com baixo grau de aglomeração e estreita faixa
de distribuição de tamanho.
Neiva (2007) concluiu que, para aplicação em processos de catálise hete-
rogênea, a forma de preparação do catalisador deve ser capaz de gerar uma
porosidade nas matrizes hospedeiras que permitam o acesso dos reagentes, ou
seja, das cargas a serem processadas, aos centros hospedeiros dos sítios
cataliticamente ativos. Segundo a conclusão deste trabalho, o método de
preparação do catalisador exerce forte influência sobre as características
estruturais formadas no material obtido.
Com base nesse contexto, o objetivo deste trabalho é desenvolver catali-
sadores de Cu/CeO2 para serem aplicados especificamente na reação catalítica
de oxidação preferencial do CO (PROX), isto é, para purificação de fluxos
gasosos ricos em H2, porém contaminados com CO. Em outras palavras,
este trabalho objetiva obter um fluxo de H2 de alta pureza, oriundo do
metano, principal constituinte do gás natural.

2. JUSTIFICATIVA
O gás natural é considerado o insumo mais adequado para a geração de
hidrogênio de alta pureza, e o uso energético do hidrogênio para diversos
fins tem sido alvo de numerosas pesquisas no mundo todo que envolvem
vultuosas quantias em dinheiro. São pesquisas que não param de criar rami-
ficações e, por sua vez, dão origem a outras no sentido de confirmar premissas
ou otimizar processos já existentes, assim, torna-se muito atrativo o estudo
de temas pertinentes a esse assunto de um modo geral. Existem incontáveis
temas de estudos que envolvem as tecnologias de transformação do gás
natural como um bem de consumo utilizado na geração de outro bem de
consumo, neste caso, o hidrogênio. A questão de preservação ambiental no
tocante à geração de energia, considerando a não emissão de partículas de
carbono para a atmosfera, valoriza o estudo dessa temática (ALMEIDA,
2008; ANEEL, 2008).
Com a descoberta do pré-sal, no litoral brasileiro, existe a possibilidade de
haver um volume incalculável de gás natural nessa área, e isso pode repre-
sentar uma grande oportunidade para uma nova política gasífera que busque
disponibilizar para o Brasil a geração de grande quantidade de energia a
preços competitivos. O gás natural tem potencial para tornar-se um fator
importante de industrialização e desenvolvimento (ALMEIDA, 2008).

181
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 182

A realização deste trabalho foi motivada pela contribuição que seus


resultados poderão agregar à temática da sustentabilidade, isto é, os resultados
deste trabalho poderão somar novas informações à literatura pertinente
à questão do suprimento da demanda crescente por energia associado à
preservação ambiental. Além desses aspectos, o fator de maior motivação
para o desenvolvimento desta proposta de trabalho foi o desafio de sintetizar
catalisadores, compostos por Cu/CeO2, por meio de metodologias que levem
à preparação completa desses materiais em uma única etapa, sem ser neces-
sária a realização de uma etapa exclusivamente para fazer-se a impregnação
da espécie ativa sobre um suporte ou substrato catalítico, como se encontra
comumente na literatura em relatos sobre síntese de catalisadores. O desen-
volvimento deste trabalho fica justificado por sua relevância tanto no âmbito
científico associado ao desenvolvimento de materiais para serem empregados
em uma aplicação considerada nobre – a obtenção de um fluxo de hidrogênio
de alta pureza –, quanto no âmbito social, dada sua contribuição para o
fortalecimento de políticas de geração de energia, de forma alternativa, por
meio da utilização de um combustível limpo.

3. OBJETIVOS
O objetivo deste trabalho é desenvolver (sintetizar, caracterizar e analisar)
catalisadores, compostos por Cu/CeO2, por meio de dois métodos de síntese
distintos: reação de combustão e Pechini. Faz parte do objetivo deste trabalho
avaliar a influência do método de síntese utilizado sobre as características
finais dos catalisadores obtidos, na forma de pó cerâmico, com relação às
características estruturais e, sobretudo, com relação ao desempenho catalítico
desses materiais ao serem empregados na reação de oxidação preferencial do
CO (PROX).

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O catalisador tem a função clássica de acelerar a ocorrência de uma reação
química, e faz isso por meio da formação de vínculos entre as moléculas que
devem reagir entre si; a reação catalítica, por sua vez, é um evento cíclico
onde o catalisador atua e poderá ser recuperado na sua forma original no
final do ciclo, ficando disponível para atuar no próximo ciclo de reação
(BOWKER, 1998).
Figueiredo e Ribeiro (1987) descrevem o mecanismo de ocorrência de
um processo catalítico da seguinte forma, seja a reação R → P, cuja velocidade

182
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 183

é pequena ou desprezível. Em presença da substância X, pode tornar-se


possível um novo mecanismo reacional. Se o processo reacional é agora
significativamente mais rápido, X é um catalisador. A reação catalítica é, pois,
uma sequência fechada de etapas elementares, análogas à propagação numa
reação em cadeia. O catalisador intervém no mecanismo, mas é regenerado
no fim de cada ciclo reacional. Em consequência dessa definição, poderia
supor-se que a duração de catalisador seria ilimitada, mas não é. Contudo, o
tempo de vida de um catalisador ativo é sempre muito maior que a duração
do tempo reacional.
Diferentes métodos para remoção do CO em fluxos de hidrogênio têm
sido estudados, incluindo os métodos de purificação por meio de membranas
metálicas, metanação do CO e reação de oxidação preferencial do CO
(PROX). Entre estes métodos, a reação de oxidação preferencial do CO tem
sido considerada o mais eficiente para esse objetivo. Nesse método, as três
seguintes reações ocorrem:

CO + (½)O2 → CO2
H2 + (½)O2 → H2O
CO + 3H2 → CH4 + H2O

A última reação, a qual é chamada de metanação, não é interessante nesse


processo e deve ser evitada, pois ela consome uma grande e valiosa quantidade
de hidrogênio que deveria ser aproveitada como produto da reação de PROX
(TAKENAKA; SHIMIZU; OTSUKA., 2004; AVGOUROPOLOUS et al.,
2001).
A reação de oxidação preferencial, PROX, também conhecida como reação
seletiva, SELOX, é um processo constituído por uma reação exotérmica, e o
termo preferencial quer dizer que esta reação pode ser realizada na presença
de hidrogênio, sem que ele seja oxidado a H2O (GOERKE; PFEIFER;
SCHUBERT, 2004). A reação de oxidação preferencial do CO é atualmente
muito usada na purificação de fluxos de H2 contaminados com CO. Devido
à simplicidade dessa reação, ela é adequada para operações de grande ou
pequeno porte (MANASILP; GULARI, 2002).
O desenvolvimento de catalisadores eficientes para aplicação na reação de
oxidação do CO tornou-se um tópico de pesquisa importante nos últimos
anos devido a sua nobre aplicação na obtenção de um fluxo de H2 de alta
pureza, que pode ser usado inclusive para abastecer células combustíveis. A reação
de oxidação preferencial do CO com fluxo de oxigênio, isto é, a reação de

183
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 184

PROX, é o método mais simples, mais eficiente e o mais usado para a


remoção de CO em fluxos de gases ricos em H2. Para um catalisador ser
considerado eficiente para aplicação na reação de PROX, ele deve atender a
três importantes requisitos: (i) alta taxa de oxidação, (ii) alta seletividade com
relação às moléculas de H2 presentes no fluxo gasoso e (iii) alta estabilidade
durante o tempo da reação (AVGOUROPOULOS; IOANNIDES, 2003).
Vários estudos têm sido conduzidos no sentido de formular catalisadores
eficientes e altamente seletivos à base de diferentes metais nobres (incluindo
Au e Ag) para aplicação na reação de oxidação preferencial do CO (PROX).
Na prática, porém, ainda é muito comum a formulação de catalisadores, para
aplicação em PROX, à base do elemento Pt devido a suas propriedades que
levam a uma excelente seletividade, tornando-se ideal para esse tipo de reação
(LUENGNARUEMITCHAI et al., 2005).
Kandoi et al. (2004) afirmam que o Cu misturado ao óxido de cério forma
um catalisador muito promissor para PROX e que outros sistemas catalíticos
têm sido estudados para aplicação em PROX, incluindo catalisadores
bimetálicos, tais como, Pt-Sn e Pt-Au e outros catalisadores combinados de
Ru, Rh e Pd. Este trabalho, todavia, enfatiza que o catalisador mais tradicional
ou clássico para PROX é à base de Pt. No entanto, esse mesmo estudo mostra
que, dentre todos esses metais mencionados, o Au e o Cu são os mais indicados
para aplicação em PROX por apresentarem performances superiores aos
demais. Considerando-se esses dois últimos elementos mencionados, o Cu
apresenta a grande vantagem do baixo custo.
Dentre os sistemas catalíticos que envolvem metais não nobres, o sistema
catalítico CuO-CeO2 tem sido apontado como o melhor candidato para a
reação de remoção preferencial do CO em combustíveis fósseis reformados.
Esse sistema é capaz de operar na reação de PROX em uma larga faixa
de temperatura 100-200 °C com alta seletividade. Além de serem estáveis nas
condições reacionais do processo de PROX, são capazes de tolerar elevadas
concentrações de CO 2 (produzido na reação de PROX) e de H 2O
(AVGOUROPOULOS; IOANNIDES, 2003).
A maioria dos catalisadores industriais formados por metal-suporte são
usualmente preparados por impregnação dos óxidos refratários, usados como
suporte; a impregnação normalmente é feita em soluções de sais metálicos
seguida por tratamentos térmicos. No entanto, no tratamento térmico que
segue a impregnação, uma grande quantidade de poros é comumente obstruída
pelas partículas das fases ativas, isso acarreta subsequentes decréscimos do
valor da área superficial desses materiais (TAGUCHI; SCHÜTH, 2005).

184
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 185

Segundo Prasad e Rattan (2010), diversos métodos de síntese distintos


têm sido utilizados para a preparação de catalisadores à base de CuO-CeO2.
Nessa mesma pesquisa, estão apresentadas as referências encontradas na
literatura pertinentes à obtenção de catalisadores à base de CuO-CeO2 por
meio dos seguintes métodos de síntese: impregnação úmida, co-impregnação,
deposição por precipitação, co-precipitação de Cu e Ce, gelificação com
ureia, reação de combustão, sol-gel com ácido cítrico, solvotérmico, quelação
ou complexação dos cátions metálicos, condensação com gás inerte (IGC),
eletrodeposição, vaporização a laser e condensação controlada, impregnação
de átomos de metais solvatados, método da lixiviação, método auxiliado por
surfactante e, por fim, o método da síntese combinatória de óxidos metálicos
misturados.
É importante que fique registrado que não foram encontrados na literatura
relatos sobre a síntese de catalisadores à base de CuO-CeO2 (Cu/CeO2), por
meio do método Pechini, exceto no caso das publicações dos próprios autores
deste trabalho.

5. METODOLOGIA
Duas amostras de catalisadores compostos por Cu/CeO2 foram sinteti-
zadas neste trabalho, para isso foram utilizados dois métodos distintos de
síntese de pós cerâmicos, método da reação de combustão e método Pechini.
A primeira amostra de catalisador obtida foi sintetizada pelo método da
reação de combustão e denominada C2; a segunda amostra foi sintetizada por
meio do método de síntese Pechini e denominada P2. Ambas as amostras
sintetizadas incorporaram a concentração de 0,2 mol de cobre na forma de
elemento dopante.

5.1. SÍNTESE DA AMOSTRA C2


A amostra de catalisador denominada C2 foi sintetizada por meio do méto-
do da reação de combustão, para isso foram utilizados os seguintes reagentes:
nitrato de cério [Ce(NO3)3.6H2O]; nitrato de cobre [Cu(NO3)2.3H2O]; e
ureia [CO(NH2)2], todos de elevada pureza e de fabricação Aldrich.
A reação de combustão foi realizada em cadinho de sílica vítrea como
recipiente. Os reagentes supracitados foram misturados no cadinho,
formando uma mistura redutora, onde o agente oxidante e fonte de cátions
(Ce3+ e Cu2+) foram os nitratos de cério e de cobre. Como combustível e
agente redutor foi utilizada a ureia. A proporção de cada reagente na mistura
obedeceu aos conceitos da química dos propelentes de modo a favorecer a
relação oxidante/combustível = 1 (JAIN; ADIGA; PAI VERNEKER, 1981).

185
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 186

As proporções molares dos componentes da composição desejada (Ce1-


xCuxO2) foram estabelecidas tomando como base a composição da matriz
hospedeira – CeO2. Entenda-se por composição desejada uma estrutura
constituída por óxido de cério dopada com 0,2 mol de cobre.
A metodologia de síntese da amostra C2 está ilustrada de forma simpli-
ficada na Figura 1.
Figura 1. Fluxograma do processo de síntese da amostra de catalisador
denominada C2 obtida pelo método de síntese da reação de combustão.

5.2. SÍNTESE DA AMOSTRA P2


A amostra de catalisador denominada P2 foi sintetizada por meio do
método de síntese Pechini, para isso, foram utilizados os seguintes reagentes:
ácido cítrico [C6H8O7]; nitrato de cério [Ce(NO3)3.6H2O]; nitrato de cobre
[Cu(NO3)2.3H2O]; e etilenoglicol [C2H4(OH)2], todos de elevada pureza e
de fabricação Aldrich.
Assim como no caso da amostra C2, a composição desejada para a amostra
P2 também é uma estrutura constituída por óxido de cério dopada com 0,2 mol
de cobre. A metodologia de síntese da amostra P2 está ilustrada de forma
simplificada na Figura 2.

186
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 187

Figura 2. Fluxograma do processo de síntese da amostra de catalisador


denominada P2 obtida por meio do método de síntese Pechini.

Os métodos de síntese da reação de combustão e Pechini foram eficientes


para a preparação completa, em uma única etapa de síntese, das amostras de
catalisadores C2 e P2, respectivamente, ambas compostas por Cu/CeO2. Em
outras palavras, para a obtenção dessas duas amostras não foi necessária a
realização de uma etapa para impregnação da espécie catalítica ativa sobre
um suporte catalítico, que neste caso é o óxido de cério.
O aspecto e a coloração das amostras de catalisadores C2 e P2, na forma
de pó cerâmico, estão ilustrados na Figura 3.

Figura 3. Ilustração do aspecto e coloração


das amostras de catalisadores C2 e P2, na
forma de pó cerâmico, sintetizadas tanto
pelo método da reação de combustão
quanto pelo método Pechini.

187
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 188

As amostras C2 e P2 foram submetidas às seguintes análises: difração de


raios-X em um difratômetro da marca Rigaku, modelo Miniflex I com
refinamento pelo método de Rietveld por meio do software Maud; análise
química por meio da técnica EDX em um espectrômetro de fluorescência
de raios-X por Energia Dispersiva da marca Shimadzu, modelo EDX-720;
microscopia eletrônica de transmissão, para isso, foi utilizado um microscópio
eletrônico de varredura Phillips, modelo XL30 FEG; análise granulométrica,
para a qual foi utilizado um granulômetro CILAS modelo 1064 LD; e
avaliação catalítica, em escala de bancada, na reação de oxidação preferencial
do CO (PROX). A reação de oxidação preferencial do CO estudada neste
trabalho foi investigada em uma unidade de testes de bancada contendo um
microrreator de leito fixo. Os efluentes da reação foram identificados por um
cromatógrafo Perkin Elmer, modelo Clarus 500, operando com coluna capilar
Carboxen 1010 (0,32 mm x 30 m) e detectores de ionização de chama e de
condutividade térmica. As condições do teste catalítico foram as seguintes:
• Vazão total da carga gasosa: 100 ml.min-1.
• Composição da carga gasosa: 70 % H2, 1 % O2, 1 % CO e 28 % He.
• Faixa de temperatura de realização do teste: 50 a 210 °C em intervalos de
40 °C.
• Massa da amostra do catalisador testado: 100 mg.
• Condições do pré-tratamento da amostra: 30 ml.min-1 de He e 300 °C
durante 1 hora.

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os difratogramas referentes aos dados da difração de raios-X, coletados
antes (referência) e após (experimental) o refinamento pelo método de
Rietveld, para as amostras de catalisadores C2 e P2 estão apresentados na
Figura 4.
De acordo com a Figura 4, observa-se que no difratograma referente à
amostra C2 alguns dos picos de difração registrados foram atribuídos à fase
CuO. Isso quer dizer que, na estrutura dessa amostra, formaram-se fases
segregadas, constituídas com a ajuda do elemento dopante, sobre a estrutura
da matriz hospedeira – CeO2.

188
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 189

Figura 4. Difratogramas referentes aos dados coletados antes e após o


refinamento pelo método de Rietveld para as amostras de catalisadores
C2 e P2 sintetizadas por meio dos métodos da reação de combustão e
Pechini, respectivamente.Teoricamente (a) C2 e (b) P2 contêm 0,2 mol de Cu.

Por outro lado, no difratograma referente à amostra P2, que assim como
a amostra C2 também incorporou 0,2 mol de Cu, todos os picos de difração
registrados foram atribuídos à fase CeO2. Isso quer dizer que esta amostra
apresentou uma estrutura monofásica.
As características das estruturas cristalinas determinadas por meio do
método de Rietveld para essas duas amostras de catalisadores estão
apresentadas na Tabela 1. De acordo com a quantificação das fases formadas
nestas estruturas analisadas, observa-se que a fase predominante, em ambas
as amostras, como já era esperado, é o óxido de cério (CeO2). Os dados
estruturais apresentados na Tabela 1 confirmam o que os difratogramas dessas
amostras já haviam revelado, ou seja, mostram que apenas na amostra C2
foi identificada a presença de fases segregadas, constituídas por CuO em um
percentual mássico de 5,6 %. O fato de a amostra P2 apresentar-se com uma
estrutura aparentemente monofásica é um indicativo de que teoricamente
toda a concentração de Cu inserida na estrutura desta amostra foi
incorporada em sua totalidade na estrutura atômica da matriz hospedeira
durante o processo de substituição parcial dos íons Ce3+ por Cu2+, de forma
que não sobrou Cu em quantidade suficiente para formar fase segregada sobre
a fase da matriz hospedeira. Certamente, o tratamento térmico de 700 °C/1h
que esta amostra sintetizada pelo método Pechini experimentou na etapa de
calcinação foi o fator determinante para facilitar a difusão dos íons de Cu
no interior da rede atômica do CeO2, obviamente, sem exceder o limite de
incorporação dessa matriz hospedeira. Com base nestes resultados, pode-se
afirmar que a maior energia térmica promovida pelo método Pechini
favoreceu a formação das estruturas atômicas cristalinas sem a presença de

189
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 190

fases segregadas. Ainda, observando os dados da Tabela 1, constata-se que, na


estrutura da amostra P2, foram identificadas fases constituídas por CeO2
com dois tamanhos de cristalitos distintos. Certamente, esse fato também é
consequência do tratamento térmico que os materiais sintetizados por meio
do método Pechini receberam na etapa de calcinação. Pois, segundo Neiva,
Andrade e Gama (2011), a elevada energia térmica dessa etapa de calcinação
promove a coalescência de alguns cristais formando cristais maiores, assim
sendo, o produto final obtido pode apresentar fases constituídas pelo mesmo
material, porém formadas com cristalitos de diferentes tamanhos. Os
resultados dessa análise estrutural revelam que o método de síntese utilizado
exerce uma influência inegável sobre o tipo de estrutura atômica formada
em materiais catalíticos compostos por CeO2 dopados com 0,2 mol de Cu.
Tabela I. Resultado da quantificação das fases e demais características
estruturais determinadas por meio do método de Rietveld para as
amostras de catalisadores C2 e P2 sintetizadas por meio dos
métodos da reação de combustão e Pechini respectivamente.

Amostra de Sistema Percentual Tamanho de


Fase
catalisador cristalino mássico (%) cristalito (nm)
CeO2 cúbico 94,4 28
C2
CuO monoclínico 5,6 99,6

70,7 11,6
P2 CeO2 cúbico
29,3 23,7

A composição química qualitativa e semiquantitativa, determinada por


meio da técnica EDX, para as amostras de catalisadores C2 e P2 está
apresentada na Tabela 2. De acordo com os resultados dessa análise química,
foi constatado que ambas as amostras de catalisadores sintetizadas neste
trabalho são predominantemente compostas pelos óxidos CeO2 e CuO. No
entanto, nas duas amostras analisadas foram detectadas as presenças dos
óxidos ZnO e NiO que provavelmente foram incorporados às amostras por
meio de contaminantes presentes nos reagentes, nos recipientes ou nos fornos
utilizados durante as sínteses, ou ainda, durante a manipulação dessas
amostras para realização desta análise por EDX. O percentual de perda ao
fogo (PF) apresentado, para ambos os casos, foi determinado na temperatura
de 1000 °C.

190
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 191

Tabela 2 – Composição química determinada por meio da técnica EDX


para as amostras de catalisadores C2 e P2 sintetizadas por meio dos
métodos da reação de combustão e Pechini respectivamente.

Amostras de CeO2 CuO ZnO NiO PF


Catalisadores (%) (%) (%) (%) (%)

C2 88,74 8,91 0,11 0,12 2,21

P2 89,87 9,02 0,19 0,14 0,78

Com relação aos valores percentuais de perda ao fogo, observa-se que, no


caso da amostra de catalisador sintetizada pelo método Pechini, P2, esse valor
é inferior ao valor percentual apresentado pela amostra de catalisador
sintetizada por reação de combustão, C2. Esta observação indica que o valor
apresentado como percentual de perda ao fogo, para a amostra obtida por
reação de combustão, pode estar relacionado à decomposição de matéria
orgânica, além da provável presença de umidade, tendo-se em vista que a
metodologia de síntese desse método de preparação de pó cerâmico não
inclui uma etapa de calcinação como acontece no método de síntese Pechini.
Os resultados da avaliação da morfologia dos aglomerados de partículas
unitárias das amostras de catalisadores C2 e P2, realizada por meio da técnica
de microscopia eletrônica de varredura (MEV), estão ilustrados na Figura 5.
As micrografias ilustradas na Figura 5 apresentam suas respectivas imagens
amplificadas em 30.000 X.

Figura 5. Micrografias obtidas por MEV para as amostras de


catalisadores C2 e P2 sintetizadas por meio dos métodos da
reação de combustão e Pechini respectivamente.

(a) C2 (b) P2

191
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 192

Por meio das micrografias ilustradas na Figura 5, observa-se que, de um


modo geral, as amostras de catalisadores C2 e P2 apresentaram uma forte
tendência a um estado de aglomeração das suas partículas unitárias, com
formação de ilhas, constituindo estruturas perceptivelmente porosas. Esse
aspecto morfológico mostra-se muito apropriado sob o ponto de vista das
potenciais propriedades catalíticas que são esperadas para estes materiais, haja
vista que é necessário que o material catalítico apresente uma estrutura porosa
para otimizar a sua interação com a carga gasosa (H2 + CO) que estará em
processamento no momento da ocorrência do processo reacional de PROX.
Não foram observadas diferenças significativas entre os aspectos morfológicos
apresentados pelas duas amostras de catalisadores desenvolvidas, de forma
que é possível afirmar que o método de síntese aplicado na obtenção de uma
destas amostras de catalisadores não exerceu influência sobre a formação das
características morfológicas dos aglomerados de partículas unitárias destes
materiais.
Na Figura 6 estão apresentados os resultados da análise granulométrica
realizada nas amostras de catalisadores C2 e P2, sintetizadas por meio do
método da reação de combustão e do método Pechini respectivamente.

Figura 6. Distribuição granulométrica das amostras de


catalisadores C2 e P2 sintetizadas por meio dos métodos
da reação de combustão e Pechini respectivamente.

De acordo com as representações gráficas, em forma de curvas, ilustradas


na Figura 6, da distribuição granulométrica das amostras de catalisadores C2
e P2, pode-se observar que estas apresentaram valores semelhantes para os
seus diâmetros medianos de aglomerados de partículas unitárias. Segundo
Neiva, Andrade e Gama (2011), a capacidade de aglomeração das partículas
unitárias, em sistemas catalíticos compostos por Cu/CeO2, está diretamente
relacionada, com proporção direta, com o valor da concentração de cobre

192
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 193

incorporada. Dessa forma, o fato de as amostras C2 e P2 terem incorporado


o mesmo valor de concentração de cobre, isto é, 0,2 mol, pode ser a
explicação para essas duas amostras de catalisadores, na forma de pó
cerâmico, terem apresentado valores bem semelhantes para os seus diâmetros
medianos de aglomerados de partículas unitárias.
Os desempenhos catalíticos analisados na reação de oxidação preferencial
do CO, também conhecida como reação de PROX, para as amostras de
catalisadores C2 e P2, sintetizadas pelo método da reação de combustão e
Pechini respectivamente, estão apresentados graficamente na Figura 7.
Figura 7. Atividade catalítica, na reação de PROX, das amostras
de catalisadores C2 e P2 sintetizadas por meio dos métodos
da reação de combustão e Pechini respectivamente.

De acordo com os gráficos apresentados na Figura 7, observa-se que a


amostra P2 apresentou valores percentuais de conversão do CO mais elevados
e durante uma maior faixa de valores de temperatura reacional. No momento
do seu desempenho catalítico máximo, foi registrado o valor percentual de
92,06 % de conversão do CO, sob uma temperatura reacional de 90 °C,
para a amostra P2. Enquanto que, no momento do desempenho catalítico
máximo da amostra C2, foi registrado o valor percentual de 90,22 %, sob
uma temperatura reacional de 170 °C. Dessa forma, ficou constatado que a
amostra P2 apresentou desempenho catalítico superior frente à amostra C2.
Para Zhang e Sachtler (1990), as características físicas formadas na
estrutura do catalisador, tais como, dimensão da porosidade, quantidade de
fases segregadas e localização destas na estrutura do material, exercem
influência direta sobre o desempenho catalítico do material. Pois, a dimensão
da porosidade da estrutura e a localização das fases segregadas ou dos óxidos
redutíveis nessa estrutura podem favorecer ou dificultar a geração dos sítios
cataliticamente ativos na estrutura do material catalítico, quando submetidos
à reação de redução termoprogramada (TPR).

193
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 194

Ainda segundo Zhang e Sachtler (1990), óxidos metálicos redutíveis,


localizados em posições atômicas de difícil acesso vão apresentar seus picos
de redução em temperaturas muito elevadas quando comparadas às tempe-
raturas de redução dos óxidos alojados em posições mais expostas da estrutura
do material catalítico. Dessa forma, pode-se concluir que o tipo de estrutura
apresentada pelo material catalítico exerce forte influência sobre a sensibilidade
do material ao processo de redução das espécies presentes nele.
Nele, Moreno e Andrade (2006) afirmam que, quanto mais acessível for
a posição das espécies redutíveis, maior será a taxa de redução e, consequen-
temente, maior será a quantidade de sítios cataliticamente ativos formados
sobre a estrutura do catalisador.
Dentro desse contexto, considerando as amostras de catalisadores sinteti-
zadas neste trabalho, C2 e P2, pode-se afirmar que a amostra P2 apresentou
um tipo de estrutura atômica mais favorável à geração de sítios catalicamente
ativos, certamente, por essa razão, esta amostra apresentou desempenho
catalítico superior frente à amostra C2. Como já foi mencionado na discussão
dos resultados estruturais deste trabalho, o método de síntese utilizado na
metodologia de preparação de catalisadores compostos por CeO2 dopado
com 0,2 mol de Cu exerce influência inegável sobre as características físicas
formadas na estrutura desses materiais. Dessa forma, associando os resultados
da análise estrutural com os resultados da avaliação catalítica obtidos neste
trabalho, pode-se afirmar que, considerando a síntese de catalisadores com a
composição estudada neste trabalho, ambos os métodos de síntese utilizados
aqui se mostraram eficientes para a preparação completa desses materiais,
sem haver necessidade da realização de uma etapa complementar de síntese
para a impregnação da espécie catalítica ativa. No entanto, o método Pechini
mostrou-se superior ou mais adequado, por ter levado à obtenção de uma
amostra de catalisador que apresentou excelente desempenho dentro daquilo
que se espera de uma reação de oxidação preferencial do CO.
Os perfis gráficos que representam a seletividade das amostras de catalisa-
dores C2 e P2, sintetizadas pelo método da reação de combustão e Pechini,
estão apresentados na Figura 8. A seletividade, S(%), dessas amostras de
catalisadores, à reação de PROX, foi calculada de acordo com a equação 1.

(Equação 1)

194
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 195

De acordo com os perfis gráficos apresentados na Figura 8, pode-se


observar que a amostra C2 apresentou bons percentuais de seletividade desde
o início do processo reacional e manteve-se nesse nível de seletividade até
aproximadamente a temperatura reacional de 170 °C ser atingida. Por outro
lado, a amostra P2 apresentou um pico máximo de seletividade, igual a 96 %,
na temperatura reacional de 90 °C.
Figura 8. Seletividade catalítica, à reação de PROX, dos catalisadores
C2 e P2 sintetizados por meio dos métodos da reação
de combustão e Pechini respectivamente.

Os resultados da análise do parâmetro da seletividade das amostras de


catalisadores C2 e P2 fortalecem o mérito do método Pechini frente ao
método da reação de combustão, no que se refere à síntese desses catali-
sadores. Ficou comprovado que o método de síntese Pechini permitiu a
preparação completa, em uma única etapa de síntese, de um catalisador com
composição Cu/CeO2 (Ce0,8Cu0,2O2), sem a formação de fases segregadas
sobre a estrutura obtida, isto é, sem a presença de fases contendo Cu em
posições atômicas muito expostas; porém, com excelente desempenho
catalítico tanto em atividade quanto em seletividade, além de ter apresentado
o seu desempenho máximo sob uma temperatura reacional relativamente
baixa comparada à amostra C2, sintetizada pelo método da reação de
combustão.

7. CONCLUSÕES
Os métodos de síntese de pós cerâmicos, denominados método da reação
de combustão e método Pechini, levaram à obtenção de catalisadores com a
composição Ce1-xCuxO2 (Cu/CeO2) onde a concentração x do elemento
dopante, e também espécie catalítica ativa, Cu, foi igual a 0,2 mol. Os

195
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 196

métodos de síntese supracitados foram eficientes para a preparação completa


desses catalisadores sem haver necessidade da realização de uma etapa
exclusiva para a impregnação da espécie catalítica ativa. A amostra de
catalisador obtida por meio do método da reação de combustão apresentou
um percentual mássico de 5,6 % de fases segregadas, compostas por CuO,
sobre a estrutura da matriz hospedeira – CeO2. Por outro lado, a amostra de
mesma composição que a anterior, porém obtida por meio do método
Pechini, apresentou-se com estrutura atômica monofásica, unicamente
composta por CeO2. O tipo do método de síntese utilizado na obtenção das
amostras aparentemente não exerceu influência sobre as características
morfológicas dos aglomerados de partículas unitárias, nem no comportamento
granulométrico destas; no entanto, a avaliação catalítica das amostras de
catalisadores obtidas na reação de PROX revelou que a amostra sintetizada
por meio do método Pechini apresentou melhor desempenho catalítico, atin-
gindo percentuais de conversão do CO mais elevados. Além disso, a amostra
sintetizada pelo método Pechini destacou-se, também, por apresentar o seu
desempenho catalítico máximo, tanto em atividade quanto em seletividade,
em uma temperatura reacional mais baixa frente à amostra sintetizada por
reação de combustão.

8. SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS


Para maior aprofundamento deste trabalho, bem como para a sua conti-
nuidade, as seguintes sugestões para pesquisas futuras devem ser consideradas.
1. Tentar determinar o exato limite de solubilidade do Cu incorporado na
matriz hospedeira do óxido de cério, de forma que sejam obtidos catali-
sadores com a composição Ce1-xCuxO2 (Cu/CeO2), contendo a máxima
concentração de Cu que permite a apresentação de uma estrutura aparen-
temente monofásica, constituída unicamente por fases compostas por
CeO2. Para isso, sugere-se a síntese de catalisadores com a referida compo-
sição, por meio do método de síntese Pechini, cujos valores (x) das
concentrações de Cu variem entre 0,2 e 0,3 mol.
2. Desenvolver um estudo sobre a possibilidade de realizar-se a reação de
PROX sob as mesmas condições reacionais consideradas neste trabalho,
inclusive, envolvendo os catalisadores que apresentaram os melhores
desempenhos catalíticos, de forma paralela à operação de um sistema de
captura do CO2 produzido.

196
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 197

9. BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, E. L. F. Pré-sal e a política gasífera nacional. Rio de Janeiro: Universidade
Federal do Rio de Janeiro/Instituto de Economia/ Grupo de Economia da Energia,
Blog da Associação Brasileira de Estudos em Energia, 3 nov. 2008. Disponível em:
<http://ab3e.blogspot.com/2008/11/pr-sal-e-poltica-gasfera-nacional.html>. Acesso
em: 09 dez. 2008.
ANEEL. Atlas de energia elétrica do Brasil. 3.ed. Brasília: Editora Brasília, Agência
Nacional de Energia Elétrica, 2008.
AVGOUROPOULOS, G.; IOANNIDES, T. Selective CO oxidation over CuO-
CeO2 catalysts prepared via the urea-nitrate combustion method. Applied Catalysis
A: General. v. 244, n. 1, p. 155–167, 2003.
AVGOUROPOULOS, G. et al. CuO-CeO2 mixed oxide catalysts for the selective
oxidation of carbon monoxide in excess hydrogen. Catalysis Letters. v. 73, n. 1, p. 33-
40, 2001.
BOWKER, M. The basis and applications of heterogeneous catalysis. Oxford, UK:
Oxford University Press, 1998.
COSTA, A. C. F. M. et al. Synthesis, microstructure and magnetic properties of
Ni–Zn ferrites. Journal of Magnetism and Magnetic Materials, v. 256, p.174-182,
2002.
FIGUEIREDO, J. L.; RIBEIRO, F. R. Catálise heterogênea. Lisboa: Ed. Fundação
Calouste Gulbenkian, 1987.
FISHTIK, I. et al. Thermodynamic analysis of hydrogen production by stem reforming
of ethanol via response reactions. International Journal of Hydrogen Energy, v. 25, n. 1,
p. 31-45, 2000.
GOERKE, O.; PFEIFER, P.; SCHUBERT, K. Water gas shift and selective oxidation
of CO in microreactors. Applied Catalysis, A: General, v. 263, n. 1, p. 11-18, 2004.
JAIN, S. R.; ADIGA, K. C.; PAI VERNEKER, V. A new approach to thermo
chemical calculations of condensed fuel – oxide mixture. Combustion and Flame, v.
40, p. 71-79, 1981.
KANDOI, S. et al. Why Au and Cu Are More Selective Than Pt for Preferential
Oxidation of CO at Low Temperature. Journal Catalysis Letters. v. 93, n. 1-2, p. 93-
100, 2004.
LUENGNARUEMITCHAI, A. et al. A comparative study of Au/MnOx and
Au/FeOx catalysts for the catalytic oxidation of CO in hydrogen rich stream.
International Journal of Hydrogen Energy. v. 30, n. 9, p. 981-987, 2005.
MANASILP, A.; GULARI, E. Selective CO oxidation over Pt/alumina catalysts for
fuel cell applications. Applied Catalysis, B: Enviromental. v. 37, n. 1, p. 17-25, 2002.

197
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 198

NEIVA, L. S. Síntese de catalisadores de Ni/Al2O3 dopados com Fe, Zn e Ce para


aplicação em processos de reforma de gás natural. 2007. Dissertação (Mestrado em
Ciência e Engenharia de Materiais) – Unidade Acadêmica de Engenharia de
Materiais, Universidade Federal de Campina Grande.
NEIVA, L. S.; ANDRADE, H. M. C.; GAMA, L. CuO-CeO2 catalytic systems
destined CO removal synthesized by means Pechini method: an evaluation of the
structures obtained. Journal of Chemical Engineering and Materials Science. v. 2, n. 5,
p. 69-75, 2011.
NELE, M.; MORENO, E. L.; ANDRADE, H. M. C. Análise estatística e
optimização de perfis de redução termoprogramada (TPR). Química Nova, v. 29,
n. 4, p. 641-645, 2006.
POMPERMAYER, M. L. Desafios e perspectivas para a inovação tecnológica no
setor de energia elétrica. Revista Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de
Energia Elétrica – ANEEL, v. 2, n. 3, 2009.
PRASAD, R.; RATTAN, G. Preparation methods and applications of CuO-CeO2
catalysts: a short review. Bulletin of Chemical Reaction Engineering & Catalysis. v. 5,
n. 1, p. 7-30, 2010.
TAGUCHI, A.; SCHÜTH, F. Ordered mesoporous materials in catalysis.
Microporous and Mesoporous Materials, v. 77, n. 1, p. 1-45, 2005.
TAKENAKA, S.; SHIMIZU, T.; OTSUKA, K. Complete removal of carbon
monoxide in hydrogen-rich gas stream through methanation over supported metal
catalysts. International Journal of Hydrogen Energy, v. 29, n. 10, p. 1065-1073, 2004.
ZHANG, Z.; SACHTLER, W. M. Location, ligancy and reducibility of metal ions
in zeolites cages: Co and Pd in NaY. Journal of the Chemical Society: Faraday
Transactions, v. 86, n. 12, p. 2313-2319, 1990.

10. AGRADECIMENTOS
À Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
(ANP/PRH-25) pelos recursos destinados à realização desta pesquisa.

198
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 199

Categoria Integração
Menção Honrosa

ESTRATEGIAS BIOTECNOLÓGICAS PARA EL


CONTROL DE ENFERMEDADES BACTERIANAS Y
POR PROTOZOARIOS INTRACELULARES QUE
AFECTAN AL GANADO BOVINO DEL MERCOSUR
Autores
Argentina
María Isabel Romano, 59 anos, pós-doutorado completo
Carlos Manuel Campero, 65 anos, pós-doutorado completo
Marcelo Cristian Fort, 54 anos, mestrado completo
Federico Carlos Blanco, 33 anos, doutorado em curso
María Verónica Bianco, 34 anos, doutorado em curso
Silvio Lorenzo Pedro Cravero, 52 anos, ensino superior completo
Dadín Prando Moore, 38 anos, pós-doutorado completo
Fernando Oscar Delgado, 36 anos, mestrado completo
Sergio Gabriel Garbaccio, 38 anos, ensino superior completo
Luis Ernesto Samartino, 57 anos, pós-doutorado completo
Bibiana Felicitas Brihuega de Fernandez, 56 anos, pós-doutorado completo
María Laura Mon, 28 anos, doutorado em curso
Karina Cynthia Caimi, 40 anos, pós-doutorado completo
Silvina Elizabeth Wilkowsky, 44 anos, pós-doutorado completo
Lucas Emilio Vagnoni, 38 anos, ensino superior completo
María Virginia Meikle, 43 anos, pós-doutorado completo
María José Federica Gravisaco, 43 anos, pós-graduação completa
Angel Adrián Cataldi, 56 anos, pós-doutorado completo
Fabiana Bigi, 46 anos, doutorado completo
María Fiorella Alvarado Pinedo, 36 anos, ensino superior completo
199
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 200

Brasil
Odir Antônio Dellagostin, 44 anos, pós-doutorado completo
Caroline Rizzi, 34 anos, doutorado em curso
Daniela Fernandes Ramos, 29 anos, doutorado em curso

Paraguai
María Teresa Rovira Díaz de Bedoya, 53 anos, mestrado completo
Guillermo Giménez Bareiro, 31 anos, ensino superior completo
Juan Guillermo Cantero Portillo, 29 anos, ensino superior completo

Uruguai
Andrés Domingo Gil Rodriguez, 61 anos, pós-doutorado completo
José Miguel Piaggio Mazzara, 49 anos, pós-doutorado completo
Alvaro Jorge Nuñez Alesandre, 50 anos, pós-doutorado completo
Alejandra Suanes Martinez, 35 anos, ensino superior completo
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 201

ESTRATEGIAS BIOTECNOLÓGICAS
PARA EL CONTROL DE ENFERMEDADES
BACTERIANAS Y POR PROTOZOARIOS
INTRACELULARES QUE AFECTAN AL
GANADO BOVINO DEL MERCOSUR

RESUMEN
El proceso de integración económica de la región MERCOSUR hace
indispensable establecer procedimientos sanitarios en los animales que
permitan aumentar los recursos financieros de la región, por aumento de la
producción pecuaria y por incremento del comercio de los animales y sus
productos. Es importante principalmente asegurar la salud de la población
y el consumo de alimentos sanos y seguros, mediante el control de las
enfermedades zoonóticas.
Las principales estrategias para el control y erradicación de las enfermedades
en animales que afectan los indicadores productivos y la salud humana en
el MERCOSUR son el diagnóstico y la prevención de las mismas en bovinos
y en rumiantes en general en la región. Por lo tanto, este estudio tuvo dos
objetivos generales:
• La generación y evaluación de vacunas experimentales contra la tuberculosis
bovina (TBB).
• El desarrollo de macroarreglos de antígenos de múltiples patógenos para
el diagnóstico simultáneo de enfermedades en bovinos que son un riesgo
para la salud humana, que producen abortos, y que avanzan en los países del
MERCOSUR. Las enfermedades que se diagnosticaron con los macroarreglos
son: tuberculosis, paratuberculosis, brucelosis, leptospirosis, y neosporosis.
Este estudio fue realizado por investigadores de los cuatro países del
MERCOSUR, aportando resultados y la capacitación de jóvenes investi-
gadores de la región.

201
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 202

1. INTRODUCCIÓN
La tuberculosis bovina (TBB) es una zoonosis producida por Mycobacterium
bovis. A pesar de que el hospedador primario es el bovino, otras especies de
interés económico, como los cerdos, son infectados con M. bovis. La TBB se
considera una de las zoonosis más importantes. En América Latina, una
estimación indica que, en el hombre, el 2 % de los casos de tuberculosis
pulmonares y el 8 % de las extrapulmonares son debidos a M. bovis (DE
KANTOR apud RITACCO, 2006).
La TBB es un problema recurrente en varios países de América Latina y el
Caribe. De aproximadamente 374 millones de cabezas de animales, 240 millones
están en países con prevalencia de TBB superior al 0,5 %. Brasil y Argentina,
con una población de 224 millones de animales, tienen una prevalencia de
3 a 6 %, mientras que Paraguay y Uruguay, con 9 y 11,7 millones de bovinos,
tienen una prevalencia estimada entre 0,25 y 0,01 % (DE KANTOR apud
RITACCO, 2006).
No existen actualmente vacunas aprobadas contra la tuberculosis bovina.
La vacuna humana, M. bovis BCG, se ha probado en bovinos con resultados
variables e interfiere con la prueba de la tuberculina que se utiliza para el
diagnóstico de TBB (BUDDLE et at., 2011). Estas observaciones sitúan hoy
la identificación y la caracterización de nuevos candidatos vacunales entre
las mayores prioridades en materia de investigación en TBB. Las vacunas
vivas atenuadas son las que tienen mayores posibilidades de conferir
protección contra TBB (HERNANDEZ PANDO et al., 2006). La BCG es
una de las vacunas atenuadas más usadas y seguras, ya que produce pocos
casos de infecciones perjudiciales en humanos, pero tiene escasa capacidad
protectiva contra la TB pulmonar (HERNANDEZ PANDO et al., 2006). Se
han generado nuevas cepas atenuadas inactivando genes micobacterianos
relacionados con la virulencia (BIGI, et al., 2005). Algunos investigadores
mutan estos genes utilizando la mutagénesis por transducción con un
micobacteriofago termosensible (PARK, 2008). En nuestro laboratorio se
mutaron genes empleando la estrategia de mutagénesis de sitio específico
empleando un plásmido «suicida». En un primer paso nuestro grupo
identificó los genes de M. bovis que codifican para la proteína P27 o LprG y la
familia de proteínas Mce, implicadas en la virulencia de la bacteria
(AGUILAR, 2006; BIGI et al. 1997; BIANCO et al., 2011). Así, logramos
obtener las mutantes en M. bovis: ǵP27 y ǵmce, las cuales fueron
evaluadas en ratones, comprobando su atenuación (AGUILAR, 2006;
BIANCO et al., 2011). En el presente trabajo se evaluó la capacidad

202
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 203

inmunogénica y protectiva de estas vacunas experimentales en bovinos. En


este estudio también se construyeron cepas de BCG recombinantes que
sobreexpresan el antígeno protector 85B o fbpB. Este antígeno conservado en
las micobacterias patógenas forma parte de un complejo de proteínas
relacionadas, 85A (32 KDa), 85B (30 KDa) y 85C (32.5 KDa), que poseen
actividad enzimática de aciltransferasa (McSHANE, et al., 2004), conocido
por desempeñar un papel fundamental en la introducción de acido micólico
en el arabinogalactano, uno de los componentes esenciales de la pared
micobacteriana. El antígeno 85 inserto en vectores es una nueva vacuna
contra la TB que entró en estudios de fase I (McSHANE, et al., 2004).
La técnica diagnóstica por excelencia que se ha utilizado para controlar la
TBB es la prueba tuberculina. Esta prueba detecta fenómenos de inmunidad
celular después de la inyección intradérmica de la tuberculina o PPDB,
derivado proteico purificado de M. bovis. Otro método utilizado para el
diagnóstico de TBB es la prueba de ELISA, especialmente usando como
antígeno PPDB. Los valores de especificidad y sensibilidad para el ELISA-
PPDB son bastante dispares, posiblemente debido a las variaciones en el
estado de la enfermedad en las poblaciones escogidas y a la heterogeneidad
en el reconocimiento serológico de antígenos por los animales enfermos.
Además, hay que tener en cuenta cuando se utiliza el diagnóstico serológico
en TBB que este solo permite detectar animales en estados graves de la
enfermedad. En este estudio se incorporaron a los macroarreglos además de
PPDB, proteínas específicas de M. bovis, seleccionadas por ser fuertemente
antigénica (SABIO Y GARCÍA, et al., 2010).
La paratuberculosis (PTB). Es una enfermedad infecciosa caracterizada
por una enteritis crónica que resulta en un deterioro progresivo del animal
enfermo. Afecta principalmente al ganado bovino, ovino y caprino. La PTB
es producida por Mycobacterium avium subsp. paratuberculosis (MAP). Es
una eventual zoonosis emergente, ya que existe una posible asociación entre
este bacilo y la enfermedad de Crohn en el hombre. Esta última enfermedad
produce íleo-colitis granulomatosa crónica. Se ha aislado MAP de muestras
de materia fecal y sangre de pacientes con enfermedad de Crohn (SECHI et
al., 2005). MAP podría transmitirse al hombre por ingestión de leche, incluso
pasteurizada, dado que ha sido demostrada la resistencia de esta micobacteria
al calor.
En Argentina, la seroprevalencia de la PTB está en un rango de 4 a 51 %
dependiendo de la región (PAOLICCHI et al., 2003). En Uruguay también
se ha establecido una prevalencia similar a la de Argentina (PIAGGIO;

203
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 204

NUÑEZ; GIL, 2002), mientras que en Paraguay y Brasil no se conoce su


prevalencia. El diagnóstico de certeza de PTB es el aislamiento de MAP,
pero este microorganismo depende de la micobactina para su crecimiento. En
medios enriquecidos con micobactina el crecimiento es lento (NIELSEN;
TOFT, 2008). Debido a estas razones, los métodos inmunológicos para el
diagnóstico de paratuberculosis resultan más efectivos para aplicar en una
campaña de erradicación que el cultivo. El diagnóstico inmunológico de PTB
utiliza mezclas antigénicas y es principalmente serológico. Contrariamente a
lo que sucede con TBB, el diagnóstico serológico en PTB permite detectar con
mayor especificidad los animales infectados que con las pruebas que miden
la respuesta celular. En el presente estudio se propone utilizar mezclas pruebas
antigénicas en los macroarreglos para el diagnóstico serológico de PTB.
La brucelosis. Uno de los síntomas más importantes de esta enfermedad
en animales es el incremento en los abortos que ocurren en el rodeo. Esta es
a su vez una zoonosis mayor y muy difundida en el mundo. Genera barreras
en la comercialización de los animales y sus productos, hecho que puede
afectar a las posibilidades de desarrollo, especialmente de los pequeños
ganaderos, el sector más vulnerable en muchas poblaciones rurales,
principalmente de América Latina. Las zonas en el MERCOSUR donde se
dan la mayoría de los casos de infección humana están directamente
relacionadas con el número y la distribución del ganado enfermo. En las
regiones donde el ganado caprino es importante, prevalece Brucella melitensis.
En donde se cría tanto ganado bovino como el porcino, prevalecen B. abortus
y B. suis. En la Argentina, de 10 000 a 20 000 personas adquieren la infección
anualmente. La OMS comunica anualmente 500 000 nuevos casos humanos
que, según estimaciones, representarían solo el 4 % de los casos que realmente
ocurren. Para el diagnóstico inmunológico de brucelosis se utiliza un ELISA
dirigido a detectar anticuerpos contra el lipopolisacárido (LPS) de la bacteria
(NIELSEN et al., 2006). Por lo tanto en los macroarreglos se incluirá tanto
el LPS, como la cadena O del LPS (LPS-O).
La leptospirosis. Es producida por la bacteria Leptospira interrogans, que
posee distintos serovares agrupados antigénicamente en 23 serogrupos. En los
bovinos los serovares preponderantes son pomona y hardjo. Ambos serovares
producen abortos, pero en particular el serovar pomona se evidencia por
anemia hemolítica aguda, y el serovar Hardjo, causa mastitis e infertilidad.
La enfermedad ha mostrado una alta prevalencia en la región del
MERCOSUR. La importancia de este estudio es evaluar un diagnóstico de
leptospirosis, importante en primer término para detectar una enfermedad

204
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 205

zoonótica y de esta forma evitar la transmisión al hombre, y en segundo


termino resolver si los abortos que se producen en un rodeo son debidos a la
leptospira. En los macroarreglos antigénicos incluimos un extracto proteico
de pomona y también un antígeno específico, la LipL32, detectada como un
antígeno fuertemente inmunogénico en un estudio realizado en nuestro
laboratorio y en el laboratorio brasilero (CARRIZO et al., 2009).
La leosporosis. Se trata de otra enfermedad que produce abortos y tiene
una alta prevalencia en el MERCOSUR. Esta enfermedad causa grandes
pérdidas económicas en la región. Por esta razón y para poder hacer un
diagnóstico diferencial de aborto, incluimos también en los macroarreglos
una proteína antigénica que producimos en forma de proteína recombinante
de Neospora caninum. Esta proteína es el antígeno de superficie del parasito,
NcSAG1, el cual ya ha sido caracterizado (BAYIN et al., 2003) y evaluado
en nuestro laboratorio (WILKOWSKY et al., s.d.).

2. METODOLOGÍA Y RESULTADOS

2.1. ACTIVIDAD 1: ENSAYO DE VACUNAS EXPERIMENTALES


CONTRA TBB EN BOVINOS

2.1.1. Ensayo de virulencia y antigenicidad de diferentes cepas


de Mycobacterium bovis
Se realizó una infección experimental en terneros con diferentes cepas
virulentas de M. bovis para establecer las mejores condiciones de desafío para
las experiencias de vacunación. Se seleccionaron dos cepas de M. bovis: 04-303,
aislada de un jabalí, y la cepa NCTC 10772, aislada de un bovino en el Reino
Unido. Debido a que la cepa 04-303 mostró un comportamiento de
hipervirulencia en cobayos comparado con NCTC 10772 (MEIKLE et al.,
2011), se inoculó un grupo de terneros con 107 UFC de la cepa 04-303,
mientras que de la cepa NCTC 10772 se inoculó una dosis de 109 UFC. En
cada grupo se inocularon cinco terneros por vía intratraqueal, para lo cual los
animales fueron previamente anestesiados.

205
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 206

Figura 1. Producción de citoquinas a distintos dpi respecto al tiempo T0.


Se considera la liberación de citoquinas para todos los animales infectados
sin diferenciar entre las cepas. Gris: 15 dpi, negro 30 dpi y blanco 90 dpi.

Se aislaron células monocucleares de sangre periférica (CMSP) y se


estimularon con el antígeno de M. bovis PPDB. Para la cuantificación de
citoquinas producidas por CMSP, luego de la estimulación específica con
PPDB, se extrajo el ARN total y se realizó una retrotranscripción in vitro. El
ADN copia generado, producto de la retrotranscripción, se empleó para PCR
en tiempo real cuantificar la expresión de: IL-2, IL-4, IL-10, IL-12p35,
TNFȊ, IL-17 e IFN-ȍ. En la Figura 1 los resultados se expresan como niveles
relativos de expresión con respecto a la producción a tiempo 0 (antes del
desafío). Luego del estímulo in vitro con PPDB casi todos los animales
produjeron más IL-2 luego de la inoculación, muchos animales produjeron
INF-ȍ, marcador de respuesta Th1, a los 15 y 30 dpi mientras que todos lo
hicieron a los 90 dpi. No se detectó producción de TNFȊ, IL-12 y pocos
animales produjeron IL-17. La falta de producción de IL-12 en los ani-
males infectados es esperable debido a que esta citoquina es producida
principalmente por macrófagos y células dendríticas, poblaciones que se
encuentran poco representadas en las muestras analizadas. Casi todos los
animales produjeron IL-4, un marcador de respuesta Th2. También se
determino por citometría de flujo las poblaciones celulares que se activaron
luego del estímulo específico. Estos datos se compararon entre los animales
que presentaron lesiones (LM+) luego de la infección y aquellos que no

206
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 207

(LM–), independientemente de la cepa empleada en la inoculación. Se puede


observar en la Figura 2 una correlación positiva y significativa entre porcentaje
de activación CD4+CD25+ y CD8+ CD25+ a los 15 dpi y presencia de
lesiones.
Figura 2. Expresión de CD25 en células CD4+ y CD8+ estimuladas
durante 48 h con PPDB en grupos de animales LM+ y LM–

Días tras la infección Días tras la infección

Estos resultados indican una respuesta temprana específica de CD4 y


CD8 luego de la inoculación con M. bovis, correlacionando positivamente
con la producción de lesiones tuberculosas en bovinos. En la Figura 3 se
compararon los datos de producción de citoquinas en los grupos LM+ y
LM–. El nivel de producción de TNF-Ȋ, INF-ȍ, IL-12, IL-4 e IL-10 fue
indistinguible entre ambos grupos, mientras que la producción de IL-2 fue
mayor en el grupo LM+, pero estas diferencias no fueron estadísticamente
significativas. La producción IL-17 en los animales del grupo LM+ mostró a
un incremento significativo a los 60 y 90 dpi con respecto a los valores
detectados en el grupo LM– (Figura 3)

207
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 208

Figura 3. Expresión de citoquinas en CMSP estimuladas durante 48 h con


PPDB en grupos de animales LM+ y LM-.

Días tras la infección Días tras la infección

Días tras la infección Días tras la infección

Días tras la infección Días tras la infección

Días tras la infección

208
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 209

Esto sugeriría que existe una correlación positiva entre la expresión


de IL-17 y aparición de lesiones tuberculosas luego de la infección de
terneros con M. bovis. Así, estos resultados apoyan las evidencias previas que
indican que la IL-17 está asociada a la producción de granulomas en ratones
experimentalmente infectados con M. tuberculosis (HAILE; KALLENIUS,
2005). Es importante destacar que varias publicaciones indican que el
balance entre IL-23/IL-17 es crucial en la regulación de las consecuencias
inflamatorias producto de la respuesta hacia las infecciones con micobacterias
(HAILE; KALLENIUS, 2005). También se evaluó la respuesta inmune
celular frente a la infección, con M. bovis 303 y NCTC 10772. Con la
respuesta inmune celular se siguió midiendo liberación de INFȍ con un
ELISA comercial (Bovigam-Prionic), estimulando la sangre con los antígenos
ESAT6, PPDB, MPB64, y CFP10. Los niveles de INFȍ fueron dosados
a partir de los sobrenadantes de la sangre entera estimulada durante 18 h.
En Figura 4 se muestra el valor medio de ODI más su error estándar y las
letras que corresponden tres niveles de ODI: nivel A, bajo, nivel B,
intermedio y nivel C, alto. Todos los animales infectados desarrollaron una
respuesta antígeno-específica con liberación de IFNȍ en respuesta a PPDB,
si bien la cepa M. bovis-04-303 desarrolló una fuerte respuesta a los 15 dpi
significativamente diferente y en el día 30 la respuesta era fuerte para 04-
303 e intermedia para UK (Figura 4 B). El IFN-ȍ liberado en respuesta a
ESAT-6 o CFP10 (Figura 4 A y D) siguió un patrón similar, con respuesta
intermedia y alta a los 15 dpi para 04-303 y a los 30 dpi es similar para ambas.
Puede verse que los animales inoculados con 04-303 mostraron respuestas
mayores estadísticamente diferentes que los inoculados con UK a los 15 dpi
y también a los 60 y 90 dpi, con PPDB, CFP-10 y ESAT-6.

209
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 210

Figura 4. Liberación de IFN-ȍ producido luego de incubar la sangre


de los animales infectados con la cepa 04-3003 o la cepa
NCTC 10772 de UK con diferentes antígenos.

16

12
20

8
15

10
4

0
0
0 15 30 60 90 120 150
0 15 30 60 90 120 150
Días tras la infección Días tras la infección

20
20

16 15

12
10

8
5
4

0 0
0 15 30 60 90 120 150 0 15 30 60 90 120 150
Días tras la infección Días tras la infección

2.1.2.Validación del procedimiento a seguir en el sacrificio de los animales


Se sacrificaron los animales cinco meses después de la infección con
NCTC 10772 y 04-303. El estatus de la enfermedad fue confirmado post
mórtem por la presencia de lesiones en pulmones y en nódulos linfáticos
como así también por la presencia de bacilos en secciones de tejidos teñidas
con Zielh-Neelsen (ZN) (Figura 5A). Se colectaron y se procesaron muestras
de tejido para cultivo bacteriano y análisis histopatológico (WEDLOCK et
al., 2008). Se encontraron lesiones compatibles con tuberculosis en tres de
los animales inoculados con M. bovis-04-303 en el lóbulo apical del pulmón
derecho (Figura 5B). Tres de los animales también mostraron lesiones
granulomatosas y neumónicas en linfonodos y lóbulos pulmonares (Figura

210
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 211

5C). En cambio, en los animales inoculados con NCTC 10772 únicamente


uno mostró lesión en nódulo retrofaringeo. Se identificaron bacilos en todas
las secciones de tejidos con lesiones analizadas luego de la tinción con Ziehl-
Neelsen (Figura 5A).
Figura 5A. Tinción con Zielh-Neelsen de los bacilos presentes en órganos.
Figuras 5B y 5C. Pulmón y linfonodo en los animales infectados con M. bovis.

2.1.3. Ensayo de virulencia y antigenicidad de las vacunas


experimentales contra TBB en bovinos
Para evaluar la virulencia y la antigenicidad de las cepas mutantes de M.
bovis candidatas a vacunas contra la TBB ǵmce2 y ǵP27, se llevó adelante
un ensayo de infección experimental de terneros en los boxes P2 de INTA-
Castelar. Se inocularon los siguientes grupos de cinco terneros cada uno por
vía intratraqueal con 1x107 UFC de 1) ǵmce2, 2) ǵP27 y 3) con la cepa
menos virulenta NCTC 10772 (UK). A diferencia de la experiencia anterior
en esta experiencia se utiliza la cepa salvaje menos virulenta con menor dosis,
para aplicar todas las cepas con las mismas condiciones. A los 0, 15, 30, 90,
120 y 150 dpi se determinó la respuesta inmune celular midiendo liberación
de INFȍ. A los cinco meses tras la infección se realizó el sacrificio de los
animales y la necropsia para la identificación de lesiones y aislamiento de
bacterias en los órganos. Se procesaron las muestras de sangre de 15 y 90 días
aislando CMSP y estimulando con el antígeno de M. bovis PPDB. Para la
cuantificación de la expresión de citoquinas se procedió como se describió
previamente. En la Figura 6 se muestra la producción de citoquinas en los
distintos grupos y a los tiempos 15 y 90 días tras la vacunación tomando como
referencia los valores de producción a tiempo 0 (antes de la vacunación).
Para el grupo de animales infectados con la cepa M. bovis NCTC 10772
(MbUK) los cuatro bovinos mostraron un aumento en la expresión de INFȍ
en esta experiencia ya a los 15 días; dos de ellos mantuvieron esta elevada

211
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 212

expresión para ambos tiempos de muestreo mientras que en los dos restantes
el nivel de INFȍ disminuyó para el último tiempo. Para este grupo otras
citoquinas cruciales de una respuesta tipo Th1 mostraron un nivel elevado:
TNFȊ en tres de los animales e IL-12p35 en dos de ellos, pero a los 90 días.
Para la IL-2 se observó un nivel elevado durante todos los tiempos del
muestreo y en todos los bovinos del grupo. El aumento de citoquinas
marcadoras de una respuesta tipo Th2 solo se pudo observar en el último
tiempo de muestreo con un aumento de IL-10 en dos de los bovinos, si bien
los valores no llegan a más de dos veces sobre el control podría ser una
tendencia hacia una supresión de la respuesta inflamatoria.
La expresión de las distintas citoquinas en los animales infectados con las
cepas mutantes ǵP27 y ǵmce2 presenta algunas diferencias con respecto a
los animales infectados con la cepa salvaje (MbUK), la IL-2 posee menor
expresión en los animales infectados con ǵP27, mientras que para los de
ǵmce2 su nivel de expresión es comparable al del grupo infectado con la
cepa salvaje. Para la IL-12p35 el resultado es opuesto y los animales con
ǵP27 muestran una mayor expresión a los 90 días. En la expresión de INFȍ
se percibe una disminución en los animales del grupo ǵP27 con respecto a
los de ǵmce2 y el grupo con NCTC 10772 y para la citoquina IL-10 el
grupo de ǵP27 y el de ǵmce2 muestran en sus cuatro animales mayor
expresión a los 90 días de la infección, mientras que como se comentó
anteriormente, solo dos de los animales del grupo control inoculado con la
cepa salvaje mostraron un aumento de este inmunosupresor, igualmente los
valores no superan un cambio de dos veces con respecto al tiempo preinmune.
En cuanto a la IL-4 solo se vio aumento a los 15 días en los vacunados con
ǵmce2.

212
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 213

Figura 6. Expresión de citoquinas producidas por estimulación específica


de sangre entera con PPDB en los animales infectados con M. bovis cepa
salvaje NCTC 10772 (M. bovis UK), ∆mce2 o ∆P27.

En la Figura 7 se muestra la determinación de la producción de INFȍ en


sangre periférica antes de realizarse la infección (T0) y a los 15, 30, 120, 150 dpi
de todos los grupos de animales empleando el kit de ELISA Bovigam
(Bovigam de Prionics) y estimulando la sangre con diferentes antígenos. A los
15 dpi todos los animales de todos los grupos respondieron al estímulo in
vitro con PPDB produciendo INFȍ en sangre periférica. Los animales
infectados con la mutante ǵP27 fueron los únicos que a los 150 dpi en que
ya no hay animales significativamente positivos frente a PPDB. Las muestras
de sangre de muchos de los animales también produjeron INFȍ en respuesta
al estímulo con diferentes antígenos de M. bovis, como las proteínas ESAT-
6, CFP10, MBP83 y MBP64.

213
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 214

Figura 7. INFȍ producido por estimulación específica de sangre entera y


medido por ELISA comercial en los animales de los grupos infectados
con A: M. bovis cepa salvaje NCTC 10772, B: ∆mce2, C: ∆P27.
A

214
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 215

Se sacrificaron los animales 5 meses después del desafío. El estatus de la


enfermedad fue evaluado post mórtem mediante la identificación de lesiones
en pulmones y en nódulos linfáticos. No se encontraron lesiones compatibles
con tuberculosis en ninguno de los animales inoculados con las cepas mutantes,
ni en los animales inoculados con la cepa parental salvaje. Es importante
destacar que la cepa parental salvaje utilizada en esta última experiencia fue
la NCTC 10772, la cual resultó más atenuada que la 04-303 en las experiencias
anteriores, mostrando baja capacidad de producir lesiones. Además, en esta
última experiencia fue inoculada la cepa NCTC 10772 con una dosis más baja
que en la experiencia anterior. Se decidió en esta última experiencia inocular
esa dosis más baja de la cepa parenteral para que estuviera en las mismas condiciones
que las utilizadas con los grupos inoculados con las cepas mutantes.
2.1.4. Ensayos de protección en bovinos con las vacunas contra TBB
Con base en los resultados previos, que indican que las cepas mutantes no
producen lesiones tuberculosas en los bovinos, se decidió vacunar con los
candidatos ǵmce2 y ǵP27 y emplear la cepa 04-303 que sí produce lesiones,
en una dosis de 107 UFC para el desafío.
Se comenzó la experiencia inmunizando grupos de cinco terneros
Holando-Argentino machos de 4-6 meses de edad con 1x107 UFC de las
cepas ǵmce2, ǵP27 o la cepa vacunal control BCG por vía subcutánea en la
tabla del cuello. Se dejó un grupo de terneros sin inmunizar, el cual será
desafiado y es el grupo control. Se desafió con la cepa de desafío a los 2 meses
de vacunados y a los 5 meses del desafío se realiza la necropsia.
2.1.5. Resultados de la necropsia
Luego del sacrificio a los 5 meses tras el desafío se realizó la inspección de
lesiones en pulmones y ganglios linfáticos de todos los grupos de animales.
Se tomó registro del número de lesiones por órgano, así también como del
tamaño de las mismas y en algunos casos de su aspecto. Se estableció una
categorización de las lesiones por animal y por órgano con base en los parámetros
número de lesiones o número y tamaño de las lesiones. Un animal del grupo
control, desafiado sin vacunar y que no presentó ningún tipo de lesiones, fue
eliminado del ensayo, ya que con base en el análisis patológico del tracto
digestivo donde se vieron lesiones se concluyó que hubo una falla en la
infección intratraqueal del animal. Otro animal del grupo control y que
presentó una posible lesión en el ganglio submandibular también se eliminó
del análisis. A continuación se presentan las categorías de lesiones por órgano
y por animal según un protocolo descripto (WEDLOCK et al., 2008).

215
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 216

En las lesiones de pulmón no se consideraron los tamaños de las lesiones


Conclusiones. Los resultados de la necropsia indican que los animales
vacunados con la cepa mutante ǵmce2 presentan menos lesiones pulmonares
luego del desafío con respecto a aquellos vacunados con la vacuna de
referencia BCG. En cuanto a las lesiones en ganglios linfáticos, todos los
grupos ensayados mostraron resultados similares. Si bien se trata de resultados
no estadísticamente significativos con pruebas estadísticas, los datos aquí
presentados indican que la cepa mutante ǵmce2 es un candidato promisorio
para ser usado como vacuna contra la tuberculosis animal, ya que previene la
generación de lesiones pulmonares, lo que podría producir una disminución
en la diseminación por vía aérea entre animales. Por otro lado, la cepa
mutante ǵP27 mostró niveles de protección por debajo de la cepa BCG. Es
importante mencionar que la mutación en el gen P27 induce una severa
atenuación de M. bovis durante la replicación de la bacteria en un modelo
murino (BIANCO et al., 2011). Así, se podría establecer que una cepa
altamente atenuada que no consigue establecer un nicho replicativo, como
es el caso de ǵP27, es ineficiente en la generación de una respuesta inmune
robusta y esto se traduce en baja capacidad de proteger, lo cual indicaría que
existe un balance entre virulencia y antigenicidad que hay que tener en cuenta
en el desarrollo de cepas vivas atenuadas como vacuna contra la tuberculosis.

216
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 217

2.2. ACTIVIDAD 2: OBTENCIÓN POR PARTE DEL LABORATORIO


BRASILEÑO DE BCG RECOMBINANTE PORTANDO COPIAS
EXTRA DE UN GEN PROTECTOR
Se introdujo el gen que codifica para el antígeno 85B, llamado fbpB,
en un vector de expresión de micobacterias que utiliza complementación
auxotrófica como marcador de selección. Este antígeno fue clonado en el
vector pUP410, el cual contiene el gen leuD. Después de remover el gen de
resistencia a la kanamicina y transformar BCG ǵleuD, los clones recombinantes
fueron seleccionados y el nivel de expresión estimado por Western blot. Esta
es una estrategia para producir una vacuna que no incluye resistencia a
antibióticos, lo cual hace la vacuna viable para el mercado. Un clon seleccionado
y propagado para la producción de la vacuna está siendo evaluado en ratones
antes de comenzar la experiencia en bovinos. La actividad de generar las
construcciones y evaluarlas en ratones se llevó a cabo en el laboratorio brasileño.
En este momento se están inoculando bovinos con la BCG recombinante
en los boxes de seguridad biológica de INTA Castelar y se tendrán los resultados
de protección de esta nueva vacuna, en diciembre del 2011, cuando se
sacrifiquen los animales a los 4 meses del desafío con la cepa virulenta de M. bovis.
2.2.1. Clonado del gen fbpB en el vector para expresión en BCG ǵleuD
El gen fbpB y su promotor endógeno fueron amplificados por PCR a
partir del DNA genómico de Mycobacterium bovis, resultando en un fragmento
de 1500 pb. El fragmento fue digerido con las enzimas de restricción KpnI
y ligado al vector pUP410. La confirmación del clonado fue realizada
digiriendo el vector recombinante con la enzima de restricción XhoI (Figura 1).
El vector recombinante fue introducido en BCG por electroporación, la expresión
de la proteína recombinante Ag85B fue observada en el sobrenadante celular.

217
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 218

2.3. ACTIVIDAD 3: PREPARACIÓN DE LOS MACROARREGLOS


ANTIGÉNICOS Y SU EVALUACIÓN
El sistema que se utilizó, denominado MAPIA (del inglés: multi-antigen
print immunoanalysis), está basado en la aplicación de múltiples antígenos a
una membrana de nitrocelulosa. Resulta una buena herramienta para un
diagnóstico inicial y puede utilizarse como diagnóstico simultáneo de varias
enfermedades. La elección de la membrana de nitrocelulosa como fase sólida
tiene la ventaja de la mayor facilidad para adherir antígenos que los microplatos
de poliestireno. MAPIA tiene otras ventajas técnicas frente al ELISA, al
utilizar un menor volumen de muestra y permitir un procesamiento de
múltiples sueros en menor tiempo. Además, la evaluación de los resultados
del MAPIA es visual, por lo que no requiere utilizar aparatos de detección.
Las membranas pueden ser confeccionadas y luego distribuidas a temperatura
ambiente a laboratorios distantes que posean solo requerimientos básicos.
En la Figura 9 se ve un esquema del MAPIA.
2.3.1. Preparación de los antígenos
Para el diagnostico de tuberculosis se aplicaron a los macroarreglos la
proteína recombinante de M. bovis en E. coli, MPB83 y la PPDB (HOUGHTON
et al., 2002). ). Las mezclas proteicas utilizadas para la detección de animales
con PTB fueron, PPA-3, obtenida comercialmente (Allied Monitor) y
extractos celulares de Map. Para detectar Brucella abortus se utilizó LPS y
cadena O del LPS y para Leptospira interrogans se utilizó extractos de las
bacterias y el antígeno LipL32 (CARRIZO et al., 2009). Para Neospora
caninus, el antígeno de superficie 1 de N.caninum (NcSAG1o SAG-1)
(WILKOWSKY et al., s.d.). Todos estos antígenos demostraron previamente
ser útiles en ensayos que miden respuesta humoral (CARRIZO et al., 2009;
(WILKOWSKY et al., s.d.; HOUGHTON et al., 2002).
Metodología que se uso para el clonado y expresión de las proteínas
recombinantes. Se utilizó el sistema pRSET para la expresión en E. coli. Los
pasos que se siguieron fueron: a) El gen que codifica para las proteínas
antigénicas seleccionadas se amplificó mediante la reacción de PCR. b) El gen
de interés fue clonado en algunos de los marcos de lectura provistos por el
vector pRSET. c) Se transformó E. coli con el plásmido recombinante. Las células
transformadas se crecen toda la noche y luego una dilución 1/100 inducida
con IPTG se crece hasta D.O.600 = 0,6. d) Purificación de la proteína
recombinante. La purificación se realizó utilizando columnas de afinidad.
Para la obtención de la cadena O de Brucella abortus y LPS para incorporar
en los macroarreglos la obtención se hizo con protocolos ya publicados
(ALTON et al., 1988).

218
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 219

2.3.2. Generación de los macroarreglos antigénicos o MAPIA


Los antígenos nombrados fueron inmovilizados en una membrana de
nitrocelulosa y evaluados con un panel de sueros de animales infectados y
sanos. Para esto se procedió de la forma indicada a seguir: Los antígenos
fueron aplicados a una membrana de nitrocelulosa (Amersham TM Hybond
TM
-ECL), utilizando un aerosolizador semiautomático (Linomat IV, Camag
Scientific Inc., Wilmington, Delaware) y generando bandas paralelas
invisibles. Las membranas fueron bloqueadas durante una hora con una
solución bloqueante de TBS 1x leche, a lo que se le añadió 50 µl de tween
20. Por otro lado se realizaron diluciones de los sueros 1:100 en la solución
bloqueante. Luego las membranas fueron colocadas en un mini blotter
(Isogen Biosloutions The Netherland) que posee 45 calles, donde se depositó
180 µl de suero en cada calle perpendicularmente a las bandas del antígeno.
Cada membrana fue incubada por 1 h con los sueros. Se ensayaron los sueros
adsorbidos y sin adsorber con un extracto de E. coli. Luego de la incubación
se realizaron lavados con TBS 1x. Posteriormente se incubó la membrana
con la proteína G unida a peroxidasa (BIORAD catálogo 1706425) diluida
1:500 en solución bloqueante. Se realizaron lavados con TBS 1x. El sustrato
para revelar la actividad enzimática fue 4-Cloro-1-naftol (sigma, USA). La
evaluación de MAPIA es visual, donde la presencia de banda coloreada fue
considerada como resultado positivo.

Controles Muestras positivas de campo de


positivos y Uruguay y Paraguay.
negativos.

219
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 220

2.3.3. Evaluación de los macroarreglos con sueros de animales


de Argentina y Uruguay, de estatus sanitario conocido
En primer término se evaluaron los macroarreglos con sueros positivos y
negativos para las diferentes enfermedades, disponibles en el laboratorio de
Argentina. Acá se observó que pocos sueros de animales infectados con B.
abortus detectaron la cadena O del LPS tratada y sin tratar con polimixina,
aplicada en la membrana de nitrocelulosa; por lo tanto, este antígeno no
parece brindar una mayor sensibilidad diagnóstica. De acuerdo con este
resultado continuamos trabajando en la evaluación de los MAPIA con LPS.
El LPS para detectar los anticuerpos de la clase IgG1 contra B. abortus dio
resultados que se correlacionan con los obtenidos con el IELISA (kit Ceditest®
B. abortus) desarrollado por el Institute for Animal Science and Health (IASH),
cuyo antígeno se constituye también por LPS de la pared de B. abortus,
demostrando en ambos casos una reactividad óptima (NIELSEN et al., 2006).
Nuestros resultados confirman resultados previos de serología con LPS, donde
se demuestra la antigenicidad de esta molécula (HOUGHTON et al., 2002).
El grado de concordancia entre MAPIA-LPS y el conjunto de resultados con
las pruebas convencionales de brucelosis fue estimado y calculado como valor
kappa. El valor de kappa fue de 0,87, indicando muy buena correlación entre
las pruebas. Tras esta evaluación preliminar se confeccionó la primera
membrana para MAPIA con los siguientes antígenos: a) para Brucella abortus,
LPS; b) para Neospora caninum, SAG-1; c) para PTB, el antígeno comercial
PPA-3 y un lisado total de Map (Whole-cell lysate o WCL), antígeno
preparado en el Centro de Diagnóstico e Investigaciones Veterinarias
(CEDIVE, de Chascomús, Argentina), preparado en que crece la cepa D4ER
de M. avium, cultivada en el medio líquido Watson Reid durante 2 meses,
filtrado e inactivado el antígeno obtenido con radiaciones gamma. Este
extracto de micobacterias fue entonces procesado con un disruptor celular,
el lisado celular fue centrifugado por 30 minutos y el sobrenadante fue usado
como antígeno; d) para TBB, PPDB y el antígeno recombinante MPB83; y
e) para Leptospira el extracto de L. interrogans serovar pomona tratado con
Triton X-100.
Para evaluar esta membrana se utilizaron sueros de 40 animales de estatus
sanitario conocido de Uruguay: 5 animales con diagnóstico de leptospirosis,
5 animales con paratuberculosis, 10 animales de un establecimiento con
brucelosis, 5 animales diagnosticados con neosporosis, 5 animales negativos
a brucelosis y 10 negativos a PTB y neosporosis. Resultados en Tabla 1.

220
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 221

Tabla 1. Resultados con los sueros bovinos de Uruguay con estatus sanitario
conocido. Membrana 1: Se utilizaron muestras de sueros controles positivos
y negativos de las diferentes enfermedades.

Resultados con los antígenos colocados en las


membranas
Número de sueros LPS SAG-1 WCL PPA3 PPDB MPB Pomona
con estatus sanitario Bruc. Neosp. 83 c/t
conocido
5 sueros positivos a 0 0 1 0 2 0 3
leptospirosis

5 sueros positivos a 0 0 4 0 0 0 1
PTB
10 sueros positivos a 10 0 0 0 1 0 0
brucelosis
5 sueros positivos a 0 0 0 0 0 0 3
neosporosis

5 Sueros negativos a 0 0 0 0 0 0 1
brucelosis

10 Sueros negativos a 0 0 0 0 6 0 1
PTB y neosporosis

Análisis de los resultados: En esta primera evaluación con MAPIA se


vio una gran concordancia con los sueros positivos de brucelosis y el resultado
de MAPIA. Al contrario, ninguno reaccionó con el antígeno NcSAG-1. Por
lo que decidimos aumentar la concentración del antígeno NcSAG-1 en las
próximas membranas. Las mezclas antigénicas: PPDB y el extracto de
Pomona, daban reacciones inespecíficas, por lo que consideramos poner en
las membranas varios antígenos específicos de M. bovis: MPB83, ESAT-6,
CFP-10 y MPB64, y evaluar un antígeno específico para L. interrogans,
presente en sus diferentes serovares: LipL32.
2.3.4. Evaluación de los macroarreglos con sueros de animales de 20
establecimientos de Uruguay, de estatus sanitario desconocido
Se evaluaron 1459 sueros de 20 establecimientos. Los animales fueron
evaluados para TBB utilizando la prueba cervical comparada y con MAPIA
contenía los siguientes antígenos de M. bovis: PPDB, MPB83, ESAT-6, CFP-

221
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 222

10, MPB64, extracto celular de M. bovis. 172 sueros de animales positivos a


TBB por la prueba comparativa cervical dieron con los antígenos la sensibilidad
relativa de: 13 %, 13 %, 49 %, 3 %, 4 % y 17 %, respectivamente. La
proteína con mayor sensibilidad fue ESAT-6 y si consideramos como
positivos todos aquellos que reaccionaron al menos con un antígeno, esta
sensibilidad se incrementa a 59 %.
Los sueros fueron evaluados para paratuberculosis con la prueba de ELISA
de IDEXX. Eliminando los sueros que dieron resultados dudosos, 933 sueros
fueron confrontados con los dos antígenos de Map, WCL y PPA-3 en
formato MAPIA.
Tabla 2. Resultados con el primer antígeno.

estatus |
ParaTb | WCL
ELISA | Negativo Positivo | Total
—————–+———————————+—————
Negativo | 823 44 | 867
| 94.93 5.07 | 100.00
—————–+———————————+—————
Positivo | 50 16 | 66
| 75.76 24.24 | 100.00
—————–+———————————+—————
Total | 873 60 | 933
| 93.57 6.43 | 100.00

Expected
Agreement Agreement Kappa Std. Err. Z Prob>Z
————————————————————————
89.92% 87.41% 0.2001 0.0327 6.12 0.0000

El acuerdo de kappa es pobre pero estadísticamente significativo. Con el


segundo antígeno cae la sensibilidad, siendo el kappa no significativo.
En cuanto al diagnóstico de leptospirosis se compararán los resultados de
microaglutinación en placa (MAT) con los resultados de dos antígenos de L.
interrogans presentes en las membranas, LipL32 y extracto de pomona. La
comparación de los resultados de MAT para el serovar Pomona con el primer

222
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 223

antígeno, mostró una sensibilidad relativa LipL32 de 16 % y una


especificidad de 96 %. Cuando comparamos los resultados de MAT con los
del segundo antígeno, la sensibilidad relativa del extracto de pomona fue un
poco más alta 25 % y la especificidad bastante inferior 85 %.
En la siguiente Tabla se muestran los sueros que dieron positivo con la
prueba de ELISA comercial frente al MAPIA con el antígeno de Neospora
NcSAG1. Dando el MAPIA una sensibilidad relativa de 46 % con una
especificidad de 86 %. Véase la Tabla 3.

Tabla 3. Relación entre los resultados de Neospora caninum para MAPIA


según los resultados de ELISA.

MAPIA MAPIA
ELISA Positivo Negativo Total
Positivo 28 33 61
Negativo 21 131 152
Total 49 164 213

Con el MAPIA se confirmó la presencia de brucelosis en uno de los


rodeos, con total coincidencia entre MAPIA-LPS y las pruebas convencionales
para brucelosis.
Conclusiones: Esta primera evaluación de rodeos de Uruguay con MAPIA,
nos indica que esta pueda ser una herramienta de gran utilidad para
identificar de forma rápida y simultánea rodeos con tuberculosis, paratu-
berculosis, brucelosis, neosporosis y leptospirosis; pero con menor sensibilidad
que con las pruebas convencionales. Por lo tanto MAPIA podría utilizarse
para ubicar los rodeos enfermos y luego se identificarían los animales
infectados de dichos rodeos con las pruebas confirmatorias.
2.3.5. Resultados con sueros de bovinos en Paraguay
En Paraguay se evaluaron un total de 359 animales de estatus sanitario
desconocido, pero estos animales pertenecían a 4 tambos con problemas
de abortos. Estos muestreos fueron realizados por los dos veterinarios de
Paraguay que realizaron su entrenamiento en Argentina y luego fueron a
capacitar a los colegas de Uruguay en la obtención y evaluación de los
macroarreglos antigénicos.

223
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 224

Los sueros fueron recolectados de 4 establecimientos ganaderos, de los


departamentos de Central, Cordillera, Paraguarí y Caaguazú de la República
del Paraguay.
Figura 10.

Los sueros fueron obtenidos de establecimientos de bovinos lecheros y de


carne, y fueron remitidas al Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria
(INTA) de Argentina, para su evaluación con MAPIA.
Las membranas utilizadas para esta experiencia contienen los siguientes
antígenos: LPS (brucelosis). NcSAG-1 (neosporosis). WCL (paratuberculosis).
PPA3 (paratuberculosis). PPDb (tuberculosis). MPB 83 (tuberculosis). Extracto
de L. interrogans serovar pomona tratado con tritón y la proteína recombinante
LipL32 (leptospirosis). Este último antígeno recombinante de leptospira se
utilizó para corregir la falta de especificidad que obtuvimos con el extracto
de pomona en las primeras experiencias en Uruguay.
2.3.6. Resultados por establecimientos
TAMBO 1
De 150 muestras tomadas los resultados son los siguientes: 27 positivos
al antígeno de paratuberculosis, WCL; 2 positivos a antígeno de tuberculosis,
PPDB; 8 positivos a leptospirosis (8 a extracto de Pomona y solo 3 de estos
a LipL32); 3 positivos al antígeno de neosporosis, NcSAG1.
TAMBO 2
De 32 muestras tomadas los resultados son los siguientes: 3 positivos al antí-
geno de paratuberculosis, WCL; 2 positivos a antígeno de neosporosis, NcSAG1.

224
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 225

TAMBO 3
De 109 muestras tomadas los resultados son los siguientes: 7 positivos al
antígeno de paratuberculosis, WCL; 3 positivos a antígeno de neosporosis,
NcSAG1; 8 positivos a leptospirosis (7 a extracto de Pomona y solo 1 de
estos a LipL 32).
TAMBO 4
De 68 muestras tomadas los resultados son los siguientes: 2 positivos al
antígeno de paratuberculosis, WCL; 8 positivos al antígeno de brucelosis,
LPS.
Tabla 4. Análisis de los resultados con MAPIA y pruebas confirmatorias.

Total positivos Total negativos Total positivos


Antígenos
MAPIA prueba confirmatoria prueba confirmatoria

LPS 8 1 7
NcSAG1 8 1 7
WCL 39 39 0
PPA3 0 0 0
PPDB 2 2 0
MPB 83 0 0 0
Ext. Pomona 15 15 0
tratado
LipL 32 4 4 0
Total 76 62 14

Pruebas confirmatorias utilizadas:


• Método laboratorial confirmatorio para brucelosis: Rosa de Bengala,
2-Mercaptoetanol, Wright (Tubo), B.P.A y F.P.A (polarización fluo-
rescente).
• Método laboratorial confirmatorio para neosporosis: ELISA.
• Método laboratorial confirmatorio para paratuberculosis: Inmuno-
difusión en gel de Agar.
• Método laboratorial confirmatorio para tuberculosis: ELISA.
• Método laboratorial confirmatorio para leptospirosis: Microaglutinación.

De las 359 muestras procesadas por MAPIA, 76 sueros bovinos dieron


reacciones positivas ante los antígenos impresos en las membranas. De las 8

225
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 226

muestras que reaccionaron con los antígenos de Nesopora caninum y de


Brucella abortus en el MAPIA, 7 dan positivo en las pruebas confirmatorias.
Así se confirmó la presencia de neosporosis en el tambo 1, 2 y 3 y de
brucelosis en el tambo 4. Con respecto a paratuberculosis, los sueros que
dieron positivos con el antígeno WCL en MAPIA, dieron negativos con la
prueba confirmatoria, en este caso se usó inmunodifusión en agar. Estos
sueros debemos reconfirmarlos con el ELISA para paratuberculosis. En
cuanto al resultado con LipL32 y extracto de Pomona, nuevamente nos
encontramos con una proporción importante de sueros que dan positivos
con ambos antígenos y no pueden confirmarse con microaglutinación.
Queda por evaluar estos antígenos con sueros de regiones libres de esta
enfermedad para confirmar la especificidad de dichos antígenos.
Conclusiones: El MAPIA aplicado en rodeos seleccionados al azar en
Paraguay nos permitió identificar rodeos con brucelosis y neosporosis.
Determinando que los abortos que se producían en esos rodeos eran por
neosporosis para el tambo 1, 2 y 3, y por brucelosis para el tambo 4. Esto
demuestra la importancia de estas enfermedades en Paraguay y la necesidad
de una técnica que permite la identificación rápida de rodeos infectados, para
intervenir en ellos con pruebas confirmatorias para detectar los animales
enfermos y apartarlos del rodeo.

3. BIBLIOGRAFÍA
AGUILAR, L. D. et al. Immunogenicity and protection induced by Mycobacterium
tuberculosis mce-2 and mce-3 mutants in a Balb/c mouse model of progressive
pulmonary tuberculosis.Vaccine. v. 24, n. 13, p. 2333-2342, 2006.
ALTON, G. G. et al. Techniques for the brucellosis laboratory. Paris: Institute National
de la Recherche Agronomique, 1988.
BAYIN, C. et al. Serodiagnosis of Neospora caninum infection in cattle by enzyme-
linked immunosorbent assay with recombinant truncated NcSAG1. Veterinary
Parasitology, n. 118, p. 177–185, 2003.
BIANCO, M. V. et al. Knockout mutation of p27-p55 operon severely reduces
replication of Mycobacterium bovis in a macrophagic cell line and survival in a
mouse model of infection. Virulence, v. 2, n. 3, p. 233-237, 2011.
BIGI, F. et al. Mutation in the P36 gene of Mycobacterium bovis provokes attenuation
of the bacillus in a mice model. Tuberculosis, v. 85, n. 4, p. 221-226, 2005.
BIGI, F. et al. A novel 27 kDa lipoprotein antigen from Mycobacterium bovis.
Microbiology, n. 143, p. 3599-3605, 1997.

226
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 227

BUDDLE, B. M. et at.. Update on vaccination of cattle and wildlife populations


against tuberculosis. Vet Microbiol. v. 151, n. 1-2, p. 14-22, 2011.
CARRIZO, A. B. et al. Identificación de antígenos inmunorreactivos de Leptospira
interrogans. Revista Argentina de Microbiología. v. 41, n. 3, p. 129-133, 2009.
DE KANTOR apud RITACCO, V. An update on bovine tuberculosis programmes
in Latin American and Caribbean countries. Vet Microbiol. v. 112, n. 2-4, p. 111-118,
2006.
HAILE, M.; KALLENIUS, G. Recent developments in tuberculosis vaccines. Curr
Opin Infect Dis, n. 18, p. 211-215, 2005.
HERNANDEZ PANDO, R. et al. The use of mutant mycobacteria as new vaccines
to prevent tuberculosis. Tuberculosis (Edinb), v. 86, n. 3-4, p. 203-210, 2006.
HOUGHTON, L. M. J. et al. Use of Multiepitope Polyproteins in Serodiagnosis
of active tuberculosis. Clinical and Diagnostic Laboratory Immunology, n. 9, p.
883–891, 2002.
McSHANE, H. et al. Recombinant modified vaccinia virus Ankara expressing
antigen 85Aboosts BCGprimed and naturally acquired antimycobacterial immunity
in humans. Nat Med, n. 10, p. 1240, 2004.
MEIKLE, V. et al. Evaluation of pathogenesis caused in Cattle and Guinea Pig by
a Mycobacterium bovis strain isolated from Wild Boar. BMC Vet Res., v. 7, n. 1, p. 37, 2011.
NIELSEN, S. S.; TOFT, N. Ante mortem diagnosis of paratuberculosis: a review
of accuracies of ELISA, interferon-g assay and faecal culture techniques. Vet
Microbiol. Review, n. 129, p. 217–235, 2008.
NIELSEN, S. S. et al. Serological discrimination by indirect enzyme immunoassay
between the antibody response to Brucella sp. And Yersinia enterocolitica O:9 in
cattle and pigs. Veterinary Immunology and Immunopathology, n. 109, p. 69-78,
2006. Disponible en: <http://www.sciencedirect.com/science/journal/01652427?
oldURL=y>.
PAOLICCHI, F. et al. Application of different methods for the diagnosis of
paratuberculosis in a dairy cattle herd in Argentina. J. Vet. Med. n. B 50, p. 20–26, 2003.
PARK, K. T. et al. Demonstration of allelic exchange in the slow-growing bacterium
Mycobacterium avium subsp.paratuberculosis, and generation of mutants with
deletions at the pknG, relA,and lsr2 loci. Appl Environ Microbiol, n. 74, p.
1687–1695, 2008.
PIAGGIO, J.; NUÑEZ, A.; GIL, A. Johne’s disease serological prevalence in
uruguayan dairy cows. In: INTERNATIONAL COLLOQUIUM ON
PARATUBERCULOSIS, 7. Bilbao, Spain, 11-14 Jun. 2002. Proceedings... Kenneth
Square, PA: International Association of Paratuberculosis, 2002. Disponible en:
<http://www.paratuberculosis.org/pubs/proc7/>.

227
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 228

SABIO Y GARCÍA, J. V. et al. Expression of MPB83 from Mycobacterium bovis


in Brucella abortus S19 induces specific cellular immune response against the
recombinant antigen in BALB/c mice. E. Microbes Infect., v. 12, n. 14-15, p. 1236-
1243, 2010.
SECHI, L. et al. Detection and Isolation of Mycobacterium avium Subspecies
paratuberculosis from Intestinal Mucosal Biopsies of Patients with and without
Crohn’s Disease in Sardinia. Am J Gastroenterol. n. 100, p. 1529–1536, 2005.
WEDLOCK, D. N. et al. Enhanced protection against bovine tuberculosis after
coadministration of Mycobacterium bovis BCG with a Mycobacterial protein
vaccine-adjuvant combination but not after coadministration of adjuvant alone.
Clin Vaccine Immunol., v. 15, n. 5, p. 765-772, 2008.
WILKOWSKY, S. et al. An Applied Printing Immunoassay with Recombinat
NcSAG1 for Detection of Antibodies to Neospora caninum in Cattle. J. Vet. Diag.
Investigation (en prensa).

228
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 229

NOTA SOBRE OS AUTORES

CATEGORIA INICIAÇÃO CIENTÍFICA – 1º LUGAR

Lucas Ribeiro Mata (autor do trabalho), 18 anos, brasileiro, aluno da quarta


série do E.M.I. com curso Técnico em Eletromecânica do Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense, campus Macaé. Atua no
desenvolvimento de projetos de pesquisa nas áreas de engenharia mecânica,
física e engenharia química, de 2008 a 2011, com duas participações na
FEBRACE (USP-Brasil), uma na MOSTRATEC, uma na Intel ISEF (Los
Angeles, EUA) e uma na INESPO (Utrecht, Holanda). Seu projeto obteve
14 prêmios.

Margarida Lourenço Castelló (Professora-orientadora do trabalho), 45 anos,


brasileira. Doutoranda e Mestre em Tecnologias de Processos Químicos e
Bioquímicos pela Escola de Química da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ) e Especialista em Educação por essa mesma instituição. Bacha-
rel em Engenharia Química e graduada em Licenciatura Plena em Química
pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Técnica em Química
pela Escola Técnica Federal de Química do Rio de Janeiro (ETFQ-RJ). Possui
diversos trabalhos publicados, alguns em revistas internacionais, como o
Journal of Thermal Analysis and Calorimetry, além de participações em eventos
científicos nacionais e internacionais. Orienta projetos de pesquisa pré-uni-
versitária desde 2006, dos quais já resultaram mais de 40 prêmios em con-
cursos de ciência jovem no Brasil e no exterior.

229
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 230

CATEGORIA ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO – 1º LUGAR

Rafael Panzetti (autor do trabalho), 21 anos, brasileiro, graduando em Bacha-


relado e Tecnólogo de Química pela Universidade Estadual de Campinas –
UNICAMP. Durante sua graduação, possui auxílio da FAPESP (Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) para Iniciação Científica, sob
orientação do professor doutor Marco-Aurelio De Paoli, na área de Polímeros
de “Materiais poliméricos compósitos de baixo impacto ambiental”. Possui
diplomas de minicursos de Química Verde e Química e os Sentidos. Contri-
buiu para a Universidade com serviços de Monitoria do Programa UPA 2011
(Universidade de Portas Abertas) para o Instituto de Química. Possui treina-
mento no curso de Leader Training.

Marco-Aurelio De Paoli (Professor-orientador do trabalho), 62 anos, brasileiro,


possui graduação em Química pela Universidade de Brasília (1970), douto-
rado em Química pela Universidade de São Paulo (1974) e pós-doutorado
no Instituto Max-Planck e na Universidade de Frankfurt, com bolsa da
Fundação Alexander von Humboldt (1975 a 1977). Iniciou sua atividade
docente na UNICAMP em maio de 1977, passando a professor titular em
1990. É coautor em 250 publicações, possui dez patentes e recebeu diversos
prêmios, entre eles, o Prêmio Scopus da Elsevier e a Grã-Cruz da Ordem
do Mérito Científico do Brasil. Aposentou-se em 2004, permanecendo na
UNICAMP como professor colaborador voluntário até o presente.

CATEGORIA JOVEM PESQUISADOR – 1º LUGAR

Lucía Mercedes Famá, 35 años, argentina, doctora en Ciencias Físicas en


2008 y Licenciada en Ciencias Físicas en 2004, ambas por la Universidad de
Buenos Aires. Jefa de Trabajos Prácticos de la Universidad de Buenos Aires.
Investigadora Asistente del Consejo de Investigaciones Científicas y Técnicas
(CONICET). Línea de investigación: Nuevas tecnologías de los materiales.
Responsable por 10 publicaciones en revistas internacionales, un capítulo de
libro y más de 40 trabajos presentados a congresos. Directora de tesis y
trabajos finales de la carrera de grado en Ciencias Físicas. Directora de la
carrera de maestría en Ingeniería de Alimentos. Codirectora en la carrera de
doctorado en Ingeniería, Universidad de Buenos Aires (Argentina).

230
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 231

CATEGORIA INTEGRAÇÃO – 1º LUGAR

Marta Irene Litter, 65 años, argentina, doctora en Química, UBA, Argentina


(1974) y posdoctorado en la Universidad de Arizona, EE. UU. (1983). Jefa
de división, Gerencia Química, CNEA, Argentina; Investigadora Principal
CONICET, Argentina. Profesora Titular 3IA, Universidad Nacional de
General San Martín, Argentina. Más de 160 publicaciones con referato,
incluyendo libros y capítulos de libros. Coordinadora Internacional Proyecto
OEA/AE/141 (2002-2006) y Red IBEROARSEN (CYTED), 2006-2009.
Premio Mercosur 2006 en Ciencia y Tecnología y Premio Innovar, Argentina,
2009.

Alejo Leopoldo Pérez Carrera, 38 años, argentino, veterinario (2000).


Doctor de la Universidad de Buenos Aires (2006); investigador asistente de
CONICET, Argentina (desde 2007); jefe de trabajos prácticos en la Univer-
sidad de Buenos Aires, Argentina; responsable por 36 publicaciones con
referato, incluyendo libros y capítulos de libros; integrante de la Red
IBEROARSEN (CYTED), 2006-2009; ganador del Premio Estímulo a la
Investigación Científica de la Facultad de Ciencias Veterinarias, Universidad
de Buenos Aires, en 2007.

Alicia Fernández Cirelli, 63 años, argentina, doctora en Ciencias Químicas


en 1972 y licenciada en Ciencias Químicas en 1968, ambas por la Univer-
sidad de Buenos Aires. Profesora titular de la Universidad de Buenos Aires;
investigadora principal del Consejo de Investigaciones Científicas y Técnicas
(CONICET); secretaria adjunta del Programa Iberoamericano de Ciencia y
Tecnología para el Desarrollo; coordinadora del Comité Académico Aguas
AUGM; directora del Centro de Estudios Transdisciplinarios sobre el Agua
(CETA) de la Universidad de Buenos Aires/Consejo Nacional de Investiga-
ciones Científicas y Técnicas; y directora de la maestría en Gestión del Agua,
Universidad de Buenos Aires.

Ana María Ingallinella, 68 años, argentina, investigadora categoría B,


carrera del Investigador Científico de la Universidad Nacional de Rosario.
Línea de Investigación: Tecnologías apropiadas para el tratamiento de agua
y líquidos residuales. Responsable por 50 trabajos publicados o presentados
a Congresos. Directora de tesis y trabajos finales de carreras de posgrado en
Ingeniería Sanitaria y Ambiental. Directora de la carrera de posgrado de

231
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 232

Especialización en Ingeniería Sanitaria de la Facultad de Ciencias Exactas,


Ingeniería y Agrimensura de la Universidad Nacional de Rosario (Argentina).

Ana María Sancha Fernández, 67 años, chilena, química, licenciada en


Química. Profesora asociada, Facultad de Ciencias Físicas y Matemáticas,
Universidad de Chile. Docente de pre y posgrado en la Escuela de Ingeniería
de la Universidad de Chile. Áreas de interés: calidad y contaminación de
aguas, análisis físico-químico de aguas, tratamiento de aguas, remoción de
arsénico de aguas, regulación de contaminantes ambientales, evaluación de
impacto ambiental, exposición a contaminantes.

Hugo Benjamín Nicolli, 71 años, argentino. Miembro de la carrera del


Investigador Científico del Consejo Nacional de Investigaciones Científicas
y Técnicas (CONICET) y asesor del Instituto de Geoquímica (INGEOQUI),
con más de 25 años de experiencia en evaluación de fuentes y de procesos de
lixiviación y concentración del arsénico y de oligoelementos asociados en las
aguas subterráneas de distintas cuencas de la Llanura Chaco-Pampeana
argentina. Geólogo de la Universidad Nacional de Córdoba (Argentina,
Premio Universidad 1960) y doctor en Ciencias Químicas de la Universidad
de Salamanca (España, premio en Concurso de Tesis Hispanoamericanas,
1967), está especializado en problemas de geoquímica ambiental y en procesos
hidrogeoquímicos. Es autor de más de 100 trabajos de su especialidad publi-
cados en congresos, simposios y en revistas internacionales de alto impacto
en Ciencias de la Tierra y del Ambiente.

Lorena del Pilar Cornejo Ponce, 48 años, chilena. Doctora en Ciencias y


Posdoctorado, magíster en Química con mención en Química Analítica,
Universidade Estadual de Campinas, Brasil. Profesor titular de la Universidad
de Tarapacá. Directora ejecutiva y representante legal del Centro de Investi-
gaciones del Hombre en el Desierto. Presidenta del Consejo Consultivo
Regional de Arica y Parinacota, periodo 2008-2011. Directora del magister
en Ciencias Ambientales, mención Gestión Ambiental. Coordinadora del
programa de doctorado en Química de las Universidades Estatales de la Macro
Zona Norte. Tiene en su haber más de 100 publicaciones entre publicaciones
ISI, actas de congreso, capítulos de libros y ha ganado y participado en
proyectos nacionales e internacionales.

232
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 233

Nelly Angélica Mañay Larrosa, 56 años, uruguaya. Doctor en Química –


PhD (2001) y químico farmacéutico (1980) por la Facultad de Química de
la Universidad de la República del Uruguay (UdelaR). Profesor agregado y
director de la Cátedra de Toxicología e Higiene Ambiental, FQ, UdelaR.
Investigador del Programa de Desarrollo de Ciencias Básicas: áreas Química
y Geociencias. Investigador en la Agencia Nacional de Investigación e Inno-
vación (ANII), MEC, Uruguay. Miembro de comisiones directivas de
Sociedades Científicas de Toxicología y Geología Médica. Punto focal de
Uruguay para la Red IBEROARSEN (CYTED), 2006-2009. Autora y
coautora de más de 100 trabajos científicos, publicaciones y capítulos de libros.

Silvia Sara Farías, 59 años, argentina, doctora en Química de la Universidad


de Buenos Aires. Ha desarrollado su actividad profesional en la Comisión
Nacional de Energía Atómica. Actualmente, su investigación se orienta a la
aplicación de metodologías analíticas de última generación para la evaluación
de contaminación metálica y órgano metálica en matrices medioambientales,
farmacéuticas, biológicas y alimentos. Participó en 20 proyectos de investigación
nacionales e internacionales. Ha publicado más de cuarenta trabajos en
revistas científicas y en cuatro libros y ha realizado más de ciento cincuenta
presentaciones en congresos nacionales e internacionales.

Virginia Sampaio Teixeira Ciminelli, brasileira, graduada em Engenheira


Química e mestre em Engenharia Metalúrgica e de Minas pela Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG) e doutora em Processamento Mineral pela
Universidade da Pensilvânia (EUA). Pesquisadora nível 1A do CNPq;
professora titular do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais
da UFMG. Foi coordenadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia
em Recursos Minerais, Água e Biodiversidade (INCT-Acqua); membro
titular da Academia Brasileira de Ciências; agraciada com a Ordem Nacional
do Mérito Científico, Classe de Comendador (2011), com o Alumni
Achievement Award da Universidade da Pensilvânia (2004) e com o Prêmio
FUNDEP (2008). Possui mais de duzentas publicações e já realizou
supervisão de 43 teses e dissertações (concluídas).

233
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 234

CATEGORIA INICIAÇÃO CIENTÍFICA – MENÇÃO HONROSA

Lisandra Magali Delvalle Guillen (autora del trabajo), 17 años, paraguaya,


estudiante del segundo año del bachillerato técnico en Contabilidad en el
Colegio Nacional San Miguel Arcángel de Caacupé (Paraguay).

Carmen Saucedo de Villalba (profesora-orientadora del trabajo), 53 años,


paraguaya. Licenciada en Ciencias de la Educación por la Facultad de
Filosofía de la Universidad Nacional de Asunción, y profesora de Ciencias
Básicas por el Instituto de Formación Docente de Eusebio Ayala. Histórico
laboral: secretaria del Colegio Nacional San Miguel Arcángel (1996);
directora del Colegio Nacional San Miguel Arcángel (1997-2010); y cate-
drática de Ciencias Naturales y Salud, Educación Escolar Básica y Educación
Media, Colegio Nacional San Miguel Arcángel y Colegio Nacional 8 de
Diciembre (1996-2011).

CATEGORIA ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO – MENÇÃO HONROSA

Diego Ariel Onna (autor del trabajo), 25 años, argentino. Estudiante de


licenciatura en Ciencias Químicas en la Facultad de Ciencias Exactas y
Naturales. Docente en el Departamento de Química Inorgánica, Analítica y
Química Física. Ha participado en diferentes actividades de extensión
universitaria como «Expo-UBA», «Semana de la Química», «El Túnel de la
Ciencia», entre otras. Actualmente realiza investigaciones bajo el marco de
Beca Estímulo otorgada por la Universidad de Buenos Aires.

Yanina Susana Minaberry (profesora-orientadora del trabajo), 38 años,


argentina, con doctorado en Química Inorgánica Analítica y Química Física
y Licenciada en Ciencias Químicas de la Universidad de Buenos Aires
(Argentina). Docente e investigadora de la Facultad de Ciencias Exactas y
Naturales de la UBA. Actualmente becaria posdoctoral del Consejo Nacional
de Investigaciones Científicas y Técnicas (CONICET). Publicaciones: cuatro
en revistas internacionales, un capítulo de libro y más de veinte actas de

234
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 235

congresos entre nacionales e internacionales. Participante en más de ocho


proyectos de investigación, entre nacionales e internacionales. Ha participado
en proyectos de extensión universitaria, brindando talleres a docentes y
estudiantes de escuelas medias del país.

CATEGORIA JOVEM PESQUISADOR – MENÇÃO HONROSA

Laédna Souto Neiva, 32 anos, brasileira, possui graduação em Engenharia


de Materiais (2005), mestrado em Ciência e Engenharia de Materiais (2007)
e doutorado em Ciência e Engenharia de Materiais (2011) pela Universidade
Federal de Campina Grande. Atua principalmente nos seguintes temas:
síntese de pós cerâmicos (óxidos metálicos) pelos métodos de síntese da
reação de combustão e Pechini; obtenção de partículas nanométricas; e desen-
volvimento de catalisadores para as tecnologias de conversão do gás natural
no tocante ao desenvolvimento de formas alternativas de geração de energia.

CATEGORIA INTEGRAÇÃO – MENÇÃO HONROSA

María Isabel Romano, 59 años, argentina. Doctora en Bioquímica, presen-


tada en la Facultad de Farmacia y Bioquímica de la Universidad de Buenos
Aires, Argentina (1986). Posdoctorados: Instituto Pasteur de Paris, Francia,
Laboratorio de Biología Celular, 1987-1988; y Nacional Institute for Medical
Research, London, UK, Mycobacterial Research Division, 1999-2002. Áreas
científicas relevantes: microbiología, biología molecular, biotecnología y salud
animal. Puesto actual: investigadora principal del CONICET.

Angel Adrián Cataldi, 56 años, argentino. Graduado en bioquímica por


la Universidad de Buenos Aires y doctor en Ciencias Químicas por la Univer-
sidad de Buenos Aires. Posdoctorado en la Unidad de Antígenos Bacterianos
del Instituto Pasteur de París. Director de 7 tesis doctorales y 3 de maestría.
Autor de 109 publicaciones en revistas internacionales con referatos. Profesor
de posgrado en Microbiología Molecular de la Universidad Nacional de San
Martín. Instituto de Biotecnología, CNIA-INTA Castelar, Argentina.

Bibiana Felicitas Brihuega de Fernández, 56 años, argentina. Médica


veterinaria, Universidad de Buenos Aires; doctorada en la Facultad de Veteri-
naria de la UBA; posgrado en carrera docente universitaria. Responsable del

235
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 236

laboratorio de leptospirosis, bajo norma de calidad ISO 17025. Referencia


de la OIE. Miembro del Comité Ejecutivo de la International Leptospirosis
Society ( ILS), de la Comisión Científica Permanente de Leptospirosis
(AAVLD), del Comité Directivo de la Asociación Argentina de Zoonosis
y del Comité Institucional para el Cuidado y Uso de los animales de
Experimentación (CICUAE). Autora de 34 publicaciones y 5 capítulos de
libros. Profesora adjunta de la Cátedra de Microbiología de la Facultad
de Ciencias Veterinarias de la Universidad del Salvador. Directora de tesis
doctorales en la UBA y jurado de tesis de la Universidad de La Plata. Premiada
por la Universidad de California (EE. UU.) en 2009, por la Universidad de
Buenos Aires en 1996 por la producción científica y seleccionada para la
Expociencia 1995.

Carlos Manuel Campero, 65 años, argentino, médico veterinario (05/03/69).


Doctor en Ciencias Veterinarias (09/05/83), Doctor of Philosophy (PhD)
(13/5/1989) y posdoctorado (1997-1999). Actividad actual: investigador en
Patología Veterinaria del INTA EEA Balcarce, con énfasis en enfermedades
infecciosas de la reproducción en bovinos. Responsable del Laboratorio de
Patología Veterinaria y Laboratorio de enfermedades de transmisión sexual
y neosporosis bovina. Especialista en patología de la reproducción en bovinos.
Profesor libre, cursos de posgrado en Producción Animal: 1) Diagnóstico y
control de las principales enfermedades reproductivas de los bovinos, y 2)
Teriogenología y patología de la reproducción en bovinos. Facultad de
Ciencias Agrarias, Universidad Nacional de Mar del Plata.

Dadín Prando Moore, 38 años, argentino, médico veterinario (1997).


Especialista en Sanidad Animal (1999), Magister Scientiae en Producción
Animal (2001) y doctor en Ciencias Veterinarias (2004). Actividades actuales
como investigador adjunto del CONICET (tema: Incorporación de
antígenos de Neospora caninum en complejos inmunoestimulantes para su
utilización como inmunógeno experimental en bovinos); y como profesor
libre de Inmunología General Veterinaria en el programa de posgrado en
Sanidad Animal de la Facultad de Ciencias Agrarias de la Universidad Nacional
de Mar del Plata. Domicilio laboral en la estación experimental agropecuaria
Balcarce del Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria.

Fabiana Bigi, 46 años, argentina, licenciada en Ciencias Biológicas por


FCEN, UBA desde 1990. Doctora de la UBA FCEN, UBA, desde 1998.
Investigadora de INTA categoría 24-9 e investigadora independiente del

236
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 237

CONICET. Directora de proyectos de investigación nacionales e internacio-


nales. Directora de tres becarios en la actualidad y directora de tres tesis de
la UBA finalizadas. Producción científica: 50 publicaciones científicas con
referato, en su mayoría internacionales. Editora asociada de BMC Microbiology.

Federico Carlos Blanco, 33 años, argentino, bioquímico por la Universidad


Nacional del Sur de Bahía Blanca. Desde 2005 es estudiante de doctorado
(Beca Doctoral INTA) en el Instituto de Biotecnología de Castelar, Buenos
Aires. Área de trabajo: tuberculosis bovina, centrado en el estudio de la
respuesta inmune del animal frente a la infección. Participante en proyectos
del Instituto de Biotecnología de INTA Castelar, BIOTEC Sur y FONARSEC.

Fernando Oscar Delgado, 36 años, argentino, veterinario, magister en


Biotecnología (UBA). Área de interés: patología animal. Investigador del
Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria (Argentina) y docente de
Patología Animal en la Universidad Nacional de Lomas de Zamora y la
Universidad del Salvador. Participante de proyectos nacionales de investigación
en enfermedades causadas por micobacterias y enfermedades del sistema
nervioso central.

Karina Cynthia Caimi, 40 años, argentina, doctora en Ciencias Biológicas


por FCEN-UBA en 2004. Trabaja en el Instituto de Biotecnología, INTA-
Castelar como investigadora asistente de CONICET. Su línea principal de
trabajo se basa en el estudio de la leptospirosis bovina encarando distintos
aspectos de esta enfermedad: la identificación de nuevos antígenos útiles en
el diagnóstico, la tipificación molecular de aislamientos y el desarrollo de
vacunas recombinantes. Publicaciones relacionadas: Identificación de antígenos
inmunorreactivos de Leptospira interrogans. Rev. Arg. Microbiol. 41(3):129-33.

Lucas Emilio Vagnoni, 38 años, argentino. Médico veterinario por la


Facultad de Ciencias Veterinarias de la Universidad Nacional de La Plata
(1996). Actualmente cursa máster en Ciencia y Bienestar del Animal de
Laboratorio en la Universidad Autónoma de Barcelona. Actividad laboral:
responsable por la Coordinación Técnica del Área de Boxes de Alta Seguridad
Biológica (NBS 2Ag y NBS 3Ag), Campo Experimental y Bioterio, depen-
diendo de la Gerencia de Gestión Estratégica de Procesos Complementarios
(GGEPC).

237
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 238

Luis Ernesto Samartino, 57 años, argentino. Formación académica: médico


veterinario, UNLP, La Plata, Provincia Buenos Aires, Argentina (1978).
Master of Science, School of Vet. Med. LSU, Baton Rouge, EE. UU. (1989);
PhD, School of Vet. Med. LSU, Baton Rouge, EE. UU. (1991). Posición
actual: director del Instituto de Patobiología. INTA-CICVyA-Castelar.

Marcelo Cristian Fort, 54 años, argentino, Médico Veterinario por la


Facultad de Ciencias Veterinarias UNLP (1982). Formación en el diagnóstico
de laboratorio en virología y bacteriología, Laboratorios Regionales de los
Servicios de Salud Animal de Múnich y Oberschleissheim en Alemania
(1991-1992). MSc International animal Health, Royal (Dick) School of
Veterinary Science en Edimburgo (Escocia) (2000-2002). Historia laboral:
Asesor médico veterinario de la Cooperativa Agropecuaria de Estela (1982-
1983); becario del Instituto Nacional de Investigaciones Agropecuarias, EEA
Anguil (1983-1987); encargado del laboratorio de enfermedades infecciosas
del área de Salud Animal de la EEA Anguil (1987-2008); jefe de grupo de
Sanidad y Mejoramiento Animal de la EEA Anguil (2008 en adelante).

María Fiorella Alvarado Pinedo, 36 años, argentina, graduada como


médica veterinaria y bacterióloga clínica e industrial en la Facultad de
Ciencias Veterinarias (FCV) de la Universidad Nacional de La Plata (UNLP),
Argentina. Trabaja como veterinaria y bacterióloga en el área de microbio-
logía del CEDIVE de la FCV UNLP. Plan de tesis doctoral en ciencias
veterinarias: «Posibilidades diagnósticas de la PPD aviar en la paratuberculosis
bovina en animales jóvenes», en realización. Participa en el proyecto de incen-
tivos de la UNLP «Estudios de campo y experimentales sobre diagnóstico y
control de enfermedades de rumiantes en su contexto productivo (Parte III)».
Docente universitario en la carrera de Ciencias Veterinarias (FCV-UNLP)
en los cursos de Enfermedades de los Rumiantes y Cerdos, Clínica y Sanidad
de Rumiantes, Histología, Biología Celular y Embriología Veterinaria.

María José Federica Gravisaco, 43 años, argentina. Título universita-


rio: bioquímica, Facultad de Farmacia y Bioquímica de la UBA, 1992.
Máximo título académico: doctora en Inmunología por la Universidad de
Buenos Aires, mayo de 2002. Lugar de trabajo actual: profesional responsable
del área de Citometría de Flujo en el Instituto de Biotecnología, Centro de
Investigaciones en Ciencias Veterinarias y Agronómicas (CICVyA), Instituto
Nacional de Tecnología Agropecuaria, INTA-Castelar. Investigadora del
grupo de trabajo de virus animales del Instituto de Biotecnología.

238
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 239

María Laura Mon, 28 años, argentina. Licenciada en Ciencias Biológicas,


recibida en la Facultad de Ciencias Exactas y Naturales de la UBA en
diciembre de 2008. Actualmente realiza la tesis de doctorado en el Instituto
de Biotecnología del Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria, INTA-
Castelar, en el Laboratorio de Paratuberculosis Bovina bajo la dirección de la
Dra. María Isabel Romano.

María Verónica Bianco, 34 años, argentina. Títulos de grado: microbióloga;


técnica de laboratorio, Universidad Nacional de Río Cuarto. Doctorado
UBA en curso. Tema de tesis: Desarrollo y evaluación de candidatos a vacunas
contra la tuberculosis bovina. Directora: Dra. Fabiana Bigi. Cargo obtenido:
personal profesional de planta no permanente del Instituto de Biotecnología,
INTA, enero de 2008.

María Virginia Meikle, 43 años, natural de Uruguay con nacionalidad


argentina. Doctorado en ciencias veterinarias por la Universidad Nacional
de La Plata (1995-1997). Posdoctorado en caracterización de proteínas de
membrana externa de Mycobacterium tuberculosis, Departamento de Micro-
biología, Universidad de Alabama, EE. UU. (2010-2011). Actualmente
trabaja en el Laboratorio de Tuberculosis, Biotecnología, INTA-Castelar, en
la caracterización de una proteína de membrana de micobacterias.

Sergio Gabriel Garbaccio, 38 años, argentino. Médico veterinario egresado


en 1998 de la Facultad de Ciencias Veterinarias de la Universidad Nacional
de La Plata. En 2009 obtuvo el título de magíster con orientación en Biotec-
nología en la Facultad de Bioquímica y Farmacia de la UBA. Responsable del
Laboratorio de Micobacterias del Instituto de Patobiología. Forma parte de
proyectos de investigación en los temas concernientes al «diagnóstico y
desarrollo de vacunas» para el control y prevención de la tuberculosis. Realiza
apoyo al medio productivo, a través de un servicio de diagnóstico especializado
en la enfermedad.

Silvina Elizabeth Wilkowsky, 44 años, argentina, casada, dos hijas. Doctora


en Biología por la UBA (1999). Es investigadora adjunta en el CONICET
desde 2009 y Prof. Int. en Microbiología Molecular, Universidad Nacional
de General San Martín desde 2000. En los últimos cinco años ha presentado
34 resúmenes en congresos nacionales e internacionales. Tiene 18 publica-
ciones en revistas internacionales con referato y ha recibido 11 subsidios
como investigadora y 4 becas para su formación profesional. Desempeñó

239
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 240

cargos docentes en el Departamento de Microbiología (área de Parasitología),


Facultad de Medicina UBA (1994-2002) y en la Facultad de Ciencias Biomé-
dicas de la Universidad Austral (1999). Es miembro de la SAP (desde 1997)
y de la AAM (desde 2006) y ha participado de diversos comités científicos.
Desde 2004 tiene becarios a su cargo y ha dirigido tesis doctorales. Habla
inglés y portugués.

Silvio Lorenzo Pedro Cravero, 52 años, argentino. Posee el título de


bioquímico otorgado por la Facultad de Bioquímica y Ciencias Biológicas de
la Universidad Nacional del Litoral, en Santa Fe (Argentina). Es responsable
del Laboratorio de Brucella del Instituto de Biotecnología, Instituto Nacional
de Tecnología Agropecuaria (INTA), Hurlingham. Coordina el Proyecto
INTA «Desarrollo de métodos de diagnóstico molecular aplicados a la
detección y tipificación de microorganismos patógenos» y participa en varios
proyectos relacionados con la obtención de vacunas recombinantes. Es docente
en cursos de maestrías relacionadas con la biotecnología y la salud animal y
posee una dilatada experiencia en la manipulación genética de microorga-
nismos patogénicos.

Caroline Rizzi, 34 anos, brasileira, possui graduação em Farmácia/Análises


Clínicas (1999) pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e mestrado
em Ciências Biológicas (Bioquímica-2004) pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS). Atualmente é doutoranda no curso de Biotecnologia
da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Tem experiência na área de
bioquímica, com ênfase em Biologia Molecular, voltada para a produção de
proteínas recombinantes, e em vacinologia reversa, atuando principalmente
no desenvolvimento de vacinas recombinantes para tuberculose bovina.

Daniela Fernandes Ramos, 29 anos, brasileira. Possui graduação em


Ciências (2007) e mestrado em Ciências da Saúde (2008) pela Universidade
Federal do Rio Grande (FURG). Atualmente faz doutorado em Biotecno-
logia na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), sob orientação do Prof.
Dr. Odir Dellagostin. Tem experiência na área de Microbiologia e está desen-
volvendo projetos de pesquisa na área de diagnóstico da tuberculose bovina.

Odir Antônio Dellagostin, 44 anos, brasileiro, graduado em Medicina


Veterinária (1989) pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Possui
doutorado em Biologia Molecular (1995) e pós-doutorado (1997) pela
University of Surrey (Inglaterra). Atualmente é professor associado da

240
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 241

Universidade Federal de Pelotas e Diretor do Centro de Desenvolvimento


Tecnológico dessa universidade. Tem experiência na área de Microbiologia,
com ênfase em Biologia Molecular, atuando principalmente no desenvol-
vimento de vacinas recombinantes. É membro da Comissão Técnica Nacional
de Biossegurança do MCT desde 2010; Coordenador Adjunto da Área de
Biotecnologia da CAPES; e Coordenador do Comitê Assessor de Ciências
Biológicas da FAPERGS.

Guillermo Giménez Bareiro, 31 años, paraguayo, médico veterinario


egresado de la Facultad de Ciencias Veterinarias de la Universidad Nacional
de Asunción (año 2006). Docente y miembro de las cátedras de Microbio-
logía e Inmunología y de Enfermedades Infecciosas y Contagiosas del
segundo y tercer curso respectivamente de la carrera de Ciencias Veterinarias,
profesional del Departamento de Microbiología de la Facultad de Ciencias
Veterinarias U.N.A., curso de posgrado en Diagnóstico de enfermedades
animales en la Facultad de Veterinaria (UNLP-Argentina), participante del
BIOTECSUR.

Juan Guillermo Cantero Portillo, 29 años, natural de Venezuela y naciona-


lidad paraguaya. Médico veterinario egresado de la Facultad de Ciencias
Veterinarias de la Universidad Nacional de Asunción, promoción del 2006.
Actualmente se desempeña como técnico especializado del Departamento
de Microbiología e Inmunología, auxiliar de enseñanza de las cátedras de
Microbiología e Inmunología (segundo curso) y Enfermedades Infecciosas y
Contagiosas del tercer curso de la carrera. Forma parte del grupo de partici-
pantes del Proyecto BIOTECSUR. Actualmente se encuentra participando
de la segunda serie del Programa ELFS «Executive Leadership in Food Safety».

María Teresa Rovira Díaz de Bedoya, 53 años, paraguaya, doctora en


Ciencias Veterinarias con magister en Planificación y Proyectos. Docente
investigador a tiempo completo con dedicación exclusiva de la Facultad de
Ciencias Veterinarias de la Universidad Nacional de Asunción (FCV-UNA),
con especialidades en proyectos de desarrollo, evaluación de impacto
ambiental y un diplomado en Gestión de la Innovación. Actualmente a cargo
del Departamento de Gestión y Planificación de Proyectos, con varios
trabajos de investigación y publicaciones en revistas arbitradas y de materiales
didácticos en biofísica y metodología de la investigación para la FCV-UNA.
Idiomas: español, inglés, portugués y guaraní.

241
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 242

Alejandra Suanes Martínez, 35 años, uruguaya. Educación: doctora en


Medicina y Tecnología Veterinaria (2005), Licenciada en Biología-Biotecno-
logía (2006), magíster en Salud Animal (2011). Actividad profesional:
técnico profesional de la Dirección de Laboratorios Veterinarios del
Ministerio de Ganadería Agricultura y Pesca (2006-presente) y asistente
de investigación del Departamento de Bioestadística e Informática de la
Universidad de la República, Facultad de Veterinaria (2001-presente). Autora
y coautora de 17 publicaciones y 7 conferencias en actividades científicas
y congresos.

Alvaro Jorge Nuñez Alesandre, 50 años, uruguayo, doctor en Medicina y


Tecnología Veterinaria, MSc en Salud Animal. Posición actual como director
de la División de Laboratorios Veterinarios, DILAVE «Miguel C. Rubino»,
de la Dirección General de Servicios Ganaderos del Ministerio de Ganadería,
Agricultura y Pesca. Publicaciones: «Paratuberculosis bovina en ganado
lechero en la cuenca sur del país», tesis de maestría del posgrado en Salud
Animal de la Facultad de Veterinaria, Universidad de la República Oriental
del Uruguay, mayo de 2006; Prevalencia de las principales enfermedades
infecciosas que afectan el comportamiento reproductivo en la ganadería de
carne y caracterización de los establecimientos de cría en el Uruguay, Revista
Veterinaria Vol. 40, n.º 157, enero-marzo de 2005, indexada en: Vet-CD/
BEASTCD; Estudios epidemiológicos de Fiebre Aftosa en Uruguay 2001-
2002, Núñez A., Gil A., Vitale E. en Seminario Internacional sobre uso de
herramientas seroepidemiológicas y virológicas en la vigilancia de Fiebre
Aftosa COSALFA. PANAFTOSA, 10 y 11 de marzo de 2003, Santiago,
Chile; Prevalence of Serum Antibodies to Bovine Herpesvirus-1 and Bovine
Viral Diarrhoea Virus in Beef Cattle in Uruguay. H. Guarino, A. Núñez,
M.V. Repiso, A. Gil, D.A. Dargatz. Preventive Veterinary Medicine 85
(2008) 34.

Andrés Domingo Gil Rodríguez, 61 años, uruguayo. Profesor titular del


Departamento de Bioestadística de la Facultad de Veterinaria, Universidad de
la República (Uruguay). Coordinador de la Unidad de Epidemiología de los
Servicios Veterinarios Oficiales del Uruguay. Después de recibir el título
de doctor en veterinaria de la Universidad de la República, trabajó en la
Dirección de Lucha contra la Fiebre Aftosa desde 1979 hasta 1988. Luego
obtuvo los títulos de Master of Science y PhD de la Universidad de
Minnesota, retornando al trabajo en la Universidad de la República y en

242
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 243

los Servicios Veterinarios. Desde el 2002, es el coordinador de la Unidad de


Epidemiología a cargo de la planeación, diseño y análisis de los programas de
vigilancia de las principales enfermedades de los animales. Es profesor titular
de la Universidad de la República y los principales temas de su interés están
relacionados con la vigilancia, prevención, control y erradicación de fiebre
aftosa, brucelosis, tuberculosis, paratuberculosis, inocuidad de alimentos y
bienestar animal. Ha sido consultor de corto plazo en proyectos relacionados
con la epidemiología, bioestadística y sistemas de información para IAEA
y FAO en varios países: Argentina, Bolivia, Brasil, Perú, Paraguay y México.
En el 2004 recibió el premio «Distinguished Leadership Award for
Internationals» de la Universidad de Minnesota.

José Miguel Piaggio Mazzara, 49 años, uruguayo. Formación académi-


ca: doctor en Medicina y Tecnología Veterinaria de la Facultad de Veterinaria
UdeLaR (1993). Maestría en Salud Animal de la Facultad de Veterinaria
UdeLaR (2006). Estudiante de doctorado en Salud Animal Facultad de
Veterinaria UdeLaR (2009). Áreas de actuación: bioestadística y epidemio-
logía. Producción científica: 12 artículos publicados en revistas científicas,
2 libros y capítulos de libros publicados y 62 trabajos en eventos y
producción técnica.

243
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 245

NOTA SOBRE OS MEMBROS


DA COMISSÃO DE AVALIAÇÃO

Professor Ary Mergulhão Filho, UNESCO/Brasil, Presidente da Comissão


de Avaliação
Brasileiro com mestrado em Ciências pelo Instituto Tecnológico da Aeronáu-
tica (ITA). Atuou como empresário e consultor de empresas. Orientou mais de
sessenta trabalhos acadêmicos em dezenove anos de atuação como professor
universitário. Na esfera pública, atuou no Conselho Nacional de Desenvolvi-
mento Científico e Tecnológico (CNPq) e no Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação na formulação e implantação de políticas para o setor.
Atualmente é Oficial de Ciência e Tecnologia da UNESCO no Brasil.

Professor Ernesto Fernández Polcuch, Representante da UNESCO/Uruguai


Especialista en política de ciencia, tecnología e innovación, con un Máster en
Ciencia, Tecnología y Sociedad de la Universidad Nacional de Quilmes
(Argentina). Actualmente, se desempeña como Especialista Principal de
Programa en Política Científica y Fortalecimiento de Capacidades en la Oficina
Regional de Ciencias de la UNESCO para América Latina y el Caribe, con
sede en Montevideo. Hasta 2010, fue Especialista de Programa en la Oficina
de la UNESCO en Windhoek, desarrollando proyectos en las áreas de política
científica, ciencias básicas, agua, medio ambiente y geología, para cinco países
del sur de África. Previamente, trabajó en estadísticas e indicadores de ciencia,
tecnología e innovación por más de una década. Como líder del equipo de
estadísticas de ciencia y la tecnología en el Instituto de Estadísticas de la
UNESCO en Montreal, entre 2002 y 2008 fue responsable de la producción
de estadísticas de CyT a nivel mundial, desarrollando metodologías para la
recolección de información en países en desarrollo y produciendo informes
sobre varios temas, tales como ciencia, tecnología y género. Hasta 2002

245
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 246

había trabajado en Argentina en la Red Iberoamericana de Indicadores de


Ciencia y Tecnología (RICYT), desde su creación en 1995, como Secretario
Técnico y luego coordinador de I+D. Durante ese tiempo, llevó a cabo tareas
de investigación y docencia en la Universidad Nacional de Quilmes y otras
universidades argentinas y de América Latina, fue asesor de la Secretaría
de Ciencia, Tecnología e Innovación Productiva y consultor de organismos
nacionales e internacionales, como la OEA, el BID, el Banco Mundial y
la OCDE. Ha publicado numerosos trabajos en el área de estadísticas y
política de ciencia, tecnología y educación superior en revistas nacionales e
internacionales, capítulos de libros e informes de investigación. Ha dictado
conferencias y seminarios de capacitación en América Latina, el Caribe, África,
Asia y Europa del Este y Sudeste.

Professor Miguel Ángel Blesa, Representante da RECyT/Argentina


Argentino, Doctor en Química por la Universidad de La Plata (1968). Inves-
tigador Superior de la Comisión Nacional de Energía Atómica (Gerencia
Química) y Profesor Titular de la Universidad Nacional de San Martin
(Instituto de Investigación e Ingeniería Ambiental). Áreas de trabajo:
Química Inorgánica, Química de Coloides y Materiales Inorgánicos, Química
en Tecnología Nuclear y Química Ambiental. Autor de cerca de 200 artículos
originales y varios libros, director de 23 tesis doctorales. Premio Química de
la TWAS, Premio MERCOSUR Categoría Integración, Mención Konex en
Química Inorgánica. Presidente a cargo de la Asociación Argentina para el
Progreso de las Ciencias. Expresidente de la Asociación Argentina de Investi-
gación Fisicoquímica. Ex Investigador Superior de CONICET.

Professor Edson Kenji Kondo, Representante da RECyT/Brasil


Possui graduação em Engenharia de Produção pela USP (1980), extensão
em Economia pela Universidade de Colorado, em Boulder, e mestrado e
doutorado em Políticas Públicas na Universidade de Harvard (1990 e 1994).
Atualmente, atua como Diretor do Curso de Administração da Universidade
Católica de Brasília. Ministra aulas de Sustentabilidade Social e Ambiental e
de Alternativas para uma Economia da Vida. Foi Presidente do Conselho
Diretivo da Escola Americana de Brasília, Membro do Conselho Diretivo
do Institute for Strategic Leadership do Japão, Membro do Conselho Delibe-
rativo do CNPq, Chairman do Programa de Pós-Doutorado do Instituto de
Estudos Avançados da Universidade das Nações Unidas e Professor Titular da
Universidade de Tsukuba do Japão. Suas pesquisas relacionam-se a desenvol-
vimento sustentável e empreendedorismo informal.

246
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 247

Professor Eduardo Falabella Sousa-Aguiar, Representante da RECyT/Brasil


Engenheiro químico, graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro,
com mestrado e doutorado em Processos Catalíticos pela COPPE/UFRJ.
Possui especializações na Universidade Técnica de Viena, Áustria; na Universi-
dade de Brunel, Inglaterra; e no Centro de Pesquisas da AKZO-Nobel em
Amsterdam, Holanda. Atualmente é professor da Escola de Química da UFRJ
e consultor sênior do CENPES/Petrobras, além de autor de trezentos
trabalhos internacionais, dois livros e várias patentes, tendo recebido diversos
prêmios nacionais e internacionais.

Professor Fernando Luiz Araújo Sobrinho, Representante da RECyT/Brasil


Brasileiro, geógrafo (licenciatura e bacharelado), mestre em Arquitetura e
Urbanismo pela Universidade de Brasília, doutor em Geografia pela
Universidade Federal de Uberlândia. Atuou como professor, pesquisador e
consultor em diversas instituições públicas e privadas. Na esfera pública,
atuou como consultor e pesquisador na Empresa Brasileira de Turismo
(EMBRATUR), no Ministério do Turismo (MTur), no Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (IPEA), na Secretaria de Turismo e na Secretaria de
Desenvolvimento Urbano e Habitação do Governo do Distrito Federal,
Brasil. Orientou trabalhos de graduação e pós graduação. Atualmente é
professor do Departamento de Geografia no Instituto de Humanidades da
Universidade de Brasília.

Professor Jose Henrique de L. C. Dieguez Barreiro, Representante da


RECyT/Brasil
Engenheiro mecânico pela UERJ, com mestrado em Engenharia de Produção
pela COPPE/UFRJ e doutorado em Administração e Economia de Empresas
pela Universidade de Salamanca (Espanha). Atua como analista em ciência
e tecnologia no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil em
temas relacionados a inovação tecnológica, políticas públicas para P&D
empresarial e integração universidade-empresa. É professor assistente na
Universidade Católica de Brasília, atuando como docente e pesquisador em
temas de empreendedorismo e inovação, gestão estratégia e jogos de empresas
com uso de simulação por computador. Essas atividades profissionais estão
relacionadas ao CNPq, American Bureau of Shipping, CENPES-Petrobrás,
Petrobrás Distribuidora.

247
Miolo_premio_mercosul_2011:Miolo_Jornalismo_Cidadao 11/22/11 11:59 AM Page 248

Professora Rosa Elisabeth Medina Pavón, Representante da RECyT/


Paraguai
Paraguaya, Química Farmacéutica por la Universidad Católica Nuestra
Señora de la Asunción, con especialización en Evaluación de Impacto
Ambiental por la Facultad de Ingeniería Agronómica de la UNE y maestría
en Educación con énfasis en Gestión Educativa por la Facultad de Filosofía
de la Universidad Nacional del Este. Directora General Académica de la
Universidad Nacional del Este y Profesora Adjunta de la Facultad de
Ingeniería Agronómica de la UNE.

Professor Jose Carlos Ismael Piedra-Cueva, Representante da RECyT/


Uruguai
Uruguayo, ingeniero en Recursos Hídricos por la Universidad Nacional del
Litoral (Argentina), doctor en Mecánica de Fluidos por la Universidad Joseph
Fourier de Grenoble (Francia). Profesor titular de la Universidad de la
Republica, director del Instituto de Mecánica de los Fluidos e Ingeniería
Ambiental (2004-2005), decano de la Facultad de Ingeniería (2005-2010).
Investigador del Sistema Nacional de Investigadores (Nivel III), presidente de
la Asociación Latinoamericana de Investigaciones Hidráulicas (IAHR, 2011-
2012).

Professor Mario Donizetti Domingos, Representante da Sangari do


Brasil
Brasileiro, biólogo com doutorado em Ciências da Engenharia Ambiental
pela Escola de Engenharia de São Carlos – USP. É professor da Universidade
Bandeirante de São Paulo e da Universidade de Santo Amaro, é também
Gerente de Desenvolvimento de Produtos da Sangari do Brasil. Trabalha com
ecossistemas e comunidades aquáticas de águas interiores. Atua no desenvol-
vimento de material didático para ensino de Ciências e em divulgação
científica através de curadoria científica e desenvolvimento de exposições.
Coordenou a implantação e a manutenção do Centro de Ciências – SABINA,
em Santo André, SP.

248
Tecnologias
DESENVOLVIMENTO
Tecnologias para o
desenvolvimento sustentável

SUSTENTÁVEL
A edição 2011 do Prêmio MERCOSUL de Ciência e Tecnologia,

voltada para o tema “Tecnologias para o desenvolvimento sustentável”,

premia oito trabalhos publicados neste livro. Os trabalhos representam

potencial contribuição para o desenvolvimento científico e tecnológico

dos países do MERCOSUL e foram desenvolvidos por estudantes de

ensino médio, universitários, pesquisadores graduados e doutores da área.

Вам также может понравиться