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547/2010-4
RELATÓRIO
5. Passo seguinte, esta Sefip realizou as oitivas de Apóstolo Theodoro Nicolacopulos, Gilmar
Pacheco e Maria de Lourdes Nazário (peças 8, 9 e 10) para que se manifestassem sobre o
recebimento de parcelas judiciais em desacordo com entendimento do TCU, conforme previsto no
Acórdão 2.161/2005-TCU-Plenário.
6. Os inativos Apóstolo Theodoro e Gilmar Pacheco tomaram ciência das oitivas (peças 11 (14) e
18) e encaminharam suas respostas (peças 14 e 21). Após duas tentativas de entrega da oitiva de
Maria de Lourdes, sem sucesso (peças 15 e 19), esta Unidade Técnica notificou-a por edital,
publicado no DOU, de 25/6/2018 (peça 25). A ex-servidora não se manifestou.
7. Ainda com o propósito de sanear o processo e com vistas a assegurar a oportunidade do uso
das garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa, a Sefip encaminhou oitiva a
Rogério Stoeterau para que este se manifestasse em relação às seguintes inconsistências em sua
aposentadoria (peça 23):
a) recebimento de rubrica judicial (R$ 3.710,66), a título de incorporação de função, em
valor superior ao permitido (o correto seria R$ 522,65 - 5/5 de FG-1); e
b) recebimento de rubrica judicial relativa à GADF (R$ 664,56) com a incorporação de
quintos de FC/CD - situação em desacordo com a jurisprudência do TCU (Súmula TCU 280/2012 e
Acórdão 8.039/2017-TCU-1ª Câmara).
EXAME TÉCNICO
Das constatações
8. Do exame da ficha financeira, extraída do Siape (peça 28), constatou-se que não há mais
efeitos financeiros decorrentes do ato de concessão de aposentadoria a Pedro Graciano de Campos,
haja vista a ocorrência de seu falecimento. Assim, e considerando ainda o disposto no art. 260, § 5º,
do Regimento Interno do TCU e no art. 7º, inciso I, da Resolução-TCU 206/2007, temos por
prejudicado, por perda de objeto, o exame do mérito da respectiva aposentadoria.
9. Ainda em consulta ao Siape, verificou-se que os ex-servidores Apóstolo Theodoro
Nicolacopulos e Gilmar Pacheco não estão mais recebendo a parcela judicial referente à URV –
3,17%. Dessa forma, não havendo pagamentos irregulares, cabe a aplicação do art. 260, § 4º, do
Regimento Interno do TCU e do art. 6º, § 1º, da Resolução-TCU 206/2007. Segundo esses
dispositivos, os atos que, a despeito de apresentarem algum tipo de inconsistência ou irregularidade
em sua versão submetida ao exame do Tribunal, não estiverem dando ensejo, no momento de sua
apreciação de mérito, a pagamentos irregulares, serão considerados legais, para fins de registro.
10. Verificou-se, também, nos proventos de Maria de Lourdes Nazário, o pagamento de parcela
relativa a decisão judicial que concedeu o pagamento de horas extras.
11. Por fim, detectou-se, nos proventos de Rogério Stoeterau, o pagamento de uma rubrica
judicial, a título de incorporação de função, em valor superior ao permitido, e outra relativa à GADF
com a incorporação de quintos de FC/CD, situação em desacordo com a jurisprudência do TCU.
Da aposentadoria de Maria de Lourdes Nazário
12. A despeito de a interessada não ter se manifestado, impende ressaltar o entendimento do
Tribunal a respeito do tema hora extra judicial.
Da Hora Extra Judicial
13. O entendimento do TCU, balizado pela Decisão 100/2002-TCU-Segunda Câmara, é
pacífico no sentido de que a incorporação de horas extras à remuneração do servidor que passou de
celetista a estatutário encontra óbice intransponível na ausência de previsão legal.
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 026.547/2010-4
14. As reiteradas decisões nesse mesmo sentido culminaram na edição do Enunciado 241 da
Súmula da Jurisprudência do TCU:
As vantagens e gratificações incompatíveis com o Regime Jurídico Único, instituído pela
Lei nº 8.112, de 11-12-90, não se incorporam aos proventos nem à remuneração de
servidor cujo emprego, regido até então pela legislação trabalhista, foi transformado em
cargo público por força do art. 243 do citado diploma legal.
15. As exceções seriam os casos em que houve decisão judicial que garantiu a continuidade
do pagamento com vistas a garantir a irredutibilidade da remuneração anteriormente recebida pelos
novos servidores quando ainda se encontravam sob o regime celetista.
16. Nesses casos, a parcela deve ser paga na forma de vantagem pessoal nominalmente
identificada (VPNI), devendo ser gradualmente compensada, até sua completa absorção, pelos
reajustes subsequentes de remuneração (Acórdãos 296/2014 e 482/2014 da Primeira Câmara e
4.216/2014 da Segunda Câmara, entre outros).
17. O entendimento do TCU é corroborado pelo Supremo Tribunal Federal, conforme se
constata na ementa do acórdão prolatado nos autos do Mandado de Segurança 22.455-DF:
EMENTA: Mandado de segurança contra ato imputado ao Presidente do Tribunal de
Contas da União. Ato administrativo que determinou a suspensão de pagamento de horas
extras incorporadas aos salários dos impetrantes, por decisão do TCU. 2. Entendimento
assente no Tribunal de Contas deflui da aplicação de preceitos atinentes à limitação que
as normas administrativas impõem à incidência da legislação trabalhista sobre os
servidores públicos regidos pela CLT, à época em que tal situação podia configurar-se. 3.
Entendimento no sentido de que não é possível a coexistência das vantagens dos dois
regimes funcionais. Ao ensejo da transferência do impetrante para o sistema estatutário,
ut Lei nº 8.112/90, há de ter o regime próprio desta Lei, ressalvada, tão só, a
irredutibilidade dos salários. 4. Mandado de segurança indeferido.
18. Assim, para verificar a regularidade da parcela, cabe verificar se os reajustes posteriores
da remuneração da interessada foram superiores ao valor da parcela, o que comprova sua absorção.
É, portanto, providência desnecessária a realização de diligência para obter cópia da decisão
judicial, conforme reconheceu o voto condutor do Acórdão 5.352/2009-TCU-Segunda Câmara.
19. Para essa verificação, não é necessário retroagir à data de início do pagamento
destacado da parcela. Nos anos 2008 e 2009, inúmeras carreiras foram beneficiadas com
reestruturações, criação ou modificação de gratificações que trouxeram aumento significativo de
vencimentos.
20. Na carreira da ex-servidora, esse aumento ocorreu por meio da edição das Leis
11.091/2005, 11.784/2008 e 12.772/2012. Basta, assim, comparar fichas financeiras antes e depois do
advento dessas novas estruturas remuneratórias.
21. Procedendo-se à comparação das fichas desses diferentes momentos (peça 7), constata-se
que a parcela questionada está sendo paga pelo valor nominal (VPNI), como é correto. Contudo, não
houve sua absorção, apesar dos reajustes remuneratórios terem superado o valor nominal da parcela.
22. Assim, é ilegal a continuidade do pagamento da mencionada parcela após o advento das
Leis 11.091/2005, 11.784/2008 e 12.772/2012.
23. Cabe observar que não há que se falar em ofensa à coisa julgada, pois ‘a coisa julgada é
limitada pela situação jurídica sob cuja órbita se configurou’ (voto condutor do Acórdão 6.739/2010-
TCU-Primeira Câmara).
24. Vale, aqui, transcrever trecho do voto condutor do Acórdão 1.857/2003-TCU-Plenário:
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Não é demais lembrar que os efeitos da decisão judicial referente a relação jurídica
continuativa só perduram enquanto subsistir a situação de fato ou de direito que lhe deu
causa, conforme se depreende do disposto no art. 471, inciso I, do Código de Processo
Civil. No tema em estudo, o que se pleiteia, em regra, é o pagamento de antecipação
salarial aos autores. Ocorre que o reajuste posterior dos vencimentos incorpora o
percentual concedido por força da decisão judicial, modificando a situação de fato que
deu origem à lide, pois, em tese, elimina o então apontado déficit salarial. Por outro lado,
o art. 468 do CPC dispõe que a força de lei inter partes, que caracteriza a sentença,
restringe-se aos limites da lide e das questões decididas. Logo, manter o pagamento das
parcelas antecipadas após o reajuste da data-base, sem que isso tenha sido expressamente
pedido e determinado, é extrapolar os limites da lide.
Em suma, não representa afronta à coisa julgada a decisão posterior deste Tribunal que
afaste pagamentos oriundos de sentenças judiciais cujo suporte fático de aplicação já se
tenha exaurido e que não tenham determinado explicitamente a incorporação definitiva
da parcela concedida (grifo).
25. Pela pertinência, transcreve-se, igualmente, trecho do voto condutor do Acórdão
2.998/2013-TCU-Segunda Câmara:
(...) Não é razoável, pois, que a servidora permaneça recebendo vantagem oriunda de
perda ocorrida em estrutura remuneratória de 1995, não mais vigente.
Havendo alteração na situação jurídica com base na qual foi proferida a sentença, afasta-
se a incidência da coisa julgada, ex vi do art. 471 do Código de Processo Civil.
26. Na mesma linha, os acórdãos proferidos pelo Supremo Tribunal Federal nos autos do
Recurso Extraordinário 241.884-ES e do Mandado de Segurança 11.145-DF, cujas ementas se
reproduzem a seguir:
Professores do Estado do Espírito Santo: aplicação de lei local que determinara a
incorporação ao vencimento-base da gratificação de regência de classe: inexistência de
violação às garantias constitucionais do direito adquirido e da irredutibilidade de
vencimentos (CF, art. 37, XV). É firme a jurisprudência do STF no sentido de que a
garantia do direito adquirido não impede a modificação para o futuro do regime de
vencimentos do servidor público. Assim, e desde que não implique diminuição no quantum
percebido pelo servidor, é perfeitamente possível a modificação no critério de cálculo de
sua remuneração (RE 241.884-ES).
MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO APOSENTADO. LEI N.
10.475/2002. COISA JULGADA. PERCEPÇÃO DOS 26,05% DA URP DE 1989. 1. Não
há ofensa à coisa julgada material quando ela é formulada com base em uma determinada
situação jurídica que perde vigência ante o advento de nova lei que passa a regulamentar
as situações jurídicas já formadas, modificando o status quo anterior. 2. Segurança
denegada (MS 11.145-DF).
27. Por fim, também nesse sentido se pronunciou o Superior Tribunal de Justiça no Mandado
de Segurança 13.721/DF:
Mandado de segurança. Ato coator praticado pelo Conselho da Justiça Federal.
Servidores Públicos. Obtenção, mediante ação transitada em julgado em 1993, do
reconhecimento do direito à correção monetária de 26,05% sobre sua remuneração
mensal (URP). Posterior aprovação, mediante as Leis nºs 9.421/96, 10.745/02 e
11.416/2006, de Planos de Cargos e Salários, com reestruturação das carreiras do Poder
Judiciário. Determinação, pelo CNJ, da absorção paulatina das diferenças de correção
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 026.547/2010-4
30. Conforme já informado no item 11, constatou-se o pagamento de duas rubricas judiciais nos
proventos do inativo: uma a título de incorporação de função, em valor superior ao permitido, e
outra relativa à GADF com a incorporação de quintos de FC/CD, situação em desacordo com a
jurisprudência do TCU (Súmula TCU 280/2012 e Acórdão 8.039/2017-TCU-1ª Câmara).
31. Em resposta à oitiva, o interessado, em resumo, argumentou que (peça 26):
a) em relação à parcela de quintos incorporados, impetrou o Mandado de Segurança n.
2000.72.00.001787-0, que tramitou perante a 6ª Vara Federal de Florianópolis, onde restou
assegurada a continuidade do pagamento tomando em consideração o valor da função comissionada
consoante a Portaria MEC n. 474/87;
b) teve o direito à percepção da Gratificação de Atividade pelo Desempenho de Função –
GADF, cumulada com parcelas incorporadas de quintos relativas ao desempenho de Função
Comissionada, por meio da Ação Ordinária n. 2007.72.00.013139-9, que tramitou na 2ª Vara Federal
da Seção Judiciária de Santa Catarina, cuja decisão que julgou procedente o pedido, transitou em
julgado em 29/3/2010, ensejando, a seguir, a execução definitiva;
c) o TCU não possui legitimidade constitucional para desconstituir, na via administrativa,
decisão judicial já transitada em julgado; e
d) a não homologação de sua aposentadoria importa em violação à coisa julgada, à
segurança jurídica e à irredutibilidade de vencimentos.
32. As argumentações apresentadas pelo interessado não merecem prosperar, conforme se verifica
a seguir.
Da coisa julgada, da segurança jurídica, da decadência administrativa e da irredutibilidade de
vencimentos
33. Inicialmente, importa destacar, no que concerne à coisa julgada, que esta Corte de fato não
pode desconstituí-la. Contudo, no que tange à execução do que foi determinado na sentença,
sobretudo quando isso se reflete na apreciação da legalidade de atos de concessão de aposentadoria,
pensão e reforma, pode sim o TCU se manifestar. Isso porque a coisa julgada se restringe ao que foi
expressamente dito na decisão que a originou, não sendo possível nem legal atribuir interpretações
que tornem a decisão extra ou ultra petita. É que a coisa julgada está cingida expressamente ao que
foi concedido na sentença, não sendo possível ampliar ou reduzir o pedido que se materializou por
meio da decisão.
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 026.547/2010-4
34. Quanto ao argumento de ter havido violação ao princípio da segurança jurídica, cabe lembrar
que os atos de aposentadoria, reforma e pensão são complexos e passam a estar plenamente
formados, válidos e eficazes quando recebe o registro pela Corte de Contas, nos termos do inciso III
do art. 71 da Constituição Federal.
35. Nessa perspectiva, impõe-se reconhecer que referidos atos possuem natureza precária,
razão pela qual, até que haja o efetivo julgamento e o consequente registro pela Corte de Contas, não
há que se falar em direito adquirido, ato jurídico perfeito ou em proteção da confiança, tendo em vista
a ausência de aperfeiçoamento e definitividade do ato.
36. A propósito do tema, a despeito dos citados julgados, colaciona-se entendimento esposado
pela Corte Constitucional ao decidir no âmbito do RE-195.861/ES:
APOSENTADORIA - ATO ADMINISTRATIVO DO CONSELHO DA MAGISTRATURA –
NATUREZA - COISA JULGADA ADMINISTRATIVA - INEXISTÊNCIA. O ato de
aposentadoria exsurge complexo, somente se aperfeiçoando com o registro perante a
Corte de Contas. Insubsistência da decisão judicial na qual assentada, como óbice ao
exame da legalidade, a coisa julgada administrativa. (destacamos)
37. No caso em apreço, não houve o respectivo registro em razão da constatação de
ilegalidade nos atos, o que afasta, por si só, a presunção de legitimidade dos atos administrativos que
lhe concederam os benefícios, não havendo, assim, que se falar em violação da segurança jurídica.
38. Sobre a questão, observa-se, ainda, que não se mostra factível o argumento de se convolar
em legais atos eivados de vícios, dado o longo lapso temporal transcorrido entre sua edição e a
consequente apreciação pelo TCU, porquanto estas situações geram tão-somente a necessidade de
instauração do contraditório, consoante Acórdão 5.962/2012 – TCU – 2ª Câmara, verbis:
4. Nos termos da jurisprudência do STF, o transcurso de longo lapso temporal entre a
edição do ato e sua apreciação por parte do TCU não converte a concessão ilegal em
legal, gerando apenas a necessidade de instauração do contraditório e da ampla defesa
para a validade do processo, na hipótese de o ato haver ingressado no Tribunal há mais
de cinco anos (MS-25.116, MS-25.403, MS-25.343, MS-27.296, entre outros)
39. Com relação ao direito de o TCU exercitar sua competência constitucional de apreciação
de atos de concessão para fins de registro, mesmo decorrido elevado interregno temporal desde a
edição do ato, é vibrante a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) acerca da inocorrência
da decadência administrativa, prevista no art. 54 da Lei 9.784/1999, em face da natureza complexa
dos atos de concessão, antes do registro do ato pelo TCU. Nesse sentido, citam-se o MS 24.859/DF,
MS 25.192/DF e MS 26.919/DF, todos do STF.
40. Em outras palavras, é dizer que a Corte Suprema fixou o entendimento de que, dada a
natureza de ato complexo das concessões, o prazo decadencial previsto no art. 54 da Lei 9.784/1999
conta-se apenas a partir da publicação da decisão do TCU que procedeu ao registro do ato de
aposentadoria.
41. Quanto ao princípio da irredutibilidade de proventos, de acordo com o STF, não há óbice
à redução de proventos caso alguma parcela/vantagem esteja sendo paga ao arrepio da lei, nos
termos do entendimento proferido no âmbito do MS 25.552/DF, de 7/4/2008, de relatoria da Ministra
Cármen Lúcia:
EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA
UNIÃO. APOSENTADORIA DE MAGISTRADO. [...]. DECADÊNCIA
ADMINISTRATIVA E OFENSA AO PRINCÍPIO DA IRREDUTIBILIDADE DE
SALÁRIOS NÃO CONFIGURADAS. [...] 3. O Supremo Tribunal Federal pacificou
entendimento de que, sendo a aposentadoria ato complexo, que só se aperfeiçoa com o
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VOTO
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TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 4 de dezembro de
2018.
BENJAMIN ZYMLER
Relator
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1. Processo nº TC 026.547/2010-4.
2. Grupo I – Classe de Assunto: V - Aposentadoria
3. Interessados/Responsáveis:
3.1. Interessados: Apóstolo Theodoro Nicolacopulos (047.328.989-04); Gilmar Pacheco (145.046.429-
72); Maria de Lourdes Nazário (811.890.959-04); Pedro Graciano de Campos (067.164.589-72);
Rogério Stoeterau (002.676.949-20).
4. Órgão/Entidade: Universidade Federal de Santa Catarina.
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
8. Representação legal:
8.1. Pedro Mauricio Pita da Silva Machado (12391/OAB-SC) e outros, representando Rogerio
Stoeterau, Gilmar Pacheco e Apostolo Theodoro Nicolacopulos.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de processo de aposentadoria de ex-servidores
da Universidade Federal de Santa Catarina,
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira
Câmara, diante das razões expostas pelo relator e com fundamento na Constituição Federal, art. 70, III
e IX, na Lei 8.443/1992, arts. 1º, V, e 39, II, e no Regimento Interno do Tribunal de Contas da União,
art. 260, em:
9.1. considerar legais as concessões de aposentadoria aos srs. Apóstolo Theodoro
Nicolacopulos e Gilmar Pacheco e determinar o registro dos respectivos atos, com a ressalva de que
não mais é paga a parcela alusiva à URV (3,17%);
9.2. considerar prejudicado, por perda de objeto, o julgamento da aposentadoria do sr.
Pedro Graciano de Campos, em razão de seu falecimento;
9.3. considerar ilegais as concessões de aposentadoria aos servidores Maria de Lourdes
Nazário e Rogério Stoeterau, com negativa de registro aos respectivos atos;
9.4. dispensar a devolução dos valores recebidos de boa-fé pelos interessados mencionados
no subitem 9.3;
9.5. determinar à Universidade Federal de Santa Catarina que adote as seguintes
providências, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa:
9.5.1. dê ciência do inteiro teor desta deliberação a Maria de Lourdes Nazário e Rogério
Stoeterau no prazo de quinze dias e faça juntar os comprovantes de notificação a estes autos nos
quinze dias subsequentes;
9.5.2. suspenda, no prazo de trinta dias, os pagamentos realizados com base nos atos ora
impugnados;
9.5.3. emita novo ato de aposentadoria para o inativo Rogério Stoeterau com observância
do valor correto dos “quintos” de FG 1, consoante tabela constante do relatório, uma vez que não
poderá reverter à atividade, por contar com mais de setenta e cinco anos.
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Fui presente:
(Assinado Eletronicamente)
RODRIGO MEDEIROS DE LIMA
Procurador
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