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NOÇÕES TEÓRICAS
Tanto é que grande parte dos autores prefere conceituar Constituição a partir das várias
acepções existentes. Essas acepções podem ser entendidas como concepções ou sentidos de
Constituição.
DICA: PARA CADA UM DOS SENTIDOS O MAIS IMPORTANTE É IDENTIFICAR QUEM FOI O
PRECURSOR, QUAL FOI A OBRA ATRAVÉS DA QUAL ELE SE TORNOU CONHECIDO, E QUAL FOI
A IDEIA CENTRAL QUE ELE DISSEMINOU.
SENTIDO SOCIOLÓGICO
Tem como principal autor FERDINAND LASSALLE, que escreveu a obra “O QUE É UMA
CONSTITUIÇÃO”, na versão original em Português, defendendo que a Constutição é A SOMA
DOS FATORES REAIS DE PODER QUE REGEM UMA SOCIEDADE.
Essa obra foi publicada pela editora Lumem Juris com o título: “A ESSÊNCIA DA
CONSTITUIÇÃO”. Em alemão o livro foi denominado ÜBER DIE VERFASSUNG (SOBRE A
CONSTITUIÇÃO).
SENTIDO POLÍTICO
Quem mais se destacou foi o alemão CARL SCHMITT na obra “TEORIA DA CONSTITUIÇÃO”
(VERFASSUNGSLEBRE).
Ele veio a dar uma resposta à concepção de LASSALE, definindo constituição não em resumo
ao que está na realidade, mas sim como O CONJUNTO DE NORMAS, ESCRITAS OU NÃO
ESCRITAS, QUE SINTETIZAM EXCLUSIVAMENTE AS DECISÕES POLÍTICAS FUNDAMENTAIS DE
UM POVO.
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SENTIDO JURÍDICO
O exponte foi o austríaco HANS KELSEN, baluarte deste sentido jurídico. Dentre suas inúmeras
obras, a mais significativa foi a chamada “TEORIA PURA DO DIREITO”.
Nesse sentido, a concepção de Kelsen toma a palavra Constituição em dois sentidos: no lógico-
jurídico e no jurídico-positivo.
Para explicar seu sentido se invoca duas obras e autores que se relacionam com ele:
No Brasil, PAULO BONAVIDES atesta que não adianta termos uma constituição estanque em
um só dos sentidos. É precioso aliar a força normativa da Constituição, com o respeito e a
efetivação do seu conteúdo. Por isso, pode-se encontrar o sentido ideal com o nome de
SENTIDO CULTURAL DE CONSTITUÇÃO.
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1- QUANTO AO CONTEÚDO:
MATERIAL
FORMAL
2- QUANTO À FORMA:
ESCRITA (INSTRUMENTAL)
3- QUANTO À ORIGEM:
É aquela cuja origem teve a decisiva participação do povo, que, por meio da eleição de
representantes legítimos, compõem um órgão constituinte.
É aquela que na origem não teve qualquer participação do povo. São impostas pelos
governantes e, normalmente, são designadas pela doutrina de CARTAS.
CESARISTA
É ideia de José Afonso da Silva, para quem, tais constituições são aquelas elaboradas por um
ditador, junta militar, porém, dependente de uma aprovação popular.
PACTUADA
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É aquela firmada por um compromisso, um pacto entre duas forças políticas adversárias.
IMUTÁVEL
Não prevê nenhum processo de alteração de suas normas, sob o fundamento de que a
vontade do poder constituinte exaure-se com a manifestação da atividade originária.
FIXA
RÍGIDA
É aquela que admite alteração, todavia, somente através de um processo legislativo mais
solene, especial, e muito mais difícil que o processo legislativo de elaboração das leis.
FLEXÍVEL
É aquela que admite alteração pelo mesmo processo legislativo de alteração das leis.
SEMI-RÍGIDA /SEMI-FLEXÍVEL
É aquela que separa, por categorias, as normas submetidas ao processo gravoso e aquelas
submetidas ao processo simplificado. É parcialmente rígida e parcialmente flexível.
OBS3: A CF DO IMPÉRIO DE 1824, TODAVIA, FOI SEMI-RÍGIDA, POR FORÇA DO SEU ART. 178.
5- QUANTO À EXTENSÃO:
SINTÉTICA (CONCISA)
ANALÍTICA (PROLIXA)
Aquela que trata de vários temas de forma minuciosa, definindo, largamente, os fins atribuídos
ao Estado.
DOGMÁTICA
É aquela que, sempre escrita, resulta de uma manifestação constituinte ocorrida num
determinado e exato momento da história política de um país que acolhe.
HISTÓRICA
É aquela sempre não escrita e resulta de uma lenta e contínua evolução das tradições e
costumes de um povo.
ORTODOXA
É aquela que é plural, aberta a várias ideologias, logra conciliar várias idéias ou ideologias,
muitas das quais aparentemente contraditórias, mas esse é o espírito das constituições plurais
ou plúrimas.
Além de juridicamente válida, ela estaria em total consonância com o processo político.
Aqui KARL LOEWENSTEIN comparava o texto normativo com uma roupa que não veste bem,
mas que dissimula, esconde, disfarça os seus defeitos.
Nela a dinâmica do processo político não se adapta a suas normas, embora ela conserve, em
sua estrutura, um caráter educativo, com vistas ao futuro da sociedade.
Seria uma constituição prospectiva, vale dizer, voltada para um dia ser realizada na prática. É
como se fosse uma roupa guardada no armário, que será vestida futuramente, quando o corpo
nacional tiver crescido.
OBS: Até hoje não tivemos um texto constitucional normativo. A CF/88, sem dúvida, é
nominal. Esperamos, um dia, por uma constituição normativa, em consonância com a vida,
com os fatores de transformação da sociedade, para valer na prática, produzindo resultados
concretos no plano da vida.
9- QUANTO À SISTEMATIZAÇÃO:
UNITÁRIA
VARIADA
CONSTITUIÇÃO GARANTIA
Busca garantir a liberdade, limitando o poder. É aquela que possui um mínimo de garantismo.
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CONSTITUIÇÃO BALANÇO
CONSTITUIÇÃO DIRIGENTE
11 – QUANTO AO SISTEMA
PRINCIPIOLÓGICA
PRECEITUAL
Conteúdo: Formal
Forma: Escrita
Origem: Democrática
Elaboração: Dogmática
Ideologia: Eclética
Essência: Nominal
Sistematização: Unitária
Função: Dirigente
Sistema: Principiológica
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PREÂMBULO
Preâmbulo é a parte precedente de uma Constituição que pré anuncia a carga ideológica da
mesma, os valores que ela prestigia e os fins por ela estabelecidos. Preâmbulo é um anúncio
prévio do que virá.
Segundo o STF, o preâmbulo não tem força coercitiva e, portanto, não pode servir de
parâmetro para o exercício do controle de constitucionalidade.
Por oportuno, já se questionou se a menção a Deus no preâmbulo viola a ideia de Estado laico.
O STF disse que não. Vale lembrar que o Estado é laico, leigo ou não confessional, mas a nação
não. Esta não é laica.
PARTE DOGMÁTICA
A disposição dos títulos da CF demonstra como existe hierarquia material entre as normas
constitucionais (e isso é pacífico), muito embora no aspecto formal não exista hierarquia.
É fácil observar que as normas constitucionais mais importantes estão no início da CF.
As normas que integram o ADCT são normas de validade pré-determinada, transitórias. São
normas que têm um início, meio e fim pré-definidos. A validade é previamente definida.
Quando seus objetos são alcançados, elas deixam de ser importante, afinal, o motivo para o
qual foram criadas já não mais existe. São normas que ficam flutuando na Constituição. Tem
força obrigatória.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL:
- Preâmbulo.
- Art. 60.
- STF / Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI 2076 / “Invocação da proteção de Deus: não
se trata de norma de reprodução obrigatória na Constituição estadual, não tendo força
normativa”.
QUESTÕES CORRELATAS
GABARITO
I. C
II. C
III. C
IV. E
V. E
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PODER CONSTITUINTE
NOÇÕES TEÓRICAS
PODER CONSTITUINTE
Poder constituinte é o poder de elaborar (poder originário) ou atualizar (poder derivado) uma
Constituição, através da supressão, modificação ou acréscimo de normas constitucionais.
No Brasil, no verbo elaborar, é possível afirmar que nós já ultrapassamos oito exercícios do
poder constituinte originário: 1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967, 1969, 1988.
Vale lembrar que a CF/69 formalmente era uma emenda, mas materialmente era uma
Constituição.
O grande teórico do poder constituinte foi o abade Emmanuel Joseph Sieyès, através do seu
panfleto denominado “Que é o terceiro Estado?”.
Foi nessa obra que o abade, pela primeira vez, na antevéspera da Revolução Francesa,
diferenciou o poder constituinte dos poderes constituídos.
3. TITULARIDADE
Em sua obrar, o abade Sieyès apontava como titular do poder constituinte a nação.
Assim, seguindo a tendência moderna, o parágrafo único do art. 1º da CF/88 estabelece que
todo poder emana do povo.
Vale ressaltar, por oportuno, que no tocante ao poder constituinte, a titularidade é aspecto
distinto do exercício.
4. ESPÉCIES
Para a doutrina mais avançada, o poder constituinte é uno e indivisível. Só existe um poder
constituinte. Nesse sentido, tais autores entendem que não existe grau de poder constituinte.
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É o caso de CELSO ANTÔNIO, PAULO BONAVIDES, EDVALDO BRITO. CUIDADO: NÃO ADOTAR
ESTE POSICIONAMENTO EM PROVA!
Já para a doutrina voltada para os concursos públicos, o poder constituinte pode ser dividido
em: originário e derivado.
CONCEITO
É aquele poder que instaura uma nova ordem jurídica, rompendo por completo com a ordem
jurídica precedente.
Este poder constituinte está acima da própria CF, e corresponde à vontade do titular do Poder
Constituinte. Ele é anterior e posterior à própria Constituição.
SUBDIVISÃO
- histórico = seria o verdadeiro poder constituinte originário, estruturando, pela primeira vez, o
Estado.
CARACTERÍSTICAS
- INICIAL = porque inaugura uma nova ordem jurídica rompendo com a anterior. Por isso se diz
que o poder originário é constituinte e desconstituinte.
- AUTÔNOMO = porque só ao seu exercente cabe fixar os termos em que a nova Constituição
será estabelecida e qual o Direito deverá ser implantado.
- ILIMITADO = porque é soberano e não sofre qualquer limitação prévia imposta pelo direito
anterior.
OBS: A doutrina contemporânea entende que há sim limites ao poder constituinte originário.
Para CANOTILHO, o poder constituinte originário é estruturado e obedece a padrões e
modelos de condutas espirituais, culturais, éticos e sociais radicados na consciência jurídica
geral da comunidade e, nesta medida, considerados como “vontade do povo”.
Em síntese: trata-se de um poder de fato, político energia ou força social e tem natureza pré-
jurídica.
CONCEITO
Como o próprio nome sugere, o poder constituinte derivado é criado e instituído pelo
originário, sendo também denominado instituído, constituído, secundário e de segundo grau.
Enquanto o originário está acima da CF, este poder derivado encontra-se inserto na própria
Carta.
Assim, ao contrário do seu criador, que é ilimitado, incondicionado e inicial, o derivado deve
obedecer as regras impostas pelo originário.
CARACTERÍSTICAS
ESPÉCIES
- REVISÕES = A revisão se destina à alteração global e geral do texto constitucional, por meio
de formalidades mais simples do que as concernentes às emendas.
No entanto, a previsão da revisão constitucional foi excepcional e autorizada para ocorrer uma
única vez, em data pré-estabelecida (a partir de cinco anos após a promulgação da
Constituição).
Essa única revisão pela qual passou a Constituição resultou em 6 emendas de revisão.
E o que deve ser entendido por princípios dessa Constituição? Quais são os limites à
manifestação do poder constituinte derivado decorrente? São eles:
São aqueles que vedam a ação indiscriminada do poder constituinte decorrente, por isso
funcionam como balizas reguladoras da capacidade de auto-organização dos Estados. Ex.
repartição de competência, sistema tributário, organização dos poderes, direitos políticos,
direitos de nacionalidade, etc.
São aqueles que integram a estrutura da federação brasileira, relacionando-se, por exemplo,
com a forma de investidura dos cargos eletivos, processo legislativo, orçamento, preceitos
ligados à administração pública, etc.
A CE tem que respeitar, necessariamente, a CF. Tanto é assim que ela está submetida ao
controle de constitucionalidade.
Os municípios possuem leis orgânicas, que não se equiparam às constituições. Por isso, não
exercem poder decorrente, até porque não existe poder constituinte decorrente, decorrente.
As leis orgânicas têm de respeitar tanto a CE, como a CF.
O DF possui lei orgânica. Como se sabe, o DF acumula tanto competências estaduais como
municipais.
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Nesse sentido, o DF exerce o poder constituinte derivado decorrente em parte. Haja vista que,
como visto, também acumula competência estadual. Assim, naquilo que a lei orgânica trata de
competência estadual, há exercício do poder constituinte derivado decorrente.
A norma constitucional ainda pode sofrer modificação sem alteração expressa do seu texto,
mudando-se apenas o sentido interpretativo. Esse fenômeno se chama mutação
constitucional, interpretação constitucional evolutiva ou poder constituinte difuso. Com a
mutação constitucional não se muda o texto, mas sim o alcance do sentido interpretativo da
norma, por necessidade do contexto.
Tais limites estão previstos no art. 60 da CF. Os limites são em número de 4, e foi o poder
constituinte originário quem os definiu.
OBS: MUITO EMBORA A CONSTITUIÇÃO DIGA QUE AS CLÁUSULAS PÉTREAS NÃO PODEM SER
ABOLIDAS, ESTA LIMITAÇÃO NÃO SE ESTENDE AO PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO. NESSE
SENTIDO PODE-SE AFIRMAR QUE NÃO HÁ CLÁUSULAS IMUTÁVEIS.
Uma EC pode restringir um direito fundamental, dês que amplie outro. Se abolir ou apenas
restringir, será inconstitucional.
O voto obrigatório não constitui cláusula pétrea. Ou seja, uma emenda constitucional pode vir
a determinar que o voto seja facultativo.
Corresponde ao princípio da separação dos poderes, idealizado por Aristóteles, passado para
John Lock, passado para Montesquieu, que levou a fama na obra “O espírito das leis”.
Assim, também pode vir chamada de separação das funções estatais. Hodiernamente, também
com esta nomenclatura o doutrinador alemão KARL LOEWENSTEIN.
Essa expressão, inclusive, é mais adequada, pois não há separação estanque entre os poderes,
afinal cada poder possui suas funções típicas e atípicas.
Houve aí uma grande atecnia. Incorre em erro o legislador a se referir apenas aos direitos e
garantias individuais, quando melhor seria ter feito referência a todos os direitos
fundamentais, que é gênero do qual “direitos individuais e coletivos” são espécies.
Mas caso a pergunta seja de acordo com a literalidade da Constituição, deve-se marcar apenas
os direitos e garantias individuais.
Em síntese: é pacífico que todos os direitos fundamentais são cláusulas pétreas, mas
expressamente a CF só se refere aos direitos e garantias individuais.
Estes estão presentes no art. 60, § 1º, e consistem nos períodos de instabilidade política,
econômica e social que legitimam o Presidente da República a editar decreto que instaure a
intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio.
Em períodos tão instáveis a CF não pode vir a ser alterada. Enquanto perdurar alguma dessas
situações, uma PEC poderá até ser discutida, muito embora não possa ser aprovada.
Os legitimados para o encaminhamento são os elencados nos incisos I, II e III do art. 60 da CF.
I) Presidente da República; II) 1/3, no mínimo, dos membros da Câmara do Deputados (171 de
513) ou do Senado Federal (27 de 81); III) mais da metade das assembleias legislativas das
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unidades da federação, manifestando-se cada uma delas pela maioria relativa de seus
membros.
É encaminhada para a Câmara dos Deputados ou Senado Federal. Depende de quem seja a
iniciativa. Devem ser discutidas duas vezes, com 3/5 de aprovação (308 na CD e 49 no SF).
Quando o texto de uma PEC é rejeitado ele só poderá ser objeto de nova proposta na próxima
sessão legislativa.
Uma legislatura é composta de quatro sessões legislativa e cada uma delas é composta de dois
períodos legislativos.
As emendas constitucionais devem ser discutidas 2 vezes, em cada casa legislativa, com o
quórum de aprovação de 3/5 de seus membros. Caso a EC seja emendada, a reemenda
também precisa ser discutida 2 vezes e aprovada com o quórum de 3/5.
Lei complementar e lei ordinária quem promulga é o Presidente, mas quem promulga as
emendas são as mesas da Câmara e do Senado.
Traduz-se no interstício durante o qual a lei fundamental não poderá ser objeto de alteração.
A nossa atual Carta Magna não estabeleceu qualquer limitação temporal para alteração. Nesse
sentido, tendo sido promulgada em 5 de outubro de 88, no dia 6 a CF já poderia receber uma
emenda constitucional.
Todavia, essa mesma Constituição estabeleceu no art. 3º do ADCT limitação temporal quanto
às revisões.
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Previu que tais revisões seriam realizadas após 5 anos, contados da promulgação da
Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão
unicameral.
Acerca dos limites para essas revisões, a teoria prevalecente foi a que estabeleceu como limite
material o mesmo limite determinado ao poder constituinte derivado reformador, qual seja, o
limite material das cláusulas pétreas.
Mas, como visto, quanto às emendas constitucionais, não houve limitação temporal.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL:
Art. 3º.
QUESTÕES CORRELATAS
IV. (STF/ANALISTA/2008) A CF, conforme seu próprio texto, pode ser emendada por
meio de iniciativa popular, desde que o projeto seja subscrito por, no mínimo, 1%
do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, cinco estados, com não
menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles.
GABARITO
I. C
II. C
III. C
IV. E
V. E
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maior.”
NOÇÕES TEÓRICAS
1. APLICABILIDADE
a) IMEDIATA
São as normas que não dependem de outras para produzir efeitos. É aquela norma que em si
só já basta.
b) MEDIATA
São normas não autoexecutáveis. Exigem um regramento posterior para que possam produzir
efeitos sociais. Precisa desse arcabouço posterior.
A sistematização de JOSÉ AFONSO DA SILVA no que tange à aplicabilidade eficácia das normas
é falível e contraditória, em que pese ser aceita no STF.
A principal crítica que se dispara é a alocação das normas programáticas como espécie das
normas de eficácia limitada.
2. EFICÁCIA
a) JURÍDICA
b) SOCIAL
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É a norma que tem ressonância na sociedade. Por isso se diz norma de eficácia social. Há
normas que estão na constituição, mas não possuem eficácia social.
Ex. art. 7º, IV – tem eficácia jurídica, mas não tem eficácia social (norma do salário mínimo).
É aquela que desde a sua entrada em vigor, está apta a produzir todos os seus efeitos.
Como exemplos a doutrina aponta normas que criam órgãos ou atribuem competências (art.
2º, 19, 20, 21, 22, 24, etc.).
Assim, também tem aplicabilidade direta e imediata, mas possivelmente não integral (pois
poderá sofrer mitigações).
O exemplo mais clássico é o art. 5º, XIII da CF, que afirma ser livre o exercício de qualquer
trabalho ofício ou profissão, nos termos e limites que a lei estabelecer.
São aquelas que desde a sua promulgação não estão aptas a produzir todos os seus efeitos,
precisando de uma lei integrativa infraconstitucional.
Vale lembrar que tais normas possuem o mínimo efeito de vincular o legislador
infraconstitucional aos seus vetores.
São normas que contêm esquemas gerais de estruturação de instituições, órgãos ou entidades.
Ex. art. 18, §2º, 33, 102, §1º.
São políticas públicas a serem adotadas pelo Estado, que dependem de um orçamento
estabelecido. Ex. art. 3º da CF. Ex. direito à saúde, educação, cultura, ciência e tecnologia, etc.
É a norma que informa uma aspiração. Não é porque é programática que não é imperativa.
Elas também são cogentes e devem ser efetivadas.
Assim são chamadas porque contêm uma força paralisante de toda e qualquer legislação que,
explicita ou implicitamente vier a contrariá-las.
Ainda com a professora MARIA HELENA DINIZ (opinião também de UADI LAMMÊGO BULOS),
normas constitucionais de eficácia exaurida (ou esvaída) e aplicabilidade esgotada são
aquelas, como o próprio nome sugere, que já extinguiram a produção de seus efeitos, por isso
estão esgotadas. São próprias do ADCT, notadamente as normas que já cumpriram o papel,
encargo ou tarefa para a qual foram propostas.
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INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
Para ele, a interpretação das normas constitucionais nada mais é do que um conjunto de
métodos, desenvolvidos pela doutrina e pela jurisprudência, com base em critérios ou
premissas (filosóficas, metodológicas, epistemológicas) diferentes, mas, em geral,
reciprocamente complementares.
Este método se caracteriza por atribuir grande importância ao texto constitucional, isso
porque será a partir dessa previsão textual que o intérprete buscará descobrir o verdadeiro
significado da norma, o seu real sentido.
A principal ideia que pode ser extraída deste método é que ele parte do problema
concreto para a norma.
Assim, o seu objetivo será tentar adequar (a partir de um processo argumentativo aberto
desempenhado por vários intérpretes) a norma da Constituição ao problema existente, ou
seja, tentar fazer com que a solução do problema possa ser enquadrada e adaptada à norma
constitucional.
A principal crítica disparada contra este método reside na noção de que a atividade
interpretativa não deveria partir do problema concreto para a norma, ao revés, a norma
constitucional que deveria servir de ponto de partida para a solução dos problemas.
De modo objetivo, é possível concluir que este método vem consolidar os seguintes
pressupostos da atividade interpretativa, quais sejam:
Pressupostos objetivos – estes, por sua vez, podem ser relacionados ao contexto,
identificando a atuação do intérprete como alguém apto a promover a mediação entre
o texto e a situação em que se aplica.
Em síntese, por meio deste método a interpretação constitucional passa a ser percebida
como uma atividade por meio da qual é possível concretizar a Constituição, situação esta que
habilita o intérprete a proceder à delimitação do próprio substrato material da norma.
Por este método, a interpretação da Magna Carta não pode estar adstrita apenas e tão-
somente à previsão da literalidade textual de suas disposições. Ao contrário, no desempenho
de sua atividade o intérprete deve considerar os valores subjacentes ao texto da Constituição,
compreendendo-a como uma ordem de valores e como elemento do processo de integração.
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Isso porque, para além da letra “fria e crua” do texto, existe ali uma tábua axiológica
(valorativa) que deve ser levada em consideração no processo interpretativo para a captação
do real espírito de valores da comunidade.
Isso porque a norma jurídica não compreende apenas o texto, afinal de contas abrange
também um “pedaço da realidade social”, ou seja, além da atividade legislativa, para a
compreensão da norma é indispensável analisar a sua conformação no desempenho da
atividade jurisdicional e no exercício da atuação administrativa, ou seja, não só em um, mas
em todos os níveis.
Por fim, com este método busca-se estabelecer uma comparação da própria evolução dos
institutos nos diversos ordenamentos jurídicos no sentido de se alcançar a melhor percepção
para a realidade concreta.
Além dos métodos apontados que sem prestam a concretizar a atividade hermenêutica, e
com o objetivo de auxiliar a tarefa do intérprete, o constitucionalista lusitano Gomes Canotilho
ainda apresenta os princípios específicos de interpretação constitucional.
Por este princípio, a Constituição deve ser interpretada de modo a evitar antinomias
(conflito entre normas), bem como contradição envolvendo os seus princípios. Ou seja,
primando por uma unidade do Texto Supremo, tem-se que as normas constitucionais devem
ser interpretadas de modo global, objetivando-se harmonizar os possíveis espaços de tensão.
A título de exemplo, não é dado ao STF, no exercício das suas atividades jurisdicionais,
conferir uma interpretação à Constituição que venha subverter a clássica separação dos
Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), consagrada, inclusive, como cláusula pétrea no
art. 60, § 4º, III, da CF/88.
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Como norma jurídica que é a Constituição possui força normativa suficiente para, de
modo coercitivo, impor as suas determinações.
Trata-se de princípio idealizado pelo jurista Konrad Hesse, para quem o operador do
Direito deve, no exercício das suas atribuições, realizar a chamada vontade de Constituição,
inclusive cuidando da atualização das suas normas.
À luz deste princípio, sempre que o intérprete estiver diante das chamadas normas
polissêmicas ou plurissignificativas (aquelas que admitem mais de uma interpretação), deve
ser dada preferência ao sentido interpretativo que melhor seja compatibilizado com o texto
constitucional e que mais se aproxime dos seus preceitos.
Na trilha do mesmo raciocínio, não deve uma lei ser declarada inconstitucional quando, a
partir da observância de suas finalidades, ela puder ser interpretada em consonância com a
Constituição.
Com isso, à luz da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, percebe-se que mais do
que um princípio de hermenêutica, a interpretação conforme a Constituição se apresenta com
verdadeira espécie de decisão do controle de constitucionalidade das normas, podendo ser
equiparada a uma declaração de inconstitucionalidade sem redução de texto.
É que antes desse reconhecimento, os atos discricionários, muitas vezes arbitrários, não
eram submetidos a controle jurisdicional sob a justificativa de que o Estado-juiz não poderia
imiscuir-se no mérito do ato administrativo, ainda que flagrantes ilegalidades estivessem
sendo cometidas.
Hoje, porém, a despeito de continuar não podendo adentrar na análise dos requisitos de
conveniência e de oportunidade que ensejam a prática do ato (elementos que compõem o
próprio conceito de mérito), o Poder Judiciário não só pode como deve exercer o chamado
controle de legalidade.
Essa legalidade aqui deve ser percebida em termos amplos, é dizer, não só a partir do
direito positivado, mas também pela contemplação de princípios constitucionais implícitos,
como a razoabilidade e a proporcionalidade.
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“Tudo o que você quiser fazer ou sonhar você alcançará. Sendo assim,
mão à obra”.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
PRINCÍPIO FEDERATIVO
PRINCÍPIO REPUBLICANO
PRINCÍPIO DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
1. SOBERANIA
Para a doutrina majoritária, três são os elementos que compõem o Estado. São eles:
A soberania externa é aquela que resguarda o princípio da não intervenção, nas suas diversas
dimensões (não intervenção cultural, lingüística, etc.). Significa independência na ordem
internacional.
A soberania interna significa que o poder do Estado não pode ser limitado por nenhum outro
poder. O poder do Estado é o mais alto existente dentro do Estado, é a potestade. Significa
supremacia no âmbito interno.
A União (pessoa jurídica de direito público interno) é ente federativo autônomo, todavia, não é
superior aos demais entes que compõem a federação brasileira.
Assim, em síntese, pode-se dizer que quem exerce soberania é o Estado brasileiro,
representado pela União.
2. CIDADANIA
SENTIDO AMPLO
Já se disse que exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais.
Logo, este é o conceito que melhor atende aos postulados de dignidade humana.
SENTIDO ESTRITO
OBS: MEDIDA PROVISÓRIA NÃO PODE TRATAR SOBRE NORMAS RELATIVAS À CIDADANIA (nem
direitos político, dos partidos político, direito eleitoral e direitos de nacionalidade – dentre
outras matérias).
O que difere o princípio da dignidade da pessoa humana dos demais princípios é o fato de
tratar-se de um princípio meta, um princípio fim.
Ou seja, todo e qualquer conflito de princípios deve ter como solução aquela que mais se
aproxima da dignidade da pessoa humana.
Essa solução não pode ser prévia e abstrata, pois sempre deverá ser analisado o caso concreto.
A livre iniciativa, por sua vez, deve ser compatibilizada à valorização do trabalho, pois ambos
constituem fundamento do Estado brasileiro e consagram, por assim dizer, a opção
constitucional pela ideologia democrático-social.
5. PLURALISMO POLÍTICO
Tal princípio não deve ser confundido com pluripartidarismo – sistema que permite a criação
de inúmeros partidos.
Liga-se à ideia de tolerância, significando que ninguém pode ser vítima de preconceitos, de
ódio ou de perseguições pelo simples fato de ser diferente, afinal o normal é ser diferente.
Diz que todo poder emana do povo, que o exerce por meio dos seus representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição. Trata-se da chamada democracia participativa
(semidireta), combinando-se elementos do sistema representativo com os da democracia
direta.
Primeiro; o poder é uno e indivisível. Divididas são as funções do Estado. Portanto, é técnico e
correto se referir à tripartição das funções estatais.
A partir dessa ideia nós conhecemos a possibilidade de exercício de funções típicas e atípicas.
Normas programáticas são as que estabelecem políticas públicas a serem implementadas pelo
Estado para a consecução dos seus fins sociais.
OBS: SEMPRE QUE A ASSERTIVA ESTIVER COMPSTA DE VERBOS E METAS, ESTAREMOS DIANTE
DE OBJETIVOS FUNDAMENTAIS, QUE NÃO SE CONFUNDE COM OS FUNDAMENTOS DA
REPÚBLICA. Ex. construir, garantir, erradicar e promover.
O rol dos objetivos fundamentais é meramente exemplificativo, ou seja, não se trata de rol
taxativo, tendo em vista a existência de vários outros objetivos fundamentais que não estão
previstos expressamente no texto constitucional.
ART. 4º - PRINCÍPIOS QUE REGEM A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL NAS SUAS RELAÇÕES
INTERNACIONAIS
São dez incisos que perfazem o processo mnemônico de memorização CC II DNA PRS.
“Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados em
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL:
- Arts. 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, XIII, 7º, IV, 18, § 2º, 19, 20, 21, 22, 24, 33, 102, § 1º.
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QUESTÕES CORRELATAS
GABARITO
I. C
II. E
III. E
IV. E
V. C
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NOÇÕES TEÓRICAS
Direitos fundamentais são os direitos humanos incorporados na ordem jurídica dos Estados.
O art. 5º, § 2º da Constituição Federal estabelece que “os direitos e garantias expressos nesta
Constituição, não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou
dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”.
Não resta dúvida de que todos os seres humanos são titulares de direitos fundamentais. Pode-
se indagar, porém, se apenas as pessoas físicas protagonizam tais direitos.
Não há, em princípio, impedimento insuperável a que as pessoas jurídicas venham, também, a
serem consideradas titulares de direitos fundamentais, não obstante estes, originalmente,
terem por referência a pessoa física.
Garantias, porém, que dizem respeito à prisão têm as pessoas físicas como destinatárias
exclusivas. Da mesma forma como ocorre com os direitos políticos, direitos sociais, assistência
social etc.
OBS: Pessoas jurídicas de direito público possuem, por exemplo, direitos fundamentais de
caráter processual (ou do tipo procedimental – devido processo legal, contraditório, ampla
defesa).
Ao contrário da literalidade do art. 5º, caput, os direitos fundamentais são extensíveis aos
estrangeiros residentes no país, bem com aos não residentes, aqueles que aqui estejam de
passagem, a exemplo dos turistas. Esse entendimento está pautado no princípio vetor de
nosso ordenamento, qual seja a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CF/88).
O tema da eficácia horizontal dos direitos fundamentais é também denominado pela doutrina
de eficácia privada ou externa dos direitos fundamentais.
Surge como importante contraponto à ideia de eficácia vertical dos direitos fundamentais, que
se desenha a partir da aplicação dos direitos fundamentais nas relações entre o particular e o
poder público.
A doutrina dispara uma crítica à expressão “geração”, tendo vista que a evolução dos direitos
fundamentais traduz uma relação de complementaridade, e não hereditariedade.
Paulo Bonavides já fala na 5º dimensão cuja tônica seria o direito à paz mundial, podendo ser
exemplificado no combate ao terrorismo.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL:
CÓDIGO CIVIL:
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- Art. 52
- Súmulas vinculantes: 3 e 5.
QUESTÕES CORRELATAS
GABARITO
I. E
II. E
III. E
IV. C
V. C
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desiste.”
DIRIETO DE NACIONALIDADE
NOÇÕES TEÓRICAS
DIREITOS DE NACONALIDADE
1. CONCEITO
Nacional não se confunde com cidadão. A rigor, todo cidadão é nacional, mas nem todo
nacional é um cidadão. Cidadão é o nacional no pleno gozo dos direito políticos.
Todavia, dentro dessa espécie é possível encontrar dois critérios, a serem adotados pelos
Estados, determinantes na aquisição da nacionalidade.
Aquela que resulta de um ato voluntário, consistente num concurso de vontades entre o
pretendente estrangeiro, que deseja obter a nacionalidade de outro país, e a concordância
do outro Estado em conceder a nacionalidade e receber o estrangeiro como nacional.
No Brasil há a lei 6.815/80, que no art. 112 define os pressupostos para a naturalização do
estrangeiro.
A CF, sendo o Brasil um país de imigração, explicitamente consagra o critério territorial, mas o
fez como regra, comportando exceções.
Art. 12, I, “a” (critério territorial) - os nascidos no Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde
que estes não estejam a serviço de seu país.
Art. 12, I, “b” (critério sanguíneo + serviço do Brasil) - os nascidos no estrangeiro, de pai ou
mãe brasileira, quando qualquer deles estiver a serviço da República Federativa do Brasil.
Veio com a EC 54 (que corrigiu imperfeição trazida pela EC 3/94) e inseriu o art. 95 ao ADCT,
além de modificar o art. 12 da CF.
Antes, só se viesse residir aqui, agora, foi acrescentada esta nova hipótese.
OBS: A CRIANÇA QUE VENHA A RESIDIR COM OS PAIS AQUI, SEGUNDO O STF, É BRASILEIRA
NATA, SÓ QUE ELA TEM ESSA SITUAÇÃO PERMANECIDA ATÉ OS DEZOITO ANOS, QUANDO
DEVERÁ FAZER A OPÇÃO; SE NÃO FIZER, PERDE A NACIONALIDADE ORIGINÁRIA. TRATA-SE
DE CONDIÇÃO SUSPENSIVA.
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Art. 12, II, “a” - ORDINÁRIA – os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira.
A ordinária é qualquer estrangeiro, por isso que é na forma da lei. Nessa segunda hipótese, são
estrangeiros de países de língua portuguesa (p. ex. Portugal, Angola, Moçambique, Guiné
Bissau, Açores, Cabo Verde, Príncipe, Timor Leste), por isso basta manifestar sua vontade e
cumprir os requisitos previstos na constituição, além da aquiescência brasileira.
A lei não poderá estabelecer distinções entre brasileiros natos e naturalizados. Mas a CF faz
distinções:
4. PERDA DA NACIONALIDADE
É possível, depois de declarada a perda da nacionalidade, que ela seja readquirida? Sim! É
possível a reaquisição da nacionalidade.
Na segunda hipótese, desde que o sujeito volte a estar domiciliado no Brasil e requeira a
nacionalidade (ao Ministro da Justiça para decreto do Presidente).
Nesse sentido, José Afonso com base no art. 36 da lei 818/49. A doutrina do professor Dirley
também caminha neste mesmo sentido.
Para Moraes, só com novo processo de naturalização onde, até o nato, passa a ser
naturalizado. Não adotar este posicionamento nas provas.
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Desde que haja reciprocidade, a CF assegura aos portugueses residentes no Brasil os mesmos
direitos que os brasileiros naturalizados. Isso se, à luz da constituição portuguesa, lá em
Portugal brasileiro puderem titularizar os mesmos direitos inerentes aos portugueses.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL:
- Arts. 12 e 13.
ESTATUTO DO ESTRANGEIRO:
STF:
QUESTÕES CORRELATAS
GABARITO
I. E
II. E
III. E
IV. E
V. E
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DIRIETOS POLÍTICOS
NOÇÕES TEÓRICAS
DIREITOS POLÍTICOS
As normas que tratam dos direitos políticos positivos têm como núcleo fundamental o direito
de votar e o direito de ser votado.
Já as normas constitucionais que dispõe de direitos políticos negativos, possuem como ponto
central os institutos das inelegibilidades, e da perda e suspensão dos direitos políticos.
Tais direitos têm como núcleo fundamental os direitos políticos ativos e os direitos políticos
passivos.
São aqueles que investem o cidadão da capacidade eleitoral ativa. Constituem a capacidade
de ser eleitor, de votar. Todavia, depende do preenchimento das condições de alistabilidade.
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São condições de alistabilidade: nacionalidade brasileira, idade mínima de 16 anos, não ser
conscrito durante o serviço militar obrigatório (conscrito é o recrutado para o serviço militar
obrigatório).
De acordo com a CF, o alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de
dezoito anos; e facultativos para os analfabetos, maiores de setenta, e para os jovens de
dezesseis e dezessete anos.
Esta condição de alistabilidade é conditio sine qua non para a aquisição da cidadania política.
Cidadania política é a condição do nacional em gozo dos direitos políticos.
É a partir desta condição que os direitos políticos positivos podem ser usufruídos.
São aqueles que investem o cidadão da capacidade eleitoral passiva. Consistem na capacidade
de ser eleito, de ser votado. Também possuem condições, só que estas chamadas de
condições de elegibilidade.
a) NACIONALIDADE BRASILEIRA
b) PLENO EXERCÍCIO DOS DIREITOS POLÍTICOS
c) ALISTAMENTO ELEITORAL
d) DOMICÍLIO ELEITORAL NA CIRCUNSCRIÇÃO
e) FILIAÇÃO PARTIDÁRIA
f) IDADE MÍNIMA – 35 – Presidente, Vice e Senador. 30 – Governador e Vice. 21 –
Deputado Federal, Deputado Estadual, Prefeito e Vice e Juiz de Paz. 18 – Vereador.
Vale lembrar que o requisito da idade deve ser comprovado no ato da posse, e não
da candidatura (art. 11, § 2º da Lei 9.504/97 e Res. N. 22.156/TSE).
Tem, portanto, que preencher as condições de elegibilidade, e não incidir em nenhuma das
inelegibilidades.
É preciso ter cuidado para não confundir a capacidade eleitoral ativa, com a capacidade
eleitoral passiva. Isso porque, nem todo eleitor pode ser eleito, mas todo aquele que pode ser
eleito, deve ser necessariamente um eleitor.
Têm por núcleo fundamental as inelegibilidades e os casos de perda e suspensão dos direitos
políticos.
INELEGIBILIDADES
São restrições constitucionais que privam o cidadão do direito político de ser votado.
Têm por fim proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato,
considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e a legitimidade das eleições
contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego
na administração direta ou indireta (art. 14, §9º).
Em razão do caráter limitativo, não podem ser previstas em lei; só a Constituição as prevê.
A CF prevê três hipóteses de inelegibilidade relativa (14,§§ 5º ao 7º), mas remete ao legislador
infra a possibilidade de estabelecer mais inelegibilidades relativas para preservar a lisura das
eleições, de modo que além dessas três hipóteses há outras previstas na lei complementar 64,
que já sofreu várias modificações.
Curiosidade: agregação é a situação na qual o militar da ativa deixa de ocupar a vaga na escala
hierárquica de seu Corpo, Quadro, Arma ou Serviço, nela permanecendo sem número (art. 80
da Lei 6.880/80).
OBS: a filiação partidária não é exigível para o militar da ativa que contar com mais de dez anos
de serviço, cumprindo-lhe, tão-só, promover o registro da candidatura, a partir do qual será
agregado.
As causas de perda e suspensão dos direitos políticos encerram o elenco das restrições
impostas aos direitos políticos. São limitações excepcionais que anulam os próprios direitos
políticos positivos, atingindo tanto a capacidade eleitoral ativa como a passiva.
Segundo a intelecção do art. 15 da CF, é vedada a cassação dos direitos políticos, cuja perda e
suspensão se dará nos casos de:
Nada obstante, convencionou a doutrina apontar como causas de perda, por consistirem e
privação permanente e definitiva desse direitos as hipóteses do I e do IV (cancelamento de
naturalização e recusa de cumprir obrigação a todos imposta).
CONSTITUIÇÃO FEDERAL:
- Arts. 14 a 16.
STF:
TSE:
- Res. n. 22.156
2. QUESTÕES CORRELATAS
GABARITO:
I. E
II. C
III. E
IV. C
V. C
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“Tudo tem seu tempo, entretanto, nem por isso perca tempo.”
AÇÕES CONSTITUCIONAIS
NOÇÕES TEÓRICAS
HABEAS CORPUS
HISTÓRICO
No Brasil, foi instituído pela primeira vez no código de processo criminal de 1832 (art. 340),
vindo a ter assento constitucional com a Constituição de 1891, cujo § 22 do art. 72 o previra
em termos amplos, circunstância que originou a famosa e sempre lembrada doutrina brasileira
do habeas corpus liderada por Ruy Barbosa, que o entendia com ação destinada a proteger
qualquer direito.
LEGISLAÇÃO PERTINENTE
CABIMENTO
Visa proteger o direito fundamental de locomoção (art. 5º, XV): direito de ir, vir e permanecer
(Gilmar Mendes...).
Lembrando que se cabe HC, não será cabível MS. Todavia, nada impede, em situações de
patente constrangimento ilegal ou de flagrante abuso de poder, que o Judiciário converta o
mandamus em ordem de HC.
Contudo, cumpre ressaltar que o não cabimento de habeas corpus em relação a punições
disciplinares militares é restrição que se circunscreve ao exame de mérito do ato, conforme
vem decidindo reiteradamente o STF.
Também não caberá HC nas hipóteses elencadas nas súmulas 691 a 695 do STF. LER AS
SÚMULAS.
LEGITIMIDADE
ATIVA
O Código de Processo Penal atribui legitimação universal para o seu ajuizamento. Nesse
sentido, o art. 654, do Código de Ritos, dispõe verbum ad verbo: “o habeas corpus poderá ser
impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério
Público”.
Prescinde, o impetrante, de qualquer outro atributo, além do só fato de ser pessoa. Assim,
podem postular a ordem de HC, p.ex., o estrangeiro, ainda que não residente, o
absolutamente incapaz, o analfabeto, etc.
OBS: O IMPETRANTE (quem impetra, postulando em juízo a concessão da ordem) PODE SER
O PACIENTE (quem se beneficia), MAS TAMBÉM PODERÁ NÃO SER (ex. MP e pessoa jurídica
na qualidade de impetrantes).
Quando impetrante e paciente não são a mesma pessoa, trata-se de impetração em favor de
3º (ou habeas corpus de terceiro), mesmo que contra a sua vontade, pois se trata de direito
indisponível.
O manejo do writ dispensa a constituição de advogado, de procuração, e, por força do art. 5º,
LXXVII, da Carta de Outubro, trata-se de uma ação gratuita.
Sim, desde que em favor de pessoa física com ela relacionada (também o MP).
Pessoa jurídica, ordinariamente, não pode ser paciente de HC. A polêmica existe em
decorrência dos crimes ambientais que podem ser cometidos por ela (art. 225, § 3º).
PASSIVA
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Figurando no pólo passivo dessa ralação jurídica processual estará a autoridade coatora, que
poderá ser tanto um agente do poder público (delegado de polícia, juiz, tribunal, membro do
Ministério Público, etc.), como um particular (hospitais, clínicas psiquiátrica, etc.).
Insta salientar que, não obstante tratar-se o habeas corpus de uma ação constitucional de
caráter penal, este não se limita a esta esfera de competência, haja vista a possibilidade de
sua impetração no âmbito cível, quando a prisão decorre, e.g., da inadimplência de prestação
alimentícia.
Os requisitos para o deferimento da medida initio littis, assim como ocorre no processamento
do mandado de segurança, são aqueles comuns às medidas cautelares, quais sejam: o fumus
boni iuris (juízo de probabilidade ou verossimilhança quanto à decisão favorável) e o
periculum in mora (risco de dano grave), que, por seu turno, apresenta-se sempre evidente.
ESPÉCIES
MANDADO DE SEGURANÇA
HISTÓRICO
LEGISLAÇÃO PERTINENTE
É a ação constitucional das mais importantes, e, por isso, tem uma incidência muito alta em
provas e concursos.
CF, art. 5º, LXIX e LXX (MSC, novidade) da CF/88. LER DISPOSITIVOS.
Legislação infraconstitucional – Lei 12.016/09, que revogou todas as legislações
anteriores acerca do tema: Lei 1.553/01 - Lei 4.348/64 - Lei 5.021/66 (Lei 9.494/97 - Lei
8.437/92 - Lei 10.910/04).
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CABIMENTO
O MS visa proteger direito líquido e certo que não seja amparado por habeas corpus ou habeas
data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica do exercício de atribuições do poder público.
OBS: LÍQUIDO E CERTO É O DIREITO QUE PODE SER COMPROVADO DE PLANO POR PROVA
DOCUMENTAL INEQUÍVOCA E PRÉ-CONSTITUÍDA.
OBS SOBRE INOVAÇÃO DA NOVA LEI: “Art. 5º Não se concederá mandado de segurança
quando se tratar:
OBS SOBRE INOVAÇÃO DA NOVA LEI: A NOVA LEI NÃO FALA MAIS DE ATO DISCIPLINAR.
ANDOU BEM, AFINAL, MANTÉM-SE O ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL CONSOLIDADO AO
TEMPO DA LEI ANTIDA DE QUE O MÉRITO DO ATO ADMINISTRATIVO SÓ PODE SER ATINGIDO
PELO JUDICIÁRIO REFLEXAMENTE, QUANDO DO CONTROLE DE LEGALIDADE, E NÃO DE
MANEIRA DIRETA.
LEGITIMIDADE
ATIVA
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De saída, vale lembrar que o impetrante não se confunde com aquele que postula em juízo
(advogado). Poderá haver confusão apenas na situação de impetração de MS por advogado
em seu próprio favor.
O partido deve ter, pelo menos, um deputado ou um senador. Além disso, segundo o STF e o
STJ, o MSC poderá ser utilizado por partido político apenas para a defesa de direitos de seus
filiados, observada a correlação com as finalidades institucionais e objetivos programáticos da
agremiação.
Em face do disposto no art. 2º da Lei 8.437/92, NÃO é cabível medida liminar sem a ouvida da
outra parte (inaudita altera pars) em MSC.
PASSIVA
A parte ré do mandado de segurança, todavia, não é a autoridade coatora (ou impetrada), mas
sim a pessoa jurídica a que esta está vinculada (de direito público ou privado que exerce
atribuição pública), afinal, será esta que deverá oferecer contestação (ou interpor possíveis
recursos), bem como irá suportar os efeitos pecuniários decorrentes da concessão da ordem.
Ex. Secretário de Administração do Estado da Bahia – autoridade coatora que praticou o ato.
Estado da Bahia - pessoa jurídica de direito público interno, réu da ação que suportará os
efeitos da decisão.
Não se trata de litisconsórcio, pois a autoridade responsável pelo ato impugnado não é um
ente distinto da pessoa jurídica, é um órgão dela, uma parte integrante daquela.
(jurisprudência uníssona do STJ).
OBS SOBRE INOVAÇÃO DA NOVA LEI: A LEI NOVA, AO CONTRÁRIO DA ANTERIOR, ESTENDE
TAMBÉM À AUTORIDADE COATORA O DIREITO DE RECORRER DA SENTENÇA CONTRÁRIA À
POSIÇÃO ADOTADA NO ATO QUESTIONADO EM JUÍZO (art. 14, § 2º).
É que quando os entes públicos interferem na atividade econômica, o regime jurídico a que se
sujeitam é o do direito privado, e não o da administração pública (CF, art. 173, § 1º, II).
Em outras palavras: se o ato de gestão da empresa foi praticado sob regência exclusiva de
normas de direito privado, estará fora do alcance do mandado de segurança. Se, porém,
estiver, como nas licitações de EP ou SEM, disciplinado por regras de direito públicos, poderá
ser questionado por meio do mandamus.
Com base no art. 7º, III, da lei 12.016 (art. 7º, II, da Lei 1.533/51) é cabível a medida liminar
desde que preenchidos os requisitos do fumus boni iuris e do periculum in mora.
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OBS: EM MSI CABE LIMINAR INAUDITA ALTERA PARTE (sem a oitiva da outra parte). O MESMO
NÃO OCORRE EM MSC.
OBS SOBRE INOVAÇÃO DA NOVA LEI: AO JUIZ É FACULTADO (NÃO OBRIGATÓRIO) EXIGIR, NO
CASO DE DEFERIMENTO DA LIMINAR, PRESTAÇÃO DE CAUÇÃO, FIANÇA OU DEPÓSITO, “COM
O OBJETIVO DE ASSEGURAR O RESSARCIMENTO À PESSOA JURÍDICA”, CASO OCORRA,
AFINAL, A DENEGAÇÃO DA SEGURANÇA (art. 7, III, in fine).
OBS SOBRE INOVAÇÃO DA NOVA LEI: A LEI NOVA VEDA A CONCESSÃO DE LIMINAR NOS
SEGUINTES CASOS (art. 7º, § 2º da nova lei):
Compensação de créditos tributários (já previsto súmula 212 STJ. Veda a compensação
tributária afeta apenas a medida liminar, o que não impede a compensação vir a ser
declarada ou autorizada pela sentença do mandado de segurança (Súmula 212 STJ).
As demais vedações já eram objeto de previsões legais, que apenas foram consolidadas pela lei
atual.
ESPÉCIES
SÚMULAS DO STF: 101, 248, 266 a 272, 294, 299, 304, 310, 319, 330, 392, 405, 429, 430, 433,
474, 506, 510 a 513, 597, 622 a 632.
SÚMULAS DO STJ: 41, 99, 105, 169, 177, 202, 213, 217, 333.
AÇÃO POPULAR
HISTÓRICO
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Teve vida jurídica igual à do MS: nasceu em 1934, morreu em 1937, ressuscitou em 1946 e
perdura até hoje.
LEGISLAÇÃO PERTINENTE
CABIMENTO
O objeto da ação popular é todo ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. Esse ato lesivo deve ser compreendido
a abranger, além das ações, também as omissões do poder público lesivas àqueles bens e
valores jurídicos.
Trata-se de ação de cunho desconstitutivo, pois visa anular ato lesivo os bens listados na CF,
mas, subsidiariamente, poderá ser condenatória (como não se trata de litisconsórcio unitário,
a sentença pode dispor de forma diferenciada para cada litisconsorte, devendo-se demonstrar
a responsabilidade de cada um e sua condenação correspondente).
2. LESIVIDADE:
Importante lembrar que esta lesividade compreende não só os atos que causem prejuízo
patrimonial, mas também aqueles que ofendam outros valores (artísticos, culturais,
ambientais, morais, estéticos, turísticos, etc.) igualmente agasalhados pela Constituição.
Não se deve esquecer, ainda, que o direito de propositura da ação popular prescreve em 5
anos (art. 21 da LAP), e, atualmente, a prescrição deve ser decretada de ofício pelo juiz da
causa.
Vale lembrar que a ação popular, ao contrário do MS, admite dilação probatória, que se dará
no curso da fase de instrução do processo.
LEGITIMIDADE
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ATIVA
Para esse mister foi atribuída ao cidadão eleitor, no pleno gozo dos seus direitos políticos
ativos, a legitimidade ativa para a sua propositura.
Nessa ótica, não podem propor ação popular: estrangeiros, apátridas, pessoas jurídicas
(súmula 365 do STF) e brasileiros com direitos políticos perdidos ou suspensos.
O MP e a Defensoria Pública, enquanto instituições, não têm legitimidade para propor ação
popular.
Todavia, nesta ação o MP exerce o papel de fiscal da lei. Por outro lado, se estiverem atuando
como cidadãos, poderão ajuizar a referida ação.
Por fim, vale lembrar que é indispensável a capacidade postulatória do advogado, que precisa
estar legalmente constituído, salvo se o cidadão ostentar essa condição, e não houver
empecilho para litigar como o Poder Público.
PASSIVA
À luz da literalidade do art. 6º, caput, da Lei nº 4.717/65, tem-se que: “a ação popular será
proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas no art. 1º, contra as
autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado
ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissão, tiverem dado oportunidade à lesão, e
contra os beneficiários direito do mesmo”.
Sintetizando:
Sendo possível essa total identificação, todos devem figurar como réus na ação popular,
configurando-se um verdadeiro litisconsórcio passivo necessário.
Atualmente, com a inserção do § 4º ao art. 5º da lei da ação popular, através Lei nº 6.513/77, a
liminar está expressamente admitida. Entretanto, apesar silêncio do dispositivo, tem como
pressupostos a fumaça do bom direito e o perigo da demora.
OBS: A AÇÃO POPULAR NÃO É GRATUITA. As únicas ações gratuitas são HC e HD.
HABEAS DATA
HISTÓRICO
LEGISLAÇÃO PERTINENTE
Trata-se, assim como o HC, de ação gratuita (essas são as únicas – CF, art. 5º, LXXVII).
CABIMENTO
Consiste numa ação personalíssima. Não se pode ingressar com HD para pleitear informações
alheias, de terceiros.
Poderia uma associação impetrar HD para pleitear informações de seus associados? Não,
somente para buscar informações dela própria.
Vale relembrar que a Lei exige a prova pré-constituída de que foi provocada a Administração e
esta se recusou (expressa ou tacitamente – pelo decurso do prazo) a prestar as informações.
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OBS: NÃO É QUE PRECISA HAVER ESGOTAMENTO DAS VIAS ADMINISTRATIVAS. A PARTIR DA
PRIMEIRA NEGATIA OU DO ESCOAMENTO DO PRAZO DE 10 DIAS O HD JÁ PODERÁ SER
IMPETRADO.
LEGITIMIDADE
ATIVA
PASSIVA
À luz do art. 1º da lei, “considera-se de caráter público todo o registro ou banco de dados
contendo informações que sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não
sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das informações”.
Embora a lei seja silente, a doutrina majoritária entende perfeitamente cabível a tutela
preventiva na ação de HD.
MANDADO DE INJUNÇÃO
HISTÓRICO
LEGISLAÇÃO PERTINENTE
OBS: NEM TUDO DO MS SERÁ APLICÁVEL AO MI, A EXEMPLO DA MEDIDA LIMINAR. MAS
DENTRE AS DISPOSIÇÕES APLICÁVEIS É POSSÍVEL CITAR A AUSÊNCIA DE CONDENAÇÃO NOS
HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS, BEM COMO A AUSÊNCIA DE DILAÇÃO PROBATÓRIA, ETC.
CABIMENTO
ASSIM COMO A ADIN POR OMISSÃO, O MANDADO DE INJUNÇÃO SERVE PARA CURAR UMA
DOENÇA DENOMINADA SÍNDROME DA INEFETIVIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS (vale
dizer, normas constitucionais que, de imediato, no momento em que a Constituição é
promulgada, não têm o condão de produzir todos os seus efeitos, precisando de uma lei
integrativa infraconstitucional).
A diferença do MI e da ADIN por omissão, na precisa síntese de DIRLEY DA CUNHA JR., é que o
primeiro é uma ação constitucional de garantia individual, enquanto a segunda é uma ação
constitucional de garantia constitucional.
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LEGITIMIDADE
PASSIVA
Somente a pessoa estatal poderá ser demandada, e nunca o particular (que não tem o dever
de regulamentar a CF).
Não cabe MI contra omissão de particulares, mas somente contra omissões de autoridades
públicas.
Hely Lopes até pensa caber medida liminar, MAS A JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE DO STF É
NO SENTIDO DO NÃO CABIMENTO DE MEDIDA LIMINAR EM MANDADO DE INJUNÇÃO.
OBS: NOS MIs 670, 708 e 712 O STF, POR UNANIMIDADE, DECLAROU A OMISSÃO LEGISLATIVA
DE REGULAMENTAÇÃO DO DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS, E, POR MAIORIA,
DETERMINOU A APLICAÇÃO, NO QUE COUBER, DA LEI DE GREVE VIGENTE NO SETOR PRIVADO
(Lei 7.783/89).
CONSTITUIÇÃO FEDERAL:
LEIS:
STF:
- Súmulas: 101, 105, 110, 169, 213, 266-271, 304, 365, 395, 405, 429, 430, 460, 474, 510, 622,
625, 626, 629, 630, 631, 632, 701, 691-695.
STJ:
- Súmulas: 2 e 212.
QUESTÕES CORRELATAS
GABARITO:
I. E
II. C
III. C
IV. E
V. E
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
NOÇÕES TEÓRICAS
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
CONCEITO E PRESSUPOSTOS
Como sentencia a doutrina, o controle de constitucionalidade das leis e dos atos normativos
reclama os seguintes pressupostos:
ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE
A inconstitucionalidade por ação pode-se dar por três formas: vício formal, vício material e
vício de decoro parlamentar.
MOMENTOS DE CONTROLE
a) PRÉVIO ou PREVENTIVO
b) POSTERIOR ou REPRESSIVO
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Será realizado sobre a lei, e não mais sobre o projeto de lei, como ocorre no controle
preventivo.
Como vimos, o controle posterior ou repressivo no Brasil, por regra, é exercido pelo Poder
Judiciário, tanto de forma concentrada, como difusamente. Por isso se diz: jurisdicional misto!
No Legislativo encontramos:
Já no Executivo encontramos:
O STF não aprofunda muito o assunto, mas sinaliza possibilidade de descumprimento por parte
dos subordinados, quando houver determinação nesse sentido. O STJ, com mais veemência,
consagra a tese do controle posterior ou repressivo pelo Executivo.
CONTROLE DIFUSO
GENERALIDADES
O controle difuso nos tribunais deve obediência ao comando disposto no art. 97 da CF, que
trata da cláusula de reserva de plenário.
Segundo esse dispositivo, somente pelo voto da maioria absoluta dos seus membros, ou dos
membros do respectivo órgão especial, poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade
de lei ou ato normativo do poder público.
Essa tendência foi confirmada pelo art. 481 e 557, § 1º-A do CPC.
EFEITOS DA DECISÃO
INTER PARTES
EX TUNC
Cabe alertar, contudo, que o STF já entendeu que, mesmo no controle difuso, poder-se-á dar
efeito ex nunc ou pro futuro. O leading case foi o julgamento do RE 197.917, pelo qual o STF
reduziu o número de vereadores do Município de Mira Estrela de 11 para 9 e determinou
que a aludida decisão só atingisse a próxima legislatura. Para Gilmar, o limite dessa
modulação temporal da eficácia é o próprio princípio da proporcionalidade.
E os efeitos, que são para as partes, poderiam ser estendidos a todas as pessoas?
A expressão no todo ou em parte relaciona-se com o quanto decidido pelo Supremo, não
podendo, o Senado, restringir ou ampliar esse parâmetro.
Os efeitos dessa suspensão são ERGA OMNES e EX NUNC. Lembrando que a suspensão é mera
faculdade que assiste ao Senado, não estando obrigado a fazê-lo.
CONTROLE CONCENTRADO
Tal controle pode ser verificado em 5 situações: ADI genérica, ADI interventiva, ADO, ADC e
ADPF.
ADI GENÉRICA
Trata-se de ação constitucional que tem por objetivo controlar a constitucionalidade de ato
normativo em tese, abstrato, marcado pela generalidade, impessoalidade e abstração, e que
tem por objeto a própria questão da inconstitucionalidade, decidida principaliter.
OBJETO
Podem:
Leis – sentido amplo; todas as espécies do art. 59 da CF (EC, LC, LO, LD, MP, DL, RES).
Regulamentos autônomos.
Tratados internacionais – de direitos humanos ou não, anteriores ou posteriores à
reforma da EC N. 45/04.
Não podem:
COMPETÊNCIA
LEGITIMIDADE
Art.103.
Para totalizar 12 legitimados ativos, distribuem-se três blocos contendo, cada um, quatro
legitimados. Seguindo a ordem das letras (M.A.E.), tem-se: 4 mesas, 4 autoridades e 4
entidades. Passa-se à análise:
4 Mesas:
4 Autoridades:
Presidente da República;
Procurador-Geral da República;
Governador de Estado;
Governador do Distrito Federal.
4 Entidades:
“AMICUS CURIAE”
Como regra, tem-se o art. 7º, caput, da Lei 9.868/99, que veda a “intervenção de terceiros no
processo de ação direta de inconstitucionalidade”.
Trata-se, na feliz expressão do Ministro Celso de Mello, de instituto que vem no sentido de
pluralizar o debate constitucional. É, portanto, sem dúvida, fator de legitimação social das
decisões da Suprema Corte.
Por fim, entende-se perfeitamente possível a aplicação, por analogia, da regra que admite o
amicus curiae na ADI para a ADC e, excepcionalmente (e desde que configuradas as hipóteses
de cabimento), para a ADPF.
EFEITOS DA DECISÃO
ERGA OMNES
EX TUNC *
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Vale ressaltar que o efeito vinculante atinge somente o Judiciário e o Executivo, não podendo
ser estendido ao legislativo, que poderá, inclusive, editar nova lei em sentido contrário da
decisão dada pelo STF em controle de constitucionalidade concentrado ou edição de súmula
vinculante. Entendimento diverso significaria o “inconcebível fenômeno de fossilização da
Constituição” (Inf. 386/STF).
EFEITO REPRISTINATÓRIO
PEDIDO CAUTELAR
Desde que presentes os requisitos do periculum in mora e do fumus boni iuris, poderá ser
concedida a liminar suspendendo a eficácia do ato normativo.
Lembrando que, segundo o STF, a concessão de medida cautelar torna aplicável a legislação
anterior acaso existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário.
ADC ou ADECON
Busca-se por meio dessa ação declarar a constitucionalidade de lei ou ato normativo federal.
O grande objetivo e utilidade desta ação, portanto, é transformar uma presunção relativa de
constitucionalidade em presunção absoluta (jure et de jure), não mais se admitindo prova em
contrário. Ou seja, julgada procedente a ADC, tal decisão vinculará os órgãos do Poder
Judiciário e a administração pública, que não mais poderão declarar a inconstitucionalidade da
aludida lei, ou agir em desconformidade com a decisão do STF, afinal, a sua presunção de
constitucionalidade, agora, será absoluta.
OBJETO
O objeto da referida ação é lei ou ato normativo federal. CUIDADO! É diferente do que ocorre
com a ADIN genérica, cujo objeto engloba, também, a lei ou ato normativo estadual -102, § 2º.
COMPETÊNCIA
O órgão competente para apreciar a ADC é o STF, conforme estabelece o art. 102, I, “a”, CF/88.
LEGITIMIDADE
Antes da EC 45/04, os legitimados para a propositura da referida ação eram apenas quatro, de
acordo com o art. 103, § 4º, da CF/88, quais sejam: a) Presidente da República; b) Mesa do
Senado Federal; c) Mesa da Câmara dos Deputados; d) Procurador-Geral da República.
Com a revogação do § 4º e a nova redação do caput do art. 103, pela aludida emenda, os
legitimados para a propositura da ADC passaram a ser os mesmos da ADI genérica.
OBSERVAÇÕES PROCEDIMENTAIS
Não existe lógica em determinar a citação do AGU na medida em que inexiste ato ou
texto impugnado, já que se afirma a constitucionalidade na inicial.
As regras para votação e quorum são as mesmas expostas na ADI genérica, qual seja,
desde que presente o quorum de instalação da sessão de julgamento de 8 Ministros, a
declaração de constitucionalidade dar-se-á pelo quorum da maioria absoluta dos 11
Ministros do STF, qual seja, pelo menos 6 deverão posicionar-se favoráveis à
procedência da ação.
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EFEITOS DA DECISÃO
O art. 21 estabelece que o STF, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá
deferir pedido de medida cautelar na ADC, consistente na determinação de que os juízes e os
tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato
normativo objeto da ação, até o seu julgamento definitivo.
Essa suspensão perdurará apenas por 180 dias contados da publicação da parte dispositiva da
decisão do DOU, prazo esse definido pela Lei para que o tribunal julgue a ação declaratória.
Trata-se do chamado EFEITO AVOCATÓRIO presente na cautelar de ADC.
Vale ressaltar que o STF, por votação majoritária, pacificou entendimento segundo o qual é
perfeitamente possível a atribuição de efeito vinculante e erga omnes em sede de liminar
(decisão não definitiva de mérito) na ADC, tendo em vista o poder geral de cautela da Corte,
podendo suas decisões ser preservadas pelo instrumento da reclamação.
GENERALIDADES
Nos termos do art. 125, § 2º, da CF/88, cabe aos Estados a instituição de representação de
inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da
Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
Pelo princípio da simetria, muito embora o art. 125, § 2º, tenha fixado somente a
possibilidade de instituição de representação de inconstitucionalidade (que corresponderia à
ADI), parece-nos perfeitamente possível que, desde que respeitadas as regras da CF/88, se
implementem os demais meios de controle, especialmente a ADI por omissão para combater a
inércia do Legislativo estadual.
OBJETO
O controle abstrato estadual terá por objeto exclusivamente leis ou atos normativos estaduais
ou municipais.
Assim, tem-se que as leis federais só poderão ser objeto de controle abstrato perante o STF.
COMPETÊNCIA
Conforme verificado no art. 125, § 2º, somente o TJ local será o órgão competente para,
exercendo competência originária, julgar o controle de constitucionalidade abstrato estadual.
LEGITIMADOS
Assim, cabe às Constituições Estaduais a delimitação da regra, e, nesse sentido, como se trata
de manifestação do poder constituinte derivado decorrente, deve-se respeitar, pela simetria, o
art. 103 da CF, conforme se verifica na tabela abaixo:
Art. 103 – Legitimados para Art. 125, § 2º - Legitimados Art. 125, § 2º - Legitimados
o controle concentrado para o controle concentrado para o controle concentrado
perante o STF perante o TJ local – simetria perante o TJ local – simetria
– especialmente em relação
a leis ou atos municipais
Presidente Governador Prefeito
Mesa da CD e do SF Mesa da Assembléia Leg. Mesa da Câmara Municipal
PGR PGJ
Conselho Federal da OAB Conselho Seccional da OAB
Partido político com Partido político com Partido político com
representação no CN representação na Assembléia representação na Câmara M.
Confederação sindical ou Federação sindical ou
entidade de classe de âmbito entidade de classe de âmbito
nacional estadual
O fundamento é que tal previsão prestigiaria a intenção do constituinte de 1988, que foi no
sentido de ampliar o rol de legitimados para a propositura da ADI.
PARÂMETRO DE CONTROLE
Dentro dessa temática, importante atentar para uma situação: as leis estaduais, em se
tratando de controle concentrado pela via em abstrato, sofrem dupla fiscalização, tanto por
meio de ADI no TJ e tendo como parâmetro a CE, como perante o STF e tendo como
parâmetro a CF.
Isso significa que a mesma lei estadual poderá ser objeto de controle concentrado no TJ e no
STF. Se isso acontecer, estaremos diante do fenômeno da SIMULTANEIDADE DE AÇÕES
DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE.
STF declara inconstitucional a lei estadual perante a CF – a ADI estadual perderá o seu
objeto, não produzindo a lei mais efeitos no referido Estado.
Vamos imaginar agora que a ação seja proposta perante o TJ estadual e que este julgue a ação
que transita em julgado. Poderá no futuro a mesma lei ser examinada em controle abstrato
perante o STF e tendo como parâmetro a CF? Duas são as hipóteses.
Por fim, vale registrar a possibilidade de o STF exercer controle de constitucionalidade de lei
municipal perante a CF e com efeitos erga omnes, se na análise inicial do controle abstrato
estadual a lei municipal foi confrontada em relação à norma da CE de reprodução obrigatória e
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compulsória da CF. Isto porque, dessa decisão caberá recurso extraordinário para o STF, e,
malgrado seja instrumento típico do controlo difuso, a decisão no julgamento desse RE
produzirá os mesmos efeitos da ADI, ou seja, por regra, erga omnes, ex tunc e vinculante,
podendo o STF, naturalmente, nos termos do art. 27 da Lei 9.868/99, modular os efeitos da
decisão.
Portanto, não se aplicará a regra do art. 52, X, não tendo o Senado Federal qualquer
participação.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL:
STF:
QUESTÕES CORRELATAS
III. (TJ/SE/JUIZ/2008) A CF veda que o STF conheça de causa em que haja discussão
quanto à constitucionalidade de lei municipal.
GABARITO:
I. E
II. E
III. E
IV. E
V. E
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“Há tantas pessoas lá fora que irão te dizer que você não consegue.
DO PODER LEGISLATIVO
No art. 48, para dispor sobre todas as matérias de competência da União, encontram-se
as atribuições legislativas do Congresso que, como tais, dependem de sanção do Presidente
da República para que sejam aperfeiçoadas.
Tais atribuições, como ressaltado, não têm natureza legislativa, ao contrário, são
competências políticas próprias que, inclusive, se materializam por meio de decreto
legislativo.
Exemplos dessa constatação são os incisos II, III, V, VIII, IX, X e XIV. Em síntese, tais
dispositivos consagram, respectivamente:
Principais características
Senado Federal
Principais características
Imunidades parlamentares
Tais imunidades podem ser identificadas como prerrogativas daqueles que exercem a
função parlamentar e possuem como objetivo permitir um desempenho livre e independente
do mandato.
A Constituição Federal, no caput do art. 53, consagra essa primeira espécie de imunidade.
Segundo esse dispositivo, os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por
quiser de suas opiniões palavras e votos. É a consagração da imunidade material ou
inviolabilidade parlamentar.
a) Prisão
A imunidade formal ou processual para a prisão está prevista na Carta Magna no art. 53, §
3º. A partir deste enunciado, fica estabelecido que desde a expedição do diploma, os
membros do Congresso Nacional (Deputados Federais e Senadores da República) não poderão
ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável.
Ainda assim, neste caso, o texto determina que os autos sejam remetidos dentro de 24
horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros (maioria absoluta,
segundo o STF), resolva sobre a prisão.
Nesse sentido, é possível concluir que para a manutenção da prisão em flagrante delito de
crime inafiançável, a aprovação pela casa, mediante voto aberto, se apresenta como uma
condição indispensável.
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b) Processo
Assim, conforme a previsão do art. 53, § 3º, da CF, recebida a denúncia contra Senador ou
Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à
casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria
de seus membros (maioria absoluta, quórum qualificado), poderá, até a decisão final, sustar o
andamento da ação.
Foro privilegiado
Assim, conclui a doutrina que independentemente do tipo de crime que tenha sido
praticado, a competência para o processamento desses parlamentares é do Pretório Excelso,
confirmando, assim, o foro por prerrogativa de função.
Já na hipótese de crime praticado por alguém que não era parlamentar e, no curso do
processo, se elege Deputado Federal ou Senador da República, a orientação é que o processo
seja imediatamente remetido ao STF para que este, estando presentes os requisitos, dê
andamento à ação.
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Porém, neste caso, por se tratar de um crime praticado antes da diplomação, muito
embora o processo seja remetido para o Supremo, este não terá que dar ciência à casa
respectiva que, por sua vez, também não poderá interferir na ação. Não há que se falar aqui,
portanto, na existência de imunidade processual.
Além disso, como tais privilégios estão relacionados ao efetivo desempenho das
atividades inerentes à função parlamentar, tais prerrogativas não são estendidas aos
suplentes, que também não poderão se beneficiar do foro por prerrogativa de função.
No âmbito dos Estados-membros, o art. 27, § 1º, da CF/88, consagra que se aplicam aos
Deputados Estaduais as mesmas regras previstas na Constituição sobre sistema eleitoral,
inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e
incorporação às Forças Armadas.
A partir deste enunciado atenta-se apenas para a necessidade de adaptação de tais regras
à esfera estadual, em sintonia com o princípio da simetria ou paralelismo das formas. Assim,
onde se lê Câmara dos Deputados e Senado Federal, leia-se Assembleia Legislativa. E onde há
referência ao Supremo Tribunal Federal, leia-se Tribunal de Justiça.
Finalmente, no âmbito municipal, o Texto Maior no art. 29, VIII, prevê a imunidade dos
Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do
Município.
De acordo com o artigo 58, § 3º, da CF, as comissões parlamentares de inquérito têm
poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos
regimentos internos das respectivas Casas Legislativas.
No que tange ao requerimento, a CPI poderá ser criada pela Câmara dos Deputados e
pelo Senado Federal, de modo conjunto (comissão parlamentar mista de inquérito – CPMI) ou
separadamente (comissão exclusiva).
A doutrina afirma que a CPI possui poderes instrutórios e investigatórios, mas não possui
poder geral de cautela.
De outro modo, por não poderem praticar atos de jurisdição exclusivos do Poder
Judiciário, não podem as CPIs:
Reitere-se, por fim, que as comissões parlamentares de inquérito não são órgãos de
acusação ou julgamento, mas apenas de investigação. Justamente por isso, podem, sim, sofrer
controle pelo Poder Judiciário.
DO PODER EXECUTIVO
Sistemas de governo
Segundo a doutrina de Pedro Lenza, sistemas de governo são fórmulas concebidas para se
aferir o grau de dependência nas relações travadas entre o Poder Executivo e o Poder
Legislativo. Tais sistemas podem ser: parlamentarismo ou presidencialismo.
Vale registrar que este sistema, inclusive, foi confirmado na vigência da Constituição de
1988 a partir de uma consulta plebiscitária autorizada pelo art. 2º do ADCT.
Esse dispositivo previu que no dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado iria definir, através
de plebiscito, a forma (república ou monarquia constitucional) e o sistema de governo
(parlamentarismo ou presidencialismo) que devem vigorar no país. Como resultado, venceu a
forma republicana e o sistema presidencialista de governo.
De logo, insta salientar que tais atribuições não encerram um rol taxativo, vale dizer,
numerus clausus. Ao contrário, a previsão específica dessas competências não exclui outras
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Outro não é o entendimento que pode ser extraído do inciso XXVII desse mesmo artigo.
Segundo esse dispositivo, também compete ao Presidente do Brasil exercer outras atribuições
previstas na Constituição.
De fato, não seria razoável imaginar que todas as atribuições possíveis e imagináveis de
um Presidente da República viessem taxativamente previstas em um texto contendo vinte e
sete incisos.
Outro ponto digno de nota diz respeito à possibilidade de tais competências serem
delegadas. Quem responde é o próprio art. 84 da CF, em seu parágrafo único.
Com essa previsão, tem-se que o Presidente da República poderá delegar as atribuições
previstas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-
Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que deverão observar os limites traçados
nas respectivas delegações.
XII – conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos
instituídos em lei.
Observe que no inciso XXV não é passível de delegação a competência para a extinção dos
cargos públicos federais, mas só para provimento. Tudo isso porque o parágrafo único do
artigo só se refere à primeira parte do dispositivo, e não à sua integralidade.
Ressalte-se, ainda, que essa extinção de cargos públicos federais, que não é passível de
delegação, não se confunde com a extinção de funções ou cargos públicos do inciso VI, alínea
“b”, esta, por sua vez, possível de ser delegada.
Não se trata de paradoxo (contradição), é que a partir da leitura deste último dispositivo,
o que se percebe é que só é possível a delegação da extinção de cargos públicos quando eles
estiverem vagos, ressalva esta, como se percebe, que não foi feita no inciso XXV.
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Crimes de responsabilidade
Essas infrações podem ou não constituir tipos penais. Quando constituem, são chamadas
de crimes de responsabilidade próprios (contando, inclusive, com previsão no Código Penal e
na legislação especial).
Na Constituição Federal de 1988 tais infrações políticas estão disciplinadas no art. 85.
Com esse dispositivo, são crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que
atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I – a existência da União;
V – a probidade na administração;
VI – a lei orçamentária;
Com o parágrafo único tem-se que esses crimes serão definidos em lei especial, que
estabelecerá as normas de processo e julgamento. Trata-se da Lei n. 1.079/50, que foi alterada
pela Lei n. 10.028/2000, ampliando o rol das infrações político-administrativas, com ênfase em
relação aos crimes contra a lei orçamentária.
a) Fase inicial
b) Fase final
Como visto, a fase final ocorre no âmbito do Senado Federal, que deverá instaurar o
processo caso seja admitida a acusação por 2/3 dos membros da Câmara dos Deputados,
exercendo um juízo de processamento, atuando como tribunal de julgamento.
Essa sessão no âmbito do Senado será presidida pelo Presidente do Supremo Tribunal
Federal, consoante disposição do art. 52, parágrafo único, da CF/88. Exercendo o julgamento,
os Senadores da República poderão absolver o acusado ou condená-lo pela prática de crime de
responsabilidade.
Lembrando que, assim como na aceitação da acusação pela Câmara dos Deputados, o
quórum para a condenação, que terá a forma de resolução do Congresso Nacional, também é
de 2/3 dos membros.
Ainda à luz do art. 52, parágrafo único, da CF, a condenação limitar-se-á à perda do cargo,
com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais
sanções judiciais cabíveis.
Sintetizando:
Quórum – 2/3
Sanção – perda do cargo e inabilitação para a função pública por 8 anos, sem prejuízo
das demais sanções judiciais cabíveis.
Também não se deve perder de vista a regra segundo a qual após a instauração do
processo pelo Senado nos crimes de responsabilidade, o Presidente ficará suspenso de suas
funções pelo prazo de 180 dias (CF, art. 86, § 1º, II).
Crimes comuns
a) Fase inicial
A fase inicial também acontece no âmbito da Câmara dos Deputados, que exercendo um
juízo de admissibilidade, atuando tal qual um tribunal de pronúncia, pode aceitar ou não a
acusação contra o Presidente da República, também pelo quórum de 2/3 dos seus membros.
Essa acusação terá a forma de denúncia, em se tratando de crime de ação penal pública,
ofertada pelo Procurador-Geral da República, ou poderá assumir a forma de queixa-crime, em
se tratando de crime de ação penal privada, a se oferecida pelo próprio ofendido.
b) Fase final
Vale ressaltar que, em nome do princípio da separação dos Poderes, o Pretório Excelso
não está obrigado a receber a denúncia ou queixa-crime, ainda que tenha havido autorização
por parte da Câmara dos Deputados, ao contrário do que ocorre nos crimes de
responsabilidade.
Caso a Corte Suprema entenda que ele seja culpado e julgue procedente o pedido, a
condenação aqui será aquela prevista no próprio tipo penal, ocorrendo a perda do cargo
apenas de modo indireto como uma consequência da suspensão dos direitos políticos
operada por força do art. 15, III, da CF/88.
Vale lembrar que do mesmo modo como ocorre nos crimes de responsabilidade, recebida
a denúncia ou queixa-crime, o Presidente da República ficará suspenso das suas funções pelo
prazo de 180 dias (CF, art. 86, § 1º, I).
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Novamente aqui, findo esse prazo sem que tenha havido julgamento, cessará o
afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo (CF, art. 86,
§ 2º).
Ainda nos termos do art. 86, § 3º, enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas
infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito à prisão.
A Constituição Federal consagra, em seu art. 86, § 4º, a chamada imunidade presidencial
ou cláusula de irresponsabilidade penal relativa. Segundo esse dispositivo, durante a vigência
do seu mandato, o Presidente da República não poderá ser responsabilizado por atos
estranhos ao exercício de suas funções.
Noutras palavras, caso ele tenha praticado uma infração criminal (ilícito penal), antes de
assumir o cargo de Presidente, ou depois dessa assunção, porém sem nenhuma relação
funcional, gozará da cláusula de irresponsabilidade penal relativa.
Ou seja, enquanto estiver no cargo, não poderá ser responsabilizado, entretanto, por
óbvio, durante este período, suspenso estará o prazo de prescrição do delito enquanto durar o
mandato. Neste caso, só haverá que se falar em persecutio criminis depois do término do
mandato, perante o órgão da justiça comum competente.
Vale lembrar que essa imunidade se restringe apenas aos tipos penais (não abrangendo
as infrações de natureza civil, política, administrativa e fiscal) que tenham sido praticados
antes do exercício do mandato, ou durante, porém sem qualquer relação funcional.
DO PODER JUDICIÁRIO
Já se disse que o Poder, assim como o Direito, é uno é indivisível, ou seja, indecomponível.
Admite-se, porém, um abrandamento dessa ideia com a divisão do Direito em ramos (ou
províncias jurídicas). Lembrando que essa distribuição possui fins eminentemente didáticos, é
dizer, por questão de mera conveniência acadêmica.
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É um só Poder que possui uma atuação distribuída por diversos órgãos, mais
especificamente em duas esferas (aqui sim, federal e estadual), a partir de uma distribuição de
competências.
Vale ressaltar que o Conselho Nacional de Justiça, embora seja órgão do Poder Judiciário,
por ter natureza administrativa não compõe a estrutura dos órgãos jurisdicionais.
(órgãos jurisdicionais)
Estatuto da Magistratura
Vale registrar que até o presente momento essa lei não foi editada. Em face desse silêncio
legislativo, segundo a jurisprudência do próprio Supremo Tribunal Federal, fica valendo como
Estatuto da Magistratura a LC n. 35/79, que foi recepcionada pelo Constituição de 1988.
Tais garantias podem ser divididas em: garantias institucionais e garantias funcionais.
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Garantias institucionais
Tais garantias têm por finalidade preservar o Poder Judiciário globalmente, como
instituição. Podem ser dividias em:
Estão consagradas nas normas que tratam da estrutura e funcionamento, bem como
naquelas que estabelecem competências para os tribunais, tais como: eleger seus órgãos
diretivos, elaborar o regimento interno, organizar internamente a estrutura administrativa etc.
(CF, art. 96).
Estas, por sua vez, estão relacionadas à possibilidade de elaboração e execução de suas
propostas orçamentárias, nos termos da Constituição e dentro dos limites estipulados junto
com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias (CF, art. 99).
Garantias funcionais
a) Garantias de independência
Vale lembrar que os demais servidores públicos não gozam de vitaliciedade, mas sim de
estabilidade, afinal, a perda do cargo poderá se dá por decisão judicial, processo
administrativo assegurado o contraditório e a ampla defesa, e procedimento de avaliação
periódica de desempenho.
Ocorre que o próprio dispositivo que consagra a inamovibilidade também traz uma
ressalva, prevista nos termos do art. 93, VIII. Com ele, tem-se que o ato de remoção,
disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão
por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça,
assegurada ampla defesa.
Com o objetivo de assegurar maior liberdade no desempenho das funções, a Carta Magna
garante que o subsídio dos magistrados não poderá ser reduzido.
Vale ressaltar que essa garantia não é exclusiva dos magistrados, sendo hoje estendida
também para todos os servidores públicos civis e militares.
b) Garantias de imparcialidade
Ei-las:
Quinto Constitucional
Segundo o art. 94 do Texto Maior, 1/5 (um quinto) dos lugares dos Tribunais Regionais
Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de
membros do Ministério Público, com mais de 10 anos de carreira, e de advogados de notório
saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional,
indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
O parágrafo único, por sua vez, conclui o raciocínio afirmando que recebidas as
indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias
subsequentes, escolherá um de seus integrantes para a nomeação.
Lembrando, ainda, que nos termos do art. 104, parágrafo único, da CF, um terço da
composição do Superior Tribunal de Justiça deve ser distribuído, em partes iguais, dentre
advogados e membros do Ministério Público.
Súmulas Vinculantes
Que a decisão sobre a edição, a revisão e o cancelamento seja tomada por 2/3
dos membros do STF, em sessão plenária.
Oitiva (ouvida) prévia do PGR, quando a proposta não tiver sido formulada por
ele.
Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, fica estabelecido que a aprovação,
revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a
ação direta de inconstitucionalidade (CF, art. 103).
Vale ressaltar que o art. 3º a Lei n. 11.417/06 ampliou este rol, incluindo como
legitimados o Defensor Público-Geral da União, os Tribunais Superiores, os TJs de Estado ou do
Distrito Federal e Territórios, os TRFs, os TRTs, os TREs e os Tribunais Militares. É dizer, todos
os tribunais jurisdicionais.
Além disso, não se deve perder de vista que o Conselho Nacional de Justiça se localiza em
posição inferior ao Supremo Tribunal Federal, estando submetido ao seu controle. Nesse
sentido, sua atividade de fiscalização é dirigida apenas e tão-somente aos juízes e tribunais
situados abaixo do Pretório Excelso na estrutura hierárquica.
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Assim, consolida-se o CNJ como um órgão colegiado, que integra o Poder Judiciário
brasileiro, composto por membros da magistratura, da sociedade e por representantes do
Ministério Público, cuja função primordial é o exercício do controle sobre a atuação
administrativa, financeira, e sobre os deveres funcionais dos magistrados.
Por último, os 2 cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada são indicados um
pela Câmara dos Deputado e outro pelo Senado Federal.
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Lembrando que não efetuadas as referidas indicações no prazo legal, a escolha caberá ao
Supremo Tribunal Federal.
O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas ausências
e impedimentos, pelo Vice-Presidente da Suprema Corte (CF, art. 103-B, § 1º, com redação
dada pela EC n. 61/2009).
Fica estabelecido ainda que a União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará
ouvidorias de justiça, competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer
interessado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares,
representando diretamente ao Conselho Nacional de Justiça.
III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário,
inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e
de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da
competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares
em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou
proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas,
assegurada a ampla defesa;
VII – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a
situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar
mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional,
por ocasião da abertura da sessão legislativa.
Finalmente, cabe registrar que muito embora o Conselho Nacional de Justiça não possa
determinar a perda de cargo de juízes, por outro lado poderá determinar a remoção,
aposentadoria compulsória (com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço)
ou a punição administrativa de magistrados.
Caso entenda oportuno, poderá, ainda, recomendar a perda de cargo de juiz ao tribunal
competente, o que somente poderá ocorrer por meio de sentença judicial transitada em
julgado.
Vale registrar que em face da extensão das listas de competências, aqui serão apontados
apenas os artigos da Constituição correspondentes, devendo o candidato, para as provas,
realizar uma leitura cuidadosa dos dispositivos mencionados.
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Composição: 11 Ministros.
Requisitos para ocupação do cargo de Ministro do STF: a) ser brasileiro nato (CF,
art. 12, § 3º, IV); b) ser cidadão, portanto, no pleno gozo dos seus direitos
políticos; c) ter mais de 35 e menos de 65 anos de idade; d) ter notável saber
jurídico e reputação ilibada (art. 101).
Como visto, a Constituição elenca como um os requisitos o notável saber jurídico. Ocorre
que, a despeito da ausência de previsão expressa, a doutrina sinaliza que o ocupante do cargo
de Ministro do STF tem de ser, necessariamente, um jurista. Ou seja, entende-se plausível a
exigência da conclusão de curso superior em direito.
Competências: a) originária (art. 102, I, “a” a “r”); b) recursal ordinária (art. 102,
II); e c) recursal extraordinária (art. 102, III).
Composição dos Ministros: 1/3 de juízes dos Tribunais Regionais Federais; 1/3 de
desembargadores dos Tribunais de Justiça; 1/6 de advogados e 1/6 de membros
do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios,
alternadamente, indicados na forma do art. 94.
Competências: a) originária (art. 105, I, “a” a “i”); b) recursal ordinária (art. 105,
II); e c) recursal especial (art. 105, III).
Da Justiça Federal
Competência: Art. 108 (competência dos Tribunais Regionais Federais) e art. 109
(competência dos juízes federais) da CF.
Por se tratar de inovação trazida pela Emenda Constitucional n. 45/2004, vale mencionar,
de modo enfático, o § 5º do art. 109 da CF. Com esse dispositivo, na hipótese de grave violação
de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o
cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos
quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer
fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça
Federal.
Da Justiça do Trabalho
Competência: nos termos do art. 111-A, § 1º, da CF, a lei disporá sobre a
competência do Tribunal Superior do Trabalho.
Passa-se agora à análise das principais características relacionadas aos Tribunais Regionais
do Trabalho (TRTs).
Da Justiça Eleitoral
A Justiça do Eleitoral é composta pelo Tribunal Superior do Eleitoral (TSE), pelos Tribunais
Regionais Eleitorais (TREs), pelos Juízes Eleitorais e pelas Juntas Eleitorais.
Já o Corregedor Eleitoral do TSE também será eleito pelo Tribunal Superior Eleitoral,
dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
Competência: nos termos do art. 121 da CF, lei complementar disporá sobre a
organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas
eleitorais.
Passa-se agora à análise das principais características relacionadas aos Tribunais Regionais
Eleitorais (TREs).
Nos termos do art. 120 do Texto Maior, haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital
de cada Estado e no Distrito Federal.
Por fim, nos termos do art. 32 do Código Eleitoral, os Juízes Eleitorais são os próprios
juízes de direito em efetivo exercício e, na falta destes, os seus substitutos legais, da própria
organização judiciária do Estado ou do DF.
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Da Justiça Militar
A Justiça Militar é composta pelo Superior Tribunal Militar e pelos Tribunais e Juízes
Militares instituídos por lei.
Da Justiça Estadual
Ainda nos termos da Carta de Outubro, os Estados deverão instituir o seu sistema de
controle de constitucionalidade das leis e atos normativos estaduais ou municipais,
contestados em face da Constituição Estadual, sendo veda a legitimação para agir a um único
órgão.
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Além disso, lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça
Militar Estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de
Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar
nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes.
Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes
militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a
competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a
perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.
Porém, competem aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente,
os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares
militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e
julgar os demais crimes militares.
Como uma das grandes inovações na Justiça Estadual introduzidas também pela EC n.
45/04, o § 6º do art. 125 autoriza o Tribunal de Justiça funcionar descentralizadamente,
constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça
em todas as fases do processo.
Por fim, para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas
especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias.
Tais atividades são exercidas pelos órgãos do Ministério Público, da Advocacia Pública, da
Defensoria Pública e também pela Advocacia.
Do Ministério Público
Com previsão entre os arts. 127 e 130-A, o Ministério Público é instituição permanente,
essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do
regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
A despeito da polêmica existente, o Ministério Público não integra nenhum dos poderes
estatais. Trata-se de uma instituição independente e autônoma. Já se disse que o mais
importante não é ser Poder, mas ter poder, e isso o órgão ministerial tem.
Assim, o que merece destaque, em verdade, é o relevo que a instituição possui perante a
sociedade, principalmente a partir da Constituição Federal de 1988, que aumentou
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sobremaneira a sua relevância social, notadamente em relação à tutela dos direitos difusos,
coletivos, individuais homogêneos.
Cumpre ao próprio Ministério Público elaborar a sua proposta orçamentária dentro dos
limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
No que se refere aos Ministérios Públicos dos Estados e do Distrito Federal e Territórios,
estes deverão formar lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva,
para a escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo,
para mandato de dois anos, permitida uma recondução.
Princípios institucionais
À luz do art. 127, § 1º, da CF/88, são princípios institucionais do Ministério Público a
unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
Vale ressaltar que a previsão do art. 128, que consagra a abrangência do Parquet em
diferentes ramos, não desnatura a noção de órgão uno e indivisível.
a) Unidade
Significa que os membros do Ministério Público devem ser considerados como integrantes
de uma só instituição. Vale ressaltar que essa unidade está relacionada apenas ao aspecto
funcional, já que do ponto de vista orgânico há, como visto, uma divisão com repartição de
competências.
Nesse sentido, conclui-se que esta unidade está inserida em cada um dos órgãos
ministeriais, não sendo possível um membro de determinado ramo do Parquet, por exemplo,
exercer atribuições inerentes a outro ramo.
b) Indivisibilidade
c) Independência funcional
Com este princípio garante-se aos membros do Ministério Público ampla independência
no desempenho de suas funções, não tendo que estar subordinados a nenhuma pressão
externa ou oriunda de algum Poder.
Com a previsão do art. 128, § 5º, I, da CF/88, é possível afirmar que os membros do
Ministério Público gozam das seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por
sentença judicial transitada em julgado;
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b) exercer a advocacia;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de
magistério;
Não se deve perder de vista, ainda, que por força do art. 128, § 6º, da CF (EC n. 45/2005),
aplica-se aos membros do Ministério Público a vedação ao exercício da advocacia no juízo ou
tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por
aposentadoria ou exoneração (CF, art. 95, parágrafo único, V).
Funções institucionais
As funções institucionais do Ministério Público estão previstas no art. 129. São elas:
A legitimação do Ministério Público para as ações civis não impede a de terceiros, nas
mesmas hipóteses, segundo o disposto na Constituição Federal e na lei.
Vale ressaltar que as funções do Ministério Público só podem ser exercidas por
integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo
autorização do chefe da instituição.
Este órgão é o Conselho Nacional do Ministério Público, com previsão no art. 130-A da CF,
composto de 14 membros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a
escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida
uma recondução, sendo:
III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público
da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da
competência disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares
em curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou
proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas,
assegurada a ampla defesa;
Da Advocacia Pública
nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as
atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.
O ingresso nas classes iniciais da carreira far-se-á mediante concurso público de provas e
títulos.
Aos procuradores é assegurada estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante
avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das
corregedorias.
Não se deve esquecer, ainda, que os Municípios também poderão organizar a Advocacia
Pública Municipal, e, por conseguinte, a carreira dos Procuradores Municipais.
Da Advocacia
Nos termos do art. 133 da CF, fica estabelecido que o advogado é indispensável à
administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da
profissão, nos limites da lei.
Da Defensoria Pública
Vale lembra que quando da promulgação da Constituição Federal de 1988 ainda não
existiam no Brasil as Defensorias Públicas. Em face dessa constatação, o legislador
constituinte, no § 1º do art. 134, determinou que fosse editada lei complementar prevendo a
organização da Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e Territórios, bem como a
instituição de normas gerais para sua organização nos Estados.
Finalmente, com o art. 135, a Constituição determina que os integrantes das carreiras da
Advocacia Pública e da Defensoria Pública serão remunerados na forma do art. 34, § 9º, é
dizer, mediante pagamento de subsídios.