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SEGURANÇA NO TRABALHO
Professora:
Me. Mariane Helena Lopes Benedito
DIREÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•• Demonstrar a hierarquia das normas de saúde e segurança no trabalho.
•• Compreender como deve ser feita a interpretação da legislação.
•• Conhecer as convenções da Organização Internacional do Trabalho.
PLANO DE ESTUDO
introdução
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Legislação aplicada
à segurança do trabalho
Para que possamos compreender melhor as normas relacionadas à segurança no tra-
balho, devemos primeiramente compreender as fontes existentes no próprio Direito do
Trabalho, pois é a partir dele que as normas de segurança devem ser compreendidas.
Portanto vejamos a legislação que pode ser aplicada nos casos concretos em
relação ao tema estudado, bem como a hierarquia das mesmas para que saibamos
qual a norma correta a ser aplicada. A seguir, apresento a você essas fontes, assim
como uma explanação sucinta sobre elas.
Pós-Universo 7
Entretanto não é apenas a CLT que versa sobre regras de Direito do Trabalho.
Há várias leis esparsas que tratam de temas específicos, podendo ser citadas
como exemplos: Lei 605, de 5 de janeiro de 1949, que aborda o repouso
semanal remunerado e a remuneração dos feriados; Lei 4.090, de 13 de julho
de 1962, que institui a gratificação de Natal; Lei 5.859, de 11 de dezembro de
1972, que dispõe sobre o emprego doméstico; Lei 5.889, de 8 de junho de
1973, que estatui normas sobre o trabalho rural; Lei 6.019, de 3 de janeiro de
1974, que trata do trabalho temporário; Lei 7.783, de 28 de junho de 1989,
que versa sobre o direito de greve; Lei 8.036, de 11 de maio de 1990, que
dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (MARTINS, 2013).
Interpretação
Quando se fala em interpretar a norma, significa compreender o que o legislador quis
dizer com a criação da norma. Quanto às fontes que interpretam a norma, elas podem
ser: autêntica, doutrinária e jurisprudencial. Em relação aos meios, eles podem ser:
gramatical, lógico, histórico e sistemático. E, por fim, os resultado podem ser: declara-
tivo, extensivo, restritivo, finalístico. Vamos analisar as várias formas de interpretação
da norma jurídica (MARTINS, 2013, p. 21-22):
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Lógica: estabelece-se uma conexão entre vários textos legais a serem
interpretados e aplicados ao caso concreto.
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Teleológica ou finalística: a interpretação da norma é dada de acordo
com o fim esperado pelo legislador.
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Sistemática: é feita a interpretação de acordo com o sistema que a
norma está inserida, não interpretando isoladamente a lei.
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Extensiva ou ampliativa: dá-se um sentido mais amplo à norma do
que ela normalmente teria.
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Restritiva ou limitativa: dá-se um sentido mais restrito, limitando-se
à interpretação da norma jurídica.
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Sociológica: constata-se a realidade e a necessidade social na
elaboração da lei e em sua aplicação
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Portanto, no Direito, não há uma única interpretação a ser feita. Devem ser seguidos
esses métodos de interpretação mencionados.
Integração
A integração se dá quando o intérprete da lei fica autorizado a suprir as lacunas exis-
tentes na norma jurídica por meio da utilização de técnicas jurídicas, que são: analogia,
equidade e princípios gerais do direito.
A analogia é um meio de preencher as lacunas deixadas pelo legislador no
momento de criação de uma lei. Ela é praticada quando o juiz, ao analisar o caso
concreto, aplica uma lei semelhante ao caso.
A equidade é justiça e bom senso. Ela tem como significado completar a lacuna
da lei, porém é vedado julgar contra a lei.
Tanto a analogia quanto a equidade serão utilizadas exclusivamente pelo juiz
para fundamentar sua decisão quando a lei apresentar alguma lacuna.
Já os princípios gerais do direito serão analisados separadamente no decorrer
desta unidade devido a sua complexidade.
Eficácia
A eficácia pode ser conceituada como “a produção de efeitos jurídicos concretos ao
regular as relações” (MARTINS, 2013, p. 25). Compreende a aplicabilidade da norma
e verifica se ela é obedecida ou não pelas pessoas. A eficácia jurídica é a possibilida-
de de a norma ser aplicada ao caso concreto, gerando efeitos jurídicos. Essa eficácia
pode ser dividida em: no tempo e no espaço (MARTINS, 2013, p. 25).
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Eficácia no Tempo
Significa a entrada da lei em vigor, ou seja, quando a lei passará a existir na socieda-
de. Geralmente, a lei entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da
União (DOU). Caso a lei não apresente nenhum prazo, esta começará a vigorar 45
dias depois de oficialmente publicada (MARTINS, 2013, p. 26). Com a publicação da
lei no Diário Oficial da União objetiva-se torná-la pública para toda a sociedade, não
podendo ser alegado o desconhecimento da mesma. Caso a lei não tenha uma vi-
gência temporária, ou seja, não apresente um prazo máximo em que ela existirá na
sociedade, ela só poderá deixar de existir até que outra lei a modifique ou a revogue.
A lei posterior pode revogar a anterior nas seguintes situações (MARTINS, 2013,
p. 26):
Caso a lei nova estabeleça disposições gerais ou especiais iguais às já existentes, não
revoga nem modifica a lei anterior. Uma vez que a lei passou a ter vigor terá efeito
imediato e geral, respeitando sempre o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a
coisa julgada.
O ato jurídico perfeito é aquele já consumado segundo a lei vigente ao tempo
em que ela se efetuou. O direito adquirido é o que integra o patrimônio jurídico da
pessoa, por já ter implementado todas as condições para adquirir o direito, podendo
exercê-lo a qualquer momento. E, por fim, a coisa julgada é a decisão judicial que já
não cabe mais recurso, não podendo ser modificada (MARTINS, 2013).
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Eficácia no Espaço
Já a eficácia no espaço diz respeito ao territó-
rio em que será aplicada a norma. Ela se aplica
ao Brasil, tanto para os natos como para os
estrangeiros que aqui residam (MARTINS,
2013). A eficácia no espaço também
resolverá os casos em que acontecer
alguma atitude contrária à lei, analisando
se naquele território será aplicada a lei brasilei-
ra ou uma lei estrangeira.
Por exemplo, o indivíduo A entrou na embaixada brasilei-
ra na Holanda e acabou matando o sujeito B. Nesse caso, ainda
que a embaixada esteja localizada na Holanda, será aplicada a lei
brasileira, pois o órgão oficial é brasileiro, sendo considerada uma
extensão do nosso território.
saiba mais
Em relação à eficácia, tanto no tempo quanto no espaço, temos que tomar
cuidado com os casos que podem surgir na prática. É de suma importância
que saibamos onde o contrato de trabalho foi assinado, em qual lugar que
serão resolvidas possíveis controvérsias, dentre outros aspectos.
A respeito da eficácia no tempo, sempre devemos observar o site do Planalto
a fim de confirmar se a legislação ainda está em vigor, ou seja, se ela ainda
é aplicada e possui validade.
Fonte: a autora.
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Organização Internacional
do Trabalho (OIT)
Outro ponto importante a analisarmos é a presença e influência da OIT dentro dos
regulamentos institucionalizados no Brasil. A importância da OIT se confirma median-
te os caminhos para os quais suas convenções apontam aos países, para que estes
protejam seus trabalhadores e lhes proporcionem vida digna. Ora, mas o que quer
dizer isso? Veja, a OIT, por meio de suas conferências e convenções, estabelece parâ-
metros aceitáveis para a dignidade do trabalhador, como exemplo atual podemos
apontar a Lei 12.964/2013, mais conhecida como PEC das Domésticas, em que foram
propostos direitos que anteriormente os empregados domésticos não possuíam.
A Organização Internacional do Trabalho é composta por três órgãos: a Conferência
ou Assembleia Geral, o Conselho de Administração e a Repartição Internacional do
Trabalho.
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reflita
Você acha que seria de suma importância que a Organização Internacional
do Trabalho pudesse interferir diretamente na democracia dos Estados que
fazem parte dela?
Fonte: a autora.
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19. Atuar como instrutores em cursos de CIPA, prevenção básica, primeiros so-
corros e combate a incêndio.
7º Eliminação dos fatores de risco, com uma tendência cada vez maior de
priorizar, entre as medidas de controle, aqueles que os eliminem, princi-
palmente as de abrangência coletiva.
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1. Como toda área do Direito, no que diz respeito ao Direito do Trabalho, várias são as
fontes onde se pode ter conhecimento do que esse ramo protege e de como ele
deve ser aplicado à sociedade. No que diz respeito às fontes do Direito do Trabalho,
assinale a alternativa correta:
2. As fontes, como visto em nosso estudo, são a base de todo o direito. Com elas o le-
gislador e o intérprete da norma poderão aplicar as leis existentes no caso concreto.
Para que novas normas sejam criadas e aplicadas na sociedade, o legislador sempre
irá observar os interesses da mesma, bem como os princípios existentes, que servem
como inspiração para a criação de novas leis. No que diz respeito às fontes do Direito,
assinale a alternativa correta:
3. Para a existência do Direito, sempre devem ser observadas as fontes existentes que
dirão para a sociedade o que pode ou não ser feito, e se há ou não uma punição para
uma determinada atitude. As principais fontes do Direito são:
Nesta unidade, estudamos sobre a legislação de segurança e saúde no trabalho. Inicialmente pre-
cisamos compreender a hierarquia das normas. A principal norma, em qualquer que seja a área
do Direito, é a Constituição Federal. Esta é a lei máxima e de suma importância. Por conta disso,
ela que regulamenta todo o Direito em nossa sociedade.
Na sequência, vimos a interpretação da legislação. A norma pode ser interpretada de formas di-
ferentes, de acordo com a necessidade e com o intuito do legislador. Em algumas situações, há
necessidade de integração das normas. Essa integração, diferentemente da interpretação, ocorre
quando não há uma norma geral que serve de base para solucionar determinado caso concreto.
Para tanto, o legislador poderá se utilizar da equidade, da analogia, dos princípios e da própria
doutrina, analisando assim como os demais legisladores pensam sobre o assunto.
Analisamos a eficácia da lei, que seria o onde e como a lei poderá ser aplicada. Ela se divide em
duas categorias: eficácia no tempo e eficácia no espaço. A primeira examina se a lei está em vigor
ou se já foi revogada; a segunda averigua em qual local a lei poderá ser aplicada, por exemplo,
se a lei brasileira poderá ser aplicada nos Estados Unidos.
Por fim, vimos o contexto atual da legislação de saúde e segurança no trabalho, em que pudemos
observar que a Constituição Federal é a lei mais importante para regulamentar essa relação.
material complementar
Na Web
A jurisprudência pode ser consultada a nível nacional e estadual. Ela é muito utilizada para
ajudar a decidir os casos concretos. Para consultar as jurisprudências e conhecer um pouco
melhor o posicionamento dos desembargadores e ministros, acesse o site disponível em:
<https://www.justicafederal.gov.br>. Acesso em: 6 jul. 2015.
referências
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recida e jurada por Sua Magestade o Imperador. [JK1] Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/constituicao/constituicao24.htm>. Acesso em 14 jul. 2015.
BRASIL. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (de 16 de julho de 1934). Disponível
em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao34.htm>. Aceso em: 14 jul.
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BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em: < http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 16 jul. 2015.
BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. Mini Código Saraiva: Acadêmica e Constituição Federal.
Saraiva: São Paulo, 2014.
BRASIL. Lei nº 5.859, de 11 de dezembro de 1972. Dispõe sobre a profissão de empregado domés-
tico e dá outras providências. (Revogado pela Lei Complementar nº 150, de 2015). Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5859.htm>. Acesso em 14 jul. 2015.
Altera o Capítulo V do Titulo II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo a segurança e medi-
cina do trabalho e dá outras providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/
LEIS/L6514.htm>. Acesso: 16 jul. 2015.
BRASIL. Lei nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre o serviço voluntário e dá outras
providências. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9608.htm>. Acesso em
14 jul. 2015.
BRASIL. Lei nº 10.243, de 19 de junho de 2001. Acrescenta parágrafos ao art. 58 e dá nova redação
ao § 2o do art. 458 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de
1o de maio de 1943.Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10243.
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