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Colégio João Paulo II

As condições históricas do surgimento da filosofia


 Fatores habitualmente apontados como condicionantes históricos do surgimento da
filosofia: a humanização dos deuses gregos, as viagens marítimas, o desenvolvimento
de uma economia comercial urbana, o uso em larga escala da moeda, a escrita
alfabética, a criação de um calendário laico e o surgimento da política.
 O surgimento da política configura um modo de vida extremamente novo, propiciando
as condições necessárias à especulação racional do mundo.
 Fim da distinção entre naturalmente superiores e inferiores: humanização da política
ou surgimento da política – no sentido rigoroso da expressão;
 A organização da sociedade como um problema a ser permanentemente resolvido pelos
cidadãos;
 O universo espiritual da pólis: o debate, a palavra como meio de ação e a igualdade;
 Publicidade da vida social e vigência do discurso racional.

Cosmologia Grega
 O desenvolvimento do pensamento filosófico, na Grécia, em meados do século VI a.C.,
amplia consideravelmente o campo de ação da inteligência humana;
 As cosmologias pré-socráticas diferenciam-se dos discursos míticos por aspirarem a
explicações exclusivamente racionais da realidade;
 A passagem do mito ao discurso cosmológico comporta mudanças qualitativas.
 O conhecimento filosófico não deve ser imposto por uma autoridade política ou
religiosa, tampouco exigir a simples credulidade das pessoas, necessitando, ao
contrário, da demonstração racional de suas afirmações; é passível de críticas, de contra
argumentações e de sucessivas reformulações.

Filosofia pré-socrática e investigação da physis:


Também chamados de filósofos cosmológicos, naturalistas e cientistas
 Substância primeira;
 Processo de desenvolvimento do cosmo;
 Realidade anterior à experiência.
 As cosmologias partem de perguntas sobre o princípio originário do cosmos; sobre a
passagem do suposto elemento primordial à multiplicidade das formas de vida; sobre a
geração, o crescimento e a corrupção dos seres; sobre os acontecimentos da natureza
e da humanidade.
 A filosofia Pré-socrática se desenvolve em cidades da Jônia (na Ásia Menor): Mileto,
Éfeso, Samos e Clazômena; em cidades da Magna Grécia (sul da Itália e Sicília): Crotona,
Tarento, Eléia e Agrigento; e na cidade de Abdera, na Trácia.
Os principais filósofos pré-socráticos foram:
 Da escola jônica: Tales de Mileto, Anaxímenes de Mileto, Anaximandro de Mileto e
Heráclito de Éfeso;
 Da escola itálica: Pitágoras de Samos, Filolau de Crotona, e Árquita de Tarento;
 Da escola Eleata: Parmênides de Eléia e Zenão de Eléia;
 Da escola da pluralidade: Empédocles de Agrigento, Anaxágoras de Clazômena, Leucipo
de Abdera e Demócrito de Abdera.
Os milesianos

Tales de Mileto (625-558 a.C.)


“Tudo é água” – “Tudo é um”
 Esboçou o pensamento cosmológico ao afirmar a água como unidade primordial da qual
derivam as coisas singulares.
 A questão posta pelo filósofo é sobre o princípio da physis, o elemento que se desdobra
em todas as coisas que existem e que, assim sendo, permanece na sua totalidade.

Anaximandro de Mileto (610-547 a.C.)


“Nem água, nem algum dos elementos, mas alguma substância diferente, ilimitada, é que
delas nascem os céus e os mundos neles contidos”
 Problematiza o nexo entre uno e múltiplo e define o ápeiron (infinito espacial e
qualitativo) como o princípio do qual as coisas são geradas mediante a separação de
contrários.
Anaxímenes de Mileto (585-528 a.C.)
“ E assim como nossa alma, que é ar nos mantém unidos, da mesma maneira o vento
envolve todo o mundo”
 O ar como arché, por sua ausência inicial de forma, transforma-se em todas as coisas
por condensação e rarefação.

Os pitagóricos
“Todas as coisas são números”
 A Escola pitagórica (filosófica e religiosa) foi fundada por Pitágoras de Samos (570-497
a.C.).
 Para Pitágoras, a essência de todas as coisas reside nos números, os quais representam
a ordem e a harmonia em um cosmo harmonicamente estruturado.
 Para o historiador Thomas Giles, “Pela primeira vez se introduzia um aspecto mais
formal na explicação da realidade, isto é, a ordem e a constância”.
 Assim, a essência dos seres, a arché, teria uma estrutura matemática na qual derivariam
problemas como: finito e infinito, par em par, unidade e multiplicidade, reta e curva,
círculo e quadrado, etc.
 Pitágoras dizia que no “fundo de todas as coisas”, a diferença entre os seres consiste,
essencialmente, em uma questão de números (limite e ordem das coisas).
 A escola pitagórica contribuiu para os estudos na matemática (teorema), música,
astronomia, crenças místicas sobre a imortalidade da alma, à reencarnação dos
pecadores, à prescrição de rígidas condutas morais, etc.

Heráclito de Éfeso (540 a.C): o devir no centro da cosmologia


“Tudo flui, nada persiste, nem permanece o mesmo. O ser não é mais que vir-a-ser”
 Heráclito de Éfeso desloca o vir a ser (devir) para o centro de sua filosofia: a realidade
das coisas está no próprio devir, o fluxo incessante pelo qual somos e não somos.
Mobilidade permanente
 Tão logo um ser se manifesta, inicia-se sua conversão para um ser outro; apenas o devir
é eterno, e, nele, todas as coisas que são deixam de sê-lo.
 Um mesmo homem jamais pode entrar duas vezes no mesmo rio.
 A guerra como fundamento de todas as coisas;
 O fogo primordial como unidade na multiplicidade e como multiplicidade na unidade.

A questão ontológica: Parmênides e o ser como problema


“O ente é; pois é ser e nada não é”
 Com Parmênides de Eleia (530-460 a.C.), o problema do ser emerge ao primeiro plano
da filosofia: o surgimento da ontologia.
 Afirmação da unidade do ser e desprezo pela multiplicidade do devir: o ser não admite
mudança.
A imobilidade do ser
A questão ontológica: Parmênides e o ser como problema
 O ser é (o que é é) e o não ser não é (o que não é não é).
 Afirmação conceitual do ser e a recusa da sua transformação na diversidade de coisas
existentes.
Parmênides pensa nas condições do ser: o que é o ser?
 Parmênides e a escola eleática vinculam a razão ao ser, e negam o valor de verdade do
mundo da experiência, daquilo que percebemos pelos sentidos;
 O ser eleático: uno, eterno, indivisível e pleno.
Os paradoxos de Zenão de Eléia (489-430 a.C.)
 O paradoxo do arqueiro e da flecha.
 O mundo dos sentidos não resiste à avaliação da razão.

Conciliação entre ser e devir


 A oposição entre as teses de Heráclito e as teses de Parmênides: a tensão entre os
fenômenos da experiência e as exigências racionais do ser.
 Os últimos filósofos pré-socráticos se dedicaram a tentar compatibilizar as
reivindicações eleáticas do ser com a realidade heraclitiana do devir.

Empédocles de Agrigento (483-421 a.C.)


“a unidade de tudo aquilo que se ama”
 Tese da pluralidade de seres eternos e imutáveis (água, terra, fogo e ar), que se
combinam na formação da diversidade e do devir.
 Defendia a existência de quatro elementos primordiais, que constituem as raízes de
todas as coisas percebidas: fogo, água, terra e o ar.
 Esses elementos são movidos e misturados de diferentes maneiras em função de dois
princípios universais opostos:
Amor (philia): responsável pela força de atração e união e pelo movimento de crescente
harmonização das coisas;
Ódio (neikos): responsável pela força de repulsão e desagregação e pelo movimento de
decadência, dissolução e separação das coisas.

Anaxágoras de Clazômenas (500-428 a.C.)


“Tudo está contido em tudo”
 Origem da physis a partir de uma multiplicidade infinita de sementes, que contêm em
si a diversidade das coisas existentes.
Homeomeria: são corpúsculos ilimitados em número e espécie e, ainda que infinitamente
pequenos, são divisíveis mais e mais.
 A partir destes corpúsculos Anaxágoras explica a formação do cosmos, inserindo um
princípio novo.
Nous: é o impulso motor e ordenador: a Inteligência (alguns chamam de Razão).
 A função deste Nous anaxagórico é dupla: por em ação a massa inerte dos elementos
e ordenar o conjunto do universo. Então, o Nous é a causa do movimento e da ordem
cósmicas.
Exemplo: Formação do corpo humano
 Se o corpo humano é uma combinação de veias, ossos, pele, cabelos, unhas, face,
membros, é porque na semente de cada um desses elementos, em suas homeomerias,
há um tanto de todos os outros, variando, evidentemente, a qualidade predominante.
 Assim, conquanto haja, para ficarmos nesse exemplo, um tanto de todas as partes do
corpo em cada um de seus componentes, se fragmentarmos um fio de cabelo em
partículas infinitamente pequenas, haverá sempre homeomerias de fios de cabelo, pois
esta é sua qualidade determinante.

O atomismo de Demócrito de Leucipo: O átomo é a diversidade


“O homem, um microcosmo” (Demócrito de Abdera)
 Demócrito (460-370 a.C.) foi discípulo de Leucipo (século V a.C.) fundador da escola
atomista.
 Ele afirmava que todas as coisas que formam a realidade são constituídas por partículas
invisíveis e indivisíveis, chamadas de átomos (a=negação; tomo=divisível), que se
combinam na formação do cosmos.
Composições dos átomos:
 Figura: forma geométrica de cada átomo. Exemplo A ≠ forma de B;
 Ordem: a sequência espacial dos átomos de mesma figura. Exemplo: AB ≠ BA;
 Posição: a localização espacial dos átomos. Exemplo: B ≠
 O átomo equivale ao conceito de ser em Parmênides e além do átomo existiria o vácuo
que seria a ausência de ser (o não-ser).
Concepção mecanicista – “tudo o que existe no universo nasce do acaso ou da necessidade”
“nada nasce do nada, nada retorna ao nada”
 O vácuo é que permite a movimentação do átomo e essa movimentação permite a
infinita diversidade de composições.

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