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Impermeabilização Pavimentação
Definição da ASTM: " Betume é uma mistura de hidrocarbonetos pesados, obtidos em estado
natural ou por diferentes processos físicos ou químicos, com seus derivados de consistência
variável e com poder aglutinante e impermeabilizante, sendo complemente solúvel no bissulfeto de
carbono."
Inconvenientes:
a) Baixo ponto de fusão (amolecimento): deformação fácil.
b) Torna-se quebradiço quando envelhece devido à oxidação e à evaporação dos constituintes que
conferem a plasticidade.
ASFALTO
- Definição da ABNT: TB-27 (NBR 7208): " É um material sólido ou semi-sólido, de cor entre
preta e pardo escura, que ocorre na natureza ou é obtido pela destilação do petróleo, que funde
gradualmente pelo calor, e no qual os constituintes predominantes são os betumes."
- Constituido por betume + argilas, siltes, areias, impurezas minerais e orgânicas, etc.
- Encontrados no solo (asfaltos nativos ou naturais) ou obtidos durante a industrialização do
petróleo (asfaltos de petróleo ou pirogenados).
- Materiais derivados do asfalto
* Asfaltos diluídos ou soluções asfálticas: asfaltos dissolvidos em solventes orgânicos
(gasolina, querosene ou óleo mineral).
* Emulsões asfálticas ou hidroasfaltos: asfaltos “diluídos” em água.
Alcatrões: são obtidos por pirogênese (aquecimento) de hulha, madeira, turfa, linhito, etc.
São misturas de betumes com substâncias encontradas nos vegetais (essências); em desuso no
Brasil.
- Na construção, a TB-27 (NBR 7208) só aceita o alcatrão de hulha para uso em pavimentação.
- Eles possuem um teor de carbono livre maior do que nos asfaltos e menos hidrocarbonetos
complexos gerando uma diminuição da solubilidade no dissulfeto de carbono e um aumento da
fluidez em temperaturas mais baixas.
I.3- Densidade
Ela varia entre 0,9 e 1,4 kg/dm3 e permite uma avaliação grosseira da pureza do material assim
como controlar a uniformidade ou constância de propriedades em diferentes partidas de
fornecimento.
Sua determinação pode ser realizada segundo dois métodos:
Por pesagem hidrostática (método ASTM D70):
As outras condições recomendas pela norma em função da consistência do material são: carga de
200 g. durante 60 s. a 0oC ou caraga de 50 g. durante 5 s. a 46,1oC
Procuram-se asfaltos que apresentam bastante dureza depois de aplicados, para resistir às
deformações causadas pelo tráfego e compressão.
Mas, um material com maior dureza apresentará:
- uma menor plasticidade: ruim para impermeabilização, o material tornando-se mais quebradiço
- um maior ponto de amolecimento: ruim para o trabalho de aplicação (será necessário um maior
aquecimento)
I.5- Viscosidade
É a resistência à deformação oposta por um fluido à ação de uma força (resistência ao
escoamento); é a conseqüência do atrito interno que se opõe à fluidez.
É medido o tempo de escoamento do líquido por dentro de um tubo capilar sob determinadas
condições de temperatura e desnível; cada tipo de viscosímetro têm um fator de conversão que
permite transformar o tempo de escoamento em unidades de viscosidade (geralmente em
centistokes):
A NB-105 apresenta tabelas que permitem a conversão da viscosidade Saybolt-Furol em
viscosidade cinemática.
- O processo do vaso aberto Tag (ASSHO-T79) é usado para asfaltos diluídos que inflamam-se
para temperaturas mais baixas (< 80oC): o método é idêntico ao processo Cleveland, mas, neste
caso, a amostra é colocada no banho-maria.
O asfalto não é o resíduo ultimo da destilação do petróleo, ele pode ser ainda fracionado para
dar graxas, óleos pesados, negro de fumo, piche, breu, etc.
Eles apresentam um teor maior de betume que os CAN e são mais voláteis
(resíduo mineral menor).
1) Cimentos Asfálticos de Petróleo para utilização em pavimentação
As Normas Brasileiras (TB-27) chamam de cimento asfáltico preparado de petróleo (CAP), o
asfalto obtido especialmente para apresentar as qualidades e consistência própria para uso direto na
construção de pavimento
A EB-78 classifica os Cimentos Asfálticos de Petróleo para utilização em pavimentação
segundo a consistência medida:
* pela viscosidade cinemática Ver quadro 1
* pelo índice de penetração (IP) Ver quadro 2
Observação: o índice de Susceptibilidade Térmica liga o ponto de amolecimento com o ponto de
penetração.
2) Cimentos Asfálticos de Petróleo para utilização em impermeabilização
É utilizado o asfalto oxidado ou soprado: que é obtido fazendo-se passar uma corrente de ar
sobre o asfalto aquecido a 200oC ocorrendo assim uma polimerização dos resíduos e redução do
oxigênio com aumento dos asfaltenos gerando um aumento de viscosidade. É um asfalto
envelhecido artificialmente que tem:
* Uma consistência mais dura * Menor poder aglutinante e adesividade
* Menor sensibilidade à temperatura * Menor contração e fissuramento na aplicação
Ele é recomendado para impermeabilizações e não deve ser usado em pavimentação devido a
uma perda de suas propriedades aglomerantes.
A EB-635 classifica os asfaltos (oxidados) para Impermeabilizações na Construção Civil em três
tipos segundo sua aplicação:
Tipo I Tipo II Tipo III
Ponto de amolecimento 60 a 75 °C 75 a 95 °C 95 a 105 °C
Ponto de penetração 25 a 40 20 a 35 15 a 25
Ductilidade mínima 5 cm 5 cm 5 cm
Solubilidade mínima no CS2 99 % 99 % 99 %
Ponto de Fulgor mínimo 230 °C 230 °C 230 °C
Perda máx. por aquecimento (5 horas a 1% 1% 1%
163 °C)
Fundações Intermediário Coberturas
O produto obtido fica com 40-70 % de asfalto, 1-2% de emulsionante e o restante de água.
Obtenção: mistura do emulsionante e água a 90oC com um fino jato de asfalto a 120oC em
misturadores (baixa velocidade) ou homogeneizadores (alta velocidade).
Ocorre a formação da emulsão composta por microgotas de asfalto com o agente
emulsionante (diâmetro entre 1 e 15 µm) dispersas na fase continua de água:
As emulsões asfálticas são líquidas na temperatura ambiente: elas perdem a água com o tempo,
depositando o asfalto e podem ser aplicadas a frio e também sobre superfícies úmidas.
Comparado com o asfalto puro (CAP): elas têm maior plasticidade inicial e maior aderência mas
apresentam menor resistência mecânica e o resíduo de soda (que vem do sabão) pode atacar alguns
materiais em contato.
É um material já envelhecido devido ao processo de obtenção durante o qual ocorre a perda de
muitos componentes voláteis.
A emulsões asfálticas são classificadas em duas grandes famílias:
1) Emulsões aniônicas (em desuso): nas quais o agente emulsionante possui uma "cabeça" com
carga negativa (Ex.: oleato de sódio, resinato de potássio). Além da função emulsificante,
apresenta boa adesão com agregados de natureza básica (calcários e dolomitas)
2) Emulsões catiônicas (mais usadas): nas quais o agente emulsionante possui uma "cabeça" com
carga positiva (Ex.: sais de amina ou de poliaminas graxas). Apresentam boa adesão com os
agregados de natureza ácida que são os mais comuns (granitos, quartzitos, etc.).
As Normas Brasileiras classificam as emulsões asfálticas para pavimentação em função do
tempo de ruptura que é o tempo necessário para que se separem as fases aquosas e sólidas que
pode ser visualizada por uma mudança de cor que passa de marrom escura para preta. Depois deve-
se deixar curar entre 10 a 12 horas para a evaporação da água. Temos as emulsões asfálticas de:
- Ruptura rápida (RR) com tempo de ruptura de 40 minutos:
V- Misturas betuminosas
Os materiais betuminosos podem ser misturados entre si ou com outros materiais quando se
deseja modificar algumas propriedades
I-2. Cerâmicas
São pedras artificiais obtidas pela moldagem, secagem, e cozedura das argilas ou de
mistura contendo argilas.
Principais características: grande durabilidade (alta temperatura de fusão); isolantes
elétricos e térmicos; duros, mas frágeis.
II. As argilas
II-1. Definição
São materiais terrosos que, quando misturados com a água, apresentam alta
plasticidade
Definição da ABNT: "As argilas são compostas por partículas coloidais de diâmetro
inferior a 0,005 mm, com alta plasticidade quando úmidas e que, quando secas, formam
torrões dificilmente desagregáveis pela pressão dos dedos"
2. Componentes acessórios
→ Feldspatos (fundentes): diminuem a plasticidade e o ponto de fusão e aumentam a
massa específica, resistência e impermeabilidade.
→ Sílica livre (areia): reduz a plasticidade e retração (é uma carga), aumenta a brancura e
diminui a resistência mecânica (em excesso, pode provocar fissuras na queima)
→ Óxido de ferro: dá a cor avermelhada (4-8% para as cerâmicas vermelhas; < 2% para
as cerâmicas brancas), diminui a plasticidade e refratariedade.
→ Alumina livre (óxido de alumínio): aumenta a refratariedade e reduz a plasticidade e a
resistência mecânica.
→ Compostos cálcicos (sais de sulfatos e carbonatos): reduzem refratariedade e
plasticidade e dão as eflorescências.
→ Matéria orgânica: aumenta a plasticidade, porosidade e retração; dá a cor escura das
argilas antes do cozimento.
3. Água
Nas pastas de argilas, a água existe sob três formas:
- Água de constituição que pertence a rede cristalina
- Água de plasticidade ou adsorvida que adere à superfície das partículas coloidais
- Água de capilaridade, livre ou de poros que preenche os poros e vazios
II-4-1. Plasticidade
É a propriedade que um sistema possui de se deformar pela aplicação de uma força e
de manter essa deformação quando a força é retirada.
Ela resulta das forças de atração entre partículas de argilo-minerais e da ação lubrificante da
água entre as partículas lamelares; as forças de atração podem ser anuladas se a película de
água entre as lamelas é excessiva provocando uma perda da plasticidade.
A plasticidade depende de:
- Tipo e percentagem dos argilo-minerais
- Tamanho e forma das partículas
- Capacidade de troca de íons
- Presença de outras substâncias
II-4-2. Retração
Durante a secagem das argilas, ocorre a evaporação da água: a distância entre as partículas
diminui, provocando uma retração.
Esta retração é proporcional ao grau de umidade e à composição da argila e tamanho
das partículas.
Se retração não é uniforme, a peça pode se deformar
Observação: fatores que aumentam a plasticidade, também aumentam a retração
Observação: maior será a espessura da peça, maior deverá ser o tempo de secagem (e maior
será o risco de fissuração)
2) Queima (sinterização)
Durante a queima dos materiais cerâmicos, ocorrem transformações físicas, alotrópicas,
reações no estado sólido e recristalizações em diversos intervalos de temperatura.
Os processos de queima são caracterizados pela temperatura de queima mas também pelo
tempo de permanência numa temperatura dada.
→ Até 110 ºC: ocorre a evaporação da água de capilaridade e amassamento (se não for
totalmente evaporada durante a secagem)
→ Em volta de 200-300 ºC: ocorre a perda da água adsorvida: a argila se enrijece
→ Entre 400 e 800 ºC, ocorrem: perda da água de constituição; combustão da matéria
orgânica; decomposição da pirita FeS2 em óxido de ferro Fe2O3 (dá a cor avermelhada);
decomposição dos hidróxidos; transformação alotrópica do quartzo α em quartzo β (573°C)
→ Entre 800 e 950 ºC, ocorrem: calcinação dos carbonetos que se transformam em óxidos;
decomposição dos sulfetos
→ A partir de 950 ºC: ocorre o início da vitrificação (ou sinterização): por reação em
alta temperatura entre alguns dos constituintes das argilas, forma-se um “vidro” líquido a
base de sílica que aglomera as partículas menos fusíveis dando após o resfriamento dureza,
resistência e compactação ao conjunto. As propriedades de um artigo cerâmico depende da
quantidade de vidro formado, que será ínfima nos tijolos comuns e grande nas porcelanas.
III-3. Sucção
É a velocidade de absorção da água que é função da porosidade e da capilaridade.
III-4. Outras propriedades
Materiais cerâmicos são: - péssimos condutores elétricos e térmicos
- bom isolante acústico, mas péssimo absorvente acústico
V. Fabricação da Cerâmica
Segue os seguintes passos: (1) Exploração da jazida (extração do barro) (2) Preparação
da matéria-prima (3) Moldagem (4) Cozimento (5) Vitrificação especial e esmaltação (às
vezes)
ê
V-3. Moldagem
É a operação que vai dar a forma desejada à pasta cerâmica
Acrescentando-se mais água: aumenta-se a facilidade de moldagem e diminui-se o
consumo de energia (BOM !) mas em contrapartida aumenta-se a contração na secagem e a
deformação assim como aumenta-se o tempo de secagem (RUIM !).
Em função da quantidade de água adicionada, existe vários tipos de moldagem:
Este processo é usado para a fabricação de porcelanas, louças sanitárias, peças para
instalação elétrica e de formato complexo.
reduzido e as peças obtidas são de muito boa qualidade (não tem bolhas)
→ Desvantagens: investimento elevado e limitação dos formatos
Este processo é usado para a fabricação ladrilhos, azulejos, pisos, refratários, isoladores
elétricos, tijolos e telhas de qualidade superior.
V-4. Secagem
Objetivo: evaporar a maior quantidade possível de água antes da queima tornar a peça
suficientemente resistente para poder ser manuseada.
Mas é necessário controlar a velocidade de secagem para evitar a formação de fissuras
e deformação das peças.
Para isto, existe vários processos:
a) Secagem natural
É o processo mais comum nas olarias de pequeno e médio porte. Ele é feito em telheiros
extensos ao abrigo do sol e com ventilação mais ou menos controlada. Em depósitos
colocados em torno e acima do forno. Mas é demorado (Exemplo: 3 a 6 semanas para
argilas moles, 1 semana para argilas rijas) e exige grandes superfícies.
c) Secadores de túnel
As peças são colocadas em vagonetes que percorrem lentamente um túnel no sentido da
menor para a maior temperatura (aproveitamento do calor residual dos fornos 40-150°C).
d) Secagem por radiações infra-vermelhas
É um método ainda pouco usado, devido ao seu alto custo de investimento e o uso restrito
às peças delgadas. Mas o rendimento é alto ocorre pouca deformação. Usado para a
fabricação de peças cerâmicas de precisão.
A queima em alta temperatura vai provocar o fenómeno de vitrificação que dará coesão e
resistência para as peças cerâmicas.
As peças (Exemplo: tijolos) são empilhadas em cutelo sob forma de uma pirámida truncada
com altura de 5-6 metros e lado de 8-10 metros.
O tipo de forno deve ser escolhido de maneira a proporcionar uma uniformidade das
temperaturas no seu interior e um rendimento máximo, diminuindo as perdas por
irradiação.
O vidrado deve ser homogêneo (espessura, cor) ao longo da peça e deve apresentar alta
resistência às variações de temperatura e umidade, sem gretar
VI. Materiais de construção de cerâmica
VI-1. Adobe
É argila seca ao ar sem cozimento (construções rústicas)
No entanto, a resistência à compressão pode em alguns caso chegar até 7 MPa.
O principal problema é com a umidade: a argila se torna novamente plástica.
Observação: a argila pode ser usada com argamassa de assentamento.
VI-2-1. Generalidades
Os tijolos (cerâmicas) comuns são caracterizados por uma porosidade alta, superfícies
ásperas e geralmente, eles foram fabricados com pequena prensagem.
A resistência à compressão é função da qualidade da argila e varia entre 1 e 15 MPa;
eles são de facilmente pulverizáveis até de massa compacta.
Principais características de qualidade que devem ser levadas em conta na seleção
de um lote de tijolos:
- Deve-se conhecer a procedência do lote.
- Se durante o transporte houve uma grande porcentagem de quebra, isto quer dizer que
o material é fraco.
- Geralmente, um som limpo (metálico) indica um bom cozimento; ao contrario um som
cavo, quer dizer que os tijolos foram mal cozidos.
- A cor é de pouca importância, mas, de uma maneira geral:
* cores desmaiadas ou miolo escuro podem indicar que o material é cru ou (e)
com matéria orgânica não oxidada (problema na queima)
* cores muito carregadas podem indicar um excesso de vitrificação que pode
prejudicar a qualidade do assentamento
- Regularidade de forma e igualdade de dimensões darão uma boa uniformidade no
assentamento.
- Arestas vivas e cantos resistentes são também índices de boa qualidade.
- Eles devem exibir uma homogeneidade da massa com ausência de fendas, trincas,
cavidades e corpos estranhos.
- Eles devem apresentar uma facilidade de corte, apresentando fratura de grão fino
homogênea e de cor uniforme.
- A absorção de água deve ficar entre 8 e 25 %.
- A resistência à compressão deve estar dentro das normas.
VI-2-2. Fabricação
São usadas as argilas sedimentares (das margens de rios e lagos).
Na fabricação serão empregados os processos mais econômicos possíveis, segundo a
seguinte seqüência:
(1) Limpeza do barro para a retirada da matéria orgânica, pedras e gravetos
(2) Moldagem com pasta plástica consistente (15-20 % de água)
(3) Secagem em grandes telheiros que aproveitam o calor do forno
(4) Cozimento a 900-1000 °C
ENSAIOS
(3) Eflorescências
- Os tijolos são colocados verticalmente num recipiente de fundo chato.
- Enche-se de água destilada até o nível de 1 a 1,5 cm, sendo a água renovada até que o
tijolo fique saturado.
- Deixa-se secar ao ar.
Se o tijolo possui sais solúveis, ele apresentará eflorescências na forma de manchas
brancas
Exemplo:
2
Usando blocos de 90 x 190 x 190 consegue-se 40 m de alvenaria
2
Usando blocos de 87 x 159 x 188 (fora do padrão recomendado) consegue-se 32 m de
alvenaria; há paralelamente um aumento de 12 % do consumo de argamassa de
assentamento.
ENSAIOS
(2) Os procedimentos dos outros ensaios são idênticos aos descritos para tijolos maciços
Observações:
Œ Os tijolos tipo 1 e 2 podem ser empregados em alvenaria com função estática; os
tijolos tipo 3 são usados somente como material de enchimento e vedação, sujeitos
somente às cargas devidas ao próprio peso.
� Classificação segundo o posicionamento e a orientação dos furos:
- Carregamento paralelo à principal direção dos furos: alvenaria (função estática)
- Carregamento perpendicular à principal direção dos furos: enchimento
Exemplos de blocos estruturais:
São produtos de melhor qualidade, que devem apresentar uma boa aparência,
uniformidade na cor, uniformidade de tamanho, maior resistência à abrasão, etc.
Para isto, são usadas argilas de melhor qualidade (Exemplo: argilas gordas com mais
partículas coloidais) proporcionando um maior grau de vitrificação; consequentemente,
muitas peças são rejeitadas devido às altas deformações, variações na cor, etc.
Os tijolos produzidos apresentarão uma menor absorção (8-15 %) do que tijolos comuns
e consequentemente, serão pouco aptas a receber argamassa (reboco, revestimento e
assentamento).
No entanto, a aderência é melhorada com a presença de ranhuras nas superfícies
VI-4. Tavelas
São tijolos usados na fabricação de lajes mistas:
O processo de fabricação é quase idêntico à fabricação dos tijolos comuns, mas o barro
deve ser mais fino e homogêneo para proporcionar maior impermeabilidade e resistência à
flexão.
A moldagem é feita por prensagem (prensa revolver)
A secagem deve ser mais lenta que para os tijolos, isto para diminuir a deformação já que
o barro usado é mais fino.
A queima é feita nos mesmos tipos de forno do que para os tijolos
A especificação Brasileira (EB-21) é feita para as telhas francesas (tipo Marselha) que
são planas com encaixes laterais e nas extremidades e com agarradeiras para fixação às
ripas de madeiramento. São as mais econômicas e mais usadas
CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES
(1) Carga de ruptura à flexão: as telhas são classificadas em duas categorias (valor
mínimo individual):
Primeira categoria: devem resistir a 85 kg
Segunda categoria: devem resistir a 70 kg
Após 24 horas de imersão em água, uma telha comum (saturada), mesmo de segunda
categoria, deve resistir bem ao peso de um homem médio, estando apoiada nas
extremidades. É o processo para verificar a qualidade no momento do recebimento
(2) Impermeabilidade
Sobre a telha construir um anel de argamassa ou um marco metálico impermeável de 7 cm
de altura ligado a telha por meio de cera; depois, colocar água no reservatório formado
até uma altura de 5 cm: uma boa telha não deve deixar passar umidade em 24 horas;
está só aparecerá após 48 horas e sem gotejamento.
No caso das telhas esmaltadas, a impermeabilidade é aumentada com uma pintura de
silicato ou óxido entre cozimento e recozimento
(3) Outros testes: sais solúveis; absorção de água (não > 18 %); resistência ao impacto;
características térmicas e acústicas.
TIPOS DE TELHAS
VI-6. Manilhas
São tubos cerâmicos tipo ponta-bolsa para condução de esgotos sanitários, remoção de
despejos industriais e canalização de águas pluviais. São em desuso
Processo de fabricação;
- O barro usado deve ser bastante fusível para proporcionar uma alta vitrificação, mas
isto provocará uma alta deformação.
- A moldagem será por extrusão: a pasta desce por gravidade até a mesa onde existe um
molde para o bocal. Na outra extremidade devem ter ranhuras para aumentar a aderência
da argamassa de rejuntamento.
- A esmaltação (aplicação do vidrado) ocorre durante a queima
ENSAIOS
(3) Absorção de água (MB-14): consiste na imersão do tubo na água em ebulição por
uma hora: a absorção deve ser inferior 10 % em peso.
(4) Resistência à ação de ácidos (MB-210): consiste na imersão de uma amostra
durante 48 horas: a perda de peso não deve exceder 0,25%
Processo de fabricação
O biscoito (cerâmica) é preparado por moldagem a seco com prensagem e queima a
1000-1200 °C. O vidrado pode ser queimado após a queima do biscoito (recozimento:
biqueima) ou junto com a queima do biscoito (monoqueima).
Importância do “design” cerâmico: a superfície pode ser lisa ou chamalotada,
brilhante ou fosca, decoração, etc. As arestas podem ser de quinas retas, biseladas ou
boleadas:
5.Carga de ruptura: ela deve ser alta para ambientes submetidos à circulação de cargas e
a impactos (Ex.: cozinhas, pisos industriais, garagens, etc.)
Classe Absorção de água Resistência mecânica
Ia < 0,5 % altíssima
Ib 0,5-3,0 % muito alta
II a 3,0-6,0 % alta
II b 6,0-10,0 % média
III > 10 % média-baixa
I. INTRODUÇÃO
Como material de construção, as madeiras incorporam todo um conjunto de
características técnicas, econômicas e estéticas que dificilmente se encontram em
outro material existente.
Características positivas das madeiras:
- Resistência mecânica tão na compressão do que na tração na flexão; foi o 1o
material de construção a ser utilizado em colunas, vigas e vergas
- Resistência mecânica elevada (superior aos concretos convencionais) com peso
reduzido (densidade)
- Resistência elevada a choques e esforços dinâmicos (tenacidade)
- Boas características de isolamento térmico e absorção acústica (quando seca)
- Facilidade de afeiçoamento e simplicidade de ligações :
podem ser trabalhadas com ferramentas simples
fácil para transportar
- Custo baixo de produção...
- No estado natural: estético e decorativo
Características negativas: problemas com as madeiras no estado natural
- Existe mais de 30000 espécies diferentes de árvores implicando uma alta variação nas
propriedades
- Degradação das propriedades e surgimento de tensões internas devido a alterações
da sua umidade (“Remédio”: processos de secagem artificial controlado)
- Deterioração devido a predadores (“Remédio”: tratamentos de preservação)
- Heterogeneidade (defeitos e imperfeições), anisotropia (estrutura fibrosa orientada) e
limitação de suas dimensões (“Remédio”: processos de transformação nos laminados,
contraplacados e aglomerados de madeira)
Fluxograma de rendimento industrial:
Madeira roliça
↓
Madeira serrada : peças estruturais
↓
Lâminas : chapas de madeira compensada
↓
Aparas : chapas de madeira aglomeradas
↓
Fibras : chapas de madeira reconstituída
Celulose Lignina
↓ Resinas
Polpa: papel Taninos
↓
Moléculas: raiom (seda artificial)
↓
Compostos químicos: açucares, álcoois, resinas, etc.
Toda a madeira de uma árvore (tronco, galharia, raízes) pode ser reduzida em
aparas ou flocos que serão depois reaglomerados obtendo assim uma grande
variedade de novos materiais homogêneos e isotropos; são os grupos de “chapas e
artefatos de madeira transformada”
¾ O Papel é o produto industrial mais importante da madeira: é madeira transformada e
reconstituída a partir das fibras dispersadas em polpas de celulose.
Processo:1) Aparas de madeira são cozidos com ácidos (celulose sulfite) ou álcalis
(celulose sulfato); assim, a lignina é separada e complemente removida
2) Em seguida as fibras são reaglomeradas por um processo mecânico
(prensagem) ou com um produto aglutinante
¾ Fibras de madeira podem ser usadas para a fabricação do raiom (segundo lugar na
produção de tecido) e plásticos da celulose (filmes fotográficos, celofane,...)
¾ As aplicações modernas da celulose da madeira : consistem na dissociação da
molécula de celulose p/ reaproveitamento químico convertendo a celulose em açúcar por
fermentação fabricando assim o álcool de madeira usado na fabricação de combustíveis
líquidos óleos lubrificantes, solventes, borracha sintética, tintas, vernizes, medicamentos,
cosméticos.
¾ A ação da levura Terula Utilis sobre a celulose gera alimentos p/ animais (gado)
ricos em proteínas
1) A casca
Ela protege o lenho e é o veículo da seiva elaborada das folhas para o lenho do tronco.
Constituição:
* Casca externa: Cortiça (outer bark) ou camada cortical (tecido morto)
- Protege os tecidos mais novos do ambiente, de excessos de evaporação e dos
agentes de destruição.
- Racha, cai e é renovada.
- Não apresenta interesse como material de construção com algumas exceção que
são o sobral, angico rajado e corticeira para o isolamento termoacústico
(revestimento de paredes, recheio de entrepisos)
* Casca interna: líber (inner bark) ou floema (tecido vivo)
- Conduz a seiva elaborada (descendente)
2) O Câmbio (cambium)
- É uma fina e quase invisível camada de tecidos vivos
- Situado entre a casca e o lenho
- Constituído por um tecido de células em permanente transformação:
o tecido merismático
Líber e câmbio são vitais para a árvore: quando secionados, ocorre a morte do vegetal.
Utiliza-se esta característica para a secagem de madeiras tais como os eucaliptos que
apresentam dificuldades de secagem: é feito um estrangulamento do tronco em pé com
arames de aço; assim a árvore morre e em seguida perde sua umidade.
No câmbio ocorrem a importante transformação dos açúcares e amido em celulose e
lignina que são os principais constituintes do tecido lenhoso. Esta transformação
acontece principalmente durante a primavera e o verão, formando assim os anéis anuais
de crescimento por crescimento transversal (adição sucessivas de novas camadas
concêntricas e periféricas) .
Nos anéis de crescimento se refletem as condições de desenvolvimento da árvore:
- São largos e pouco distintos em espécies tropicais de rápido crescimento com fibras
pouco “apertadas”
- São apertados e bem configurados nas espécies oriundas de zonas temperadas ou frias,
onde o crescimento é mais lento; eles serão mais densos com fibras mais “apertadas”)
Em cada anel que se acrescenta ano a ano se destacam duas camadas distintas:
- Uma com cor mais clara: as células são largas com paredes finas (madeira de
primavera): LENHO INICIAL (Earlywood)
- A outra de cor mais escura: as células são mais estreitas mas com paredes mais grossas
(madeira de verão): LENHO TARDIO (Latewood) que é mais compacto
3) O Lenho
Ele é o núcleo de sustentação e resistência da árvore e a seção útil do tronco para
obtenção das peças estruturais de madeira natural ou madeira de obra.
Ele apresenta duas zonas distintas:
a) O alburno externo (sapwood), também chamado madeira branca
Pode ser considerado como uma madeira “inacabada” ou “imperfeita”
- Formado de células vivas e atuantes
- Dá resistência à árvore
- É condutor de seiva bruta (ascendente)
b) O cerne interior (heartwood) (com cor mais escura que o alburno)
- Formado por células mortas e esclerosadas
- São as alterações no alburno que formam e ampliam o cerne devido à processos
de espessamento das paredes das células (do alburno) provocados por sucessivas
impregnações de lignina, resina, tamino e corante.
Consequentemente, comparado com o alburno, o cerne tem maior densidade,
compacidade, resistência mecânica, durabilidade (não é atrativo aos insetos e outras
pragas) e tem menor umidade e permeabilidade.
No entanto, é desaconselhado retirar todo o alburno (branco das árvores) como
imprestável para a construção por que:
- Seria anti-econômico: o alburno representa 25-50% do tronco conforme a espécie
- Tecnologicamente, o alburno apresenta características mecânicas satisfatórias e ele é de
fácil impregnação pelos produtos de preservação.
4) Medula (pith)
- É o miolo central da seção transversal do tronco (é um vestígio do vegetal jovem).
- É um tecido frouxo, mole e esponjoso, até apodrecido.
- Não tem resistência mecânica.
- Não tem durabilidade.
- Sua presença em peças de madeira serradas constitui um defeito
5) Raios medulares (rays)
- São desenvolvimentos transversais radiais de células lenhosas.
- Servem para o transporte e armazenamento de nutrientes na seção transversal.
- Tem efeito estético e decorativo.
- Eles amarram transversalmente as fibras impedindo que elas “trabalham” exageramente
frente às variações do teor de umidade da madeira.
II-3. Estrutura fibrosa do lenho
Para sua sustentação da árvore (condução de sucos vitais e armazenamento de reservas
nutritivas), o lenho apresenta uma estrutura anatômica celular, cujas dimensões,
formas e grupamentos variam conforme sua localização no lenho e a espécie lenhosa.
Esta constituição diferenciada do tecido lenhoso tem as seguintes conseqüências:
- Um comportamento físico-mecânico heterogêneo e anisotrópico;
- Um desempenho desigual de peças proveniente de espécies diferentes ou diversamente
localizadas na mesma tora.
(2) Lenho nas folhosas (hardwood) (1) Lenho nas resinosas (softwood)
Constituído por: Constituído por:
* Vasos lenhosos (poros) numerosos condutores da * Células alongadas, com diâmetro quase
seiva bruta (comprimento: 0,2-4 mm): constante, semelhante a finos tubos (em
* Traquídeos: em quantidade menor do que nas botânica são chamadas: traquídeos ou
resinosas traqueóides); têm comprimento de 2-5
* Fibras com diâmetro menor que os traquídeos: mm (comprimento/diâmetro ≅ 100) e têm
comprimento: 1-2 mm (comprimento/diâmetro ≅ dupla função: suporte mecânico e
100); extremidades fechadas e afiladas; resistência condução da seiva
e sustentação * Canais resinosos
* Raios medulares mais desenvolvidos do que em * Raios medulares unisseriados
resinosas: são multisseriados
1) A identificação vulgar
É uma primeira aproximação consistindo na identificação das características notáveis da
espécie tais como: a configuração do tronco e copa, a textura da casca, o aspecto das
flores e frutos, o sabor do lenho, etc.
As madeiras serão então identificadas pelo nome vulgar da espécie que é geralmente
relacionado a uma característica predominante. Esta identificação não tem valor
científico (pode ter o mesmo nome para identificar duas ou mais espécies diferentes e
conforme à região, a mesma espécie tem nomes diferentes); no entanto, são nomes
sugestivos que traduzem um conhecimento íntimo da espécie, por exemplo:
- Açoita-cavalo revela uma resistência dinâmica elevada (tenacidade)
- Pau-ferro revela uma grande resistência mecânica
- Pau-marfim revela uma aparência homogênea do lenho
2) Identificação botânica
É uma segunda aproximação baseada na coleta de elementos de identificação que serão
confrontados em atlas de herbários nos quais tem fotografias das espécies em diferentes
estágios de crescimento e exemplares de folhas flores, frutos e sementes.
Isto permite a identificação do gênero e da espécie do exemplar pelo nome botânico; por
exemplo: - Peroba-rosa: aspidosperma polyneuron
- Peroba dos campos: paratecoma peroba
- Pinho do paraná: araucária augustrifolia
3) Identificação botânico-tecnológica
É uma identificação cientificamente exata, baseada no estudo comparado da estrutura
anatômica do lenho: observação no microscópio da estrutura do lenho
As Normas Brasileiras através da “Terminologia Brasileira n° 12 da ABNT (TB12)”
reconhecem a identificação pela denominação vulgar e botânica.
Os fatores naturais
1) A espécie botânica da madeira: a estrutura anatômica e constituição do tecido
lenhoso que variam de espécie para espécie são os primeiros responsáveis pelo
comportamento físico-mecânico do material; então torna-se necessário uma identificação
botânica perfeita da espécie.
2) A massa específica aparente: é o peso por unidade de volume que é um índice de
concentração do material existente e resistente no tecido lenhoso. Ela é estreitamente
relacionada às demais propriedades do material (existe fórmulas de correlação).
3) A localização da peça no lenho: um corpo de prova extraído do cerne, alburno,
próximo às raízes ou à copa mostra diferenças no tecido lenhoso e de massa específica
aparente; os ensaios darão resultados diferentes.
4) A presença de defeitos: a presença de nós, fendas, fibras torcidas provocará
anomalias no comportamento físico-mecânico das peças; no entanto o resultado depende
da distribuição e da localização dos defeitos na peça.
5) A umidade: a entrada e saída da umidade nas paredes das células lenhosas altera as
propriedades. Por exemplo: a resistência mecânica é máxima quando a madeira é
totalmente seca e ela será mínima quando a madeira é totalmente saturada em água.
Os fatores tecnológicos
Eles decorem:
- Dos procedimento na execução dos ensaios de qualificação (forma e dimensões dos
corpos de prova, orientação das solicitações em relação aos anéis de crescimento,
velocidade de aplicação das cargas nas solicitações mecânicas).
- Da distribuição das tensões internas nas peças que variam em função da forma e
dimensões dos corpos de prova e em função da anisotropia do material.
Observação: para toras com diâmetro inferior a 50 cm, pegar dois trechos centrais de
1,40 m, mas o comprimento da tora deve ser no mínimo de 4,50 m.
4) Secagem
A secagem da madeira se prossegue da maneira seguinte:
(1) Assim que a árvore é cortada, ao ar, ocorre a evaporação da água livre até atingir o
teor de umidade correspondente ao PSA (25-30%) onde toda a água livre evaporou;
(2) A partir do PSA, inicia a evaporação da água de impregnação devido à diferença
entre as tensões de vapor de água (umidade) que é alta nos tecidos impregnados da
madeira e que é variável no ambiente conforme à umidade relativa e temperatura.
Quando é atingido o equilíbrio das tensões de vapor de água, a evaporação da umidade
pára e ocorre estabilização do peso da peça.
Diz-se que a madeira atingiu o teor de umidade de “seca ao ar”. É o teor de umidade de
equilíbrio que varia entre 12 e 17 % dependendo o tipo de madeira.
Ele é usado como teor de referência nas determinações das características físico-
mecânicas do material. Convencionalmente, é usado o teor de umidade de 12 %
chamado “teor de umidade normalizado” ou “teor de umidade normal”.
Verde ou saturada PSA Seca ao ar Totalmente seca
Observação importante
A madeira é higroscópica; as trocas de umidade com o ambiente são permanentes
Os isotermos de sorpção representam a relação entre o teor de umidade da madeira e a
umidade relativa do ambiente a temperatura constante.
Eles mostram que para uma umidade relativa específica, o teor de umidade de equilíbrio
se estabelece de maneira diferente segundo que o equilíbrio é atingido após desorpção
(curva D, secagem) ou adsorção (curva A, umidificação); geralmente usa-se o valor
médio (curva O):
Umidade da
madeira %
Umidade relativa do ar %
Umidade relativa
do ar em %
Temperatura em oC
Mas, raramente a madeira (em uso) está neste estado de equilíbrio por que as
condições climáticas do ambiente sempre variam. Por exemplo: uma seção de uma
madeira dada de 5 x 10 cm com teor de umidade de 20 % necessitará mais de 4 semanas a
20oC e 56% de umidade relativa para que o coração da peça atinge o teor de umidade de
equilíbrio de 10% determinado pelas curvas de umidade de equilíbrio.
Consequentemente, o teor de umidade de um elemento de construção em madeira se
estabiliza em volta do teor de umidade de equilíbrio correspondente às temperatura
e umidade relativa média de algumas semanas, sem ser afetado pelos ciclos de
variações de umidade e temperatura fracos ou altos de curta duração.
Observação: qualquer tratamento químico pode provocar um efeito redutor significativo
sobre o teor de umidade de equilíbrio da madeira
IV-2. Retratibilidade
São as alterações de volume e de dimensões quando o teor de umidade da madeira varia
entre o ponto de saturação ao ar (25-30%) e a condição de seca em estufa (0%).
Fisicamente, se manifesta pela contração, inchamento ou "trabalho" das madeiras que
são conseqüências da absorção da água das paredes celulósicas das células do tecido
lenhoso.
1) Retração volumétrica
Ensaios de qualificação MB-26 (NBR 6230): Medida da retração volumétrica que
consiste na determinação dos pesos e volumes em três estágios de umidade sobre 20
corpos de prova de 2 x 3 x 5 cm:- Saturado (verde) - Seco ao ar - Seco em estufa
As alterações de volume são:
- Quase constantes para teores de umidade superior ao PSA (trecho V-P)
- Diretamente proporcionais ao teor de umidade até o PSA (trecho P-0)
2) Retratilidade linear
A anisotropia da retratilidade é função da orientação das microfibras da camada S2
das paredes das células lenhosas.
Ensaios de qualificação MB-26 (NBR 6230): Medida da retração linear que consiste na
determinação das variações de dimensões quando a madeira passa do estado de saturada
(verde) para seca em estufa (contração linear total) e do estado de saturada (verde) para
seca ao ar (contração linear parcial), de corpos de prova de 2 x 3 x 5 cm perfeitamente
orientados em relação à principal direção das fibras onde cada dimensão corresponderá a
uma das 3 direções principais: - Axial no sentido das fibras (longitudinal)
- Tangencial aos anéis
- Radial aos anéis
Canela-sebo Imbuia
3) Forma das deformações: segundo as espécies, as variações dimensionais radial e
tangencial podem ser próximas como no caso da jequitibá-rosa (CRad= 3,0%; CTang=
5,2%) ou muito diferente como no caso do carvalho-brasileiro (CRad= 3,2%; CTang= 14%).
Consequentemente, uma seção quadrada de jequitibá-rosa permanecera relativamente
quadrada após secar, enquanto ela tornara-se retangular para o carvalho-brasileiro:
Jequitibá-rosa Carvalho-brasileiro
4) Tempo para deformar: levar em conta somente os coeficientes de retratilidade pode
enganar. Por exemplo o eucalyptus citriodora que apresenta uma grande retração (19,4%)
deveria contrair muito mas na prática isto não acontece. É necessário considerar um outro
critério que é a velocidade pela qual uma madeira reage às variações de umidade. Uma
madeira pode apresentar baixos coeficientes de retração mas uma rápida assimilação das
variações de umidade, atingira mais rapidamente suas novas dimensões como é o caso do
pinho-brasileiro.
Eucalyptus citriodora: deformação lenta apesar de ter altos coeficientes de retração
Lembre-se:
- A umidade de equilíbrio da madeira depende unicamente das condições do ambiente
(temperatura e umidade relativa) mas nunca do tipo de madeira
- A amplitude das variações dimensionais depende do tipo de madeira
- Para evitar as deformações em serviço, deve-se usar madeiras já secas até uma umidade
próxima da umidade de equilíbrio
- A umidade da madeira é expressa pela relação entre o peso de água e o peso da madeira
anidra
- A madeira começa retrair quando sua umidade passa abaixo de 25-30 % (PSA)
- Cada madeira tem seus próprios coeficientes de retratilidade que são diferentes segundo
a direção
- Temos sempre: νL ≅ 0 e νT > νR
IV-3. Densidade
É medida pela massa específica aparente que é peso por unidade de volume aparente.
Ela varia entre 100 e 1300 kg/m3 dependendo do tipo de madeira.
Ela deve ser sempre referida ao teor de umidade para o qual ela foi determinada por
que peso e volume variam com o teor de umidade: Dh = Ph / Vh (g/cm3 ou kg/m3)
Sua medida consiste na pesagem e medida de volume de numerosos corpos de prova de
pequenas dimensões (Ex.: 2 x 3 x 5 cm).
Afim de poder comparar a densidade de madeiras diferentes, ela é sempre referida ou
corrigida para o teor de umidade normal de 12 %, usando a seguinte fórmula de correção:
D12 = Dh - d(h - 12)
Onde h é o teor de umidade dos corpos de prova quando foram determinados seus pesos e
volumes; e d é o coeficiente de correção representando a variação da massa específica
aparente para uma alteração de 1% de umidade: d = Dh ( 1 - ν ) / 100
Onde ν é o coeficiente de retração volumétrica
Então: D12 = Dh [1 - (1 - ν)(h - 12)] (g/cm3)
100
A massa específica aparente é um índice de compacidade da madeira: ele representa a
maior ou menor concentração de tecido lenhoso resistente por unidade de volume
aparente (a massa específica da parede das células vale cerca de 1500 kg/m3). A maioria
das características mecânicas são proporcionais a ela; existe fórmulas empíricas de
relação entre densidade e as demais características mecânicas
* Compressão paralelas às fibras:
* Flexão estática:
* Cisalhamento paralelo às fibras:
A massa específica aparente varia: (a) de peça para peça conforme a localização no
lenho; (b) de exemplar para exemplar conforme as condições regionais de crescimento
As folhosas são chamadas de densas quando a massa específica aparente varia entre 0,8 e
1kg/dm3 e de muito densas quando ela é superior a 1 kg/dm3.
As resinosas são chamadas de normais quando a massa específica aparente varia entre
0,3 e 0,6 kg/dm3 e de densas quando ela é superior a 0,7 kg/dm3
d
- Calcular separadamente a resistência térmica da cada elemento, incluindo o espaço de
ar aprisionado
- Somar o "efeito de parede" (devido à convecção e radiação na superfície):
* é um valor fixo independente de espessura valendo 0,2
* e no caso de um vazio de ar de 4 à 15 cm valendo 0,18
O fluxo térmico será: Q = h0(T0-T1) + K/d(T1-T2) + hi(T2-Ti) (Q = KdT/dx)
Então, a resistência térmica será: R = 1/h0 + d/K + 1/hi
Generalização: R = d1/K1 + d2/K2 +.....+ dn/Kn + 1/h0 + 1/hi
h0, hi são os coeficientes de transferência na superfície (efeito de parede)
No ar 1/h0 + 1/hi ≅ 0,2
Exemplo: - Parede dupla de alvenaria de 15cm com 4 cm de espaçamento:
R = 2 x 0,15/0,75 + 0,2 + 0,18 = 0,78
- Parede dupla de madeira de 2,5 cm com 4 cm de espaçamento:
R = 2 x 0,025/0,1 + 0,2 + 0,18 = 0,88
Conclusão: paredes de madeira são excelentes barreiras térmicas (usadas em países frios)
A condutibilidade térmica:
- Aumenta com o aumento do teor de umidade e da densidade;
- Varia com a orientação das fibras: no sentido longitudinal é 2,5 vezes maior do que no
sentido transversal
1) Generalidades
O som é causado por vibrações ou ondas que se propagam em qualquer
substância. Sua velocidade é de 343 m/s no ar; 1000 - 2000 m/s na madeira (dependendo
da densidade); 5000 m/s no aço e 40 - 150 m/s na borracha.
A velocidade do som é o produto do comprimento de onda pela freqüência; a faixa
de freqüência entre 20 e 20000 Hz é a faixa de recepção do ouvido humano e a faixa
superior a 20000 Hz é a faixa dos ultra-sons.
As vibrações que causam o som produzem uma mudança de pressão do ar: o limiar
de audição humana (de uma pessoa entre 3 e 40 anos) é de 20 x 10-6 Pa, enquanto o
limiar de dor é de 20 Pa.
Mas a unidade de intensidade do som usada não é o Pa mas o decibel (dB)
O número de decibéis de um som é: i = 10 Ln(I/I0) Estandardização Internacional
Onde i é a intensidade fisiológica do som (dB); I é a intensidade física do som; I0 é a
intensidade do som correspondente ao limiar de percepção.
O decibel compare dois sons
* Limiar de percepção 0 dB
* Farfalhar de folhas 10 dB
* Barulho de fundo numa Biblioteca pública 40 dB
* Conversação normal (1 m) 60 dB
* Tráfego de uma estrada 80 dB
* Decolagem de avião (747 a 100m de distância);
Limiar da dor 120 dB
Dois sons não se somam: eles se combinam de maneira complexa
Exemplos: A (60 dB) + B (60 dB) = 63 dB
A (60 dB) + B (60 dB) + C(60 dB) = 65 dB
A (60 dB) + B (65 dB) = 66 dB
As madeiras, geralmente são:- Contra-indicadas para isolamento acústico
- Bons materiais para tratamento de absorção acústica
2) Isolamento Acústico
Quando um som chega numa parede (onda incidente n), uma parte será transmitida (o),
outra parte será refletida (p) e uma terceira parte será absorvida (q):
⇒
Método Brasileiro MB-26 (NBR 6230): serão usados corpos de prova 2 x 2 x 3 cm
retirados em todo o diâmetro e extensão das toras, isentos de defeitos e perfeitamente
orientados em relação às fibras (maior dimensão no sentido axial).
Na prensa de compressão eles serão carregados de maneira estática e
contínua até o rompimento e será medida a tensão de ruptura ou tensão limite de
resistência em MPa.
Geralmente, a ruptura ocorre por: (1) estouro do corpo de prova segundo o plano de
menor resistência; (2) escorregamento e cisalhamento segundo um plano obliquo em
relação ao eixo de aplicação da carga ou (3) uma combinação dos dois fenómenos
citados acima
E diminui com a orientação das fibras E diminui com o aumento do teor de umidade
E aumenta com o aumento da densidade E diminui com a presença de nós
Caso (a): as fibras são densificadas como um feixe de tubos até que um tipo de
esmagamento seja atingido.
Casos (b,c,d,e): ocorre um aumento de rigidez porque as tensões geradas na zona
carregada são transferidas pelas fibras nas zonas não carregadas.
Causas da ruptura em ensaio de tração axial: a madeira nunca rompe por tração
pura; ela rompe pela ação de esforços secundários e parasitas (compressão normal,
cisalhamento e fendilhamento) acompanhando a solicitação, resultantes das
necessidades de transmissão do esforço entre a matriz e as fibras).
Tensão
Deformação
Em tração, ocorre uma ruptura frágil depois do limite de proporcionalidade
Em compressão, a ruptura é mais dúctil depois do limite de proporcionalidade
A favor da segurança, a norma técnica NB-11 (NBR 7190) recomenda o uso da tensão
limite de resistência à tração na flexão estática como tensão limite de resistência à
tração pura das madeiras.
Neste caso, é só a aderência entre as fibras que vai opor uma resistência à
solicitação de tração normal; mas como esta aderência é bem fraca (ligações
hidrógenio), é preciso evitar esforços desse tipo nas peças em serviço.
A resistência à tração normal às fibras não é função da massa específica
aparente mas é função da composição química do aglomerante das fibras e da
disposição relativa dos elementos celulares.
Segundo o MB-26 (NBR 6230), serão ensaiados 48 corpos de prova secos ao ar com
as formas seguintes:
(a) (b)
Formas dos corpos de prova para o ensaio de resistência à tração normal às fibras
(a) ensaio de qualificação; (b) ensaio para peças “estruturais” (nova norma).
Os valores médios de resistência à ruptura se destinam apenas a finalidades
comparativas entre espécies; é um índice de qualidade do material.
Exemplo: para uma madeira dada sem defeitos
Umidade % > 25 12
Resistência à tração paralela às fibras MPa 131 138
Resistência à tração normal às fibras MPa 2,69 2,90
Fibras tracionadas
Mas, a resistência à compressão pode ser até 3 vezes inferior à resistência à
tração (em peças de madeira sem defeitos), então, a ruptura começara no lado
comprimido (fibras de intradorso), provocando um redução da seção resistente, e
consequentemente uma migração da linha neutra em direção ao bordo tracionado.
Em seguida, as peças rompem por ruptura e estilhaçamento das fibras do lado
tracionado quando a tensão limite é atingida.
(a) (b)
Formas dos corpos de prova para o ensaio de fendilhamento (a) ensaio de
qualificação; (b) ensaio para peças “estruturais” (nova norma).
A divisão da carga de ruptura pela seção de fendilhamento dará o resultado; são
somente índices comparativos de resistência ao fendilhamento entre espécies
diferentes (os resultados são função da forma e dimensões dos corpos de prova).
No entanto, é uma caracterização da fissibilidade das diferentes espécies para uso em
seções compostas ou ligações pregadas.
Para estruturas de madeiras, esse tipo de solicitação deve ser evitado; seu efeito
pode ser atenuado com:
- A furação prévia ou despontamento dos pregos nas ligações pregadas
- O emprego de conetores, cavilhas e blindagens
n o p q r s t u
Massa especifica 0,89 0,89 0,76 0,69 0,63 0,62 0,56 0,49
aparente, a 15 % de
umidade kg/dm3
Retratilidade 23,24 10,03 12,20 10,30 14,51 11,93 13,10 11,81
volumétrica %
Retratilidade radial % 6,46 2,75 3,70 3,42 2,90 3,04 3,50 2,96
Retratilidade 17,10 6,12 6,90 7,78 7,16 7,29 6,76 5,40
tangencial %
Coeficiente de 0,56 0,47 0,55 0,41 0,46 0,44 0,51 0,38
retratilidade
Limite de resistência à 40 61,7 43 46,8 26,8 33,2 29,3 24,2
compressão axial
Verde MPa
Limite de resistência à 54,3 76,2 53,7 59,2 39,7 44,6 55,1 37,9
compressão axial 15 %
MPa
Módulo de elasticidade 12,6 17,3 11,2 14,6 8,7 11,6 14,6 9,7
Verde GPa (comp.)
Módulo de elasticidade 30,7 47,8 29,6 36,7 19,9 26,5 24,5 20,9
15 % GPa (comp.)
Flexão estática Verde 120 114 88,3 88 62 80,3 62 68
MPa
Flexão estática 15 % 150 130 97,7 114 94 101,7 81,9 87,1
MPa
Resistência aos 0,59 0,84 0,38 0,49 0,51 0,57 0,31 0,34
choques
Resistência à tração 7,6 16 7,1 5,8 5,9 6,9 3,3 4,5
normal Verde MPa
Resistência ao 0,9 1,1 0,9 0,8 0,6 0,8 0,4 0,5
fendilhamento Verde
MPa
Resistência ao 13,1 13,6 11,8 10,4 9,2 8,8 6,0 6,8
cisalhamento Verde
MPa
Dureza Janka 64,8 95,2 66,3 55,9 43,3 44 28,3 28,5
Usos 1 2 3 4 5 6 7 8
Aparelhos de esporte + 0 + + 0 + + 0
Eixos 0 + + 0 0
Vigas + 0 +
Mancais + 0 0 +
Bolas para jogos + 0 +
Const. Naval: Estrutura 0 + + 0 0
Pranchado + + + 0 0 0
Coberta + + 0 0 0 +
Mastros + + 0
Madeiras cavilhadas + + + + 0
Caixas 0 + 0 + 0
Entalhes + 0 0
Colunas e Postes + + 0 0 0
Tanoaria + + 0 + +
Engradados + 0 0 +
Peças de dim. exactas +
Soalhos 0 + + + +
Mobiliário + + 0 0 0 + 0 +
Sambladuras + 0 0 + + +
Caibros 0 + 0 0
Malhos e Massetes + 0 0
Madeiras p/ pregos + + 0
Encaixes 0 0 0 + 0
Almofadas 0 +
Moldes + +
Blocos de pavimentação + 0 + 0 0 +
Lápis + 0
Roletes, calandras 0 0 + + + 0
Pulias + + 0 + 0
Lançadeiras 0 + + +
Transversinas, dormentes + + 0
Raios de rodas 0 + 0
Cabos de ferramentas + 0 + 0 + 0
Cunhas e cavilhas + + +
Rodas 0 + + +
1 → Compressão axial
2 → Flexão estática ENSAIOS PRINCIPAIS → +
3 → Choque
4 → Dureza ENSAIOS ACCESSORIOS → 0
5 → Cisalhamento
6 → Fendilhamento
7 → Tração normal
8 → Contração
VI. DEFEITOS DAS MADEIRAS
São anomalias que alteram o desempenho e as propriedades físico-mecânicas.
Nas especificações de qualidade das madeiras é necessária uma normalização dos
defeitos em termos de identificação, localização, grupamento e dimensionamento.
Os defeitos são classificados conforme às causas de sua ocorrência, temos:
- Os defeitos de crescimento devidos à alterações no crescimento e da estrutura fibrosa;
- Os defeitos de secagem devidos a uma secagem mal conduzida,
- Os defeitos de produção ocorrendo durante o desdobro e o aparelhamento das peças,
- Os defeitos de alteração devidos aos agentes de deterioração (fungos, insetos, etc.).
VI-1. Defeitos de crescimento
VI-1-1. Nós
São resultante de ramos da árvore primitiva, vivos ou mortos, que foram envolvidos
por novas e sucessivas camadas de crescimento do lenho:
(2) Os nós mortos que estão deslocados e não aderentes ao tecido lenhoso; eles
diminuem a seção resistente:
A influência dos nós no desempenho das peças depende do tipo, forma, dimensões e
número (percentagem da seção ocupada); da sua localização na peça; do tipo de
solicitação.
Medida dos nós
Observações:
- No caso de nós elípticos:
* pegar como diâmetro a menor dimensão quando ela é superior à metade da
maior dimensão
* pegar como diâmetro a metade da maior dimensão quando ela é superior à
menor dimensão
- Nós são ditos agrupados se a distância entre o entre-eixo de dois ou mais nós é inferior
a 15 cm; então se adiciona os diâmetros de cada um dos nós.
Na resistência à compressão, os nós vivos, sãs, secos e aderentes são pouco
prejudicáveis: a diminuição da resistência varia entre 0 e 30 % (dependendo da posição)
se a dimensão do nó é inferior a 1/7 da menor dimensão na seção resistente. Cuidado com
peças compridas onde tem risco de flambagem.
Na resistência à tração, nós têm uma grande influência (mesmo sãs e aderentes)
Em volta dos nós, a orientação das fibras muda em relação ao eixo principal; eles
interrompem a continuidade do “veio” da madeira diminuindo a seção resistente; a carga
equivale a uma tração norma às fibras. A resistência à tração pode diminuir em até 75%.
Na resistência à flexão estática, os nós devem situar-se somente na zona de compressão:
Correto Incorreto
O uso de peças estruturais com nós agrupados é proibido.
VI-1-2. Desvios de veio e fibras torcidas
(1) Desvio de veio ou fibras reversas
A madeira é dita de veio linheiro quando as fibras são sensivelmente paralelas ao eixo
vertical do tronco.
Os desvios de veio são devidos:
- ao crescimento acelerado de fibras periféricas enquanto o crescimento interno é
estacionário (caso comum para árvores jovens)
- à serragem não paralela em relação ao eixo vertical do tronco
(2) Fibras torcidas
São devidas a uma orientação anormal das células lenhosas onde o lenho se distribui
segundo uma espiral em torno da medula. Isto acontece, geralmente, próximo às raízes.
Fendas superficiais: h ≤ 5 mm se e ≤ 50 mm
h ≤ 10 mm se e > 50 mm
As fendas são os defeitos de secagem mais freqüentes; elas são a conseqüência das
tensões diferenciais criadas nas peças devido à retratilidade desigual entre as camadas
periféricas e internas durante a secagem ou envelhecimento do material.
→ Na tração axial, elas são sem efeito se são alinhadas em relação ao eixo das fibras
→ Na compressão axial, elas são sem efeito, exceto se tem risco de flambagem
→ No cisalhamento, ocorre uma redução da seção resistente o que é muito prejudicável,
mas este prejuízo depende da sua posição em relação ao plano neutro
- Fendilhados são pequenas aberturas ao longo das peças
- Abaulamento é um encurvamento no sentido da largura da peça
Estufa baixa temperatura (20-40 oC) Estufa alta temperatura (70-90 oC)
As lâminas de madeira obtidas são coladas de maneira que as fibras de cada uma sejam
perpendiculares às fibras da lâmina seguinte: é a colagem a fios (veio) cruzados sob
pressão com resinas sintéticas para ambientes externos ou com caseína para ambientes
internos.
Extrudado
Os aglomerantes podem ser minerais (cimento Portland, gesso) ou resinas sintéticas
(fenólica).
As características físico-mecânicas finais dependem da granulometria dos fragmentos,
da pressão de compactação e do tipo de aglomerante.
Geralmente, as madeiras aglomeradas são sensíveis à umidade
Principais usos: móveis, esquadrias, revestimentos, pisos
VII-3-4. Madeiras reconstituídas
São obtidas pela re-aglomeração de fibras celulósicas (separadas e dispersas) extraídas
do lenho.
Processo: a madeira bruta é reduzida a fragmentos que são tratados com vapor de água
sob alta pressão: assim ocorre o amolecimento da lignina e o desfibramento das células
lenhosas. Em seguida, as fibras são re-aglomeradas com resinas sintéticas ou com a
própria lignina sob pressão.
São geralmente sensíveis à umidade mas podem ser tratados com resina
Observação: classificação em relação ao reação ao fogo de paneis de madeira
compensada, aglomerada e reconstituída:
- Espessura ≥ 18 mm Ö M3 - Espessura < 18 mm Ö M4
Com um tratamento inifugante, pode-se chegar às classes M1 e M2 mas nunca M0.
Algumas características mecânicas comparadas das madeiras transformadas:
Densidade Resist. Flexão Resist. Flexão Mod. Young Mod. Young
(kg/m3) Paralela Perpendicular Paralelo Perpendicular
(N/mm2) (N/mm2) (N/mm2) (N/mm2)
Maciça 500 80 2,2 12700 800
Compensada 520 73 16 12000 890
3 lâminas
Compensada 600 60 33 10500 3500
7 lâminas
Aglomerada 700 17 17 3000 3000
Reconstituída 800 30 30 2500 2500
Semi-dura
Reconstituída 1000 54 54 5000 5000
Dura
MATERIAIS METÁLICOS
Ø Definição: eles decorrem da combinação de elementos metálicos; possuem um grande
número de elétrons não-localizados que não são ligados com um átomo em particular: fala-se
de "nuvem de elétrons"
Ø Principais características:
- Alta conductibilidade elétrica e térmica
- Não transparentes à luz
- Grande resistência mecânica, mas bastante deformáveis (ductilidade)
- Dureza
Ø Geralmente os metais não são empregados puros, eles são ligados com outros elementos
(metais ou não-metais) com o objetivo de melhorar ou comunicar certas propriedades.
Ø Principais metais ou ligas usados na construção: alumínio, chumbo, cobre, zinco, ferro
fundido, aços.
Ø Podem ser encontrados puros (ouro, prata, cobre) ou na forma de minérios (óxidos,
hidróxidos, sulfatos, etc.) Ex.: a bauxita é o principal minério para produção do alumínio
I-2. Densidade
3
- A massa específica aparente é igual à massa específica (g/cm ):
Al Zn Fe Aço Latão Ni Cu Pb Hg Pt
2,70 7,13 7,87 7,85 8,5 8,90 8,96 11,34 13,60 21,3
- Ela varia se o metal é "ligado" e com os tratamentos mecânicos
Relação fundamental valida para todos os materiais: qualquer variação de temperatura gera
uma deformação: ∆L/L = αL∆T
Exemplo: seja um perfil de aço de 10 m de comprimento submetido a uma variação de
temperatura de ∆T = 35oC; isto vai gerar um alongamento de 35x11,3.10 x10 ≅ 4 mm
-6
ENSAIO DE TRAÇÃO
Ø A norma MB-4 fixa a forma do corpo de prova conforme se tratar de barras ou de material
1/2
usinado de seção circular, de chapas, arames ou tubos (Exemplo: Lo = K(S0) onde K =
5,65 para barras retangulares):
4
I-4-3. Dureza
O método normalizado pela ABNT é a medida da dureza Brinell, que consiste na medida da
largura de uma marca (d) deixada por uma esfera de aço temperado de diâmetro D depois de
aplicação de uma carga estabelecida F.
Existe uma correlação direta entre dureza e resistência dentro de uma mesma família de
metais:
I-4-4. Dobramento
O dobramento simples é a capacidade do metal em ser desdobrado até um determinado
ângulo sem romper. A MB-5 classifica os metais em relação à capacidade de desdobramento
de uma barra ou chapa em torno de um pino cilíndrico até ficarem paralelos às duas pontas;
neste caso, a amostra não deverá romper ou fissurar:
Número de ciclos
Para materiais ferrosos, a resistência a cargas alternadas é igual a cerca de 0,4-0,55 vezes a
tensão estática de ruptura obtida no ensaio de tração comun.
I-5. Comportamento ao fogo
Sob a ação de um aumento de temperatura, o metal perde aos pouco partes de suas
características mecânicas (módulo de elasticidade, tensão limite de escoamento) até uma
“temperatura critica” onde a estrutura se deforma e se torna instável.
Tensão (MPa)
Deformação (%)
8
o
Temperatura em C
o
Próxima de 500 C para os aços, a temperatura critica depende: do tipo de aço, do papel da
peça na estrutura (pilar, viga, contravento, ...), do nível das cargas e eventuais sobrecargas,
dos tipos de ligações e das possibilidades de dilatações.
� O tempo necessário para que o elemento atinja a temperatura critica que depende:
- da relação entre a superfície exposta ao fluxo térmico e o volume de metal a ser aquecido
por unidade de comprimento
- do grau de proteção térmica
(1) Extrusão: o lingote é refundido e forçado a passar sob pressão por orifícios com a forma
desejada (obtenção de tubos, barras, perfis especiais)
(2) Laminação: o metal é forçado a passar entre cilindros giratórios com espaçamento cada
o
vez menor; pode ser feito a frio (caso do alumínio) ou a quente (caso do aço: 800-1200 C);
este processo permite a obtenção de:
- Produtos planos: placas (espessura > 10 mm); chapas grossas (espessura > 6 mm); chapas
finas (espessura < 6 mm); folha (espessura < 0,45 mm); telhas.
- Produtos longos: perfis em H, I, U; trilhos:
(3) Trefilação: o metal é forçado a passar por orifícios menores; é o processo de fieiras de
arames:
(4) Fundição: o metal líquido solidifica em moldes de uma mistura de areia, argila e carvão em
pó; processo usado para fabricação de peças de formas mais complexas:
10
(6) Estampagem: ação de prensas sobre chapas (par obtenção de peças ocas); pode ser feito à
quente ou a frio:
� Por fusão (caldeamento): realizada por fusão local das peças ou pela fusão de um metal ou
liga introduzido (metal de adição) entre as duas peças a soldar (metal de base)
Os tubos com costura são tubos fabricados a partir de chapas metálicas que serão
“encurvadas” até se juntar as duas pontas que serão em seguida soldadas:
A corrosão pode ser vista como o fenômeno que provoca o retorno do metal à sua forma
mais estável em presença do oxigênio, segundo o esquema seguinte:
Intempéries
Produtos de corrosão
Óxido de ferro Corrosão
Exemplo: o ferro se oxida para dar o óxido férrico hidratado (ferrugem) Fe2O3(H2O)n óxido
férrico hidratado (ferrugem) que:
- Não apresenta grande adesão e coesão com o ferro original
- Tem maior volume em relação ao ferro metálico
- Se solta facilmente na forma de pó ou escamas
Exemplo
- Óxidos que ocupam menos volume do que o metal que deu origem e que são frágeis vão
fissurar e partir deixando exposto o metal para outra ação do oxigênio:
- Óxidos que ocupam mais volume vão enrugar e afastar-se rapidamente, expondo o metal
(Ex.: ferro):
- Óxidos com mesmo volume podem formar filmes que, se são aderentes, vão agir como
barreira impedindo o prosseguimento da oxidação (Ex.: alumínio, cromo, níquel):
Exemplo: sejam dois eletrodos do mesmo metal ligados por uma pilha e com uma parte imersa
num eletrolito segundo:
Um eletrodo vai se torna ânodo e se corroer e o outro eletrodo vai se tornar cátodo e se
passivar.
As pilhas galvânicas se formam pela imersão em eletrólitos de dois metais diferentes ligados
por um fio.
Exemplo: caso de um eletrodo de cobre em contato com um eletrodo de zinco
Os potenciais de eletrodos vão dizer qual metal se corrói quando entra em contato com
um outro e com um eletrolito: o de maior potencial (catódico) tende em provocar a
corrosão do metal de menor potencial (anódico)
Observações:
Œ A velocidade de corrosão é função da diferença entre os potenciais
� Os potenciais de eletrodos são função da natureza do eletrólito: a tabela a seguir mostra as
series galvânicas em água do mar:
(2) Células de tensão: se forma entre zonas do mesmo metal que sofreram tensões
mecânicas diferentes; o ânodo (onde ocorre corrosão) será nas zonas tensionadas.
Exemplos: zonas ao redor dos rebites, zonas fortemente amassadas, chapas dobradas:
(3) Células de concentração: ocorre quando tem uma diferença de composição localizada
no próprio eletrólito.
As áreas onde a concentração superficial em oxigênio é menor sofrerão corrosão e
dissolução anódica segundo:
- -
Reação catódica: 2H2O + O2 + 4e → 4(OH)
n+ -
Reação anódica: M → M + ne
Exemplos:
(1) Proteção por ânodo de sacrifício (ou proteção catódica): criação de uma pilha “ligando”
o metal que deve ser protegido com um metal de potencial eletroquímico inferior.
* Aço galvanizado ou zincado: é aço revestido por uma camada de zinco por imersão a
quente (se a camada de zinco é aplicada por um processo eletroquímico, chama-se de aço
eletrogalvanizado):
“eletroquimicamente mais ativo” do que o ferro, vai se corroer e o ferro (aço) será passivado.
Além disso, os produtos de corrosão do zinco vão se depositar nesta falha, aumentando a vida
da proteção:
(2) Proteção por aplicação de uma tensão elétrica fornecendo elétrons no metal que se
torna cátodo e então protegido:
O aço no concreto é passivado por que o eletrólito é a água dos poros que é altamente
alcalina (PH = 12-13); nestas condições, ocorre na superfície do aço deposição do óxido Fe 3O4
na forma de um filme fino e aderente proporcionando proteção para o aço.
A corrosão do aço no concreto vai acontecer se esta camada passivante é destruída; isto
ocorrerá com a diminuição da alcalinidade da água dos poros do concreto por
carbonatação ou (e) por ataque dos cloretos.
A carbonatação e (ou) os cloretos vão formar uma “frente” que vai penetrando aos pouco no
concreto até atingir a armadura:
Assim são criadas as condições ideais para a corrosão do ferro (aço) com a formação da
ferrugem (Fe2O3) que ocupa um volume entre 2 e 3 vezes maior do que o aço original.
Então criam-se tensões mecânicas de tração no concreto que serão aliviadas pela formação
de fissuras e fragmentação do concreto em volta do aço; estas fissuras vão aumentar a
penetração de CO2 e dos cloretos e acelerar a corrosão ....
II.1- Obtenção
O ferro representa 5% da crosta terrestre e o Brasil possui 22 % das reservas mundiais
localizadas principalmente nos estados de MG, MS, BA, GO e AP.
O ferro não existe puro, ele é extraído a partir dos minérios que são:
- Óxidos: Fe2O3 (abundante no Brasil), Fe3O4, Fe2O3.3H2O
- Carbonatos: FeCO3 - Sulfetos: Fe2S
O aço (ferro) é produzido a partir da “queima” dos minérios em alto forno com coque a 1250
o
C segundo a seguinte seqüência:
1) Calcinação dos carbonetos e sulfatos
2) Combustão do carbono do coque segundo: C + O2 → CO
3) Redução do Fe2O3 para FeO segundo: Fe2O3 + CO → 2FeO + CO2
4) Redução de FeO em Fe segundo: FeO + CO → FeO + CO2
Assim é obtido o ferro fundido bruto ou gusa (ferro combinado com 3,5-4,5% de carbono); é
o produto de primeira fusão que não é usado tal qual por que ele é bastante impuro
(chamado em inglês pig iron).
Para poder ser usado, o ferro gusa é refundido pare ser refinado (oxidação); assim é obtido o
ferro fundido de segunda fusão com um teor de carbono entre 2 e 4 %.
Conforme aos teores de carbono e silício e velocidade de resfriamento, podem ser obtidos
vários tipos de ferro fundidos:
Tipo de ferro Composição Limite de Limite de Alongamento Características
fundido elasticidade ruptura % (BM 50 Aplicações
MPa MPa mm)
Ferro branco Carbono 3-4% 275 275 0 Peças resistentes ao desgaste e fabricação do
aço
Ferro cinzento ou Carbono 3-3,8% 240 275 <1 Frágil. Superfícies sujeitas ao desgaste,
grafítico Silício 2% blocos motores,tubos
Ferro fundido Carbono 2,2-4% 275 415 18 Carbono presente na forma de esferas de
nodular Silício 2,5% grafite. Tubulações
Ferro fundido Carbono 2,2-4% 220 345 10 Recozimento do ferro cinzento; mais
maleável Magnésio maleável e menos frágil. Tubulações,
Outros elementos ferragens
2
Os aços vão ser o produto do refino do ferro gusa, ferro fundido e sucata de aço com cal
o
em atmosfera de oxigênio puro a 1600 C: o ferro fundido se torna aço liquido e as
impurezas (C, P, S, Si, etc.) são queimadas e fixadas pela cal para formar as escórias; nesta fase
podem ser adicionados Cr, Ni, Mg, etc. que mudam a composição química e as características
dos aços. Os aços têm teor de carbono inferior a 1,7%.
Assim são obtidos produtos semi-acabados (tarugos, blocos) que serão “tratados” para a
fabricação dos produtos siderúrgicos nas formas e com as características desejadas como por
exemplo fio-máquina, barras, vergalhões, peças forjadas, perfis e tubos com e sem costura, etc.
Aço estrutural típico (Ex.: ASTM A36): σescoamento mín. 250 MPa
σresistência mín. 400-550 MPa
Influência do teor de carbono sobre as propriedades mecânicas dos aços resfriados
lentamente: quando maior o teor de carbono, mais resistente e duro mas mais frágil (menos
dúctil) será o aço:
4
Revenido Aquecimento até no máximo Corrigir os defeitos aparecidos durante uma laminação
600oC, e resfriamento lento ou uma têmpera (excesso de dureza, tensões internas)
São produtos planos de aço de baixo teor de carbono, laminado a frio, com espessura
máxima de 0,45 mm, revestida ou não (embalagens e rolhas metálicas).
São fornecidas em espessuras 0,15-0,45 mm e larguras 700-966 mm; as folhas cortadas
podem ter comprimentos entre 508 e 1174 mm.
Alguns exemplos:
- Folha-de-flandres: revestida em uma ou ambas as faces com camadas de estanho metálico e
óxido de cromo
- Folha cromada: revestida em ambas as faces com camadas de cromo metálico e óxido de
cromo
- Folha stancrom: revestida em ambas as faces com uma camada menor de estanho metálico e
uma camada maior de óxido de cromo (se comparada com a folha-de-flandres)
- Folha não revestida: folha metálica sem revestimento.
Processo:
o
(1) Chapas galvanizadas: imersão da peça num banho de zinco a 460 C
As chapas obtidas têm espessuras de 0,30 a 2,70mm e larguras entre 700 e 1.524mm.
A durabilidade é função da espessura da camada de zinco que varia entre 100 e 610 g/m²
(respectivamente entre 14 e 85 µm) e do ambiente.
II.6.5- Perfis
ÇVigas H
Quando a espessura é de até 2 polegadas (50,8 mm), os perfis são chamados de finos e acima
de 2 polegadas grossos; são vendidos com comprimentos-padrões de 6, 9 e 12 m ou sob
medida.
Perfil I U H Cantoneiras Barras Barras T
chatas quadradas
Dim. (cm) 7,5-60 7,5-38 10-25 1,3-20,3 0,5-30,5 0,8-15 1,3-20,3
São fornecidos com dois ou três furos em cada extremidade com comprimento padrão de 12
metros.
As características mecânicas dos aços para trilhos são alcançadas pela composição química
do aço:
(1) Pregos
Ç P/ telha cimento-amianto
14
(2) Parafusos
Ç Autoperfurante Ç Auto-atarraxante
(3) Conectores
Para madeira (aço galvanizado ou inox)
ò ò
CLASSIFICAÇÃO
(1) De acordo com a apresentação
* Barras: segmentos retos com comprimento entre 10 e 12 m;
diâmetros em mm: 5; 6,3; 8; 10; 12,5; 16; 20; 25; 32; 40
* Fios: elementos de diâmetro nominal inferior a 12 mm; em rolos
diâmetros em mm: 3,2; 4,5; 6,3; 8; 10; 12
Observação: aços com saliências: as saliências vão aumentar a aderência mecânica do aço
com o concreto; alguns exemplos:
Observações:
- A partir de tudo que foi dito, CA-24 e CA-32 se enquadram na classe A e os demais na classe
B.
- Para estruturas de grande responsabilidade e porte, é aconselhado verificar as
propriedades dos aços em laboratório.
As telas são malhas fortes de arame; caracterizadas pela bitola do arame usado e pela abertura
da malha
As telas com nós soldados usam geralmente os aço CA-50B (diâmetro superior a 10 mm) ou
CA-60 (diâmetro entre 3 e 9 mm) e se encontram na forma de paneis ou rolos:
Paneis Rolos
18
III.1- O alumínio
Suas principais características são:
- Boa resistência mecânica - Bastante leve - “Não sofre corrosão”
- Excelente aspecto estético - Pode ser infinitamente reciclado
- Alto grau de reflexividade das radiações solares
20
III.1.2- Fabricação
O alumínio metálico é produzido a partir da redução do minério bauxita (Al2O3). Esta
produção necessita um alto consumo de energia elétrica o que o torna bastante caro.
O alumínio é produzido na forma de:
(1) Laminados: lâminas (espessura < 6 mm), chapas lisas, lavradas ou perfuradas:
(2) Extrudados a quente (400 - 500oC): barras (Exemplo: diâmetro entre 3 e 300 mm); tubos
(Exemplo: diâmetro entre 3,2 e 260 mm; espessura da paredes entre 0,5 e 25 mm); perfis com
formas mais complexas:
III.1.3- Ligas
Ligar o alumínio com outros metais pode permitir um aumento da resistência mecânica,
mas em contrapartida pode ocorrer uma diminuição da resistência a corrosão.
- Cobre (4-10%): formação de CuAl2 que endurece o alumínio: Limite de elasticidade 180
MPa; Limite de ruptura 500 MPa; Deformação 3-7 %
- Magnésio (10%): melhora a resistência mecânica e a soldabilidade: Limite de elasticidade
105-140 MPa; Limite de ruptura 200-250 MPa; Deformação 3-7%
- Duralumínio: liga de alumínio com 4% de cobre e 0,5-1% de magnésio e manganês,
temperada e revenida dando um limite de resistência de 400 MPa.
III.1.4- Tratamentos
Objetivo: modificar o aspecto da superfície e proteger contra corrosão
- Limpeza: lavagem, desengorduramento
- Acabamento mecânico: para alterar a textura ou polimento liso inicial
- Polimento químico: para aumentar brilho e reflexão (antes da anodização); é feito em banhos
de misturas de ácidos fosfórico, nítrico, sulfúrico e acético: ocorre uma reação eletroquímica
que ataca somente os pontos altos da superfície, tornando-a super plana.
- Eletrodeposição: é um acabamento superficial com um metal mais nobre como o cromo,
níquel, cobre, zinco, prata ou ouro.
- Anodização: é um processo que permite aumentar a espessura da camada natural de Al2O3
que protege contra corrosão; as peças são imersas num banho de ácidos oxálico, bórico ou
fosfórico; o alumínio se torna ânodo (eletrólisa) e “se corrói”:
Controlando o eletrólito, a anodização pode ser fosca ou brilhante ou (e) colorida usando sais
(bronze, vinho, dourado, preto)
A espessura da camada anodizada depende do ambiente de emprego:
CLASSE AGRESSIVIDADE AMBIENTE CAMADA
A13 Média rural / urbano 11 a 15 µm
A18 Alta marinho 16 a 20 µm
A23 Altíssima industrial 21 a 25 µm
III.1.5- Emprego
(4) Extrudados: são usados para perfis para portas, janelas, boxe de banheiro etc.
(5) Fios e Cabos Condutores: para linhas de transmissão de energia elétrica (são mais barato
e leve do que o cobre mas menos maleável)
(6) Fundidos e Forjados: para caixas de câmbio, carcaça de motores, rodas para automóveis,
etc.
(7) Em pó: nas industrias das tintas, produtos químicos e farmacêuticos, etc.
Algumas características:
Cobre (99,95 %) Latão (70Cu-30Zn) Bronze (92Cu-8Sn)
3
Densidade g/cm 8,94 8,53 8,80
Módulo de elasticidade GPa 110 110 110
Tensão de escoamento MPa 70 75 152
Limite de resistência MPa 220 300 380
Ductilidade % base de med. 50 mm 45 68 70
Coeficiente de Poisson 0,35 0,35 0,35
-1 6
Conductividade elétrica (Ω-m) 10 58 16 7,5
Conductividade térmica W/m-K 400 120 62
o -1 -6
Coef. de expansão térmica / C 10 16,5 20 18,2
O cobre puro apresenta uma boa resistência à corrosão no ar seco; no ar úmido e em presença
de CO2, ele se reveste de uma camada de carbonato.
24
IV.4- Chumbo
- Principal minério: sulfeto de chumbo (galena)
- É o mais mole dos metais pesados
- Limite de resistência à tração 14 MPa; limite de elasticidade 4 MPa
- Módulo de elasticidade 17 GPa; dureza Brinell 4,6
- Apresenta alta resistência à corrosão: ele se reveste com uma camada protetora de
hidrocarboneto de chumbo que é um produto altamente tóxico
- Densidade 11,3 g/cm3
- Usado em tubos e artefatos para canalizações mas não usar em canalizações para água
corrente devido à toxicidade do hidrocarboneto de chumbo
- Ele é absorvente de choque, vibrações e de raios-X
- Usado antigamente na composição das tintas , mas perigoso
- Baterias para automóveis
IV.5- Estanho
- Principal minério: cassiterita
3
- Densidade 7,3 g/cm
- Usado para formar ligas, para proteção superficial de outros metais e na composição da solda
o
de encanador (2/3 chumbo - 1/3 estanho) que funde a 240 C.
IV.6- Titánio
- Densidade 4,5 g/cm3
- Limite de resistência 330 MPa; limite de escoamento 240 MPa
- Módulo de elasticidade 107 GPa; Ductilidade 30 %
- Alta resistência à corrosão mas soldagem difícil
- Caro...
1
PLÁSTICOS E BORRACHAS
Plásticos e borrachas fazem parte dos materiais orgânicos que são materiais com
grande quantidades de carbono: plásticos, pinturas, adesivos, mastiques, betume,
madeira, algodão, etc. Os principais componentes dos plásticos são os polímeros.
Os plásticos são materiais artificiais formados pela combinação de carbono com oxigênio,
hidrogênio, nitrogênio e outros elementos orgânicos ou inorgânicos que, embora sólidos no
seu estado final, em alguma fase de sua fabricação apresentam-se sob a condição de líquidos
viscosos, podendo, então, ser moldados nas formas desejadas.
VANTAGENS DESVANTAGENS
Leveza (manuseio fácil) Resistência mecânica
Inalterabilidade (umidade, corrosão,...) Resistência térmica
Aspecto (transparência, cor, incrustação) Dilatação
Manutenção Retração
Impermeabilidade Estabilidade dimensional (fluência)
Isolação (acústica, elétrica, térmica) Resistência ao risco
Amortecedor de choques Umidade
Autolubrificante - Baixa perda por atrito Envelhecimento (UV, oxigênio)
Resistência química (ácidos, bases...) Resistência aos solventes
Facilidade de colocação em formas Fogo: expele fumaça densa e tóxica
Combustão difícil - Auto-extinguíveis
2
São obtidos por polimerização de monômeros (ou meros) que são pequenas moléculas
que, condensando-se com outras, formam uma grande molécula ou macromolécula que
será o polímero: nA → (A)n A: monômero ou mero.
Exemplo: polimerização do etileno:
H H H H H H H H H H
n C=C è ---− C − C − C − C − C − C −--- ≡ −(C − C)n−
H H H H H H H H H H
ETILENO POLIETILENO (Notação)
Os copolímeros são ligas de 2 ou mais polímeros com o objetivo de obter propriedades não
disponíveis para um homopolímero como por exemplo a copolimerização do estireno com
butadieno para obter o poliestireno choque ou alto impacto:
O poliestireno é rígido e frágil é copolimerizado com o polibutadieno que é borrachudo; será
obtido uma resina com baixo módulo mas com alta resistência aos impactos (tenacidade)
I.2- Termoplásticos
São compostos por polímeros lineares ou pouco ramificados
As cadeias são ligadas entre si por ligações de Van Der Waals que são fracas; no
aquecimento, as cadeias vão deslizar facilmente entre si levando a um amolecimento do
material que poderá então ser moldado com facilidade: esta transformação é reversível.
I.4- Elastômeros
Principal característica: alta deformação elástica (reversível) superior a 400 %; esta
alta deformação reversível não deve ser confundida com a alta deformação plástica
irreversível encontrada para alguns termoplásticos (exemplo: polipropileno 700 %)
São obtidos por vulcanização que consiste na criação de ligações cruzadas entre as cadeias.
Tensão
2
3
4
5
Deformação
Sejam as seguintes condições:
1) Foram testados 5 polímeros diferentes com temperatura e velocidade de
deformação fixadas: então temos a seguinte seqüência de comportamento ilustrados na
figura precedente:
6
2) Foi testado um polímero com uma velocidade de deformação fixada mas para
várias temperaturas: então, a seqüência de comportamentos quando a temperatura
aumenta é: 1, 2, 3, 4, 5 (isto é: comportamento 1 em baixa temperatura, comportamento 2
numa temperatura um pouco maior, etc.)
3) Foi testado um polímero com uma temperatura fixada mas para várias velocidades
de deformação: então, a seqüência de comportamentos quando a velocidade de deformação
diminui é: 1, 2, 3, 4, 5.
II.2- Plastificantes
Eles tornam o polímero mais plástico: eles aumentam a flexibilidade e a resistência ao
impacto, facilitam a moldagem mas também reduzem a resistência mecânica, a resistência ao
calor, a estabilidade dimensional e a resistência a solventes.
Eles agem como lubrificantes das cadeias de moléculas, permitindo um maior
movimento entre elas:
II.3- Corantes
Eles podem ser introduzidos no plástico na forma de tintas (solúveis na composição dos
plásticos) ou na forma de pigmentos (não solúveis, dispersados na massa plástica).
Características importantes: eles devem ser compatíveis com a massa plástica e a cor
deve apresentar uma boa estabilidade frente à temperatura de moldagem, a exposição à luz,
umidade e ao ar.
ðOxidação: provoca também uma reação em cadeia iniciada pela ruptura de uma ligação
atómica sob a ação do oxigênio (queda das propriedades mecânicas)
ð Efeitos mecânicos: cargas repetidas mais o efeito do agentes de degradação pode levar à
ruptura; cargas de longa duração podem provocar a fluência do material (escoamento);
agentes de deterioração fragilizam os plásticos que vão perder resistência ao impacto.
- A degradação é mais rápida em áreas limpas e rurais do que em locais poluídos: isto
por que ocorre uma diminuição da intensidade da radiação UV devido à camada protetora
de sujeira !!!
- Plásticos em ambientes internos se degradam menos rapidamente que plásticos
ambientes externos.
- A durabilidade é menor nas regiões tropicais do que nas regiões temperadas.
Aplicações típicas:
Tubulações de água potável (usar o PVC clorado, chamado CPVC, para água quente); as
conexões podem ser elásticas (com anel de borracha), soldadas ou roscáveis.
Redes de esgoto domiciliar e público, isolamento de fios e cabos de energia e telefonia;
telhas, calhas, pisos, esquadrias (portas e janelas), revestimento de paredes (“siding”),
forros, divisórias leves; mantas de impermeabilização; embalagens rígidos e transparentes
para bebidas e alimentos; toalhas de mesa, cortinas de chuveiros; bolsas e roupas de couro
artificial; sapatos.
Observação: FIBRAS
A fibras ou fios de náilon, PP, poliester, etc. são usados como reforço, tecido ou fíler;
são obtidos fazendo passar o polímero fundido ou em solução através de uma fieira; em
seguida, o polímero solidifica por resfriamento ou evaporação do solvente (aumento da
temperatura).
carros, capacetes, CDs, material de cozinha e refeitórios (bandejas, jarros de água, talheres,
mamadeiras).
TELHAS
2 Resinas de ureia-formaldeído
São TF, brancos, opacos.
Características marcantes: boa resistência mecânica e química, dureza, custo baixo
Aplicações típicas: adesivos para madeira (chapas de compensados); divisórias; vernizes;
moldados duros e resistentes à compressão e ao impacto (com cargas).
3 Resinas de melamina-formaldeído
São TF, brancos, opacos.
Características marcantes: alta resistência mecânica, térmica e química; boa estabilidade
dimensional e resistência ao risco e ao impacto; elevada dureza; custo baixo.
2
V.16- “Fiberglass”
São resinas poliésteres (alquídicas; GRP ou FRP) ou epóxi ou melaminas reforçada
com fibras de vidro (amianto e sisal também podem ser usados)
Características marcantes: alta resistência, facilidade de processamento
Aplicações típicas (indústria dos pré-fabricados): paredes divisórias, painéis de vedação,
box, banheira, lavatórios, armários, formas para concreto, cascos de barcos, tubos para
esgoto industrial, tanques, piscinas.
V.17- Silicones
2
VI.9- Pinturas
Uma tinta é formada por uma resina, um solvente, pigmentos e aditivos; quando ela
seca, ela deixa uma película fina de plástico duro.
Exemplos:
Emulsões de PVA, emulsões acrílicas, resinas alquídicas são as resinas mais comuns.
Tintas epóxi e poliuretano apresentam alta resistência à agentes químicos, ao desgaste e
impermeabilidade para ambientes mais agressivos (cozinhas, banheiros, laboratórios e
indústrias).
1
TINTAS E VERNIZES
São materiais de revestimento, de consistência líquida ou pastosa, aptos a cobrir,
proteger e colorir as superfícies de um objeto; podem ser:
- Brilhantes ou opacos - Transparentes ou não - Coloridos ou incolores
- Resistentes a determinados tipos de agentes agressivos
I- Tintas
I.1- Generalidades
Composição: as tintas são compostas por:
1 Uma resina ou veículo não volátil (suporte, ligante): é um líquido espesso que ao
secar, forma uma película sólida aglomerando as partículas de pigmento; as resinas
podem ser naturais ou sintéticas (poliméricas).
* podem ser fornecidas sólidas, então, devem ser diluídas com um solvente
apropriado para ser incorporado às tintas;
* podem ser fornecidas líquidas em soluções com solventes.
A resina terá uma influência na dureza, flexibilidade, resistência à abrasão, resistências
químicas, adesão, secagem e cura, durabilidade e aplicabilidade do revestimento.
S = Substrato
F = Primer ou fundo, cujo desempenho varia em função do tipo de substrato
I = Undercoat ou camada intermediária (base para a camada de acabamento)
A = Topcoat ou camada final ou camada de acabamento
No caso das resinas sintéticas, os filmes podem ser obtidos a partir de dois
mecanismos básicos de secagem: termoplástico e termofíxo
ð Nas tintas a base de resinas celulósicas (ésteres celulósicos), o filme se forma por
evaporação de solvente; a aplicação pode ser feita por spray, imersão, rolo.
Apresentam uma baixa resistência aos álcalis e à umidade.
cromato de zinco, tintas asfalticas, com fosfato de zinco (não perigoso para a saúde).
Nas tintas de alumínio (com pigmento de alumínio que é um agente anti-corrosivo), os
pigmentos se dispõem em lâminas dificultando a passagem do vapor de H2O e O2,
aumentando também o brilho segundo:
- Fosforescentes: continuam brilhar depois que a radiação cessou por algumas horas.
ð Tintas a cal: mais econômicas, dão à superfície aparência fosca, lisa, são de fácil
aplicação e deixam a parede respirar. No entanto, são de qualidade inferior, pouco
aderente à madeira e metais; são mais usadas em pintura de alvenaria.
Preparação: cal + água suficiente para conseguir uma consistência leitosa e não aquosa
+ 0,5 % em volume de óleo de linhaça
Processo de pintura: - aplicação do selador: cal + água
- aplicação da tinta de acabamento: cal + água + pigmento + cola
ð As tintas de cimento são de melhor qualidade que as tintas a cal (secagem mais
rápida) mas inferiores as tintas a base de resina (mas mais econômicas). São pouco
aderente à madeira e metais; são aplicadas em alvenaria em ambientes internos e
externos (mas neste caso com aditivos impermeabilizantes).
Preparação: - Dependendo do tipo, deve ser feita entre 2 e 48 horas antes da aplicação
- 1 kg de pó para 2-3 litros de água + 10 g de óleo de linhaça
- Para superfícies externas, molhar a superfície antes da aplicação
9
I.2.5- Lacas
São constituídas por um filme de material plástico (nitrocelulose, PVA, acrílico ou
resina de fenolformaldeido), um solvente ou mistura de solvente e às vezes um
plastificante e um pigmento. Só possuem 50% de sólidos, então será necessário
aplicar muitas demãos.
I.2.6- Esmaltes
Eles formam uma camada ou película acetinada excepcionalmente lisa ; são
formulados em resinas sintéticas (Ex.: a base de resinas alquídicas). Podem ser
aplicados em superfícies de alvenaria, ferro, madeira tanto em ambientes internos como
externos (dependendo do tipo de resina).
I.2.7- Vernizes
São produtos de consistência líquida ou semi-líquida, que, quando espalhados
sobre um objeto, deixam uma camada fina, brilhante, transparente ou translúcida
de modo a protegê-lo por muito tempo.
A secagem pode operar-se por evaporação do solvente ou por reação química
(oxidação, polimerização, etc.)
São constituídos por:
- um óleo que dá a película de cobertura
- uma resina natural ou sintética (Ex.: alquídica) ou uma mistura que dá lustro,
adesão e resistência
- um solvente que diminui a viscosidade
São usados principalmente para madeiras e para tijolos a vista, telhas.
Principais tipos
10
ð Selantes:
São produtos com grande poder de enchimento podendo ser na forma líquida ou
pastosas, compostos por resinas acrílicas, solventes, resinas silicônicas, etc.
São usados para uniformizar a absorção, selar e aumentar a coesão de superfícies
porosas (alvenaria, rebocos, cimento amianto, etc.).
III.1- Generalidades
Após sua secagem, as pinturas para interiores e exteriores devem satisfazer as seguintes
condições:
→ Propiciar recobrimento uniforme da base
→ Não apresentar escorrimento de tinta sobre a superfície pintada
→ Não apresentar fissuras, trincas, formação de bolhas ou pulverulência ao contato
→ Prevenir o desenvolvimento de organismos biológicos
→ Possuir estabilidade química em relação à base (Ex.: alcalinidade)
14
b) Em área molháveis
- Tintas à base de resina alquídica, epóxi, borracha clorada
c) Em paredes de banheiro, cozinha e área de serviço, sem contato direto com a água
no estado líquido
- Tintas à base de cal - Tintas à base de cimento
- Tintas em emulsão PVA, acrílica
- A carbonatação é uma reação química que ocorre entre a cal hidratada e o gás
carbônico do ar segundo: [Ca(OH)2 + CO2 → CaCO3 + H2O]
É um processo lento então, é necessário aguardar no mínimo 30 dias antes de aplicar a
pintura.
- Um excesso de alcalinidade pode ser corrigido com a aplicação prévia de um fundo
preparador álcali-resistente ou a aplicação de um selador acrílico à base de água.
- Um falta de coesão (firmeza com a qual a superfície reage diante de uma ação
mecânica) pode ser corrigida com a aplicação prévia de um fundo preparador álcali-
resistente, com alto poder ligante e penetrante à base de solvente.
- Em caso de uma umidade excessiva do substrato causada por vazamentos nas
tubulações, infiltração de água do solo, falhas nas lajes de cobertura ou telhados, má
ventilação dos locais, a causa deve ser eliminada e deve se aguardar a secagem.
2) Proteção por barreira cujo objetivo é impedir o contato do metal com a umidade
(eletrólito) e o oxigênio.
- As espessuras recomendadas são de 120 µm para ambientes normais e 300 µm para
ambientes industriais
- A impermeabilidade da tinta deve ser adequadas:
Tipo de resina Caráter
Vinílica (PVA) + permeável
Alquídica
Epoxídica
Borracha clorada - permeável
Exemplos: borracha clorada, resinas epóxis e fenólicas com pigmentos anticorrosivos
V.7.1- Galvanizados
1) Limpeza com solventes no caso de galvanização nova; com palha de aço e
solventes no caso de galvanização velha (exposição > 6 meses ao intemperísmo)
2) Primer: à base de zinco; alquídico pigmentado com cargas alcalinas ou wash primer
à base de PVB e ácido fosfórico
3) Acabamento: esmalte alquídico ou esmalte epóxi poliamido
V.7.2- Alumínio
- Preparação da superfície: limpeza com solvente para remoção de todo o óleo e
graxa; os métodos mecânicos não são recomendados ou lixar suavamente (pode ocorrer
uma destruição da camada da anodização).
21
VIDROS
I- Definição
São materiais nem líquidos, nem sólidos cristalinos; são sólidos amorfos
Figura (a): sólido cristalino que apresenta uma ordem a curto e a longo alcance
Figura (b): vidro que apresenta somente uma ordem a curto alcance
Exemplos de materiais amorfos: óxidos (SiO2, B2O3, P2O5, etc.); polímeros (PVC,
polietileno, poliestireno, etc.) e alguns metais em condições especiais.
- Em tijolos:
- Para aplicações especiais: ótica, Laser, fibras óticas, espelhos, vidro-cerâmico, etc.
São maus condutores de calor e eletricidade.
Apresentam alta resistência química, exceto em presença de ácido fluorídrico.
verticalmente ou horizontalmente
Em seguida, o vidro necessita passar por um processo retífica e polimento
levando a perdas de cerca de 20 %:
2) Pelo processo float onde o vidro fundido flutua num banho de estanho fundido
obtendo uma perfeita planimetria das faces:
2+ 2+
Ex: Ni transmite no vermelho e Cu transmite no azul
Observações:
- Os vidros fotosensíveis, são vidros com pequenos cristais na massa de AgCl (cloreto
de prata) que vão “escurecer” o vidro quando em contato com a luz solar segundo:
0 0
AgCl + hν (energia solar) → Ag + Cl
O Ago absorve a luz e torna o vidro cinza. Assim que a fonte de luz desaparece Ago e
Clo se re-associam em AgCl e o vidro se torna de novo incolor.
- Os vidros eletrocrómicos são vidros revestidos por uma camada de óxido cuja
transparência pode ser controlada com a aplicação de impulsos elétricos.
UV, luz visível e IV, quando absorvidos, são convertidas em calor; então a energia
solar é composta por 100 % de energia térmica e 45 % de energia luminosa.
Para que uma construção seja energeticamente adequada, tem que reduzir o
consumo de energia:
- Absorvendo o calor do sol para aumentar a temperatura interna nos climas frios
- Bloqueando o calor do sol para diminuir a temperatura interna nos climas quentes
- Deixando passar o máximo possível de energia luminosa natural
A escolha do vidro adequada minimizará o consumo de energia elétrica para
iluminação e refrigeração ou aquecimento.
O vidro polido bronze com superfície refletante (antélio bronze) é mais eficiente
na redução da entrada do calor que os vidros verdes e incolores mas também
proporciona uma grande diminuição de transmissão luminosa:
2 - A superfície do vidro pode ser tratada com ácido fluorídrico ou com jatos de areia
fina e ar comprimido; isto aumentará a difusão e reduzirá a passagem da luz: são os
vidros foscos.
V- Vidros de segurança
Objetivos:
- Quando se quer uma maior resistência mecânica (flexão, choques) e térmica
(choques, fogo)
- Quando fracturados, devem produzir fragmentos menos susceptíveis de causar
ferimentos graves que o vidro comum recozido (cortes).
Mercado: indústria automobilística e construção civil.
A NB-226 e NBR7199 especifica o uso obrigatório dos vidros de segurança nos
seguintes casos:
- Balaustradas, parapeitos e sacadas
- Vidraças não verticais sobre passagens
- Vidros em forros ou telhados
- Vitrines e portas de vidro
- Vidraças que dão para o exterior, sem proteção adequada, até 0,1 m de piso, no caso
de pavimentos térreos e 0,9 m de piso, para os demais pavimentos
- Lugares escorregadios (banheiros, duchas, piscinas, etc.)
- Vidros de construção escolares, salas de esportes e ginásios
- Clarabóias e envidraçamento em grandes alturas
TÊMPERA TÉRMICA
Os fenómenos de dilatação térmica podem criar tensões mecânicas. Para um corpo
homogéneo e isotropo, a dilatação livre não produz tensões, mas se o corpo é
impedido alongar-se podem aparecer tensões mecânicas.
A tensão (σ) é proporcional ao módulo de elasticidade (E) e à deformação de origem
térmica: Deformação = ∆l/l = α∆T = σ/E (α: coeficiente de dilatação térmica)
o o o
T C (quente) T0 C (frio) T0 C (frio)
αA < αB
o
Na temperatura T C, os dois sólidos A e B têm as mesmas dimensões; quando eles
o o
passam de T C (quente) para T0 C (frio), o sólido B vai contrair mais do que o sólido
A por que αA < αB.
o
Supondo que A e B sejam “soldados” a T C (quente). Quando o conjunto passa para
o
T0 C (frio), o sólido B vai querer contrair mais do que A mas será impedido por este
que contrai menos (αA < αB); também, o sólido B vai tentar “forçar” o sólido A em
o
contrair mais do que ele deveria. Então, na temperatura T0 C (frio), o conjunto A e B
soldados apresentara um tamanho intermediário entre os tamanhos de A e B nesta
temperatura quando podem contrair livremente, e, aparecerão tensões de
compressão no sólido A e tensões de tração no sólido B.
o o
T1 < T 2 T0 C (frio) T0 C (frio)
Peças separadas: como a peça A2 estava numa temperatura maior do que a peça A1
o
(T1<T2), na temperatura T0 C. A2 vai contrair mais do que A1.
o
Se A1 e A2 são soldados quando A1 está a T1 e A2 está a T2 , na temperatura T0 C
(frio), o peça A2 vai querer contrair mais do que A1 mas será impedido por esta que
contrai menos (T1<T2); também, o sólido A2 vai tentar “forçar” o sólido A1 em contrair
o
mais do que ele deveria. Então, na temperatura T0 C (frio), o conjunto A1 e A2
soldados apresentara um tamanho intermediário entre os tamanhos de A1 e A2 nesta
temperatura quando podem contrair livremente e, aparecerão tensões de compressão
na peça A1 e tensões de tração na peça A2; isto é o princípio da têmpera térmica.
1
Espessura da chapa
CONSEQUÊNCIAS
1- Melhoria da resistência à flexão: resistência vidro recozido ≅ 40 MPa
Tensões de compressão na superfície de um vidro temperado ≅ 100 MPa
1
Empenamento admissível:
Espessura (mm)
Dimensões (cm) 6 7 8 10
< 90 3,2 2,9 2,8 1,6
90 a 120 4,8 4,5 4,3 2,4
120 a 150 6,3 6,0 5,6 3,2
150 a 180 8,0 7,6 7,2 4,0
180 a 210 9,5 8,9 8,3 4,8
210 a 240 12,7 11,9 11,0 6,3
240 a 270 - - - 9,5
270 a 300 - - - 12,7
Acabamento:
- Impressos, coloridos (verde, cinza, bronze)
- Opacos: com polimento superficial (jatos de areia ou ácido fluorídrico) mas atenção
isto pode diminuir a resistência pela criação de pequenos defeitos superficiais.
O laminado mais comum e usado é composto por duas lâminas de vidro float de
3mm e uma película de PVB de 0,38mm.
Características:
Elas são função da quantidade, natureza e espessura dos elementos; os vidros
laminados são classificados em função do grau de proteção desejado em:
- Antiacidente: contra choques acidentais, retém objetos evitando quedas
- Antivandalismo: para proteção de bens e quedas de pessoas
- Antiroubo: para proteção dos bens contra arrombamento e armas de pequeno e
médio calibre
- Antibala: para proteção contra assaltos com armas pesadas
Codificação:
* 3 + 3/1 quer dizer que a chapa é constituída por 2 vidraças de 3 mm e 1 película de PVB de
0,38 mm dando uma espessura total de 6,38 mm.
* 4 + 5/2 quer dizer que a chapa é constituída por 1 vidraça de 4 mm, 1 vidraça de 5 mm e 2
películas de 0,38 mm dando uma espessura total de 9,76 mm.
1
Quando quebra, ele não estilhaça e os fragmentos mantêm-se presos à tela metálica.
IX- Armazenamento
Deve ser feito em pilhas, apoiados em um material que não danifique as bordas
(madeira, borracha):
2
- Se as chapas ficam armazenadas por muito tempo, elas devem ser separadas
por papel ácido: isto para evitar a corrosão do vidro devido à agua presa entre as
chapas segundo: 1) SiONa + H2O → SiOH + NaOH
2) Si-O-Si + OH- → SiOH + O-Si (solúvel)
Ocorre ataque superficial que prejudica a qualidade ótica do vidro
X- Fibras de vidro
LÃ DE VIDRO
2
- Fabricação: processo TEL: o vidro fundido entra numa peça que tem a forma de um
UFO (objeto voador não identificado) com pequenos furos nos lados e que gira em
alta velocidade. O vidro passa através dos furos formando as fibras que na saída são
resfriado e eventualmente coladas:
* Paneis rígidos revestidos ou não por uma folha de alumínio ou uma película de
plástico: paredes duplas isolantes, revestimentos absorventes acústicos, redução de
ruídos de impacto (em pisos flutuantes), miolos de divisórias, dutos de ar
condicionado, barreira de vapor (revestido por uma folha de alumínio), etc.
2
* Em rolos (feltros flexíveis revestidos ou não por uma folha de alumínio) para
isolação térmica de coberturas e forros, fabricação de telhas duplas isolantes,
isolação acústica em paredes duplas, isolamento de ruídos de impacto em pisos
- Isolante térmico
2
FIBRAS
- Fabricação: Exemplo - Principal uso: como reforços com outros
materiais de construção (poliéster,
argamassas)