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SEMINÁRIO I REGRA-MATRIZ DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA E

IMPOSTOS SOBRE A TRANSMISSÃO DE BENS E DIREITOS: CAUSA


MORTIS, DOAÇÕES E INTER VIVOS

Aluno: Sérgio Irineu Vieira de Alcântara


Turma B: Terças e quintas.
RA 00183107

Leitura básica:

CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário, linguagem e método. 6ª ed. São


Paulo: Noeses, 2015 – Segunda Parte, Capítulo 3, itens 3.1 (Regra-matriz de incidência)
e 3.2 (Para uma síntese da regra-matriz de incidência).
BARRETO, Aires Fernandino. Impostos estadual e municipal sobre a transmissão de
bens. In Revista de Direito Tributário nº 48. São Paulo: Malheiros, 1989.
BRAGHETTA, Daniela de Andrade. ITBI e ITCMD – estudo das regras-matrizes de
incidência. In: Eurico Marcos Diniz de Santi (coord.). Curso de Especialização em
Direito Tributário: Estudos Analíticos em Homenagem a Paulo de Barros Carvalho. Rio
de Janeiro: Forense, 2005.

Leitura complementar:

FERNANDES, Regina Celi Pedrotti Vespero. Imposto sobre transmissão causa mortis e
doação – ITCMD. 2ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005. MACEDO, Alberto
Oliveira. ITD - Imposto sobre a doação de qualquer bens ou direitos: limitações ao
legislador estadual à luz de seus critérios material e pessoal. In Revista Dialética de
Direito Tributário, v. 198, p. 13-27, 2012.
MACEDO, José Alberto Oliveira. ITBI - Aspectos Constitucionais e
Infraconstitucionais. São Paulo: Quartier Latin, 2010 – Capítulo 5 (A Regra-Matriz de
Incidência Tributária do ITBI).
PEIXOTO, Daniel Monteiro. Sucessão familiar e planejamento tributário 1: impostos
incidentes sobre herança e doações. In: PRADO, Roberto Nioac;
PEIXOTO, Daniel Monteiro;
SANTI, Eurico Marcos Diniz de (Org.). “Estratégias Societárias, Planejamento
Tributário e Sucessório”. São Paulo: Saraiva, 2009.

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Rua da Consolação, 881 - Consolação - Cep: 01301-000 - São Paulo - SP – Fone: (11) 3124-9600 – Fax: (11) 3124-
9612 www.pucsp.br/cogeae – E-mail: infocogeae@pucsp.br
Questões:

1. Explique que é e qual a importância da regra-matriz de incidência tributária.


Exponha detalhadamente cada um de seus critérios, bem como as respectivas
funções. O antecedente e o consequente da regra-matriz de incidência tributária
são descritivos ou prescritivos? Trata-se de norma em sentido amplo ou em sentido
estrito? Ou a regra matriz de incidência tributária é um método? Compor as
regras-matrizes de incidência dos impostos sobre transmissão inter vivos e causa
mortis.

A regra matriz de incidência tributária é uma norma que define o âmbito de incidência
do tributo.
São três critérios: material, espacial e temporal.
O critério material, segundo o professor Paulo de Barros Carvalho é composto
invariavelmente de um verbo e um complemento, por exemplo, “vender mercadorias”,
“industrializar produtos”.
É a ação (vender) e seu complemento (mercadorias).
Porém, o verbo não pode ser impessoal (ex. haver), nem sem sujeito (ex. choveu).
Além disso, o mestre observa que inúmeros autores, nacionais e estrangeiros, que se
dedicaram ao tema, acabaram incluindo no critério material todo o perfil da hipótese
tributária, pois confundiram o núcleo da hipótese normativa com a própria hipótese. Por
isso, é indevida a utilização de descrição objetiva do fato como sinônimo para critério
material porque aquela é a compostura integral da hipótese tributária e este é apenas um
de seus componentes lógicos.
O critério espacial é a circunstância de lugar que delimita o critério material. Tem
relação com a competência do ente impositivo. Às vezes o legislador é mais rígido ao
estabelecer esses locais, como no caso das repartições alfandegárias (imposto de
importação), às vezes nem tanto, escolhendo territórios, como no caso do IPTU e às
vezes o critério é bem genérico, como no caso do ICMS, que pode ser todo o território
brasileiro.
E o critério temporal é a circunstância de tempo que delimita o critério material. Por ele
se aufere o momento exato ao qual se repostam os efeitos da obrigação tributária.
Além disso, o antecedente da regra matriz é descritivo, enquanto o consequente é
prescritivo. Isto porque o antecedente descreve condutas e o consequente aponta, como
o próprio nome diz, as consequências da conduta ter se realizado.
Como ensina o Prof. Roque Antonio Carrazza, em sua obra Reflexões Sobre A
Obrigação Tributária, “toda norma jurídica é composta de dois elementos; a saber: a) a
hipótese (ou antecedente), que é mera descrição de um ato, de um fato ou de uma
situação jurídica; e, b) o mandamento (ou consequente), que prevê a instauração de uma
relação jurídica, sempre que ocorrer o evento apontado na hipótese”.
A regra matriz é um facilitador para o intérprete.
Destarte, é norma em sentido estrito, ao contrário dos textos de lei que são normas em
sentido amplo.
O professor Paulo de Barros Carvalho acrescenta que há inúmeras consequências
práticas, entre outras, a de permitir o esclarecimento de casos de isenção, descritos de
forma nebulosa pela doutrina tradicional. Assim sendo, ela é uma fórmula que ajuda a
identificar e analisar a norma.

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- Regra-matriz de incidência do imposto sobre transmissão inter vivos – ITBI:

ANTECEDENTE

1) Critério material: transmitir (verbo) "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso,
bens imóveis (complemento), por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre
imóveis, exceto os de garantia, bem como ceder (verbo) direitos à sua aquisição (art.
156, II, CF).

2) Critério espacial: O território do Município ou do Distrito Federal em que se localiza


o imóvel.

Fundamento: Art. 147, CF. Competem à União, em Território Federal, os impostos


estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os
impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.

3) Critério temporal: O momento da transmissão dos referidos bens e/ou direitos.

CONSEQUENTE

1) Critério pessoal

1.1 – Sujeito ativo – Município ou Distrito Federal.

1.2 – Sujeito passivo – O adquirente do imóvel ou o cedente dos direitos sobre ele.

2) Critério quantitativo

2.1 – Base de cálculo: É o valor venal dos bens ou direitos transmitidos (art. 38, CTN).

OBS – Esclarecimentos do site da Prefeitura Municipal de São Paulo.

Site:http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/financas/servicos/itbi/index.php?p=251
3

Base de cálculo
A base de cálculo é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos, assim entendido o valor
pelo qual o bem ou direito seria negociado em condições normais de mercado para compra e
venda à vista.

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A base de cálculo do ITBI será o maior valor entre o valor de transação e o valor venal de
referência, fornecido pela Prefeitura de São Paulo, de acordo com o Decreto nº 51.627/2010 e a
Lei nº 11.154/1991.

2.2 – Alíquota: No Município de São Paulo:

-0,5% (meio por cento), 2% ou 3% conforme as regras abaixo, extraídas do site da


Prefeitura Municipal de São Paulo.

Site:http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/financas/servicos/itbi/index.php?p=251
3

Cálculo
O imposto será calculado aplicando-se, sobre a base de cálculo, as seguintes alíquotas:
- Nas transmissões compreendidas no Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e no Programa de
Arrendamento Residencial (PAR), assim como naquelas que envolverem Habitação de Interesse
Social (HIS) aplica-se a alíquota de 0,5% (meio por cento) sobre o valor efetivamente
financiado, até o limite máximo de R$ 73.256,87.
- Sobre o restante do valor que exceder o limite de R$ 73.256,87, financiado ou não, aplica-se a
alíquota de 2% (dois por cento). O tributo a ser pago será a soma algébrica dessas duas
parcelas. A partir de 30/03/2015, a alíquota sobre o valor restante passará a ser de 3% (três por
cento) em razão da promulgação da Lei nº 16.098 de 29 de dezembro de 2014.
- Nas demais transações, aplica-se a alíquota de 2% (dois por cento) sobre a base de cálculo. A
partir de 30/03/2015, a alíquota passará a ser de 3% (três por cento) em razão da promulgação
da Lei nº 16.098. de 29 de dezembro de 2014.

- Regra-matriz de incidência do imposto sobre transmissão de bens e direitos causa


mortis – ITCMD:

ANTECEDENTE

1) Critério material: transmitir (verbo) "causa mortis" ou doar (verbo) quaisquer bens ou
direitos (complemento) - art. 155, I, CF.

2) Critério espacial: O território do Município ou do Distrito Federal.

Fundamento: Art. 147, CF. Competem à União, em Território Federal, os impostos


estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os
impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.

3) Critério temporal: O momento da transmissão dos referidos bens e direitos.

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OBS – Art. 15, da Lei 10.992/01, do Estado de São Paulo:

Artigo 15 - O valor da base de cálculo é considerado na data da abertura da sucessão, do contrato de


doação ou da avaliação, devendo ser atualizado monetariamente, a partir do dia seguinte, segundo a
variação da Unidade Fiscal do Estado de São Paulo - UFESP, até a data prevista na legislação tributária
para o recolhimento do imposto.

CONSEQUENTE

1) Critério pessoal

1.1 – Sujeito ativo – Estado ou Distrito Federal.

1.2 – Sujeito passivo – O herdeiro, legatário ou donatário do imóvel.

OBS – O art. 42, do CTN, estabelece que o contribuinte do imposto pode ser qualquer
das partes na operação tributada, como dispuser a lei, mas, na prática, normalmente, é o
donatário.

2) Critério quantitativo

2.1 – Base de cálculo: É o valor venal dos bens ou direitos transmitidos (art. 38, CTN).

OBS – Esclarecimentos do site da Prefeitura Municipal de São Paulo

Site:http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/financas/servicos/itbi/index.php?p=251
3

Base de cálculo
A base de cálculo é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos, assim entendido o valor
pelo qual o bem ou direito seria negociado em condições normais de mercado para compra e
venda à vista.
A base de cálculo do ITBI será o maior valor entre o valor de transação e o valor venal de
referência, fornecido pela Prefeitura de São Paulo, de acordo com o Decreto nº 51.627/2010 e a
Lei nº 11.154/1991.

2.2 – Alíquota: No Estado de São Paulo:

- 4%, conforme dispõe o artigo 16, da Lei 10.992/01, do Estado de São Paulo.

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2. Antônio está interessado em utilizar o imóvel de propriedade de José por um
período de 10 anos, pensando, inclusive, em acrescer-lhe mais construções. Os dois,
então, celebram um contrato de constituição de direito de superfície (a título
oneroso). Nesse contrato foi prevista indenização em favor de Antônio
(superficiário), caso este construa novas acessões físicas ao terreno (art. 1.375,
Código Civil). O valor do contrato foi de R$ 400.000,00, com pagamento em 20
prestações de R$ 20.000,00. Pergunta-se:
(a) É devido o ITBI na constituição de direito de superfície?

Embora reconheçamos a força da argumentação dos alunos que entenderam que sim,
pois o art. 1.369, do CC, contempla a concessão, gratuita ou onerosa, do direito de
superfície, que, por sua vez é considerada bem imóvel (art.80, do CC), e, portanto,
sujeita ao ITBI, entendemos que se trata de hipótese diferente daquela prevista no art.
156, II, da CF, que é uma permissão para a criação deste tipo de imposto, que necessita
de regulamentação e atualmente não temos essa regulamentação para a cobrança de
ITBI por cessão de direito de superfície.
Destarte, entendemos que há um problema com a regra matriz e que, por isso, o ITBI é
indevido.

(b) Ao final do contrato haverá incidência de ITBI? Se sim, por que valor?

Entendemos que não haverá a incidência de ITBI.

(c) Caso Antônio ceda seu direito de superfície para terceira pessoa, ele (como
cedente do direito de superfície) pode ser indicado pela lei ordinária como
contribuinte do ITBI?

Não, pois só a lei complementar pode regulamentar esta situação.

3. A doação de bem imóvel com encargo para o donatário está sujeita à incidência
do ITBI? A substituição fideicomissária pode desencadear a incidência da regra-
matriz do ITCMD? Analise a decisão proferida pelo STJ no REsp 1004707/RJ.

Sim, porque o art. 2º, II, § 3º, da Lei Estadual de SP estabelece que “a legítima dos
herdeiros, ainda que gravada, e a doação com encargo sujeitam-se ao imposto como se
não o fossem” e não há vedação constitucional, uma vez que o art. 155, I, refere-se
apenas a “doação” sem diferenciar a forma onerosa da gratuita.
Em relação à incidência do ITCMD na substituição fideicomissária, vale uma breve
consideração a respeito do fideicomisso, previsto nos arts. 1951 e ss., do CC.
Art. 1.951. “Pode o testador instituir herdeiros ou legatários, estabelecendo que, por
ocasião de sua morte, a herança ou o legado se transmita ao fiduciário, resolvendo-se o

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direito deste, por sua morte, a certo tempo ou sob certa condição, em favor de outrem,
que se qualifica de fideicomissário”.
Destarte, temos a figura do fideicomitente, que é o testador; do fiduciário, que é a
pessoa que recebe o bem até que uma condição resolutiva se verifique; do
fideicomissário, que é o sujeito que será beneficiado caso a referida condição se
implemente e do fideicometido, que é o bem, objeto do testamento.
Portanto, como muito bem esclarecido na decisão do STJ, diferentemente do que alega
o Estado do Rio de Janeiro, que afirma que “no fideicomisso existem duas transmissões,
a do testador para o fiduciário e a do fiduciário para o fideicomissário”, na realidade, na
extinção do fideicomisso (“segunda transmissão”) não há transferência de propriedade.
Destarte, o ITCMD é devido uma vez só, na sua instituição, e não na sua extinção, sob
pena de bitributação.

4. Prevê o art. 156, §2º, I, da Constituição de 1988, que não incide o ITBI: I – [...]
sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa
jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos
decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se,
nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses
bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;
a) Pode ser exigido o ITBI em caso de imóveis incorporados a fundo de
investimento imobiliário? Se sim, quem seria o sujeito passivo?

Sim, se a atividade preponderante da instituição financeira à qual pertence o fundo de


investimento imobiliário for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens
imóveis ou arrendamento mercantil.
Entretanto, normalmente esses fundos pertencem a Bancos, que tem ativos muito
maiores não imobilizados e não tem como atividade preponderante a mencionada acima.
Nestes casos, o ITBI não pode ser exigido.

b) E no caso de constituição de um Trust no exterior, incide ITBI, ITCMD ou


nenhum dos dois?

O Trust é semelhante ao fideicomisso e pressupõe a administração de bens ou valores


por um fundo de investimentos depositário desses bens (fiduciário), em favor do
depositante ou de beneficiários (fideicomissários) por ele indicados.
Este fundo muitas vezes não possui personalidade jurídica própria, como visto no item
“a” desta questão, sendo parte dos ativos de uma instituição financeira.
Além disso, diferentemente do fideicomisso, não há propriamente a transferência dos
bens ao administrador do Trust. Ele só tem a propriedade formal, enquanto os
depositantes dos bens ou beneficiários tem a chamada propriedade de fruição.
O Trust é um instituto que surgiu na Inglaterra e que se aplica bem nos países em que se
adota o Direito Consuetudinário.
Porém, é permitido no Brasil, embora a legislação não o preveja.
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Ademais, entendemos que a um Trust constituído no exterior devem ser aplicadas as
normas do país onde o negócio se realizou, desde que não ofendam a soberania
nacional, a ordem pública e os bons costumes (art. 17, da LICC).
Portanto, não incide ITBI, nem ITCMD.

5. Prevê o art. 155, §1º, II, da Constituição de 1988, que o ITCMD, quanto à
doação de bem móvel, é devido ao Estado onde estiver domiciliado o doador. Em
vista disso, é possível lei estadual prever, como contribuinte, na doação, o
donatário? Se sim, em qual situação?

Sim, de acordo com o art. 42, do CTN, mencionado anteriormente, “contribuinte do


imposto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei”.
Portanto, não há qualquer óbice em atribuir o pagamento do imposto ao donatário,
embora o mais comum seja exigir-se o tributo do doador.
No Estado de São Paulo, o donatário será sujeito passivo do ITCMD sempre que o
doador residir ou tiver domicílio no exterior, conforme art. 4º, da Lei Estadual n°
10.705/00.

Artigo 4º - O imposto é devido nas hipóteses abaixo especificadas, sempre que o doador residir
ou tiver domicílio no exterior, e, no caso de morte, se o "de cujus" possuía bens, era residente ou
teve seu inventário processado fora do país:
I - sendo corpóreo o bem transmitido:
a) quando se encontrar no território do Estado;
b) quando se encontrar no exterior e o herdeiro, legatário ou donatário tiver domicílio neste
Estado; (grifos nossos)

6. O capital de uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada é


aumentado com a conferência de bem imóvel do sócio majoritário. Após 12 meses,
delibera-se a redução do capital da mesma empresa, retornando o mencionado
imóvel à pessoa física do sócio. Há incidência do ITBI nas operações de conferência
e redução de capital? Responder levando em conta os artigos 36 e 37 do CTN.

O art. 36, do CTN, determina que não incide ITBI quando a transmissão é efetuada para
sua incorporação ao patrimônio de pessoa jurídica em pagamento de capital nela
subscrito (I) e quando decorrente da incorporação ou da fusão de uma pessoa jurídica
por outra ou com outra (II). E o parágrafo único estabelece que “o imposto não incide
sobre a transmissão aos mesmos alienantes, dos bens e direitos adquiridos na forma do
inciso I deste artigo, em decorrência da sua desincorporação do patrimônio da pessoa
jurídica a que foram conferidos”.
O art. 37, do CTN, por sua vez, dispõe, em síntese, que incidirá o imposto quando a
pessoa jurídica adquirente tenha como atividade preponderante a venda ou locação de
propriedade imobiliária ou a cessão de direitos relativos à sua aquisição.

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Daí se extrai que não há incidência de ITBI nas transmissões de imóveis do sócio para a
pessoa jurídica, em pagamento de capital nela subscrito ou quando decorrente de
incorporação ou fusão, e desta para o sócio, quando houver desincorporação, salvo se a
atividade imobiliária for preponderante.
Entretanto, restou uma lacuna quanto à conferência e redução de capital.
E, a nosso ver, a melhor solução é uma interpretação sistemática, partindo da regra
insculpida no art. 156, I, da CF, que determina que o ITBI “não incide sobre a
transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em
realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão,
incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade
preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de
bens imóveis ou arrendamento mercantil”;
Assim sendo, se nos casos de cisão ou extinção da pessoa jurídica não há cobrança de
ITBI, pelo mesmo motivo o imposto não deve ser cobrado quando houver conferência e
redução de capital.

7. Considerando os seguintes dispositivos normativos, responda às indagações


abaixo:

“Lei Paulista n° 10.705/00: Art. 2º - O imposto incide sobre a transmissão de qualquer bem ou
direito havido:
I - por sucessão legítima ou testamentária, inclusive a sucessão provisória;
II - por doação.
Art. 3º - Também sujeita-se ao imposto a transmissão de:
Parágrafo 1º - A transmissão de propriedade ou domínio útil de bem imóvel e de direito a ele
relativo, situado no Estado, sujeita-se ao imposto, ainda que o respectivo inventário ou arrolamento
seja processado em outro Estado, no Distrito Federal ou no exterior; e, no caso de doação, ainda
que doador, donatário ou ambos não tenham domicílio ou residência neste Estado.
Parágrafo 2º - O bem móvel, o título e o direito em geral, inclusive os que se encontrem em outro
Estado ou no Distrito Federal, também ficam sujeitos ao imposto de que trata esta lei, no caso de o
inventário ou arrolamento processar-se neste Estado ou nele tiver domicílio o doador”
“Lei de Introdução ao Código Civil: Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do
país em que era domiciliado o defunto ou desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação
dos bens.”
“Código Civil: Art. 1578. A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido.”

a) O imposto sobre transmissão causa mortis incide sobre a sucessão testamentária


de bens imóveis situados em estado diverso daquele em que se processar o
inventário? E sobre bens situados no exterior? Explicar.

De acordo com o art. 155, § 1º, I, o ITCMD relativo a bens imóveis compete ao Estado
da situação do bem ou ao Distrito Federal.
Quanto aos bens no exterior, o ITCMD poderia incidir sobre eles, desde que houvesse
lei complementar regulamentando o assunto. Mas, como não há, o imposto não incide.

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b) No caso de imóvel que seja detido por empresa, qual o domicílio da sucessão: o
do local do imóvel ou o do local da empresa?

O do local do imóvel, de acordo com o art. 155, § 1º, I, retro mencionado.

c) A fixação do lugar do bem imóvel ou móvel, para fins da incidência do ITCMD,


é critério que deve ser estabelecido em Lei Complementar, baseada no art. 146 da
CF/88, ou pode ser previsto em lei ordinária dos Estados e do Distrito Federal?
Neste último caso, os entes tributantes poderiam alegar a competência concorrente
prevista nos parágrafos 1° a 4° do art. 24 da CF/88?

A fixação do lugar do bem imóvel ou móvel, para fins da incidência do ITCMD, é


critério que deve ser estabelecido em Lei Complementar, baseada no art. 146 da CF/88.

8. Pedro, domiciliado no município de São Paulo, falece em 02/02/2006 deixando os


filhos, João, José e Maria como seus únicos herdeiros. Aberta a sucessão e iniciado
o processo de inventário no juízo da 12ª Vara de Família e Sucessões do Foro
Central da Comarca de São Paulo, verifica-se que o de cujus era proprietário de
dois imóveis rurais: o primeiro, localizado no município de Sinop/MT, e o segundo,
no município de Londrina/PR. Durante o processo, o herdeiro João, mediante ato
de vontade expressamente deduzido nos autos, resolve abrir mão de seu quinhão
em favor de Maria. Pergunta-se:
a) Quantas vezes, no contexto acima descrito, o quinhão atribuído a João (e
posteriormente transmitido a Maria) integrará a materialidade do imposto de
transmissão causa mortis e doação – ITCMD? A quem caberá a cobrança deste
imposto em cada um dos casos?

a) Entendemos que quatro vezes. A primeira e a segunda quando houver a transmissão


dos imóveis a João em razão do falecimento de Pedro. Uma incidência para o imóvel de
Sinop/MT e uma para o de Londrina/PR. A terceira e a quarta quando houver a doação
dos imóveis para Maria, sendo uma para cada imóvel.

b) A mera renúncia por parte de João, sem que esta, no entanto, seja feita de
forma expressa em favor de um dos irmãos, daria ensejo à incidência do ITCMD?
Considerar o julgado pelo STJ no REsp 33698/MG.

b) A mera renúncia por parte de João, sem que esta, no entanto, seja feita de forma
expressa em favor de um dos irmãos, poderia dar ensejo à incidência do ITCMD, se
ocorresse na modalidade tácita, com a aceitação do beneficiário, conforme ementa do
REsp 33698/MG abaixo:

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HERANÇA. RENUNCIA TRANSLATIVA. INOCORRENCIA FACE À AUSENCIA DE
MENÇÃO AO DESTINATARIO DA HERANÇA RENUNCIADA. PARA HAVER A
RENUNCIA "IN FAVOREM", E MISTER QUE HAJA ACEITAÇÃO TACITA DA
HERANÇA PELOS HERDEIROS QUE, EM ATO SUBSEQUENTE, TRANSFEREM OS
DIREITOS HEREDITARIOS A BENEFICIARIO CERTO, CONFIGURANDO
VERDADEIRA DOAÇÃO. RECURSO NÃO CONHECIDO. (REsp 33698/MG, Rel.
MIN. CLÁUDIO SANTOS, TERCEIRA TURMA, julgado em 29/03/1994, DJ 16/05/1994
p. 11759).

c) Na hipótese de não haver nenhum outro herdeiro (somente João) e, em razão


disso, a renúncia vier a beneficiar tão-somente a viúva meeira, configurar-se-ia a
materialidade prevista na hipótese de incidência do imposto sobre doações –
ITCMD? Considerar na resposta o que dispõe o acórdão proferido no RESP
20.183 e o art. 1.829, III, do Código Civil.

c) Não, porque, de acordo com o entendimento do STJ, “se todos os filhos do autor da
herança renunciam a seus respectivos quinhões, beneficiando a viúva, que era a herdeira
subseqüente, é incorreto dizer que a renúncia foi antecedida por aceitação tácita da
herança. Não incidência do Imposto de Transmissão”. Grifos nossos.

Abaixo a ementa do Resp e uma decisão do TJ/SP neste sentido:

REsp nº 20.183-8-RJ, sendo Relator o Ministro Humberto Gomes de Barros com a seguinte ementa:
“Tributário. Direito à Herança. Renúncia. Imposto de Transmissão. Código Civil (arts. 1.582 e 1.589). Se
todos os filhos do autor da herança renunciam a seus respectivos quinhões, beneficiando a viúva, que era
a herdeira subseqüente, é incorreto dizer que a renúncia foi antecedida por aceitação tácita da herança.
Não incidência do Imposto de Transmissão.

ARROLAMENTO DE BENS - INVENTÁRIO


- Decisão que determinou o recolhimento do Imposto de Transmissão Inter Vivos. Descabimento.
Renúncia abdicativa. Agravo conhecido diretamente e provido. (TJSP - 6ª Câm. de Direito Privado; AI nº
580.693-4/7-00-Santo André-SP; Rel. Des. Sebastião Carlos Garcia; j. 31/7/2008; v.u.). BAASP,
2637/5244-j, de 20.7.2009.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes Autos de Agravo de Instrumento nº 580.693-4/7-00, da Comarca de
Santo André, em que é agravante N.P.G., inventariante, sendo agravado o Juízo.
Acordam, em 6ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, proferir a
seguinte decisão: “Deram provimento ao Recurso, v.u.”, de conformidade com o Voto do Relator, que
integra este Acórdão.
O julgamento teve a participação dos Desembargadores Magno Araújo (Presidente, sem voto), Vito
Guglielmi e Percival Nogueira.
São Paulo, 31 de julho de 2008
Sebastião Carlos Garcia
Relator

RELATÓRIO

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Trata-se de Agravo de Instrumento tirado contra decisão de fls. 58, que determinou à inventariante o
recolhimento do Imposto de Transmissão Inter Vivos, devido à renúncia do co-herdeiro, chamado por
sucessão.
É o relatório.

VOTO
O presente Agravo está em caso de ser conhecido e julgado diretamente, a teor do art. 557, § 1º-A, do
CPC, para, em seu mérito, ser provido, na conformidade da fundamentação a seguir exposta.
Efetivamente, no âmbito do tributo da sigla ITCMD, a incidência principal é o da transmissão causa
mortis, acrescido das doações no âmbito do próprio inventário, como competência tributária dos Estados-
membros. Mas, insista-se no ponto, a doação que constitui fato gerador do ITCMD, no âmbito do
processo de inventário, há de ter o sentido próprio e técnico da transmissão gratuita de bem a determinada
pessoa. Ao contrário, cuidando-se de renúncia pura e simples a direito de herança, por um ou por todos os
herdeiros, descabe cogitar-se o imposto de transmissão respectivo.
Nesse sentido, com efeito, cabe lembrar primeiramente o disposto no art. 5º da Lei nº 10.705/2000, em
seu inciso I, que estabelece a não-incidência tributária na Renúncia Pura e Simples à Herança ou Legado.
Nesse sentido, bem a propósito, o ensinamento de Sebastião Amorim e Euclides de Oliveira, in
Inventários e Partilhas, Direito das Sucessões, 14ª ed., Editora Universitária de Direito, pp. 277 e 278,
assim se expressando:
“Em caso de Renúncia Pura e Simples da Herança, também chamada de Renúncia Própria ou Abdicativa
(v. cap. VII, item 14), não é devido o Imposto de Transmissão Causa Mortis relativamente ao renunciante,
pela simples razão de que não se operou qualquer transmissão de bens a ele. A tributação incidirá,
naturalmente, sobre a transmissão que vier a se dar em favor de outrem, ou seja, o herdeiro que vier a
receber o quinhão renunciado.
Também não é devido, nessa hipótese de renúncia, o Imposto de Transmissão Inter Vivos, pois o herdeiro
renunciante simplesmente abdica do seu direito, sem transmiti-lo voluntariamente a quem quer que seja.
A renúncia nada mais é do que a demissão da qualidade de herdeiro, pelo repúdio à herança (v. cap. VII,
item 14). Por isso não produz efeito de transmitir bens: a sucessão dá-se em favor de outros herdeiros
sucessíveis. Como se o renunciante não existisse ou não tivesse direito à sucessão.
A isenção (rectius “não incidência”) do imposto, na espécie, era expressamente prevista na Lei Estadual
Paulista nº 9.591/1966, art. 5º, e foi repisada na Lei Paulista nº 10.705/2000, art. 5º, inciso I.”
Esse, no mais, tem sido entendimento amplamente referendado pela jurisprudência, tanto do Tribunal de
Justiça de São Paulo como do Superior Tribunal de Justiça.
Nesse Tribunal conferir o AI nº 509.592-4/6-00, de que foi Relator o Desembargador Beretta da Silveira,
assim ementado:
“Inventário. Renúncia Abdicativa. Recolhimento do ITBI indevido. Tendo os demais herdeiros
apresentado renúncia abdicativa, não incide a obrigação do recolhimento do ITBI. Jurisprudência.
Recurso Provido.”
Neste aresto, ademais, é feita remissão a outro julgado desta Corte AI nº 218.219-4/0, de que foi Relator o
Desembargador Boris Kauffmann. Por último, porém não em menor importância, é o posicionamento do
C. STJ no mesmo diapasão, consoante REsp nº 20.183-8-RJ, sendo Relator o Ministro Humberto Gomes
de Barros com a seguinte ementa:
“Tributário. Direito à Herança. Renúncia. Imposto de Transmissão. Código Civil (arts. 1.582 e 1.589). Se
todos os filhos do autor da herança renunciam a seus respectivos quinhões, beneficiando a viúva, que era
a herdeira subseqüente, é incorreto dizer que a renúncia foi antecedida por aceitação tácita da herança.
Não incidência do Imposto de Transmissão.
Por conseguinte, a hipótese sub judice é de conhecimento direto do Agravo e seu provimento nos termos
e pelos fundamentos constantes do presente voto condutor do Acórdão.
Sebastião Carlos Garcia
Relator

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