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O Efeito Doppler Relativı́stico

a
Cássio Iago Santos Marinho e Ednilton Santos de Oliveira . b Apoio:
VII Jornada de Iniciação Cientı́fica dos Grupos PET - 09 a 11 de novembro de 2011.
Resumo
O efeito Doppler é o fenômeno que se dá pela diferença de frequência medida, para uma mesma onda, por uma fonte e um observador que estão em movimento relativo.
A explicação de fenômenos nos quais a velocidade das partı́culas é comparável com a velocidade da luz exige a utilização dos conceitos da teoria da Relatividade Especial.
Esse é o caso do efeito Doppler para a luz. Uma das principais importâncias do efeito Doppler relativı́stico é a sua utilização na determinação da velocidade relativa entre
um observador e uma fonte luminosa, de modo que ele pode ser utilizado, por exemplo, no estudo da expansão do universo. Neste trabalho, analisamos o efeito Doppler
relativı́stico, particularmente o caso longitudinal e transversal. O efeito Doppler relativı́stico longitudinal concorda com sua descrição no modelo clássico quando a velocidade
relativa entre observador e fonte é baixa se comparada à velocidade da luz. O efeito Doppler transversal, por sua vez, não possui análogo na Mecânica Clássica, sendo,
portanto, um fenômeno puramente relativı́stico.
a
PET-Fı́sica - UFPA / e-mail: cassio.marinho@icen.ufpa.br
b
Faculdade de Fı́sica - UFPA / e-mail: ednilton@ufpa.br

Introdução
Em 1842, o fı́sico Christian Johann Doppler descreve em um artigo que a
frequência medida por um observador depende da velocidade relativa entre ele
e a fonte da onda. Mesmo Doppler tendo focado seu artigo apenas em ondas
sonoras, o efeito Doppler, como ficou conhecido, é válido para qualquer classe
de onda. Aqui trabalharemos o efeito Doppler para ondas eletromagnéticas.
Nossa abordagem é baseada na teoria da Relatividade Especial, uma vez que
a Mecânica Clássica falha ao descrever fenômenos nos quais as velocidades das Figura 1: Efeito Doppler para uma translação na direção x.

partı́culas são comparáveis à da luz. Utilizando a transformação de Lorentz na Eq. (7) e notando que o obser-
Antes de abordar o efeito Doppler em si, vamos descrever alguns conceitos vador O0 é na verdade o observador para o qual a fonte está em repouso
0 0
preliminares para um melhor entendimento. Trabalharemos aqui com ondas (ω → ω0 e θ → θ0), encontramos finalmente a equação que descreve o efeito
eletromagnéticas planas harmônicas. Doppler relativı́stico para um movimento relativo na direção x e uma onda se
propagando no plano xy:
Conceitos Básicos
 v 
ω = ω0γ 1 + cos θ0 . (8)
c
Uma função de onda plana eletromagnética f caracteriza-se por ser uma
função linear dependente do espaço e do tempo, propagando-se com veloci- Casos do Efeito Doppler Relativı́stico
dade c em uma direção n̂. Assim podemos associar f = f (~r · n̂ − ct), pois nos
Utilizando a Eq. (8) podemos analisar dois casos importantes: o efeito Doppler
interessa apenas a direção espacial paralela a de propagação da onda.
transversal e o longitudinal.
Como estamos considerando uma onda monocromática periódica (de perı́odo
No caso do efeito Doppler longitudinal, deve-se considerar tanto a apro-
T ), podemos definir frequência angular ω, comprimento de onda λ, vetor de
ximação quanto o afastamento. Para a aproximação, o ângulo entre a veloci-
onda ~k e uma relação de dispersão, dados por:
2 dade relativa e direção de propagação da onda é igual a 0. Para o afastamento
2π 2π ω
~
ω = , λ = cT, k = n̂ e 2 − kkk = 0. ~ 2
(1) entre fonte e observador o ângulo a ser considerado é 180◦. Esses casos podem
T λ c ser simplificados em uma única equação, ondesa aproximação é dada por:
Com as relações (1) podemos reescrever a função de onda f em termos da  v 1 + v/c
frequência angular e do número de onda: ω = ω0 γ 1 + = ω0 , (9)

λ ~
 c 1 − v/c
f= (k · ~r − ωt) −→ fe = (~k · ~r − ωt).
2π e para o afastamento faz-se v → −v. Ao fazer a expansão em série de Taylor
Define-se então a fase da onda como sendo a quantidade escalar: para o caso v  c, a Eq. (9) se reduz ao caso clássico:
 v 
ω = ω0 1 + .
Φ = ~k · ~r − ωt. (2) c
Este efeito foi evidenciado por Ives e Stilwell em experiências de feixes atômicos
As Transformações de Lorentz para ~k e ω de hidrogênio. As velocidades dos átomos nos feixes eram da ordem de 0,05c.
Sejam dois observadores inerciais O e O0, o qual está em movimento rela- O efeito Doppler transverso é um fenômeno sem análogo na Mecânica Clássica
tivo a O, observando uma onda eletromagnética. O observador O mede uma e está associado à dilatação temporal. Este ocorre quando consideramos um
frequência angular ω e um vetor de onda ~k, ao passo que O0 mede as quantida- observador que está com a fonte orientada perpendicularmente a direção do

des ω 0 e ~k 0. Pelo postulado da constância da velocidade da luz, para ambos os movimento relativo a outro observador. r Tomando θ = 90 na Eq. (7), tem-se:
observadores a onda considerada propaga-se com c. Além disso, a fase da onda, v2
ω = ω0 1 − 2 . (10)
por definição, é um escalar. Sendo assim, a fase da onda é uma quantidade c
invariante sob transformações de Lorentz: A observação desse efeito foi primeiramente realizada por W. Kunding em 1963
~ 0 ~ 0 ~0 0 0
Φ = Φ ⇒ k · ~r − ωt = k · r − ω t . (3) com o uso de raios γ [2].

Se tomarmos a translação geral de Lorentz Aplicações e Conclusões


   
~v · ~
r ~
v Comparando o espectro da luz dos elementos conhecidos na Terra com os
r~0 = ~r + (γ − 1) ~
v − γ~
v t e t0
= γ t − · ~
r , (4)
v2 c2 medidos dos astros, percebe-se um desvio para o vermelho daqueles que estão
2 2 −1/2
se afastando da Terra. Em 1929, Edwin Hubble, percebendo que a maioria
onde γ = (1 − v /c ) , encontramos as transformações de Lorentz para o
dos astros apresentavam esse desvio, inferiu que o mesmo era ocasionado pelo
vetor de onda e para a frequência angular:
! efeito Doppler mostrado na Eq. (9). Hubble concluiu, assim, que o Universo
~
v · ~
k ~
v   está em expansão.
k~0 = ~k + (γ − 1) ~
v − γ ω e ω 0
= γ ω − ~
v · ~k . (5) Outra aplicação do Efeito Doppler foi utilizada por Cataro et al. para aper-
v2 c2
feiçoar o GPS. Cataro et al. mostraram que considerar termos de segunda
A relação de dispersão (1) não é alterada com as transformações (5). Portanto, ordem em (v/c) na Eq. (9) é importante para que os aparelhos melhorem suas
continua válida para cada observador independentemente. respostas em precisão de milı́metros. Essas correções devem-se principalmente
O Efeito Doppler em um Boost na Direção x às velocidades do satélite, da rotação da Terra e a uma diferença de potencial
gravitacional. O interesse dessas correções foca-se na melhoria de aparelhos de
Na Eq. (5), se considerarmos que a velocidade relativa entre os observadores posicionamento por ponto preciso, aumentando, por conseguinte, a visibilidade
é ~v = vı̂, encontramos as seguintes relações. do sistema GPS.
0 2 0 0 0
kx = γ(kx − vω/c ); ω = γ(ω − kxv); ky = ky ; kz = kz . (6)
Referências
Na Fig. 1 mostramos o efeito Doppler para um boost na direção x. O vetor
[1] M.C. Lima, Introdução à Teoria da Relatividade, Notas de Aulas (Belém, 2005).
de onda ~k, como mostrado na Fig. 1, pode ser escrito como: ~k = kkkk̂, onde
[2] H.M.Nussenzveig, Curso de Fı́sica Básica (Edgard Blücher, São Paulo, 2005).
k̂ = (cos θ, sin θ, 0). Utilizando a relação de dispersão (1), encontramos:
[3] A.C. Cataro & L.D.D. Ferreira & G.B. Afonso, Correções Relativı́sticas sobre
0
 v 
ω = ωγ 1 − cos θ . (7) as Medidas de Tempo GPS, Bol. Ciênc. Geod. 16, 156 (2010).
c

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