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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A Teologia Sistemática de Louis Berkhof, no âmbito de um estudo reformado coerente, não separa o
estudo da Antropologia Bíblica da Hamartiologia, isto é, o estudo do homem com relação a Deus, do estudo do
pecado, como fazem outros ensinos, como os que defendem a linha arminiana. Visto que, o pecado está
intrínseco com a natureza humana, não se pode separar o homem do seu estado natural. Falar do homem, é
falar de tudo que é constituinte nele.
Este capítulo terá divisão em três partes, a saber: O homem e seu estado original; O homem no estado
de pecado; e O homem na aliança da graça.
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PARTE 1: ANTROPLOGIA BÍBLICA
1. O HOMEM E SEU ESTADO ORIGINAL
1.1. A ORIGEM DO HOMEM
Há uma naturalidade na teologia, no que toca a transição do estudo do Ser de Deus, para o estudo do
Ser do homem (Antropologia). Pois o homem, assim como coroa da criação que é, ele é também objecto do
cuidado de Deus. Ele é o interesse vital da revelação dada por Deus.
A Antropologia teológica tem como estrito objectivo, tratar do homem do ponto de vista bíblico e da sua
relação com Deus. A Bíblia é a única fonte do seu estudo, e nela estão todas evidências para a coerência do
seu ensino.
seja absolutamente novo e imprevisível tem que ter estado potencialmente no germe originário, do qual todas
as coisas se desenvolveram. E o processo todo tem que ser dirigido, do começo ao fim, por forças inerentes. O
evolucionismo teísta, que parece mais aceitável a muitos teólogos, simplesmente considera a evolução como o
método de ação de Deus. Às vezes é apresentado numa forma em que Deus é apenas chamado para servir de
ponte sobre as lacunas que há entre a criação inorgânica e a orgânica, e entre a criação irracional e racional.
Mas, na medida em que se presume uma operação especial de Deus, admite-se a existência de lacunas que a
evolução não pode cobrir, e alguma coisa nova é trazida à existência, naturalmente a teoria deixa de ser uma
pura teoria evolucionista. Às vezes se afirma que só o corpo humano foi originado por um processo de
evolução dos animais inferiores, e que Deus dotou esse corpo de uma alma racional. Esta ideia recebe muito
apoio nos círculos católico-romanos.
A teoria evolucionista nega a teoria criacionista. Um dos primeiros a negar o criacionismo, até então
aceito com naturalidade, foi o francês Jean-Baptiste Lamarck. A partir da observação de que fatores ambientais
podem modificar certas características dos individuos, Lamarck imaginou que tais modificações pudessem ser
também transmitidas à prole.
Assim, o mecanismo de formação de uma nova espécie seria, em linhas gerais, o seguinte: alguns
indivíduos de uma espécie ancestral passavam a viver num ambiente diferente; o novo ambiente criava
necessidades que antes não existiam, as quais o organismo satisfazia desenvolvendo novas características
hereditárias; os portadores dessas características passavam a formar uma nova espécie, diferente da primeira.
Depois de Lamarck, Charles Darwin desenvolveu a teoria de que as diferenças entre as espécies se
devem à seleção natural, ou seja, há uma luta pela existência e os mais capacitados são aqueles que vão
deixar maior número de descendentes.
Segundo Darwin havia girafas de vários tamanhos. As mais fortes conseguiam comer, mas as menores
e mais fracas não. Assim, apenas as mais fortes conseguiram sobreviver e procriar.
imortal por uma dadiva, que é derivada de Deus. O homem foi criado imortal no sentido de que ele
não levava dentro de si as sementes da morte física, e em sua condição original não estava sujeito
a lei da morte. Gn 2.17; 3.19; Rm 5.12; 1 Co 15.20,21, Rm 6.23.
6. O domínio do homem sobre demais criaturas também pressupõe a imagem de Deus.
A essência do homem consiste em ser ele a imagem de Deus. E isso faz dele distinta das demais
criaturas e o ergue como a cabeça e coroa da criação. A doutrina da imagem de Deus no homem é de maior
importância na teologia, pois essa imagem é a expressão daquilo que é mais distinto no homem e em sua
relação com Deus.
A concepção reformada sobre a imagem de Deus no homem, como assegurada por Calvino, crê que, a
verdadeira sede da imagem de Deus no homem está na alma, embora alguns raios da sua glória brilhem
também no corpo. Ela consistia naquela integridade original da natureza do homem, perdida por causa do
pecado, integridade que se revela no verdadeiro conhecimento, justiça e santidade. Ao mesmo tempo ele
acrescenta que a imagem de Deus abrange tudo que na natureza do homem sobrepuja a de todas as outras
espécies de animais.
claramente que ela emprega as palavras umas pelas outras, em permuta recíproca. Ambos os termos indicam
o elemento superior ou espiritual do homem, vendo-o, porém, de diferentes pontos de vista. Contudo, é preciso
mostrar logo de início que a distinção que a Escritura faz entre os dois não concorda com o que é mais comum
na filosofia, de que a alma é o elemento espiritual do homem, conforme se relaciona com o mundo animal,
enquanto que o espírito é aquele mesmo elemento em sua relação com o mundo espiritual superior, e com
Deus.
Além destas duas concepções teológicas, houve também, principalmente no último século e meio, os
conceitos filosóficos do materialismo absoluto e do idealismo absoluto, aquele sacrificando a alma em favor do
corpo, e este, o corpo em favor da alma.
Do ponto de vista bíblico, devemos entender que somos ensinados a ver a natureza humana como
uma unidade. Cada ato do homem é visto como do ato do homem todo. Mesmo na questão do pecado, o
homem todo é pecador. Está unidade já é vista no Velho Testamento, em Gn 2.7.
Analisando as duas concepções teológicas, existe mais evidencias de uma dicotomia nas Escrituras,
em relação a uma tricotomia. A Bíblia indica dois, e somente dois elementos constituintes da natureza humana.
A fórmula escriturística para designar o homem é, nalgumas passagens, corpo e alma, Mt 6.25; 10.28; e
noutras, corpo e espírito, Ec 12.7; 1 Co 5.3, 5. Embora que Ts 5.23 e Hb 4.12, tendem a um apoio a tricotomia,
mas estas passagens não dão base exegética para tal. Pois existem mais recursos para ser crer na dicotomia.
Mas seja qual for as posições uma da outra, devemos sempre levar o ensino da constituição do homem na
unidade da natureza humana, como a Bíblia o faz.
CRIACIONISMO
Esta posição defende que cada alma individual deve ser considerada como uma imediata criação de Deus, devendo a sua
origem a um ato criador direto, cuja ocasião não se pode determinar com precisão. A alma é, supostamente, uma criatura pura,
mas unida a um corpo depravado. Não significa necessariamente que a alma é criada primeiro. Separadamente do corpo,
corrompendo-se depois pelo contato com o corpo, o que pareceria pressupor que o pecado é algo físico. Pode simplesmente
significar que a alma, conquanto chamada à existência por um ato criador de deus, é, contudo, pré-formada na vida física do
feto, isto é, na vida dos pais e, assim, adquire a sua vida não acima e fora daquela complexidade de pecado que pesa sobre toda
a humanidade, mas debaixo dessa complexidade e nela.
As mais importantes considerações em favor dessa teoria: 1) É mais coerente com as descrições gerais da Escritura,
que o traducionismo. O relato original da criação indica marcante distinção entre a criação do corpo e a da alma. Aquele é
tomado da terra, ao passo que esta vem diretamente de Deus. Esta distinção se mantém através de toda a Bíblia, onde o corpo
e a alma não somente são apresentados como substâncias diferentes, mas também como tendo origens diferentes, Ec 12.7; Is
42.5; Zc 12.1; Hb 12.9. Cf. Nm 16.22. 2) É claramente mais coerente com a natureza da alma humana, que o traducionismo. A
natureza imaterial e espiritual e, portanto indivisível, da alma do homem, geralmente admitida por todos os cristãos, é
expressamente reconhecida pelo criacionismo. Por outro lado, o traducionismo defende uma derivação da essência que, como
geralmente se admite, necessariamente implica separação ou divisão da essência. 3) Evita os perigos latentes que corre o
traducionismo na área da cristologia, e faz maior justiça à descrição escriturística da pessoa de Cristo. Ele foi verdadeiro homem,
possuindo verdadeira natureza humana, corpo real e alma racional, nasceu de mulher, fez-se semelhante a nós em todos os
pontos e, todavia, sem pecado. Diversamente de todos os outros homens, Ele não participou da culpa e corrupção da
transgressão de Adão. Isso foi possível porque Ele não compartiu a mesma essência numérica que pecou em Adão.
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2. O HOMEM NA ALIANÇA DAS OBRAS
2.1. MANDATOS CRIACIONAIS
Deus criou o homem para relacionar-se com ele. Este relacionamento é estabelecido através de uma aliança,
isto é, o homem ao ser criado tinha responsabilidades a serem cumpridas e privilégios a serem desfrutados. Desde o
início, o relacionamento entre Deus e o homem tem sido definido por promessas e requisitos específicos.
A aliança estabelecida por Deus com o homem compreende todas as áreas da vida humana. Para a coroa da
criação Deu idealizou três formas de relacionamento que fariam com que o sentido da vida humana fosse completo. A
estas formas de relacionamento foram dados os nomes de mandato espiritual, mandato social e mandato cultural.
MANDATO ESPIRITUAL: Este mandato é aquele que envolve a vida de devoção que o ser humano deve oferecer ao seu
Criador, refletindo, assim, uma existência vivida para a glória de Deus.
Van Groningen demonstra que este mandato envolve a resposta do homem ao relacionamento estabelecido por Deus com os
portadores da sua imagem. E Ainda segundo Van Groningen, este mandato deveria ser exercitado através de caminhadas
diárias com Deus, conversas íntimas com Deus, e expressões de amor, honra, devoção e louvor quando os desafios e
privilégios de cada dia fossem alcançados.
Ao criar o homem à sua imagem fica clara a possibilidade plena de relacionamento com ele. Ao estabelecer um dia de
descanso, não só Deus lhe proporciona um dia de descanso, mas, acima de tudo, um dia de íntimo relacionamento. Quanto à
árvore do conhecimento do bem e do mal, se o homem tivesse sido obediente continuaria a manter o relacionamento pessoal
que possuía com Deus.
Assim, o mandato espiritual nos fala do nosso relacionamento pessoal com Deus, um relacionamento que deve ocupar o lugar
central de nossa vida. A obediência a este mandato deve nos fazer crescer em conhecimento e a crer na realidade da presença
de Deus em todas as áreas da nossa vida.
MANDATO SOCIAL: Este mandato é aquele que se refere ao relacionamento entre as pessoas que estão incluídas na aliança
de Deus com a criação. Estão inclusos neste mandato o casamento e todas as demais relações humanas. Mais do que um
mandato, temos aqui uma bênção de Deus para a vida da raça humana. No relato da criação, este mandato é apresentado da
seguinte forma: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os
abençoou e lhes disse: sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra ...”( Gn 1.27, 28). Veja que o texto diz que Deus os
abençoou. Deus os abençoou fazendo-os fecundos, dando condições de povoar a terra.
Deus criou o homem como ser social, quando diz que não seria bom ao homem ficar só, estava Deus afirmando que havia
criado o homem para se relacionar com o semelhante.
Pode ser visto que os papéis do marido e da mulher no cumprimento do mandato social são fundamentais. O desempenho
correto dos papéis de cada um é de vital importância para que haja estabilidade na família, onde filhos criados dentro desta
estabilidade sejam pessoas equilibradas que influenciem positivamente a sociedade.
Este mandato não deve jamais ser negligenciado uma vez que o seu cumprimento produz alegria e paz que somente Deus
pode dar.
MANDATO CULTURAL
Podemos dizer que o mandato social é a base do mandato cultura uma vez que é a partir da família, que a sociedade e a
cultura se desenvolvem.
Este mandato envolve a chamada vida “comum”. O trabalho se encaixa nisso como um dom que tem implicações sociais,
econômicas, culturais e ecológicas.
É comum se fazer distinção entre o secular e o espiritual, mas na aliança estabelecida por Deus todas as áreas da vida
estão envolvidas. Deus quer ser honrado em todas as áreas da vida, ou seja, a vida humana é uma unidade.
2. Promessa da aliança: A promessa dada na aliança das obras foi a promessa de vida eterna.
3. A condição da aliança: A promessa na aliança das obras não era incondicional. A condição era a
obediência implícita e perfeita.
4. O castigo anunciado pela aliança: O castigo era morte; e morte no mais inclusivo sentido da
palavra, morte física, morte espiritual e morte eterna. A ideia bíblica fundamental da morte é a
separação da fonte de vida e resultante dissolução ou miséria e infelicidade. Ele consiste no
separar – se de Deus da alma do homem. Uma vez que Deus é a fonte da vida, estando fora d’Ele
não haverá vida nenhum.
5. Sacramento da aliança: Prevalece a questão de que o sacramento da aliança seja a arvore da vida.
PARTE 2: HAMARTIOLOGIA
1. A ORIGEM DO PECADO
O assunto sobre o pecado, sempre foi de um relevante interesse na teologia, até mesmo de um
simples leigo dentro da igreja. E não só, o pecado é assunto universal, e cuja algumas questões sobre o
mesmo não estão clareadas, pois existem questões sobre a autoria e o porquê do pecado. Mas o que se sabe
e é verdade é que o pecado é uma doença que está infesta no interior do ser humano e se manifesta de todas
as formas na experiência diária do homem.
Os reformadores compartilhavam a ideia de Agostinho com respeito a origem do pecado, que
sustentava que o homem é culpado do pecado e corrupto por ele, através de sua descendência em Adão.
Parte – se desta relação, para entender o estado do pecado no homem.
A ALIENAÇÃO DA NATUREZA MANIFESTA PELA A MORTE: O ser humano foi condenado ao processo de
CORRUPÇÃO DA MESMA: A alienação de si mesmo se envelhecimento e morte física. Não apenas isso, mas
mostra na perda do significado da vida. O homem entrou instalou-se além da morte física, a espiritual, da qual já
numa busca desenfreada de poder, bens e todo tipo de falamos quando nos referimos à separação de Deus, e a
vícios, na tentativa de dar sentido à vida. morte eterna, que é a condenação final do ímpio.
Em decorrência de seu primeiro pecado foi também, o homem, expulso do paraíso onde tinha comunhão íntima com Deus. O
homem foi retirado de um lugar de ordem, onde suas necessidades eram plenamente satisfeitas, e lançado em um mundo
selvagem e cheio de perigos.
Terríveis foram as consequências do primeiro pecado sobre a raça humana a qual perdeu a imagem de
Deus em seu sentido restrito.
Notemos as consequências do pecado sob seis rupturas ou divisões ocorridas como resultado da
queda (Gn 3.8-20). 1) é a ruptura espiritual, ocorrida entre o homem e o Criador (3.8-11). 2) é a divisão
psicossomática, ocorrida no próprio homem, e que se manifesta na ambigüidade e esquizofrenia humana, na
necessidade egoísta de significado e amor, nos “sofrimentos da tua gravidez”(3.16) e na morte (3.3-4, 19). 3°) é
a divisão sociológica. O ser humano está em conflito consigo mesmo e com seus semelhantes, e isto se
manifesta no conflito entre marido e mulher (3.12, 16-17) e no ciúme que Caim teve de Abel e o conseqüente
homicídio (Gn 4). 4°) é a antro-ecológica, onde o homem entra em conflito com a criação (3.17-19). 5°) é a
ecológica, com o pecado se manifestando na própria criação, “maldita é a terra por tua causa” (3.17 cf. 9.12),
“ela produzirá também cardos e abrolhos” (3.18), pois “a criação está sujeita à vaidade” (Rm 8.20; cf. Is 11.6s;
65.25). Mas a 6°) que é final, é a cruz. Mesmo em meio à miséria, o proto-evangelho – a primeira revelação
evangélica no Antigo testamento – é revelado (Gn 3.15)
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2. O CARATER ESSENCIAL DO PRIMEIRO PECADO
O pecado é um dos mais tristes fenômenos da vida humana, e também o mais comum. Faz parte da
experiência comum da humanidade e, portanto, impõe-se à atenção de todos os que não fecham
deliberadamente os olhos para as realidades da vida humana. Há os que sonham por algum tempo com a
bondade essencial do homem e falam com indulgência das palavras e ações isoladas que não se enquadram
nos padrões éticos da boa sociedade, descrevendo-as como simples paixões e fraquezas, pelas quais o
homem não é responsável e as quais prontamente cedem a medidas corretivas; mas, com o correr do tempo,
com o fracasso de todas as medidas de reforma externa, e com a verificação de que a supressão de um mal só
serve para liberar outro, essas pessoas ficam inevitavelmente desiludidas. Tomam consciência do fato de que
estiveram lutando meramente com os sintomas de uma doença arraigada profundamente e que defrontam, não
apenas o problema dos pecados, isto é, dos atos pecaminosos isolados, mas o problema muito maior e mais
profundo do pecado, de um mal inerente à natureza humana. É exatamente o que estamos começando a
presenciar na época atual.
empregados na Escritura para designar o pecado indicam o seu teor moral. Chatta’th dirige a
atenção para o pecado como feito que era o alvo e que consiste num desvio do caminho certo.
’Avel e ’avon indicam que é uma falta de integridade e retidão. Pesha’ refere – se a ele como uma
revolta ou uma recusa de sujeição à autoridade legitima, uma positiva transgressão da lei, e um
rompimento da aliança. E resha’ o assinala como uma fuga ímpia e culposa da lei. Ademais, é
designado como culpa por ’asham, como infidelidade e traição por ma’al, como vaidade por ’aven e
como perversão ou distorção da natureza por ’avah. As palavras neotestamentárias
correspondentes, como hamartia, adikia, parabasis, paraptoma, anomia, paranomia e outras,
indicam as mesmas idéias. O pecado é o resultado de uma escolha livre, porém má, do homem. Este é o
ensino claro da Palavra de Deus, Gn 3.1-6; Is 48.8; Rm 1.18-32; 1 Jo 3.4.
2. O pecador tem caráter absoluto.
3. O pecado sempre tem relação com Deus e Sua vontade: Os mais antigos teólogos compreendem
que é impossível ter uma correta concepção do pecado sem vê-lo em relação a Deus e Sua
vontade e, portanto, acentuavam este aspecto e normalmente falavam do pecado como falta de
conformidade com a lei de Deus. Rm 1.32; 2.12-14; 4.15; Tg 2.9; 1 Jo 3.4.
4. O pecado inclui a culpa e a corrupção.
5. O pecado tem sua sede no coração.
6. O pecado não consiste apenas de atos manifestos.
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3. A TRANSMISSÃO DO PECADO
3.1. UNIVERSALIDADE DO PECADO
A Escritura sustenta que o pecado é herança de um homem. Adão como representante federal imputou
o pecado a sua descendência, uma vez que ele desobedeceu. Isto se pode entender no paralelo que Paulo fez;
se através de Cristo a vida é imputada, logo Adão só poderia ter sido um representante federal, na qual estava
dentro toda a raça humana.
O pecado é uma herança que é herdada desde a hora do nascimento, logo, está presente na natureza
humana, tão cedo que não há possibilidade de ser considerado como resultado de imitação, Sl 51.5; Jó 14.4;
Jo 3.6. Segundo o fundamento de Paulo, em Ef 2.3, dizendo que “eles eram por natureza filhos da ira”,
podemos entender a derivação da condição paternal deles ou, a origem deles que estava ligada pela ira. Eles
tinham uma condição inata ou original da ira. Logo, o pecado é uma coisa original, da qual participam todos os
homens e que os faz culpados diante de Deus. E, de acordo com a Escritura, a morte sobrevém mesmo aos
que nunca exerceram uma escolha pessoal e consciente, Rm 5.12-14. Esta passagem implica que o pecado
existe no caso de crianças, antes de possuírem discernimento moral. Desde que sucede que as crianças
morrem e, portanto, o efeito do pecado está presente na situação delas, é simplesmente natural supor que a
causa também está presente. Finalmente, a Escritura ensina também que todos os homens se acham sob
condenação e, portanto, necessitam da redenção que há em Cristo Jesus. Nunca se declara que as crianças
constituem exceção a essa regra.
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4. O PECADO NA VIDA DA RAÇA HUMANA
4.1. O PECADO ORIGINAL
Teologicamente, o homem nasce no estado e condição de peccatun originale, ou pecado original na
tradução. Chama – se pecado: 1) porque é derivado da raiz original da raça humana (Adão); 2) porque está
presente na vida de todo e qualquer indivíduo, desde a hora do seu nascimento e, portanto, não pode ser
considerado como resultado de imitação; 3) porque é a raiz interna de todos os pecados concretizados que
corrompem a vida do homem.
Como em muitos outros assuntos, os reformadores estavam de acordo a linha agostiniana, embora o
grande reformador de Genebra diferisse de Agostinho neste assunto, especialmente em dois pontos,
sustentando o fato de que o pecado não é uma coisa puramente negativa, e que não se limita na natureza
sensorial e emocional do homem.
pessoalmente ações pecaminosas, e prende-se a eles permanentemente. Não pode ser removida pelo perdão,
não é removida pela justificação baseada nos méritos de Jesus Cristo, e muito menos pelo perdão puro e
simples. Os pecados do homem são inerentemente merecedores de males, mesmo depois que ele foi
justificado. Neste sentido, a culpa não pode ser transferida de uma pessoa para outra.
2. Corrupção original: Esta acarreta duas coisas, a ausência da justiça original e a presença do mal
positivo. Deve – se notar: 1) Que a corrupção original não é apenas uma moléstia, como a descrevem alguns
dos “pais” gregos e os arminianos, mas, sim, pecado, no sentido real da palavra. A culpa está ligada ao
pecado; 2) Que não se deve considerar essa corrupção como uma substancia infundida na alma humana, nem
como uma mudança da substancia no sentido metafísico da palavra; 3) Que não é mera privação.
3. Depravação total: Isto deve ser olha sob dois aspectos. Negativamente, não implica: 1) que todo
homem é tão completamente depravado como poderia chegar a ser; 2) que o pecado não tem nenhum
conhecimento inato de Deus, nem tampouco tem uma consciência que discerne entre o bem e o mal; 3) que o
homem pecador raramente admira o caráter e os atos virtuosos dos outros, ou que é incapaz de afetos e atos
desinteressados em suas relações com os seus semelhantes; nem 4) que todos os homens não regenerados,
em virtude da sua pecaminosidade inerente, se entregarão a todas as formas de pecado: muitas vezes
acontece que uma forma de pecado exclui outra. Positivamente, indica que: 1) a corrupção inerente abrange
todas as partes da natureza do homem, todas as faculdades e poderes da alma e do corpo; 2) absolutamente
não há no pecador bem espiritual algum, isto é, bem com relação a Deus, mas somente perversão.
4. Incapacidade total: A corrupção original herdade toma o nome de incapacidade total. Os teólogos
reformados (calvinistas) geralmente dizem que ele ainda é capaz de realizar: 1) o bem natural; 2) o bem civil ou
a justiça civil; e 3) exatamente, o bem religioso. Quando fala – se da corrupção do homem em termos de
incapacidade total, quer – se dizer duas coisas: 1) que o pecador não regenerado não pode praticar nenhum
ato, por insignificante que seja, que fundamentalmente obtenha a aprovação de Deus e corresponda às
exigências da santa lei de Deus; e 2) que ele não pode mudar a sua preferência fundamental pelo pecado e por
isso mesmo, trocando-a pelo amor a Deus; não pode sequer fazer algo que se aproxime de tal mudança.
Em certo sentido, o homem perdeu a sua liberdade; noutro sentido, n!ao a perdeu. Há uma certa
liberdade que é possessão inalienável de um agente livre, a saber, a liberdade de escolher o que lhe agrada,
em pleno acordo com as disposições e tendências predominantes da sua alma. O homem não perdeu nenhum
das faculdades constitucionais necessárias para constituí-lo um agente moral responsável. Ele ainda possui
razão, consciência e a liberdade de escolha. Ele tem capacidade para adquirir conhecimento e para sentir e
reconhecer distinções e obrigações morais; e os seus afetos, tendências e ações são espontâneos, de sorte
que ele escolhe e recusa conforme ache que o objeto de exame lhe sirva ou não. Mas vale lembrar que essa
escolha por mais boa que seja, não revela a ele, uma comunhão com o Senhor. Qualquer ato feito pelo homem
não regenerado, por mais bom que seja é sempre passível de pecado.
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5. PECADO FACTUAL
5.1. RELAÇÃO ENTRE O PECADO ORIGINAL E O PECADO FACTUAL
O pecado original é a causa do pecado fatual. O pecado original originou – se em Adão, no ato de
transgressão, e imputou – o a sua descendência. Todo homem é culpado em Adão, e por conseguinte, nasce
com uma natureza corrupta. Esta corrupção interna é a fonte de todos os pecados fatuais ou atuais. O pecado
original é somente um; o pecado fatual é múltiplo e de diversas formas.
5.2. O PECADO IMPERDOÁVEL
Geralmente conhecido como blasfêmia contra o Espírito Santo, Mt 12.31. Mas também há pecados contra o
Espírito Santo que são perdoáveis, Ef 4.30.
Mas o pecado imperdoável é um pecado cometido durante a presente vida, pecado que torna
impossíveis a conversão e o perdão. O pecado consiste na rejeição e calúnia consciente, maldosa e voluntária,
e isso contra as evidências e respectiva convicção do testemunho do Espírito Santo a respeito da graça de
Deus em Cristo, atribuindo-o, por ódio ou inimizade, ao príncipe das trevas. Ao cometer esse pecado, o homem
atribui voluntária, maldosa e intencionalmente o que se reconhece claramente como obra de Deus à influência
e operação de Satanás. Não é nada menos que uma difamação do Espírito Santo, uma audaciosa declaração
de que o Espírito Santo é o espírito do abismo, que a verdade é mentira e que Cristo é Satanás. A raiz desse
pecado é o consciente e deliberado ódio a Deus e a tudo quanto se reconhece como divino. É imperdoável,
PROÍBIDO A REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO PASTOR ANTÓNIO MORGADO
CURSO DE CAPACITAÇÃO E TREINAMENTO INTENSIVO ANTROPOLOGIA 2018
não porque a sua culpa transcende os méritos de Cristo, ou porque o pecador esteja fora do alcance do poder
renovador do Espírito Santo, mas, sim porque há também no mundo de pecado certas leis e ordenanças
estabelecidas por Deus e por Ele mantidas.
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6. PUNIÇÃO DO PECADO
6.1. PUNIÇÕES NATURAIS
Os homens não podem escapar das punições naturais, por serem consequências inevitáveis do
pecado. A Bíblia fala dessas punições em Jó 4.8; Sl 9.15; 94.23; Pv 5.22; 24.14; 31.3. Elas pressupõem
também uma lei do grande Legislador. São penalidades ligadas as transgressões por decretos divinos. Elas
são postas pela lei divina, que é absoluta. É a este tipo de pecado que a Bíblia se refere normalmente. No
Velho Testamento vemos que Deus deu um código de lei ao povo de Israel, e também estipulou as punições,
se estes viessem a cometer, Ex. 20.
No que tange o castigo efetivo do pecado, como já acima descrito, Deus ameaçou o homem com a
penalidade de morte, caso este viesse a quebrar a lei. E nesta morte está inclusiva a morte espiritual, os
sofrimentos na vida, a morte física e a morte eterna.
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PARTE 3 – O HOMEM NA ALIANÇA DA GRAÇA
Chama-se aliança da graça porque é a revelação ímpar da graça de Deus, e porque o homem recebe
todas as bênçãos prometidas na aliança como dádivas da graça divina.
1. ALIANÇA DA REDENÇÃO
A aliança da graça e a da redenção são dois modos ou duas fases da única aliança evangélica da
misericórdia.
somente mostram que o plano divino de salvação dos pecadores é eterno, Ef 1.4; 3.9,11, mas
também indicam que esse plano é da natureza de uma aliança, Jo 5.30, 43; 6.38-40; 17.4-12; Rm
5.12-21 e 1 Co 15.22.
2. Sempre temos os elementos essenciais de uma aliança, a saber, partes contratantes, promessas e
condição ou condições, temos uma aliança. No Sl 2.7-9; At 13.33; Hb 1.5; 5.5.
2. PROMESSAS. As promessas do Pai correspondem aos requisitos exigidos para a realização da Sua
grandiosa e compreensiva tarefa, excluindo com isso toda incerteza quanto ao êxito operacional desta aliança.
Eis o que estas promessas incluíam:
a) Que Ele prepararia um corpo para o Filho, corpo que seria um tabernáculo próprio para Ele; um
corpo em parte preparado pela ação imediata de Deus e não contaminado pelo pecado, Lc 1.35; Hb 10.5.
b) Que Ele O dotaria dos necessários dons e graças para a realização da Sua tarefa, e particularmente
O ungiria para os ofícios messiânicos, dando-lhe o Espírito sem medida – promessa cumprida especialmente
no Seu batismo, Is 42.1, 2; 61.1; Jo 3.31.
c) Que Ele O apoiaria na realização da Sua obra, livrá-Lo-ia do poder da morte habilitando-o, assim, a
destruir os domínios de Satanás e a estabelecer o reino de Deus, Is 42.1-7; 49.8; Sl 16.8- 11; At 2.25-28.
d. Que Ele O capacitaria, como recompensa por Sua obra consumada, a enviar o Espírito Santo para a
formação do Seu corpo espiritual, e para a instrução, direção e proteção da igreja, Jo 14.26; 15.26; 16.13, 14;
At 2.33.
e) Que Ele Lhe daria numerosa semente em recompensa por Sua obra consumada, uma tão numerosa
semente que seria uma incontável multidão, de modo que, finalmente, o reino do Messias abarcaria o povo de
todas as nações e línguas, Sl 22.27; 72.17.
f) Que Ele O comissionaria, delegando-lhe todo o poder, no céu e na terra, para o governo do mundo e
de Sua igreja, Mt 28.18; Ef 1.20-22; Fp 2.9-11; Hb 2.5-9; e finalmente O recompensaria, como Mediador, com a
glória que, como Filho de Deus, tinha com o Pai antes de existir o mundo, Jo 17.5.
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2. NATUREZA DA ALIANÇA
Na aliança da graça Deus é a primeira parte contratante, a parte que toma a iniciativa, e por Sua graça
determina a relação que a segunda parte manterá com Ele.
PACTO ABRAAMICO (A Aliança com Abraão): Com Abraão entramos na época da revelação veterotestamentária da
aliança da graça. Deve – se destacar aqui que:
- Até ao tempo de Abraão não houve estabelecimento formal da aliança da graça.
- O grande fato central salientado na escritura é que Abraão creu em Deus e isto lhe foi imputado com justiça.
- As bênçãos espirituais da aliança da graça foram muito mais palpáveis na aliança com Abraão do que antes. Rm 3 e 4, e
Gl 3.
- A aliança com Abraão já incluía um elemento simbólico. De um lado, referia-se às bênçãos temporais, tais como a terra de
Canaã, uma numerosa progênie, proteção contra os inimigos e vitória sobre eles; de outro lado, referia-se às bênçãos
espirituais.
- Em vista do estabelecimento desta aliança da graça com Abraão, ele é considerando pai dos que crêem, conforme diz
Paulo em Rm 4.11. É evidente que a palavra “pai” só pode ser entendida figuradamente aí, pois os crentes não devem a
sua vida espiritual a Abraão.
- Na dispensação do Novo Testamento, não é o da aliança sináitica que é mais normativo para nós, mas o da aliança
estabelecida com Abraão.
PACTO PALESTINIANO (Aliança com o povo) PACTO DAVÍDICO (Aliança com David): Duas promessas
:Este pacto também se desenvolveu do pacto principais são feitas neste pacto:
abraâmico e proveu as condições para a entrada na - Estabelecer a descendência de Davi para sempre (II Sm 7.16);
terra. - Ser o seu Deus e o de seu filho (II Sm 7.14, 15).
O povo está diante da terra prometida, perto de tomar A promessa de estabelecer a descendência de Davi para sempre
posse da mesma. Assim, em Dt 29 são dadas é tremendamente significativa uma vez que a mesma se cumpriu
promessas de bênção ou maldição dependendo da em Cristo. Cristo é o descendente de Davi que ocupa eternamente
fidelidade à aliança ou não. o trono.
PACTO MOSAICO (Aliança Sináitica): A aliança do Sinai era essencialmente a mesma estabelecida com Abraão, embora
a forma diferisse um pouco. A razão pela qual às vezes é considerada como uma aliança inteiramente nova é que Paulo se
refere repetidamente à lei e à promessa como formando uma antítese, Rm 4.13 em diante; Gl 3.17. 148.20. Mas, embora a
aliança com Abraão e a aliança sináitica fossem essencialmente a mesma, a aliança do Sinai tinha certos traços
característicos.
- No Sinai a aliança tornou-se uma aliança verdadeiramente nacional.
- A aliança sináitica a lei era posta em primeira plana, dando proeminência uma vez mais ao elemento legal anterior.
- A aliança com a nação de Israel incluía um minucioso cerimonial e serviço típicos. O sacerdócio separado, e a contínua
pregação do Evangelho com símbolos e tipos.
- Na aliança sináitica a lei também servia a Israel como regra de vida, de sorte que a lei uma e única de Deus assumia três
aspectos, assim designados: lei moral, lei civil e lei cerimonial ou religiosa.
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3.2. DISPENSAÇÃO NO NOVO TESTAMENTO
Na dispensação no Novo Testamento notemos os seguintes fatos:
- A aliança da graça, nos termos em que é revelada no Novo Testamento, é essencialmente a mesma que governava a
relação dos crentes veterotestamentários com Deus. Isto fica muitíssimo evidente à luz de Rm 4 e Gl 3.
- A dispensação do Novo testamento difere da do Velho testamento em que é universal, isto é, estende-se a todas as
nações, e não apenas a Israel.
- A dispensação do Novo testamento dá mais ênfase à graça que caracteriza a aliança. De fato, fica claramente patente que
na aliança da graça Deus dá gratuitamente o que Ele exige. Neste aspecto a nova aliança se relaciona com a aliança
abraâmica, e não com a sináitica, como Paulo expõe claramente em Rm 4 e Gl 3.
- A dispensação do Novo testamento traz bênçãos mais ricas que a dispensação do Velho Testamento. A revelação da
graça de Deus chegou ao clímax quando o Verbo se fez carne e habitou entre os homens “cheio de graça e de verdade”.
A presente dispensação da aliança da graça continuará até à volta de Cristo, quando a relação pactual se
realizará no sentido mais completo da palavra numa vida de íntima comunhão com Deus.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na busca da resposta à pergunta “quem é o homem?” muitas hipóteses têm surgido, cada uma delas
com vastíssimas implicações para o pensamento e para a vida.
Franklin Ferreira diz o seguinte: No século XX, o desenvolvimento da ciência e de diversas tradições
psicológicas e filosóficas, como, por exemplo, o existencialismo, colocou a busca desta solução no centro do
palco. As pessoas indagam: “Quem sou eu e qual é o significado da vida, especialmente da minha vida
pessoal?” Num mundo secularizado, as respostas são evasivas. Os sociólogos acreditam que a alienação das
pessoas se exacerbou com o estresse do modernismo, presente na sociedade tecnológica dos últimos dois
séculos. A inquietude que subsiste mostra que as questões continuam sem solução na pós-modernidade que
caracteriza o século XXI. Mas ainda assim é indispensável que cada indivíduo conheça a si mesmo.
Além do problema da crise de identidade pessoal, vivemos numa época de controvérsia entre visões opostas a
respeito de várias questões morais e éticas importantes. [...] De um lado alguns promovem mudanças sociais
para redefinir instituições e justificar um comportamento social que não foi aceito no passado. Outros dizem
que essas propostas radicais ameaçam a estrutura e até mesmo a sobrevivência da sociedade. A busca por
um caminho para se tentar resolver essa divisão revela que, no fundo desta discussão, existe uma completa
discordância sobre os conceitos básicos acerca da natureza do ser humano (F. Ferreira, Teologia Sistemática,
São Paulo: Edições Vida Nova, 2006, p. 385).