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APRESENTAÇÃO RESULTADOS
Tradicionalmente, a divulgação científica atinge os campos das Trabalho coletivo de construção do conhecimento
ciências da vida, exatas e tecnológicas e está associada a centros A Olimpíada Nacional em História é realizada em equipe, composta por
e museus de ciências e de tecnologia. Já o campo das ciências estudantes dos oitavo e nono anos e por estudantes do ensino médio.
humanas, ainda que fundamental para a formação intelectual e Observamos na 1ª edição do evento a imensa motivação dos alunos
cognitiva e para a cultura científica entendida de forma mais ampla e de todas as séries, sendo que para a grande final foram convocadas
global, é ainda tema pouco privilegiado e as iniciativas em termos de várias equipes de oitava série que, mesmo ainda sem domínio de todos
acesso, divulgação e inclusão são poucas ou pouco conhecidas. De os conteúdos abordados, buscaram a superação por meio do estudo,
que modos a divulgação científica pode estender-se a estes campos desbancando, assim, muitas equipes do ensino médio. O caráter de
de competência – a história, a literatura, as ciências humanas em colaboração e debate são incentivados pela atuação em grupo, assim
geral – que ficam muitas vezes relevados a “curiosidades menores” que como o grau de competitividade individual é transmutado em um
adornam publicações científicas de cunho geral? competição inclusiva.
Essas observações baseiam-se na experiência concreta e
inédita da organização e execução da Primeira Olimpíada Nacional Valorização da atuação do professor
em História do Brasil, que foi lançada via internet, em território Como as atividades relacionam-se e ultrapassam os conteúdos
nacional, por meio do Museu Exploratório de Ciências da Unicamp, escolares imediatos, ressalta-se a figura do professor como
como uma Olimpíada de Ciência em Âmbito Nacional apoiada um “orientador de estudos”, como membro da equipe, atuando como
pelo CNPq. Iniciada em agosto de 2009, a Olimpíada Nacional em seu tutor. Hábitos de estudo cotidiano são valorizados.
História do Brasil, que ainda está ocorrendo até as datas da Grande
Final em 12 e 13 de dezembro de 2009, teve nessa primeira edição Pontuação progressiva e participação inclusiva
mais de 16.000 participantes, entre estudantes e professores de Cada fase realizada em um peso relativamente maior que a fase
história de todo o país. Toda a parte conceitual e metodológica da anterior, assim como o grau de dificuldade das questões vai sendo
Olimpíada foi desenvolvida por equipe de profissionais em história. ampliado. Assim, as equipes que atingem as fases finais de fato
Foram desenvolvidos uma plataforma e um sistema interativos que, constroem progressivamente uma reflexão sobre a história nacional,
além de proporcionar a inclusão digital, possibilitaram atividades como ao mesmo tempo em que não se desestimula as equipes com a
a utilização de um acervo digitalizado de documentos históricos, o eliminação logo nas primeiras fases. A eliminação fixada em apenas
1 Página inicial da 5ª (e última) fase no site.
que leva os participantes a terem contato direto com o arcabouço 10% dos participantes da primeira para a segunda fase gerou efeito
metodológico do historiador. Atividades como a leitura e interpretação positivo de auto-estima e interesse pelas atividades subseqüentes.
de documentos, a análise de materiais iconográficos (mapas, gravuras,
mídia em geral) e a interpretação de documentos controversos sobre o Utilização do ambiente virtual como divulgação científica
mesmo evento histórico foram algumas das atividades propostas. O ambiente virtual traz a questão da inclusão digital e do alcance geo-
O exercício nas metodologias científicas específicas de um gráfico. Lida com linguagens de domínio da faixa etária dos estudantes
historiador leva a um novo patamar de conhecimento de temas e mostra-se acessível a atraente. Permite grande alcance e de grande
históricos e historiográficos e incide sobre o ensino e a divulgação interatividade, e extrapola a duração do evento em si. O caráter de
da história do Brasil, ao mesmo tempo em que alerta para os padrões trabalho coletivo e troca de experiência foi garantido por outras intera-
hierárquicos que associam a história nacional aos grandes ciclos ções que também ocorrem online, por iniciativa do Museu Exploratório,
econômicos e levam à invisibilidade histórica de regiões nacionais no organizador do evento (como o blog da Olimpíada ou comunidade
discurso histórico geral. no Orkut) mas também pela iniciativa dos próprios participantes.
3.
O fato de a Olimpíada estar online e, conforme cada fase era
FREITAS NETO, José Alves. “A transversalidade e a renovação no
ensino de história”. In: KARNAL, Leandro (org.) História na sala
de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Ed. Contexto,
1ª Olimpíada Nacional
em História do Brasil
finalizada, tornar-se imediatamente acessível a qualquer interessado, 2003.
permite a criação e alimentação contínua de um banco de dados LAUNIUS, Roger D. “American Memory, Culture Wars, and the
com documentos históricos. Esse banco de dados age no campo da Challenge of Presenting Science and Technology in a National
divulgação científica e na circulação de conhecimento por meio da Museum.” The Public Historian, Vol. 29, No. 1. University of
ferramenta da internet. California Press, Winter 2007.
MASSARANI, Luisa, MOREIRA, Ildeu de Castro, BRITO, Fátima &
CANDOTTI, Ennio. Ciência e publico: caminhos da divulgação
científica no Brasil. Rio de Janeiro: Casa da Ciência : UFRJ,2002.
WEISS, Melanie Shell and KORNBLUH, Mark Lawrence. “H-Net:
Humanities and Social Sciences OnLine”. The History Teacher,
Vol. 31, No. 4. Society for History Education, August 1998. 6 Elementos do projeto de identidade visual da olimpíada.