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A floresta tropical da aprendizagem

Explorar as possibilidades
(“The Learning Rainforest” de Tom Sherrington)

Pedro Damião
Twitter: @geofactualidade | Blogger: geofactualidades.blogspot.com

A metáfora “Learning Rainforest” (floresta tropical da aprendizagem) não é mais do que uma forma que o autor,
Tom Sherrington, encontrou para dar forma às suas ideias sobre o que considera um ensino de qualidade.
Consciente do debate atual entre o ensino progressivo e o ensino tradicional, o autor afirma-se no espaço
intermédio entre estas duas posições, através de um constructo assente na metáfora da árvore da aprendizagem:
nas raízes, as condições necessárias para aprender; no tronco, o conhecimento; e, na folhagem, as diversas
experiências de aprendizagem que podemos criar. Este terceiro e último resumo corresponde à secção – Explorar
as possibilidades.

Projetos e “mãos à obra”

Significa que estamos a criar as condições onde a aprendizagem e o conhecimento podem ser expressos de
diferentes formas e diferentes caminhos. São formas de construir o conhecimento de várias maneiras e de reforçar
a atitude positiva para aprendizagem e o clima de sala de aula necessário para criar condições para que os
alunos aprendam.

1. Mãos à obra. Este aspecto refere-se a situações em que a decisão do professor está em trabalhar um tópico sob
o ponto de vista técnico ou se existem experiências físicas ou práticas que possam ser desenhadas. Este aspecto
não é exclusivo das ciências e pode ser considerado para outras disciplinas, envolvendo o manuseamento de
materiais, artefactos e instrumentos, a realização de experiências, a construção de gráficos e mapas, tocar um
instrumento musical, etc. Em suma, implica que os alunos possam tocar e manusear diversos materiais.

2. Ambiguidade e incerteza. Existem muitas áreas do currículo em que reinam a ambiguidade e a incerteza, em
que o conhecimento necessita ser posto à prova. Na sala de aula, o professor deve promover o debate desses
temas, não deixando ao acaso a sua aprendizagem. O professor deve planear actividades que introduzem
deliberadamente ambiguidade, incerteza, conflito ou ideias divergentes. O que é a arte? Como determinar a
qualidade de uma peça de design? O que é uma grande obra literária?

Deve-se explorar estas questões e promover a reflexão, apresentando exemplos contrastantes pois é assim, através
da comparação, que os alunos distinguem as diferenças e tomam consciência que os diferentes elementos
artísticos têm forças relativas. O objetivo não é chegar a consensos nem à resposta certa mas ensinar os alunos a
explorar estes assuntos e a terem um raciocínio fundamentado que vá para além da mera preferência por um estilo
de música, de literatura, de pintura,... Será necessário que os alunos utilizem linguagem técnica apropriada ao
tema e que se envolvam na reflexão e debate, dotados da informação e do conhecimento necessários para que
não seja apenas uma escolha não fundamentada de um dos lados. O debate é importante mas nem todos os
temas se prestam a um debate deste tipo.

3. Detetive. Para alguns conteúdos, adotar uma metodologia investigativa parece ser o melhor caminho. Esta deve
ser aplicada em qualquer situação em que os alunos tenham capacidade para detectar e compreender padrões.
Não é o professor que ensina através de instrução direta mas cria oportunidades para que os alunos trabalhem
determinados por si mesmos. Os alunos utilizam os conhecimentos prévios para investigar nova informação,
encontrar padrões, regras e relações.

4. Aprofundar. É importante ensinar os alunos a debaterem-se com novos conceitos. Não existe aprendizagem se
não houver esforço, por isso é importante tirar os alunos da sua zona de conforto. O professor planifica uma
estratégia que será altamente exigente para os alunos e os obrigará a esforço adicional para se focarem e
praticarem um pensamento independente. Os alunos vão afirmar desde logo que a tarefa é demasiado difícil e
complexa, e por isso o professor deve cumprir alguns requisitos prévios:

Batalha de Ideias para a Sala de Aula 1


- ler a tarefa cuidadosamente;
- sublinhar os conceitos ou factos já conhecidos;
- adicionar alguma informação relacionada já apreendida recentemente;
- fazer um plano para o ensaio escrito necessário antes de se envolverem na tarefa;
- listar as ideias principais;
- explorar a tarefa fazendo ligações outros temas que já dominem.

Exemplos: análise fotográfica de paisagens para identificar e explicar padrões de povoamento; análise de fontes
históricas; analise poética de obras de autores desconhecidos. Os alunos irão sentir dificuldades face ao desafio
que é colocado mas é importante que em algum momento seja dado a conhecer alguns aspectos da solução ou
de bons exemplos de respostas. É importante que o professor não desista quando se depara com as dificuldades
dos alunos e não lhes dê de imediato as soluções. A tarefa deverá ter um nome do tipo "Desafio Profundo" para
que os alunos se familiarizem com a estratégia.

5. Grupos. O trabalho de grupo ser equacionado sempre nesta perspectiva: Qual a vantagem, para a
aprendizagem, de trabalhar em grupo que não é alcançada através do trabalho individual? Na resposta a esta
pergunta devem ser consideradas as seguintes variáveis:

- a natureza da tarefa e até que ponto as dinâmicas de grupo podem ser favoráveis;
- a formação dos grupos em termos de dimensão, perfil de competências e atitudes face à aprendizagem (ter em
atenção o efeito Ringelmann, segundo o qual cada indivíduo será menos produtivo à medida que a dimensão do
grupo aumenta);
- a estrutura do grupo quanto ao papel de cada membro;
- até que ponto os conhecimentos prévios são um pré-requisito para as tarefas de aprendizagem e qual a situação
de cada elemento do grupo;
- o tempo necessário para realizar a atividade em comparação com outras atividades.

O trabalho de grupo deve ser promovido na sala de aula para potenciar a aprendizagem e não para reduzir a
sobrecarga do professor. O trabalho de grupo não é necessariamente uma boa atividade mas para ser realizado
devem estar reunidas algumas condições, sob pena de termos os alunos ilusoriamente ocupados mas a não
realizar aprendizagens:

- cada elemento do grupo deve contribuir com alguma coisa


- os resultados da aprendizagem são mais importantes as dinâmicas do grupo
- a atividade deve proporcionar uma experiência de aprendizagem assente na interação entre os alunos para que
alcancem os objetivos de aprendizagem; o trabalho de grupo não pode ser trabalho individual paralelo em
ambiente social (de grupo).

O trabalho de grupo deve acontecer quando este mais rico do que o trabalho individual, o que nem sempre
acontece. O trabalho de grupo deve ser promovido em situações de dramatização, resolução de problemas reais e
definição de estratégias, debates, etc.

6. Projetos. É importante criar oportunidades para que os alunos desenvolvam as suas ideias através de projetos.
Os objetivos de aprendizagem alcançados podem ser extraordinários pois os alunos investem energia e tempo em
algo para que se sentem mais motivados.

7. Projetos, produtos e experiências autênticas. É importante sair da sala de aula para o mundo real e autêntico e
criar experiências de aprendizagem autênticas, isto é, em contexto real, e não baseadas na escola, em casa, na
internet ou nas redes sociais. Aprender em contextos autênticos dá sentido às aprendizagens e motiva os alunos.
Exemplos: Estudo sobre a história local, saída de campo, visita de estudo,...

8. Ser criativo e aprender a escolher. O processo criativo envolve explorar possibilidades, fazer escolhas e avaliar o
resultado. Devemos incentivar o pensamento criativo e dar espaço para que o mesmo possa ocorrer durante uma
sequência de aulas, embora os alunos se deparam com dificuldades neste domínio da criatividade. Por isso os
desafios da criatividade devem ser de baixo risco para aqueles alunos menos confiantes. Por exemplo, na
apresentação de trabalhos, não devemos limitar o formato a um poster ou PowerPoint ou maquete ou banda
desenhada, mas deixar à criatividade dos alunos a forma como querem apresentar o produto do seu trabalho.

Batalha de Ideias para a Sala de Aula 2


Mas não deixa de ser importante o professor desafie os alunos a surpreendê-lo, pois desta forma está a comunicar
que valoriza a sua criatividade.

Para dar espaço à criatividade, devemos explicitar as expectativas e limitar as instruções sobre o trabalho final para
que não se esteja a espartilhar as possibilidades dos alunos. Por vezes os alunos são mais criativos do que
pensamos e conseguem ir para além daquilo que esperamos, basta que lhes demos espaço para tal. Melhor ainda
será se o professor lhes disser "Surpreendam-me!!". Se todos os trabalhos tiveram o mesmo formato, será difícil ver
os alunos atentos e interessados enquanto os colegas apresentam os seus.

10. Sair do caminho. Por vezes é importante sair do caminho e aproveitar as oportunidades criadas pelo
momento, isto é, pelos acontecimentos que vão ocorrendo no mundo e que podem ser explorados na sala de aula
(a descoberta de um planeta, uma catástrofe, o aniversário de uma personagem histórica, o leilão de uma pintura,
etc). Tudo o que acontece "lá fora" é possível ser integrado na sala de aula e criar aprendizagem, incluindo por
ligação aos temas da disciplina.

Mais possibilidades

11. Fóruns online. Existem diversas aplicações e plataformas que permitem utilizar as tecnologias em sala de aula.
A plataforma Edmodo é um desses recursos tecnológicos ao dispor do professor e dos alunos. Captura de vídeo e
imagem: permite que os alunos gravem o que acontece na sala de aula, como por exemplo uma reação química,
para que mais tarde a possam rever e tomar os apontamentos necessários. Partilha de recursos: através das
plataformas os alunos podem partilhar recursos que criam para revisão, links de páginas da internet,
apresentações da aula, etc. Trabalhos de casa: através desta plataforma, os alunos podem tomar conhecimento
das tarefas de trabalho de casa estabelecidas pelo professor.

Vantagens da plataforma Edmodo:


- a aprendizagem é algo que cada aluno pode fazer em qualquer momento e não está confinado aquilo que o
professor dá como orientação;
- alunos devem assumir a responsabilidade pela sua própria aprendizagem mas também podem contribuir para a
aprendizagem da turma;
- permite ver os exemplos dos bons alunos e aquilo que fazem serve como modelo;
- é sempre recompensador partilhar as pesquisas e os interesses de cada um com os colegas;
- utilizar uma rede social com fins educativos;
- o sentido coletivo da utilização de um recurso em benefício da aprendizagem de todos.

12. Ensino recíproco. Trata-se de uma estratégia com grande potencial para gerar aprendizagem. Os alunos são
chamados a ensinar outros colegas sobre algo que já foi ensinado pelo professor. É natural que os alunos, ao
ensinarem outros, cometam erros, sendo aqui que o professor deve prestar atenção por haver lacunas na
compreensão do conceito que merecem ser reparadas. O professor intervém para clarificar e certificar-se que os
alunos compreenderam.

13. Aprendizagem invertida. Os professores mais tradicionais tendem a descartar esta metodologia, porém esta
existe desde que existem livros, conforme lembra Eric Mazur, professor em Harvard: os alunos são convidados a
aprender o material previamente à aula e a trazerem para a aula as aprendizagens realizadas e sobre as quais vai
assentar o trabalho seguinte. Esta metodologia só funciona se os alunos fizerem o seu trabalho mas é necessário
que tenham já adquirido alguns conhecimentos ou competências.

14. Tutoriais online. Na internet podemos encontrar uma grande variedade de recursos complementares ao
trabalho do professor. Muitos desses recursos são vídeos para os quais o professor pode desenhar situações de
aprendizagem que impliquem a sua utilização pelos alunos. Para que a utilização dos vídeos online possa ser mais
eficaz, o professor deve: selecionar previamente os vídeos a utilizar e encaminhar os alunos para os mesmos, para
que o professor escolha o material com melhor qualidade a ser utilizado; fazer depender a realização da tarefa da
consulta dos materiais online; usar os tutoriais online sempre que o professor não tiver tempo para ensinar
algumas competências. Os tutoriais online não irão substituir a instrução do professor no ambiente de sala de aula
mas não deixam de ser mais um recurso acessível para criar oportunidades de aprendizagem diversificadas.

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15. Co-construção: ajudantes. Muitas vezes achamos que os alunos não são capazes de fazer coisas sozinhos e
simplesmente não criamos oportunidades para tal. Quando funciona, trata-se de dar aos alunos um papel
concreto, confiando neles e dando-lhes o espaço necessário para que realizem as tarefas de modo independente.
A co-construção envolve os alunos no planeamento e na concretização de uma unidade didática no seu todo, em
parceria com o professor. Os alunos planificam, ensinam, avaliam, corrigem, demonstram, organizam, modelam,
orientam a prática e fazem questões.

16. Aprendizagem independente: ferramentas e truques. Todos queremos que os alunos sejam proficientes na
realização independente das suas aprendizagens e que continuem a aprender ao longo da vida. Mas a
aprendizagem independente não ocorre de forma espontânea. A aprendizagem independente assenta num
conjunto de estratégias práticas que estão ao alcance dos alunos e que as sabem utilizar. A competência mais
importante é a leitura e quanto mais o professor promove a leitura na aula, mais está a modelar o processo de
relação do aluno com o texto. Quanto melhor os alunos lerem, melhores aprendentes independentes se poderão
tornar. Outras competências importantes para a aprendizagem independente são:
Pesquisa de informação / Rotinas de Auto avaliação e de self-quizzing / Utilização de dicionários, enciclopédias e
livros de texto como recursos / Registo e organização de notas / apontamentos (mapas mentais) / Leitura e
compreensão / Revisão de textos (gramática, pontuação) / Planeamento de tarefas / Resolução de problemas
técnicos (utilização de tutoriais online) / Gestão de projeto e trabalho colaborativo.

Cada uma destas competências deve ser ensinada numa sequência própria: explicação, modelação, prática,
avaliação e feedback no contexto da disciplina. Quanto mais os alunos se sentirem inspirados pela disciplina ou
recompensados pelo sentimento de progresso, mais facilmente os alunos irão sentir curiosidade para aprender
mais e para criar o espírito de aprendizagem independente fora da sala de aula. Neste sentido, a aprendizagem
independente é uma extensão do trabalho do professor e não a sua substituição.

17. Eventos com discurso organizado. É importante os alunos desenvolvam competências orais mas estas não
acontecem sem serem ensinadas e praticadas com frequência. Para promover a fluência oral, podem ser
desenvolvidas seguintes atividades: apresentações individuais de grupo, discurso ou recitação (aprender pelo
coração), debates estruturados, jogo de papéis ou dramatização, discussões estruturadas. Será importante que os
professores das diferentes disciplinas estruturem um plano de desenvolvimento das competências orais ao longo do
ano letivo, partilhados por todos.

18. Debate. Para a realização de debates é necessário que os alunos tenham um conjunto de conhecimentos que
lhes permita fluência no debate e consistência na argumentação. Uma sugestão de prática consiste em realizar
debates entre pares de alunos, e assim toda a turma estará envolvida e todos os alunos a participar.

19. Terceira vez para a excelência. Pelo menos uma vez por ano, os alunos devem ter a oportunidade para
continuar a realizar o trabalho naquilo que realmente são excelentes. Na prática, isto significa dar aos alunos três
oportunidades: A primeira, quando iniciam uma tarefa com os desafios inerentes; a segunda, quando o professor
lhes dá feedback e os impele a melhorar; a terceira ocorre quando damos oportunidade aos alunos para
desenvolverem trabalho com máxima qualidade que conseguem. Esta estratégia consome tempo que nem sempre
está disponível mas se os alunos estiverem motivados, isto irá dar motivação acrescida pois os alunos sentirão a
importância e o valor da excelência. Para tal, é importante colocar lado a lado a evolução dos trabalhos dos
alunos realizados para que tomem a devida consciência do seu potencial de evolução.

20. Mostras de excelência. É importante celebrar a excelência e mostrar os trabalhos de excelência realizados
pelos alunos através de momentos específicos ao longo do ano ou no final do ano. Os alunos realizam trabalhos
grandiosos porque o professor lhes dá oportunidades para que os teus talentos sobressaiam, porque os incentiva
para a excelência e porque valoriza e celebra os seus progressos. Estes eventos, em que a excelência dos trabalhos
dos alunos se dão a conhecer, são altamente motivadores para si mesmos, ao mesmo tempo que são modelos
para outros alunos.

Batalha de Ideias para a Sala de Aula 4

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