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TUCURUÍ
2018
JOSINA RODRIGUES DA SILVA
MEMORIAL: COMO ME TORNEI EDUCADORA
Narrativa e análise de uma trajetória profissional docente.
TUCURUÍ
2018
Conceito: _____________________
Banca Examinadora:
Orientador
Prof º Esp. Douglas Almeida de Oliveira
Examinadora
Profª.
Examinadora
Profª. Esp. João Roberto Lopes da Silva
Dedico este trabalho a Deus, pelo fôlego de vida que me
concedeu, pela oportunidade de iniciar e concluir este
trabalho de conclusão de curso na UFPA.
AGRADECIMENTOS
RESUMO
O presente memorial tem por objetivo refletir por meio da minha trajetória de vida os
momentos que contribuíram para minha formação docente destacando as fases da
minha infância, adolescência, juventude e também ressaltando o período estudantil
até a minha graduação em Licenciatura em Pedagogia na Universidade Federal do
Estado Pará (UFPA), através do Plano Nacional de Formação de Professor da
Educação Básica (PARFOR). Durante a elaboração desse memorial de formação
docente, busquei dialogar com os seguintes autores: Freire (2011), Tardife (2003),
Minayo (2008). Dessa forma, busco compreender que a formação docente é um
conjunto de demandas históricas que perpassa toda uma trajetória de vida e que
desenvolve vários saberes, os quais servem e servirão para a minha vida social e
profissional.
This memorial aims to reflect through my life trajectory the moments that contributed
to my teacher training highlighting the phases of my childhood, adolescence, youth
and also highlighting the student period until my graduation in Licenciatura in
Pedagogy at the Federal University of Pará State (UFPA), through the National Plan
for Teacher Training of Basic Education (PARFOR). During the elaboration of this
teacher training memorial, I sought dialogue with authors such as: Freire (2011),
Tardife (2003), Minayo (2008). In this way, I try to understand that teacher education
is a set of historical demands that permeates a whole life trajectory and that develops
various knowledges, which serve and serve my social and professional life.
1 - INTRODUÇÃO.........................................................................................................9
5 - FORMAÇÕES COMPLEMENTARES....................................................................27
6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................30
7 - REFERÊNCIAS......................................................................................................34
1 - INTRODUÇÃO
O memorial é uma forma de o sujeito configurar uma abordagem, em que o
narrador evidencia fatos e experiências vivenciadas no seu passado para refletir ou
entender o contexto atual onde está inserido, realizando sua autobiografia
concretizada em uma história reflexiva, possibilitando analisar de maneira crítica
todas as etapas que envolveram sua trajetória de vida, situando os acontecimentos
para compreender a realidade atual.
O memorial foi o gênero textual por mim escolhido para relatar como se deu o
processo de ensino/aprendizagem no decorrer da minha história, que me
proporcionou conhecimentos importantíssimos para minha formação discente até
tornar-me professora/educadora. O presente memorial tem como objetivo refletir por
meio da minha trajetória de vida os momentos que contribuíram para minha
formação docente destacando as fases da minha infância, adolescência, juventude e
também ressaltando o período estudantil até a minha graduação em Licenciatura em
Pedagogia na Universidade Federal do Estado Pará (UFPA). A indagação que
moveu minha caminhada foi à seguinte: Como repassar os conhecimentos através
da minha prática em sala de aula de maneira mais eficiente/eficaz? A partir daí que
senti a necessidade de me qualificar. Tudo para que pudesse proporcionar uma
melhor educação ao educando, e para isso procurei buscar meios que me levassem
ao encontro de respostas às minhas inquietações. Vale salientar aqui que, por mais
que as disciplinas ministradas durante minha trajetória de estudante do ensino
básico, médio e magistério fossem significativamente importantes, aos poucos foi
sendo preenchido um vazio e descobrindo que a busca pelo conhecimento e as
práticas para transmissão do mesmo me indicavam com clareza o direcionamento,
ou seja, a direção que eu deveria seguir.
Esta trajetória de vida a mim destinada foi o fator motivador deste debate
sobre a importância da formação docente. Sensações que não experimentei
cursando as disciplinas da escola normal.
Foi nesse momento que a vontade de ser uma educadora aflorou de tal forma
que marca até hoje minha história de ensino, aprendizagem e formação. Sinto sua
importância tanto no aspecto da minha formação social quanto profissional até os
dias atuais. O curso superior me oportunizou mais saberes e ratificou a minha
convicção de ser educadora, e que, uma formação possibilita a sistematização dos
conhecimentos e a conscientização do que é ser uma educadora, e que o mesmo
precisa estar ressignificando constantemente a sua prática pedagógica para
desenvolver um bom trabalho.
Portanto explicito o porquê de o tema de discussão do trabalho de conclusão
do curso de pedagogia ser formação docente e como me tornei educadora. Pois
demarcado em modelo de um memorial de formação posso, por meio do relato
construído, recorrer a um debate com os teóricos desta vertente como: Minayo
(2008), Silva (2007), Prado e Sóligo (2004), Guedes (2004), Pimenta e Lima (2012),
e Freire (2005/2011b), Tardif ( 2003 ) , em que envolvo a temática por mim escolhida
que é a trajetória da minha formação docente.
A escolha deste tema, formação docente, se justifica no fato de considerar
que minha trajetória de vida contribuiu de forma positiva para que eu me tornasse
uma educadora comprometida e com responsabilidade no que diz respeito ao
repasse de conteúdos curriculares que venham contribuir com o aprendizado do
educando de forma contextualizada, dentro de uma perspectiva de compreensão de
que ele é o sujeito de sua própria história, e faz parte de todo um contexto.
Volto a reafirmar as barreiras que tive de enfrentar durante o percurso de
meus estudos. Estas só me deram mais impulso para buscar pela minha formação,
e que a mesma é de grande valia para que eu possa contribuir na formação integral
de meus educandos, pois penso que uma educação de qualidade traz autonomia ao
aluno, para fazê-lo gerar suas próprias ideias e conceitos sobre a sua realidade e a
dos sujeitos que o cercam.
Este processo de compreensão da importância de uma formação docente
concreta em toda sua base teórica e prática fazem raciocinar que não basta o
educador ser formado, quer dizer, essa formação deve trazer consigo raízes fortes e
resistentes para lidar com situações que serão encontradas pela frente no seu
processo de ensino aprendizagem, e que as circunstâncias não sejam motivos para
desistir de seguir em frente na busca por uma melhor qualidade de seu trabalho
docente.
Durante todos os períodos do curso de Pedagogia pude perceber o quão é
importante o professor estar sempre buscando novas metodologias de como se
deve trabalhar, pedagógica e sistematicamente, para uma melhor compreensão dos
seus métodos e práticas desenvolvidos como forma de ressignificação das ações
pedagógicas.
Diante da percepção sobre o quão o professor precisa refletir sobre a
qualidade da ação como profissional perante aos sujeitos envolvidos no processo de
ensino aprendizagem, fui modelando minha forma de aprender a aprender,
absorvendo e compreendendo vários métodos aplicados através das teorias e
práticas pedagógicas mostradas por todos os professores (as), que tive
oportunidade de conhecer, além dos relatos e experiências dos colegas da turma do
curso; sendo que as disciplinas que mais me chamaram atenção foram: FTM de
português, FTM de matemática, os Estágios Supervisionados e LIBRAS, porém
todas as outras disciplinas contribuíram de forma significativa para alimentar a minha
vontade de seguir em frente com o meu sonho de ser educadora, pois juntando a
teoria e a prática com a mesma proporção, consegui aprender vários métodos a
serem aplicados com meus alunos nas escolas onde exerço meu ofício como
educadora.
Em busca de novos conceitos frente à temática formação docente, pude
ampliar meus horizontes e pensamentos referentes ao assunto, usando a minha
trajetória de vida, estabeleci um objetivo que foi o de refletir sobre o meu processo
de formação docente até os dias atuais no curso de Pedagogia no ensino superior
tendo como foco a minha trajetória de vida e como se deu a minha formação
docente, em uma perspectiva reflexiva em saber o que me levou a ser uma
educadora.
Apropriando-me de vários conhecimentos adquiridos no decorrer da minha
trajetória de formação docente pude perceber o quanto os mesmos foram
importantes para minha formação extraescolar, passando pela formação, depois
magistério e enfim, no ensino superior, em que ao unir essas informações,
compreendi que minha vida de aprendizagem dentro e fora da escola não foi em
vão, só agregou mais um arcabouço, ou seja, uma base de conhecimentos que
desencadeou e corroborou para o sonho de ser educadora, que, a meu ver, é uma
arte de suma importância para desenvolver em mim e nas pessoas com quem
convivo um conhecimento direcionado e contextualizado onde possibilite
compreender nossas funções e deveres como cidadãos.
Pretendo mostrar neste memorial como se sucedeu o processo de minha
formação docente desde o ensino básico à faculdade, evidenciando as principais
temáticas que é: como foi a minha trajetória de formação docente e como foi que se
deu esse processo até me tornar educadora.
Crendo que esse trabalho no formato de um memorial foi a melhor opção de
expressar criticamente o processo pelo qual me direcionei a ser educadora,
mergulhei utilizando a abordagem qualitativa que acredito ser uma vertente que
relaciona o mundo real com o sujeito de uma forma bem dinâmica. Seguindo esse
pensamento Minayo disse que:
Deste modo entendo que por mais que eu viva a minha própria história e que
parece ser só minha, ela perpassa todo um contexto social, político e econômico, ou
seja, eu não estou sozinho na história, tudo faz parte de um determinado contexto,
tempo e espaço, que de certa forma, acontece com a ação coletiva de outros
sujeitos que estão direto ou indiretamente ligados ao meu passado.
O memorial como documento de conclusão de curso se concretiza em uma
autobiografia que, perante muitas evidências simultaneamente reflexivas, busca
refletir diretamente a minha formação docente que é uma das principais metas deste
trabalho; a discussão crítica desse processo, que não vai ficar só pra mim, sendo
possível a outros sujeitos terem acesso à minha história de formação docente,
enraizando aí, a coletividade de conhecimentos, que segundo Prado e Sóligo o
memorial pode ser:
Um texto em que o autor faz um relato de sua própria vida, procurando
apresentar acontecimentos a que confere o status de mais importantes, ou
interessantes, no âmbito de sua existência. [...]. É um texto que relata fatos
memoráveis, importantes para aquele que o produz, tendo em conta suas
memórias. É uma marca, um sinal, um registro do que o autor considera
essencial para si mesmo e que supõe ser essencial também para os seus
ouvintes/leitores (PRADO e SOLIGO, 2004, p. 6).
Conforme Boschi (2007), mesmo que o interesse pelo estudo da história parta
de iniciativa pessoal, a observação histórica deve ter sempre caráter coletivo, ou
seja, a busca deverá compreender a ação conjunta dos homens em sociedade,
mesmo que o foco esteja em um determinado personagem, entende-se que deve
haver a socialização entre as pessoas para que aconteça história. É neste sentido
de socialização e integração entre os seres humanos que relato primeiramente
minha trajetória familiar.
Quando criança, às poucas horas que eu tinha para brincar, era de bola,
bambolê, bandeirinha, cai no poço, elástico e de rodinha, mas o que eu mais
gostava era de ir à praia, chamada de “Olho D’ Água”. Às vezes saía fugida de casa
para ir à praia, geralmente, meu irmão e eu, na época ele tinha quatro anos e eu,
nove. Certa vez, em uma de minhas fugas, fui a um interior de São Luís, chamado
Maioba que de costume minha mãe me levava para passear, mas, como eu não
sabia ler fui logo perguntando qual o ônibus que iria para o mesmo, chegando lá
fiquei perdida. O local em que parei já não era familiar, onde as casas eram
distantes uma das outras. Havia um caixeiro passando, vendedor de utensílios para
casa, o qual viu minha situação e acabou me levando para a sua casa, porém, na
promessa de que me levaria de volta a minha casa, como de fato levou-me.
Relatar um pouco da minha história é uma atividade bem fantástica, porque
retornar as minhas raízes e origens é relembrar fatos, vivências e experiências bem
marcantes no que diz respeito ao passado, ainda mais quando se trata de uma
pessoa proveniente de família, sem grandes recursos econômicos, que em muitas
das vezes possui um histórico muito triste quando se fala em condições de vida.
Para Severino (2007) História de Vida como método de pesquisa pode assumir
formas variadas como: autobiografia, memorial, crônicas, onde os sujeitos irão
expressar suas trajetórias pessoais, e diante da afirmação, a forma que utilizei para
desenvolver este trabalho foi o memorial.
As dificuldades encontradas para desenvolver a minha formação, contudo,
não são motivos melancólicos para ser escrito aqui com a intenção de que meu
trabalho seja aceito tão somente por causa dos tristes momentos que vivi. O objetivo
principal é a trajetória que me levou a me tornar educadora, e que as dificuldades da
vida que encontrei neste percurso só me encorajaram ainda mais na busca pelo
conhecimento. Ao entender que minha trajetória de formação docente pode se tornar
um documento de pesquisa, isso faz a dor dos dias triste do passado tornarem-se
boas referências como forma de entender o contexto político, social e cultural que
naquele momento estava inserida, e o quanto reflete no presente e que ao trazer as
nossas histórias para o atual momento vivido nos faz refletir sobre nossas ações e
práticas que mesmo com novas formas e métodos permanecerão para sempre em
nossas memórias.
Lembrar minha história exigiu reorganizar minhas ideias trazendo de forma
significativa uma reflexão crítica dos acontecimentos narrados, na tentativa de
entender e compreender a construção da minha trajetória de formação, numa
amplitude ímpar, ou seja, de um jeito só meu, mas dentro de um contexto social que
ao mesmo tempo não é restrito, sendo possível acoplar a um espaço amplo dentro
da história política e social.
Diante das lembranças sobre a minha trajetória de vida de formação docente,
revivi momentos que, a priori, parecia ser somente uma narrativa individual, mas aos
poucos fui entendendo que faço referência a um contexto histórico, pois segundo
Guedes (2004, p.2) “o trabalho com a memória amplia nosso horizonte de
possibilidades, pois ela nos mobiliza e gera novas ações”, com base nessas
reflexões é que hoje me permito revisitar práticas e vivências que me possibilitam
um novo olhar para as múltiplas versões de formação rumo a um futuro diferente do
que outrora vivenciei, e que são fatos que busco retratar por meio do presente
memorial.
Tendo em vista minha escolha pelo memorial como forma de acentuar minha
formação docente, posso afirmar que esse documento irá ficar para sempre
registrado no arquivo da minha memória, não apenas como “minha história”
individual, mas também para todos os colegas do curso de Pedagogia, turma de
2014, da UFPA, ou seja, para uma grande parcela das pessoas que estão ao meu
redor e que foram de suma importância para essa construção como agentes ativos e
participativos dessa trajetória.
Levando em conta que minha história faz parte de um contexto histórico social
posso dizer que a mesma tem uma característica coletiva, e por isso não agir
isoladamente, ou seja, a sociedade é o resultado de uma ação interdependente
entre os sujeitos envolvidos na história. Foi olhando a importância da coletividade
entre um sujeito e outro no decorrer de suas histórias é que entrelaço as vivências e
experiências que durante a minha trajetória de formação tive que transcorrer para
chegar à função de professora/educadora, a começar pela formação do ensino,
médio e depois do magistério, e em seguida o curso superior.
Tendo em vista o conceito de coletividade quero explicitar que minha família
foi muito importante neste percurso até chegar onde estou, pois o apoio e a forma
como fui criada pela minha mãe, favoreceu ao status que me encontro hoje como
profissional na área da educação e sinto-me privilegiada por ser a primeira da família
a cursar e concluir um curso superior, pois sou a filha mais velha dos 3 irmãos sendo
um, já falecido, filha de um casal que se conhecerem em um bairro por nome
Filipinho, que se encontra na cidade de São Luiz do Maranhão - MA, ambos não
tiveram a oportunidade de estudar, então, considerados assim “analfabetos’. É neste
sentido que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9394/96) ressalta sobre a
importância da educação no âmbito familiar em seu Art. 1° que fala:
7- REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005, 42.ª
edição.
SILVA, Aline Pacheco et al. Conte-me sua história: reflexões sobre o método de
história de vida. Mosaico: estudos em Psicologia. Vol. I, nº 1, p. 25-35, 2007.