Вы находитесь на странице: 1из 2

Lugares na Cidade

Na cidade, cada lugar é uma entidade complexa e única, resultado de


características próprias como topografia, ambiente construído, história,
atividades económicas e sociais.

Quando se intervem no lugar há alternativas conflituantes. Não se deve cair na


tentação de pensar que a identidade do lugar é fixa, objetiva e nunca
contestada.

Não há nada estático e permanente no estilo de vida urbano, assim como não
existem comunidades homogéneas, pelo que quem intervem sobre os lugares
da cidade deve sempre explicitar quem pode beneficiar.

Cada lugar tem carisma que interfere na identidade da cidade, com significado
para a maioria dos seus habitantes e desempenha um papel importante no
processo de apropriação coletiva.

Apesar do desafio que o lugar representa, há iniciativas e intervenções


localizadas, em pequena escala, que podem fazer toda a diferença.

O arrojo em colocar elementos na paisagem que tenham potencial para


constituir novas referências afetivas, contribui para a afirmação da cidade e o
orgulho do cidadão.

Copenhaga, por exemplo, orgulha-se da “Pequena Sereia”. Representa o


personagem de um dos contos infantis do escritor Hans Christian Andersen.

Bruxelas tem o pequeno “Manneken Pis”. Com inspiração desconhecida,


nasceram lendas que aumentaram o seu encanto.

Por cá, na Ribeira do Porto foram recolocadas as Escadas das Padeiras que
tinham sido arrastadas por cheias do Rio Douro, permitindo revisitar o cenário
do filme Aniki Bóbó que Manoel de Oliveira imortalizou e o turista elege como
anfiteatro.

No Campo 24 de Agosto, o Metro do Porto nas escavações arqueológica


aquando da construção da sua estação trouxe à memória a Arca d’ Água de
Mijavelhas.
Matosinhos mantém na paisagem o Titan, um poderoso guindaste movido a
vapor que trabalhou nos fins do século XIX na construção dos molhes do Porto
de Leixões.

Em Vila Nova de Famalicão a polémica construção da Fundação Cupertino de


Miranda, com a sua torre revestida com azulejos de Chartres de Almeida,
afirma-se hoje como um ex-libris da cidade e integra o Museu do Surrealismo.

Já em Braga, os anos passaram e a torre e restantes edificações que ocupam


a maior praça da cidade, o Campo da Vinha, resultantes da construção de um
parque de estacionamento subterrâneo nunca foram apropriadas pela
população nem a serve. Esta praça, aberta pelo arcebispo D. Diogo de
Sousa no século XVI, tem um grande significado histórico-cultural não só para
a cidade de Braga como para o país, está aniquilada por construções, labirintos
de degraus, rampas e socalcos onde nada funciona, mas consegue atraiçoar o
distraído e distanciar os que, desde 2009, esperam a solução prometida.

Fundação Cupertino de Miranda – Vila Nova de Famalicão

Вам также может понравиться