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FOLHA
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA 1 de 49
CURSO:
ENGENHARIA CIVIL / ENGENHARIA AMBIENTAL
DISCIPLINA: PROFESSOR:
MECÃNICA DOS SOLOS – CIV 8301 ANDRÉ P. LIMA
NOTAS DE AULA:
UNIDADE 01. INTRODUÇÃO A MECÂNICA DOS SOLOS
ESTA APOSTILA É APENAS UM ROTEIRO DE ESTUDO, DEVENDO A MESMA SER COMPLEMENTADA POR ANOTAÇÕES DOS
COMENTÁRIOS DE AULA E CONSULTAS AOS LIVROS TEXTOS INDICADOS.
ÍNDICE
2.1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................................31
3 – EXERCÍCIOS........................................................................................................................ 49
1.1 DEFINIÇÕES
Para se lidar adequadamente com os materiais terrosos, é necessário se ter o conhecimento de:
a) Geologia
b) Mecânica
c) Análise experimental
d) Reologia (relações tensão de formação – tempo que governam o comportam dos materiais)
1.2 HISTÓRICO
Mecânica dos Solos no período Clássico = Trabalhos sobre solos admitidos como “massa
ideais de fragmentos” atribuindo-lhes propriedades de material homogêneo e dando tratamento
matemático sem o correspondente ajustamento das conclusões à realidade física.
Prof. Karl Terzaghi (1925): Incompatibilidade da aplicação aos solos de leis teóricas de
uso corrente para representar materiais bem definidos como o concreto e o aço. Não era
suficiente determinar em laboratório, parâmetros de resistência e deformabilidade em amostras
de solo e aplicá-los a modelos teóricos adequados ao aço e ao concreto.
S= Partículas sólidas
Karl Terzaghi (minerais)
1883-1963
A=Ar ocluso nos vazios
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MECÂNICA DOS SOLOS – PROF. ANDRÉ PEREIRA LIMA 7 de 49
Época Colonial
Período Pós-independência (século XIX / início do século XX)
Inúmeras obras geotécnicas usando tecnologia e técnicas ainda incipientes (época “Pré-
Terzaghiana”)
Metade do século XIX → Eng. André Rebouças e Eng. Francisco Bicalho → Precursores da
Mecânica dos Solos no Brasil
EX-PRESIDENTES DA ABMS:
organizou o seu, confiado a Raymundo d´Araújo Costa. Ainda em 1942, Grillo ministrou um curso de 30
aulas teóricas e mais as aulas práticas na Escola Técnica do Exército, no Rio de Janeiro, que foi
assistido, no primeiro ano, por j50 alunos civis e 15 militares.
Estes cursos pioneiros foram rapidamente seguidos de outros nas diversas universidades
nacionais, sendo comum o assunto ser tratado como parte de outras disciplinas, regidas por professores
que se interessaram pela Mecânica dos Solos. Assim era o tema tratado nas diversas escolas:
Na Escola Nacional de Engenharia do Rio de Janeiro: disciplina de Materiais de Construção, com o
prof. Rufino de Almeida Pizzaro;
Na Escola de Engenharia da Universidade do Paraná: disciplina de Estabilidade das Construções,
com o prof. Samuel Chamecki;
Na Escola de Engenharia do Rio Grande do Sul: disciplina de Materiais de Construção, com o prof.
Eládio Petrucci;
Na Escola de Engenharia de Minas Gerais: disciplina de Pontes e Grandes Estrutura, com o prof.
Sílvio Barbosa;
Na Escola de Engenharia de Pernambuco: disciplina de Construções, com o prof. Pelópidas Silveira;
Na Escola Politécnica da Bahia; disciplina de Materiais de Construção, com o prof. Hernani Sávio
Sobral.
Com o tempo, a Mecânica dos Solos passou a ser disciplina independente e se tornou uma
disciplina obrigatório dos cursos de Engenharia Civil.
Após as intensas atividades pelos pioneiros da Mecânica dos Solos no Brasil, descritas no três
números anteriores deste Boletim, a geotecnia brasileira estava preparada para seus contactos com a
comunidade internacional. Três fatos marcam esta atuação, no período de 1947 a 1949: as visitas de
Terzaghi e de Casagrande, e a participação no II Congresso Internacional de Roterdã.
Ainda no mesmo ano, em outubro, Terzaghi retornou ao Brasil. Trazido pelo IPT como consultor
para os problemas geotécnicos do metrô de São Paulo, que a Prefeitura estudava na ocasião. Deste
trabalho, baseado nos conhecimentos adquiridos pelos técnicos nacionais com os túneis da nove de
julho e Maringuinho, Terzaghi apresentou relatório recomendando ensaios e observações em um trecho
experimental. O metrô de São Paulo, entretanto, como sabemos, só foi retomado 20 anos depois.
Durante esta estadia no Brasil, Terzaghi lecionou na Escola Politécnica de São Paulo, um curso de
Geologia Aplicada, assistido por cerca de 300 pessoas, no qual tratou de assuntos especiais como
intemperismo e alteração de rochas, geologia dos escorregamentos de terra, geologia e hidráulica de
fundações permeáveis de barragens e geologia de túneis.
Terzaghi voltou a ter contacto com os solos residuais brasileiros em mais cinco viagens ao
Brasil de 1948 a 1951, todas a serviço do Grupo Light. Além de consultoria em estabilidade de encostas,
o que notabilizou o seu trabalho nesta fase foram os projetos do dique e da barragem de Vigário, que
introduziram no país as barragens de terra de secção homogênea, com filtro ou cortina vertical de areia.
No III Congresso Internacional de Zurique, em 1953, Terzaghi em três ocasiões diferentes referiu-se a
essas barragens e na sua conferência "Fifty Years of Subsoil Exploration" mencionou os processos de
campo de investigação de solos residuais usados no Brasil, citando nominalmente o IPT.
Já no II Congresso Internacional de Mecânica dos Solos, que contou com uma delegação de 11
brasileiros, que apresentaram 6 trabalhos, Terzaghi em seu discurso de abertura, referindo-se aos solos
residuais brasileiros disse que os nossos técnicos estavam em condições de pesquisar e experimentar
nas construções tal tipo de solo, em proveito da técnica universal. No discurso de encerramento,
Terzaghi voltou a referir-se aos engenheiros brasileiros dizendo que lhes cabia a grande missão de
investigar e descobrir as intrincadas propriedades dos solos residuais, que ocorriam no Brasil em escala
muito maior do que em outros países onde se praticava a Mecânica dos Solos.
palestra sobre o assunto, que mereceu posterior trabalho publicado com medidas de recalques e sobre-
pressões hidrostáticas nas fundações de aterros, incluindo trechos com drenos verticais.
Este quadro técnico ensejou o convite a Arthur Casagrande para visitar o Brasil, onde atuou
como consulto de pesquisas do IPT e consultor do DNER e do DER-SP para os problemas apontados.
Casagrande veio em 1949, visitou várias obras, fez palestras no Rio de Janeiro e em São Paulo e fez
reuniões com especialistas para debate de temas geotécnicos. Na parte de consultoria merece registro
especial a referente às fundações da ponte do Casqueiro na Via Anchieta, tendo recomendado estacas
metálicas devido à espessa camada de argila, e a aspectos especiais sobre os aterros de acesso. Na
parte geral de pesquisas do IPT, deu orientação nas seguintes direções: 1) correlações estatísticas; 2)
estudo da variação das propriedades geotécnicas com a profundidade; 3) estudos geológicos sobre a
formação dos solos moles; 4) observação de recalques de aterros e estruturas, medidas de pressões
neutras e estudo para deslocamento, por meio de explosivos, dos terrenos moles de fundação de
aterros.
Apesar de todos esses estudos e cuidados, inclusive do DNER no obra da Variante, parece que
por ironia da sorte, cerca de um mês depois (setembro de 1949), ruiu a ponte sobre o rio Iguaçu na
Baixada Fluminense. Seu tabuleiro caiu n’água quando uma fila de tubulões de apoio foi deslocada pelo
empuxo em forma de “onda”, de cerca de 12 m de solo mole. Este rompeu sob o peso de aterro de
aproximação, por um desses desencontros, infelizmente ainda tão comuns, entre estudo e projeto de um
lado e construção de outro lado.
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A Engenharia de Solos é a mais abrangente das áreas da Engenharia Civil por estar
relacionada a todas as demais áreas e exigir a integração do conhecimento sobre diferentes campos.
Para o estudante de Engenharia, acostumado a problemas perfeitamente definidos de estática e
resistência dos materiais, é em geral surpreendente (e, por vezes, decepcionante!) verificar que a análise
de problemas envolvendo solos, na qual se usa a mecânica, a matemática e programas computacionais
sofisticados, torna-se inútil se as condições de fronteira e as propriedades dos materiais não forem
adequadamente equacionadas e definidas.
Como em última análise, todas as ciências, a Mecânica dos Solos é uma das aventuras do
espírito humano em busca de leis a que sujeitar a natureza.
Uma simples reflexão sobre o assunto mostra no entanto que essa aventura não pode ser tão
bem sucedida como a da aplicação das leis da Mecânica racional e da teoria matemática da Elasticidade
aos materiais usados nas super-estruturas:ferro, concreto e madeira.
A extrema variedade, anisotropia e heterogeneidade dos solos, a complexidade dos fatores que
atuam sobre o seu comportamento, parecem afastar a possibilidade do estabelecimento de uma
previsão quantitativa, no verdadeiro sentido da palavra, dos resultados dos nossos atos quando
executamos uma obra em terra.
A Mecânica dos Solos, ao nosso ver, será sempre uma “ciência qualitativa”.
Porém como afirmou Otto Mohr, “para o engenheiro é muito mais importante estimar
corretamente do que calcular certo” (apud Pasternak – Berechnuag vielfah statisch unbestimmter
biegefester Stab und Flächentragwerke).
Dentro desse espírito, a Mecânica dos solos é inestimável porque contribui para uma melhor
compreensão da natureza dos fenômenos de que é sede do terreno de fundação ou o solo como
material de construção.
É preciso assinalar que os progressos da nova ciência dos solos dificilmente se poderão esperar
de pesquisas teóricas como as que tanto contribuiram para o desenvolvimento de outros ramos de arte
do engenheiro. Em solos, apenas a experimentação de campo e de laboratório e a observação
cuidadosa e honesta de obras construídas, poderá justificar a interpretação teórica, feitas as ressalvas
indispensáveis à polação dos resultados.
Fundações
Obras Subterrâneas
Estruturas de Contenção
Pavimentos
Escavações, Aterros e Barragens
atenção as acomodações de solos decorrentes do serviço. Esse profissional escolherá, ainda, o melhor
tipo de contenção para cada obra, além de cuidar da estabilização dos solos, no caso de terrenos
acidentados.
Nas etapas de produção e execução dos projetos de um edifício, o calculista das fundações
manterá, na maior parte do tempo, contato próximo com o arquiteto e, principalmente, com o calculista
estrutural da construção. O primeiro traça o desenho geral do edifício, o segundo projeta a estrutura e
determina as cargas atuantes nas bases dos pilares - informações necessárias para que o projetista de
fundações dimensione a base de apoio do edifício e escolha a melhor tecnologia para sua execução:
radier, sapatas, tubulões, estacas pré-moldadas e hélice contínua, entre outros. Eventuais ajustes são
tratados com o calculista estrutural, que negocia alterações no desenho com o arquiteto responsável.
CURRÍCULO:
2.1 INTRODUÇÃO
Do ponto de vista da Engenharia Civil, pode-se definir solo como um material presente na crosta
terrestre, apresentando-se em três fases: sólida, líquida e gasosa, que pode ser usado como material de
construção ou elemento de suporte para obras de engenharia, podendo ainda ser escavado, arrimado e
perfurado.
Solo: Material presente na crosta terrestre, apresentando-se nas 3 fases físicas:
o FASE SÓLIDA = minerais (primários e secundários)
o FASE LÍQUIDA = Água
o FASE GASOSA = Ar
Todo solo tem sua origem na decomposição e desintegração de rochas por intemperismo
químico ou físico, podendo ainda ter adição eventual de matéria orgânica.
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Os solos, em sua formação, podem permanecer ou não no seu local de origem. Sendo
classificados, em função de sua permanência ou transporte por diversos tipos de agentes, como solos
residuais ou transportados (sedimentares).
2.2 INTEMPERISMO
TIPOS DE INTEMPIRISMO:
Os processos de intemperismo são divididos são divididos em dois tipos: intemperismo químico
e intemperismo físico.
i) INTEMPERISMO QUÍMICO:
É o processo onde ocorrem modificações químicas ou mineralógicas nas rochas de origem. Seu
principal agente é a água e seus principais mecanismos são a hidrólise, hidratação, oxidação e
carbonatação, como descritos a seguir:
a) Hidrólise:
Combinação com os íons H+ e (OH)- da água, com formação de novas substâncias;
b) Hidratação:
Adição de moléculas de água aos compostos minerais, formando novos compostos;
c) Oxidação:
Processo onde os minerais se decompõem pela ação oxidante do O2 e CO2 dissolvidos na água.
d) Carbonatação:
Processo de decomposição dos minerais por ação do CO2 contido na água – juntos H2O e CO2
formam o ácido carbônico (H2CO3), que é um poderoso agente de decomposição química.
b) Topografia:
Declives acentuados sofrem maior efeito de enxurradas e ação da gravidade, aumentando o
ataque físico ou químico. Além disso, formações montanhosas podem bloquear correntes de ar,
influenciando o regime de chuvas.
c) Tipo de Rocha:
Influem na maior ou menor resistência oferecida ao intemperismo, pela existência de fraturas,
falhas, porosidade. A composição mineralógica também influência a resistência e tipo de intemperismo.
d) Vegetação:
A presença de vegetação protege as rochas subjacentes ao solo, impedindo o avanço do
intemperismo.
RESUMINDO:
O clima e o material original controlam a velocidade de intemperização.
A topografia influi no clima e também a velocidade de erosão, a profundidade de solo depositado
e o tempo disponível para a intemperização do material “in situ” antes de sua remoção. O clima
determina a quantidade de água presente, a temperatura e as características da cobertura vegetal (e,
portanto, dos fatores biológicos).
Para uma certa precipitação pluvial, o intemperismo químico avança mais rápido em climas
quentes que nos frios.
Para uma certa temperatura, havendo drenagem franca da zona intemperizada, o intemperismo
é mais rápido em clima úmido do que no seco.
A profundidade do lençol d'água influencia o intemperismo através da profundidade na qual o ar
está disponível em forma de gás ou dissolvido na água, e do tipo de atividade biológica. O NA atual pode
diferir muito do que existia ao tempo da formação do solo.
O tipo de chuva é importante. Chuva forte e curta erode e escoa. Chuva fina e duradoura
encharca e favorece a lixiviação.
Nos primeiros estágios do intemperismo e formação do solo, a natureza do material original é
muito mais importante que após longo período de intenso intemperismo. Embora até os solos mais
velhos guardem ainda algumas características da rocha matriz, o clima acaba por se tornar o fator mais
importante nos solos residuais.
Dos minerais que formam as rochas ígneas, somente o quartzo e (menos) a muscovita (mica
clara) têm durabilidade química suficiente para sobreviver a longos períodos de intemperismo.
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As rochas são classificadas tradicionalmente em três categorias por sua gênese: ígneas;
sedimentares e metamórficas. As rochas ígneas são definidas como as que são formadas por meio do
resfriamento de magmas, sendo consideradas como rochas primárias, ou seja, origem líquida. A energia
formadora das rochas ígneas de magmas é o calor interno da Terra. O resfriamento dos magmas pode
ocorrer tanto na superfície quanto no interior da Terra.
As rochas sedimentares são definidas como as que são formadas por meio da sedimentação ou
decantação de materiais na superfície da Terra. Normalmente existem rochas originais que foram
desagregadas, decompostas e transportadas, e esses materiais foram levados até o local de
sedimentação. Neste sentido, as rochas sedimentares são consideradas secundárias, origem sólida. A
energia formadora das rochas sedimentares é fundamentalmente solar e química. O local de formação é
especificamente a superfície da Terra.
As rochas metamórficas são definidas como as que se formam por meio da transformação de
rochas originais sob altas temperaturas e pressões do interior da Terra. As rochas originais podem ser
tanto ígneas, sedimentares quanto metamórficas. Neste sentido, as rochas metamórficas são
classificadas como as secundárias, também de origem sólida. A energia formadora das rochas
metamórficas é térmica e mecânica da parte interna da Terra, e o local de formação é especificamente o
interior do planeta.
Tipos de Rochas.
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O conhecimento das Rochas e Solos do Rio de Janeiro tem grande importância na análise dos
processos de deslizamento de taludes. O substrato rochoso das encostas do Rio de Janeiro é formado
fundamentalmente por rochas metamórficas de alto grau, gnaisses e migmatitos e, ígneas intrusivas
graníticas que normalmente cortam as anteriores. Este contexto geológico apresenta grande
complexidade estrutural e de difícil relacionamento estratigráfico. Suas idades são Pré-Cambrianas, isto
é, superiores a 570 Ma, embora alguns granitos apresentem idades um pouco mais jovens. Todo o
conjunto é atravessado por ígneas mais recentes, na forma de diques básicos (diabásios) ou alcalinos
(tinguaítos, traquitos e fonolitos), estes associados ao grande corpo ígneo sienítico do Maciço
Mendanha-Gericinó e de idade Cretácea (65 Ma).
Os três maciços montanhosos encontrados no Município do Rio de Janeiro - Tijuca, Pedra
Branca e Gericinó-Mendanha - são constituídos por rochas gnáissicas, graníticas e alcalinas. O conjunto
gnáissico tem suas melhores exposições no Maciço da Tijuca e em áreas a ele periféricas da Planície
Litorânea e colinas relacionadas, com grande densidade populacional. Apresenta litologias
diversificadas, de composição mineralógica variável e com diferentes tipos de deformação geológica. Os
materiais de alteração e de coberturas relacionadas também apresentam expressiva variabilidade,
decorrente da estruturação geológica, do relevo e do clima.
Resumo de aspectos relevantes de natureza geológica e geotécnica referente às Rochas e
Solos no Rio de Janeiro:
¾ Litologias:
Série Inferior e Série Superior.
¾ Litotipos gnáissicos:
Leptinitos, Plagioclásio Gnaisse, Gnaisse Facoidal, Kinzigito e Biotita Gnaisse.
¾ Minerais das rochas metamórficas do Rio de Janeiro:
Quartzo, Feldspatos Micas, Granada, Sillimanita, Cordierita e Clorita.
¾ Litotipos ígneos:
Metagabro da Tijuca, Granodiorito Pedra Branca, Tonalito Grajaú, Granito Utinga e
Granito Favela, Granito Rosa, Allanita, Granito, Diabásio, Sienito Nefelínico ou Foiaito, Fonolito e
Traquito.
¾ Minerais das rochas ígneas do Rio de Janeiro
• Minerais Essenciais: (quartzo, sílica pura e os feldspatos).
¾ Estruturas Geológicas
Estruturas tectônicas:
Falhas, Juntas ou Diáclases, Dobras, Foliações e lineações e Zonas de Cisalhamento.
Estruturas Atectônicas:
Juntas de Alívio ou de Descompressão e Juntas de contração de Massas Ígneas.
¾ Arcabouço Estrutural do Rio de Janeiro
Solos e Perfis de Alteração
Os solos, em sua formação, podem permanecer ou não no seu local de origem, sendo
classificados em função de sua permanência ou transporte por diversos tipos de agentes, como solos
residuais ou transportados.
a) Solo Residual: É o produto do intemperismo das rochas que permanecem no local de sua
formação. O solo é a camada mais externa de um perfil de desagregação de rocha. Na realidade não
existe um limite definido entre solo e rocha, mas sim uma transição gradual onde as camadas se
apresentam em ordem crescente de destruição da estrutura rochosa, no interior para a superfície, como
mostra o perfil a seguir:
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Perfil geotécnico típico de solo residual de Gnaise do Rio de Janeiro (Ortigão, 1997)
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b) Solo Transportado (ou Sedimentar): aquele que sofre ação de agentes transportadores e
se acumulam em local diferente do de sua origem. São classificados conforme o tipo de agente
transportador (Tabela abaixo).
Tabela. Tipos de Solos Sedimentares:
Solo Sedimentar Agente Transportador
Eólico (ex. Dunas) Vento
Glacial Geleiras
Pluvial Água das chuvas
Fluvial (Aluvião, seixos rolados de grãos arred.) Água dos rios
Marítimo (piso marinho) Água dos mares
Aterro (mecânico/hidráulico)
Homem
“Lixúvio” (lixo lançado nas encostas)
Solo coluvionar ou colúvio (fração fina) + Tálus (fração
Gravidade
grossa; pé das escarpas rochosas) – Fig. 02
Em resumo, têm-se:
A Figura acima apresenta um tipo de solo denominado coluvial ou talus, muito comum ao pé de
encostas naturais de granito e gnaisse, caso típico dos morros do Rio de Janeiro e de toda a serra do
Mar. Devido ao deslizamento e ao transporte pela água de massas de solo, um material muito fofo e em
geral contendo muitos blocos soltos é depositado próximo ao pé das encostas. Este depósito é sempre a
grande causa de acidentes durante chuvas intensas, que o saturam e elevam o nível d’água do terreno,
levando-o ao deslizamento.
Talude
Solo Coluvionar
Exemplo de Solo Coluvionar
• Aluviais (Fluviais ou Pluviais) = detritos se depositam nas margens e leitos dos rios, pela ação
de transporte dos cursos d’água.
A Deposição em rios resulta de redução da velocidade causada por:
decréscimo da declividade
resistência ao escoamento
redução da vazão
descarga em águas mais calmas (lago, mar)
As partículas sedimentam, a superfície do terreno alteia e a corrente muda de curso. Acaba por
haver um leque a partir do ponto de redução da velocidade. Em estágio posteriores o rio ocupa apenas
pequena calha inserida no leque. Ocorrendo enchentes, o rio se espalha e deposita, principalmente areia
e cascalho, nas zonas de profundidade de água menor. Formam-se diques naturais.
Em lagos e, mais comumente, em mares, ocorre a floculação da argila em ambiente distinto ao
do rio, acelerando a sedimentação.
• Eólicos = transporte pela ação dos ventos. Ex.: Dunas das praias litorâneas e “Loess” (não
identificado no Brasil).
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Depósitos Eólios: O vento erode areia e silte em geral, carreando o material bastante acima do
terreno (principalmente silte, transportado a grandes distâncias). É o único agente que transporta colina
acima (contra a gravidade). Transporte de areia “aos saltos”, em velocidade pequena de alteração da
topografia, é a principal atividade eólica.
A deposição ocorre por redução na velocidade do vento, em geral em regiões abrigadas de
desertos. Dunas (areias) e loesses (siltes) são os principais tipos de depósitos eólios.
argilas de Santos, de Florianópolis e de São Luís. A camada superficial de argila mole é muito fraca e a
construção sobre este tipo de terreno é sempre problemática, requerendo a realização de estudos
especiais por engenheiro geotécnico experiente.
3 – EXERCÍCIOS
1. Cite três problemas de engenharia estudados e resolvidos pela mecânica dos solos, comentando os
campos de ação.
2. Descreva, de maneira sucinta, os processos de formação rocha-solo. Comente a possibilidade de
em um perfil de solo encontrarmos uma camada de solo residual sobrejacente a uma camada de
solo sedimentar.
3. Com relação à formação dos solos, como eles podem ser classificados. Descreva resumidamente.
4. Defina: i) Solo residual jovem; ii) Solo residual maduro; iii) Tálus;
5. Por que o solo residual possui diferentes camadas? Desenhe esquematicamente o perfil de um solo
residual.
6. Distingue intemperismo físico de químico, citando os mecanismos / agentes relacionados a estes
processos e citando as principais características dos solos formados pela predominância de um ou
outro tipo de intemperismo.
7. Fale sobre a influência do agente de transporte na formação de solos sedimentares.
8. O que você entende por minerais primários? E por minerais secundários?
9. Descreva um perfil típico de solo residual, citando as principais características de cada horizonte.
Como deve variar a resistência à compressão simples de um solo residual ao longo de seu perfil de
intemperismo? Em um determinado local você acharia possível encontrar uma camada de solo
residual sobreposta a uma camada de solo sedimentar?
10. Disserte sobre algumas propriedades de engenharia de solos residuais e sedimentares.