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Programa de Pós‐Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia ‐ PPGECT
Diego Marques da Silva
Álvaro Lorencini Júnior
Resumo
Muita confusão é feita com os termos Educação Ambiental e
Interpretação Ambiental, isto porque há fortes relações entre eles. As trilhas
interpretativas também são objetos de confusão, principalmente aquelas
realizadas em florestas. Estas trilhas são uma possibilidade de se fazer a
Interpretação Ambiental (que deve ser parte integrante da Educação Ambiental)
principalmente pela presença de potenciais elementos interpretativos, as espécies
arbóreas. Este trabalho é um breve ensaio que objetiva estabelecer a relação
entre as trilhas interpretativas, a Interpretação Ambiental e a Educação Ambiental
e, em seguida, mostrar a importância que as espécies arbóreas têm para essas
atividades.
Abstract
II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia
07 a 09 de outubro de 2010 ISSN: 2178‐6135
Artigo número: 160
Universidade Tecnológica Federal do Paraná ‐ UTFPR
Programa de Pós‐Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia ‐ PPGECT
activities
Much confusion is made with the terms Environmental Education and
Environmental Interpretation, because there are strong relations between them.
The interpretative trails also are objects of confusion, especially those carried out
in forests. These trails are a possibility of to do the Environmental Interpretation
(which must be an integral part of Environmental Education) mainly by the
presence of potential interpretative elements, the tree species. This work is a
short essay that aims to establish the relation between interpretative trails,
Environmental Interpretation and Environmental Education, and then, show the
importance that the tree species have for these activities.
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Introdução
A Interpretação Ambiental teve seu início nos primeiros parques ecológicos americanos
ainda em meados dos anos de 1960. Nestes, os apaixonados pela natureza local que passeavam
pelos parques, passaram a fazer o acompanhamento dos turistas e explicar a eles tudo o que
sabiam sobre o ambiente que presenciavam, ou seja, eles interpretavam o ambiente a partir dos
seus conhecimentos e paixões particulares (VASCONCELLOS, 2006). Com o passar do tempo a
Interpretação Ambiental foi vista como um fator importante para os parques, pois integrava
positivamente os visitantes a eles, o que favorecia no plano de manejo, uma vez que os visitantes
passavam a impactar menos o ambiente, e conscientizava a população para a importância da
preservação das áreas naturais. Ainda hoje a Interpretação Ambiental é um dos aspectos mais
importantes a ser considerado em um plano de manejo do que chamamos atualmente de
Unidades de Conservação (UCs).
De acordo com Vasconcellos (2006, p. 23), a Interpretação Ambiental não pode ser
confundida com a Educação Ambiental, deve ser compreendida apenas como “um instrumento
de comunicação que favorece as conexões intelectuais e emocionais entre os interesses da
audiência e os significados inerentes aos recursos”. Entretanto, Tilden (1977) (apud Vasconcellos,
2006, p. 23), conceitua a Interpretação Ambiental como sendo “uma atividade educativa que
aspira revelar os significados e as relações existentes no ambiente”, o que torna, de fato, a
Interpretação Ambiental uma ferramenta importante para a Educação Ambiental, pois aguça a
sensibilidade e possivelmente cria a compreensão ambiental dos que dela participam; dois
objetivos essenciais da Educação Ambiental de acordo com Sato (2003).
Muitos outros autores também chamam a atenção para a Interpretação Ambiental como
sendo parte importante de um programa mais amplo de Educação Ambiental, ou simplesmente
admitem, de forma implícita ou explícita, a forte relação existente entre ambas. Bedim (2004)
considera a Interpretação Ambiental em ambientes naturais como um instrumento importante
para a sensibilização de seus participantes por meio de experiências de contato direto com a
natureza, o que pode gerar uma transformação ética em prol das questões ambientais. Pedrini
(2007) admite que a Interpretação Ambiental deve estar contida na Educação Ambiental, tendo
como principal meta que o sujeito compreenda o meio natural e cultural que o cerca. Este mesmo
autor constata também, em pesquisa realizada, que a maioria das pessoas pertencentes aos
grupos de e‐mails relacionados com o tema considera existir forte relação entre atividade de
Educação Ambiental e Interpretação Ambiental, principalmente em atividades ecoturísticas. Além
disso, pudemos notar nas experiências que tivemos em Interpretação Ambiental o equívoco que
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pessoas leigas no assunto fazem com o tema, pois na maioria das vezes elas tratam de atividades
simples de interpretação, principalmente em trilhas interpretativas, como sendo a própria
Educação Ambiental realizada, o que reforça ainda mais a estreita relação que existe entre as
duas atividades, relação esta admitida por especialistas e percebida pelo senso comum das
pessoas em geral.
Curado e Angelini (2006) demonstraram, através de dados estatísticos, que atividades
pontuais em trilhas interpretativas não surtem os efeitos desejados de uma atividade de
Educação Ambiental de qualidade, que segundo Pedrini (2007) deve ser entendida como sendo a
Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis (EASS), pois, além de ser integralmente
adotada pelo ProNEA (Programa Nacional de Educação Ambiental) e pela PNEA (Política Nacional
de Educação Ambiental), é o conceito mais aceito no mundo, e a continuidade de suas atividades
é um de seus pressupostos básicos, contrariando a pontualidade característica de uma trilha.
Costuma‐se dizer no senso comum que a caminhada guiada por monitores em trilhas
interpretativas é Educação Ambiental, o que, na verdade, é Interpretação Ambiental, que é uma
atividade realizada em ambientes planejados para a aprendizagem, os denominados espaços não‐
formais de Educação. De acordo com BELL et al. (Edts, 2009) a atividade nesses locais é pontual e
procura atingir objetivos relacionados com o sensibilizar sensorial e emocional de seus visitantes.
Quaisquer outros objetivos, como responsabilidade ambiental e a verdadeira compreensão das
relações existentes em um ecossistema, não são garantidos no curto tempo de visita.
As trilhas interpretativas não são apenas espaços geográficos traçados para a mobilidade
física e para a contemplação em espaços naturais, como muitos pensam ao confundirem com
trilhas de aventura e trilhas ecológicas. Elas devem ser caminhos geográficos ricos em significados
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históricos, culturais e ecológicos, significados esses que precisam ser revelados através de
determinadas estratégias interpretativas. Segundo Carvalho et al. (2002, p. 77), elas devem
“proporcionar ao visitante uma visão diferente daquela que os olhos normalmente “distraídos”
não conseguem enxergar”. À medida que os aspectos externos e internos da paisagem são
descobertos pelo visitante, a trilha interpretativa se torna um ambiente que favorece as
sensações, as emoções e as percepções, criando novas oportunidades do reencontro com a
relação homem‐natureza mais responsável e sustentável (VASCONCELLOS, 2006). Portanto, a
trilha interpretativa é uma oportunidade para a Educação Ambiental.
As trilhas interpretativas podem ser realizadas com a presença de guias (trilha guiada),
intérpretes especializados no atendimento dos visitantes, ou então com outros recursos
interpretativos (trilha auto‐guiada), como placas, painéis e folhetos. Mas, independente dessas
modalidades, todas as trilhas interpretativas devem apresentar características importantes para
uma atividade de Interpretação Ambiental de qualidade. Vasconcellos (2006) afirma que uma
atividade deste tipo deve ser amena, pertinente, organizada e temática, e Carvalho et al. (2002)
concordam ao dizer que as trilhas interpretativas devem: ser organizadas em torno de um tema;
ser prazerosas; e apresentar informações relevantes e significativas.
A sensibilização ambiental, pois com uma boa abordagem do guia o visitante pode
passar a perceber as interações ecológicas existentes na floresta com mais
facilidade, internalizar a importância da conservação desta e se emocionar com a
forma como o ser humano interage com ela (de forma quase sempre destrutiva).
A compreensão ambiental, à medida que o participante entende a dinâmica dos
sistemas naturais na floresta e de que forma o ser humano participa dessa
dinâmica.
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A responsabilidade ambiental, pois, ao criar laços afetivos com a floresta por meio
da sensibilização, e ao compreender melhor o efeito de suas ações nesse
ambiente, é facilitada a tomada das responsabilidades.
Os outros dois objetivos, a competência e a cidadania ambientais, também são facilitados,
mas dificilmente serão alcançados em uma atividade pontual como a trilha interpretativa.
As florestas escondem muitas situações invisíveis aos olhos leigos, como, por exemplo, a
interação entre fungos e bactérias do solo com as raízes das plantas, o que permite a elas
aproveitarem melhor os nutrientes e sobreviverem às hostilidades do ambiente, ou até mesmo
interações visíveis a olho nu, mas muitas vezes imperceptíveis, como a grande quantidade de
artrópodes que vivem nos solos unicamente pelas condições microambientais da cobertura de
folhas que caem das plantas. Essas situações são o que dão ao visitante na floresta uma sensação
de mistério, de algo a ser descoberto, uma característica que segundo Carvalho et al. (2002) é de
extrema importância para o potencial interpretativo. Como dizem Carvalho et al. (2002) e
Vasconcellos (2006) a Interpretação Ambiental deve ser provocante, ou seja, instigar o visitante a
querer descobrir coisas sobre o lugar e seus elementos, e nada mais provocativo para o ser
humano que o mistério.
É provável que as árvores sejam os elementos mais importantes de uma floresta para as
atividades de Interpretação Ambiental em trilhas. São elas que estruturam a floresta e é a
presença delas que nos fazem assim denominar esse tipo de ecossistema (floresta). Além disso,
elas são a biomassa visível mais abundante, com seus troncos muitas vezes bastante espessos e
compridos. Não se pode negar que a primeira coisa que se vê ao olhar para uma floresta são as
árvores. Elas também são sésseis, ao contrário dos animais que são moveis e ariscos, são menos
instáveis, ao contrário, por exemplo, de espécies arbustivas que têm um tempo relativamente
curto de vida e são frágeis às hostilidades físicas. Elas são tão importantes para os sistemas
humanos que suas presenças se fazem sentir a dezenas de quilômetros das florestas: nos móveis,
nos alimentos, nos produtos de limpeza, nos remédios, etc.. Todas essas características, e muitas
outras, dão às espécies arbóreas um grande potencial interpretativo e educativo.
Muitos compartilham dessa mesma idéia sobre as árvores, tanto que em uma quantidade
relativamente grande de UCs é feita, prioritariamente, a identificação e a sinalização delas para os
visitantes. Alguns autores (CARVALHO e BOÇON, 2004; DIAS e QUEIROZ, 1997, apud
VASCONCELLOS, 2006; FUKAHORI e SILVA FILHO, 2002, apud VASCONCELLOS, 2006) utilizaram a
caracterização florística para a determinação do traçado original de trilhas interpretativas. De
forma geral, esses autores também determinaram que algumas características das espécies, como
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o grau de beleza e destaque no ambiente, a endemia, o grau de conservação e a utilização
antrópica, seriam indicadores importantes para o planejamento das trilhas.
Dividimos neste trabalho estas características em duas categorias: de “primeira instância” e
de “segunda instância”. O grau de beleza, o destaque no ambiente e a endemia são características
importantes para o potencial interpretativo à “primeira instância”. Essas são características
próprias do lugar, que são dele antes mesmo de se pensar em realizar a atividade interpretativa, e
que ganham grande significado por atrair a atenção do visitante. Carvalho et al. (2002, p. 85)
dizem que “um local com potencial interpretativo, para a instalação de uma trilha, é aquele que
apresenta grande diversidade de elementos [..., que possui] plantas com diferentes cores de
folhas, flores e frutos, além de formas e texturas diferentes”. Por vezes, uma espécie que nada
possui de bela para as pessoas pode ganhar outro significado, como de mistério, por exemplo,
apenas por se mostrar diferente, contrastante, em relação às outras a sua volta.
No presente trabalho categorizamos as características importantes das espécies arbóreas
para a Interpretação Ambiental em “primeira instância” e “segunda instância”, entretanto a
utilização delas pode ocorrer no mesmo momento da pesquisa. Resumidamente, Carvalho e
Boçon (2004), por exemplo, na pretensão de determinar o traçado de uma trilha interpretativa
utilizaram três diferentes indicadores para a caracterização das árvores: beleza cênica, utilização
antrópica e status de conservação. Para cada um desses indicadores foram atribuídos pontos e de
acordo com as características que cada uma das espécies apresentava os pontos também eram
atribuídos a elas. O traçado final da trilha foi determinado pelos pontos que apresentavam as
espécies com as pontuações mais altas. Dessa forma, a temporalidade do uso destas
características depende muito do contexto do trabalho a ser realizado.
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As espécies arbóreas na geografia, por exemplo, pode servir como um link para falar de
clima, topografia e posições geográficas, afinal as espécies habitam cada região justamente pelas
adaptações que têm para a posição da Terra em relação ao Sol, a intensidade das estações do
ano, a altitude em que a floresta se encontra, entre outros fatores. A física é uma disciplina que
normalmente tem suas atividades práticas contidas em laboratórios ou museus de ciência e
tecnologia, entretanto com as espécies arbóreas de uma trilha pode‐se trabalhar com a
temperatura condicionada por elas e de fácil medição com a utilização de termômetros, ou com
conceitos de capilaridade e pressão, que são essenciais para se entender a forma pela qual as
raízes absorvem a água do solo, o tronco carrega essa mesma água até as folhas e as folhas a
devolvem para o ambiente em forma de vapor. Portanto existe inúmeras possibilidades
pedagógicas que dependem principalmente dos conhecimentos e habilidades educativas do
professor ou do intérprete.
Como prática voltada à biologia, podemos exemplificar com uma aula planejada e
ministrada na Universidade Estadual de Londrina em 2008, durante o estágio obrigatório em
Prática de Ensino na quarta série de licenciatura. Para a aula foi planejada uma trilha
interpretativa no campus da Universidade. O tema da trilha foi “as marcas da evolução vegetal
podem ser encontradas no nosso dia‐a‐dia”. A trilha contou com cinco pontos interpretativos e no
primeiro deles o intérprete (que era o primeiro autor deste trabalho ou algum outro colega de
turma) expunha rapidamente sobre as regras da caminhada e se empenhava em criar um discurso
provocante sobre os mistérios da evolução. Este ponto se encontrava no local que determinamos
ser o início da trilha. Os demais pontos foram escolhidos de acordo com as espécies arbóreas
identificadas, caracterizadas e consideradas importantes para a seqüencialidade do discurso
sobre o tema. A saber:
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Ponto 2: eram apresentados aos participantes dois seres vivos com as
características evolutivas relativamente mais primitivas, as algas, disposta no
líquen do tronco de uma árvore, e as briófitas , presentes em abundância em um
tronco em decomposição. Questões sobre esses grupos eram formuladas aos
visitantes, como, por exemplo, por que a alga só sobrevivia ali enquanto estivesse
associada com o fungo, e por que a briófita estava no tronco em decomposição?
Quais eram as diferenças entre as briófitas com as outras que conseguíamos
observar naquele ambiente? A incitação dos intérpretes permitia o envolvimento
do grupo com o tema e permitia que o caminho se abrisse às explicações.
Ponto 3: de frente à samambaia, outras questões surgiram. Era possível explicar
quais eram as principais vantagens evolutivas das pteridófitas em relação às
briófitas, e sobre aquela interação ecológica tão importante que vinha se
repetindo aos olhos dos envolvidos, o epifitismo, e por vezes o parasitismo com a
conhecida Erva‐de‐passarinho, bastante presente naquele ambiente.
Ponto 4: era a vez das gimnospermas, que eram representadas pelas araucárias,
dotadas de muita beleza cênica e imponente altura. Agora era possível se ver uma
característica marcante e que não se notara nas espécies anteriores, o espesso e
austero tronco com crescimento secundário. E assim mais questões surgiam,
principalmente a respeito àquelas estruturas novas: para que serve o tronco? E as
pinhas? Etc.
Ponto 5: nada mais cabível que terminar todo o discurso com as espécies mais
recentes evolutivamente, as angiospermas, e que talvez sejam as que mais
despertam a curiosidade. O que são as flores? O que são os frutos? Porque elas
são as mais abundantes dentre as quatro classificações de plantas que podemos
observar? E, principalmente, qual a importância de toda essa história para os
seres humanos e para a natureza como um todo?
Considerações finais
As trilhas interpretativas se diferem das demais trilhas por serem caminhos cheios de
significados geográficos, históricos, culturais e ecológicos que só fazem sentido por meio da
atividade de interpretação. Essa atividade, quando realizada de forma planejada, é denominada
Interpretação Ambiental, e pode ser um importante instrumento de programas maiores de
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Educação Ambiental por satisfazer alguns de seus objetivos e abrir caminhos para a realização de
outros. As trilhas interpretativas ganham destaque particular quando são realizadas em florestas,
principalmente pela presença das espécies arbóreas, que têm características de grande potencial
educativo.
Diversos pesquisadores da área, dentre eles Magro e Freixêdas (1998), Carvalho et al.
(2002) e Vasconcellos (2006), apontam para a importância de se ter o conhecimento prévio dos
aspectos do ambiente em que se irá fazer o planejamento de uma trilha interpretativa. Este
trabalho assume a posição que, quando no planejamento de uma trilha florestal, as espécies
arbóreas devem ser consideradas como um dos elementos de maior importância do ambiente a
ser conhecido previamente, e que uma grande parcela dos recursos e do tempo do planejador
deve ser gasta com elas, pois, talvez mais que quaisquer outros elementos, darão suporte à
prática interpretativa realizada por um longo período de tempo.
Referências
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Fundação O Boticário de Proteção à Natureza. Cadernos de Conservação, ano 03, n. 4,
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127‐172. Disponível em <http://www.nap.edu/catalog.php?record_id=12190>. Acesso em 29
mar. 2010.
Diego Marques da Silva. Mestrando do Programa de Pós‐Graduação em Ensino de Ciências e
Educação Matemática da Universidade Estadual de Londrina (UEL/PR). Bolsista CNPq.
m4ka@hotmail.com
Álvaro Lorencini Júnior. Professor Associado do Departamento de Biologia Geral da Universidade
Estadual de Londrina (UEL/PR). Orientador do Programa de Pós‐Graduação em Ensino de Ciências
e Educação Matemática. alvarojr@uel.br
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