Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Alcantaro Corrêa
Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina
Florianópolis/SC
2010
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio
consentimento do editor. Material em conformidade com a nova ortografia da língua portuguesa.
Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB14/937 - Biblioteca do SENAI/SC Florianópolis
C568p
Cidral Junior, João Máximo
Projetos elétricos residenciais e prediais / João Máximo Cidral Junior,
Ronaldo Aparecido Schroeder. – Florianópolis : SENAI/SC, 2010.
88 p. : il. color ; 28 cm.
Inclui bibliografias.
CDU 621.316.17
Com acesso livre a uma eficiente estrutura laboratorial, com o que existe
de mais moderno no mundo da tecnologia, você está construindo o seu
futuro profissional em uma instituição que, desde 1954, se preocupa em
oferecer um modelo de educação atual e de qualidade.
É nesse contexto que este livro foi produzido e chega às suas mãos.
Todos os materiais didáticos do SENAI Santa Catarina são produções
colaborativas dos professores mais qualificados e experientes, e contam
com ambiente virtual, mini-aulas e apresentações, muitas com anima-
ções, tornando a aula mais interativa e atraente.
Competências
Conhecimentos
▪▪ Normas técnicas (instalação de SPDA “Sistema de Proteção contra descarga-
Descarga Atmosféricas”, luminotécnica, instalação predial, ergonomia e fator de
potência).
▪▪ Diagramas unifilares, multifilares e funcionais.
▪▪ Técnicas de dimensionamento de condutores e dispositivos de acionamento,
proteção de máquinas e instalações elétricas residenciais/prediais.
▪▪ Memorial descritivo.
▪▪ Análise de demanda para instalações elétricas residenciais/prediais.
▪▪ Sistemas de controle e tarifação de energia elétrica para projetos elétricos pre-
diais.
▪▪ Dispositivos e equipamentos para instalação elétrica predial/residencial.
▪▪ Software dedicado para projetos elétricos.
Habilidades
Seção 1 - Dimensionamento da
carga
Seção 2 - Cálculo da demanda
Seção 3 - Consumidores e tarifação de
energia
Demanda e Carga Instalada
Para compreender melhor a relação entre a demanda e a carga instalada, A carga instalada é definida como
observe o esquema a seguir: o somatório das potências nomi-
nais de todos os equipamentos
elétricos que podem ser conecta-
dos à instalação elétrica em ques-
tão (CELESC, 2007, p. 95).
Seção 1
A instalação elétrica de uma
determinada edificação per- Dimensionamento de
mite interligar fisicamente a carga
fonte de alimentação de ener-
gia elétrica (rede elétrica) aos
equipamentos elétricos dis-
A seção 1 apresenta as infor-
poníveis nessa edificação (car- mações sobre carga instalada e
ga), formando um caminho potência média fornecida que
seguro e sem interrupções contribuem para o correto di-
(distribuição) que possibilita mensionamento dos condutores,
ainda informar o consumo de condutos, proteção e acessórios
energia (medição). A parte da (caixas de passagem, tomadas, co-
instalação elétrica que interli- nectores etc.).
ga a rede elétrica à medição é
chamada de alimentador de
energia e a parte que interliga
a medição à carga é chamada
de distribuição de energia.
Potência 1 2 3 4 → Quantidade
do motor
Onde: (CV) 1 1,5 1,9 2,3 → Fator de
D2 → Demanda total do condo- diversidade
mínio 1/3 0,65 0,98 1,24 1,50
B → Demanda de iluminação do 1/2 0,87 1,31 1,65 2,00
condomínio
3/4 1,26 1,89 2,39 2,90
C → Demanda de tomadas do
condomínio 1 1,52 2,28 2,89 3,50
D → Demanda de motores elétri- Tabela 5 - Motores trifásicos e demanda (até 1CV).
cos do condomínio Fonte: CELESC (1997, p. 43).
Número de
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
aparelhos
Fator de demanda
100 75 70 66 62 59 56 53 51 49 47 45 43
%
Número de 25 ou
14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
aparelhos mais
Fator de demanda
41 40 39 38 37 36 35 34 33 32 31 30
%
Tabela 7 - Demanda dos aparelhos para aquecimento.
Fonte: SENAI (2004).
21 a 30 80 Rural,
31 a 40 75 cooperativa de
eletrificação
41 a 50 70 B2 DICA
rural e serviço
público de Para mais informações so-
51 a 75 65
irrigação. bre o sistema tarifário de
acima de 75 60 sua região, consulte o site
B3 Outras classes.
da ANEEL: <www.aneel.gov.
1 a 25 100
Iluminação br>.
Escritórios
B4
26 a 50 90 pública.
51 a 100 80 Quadro 2 - Classificação de consumido-
res para baixa tensão. Na primeira unidade, você pôde
acima de 100 70
Fonte: ANEEL (2008, p. 22). estudar sobre a condução da carga
Tabela 8 - Demanda dos aparelhos de nas instalações elétricas, os cálcu-
ar condicionado, tipo janela em resi-
“Informar consumidores, em- los utilizados para obter a deman-
dências.
presas, autoridades e a socieda- da, ou seja, a potência ativa média
Fonte: SENAI (2004).
de em geral sobre as políticas e fornecida. Também conheceu as
regulamentos do setor elétrico classificações dadas aos diferentes
Em relação à demanda de estabe- é uma das diretrizes da ANEEL consumidores de energia elétrica.
lecimentos comerciais (G), o cál- (Agência Nacional de Energia
Agora, na próxima unidade, serão
culo é o mesmo apresentado na Elétrica).” (ANEEL, 2008, p. 6).
abordados os aspectos relaciona-
subseção Demanda Comercial dos com o dimensionamento e
Individual, considerando Fator O processo de formação de pre- especificação de lâmpadas e lu-
de diversidade igual a 100%. ço para a conta de energia elétrica minárias, além de possibilitar a
Na próxima seção, você visualiza- é composto por várias parcelas. identificação de grandezas e va-
rá como são classificados os con- Suponha uma conta de energia lores referentes à luz aplicada em
sumidores de energia elétrica pe- elétrica que custe R$100,00. Ago- ambientes, conforme os padrões
las concessionárias responsáveis ra veja as parcelas que compõe o da ABNT.
por este fornecimento. preço da tarifa de energia:
Seção 3
Consumidores e tarifa-
ção de energia
Os consumidores são classifica-
dos conforme a tensão de for-
necimento da concessionária de
energia elétrica da região (PRO-
CEL, 2001, p. 6).
O quadro a seguir classifica os
consumidores segundo a tensão Figura 2 - Composição de uma conta de luz no valor de R$100,00.
de fornecimento. Fonte: ANEEL (2007).
Seção 1
Luz, grandezas e unidades
Tudo o que você vê é fruto do reflexo da luz. Desta forma, a luz pode
ser considerada uma radiação visível, ou seja, é composta por uma gama
de comprimentos de onda entre o infravermelho e o ultravioleta. Se
você enxerga um objeto com a cor vermelha, significa que a luz que
incidiu sobre este objeto foi absorvida e foi refletida somente a radiação
vermelha.
nm
Infravermelho
1013 Ondas largas
1011 Ondas médias
Ondas curtas nm
109 Ondas ultracurtas
780
107 Televisão
107 Radar
103 Infravermelho
Luz
610
Luz
Ultravioleta
10 590
10-3 Raios X 570
10-7 380
10-9
Ultravioleta
Raios Cósmicos
10-11
10-15
Temperatura da cor (T) A figura a seguir apresenta uma comparação entre duas imagens.
Veja a definição de OSRAM
(2009, p. 29):
Equipamentos Auxilia-
res
Padronizam a fixação
Para a instalação e o funciona-
mecânica de soquetes de
mento correto de lâmpadas, são
lâmpadas (incandescentes
necessários certos acessórios que e fluorescentes compactas).
auxiliarão na conexão elétrica, na Plafoniers Podem ou não aceitar o
fixação mecânica, no aumento do encaixe de lustres com Figura 5.2: plafonier
rendimento luminoso e até no formato de globo para para fixação de lâmpada
funcionamento (no caso das lâm- finalidade decorativa ou de incandescente e lustre tipo
padas de descarga). proteção. globo no teto.
Estes acessórios são respectiva-
mente apresentados n0 quadro a
seguir, conforme a função (CA- Distribuem, filtram e
VALIN, 2006, p. 97): controlam a luz gerada
pela lâmpada. Contribuem
principalmente para elevar
o rendimento luminoso e
Luminárias evitar ofuscamento. Algumas
luminárias são tão completas Figura 5.3: luminária
que são formadas por para duas lâmpadas
uma única peça, contendo fluorescentes para
elementos de conexão iluminação comercial.
elétrica e mecânica. Fonte: PHILIPS (2009).
Apresenta partida
instantânea e pode ser Esquemas de ligação
dimerizável ou não. Possui
Eletrônico
maior fator de potência e Figura 6.3: Reator A ligação correta de uma lâmpada
maior rendimento, além eletrônico. garante seu funcionamento sem
de eliminar cintilações da Fonte: PHILIPS (2009). falhas nem acidentes. Quando se
luz. trata de lâmpadas de descarga,
onde o circuito é mais complexo
Quadro 7 - Exemplos de reator. do que o de uma lâmpada incan-
descente, então o cuidado deve
Outros componentes auxiliares que ela acenda, desligando o igni- ser ainda maior.
usados para o acionamento de tor automaticamente. A seguir, é apresentado o esque-
lâmpadas são os ignitores e os O “starter”, mencionado antes, ma de ligação para lâmpadas de
transformadores. nada mais é do que um ignitor descarga de baixa pressão (fluo-
Os ignitores funcionam como para lâmpadas fluorescentes. rescente tubular), com reator ele-
uma espécie de circuito de parti- Dependendo da potência da tromagnético para uma lâmpada.
da para lâmpadas de alta pressão. lâmpada usada, há um código de
Eles geram picos de alta tensão “starter” a ser especificado, veja a
sobre os terminais da lâmpada até tabela (CAVALIN, 2006, p. 106):
DICA
Os fabricantes de luminá-
rias disponibilizam na in-
ternet programas de com-
putador que auxiliam no
dimensionamento de lumi-
nárias conforme o ilumina-
mento desejado. Para mais
informações, veja a unidade
“Documentação para Proje-
tos”, seção “Desenho auxi-
Figura 15 - Esquema de ligação de 2 lâmpadas fluorescentes com um reator.
liado por computador”.
Fonte: PHILIPS (2009).
DICA
Observe que a relação entre
o fluxo luminoso necessário
para o ambiente e o fluxo
fornecido pela lâmpada es-
colhida é que define a quan-
Figura 16 - Curva de Iluminamento e ângulo da luz sobre o plano de trabalho.
tidade de lâmpadas neces-
Fonte: Intral (2010, p. 8). sárias.
Onde:
Primeiramente é calculado o K – fator de local; DICA
fator de local (K) e depois é
definido o índice de reflexão C – comprimento do ambiente; Lembre-se que a instalação
do ambiente (teto, parede e L – largura do ambiente; da luminária no ambiente
piso). Assim é encontrado o H – Altura da luminária em rela- influencia na distância H: se
fator de utilização. a luminária for instalada de
ção ao plano de trabalho.
forma pendente, então esta
distância (do teto até a boca
A figura seguinte mostra uma re- da luminária) deve ser sub-
presentação da dimensão H na traída de H.
fórmula anterior. Observe que
DICA aparece a distância chamada de pé
Os fabricantes fornecem direito. Esta distância representa a A reflexão do ambiente (teto, pa-
catálogos com informações altura total de um pavimento (do rede e piso) pode ser classificada
padronizadas referentes ao piso até o teto). de acordo com a cor usada na
fator de utilização de suas construção, veja o quadro a se-
luminárias.
guir:
Seção 1
Normas e simbologias
elétricas
Na primeira seção serão apresen- São as normas que permitem que
tadas algumas normas e simbo- os produtos e serviços permane-
logias elétricas que permitem a çam padronizados e com um mí-
permanência da padronização dos nimo de qualidade satisfatória.
produtos e serviços, com qualida- Os principais órgãos responsáveis
de. pela emissão e controle de nor-
mas são relacionados no quadro
seguinte:
Condutor de fase
Condutor terra
Tabela 13 - Exemplos de símbolos para representação de condutores e elementos de proteção.
Fonte: ABNT (1989, p. 2).
Caixa de telefone.
Caixa de medidor.
Quadro 14 - Exemplos de símbolos para representação de dutos, quadros de distribuição e caixas de passagem.
Fonte: ABNT (1989, p. 3).
Botão de minuteria.
Isolação Condutor
185 95 Como
Para um especificado
240 120
equipamento na
300 150 especifico norma do
Ligações flexíveis
400 185 feitas com equipamento
Tabela 15 - Seções mínimas para o con- cabos isolados Para qualquer
dutor neutro em circuitos trifásicos 0,75 Cu
aplicação
Circuitos a extra-
0,75 Cu
baixa tensão
Tabela 16 - Seções mínimas dos condutores.
Fonte: SENAI/SC (2004, p. 17).
U= P
I Ip = Pn
3 . v . Cosφ.η
Índice para
Condutores Corrente máxima queda de Área ext. Diâmetro ext.
tensão
Mm² trifásica monofásica < (V/ .Km) Mm² mm
1,5 15,5 17,5 23 6,16 2,8
2,5 21 24 14 9,08 3,4
4 28 32 9 11,95 3,9
6 36 41 5,87 15,21 4,4
10 50 57 3,54 24,63 5,6
16 68 76 2,27 33,18 6,5
25 89 101 1,5 56,75 8,5
35 111 125 1,12 70,88 9,5
50 134 151 0,86 103,87 11
70 171 192 0,64 132,73 13
Tabela 17 - Secção dos condutores pela capacidade de corrente.
Fonte: ABNT (2004, NB-3).
DICA
Para outros tipos de isola-
ção ou maneiras de instalar
consulte as tabelas 36 a 40
da NBR 5410 – 2004.
Proteção de circuitos
elétricos
Os circuitos elétricos devem ser
protegidos contra sobrecarga e
curto-circuito, pois há uma dife-
rença entre os dispositivos que
protegem contra um e outro caso.
Para se estabelecer essa diferença,
devemos saber o que significa so-
brecarga e curto-circuito. Figura 28 - Esquema de sobrecarga.
Fonte: SENAI/SC (2004, p. 70).
▪▪ Curto circuito: é um aumento
repentino da corrente em que a
resistência é nula, fazendo com
que a corrente tenda ao infinito
quando a tensão cai a zero; a Os curtos-circuitos, ao contrário das sobrecargas, são defeitos na ins-
temperatura nesses casos é relati- talação originados por falhas de isolamento, fazendo com que a cor-
vamente alta. rente suba muitas vezes além da nominal. Seus efeitos danosos são
bem mais rápidos que os da sobrecarga, exigindo um desligamento
▪▪ Sobrecarga: é um aumento quase instantâneo. O relé eletromagnético e o fusível são os disposi-
gradativo da corrente originado tivos aconselháveis a essa proteção.
pelo aumento da carga instalada
e pelo dimensionamento errado
dos componentes que compõe o
circuito; a resistência nesses casos ▪▪ Disjuntor quick–lag é um dispositivo de proteção e de manobra
não é nula, contudo uma corren- das instalações elétricas próprio para uso em quadros de distribuição.
te elevada pode danificar o cir- É composto de caixa moldada em baquelita, de um mecanismo de
cuito e originar um curto-circuito disparo por ação do relé bimetálico e do relé eletromagnético, podendo
(SENAI/SC, 2004, p. 62). ser desarmado ou armado por meio de uma alavanca (liga 0 desliga).
b. → Disjuntor DR trifásico.
Dispositivos DR
Os efeitos de um choque elétrico são os mais diversos, dependendo das
condições do ambiente, dos níveis de tensão, da corrente e ainda do Função dos DR pela sensibilidade
percurso da corrente elétrica. As sensações variam desde formigamento de corrente:
até violentas contrações musculares, queimaduras e até mesmo a morte Proteção contra contato direto:
(WALENIA, 2009, p. 257). 30 mA.
O choque elétrico pode ocorrer em função de uma das seguintes situa- Contato direto com partes ener-
ções: gizadas pode ocasionar fuga de
corrente elétrica, através do corpo
humano, para terra.
Exemplo 1
Determinar o diâmetro do eletroduto para os condutores fase e neutro
de 1,5 mm2 com duas fases e um condutor terra de seção igual a 4 mm2.
Neste trecho de eletroduto passam cinco condutores e a seção do maior
condutor é 4 mm2. Aprenda como localizar o valor na tabela.
Ac = 3,1416 x (2,8)² x 6
AcT = 181,58 + 71,68
= 36,94 / 4
= 253,26
Ac – 40% = 36,94
Ac – 40%
Au – 100% = ?
Au – 100%
Au = 253,26 x 100 / 40
Au = 36,94 x 100 / 40 = 92,36 = 633,15 mm²
Seção 1
Raios e formas de pro-
teção
Os raios são gerados a partir do Em relação a uma instalação elé- Um sistema de proteção contra
carregamento elétrico das nuvens. trica, o raio pode influenciar de descargas atmosféricas ou SPDA
A diferença de potencial forma- duas maneiras: consiste em oferecer aos raios um
da entre uma nuvem carregada e ponto de captação, um percurso
a superfície da terra pode variar
▪▪ Incidência direta, quando o
seguro e um sistema de escoa-
raio atinge a superfície da edifi-
de 10 a 1.000 kV (LIMA, 1997, p. mento das descargas elétricas de
cação.
215). A tendência natural é que as origem atmosférica para a terra,
descargas atmosféricas atinjam os ▪▪ Incidência indireta, quan- minimizando seus efeitos perigo-
pontos mais elevados do relevo. do o raio atinge as redondezas sos.
Quando uma descarga atmosfé- de instalações elétricas, linhas Desta forma, um SPDA possui
rica ocorre, a corrente conduzida de distribuição de energia e de duas funções: preventiva e prote-
através do raio pode chegar até telecomunicações. Forma-se uma tora.
200.000 A, sendo capaz de des- grande radiação eletromagnética
que gera sobretensões causandno A função preventiva é justificada
truir árvores, edificações não pro-
danos a equipamentos e insta- pelo permanente escoamento de
tegidas e causar riscos à vida de
lações de empresas, indústrias e cargas elétricas do meio ambiente
pessoas, animais e equipamentos.
residências. para a terra, pelo poder de atração
A seguir, é apresentado um esque- das pontas, neutralizando o cres-
ma que simplifica o processo de cimento gradiente de potencial
formação de um raio: entre o solo e as nuvens.
Dispositivo de prote-
ção contra surtos
Também conhecido como DPS,
tem por finalidade evitar que a
incidência indireta de descargas
atmosféricas que danificom equi-
pamentos presentes dentro da
edificação.
Os DPS devem atender à IEC
61643-1 e ser selecionados com
base, no mínimo, nas seguintes
características (CAVALIN, 2006,
p. 379):
▪▪ Nível de proteção;
▪▪ Máxima tensão de operação
contínua;
Figura 36 - Exemplo de para-raio do tipo Gaiola de Faraday. ▪▪ Suportabilidade a sobreten-
sões temporárias;
▪▪ Corrente nominal de descarga
e/ou corrente de impulso;
▪▪ Suportabilidade à corrente de
Observe na figura anterior, novamente, a presença de eletrodutos e
caixas de inspeção, que aqui apresentam a mesma finalidade: prote-
curto-circuito.
ção mecânica e possibilidade de medição da malha de aterramento,
respectivamente. Os componentes da instalação
devem ser selecionados de modo
que o valor nominal de sua tensão
de impulso suportável não seja
Para-raio radioativo inferior àqueles indicados no qua-
Na maioria dos países e no Brasil, sua utilização está proibida desde dro seguinte:
1989 por resolução da CNEN – Comissão Nacional de Energia Nucle-
ar. O princípio do para-raio radioativo é usar captores com pontas com
tratamento radioativo, o que causa riscos diretos para pessoas que rea-
lizam sua instalação e manutenção, além riscos indiretos às pessoas que
efetuam transporte, armazenamento, venda, etc. Além disso, estudos re-
centes mostram que esse tipo de para-raio não possui maior eficiência
em relação aos outros tipos de para-raio.
Seção 1 - Introdução
Seção 2 - Desenhos e pranchas
Seção 3 - Memorial descritivo
Seção 4 - Listagem de materiais e
serviços
Documentação Para Projetos
Seção 1
Introdução
Diferente do que se pensa, o pro- ▪▪ Prumada elétrica;
jeto não é apenas uma “planta ▪▪ Planta baixa com esquema elétrico;
assinada”, mas um conjunto de
documentos que tem por finali- ▪▪ Diagrama unifilar;
dade orientar o construtor para ▪▪ Detalhes de caixas de passagem;
a correta execução das instala- ▪▪ Detalhes do ramal de ligação de energia elétrica;
ções. Neste contexto, a própria
NBR5410:2004 estabelece que o ▪▪ Detalhes do ramal de entrada de energia elétrica;
projeto elétrico deve conter, no ▪▪ Esquemas de ligação entre quadro geral de medidores e barramento
mínimo (WALENIA, 2009, p. de equipotencialização;
281): ▪▪ Detalhes sobre o quadro geral de medidores.
▪▪ Planta dos pavimentos;
▪▪ Esquemas unifilares; Uma imagem vale mais do que mil palavras!
▪▪ Outros esquemas, quando
aplicáveis;
Estes desenhos são montados em folha no formato A2, A1 ou A0, apre-
▪▪ Memorial descritivo da insta-
sentando legenda e campos com os nomes dos desenhos. Essa folha é
lação;
chamada de prancha ou leiaute impresso e é o documento mais usado
▪▪ Especificação dos componen- pelo eletricista que executa o serviço, por isso, os desenhos e textos ex-
tes; plicativos que a compõe devem ser visíveis, diretos e em linguagem que
▪▪ Parâmetros de projeto; facilite sua compreensão.
▪▪ Manual do usuário para insta- A seguir, é apresentado um exemplo de prancha.
lações sem equipe de manuten-
ção;
▪▪ Aspectos construtivos e infor-
mações sobre segurança durante
a execução de trabalhos.
Seção 2
Desenhos e pranchas
Os desenhos são extremamente
importantes, pois facilitam a in-
terpretação de projetos. A seguir
são citados os principais desenhos Figura 42 - Exemplo de prancha em formato A0 para projeto elétrico predial.
que compõe um projeto elétrico
predial:
Seção 3
DICA DICA
Memorial descritivo
Para construir o desenho Escrever um memorial
de um detalhe elétrico, o descritivo claro e conciso
É elaborado na forma de texto,
projetista não precisa ser facilita a interpretação de
contendo tabelas, esquemas re-
um ótimo desenhista, bas- decisões, auxiliando o pro-
ta fazer desenhos simples, presentativos (se for necessário) e
fissional na descoberta de
usando textos explicativos termos técnicos compatíveis. falhas.
para esclarecer sobre o que Neste documento, você deve
trata o desenho. apresentar as soluções adotadas
durante o dimensionamento de
componentes do projeto, além O memorial poderá apresentar as
de especificar os detalhes para a seguintes informações (WALE-
Na próxima seção, você aprende- execução da obra. O memorial NIA, 2009, p. 282):
rá a elaborar o documento me- poderá ser utilizado para esclare-
morial descritivo e conhecerá a ▪▪ Identificação da obra, proprie-
cimentos técnicos e é documento tário, profissional (título, registro
importância desse documento no fundamental para análise em au-
desenvolver do projeto. no conselho regional de engenha-
ditorias e processos judiciais, apu- ria e anotação de responsabilida-
rando se as falhas foram come- de técnica sobre o serviço contra-
tidas por que projetou ou quem tado) e descrição do serviço a ser
executou a obra. realizado.
▪▪ CAVALIN, Geraldo; CERVELIN, Severino. Instalações Elétricas Prediais. 15. ed. São
Paulo: Editora Érica, 2006.
▪▪ CREDER, Hélio. Instalações Elétricas. 14. ED. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e
Científicos. Editora S.A., 2000.
▪▪ INTRAL, Reatores e Luminárias. Catálogo Geral de Produtos. Caxias do Sul - RS, 2010.
Disponível em: <http://www.intral.com.br/site/fazerDownload.php?arquivo=catalogo>
▪▪ LIMA Filho, Domingos Leite. Projetos de Instalações Elétricas Prediais. 10. ed. São
Paulo: Editora: Érica, 1997.
▪▪ PRYSMIAN, Cables & Systems. Instalações Elétricas Residenciais. Santo André – SP:
2006. Disponível em: <http://www.prysmian.com.br/export/sites/prysmian-ptBR/en-
ergy/pdfs/Manualinstalacao.pdf>. Acesso em: 23 nov. 2009.