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Curso Técnico em Eletrotécnica

Projetos Elétricos Residenciais e Prediais


Armando de Queiroz Monteiro Neto
Presidente da Confederação Nacional da Indústria

José Manuel de Aguiar Martins


Diretor do Departamento Nacional do SENAI

Regina Maria de Fátima Torres


Diretora de Operações do Departamento Nacional do SENAI

Alcantaro Corrêa
Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina

Sérgio Roberto Arruda


Diretor Regional do SENAI/SC

Antônio José Carradore


Diretor de Educação e Tecnologia do SENAI/SC

Marco Antônio Dociatti


Diretor de Desenvolvimento Organizacional do SENAI/SC
Confederação Nacional das Indústrias
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

Curso Técnico em Eletrotécnica

Projetos Elétricos Residenciais e Prediais

João Máximo Cidral Junior


Ronaldo Aparecido Schroeder

Florianópolis/SC
2010
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio
consentimento do editor. Material em conformidade com a nova ortografia da língua portuguesa.

Equipe técnica que participou da elaboração desta obra

Coordenação de Educação a Distância Design Educacional, Ilustração,


Beth Schirmer Projeto Gráfico Editorial, Diagramação
Equipe de Recursos Didáticos
Revisão Ortográfica e Normatização SENAI/SC em Florianópolis
FabriCO
Autores
Coordenação Projetos EaD João Máximo Cidral Junior
Maristela de Lourdes Alves Ronaldo Aparecido Schroeder

Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB14/937 - Biblioteca do SENAI/SC Florianópolis

C568p
Cidral Junior, João Máximo
Projetos elétricos residenciais e prediais / João Máximo Cidral Junior,
Ronaldo Aparecido Schroeder. – Florianópolis : SENAI/SC, 2010.
88 p. : il. color ; 28 cm.

Inclui bibliografias.

1. Instalações elétricas - Projetos. 2. Instalações elétricas domiciliares.


3. Instalações elétricas – Requisitos de segurança. 4. Instalações elétricas –
Normas. 5. Iluminação elétrica. I. Schroeder, Ronaldo Aparecido. II. SENAI.
Departamento Regional de Santa Catarina. III. Título.

CDU 621.316.17

SENAI/SC — Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Rodovia Admar Gonzaga, 2.765 – Itacorubi – Florianópolis/SC
CEP: 88034-001
Fone: (48) 0800 48 12 12
www.sc.senai.br
Prefácio
Você faz parte da maior instituição de educação profissional do estado.
Uma rede de Educação e Tecnologia, formada por 35 unidades conecta-
das e estrategicamente instaladas em todas as regiões de Santa Catarina.

No SENAI, o conhecimento a mais é realidade. A proximidade com as


necessidades da indústria, a infraestrutura de primeira linha e as aulas
teóricas, e realmente práticas, são a essência de um modelo de Educação
por Competências que possibilita ao aluno adquirir conhecimentos, de-
senvolver habilidade e garantir seu espaço no mercado de trabalho.

Com acesso livre a uma eficiente estrutura laboratorial, com o que existe
de mais moderno no mundo da tecnologia, você está construindo o seu
futuro profissional em uma instituição que, desde 1954, se preocupa em
oferecer um modelo de educação atual e de qualidade.

Estruturado com o objetivo de atualizar constantemente os métodos de


ensino-aprendizagem da instituição, o Programa Educação em Movi-
mento promove a discussão, a revisão e o aprimoramento dos processos
de educação do SENAI. Buscando manter o alinhamento com as neces-
sidades do mercado, ampliar as possibilidades do processo educacional,
oferecer recursos didáticos de excelência e consolidar o modelo de Edu-
cação por Competências, em todos os seus cursos.

É nesse contexto que este livro foi produzido e chega às suas mãos.
Todos os materiais didáticos do SENAI Santa Catarina são produções
colaborativas dos professores mais qualificados e experientes, e contam
com ambiente virtual, mini-aulas e apresentações, muitas com anima-
ções, tornando a aula mais interativa e atraente.

Mais de 1,6 milhões de alunos já escolheram o SENAI. Você faz parte


deste universo. Seja bem-vindo e aproveite por completo a Indústria
do Conhecimento.
Sumário
Conteúdo Formativo 9 40 Unidade de estudo 3 78 Unidade de estudo 5
Dimensionamento Documentação Para
Apresentação 11 de Materiais Projetos

41 Seção 1 - Normas e simbolo- 79 Seção 1 - Introdução


gias elétricas
12 Unidade de estudo 1 79 Seção 2 - Desenhos e pran-
48 Seção 2 - Diagramas elétri- chas
Demanda e Carga cos
Instalada 82 Seção 3 - Memorial descri-
50 Seção 3 - Condutores, prote- tivo
ções e dutos
83 Seção 4 - Listagem de mate-
63 Seção 4 - Dutos riais e serviços
13 Seção 1 - Dimensionamento
da carga
15 Seção 2 - Cálculo da deman-
da 66 Unidade de estudo 4 Finalizado 85
19 Seção 3 - Consumidores e Proteção Contra Des-
tarifação de energia cargas Atmosféricas
Referências 87

20 Unidade de estudo 2 67 Seção 1 - Raios e formas de


Luminotécnica proteção
72 Seção 2 - Projeto dos cap-
tores
21 Seção 1 - Luz, grandezas e 75 Seção 3 - Projeto das desci-
unidades das
25 Seção 2 - Lâmpadas, luminá- 76 Seção 4 - Projeto do aterra-
rias e aplicações mento
32 Seção 3 - Cálculo de ilumi-
nância para interiores
8 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Conteúdo Formativo
Carga horária da dedicação

Carga horária: 120 horas

Competências

Planejar e elaborar o projeto das instalações elétricas residenciais e prediais.

Conhecimentos
▪▪ Normas técnicas (instalação de SPDA “Sistema de Proteção contra descarga-
Descarga Atmosféricas”, luminotécnica, instalação predial, ergonomia e fator de
potência).
▪▪ Diagramas unifilares, multifilares e funcionais.
▪▪ Técnicas de dimensionamento de condutores e dispositivos de acionamento,
proteção de máquinas e instalações elétricas residenciais/prediais.
▪▪ Memorial descritivo.
▪▪ Análise de demanda para instalações elétricas residenciais/prediais.
▪▪ Sistemas de controle e tarifação de energia elétrica para projetos elétricos pre-
diais.
▪▪ Dispositivos e equipamentos para instalação elétrica predial/residencial.
▪▪ Software dedicado para projetos elétricos.

Habilidades

▪▪ Aplicar normas técnicas (instalação de SPDA “Sistema de Proteção contra


Ddescarga Atmosféricas”, luminotécnica, instalação predial, ergonomia, fator de
potência).
▪▪ Elaborar leiautes, diagramas e esquemas de iluminação.
▪▪ Identificar e selecionar os tipos de lâmpadas conforme a aplicação.
▪▪ Elaborar projetos de aterramento identificando princípios químicos e físicos.
▪▪ Identificar, selecionar e dimensionar dispositivos e máquinas aplicadas aos siste-
mas de instalações prediais e residenciais.
▪▪ Elaborar orçamento.
▪▪ Elaborar planilha de custo dos projetos elétricos industriais.
▪▪ Utilizar softwares específicos para elaboração de projetos.
▪▪ Elaborar e acompanhar cronograma de etapas para projetos.
▪▪ Analisar necessidades do consumo de energia elétrica por parte do usuário.
▪▪ Identificar as fontes alternativas de energia, aplicando e substituindo fontes de
energia tradicionais.

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 9


Atitudes

▪▪ Zelo no manuseio dos equipamentos.


▪▪ Atender prazos e datas pré-definidas.
▪▪ Responsabilidade sócio-ambiental.

10 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Apresentação
Seja bem-vindo! Espero que este material seja de grande utilidade para Professores João Máximo
a orientação durante o desenvolvimento de projetos elétricos prediais. Cidral Junior e Ronaldo
Aparecido Schroeder
O profissional que atua nesta área de eletroeletrônica poderá desempe-
nhar atividades como trabalhador autônomo e até mesmo como fun-
João Máximo Cidral Junior, nas-
cionário de instaladoras elétricas ou construtoras, dependendo de seu cido na cidade de São Francisco
conhecimento em especificação de materiais e da sua habilidade para do Sul - SC, formado em Enge-
produzir detalhes técnicos necessários para a execução correta de uma nharia Elétrica pelo CCT-UDESC
instalação elétrica predial, é amplamente solicitado. Joinville. Atuou no desenvolvi-
Neste material, serão apresentados os principais aspectos que influen- mento de protótipos eletrôni-
ciam o processo de elaboração de um projeto elétrico predial. Serão cos para pequenas indústrias da
região. Atualmente leciona em
abordadas questões relacionadas à aplicação de normas técnicas até in-
aprendizagem industrial e cur-
formações relacionadas ao uso de ferramentas de desenho auxiliado por sos técnicos no SENAI em Jara-
computador. Boa leitura! guá do Sul.

Ronaldo Aparecido Schroeder,


nascido na cidade de São Paulo
- SP, Ttcnólogo em Automação
Industrial pelo SENAI Jaraguá
do Sul. Atuou em diversas em-
presas na área de manutenção
eletroeletrônica e mecânica.
Atualmente leciona em aprendi-
zagem industrial e cursos técni-
cos no SENAI em Jaraguá do Sul.

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 11


Unidade de
estudo 1
Seções de estudo

Seção 1 - Dimensionamento da
carga
Seção 2 - Cálculo da demanda
Seção 3 - Consumidores e tarifação de
energia
Demanda e Carga Instalada

Para compreender melhor a relação entre a demanda e a carga instalada, A carga instalada é definida como
observe o esquema a seguir: o somatório das potências nomi-
nais de todos os equipamentos
elétricos que podem ser conecta-
dos à instalação elétrica em ques-
tão (CELESC, 2007, p. 95).

O valor da carga instalada


influencia diretamente no
dimensionamento dos mate-
riais elétricos que interligam a
distribuição de energia a cada
circuito.

O quadro a seguir apresenta os


principais equipamentos de uso
doméstico e suas respectivas po-
tências.
Figura 1 - Esquema de Representação das Partes que compõem uma instala-
ção elétrica.

Seção 1
A instalação elétrica de uma
determinada edificação per- Dimensionamento de
mite interligar fisicamente a carga
fonte de alimentação de ener-
gia elétrica (rede elétrica) aos
equipamentos elétricos dis-
A seção 1 apresenta as infor-
poníveis nessa edificação (car- mações sobre carga instalada e
ga), formando um caminho potência média fornecida que
seguro e sem interrupções contribuem para o correto di-
(distribuição) que possibilita mensionamento dos condutores,
ainda informar o consumo de condutos, proteção e acessórios
energia (medição). A parte da (caixas de passagem, tomadas, co-
instalação elétrica que interli- nectores etc.).
ga a rede elétrica à medição é
chamada de alimentador de
energia e a parte que interliga
a medição à carga é chamada
de distribuição de energia.

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 13


Equipamento (uso doméstico) Potência Nominal Típica (W)
de 50 a 100 litros 1000
de 150 a 200 litros 1250
Aquecedor de água central (boiler) 250 litros 1500
de 300 a 350 litros 2000
400 litros 2500
Aquecedor de água de passagem de 4000 a 8200
Aquecedor portátil de ambiente de 500 a 1500
Aspirador de pó de 250 a 1000
Chuveiro elétrico de 4400 a 5400
7.100 BTU/h 900
8.500 BTU/h 1300
10.000 BTU/h 1400
12.000 BTU/h 1600
Condicionador de ar tipo janela
14.000 BTU/h 1900
18.000 BTU/h 2600
21.000 BTU/h 2800
30.000 BTU/h 3600
Congelador (freezer) de 350 a 500
Copiadora (laser) de 1500 a 3500
Exaustor de ar (para cozinha) de 300 a 500
Ferramentas portáteis de 500 a 1800
Ferro de passar roupa de 800 a 1650
Fogão elétrico (por boca) 2500
Forno micro-ondas 1200
Geladeira de 150 a 500
Grelha elétrica 1200
Máquina de lavar louça de 1200 a 2800
Máquina de lavar roupas de 750 a 1200
Liquidificador 270
Secadora de Roupas de 2500 a 6000
Secador de Cabelo de 500 a 1200
Televisor de 75 a 300
Torradeira Elétrica de 500 a 1200
Torneira Elétrica de 2800 a 5200
Portátil de 60 a 100
Ventilador
De pé 300
Quadro 1 - Equipamentos e potência nominal típica.
Fonte: CELESC (1997, p. 39).

14 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Contudo, com o crescimento e a Fonte: Walenia (2008, p. 171).
inovação tecnológica, os valores DICA O Fator de demanda é a razão en-
apresentados no quadro anterior O valor de demanda deve ser tre a demanda máxima e a carga
podem sofrer alterações. Um expresso em kVA. instalada numa unidade consu-
exemplo seria os chuveiros eletrô- midora, num intervalo de tempo
nicos, que além de apresentarem especificado (CELESC, 2007, p.
ajuste de temperatura, são capazes 96).
de dissipar potências em torno de Demanda residencial
8000 W.
individual
O fator de demanda também
O cálculo da demanda para uma pode ser obtido dividindo-se o
DICA residência individual segue a fór- valor de demanda de uma ins-
Faça um levantamento das
mula apresentada (LIMA, 2006, talação pela carga instalada.
cargas dos equipamentos em p. 30):
sua casa. Consulte os manu-
ais e placas de informações
dos equipamentos eletroele- DR = (FD . P1) + P2 Demanda comercial in-
trônicos para garantir a corre- dividual
ta especificação da potência
nominal de cada um. O cálculo de demanda para uma
Onde: edificação destinada a fins comer-
DR → Demanda residencial. ciais é apresentada na fórmula a
seguir:
Na próxima seção, você conhe- FD → Fator de demanda (veja a
cerá os três tipos de cálculo de tabela a seguir)
demanda e aprenderá as fórmulas P1 → Soma das potências nomi- Demanda = Carga x Fator de De-
para efetuar esses cálculos. nais dos pontos de luz e dos pon- manda
tos de força de uso geral.
P2 → Soma das potências nomi- A CELESC fornece uma tabela
Seção 2 nais atribuídas a tomadas de uso com os fatores de demanda típi-
Cálculo da demanda específico. cos conforme o ramo de atividade
da unidade consumidora.
Demanda é definida como a po- Somatório das
tência ativa média, fornecida (no Fator de
potências dos
demanda
caso do alimentador) ou consumi- pontos de luz e de
(FD) DICA
da (no caso da carga) pelo sistema força em kW (P1)
A unidade consumidora é
elétrico de distribuição, em perí- 0 < P1 <= 1 0,88
considerada como o conjun-
odos de 15 minutos (CELESC, to de instalações e equipa-
1 < P1 <= 2 0,75
2007, p. 96). mentos elétricos que rece-
O cálculo da demanda depende 2 < P1 <= 3 0,66 bem energia elétrica de um
essencialmente da carga instalada, mesmo ponto, apresentando
3 < P1 <= 4 0,59
porém há variações conforme o uma única medição (CELESC,
tipo de edificação. Desta forma, o 4 < P1 <= 5 0,52 2007, p. 95).
cálculo de demanda é dividido em 5 < P1 <= 6 0,45
3 tipos:
6 < P1 <= 7 0,40
A próxima tabela mostra alguns
▪▪ Demanda residencial indivi-
7 < P1 <= 8 0,35 exemplos de fator de demanda
dual;
conforme o ramo de atividade.
▪▪ Demanda comercial individu- 8 < P1 <= 9 0,31
al; 9 < P1 <= 10 0,27
▪▪ Demanda para edificação de 10 < P1 0,24
uso coletivo.
Tabela1 - Fatores de demanda para uni-
dades residenciais.

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 15


Código Fator de demanda Fator de
Ramo de atividade
do ramo típico carga típico
Comércio, varejo e por atacado de veículos
5010 41,23 15,49
automotores.
Manutenção e conservação de veículos em
5020 48,27 28,10
geral.
Comércio atacadista de carnes e produtos
5134 70,58 38,46
de carne.
Hotéis, motéis e apart-hotel com
5511 33,66 33,93
restaurante.
Lanchonete, casas de chá, sucos e similares. 5522 60,00 44,00
Atividades do Correio Nacional. 6411 49,34 35,50
Bancos Comerciais. 6521 49,19 32,00
Estabelecimentos particulares de ensino de
8021 45,00 22,50
2º grau.
Tabela 2 - Exemplos de Fatores de Demanda conforme o ramo da atividade comercial.
Fonte: CELESC (2007, p. 93).

“A unidade consumidora é um A demanda das unidades residen-


conjunto de instalações e equi- ciais (D1) normalmente utiliza a
DICA pamentos elétricos, caracteriza- informação da área útil da unida-
Mais informações referentes do pelo recebimento de energia de e do fator de diversidade em
ao cálculo da demanda de elétrica em um só ponto de en- função do número de apartamen-
uma edificação poderão ser trega, com medição individua-
tos. Veja a fórmula:
consultadas na CELESC por lizada e correspondente a um
meio da Norma I-321.0023, único consumidor” (CELESC,
Apêndice II. 2007, p. 95).
D1 = F x A

O cálculo da demanda para edi-


fícios de uso coletivo é realizado
Demanda para edifica- com a seguinte fórmula: Onde:
ção de uso coletivo D1 → demanda das unidades re-
sidenciais.
Uma edificação construída para
fins residenciais e/ou comerciais, DT = 1,2 . (D1 + D2 ) + E + G F → fator de diversidade em fun-
que apresente diversas unidades ção do número de apartamentos.
de consumo, é conhecida por A → demanda do apartamento
edificação de uso coletivo. Neste Onde: em função da área útil.
caso, cada unidade de consumo
DT → demanda total.
deve possuir uma medição de “Diversas concessionárias de
energia elétrica individual. Essas D1 → demanda das unidades re- energia apresentam procedi-
medições devem ser agrupadas sidenciais. mentos específicos para o cálcu-
em um mesmo local e derivam to- D2 → demanda do condomínio lo das demandas de instalações
das de um único alimentador. (composta pelo somatório dos elétricas prediais situadas em
pontos de luz, força e motores). suas áreas de fornecimento”
(LIMA, 2006, p. 33).
E → demanda de cargas especiais.
G → demanda de estabelecimen-
tos comerciais.

16 CURSOS TÉCNICOS SENAI


A tabela a seguir relaciona a demanda com a área útil para unidades con-
sumidoras com área útil até 71 m².

Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3


m² kVA m² kVA m² kVA
Inferior a 42 1,00 52 1,20 62 1,40
43 1,01 53 1,22 63 1,43
44 1,03 54 1,24 64 1,45
45 1,05 55 1,26 65 1,47
46 1,08 56 1,28 66 1,49
47 1,10 57 1,30 67 1,51
48 1,12 58 1,32 68 1,53
49 1,14 59 1,34 69 1,55
50 1,16 60 1,36 70 1,57
51 1,18 61 1,38 71 1,59
Tabela 3 - Demanda x área total para apartamentos agrupados.
Fonte: CELESC (1997, p. 43).

O valor do fator de diversidade reduz à medida que a quantidade de


unidades consumidoras eleva.
A próxima tabela apresenta alguns fatores de diversidade para agrupa-
mentos de até 40 unidades consumidoras.

Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4

Fator de Fator de Fator de Fator de


Qantidade Qantidade Quantidade Qantidade
diversidade diversidade diversidade diversidade

01 1,00 11 10,42 21 18,04 31 24,08

02 1,96 12 11,20 22 18,65 32 24,69

03 2,92 13 11,98 23 19,25 33 25,29

04 3,88 14 12,76 24 19,86 34 25,90

05 4,84 15 13,54 25 20,46 35 26,50

06 5,80 16 14,32 26 21,06 36 27,10

07 8,76 17 15,10 27 21,67 37 27,71

08 7,72 18 15,88 28 22,27 38 28,31

09 8,68 19 16,66 29 22,88 39 28,92

10 9,64 20 17,44 30 23,48 40 29,52


Tabela 4 - Fatores de diversidade conforme a quantidade de apartamentos.
Fonte: CELESC (1997, p. 45).

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 17


A Demanda do condomínio (D2) Quanto à demanda de motores elétricos do condomínio (D), considera-
poderá ser calculada a partir da se- se a potência nominal do motor e o fator de diversidade relacionado à
guinte fórmula: quantidade de motores. As tabelas seguintes apresentam as relações de
demanda para motores elétricos a partir da potência e a quantidade de
motores até a potência de 1CV.
D2 = (B + C + D)

Potência 1 2 3 4 → Quantidade
do motor
Onde: (CV) 1 1,5 1,9 2,3 → Fator de
D2 → Demanda total do condo- diversidade
mínio 1/3 0,65 0,98 1,24 1,50
B → Demanda de iluminação do 1/2 0,87 1,31 1,65 2,00
condomínio
3/4 1,26 1,89 2,39 2,90
C → Demanda de tomadas do
condomínio 1 1,52 2,28 2,89 3,50
D → Demanda de motores elétri- Tabela 5 - Motores trifásicos e demanda (até 1CV).
cos do condomínio Fonte: CELESC (1997, p. 43).

Com relação à demanda de ilu- → Quantidade


Potência 1 2 3 4
minação do condomínio, deve-
do motor
se considerar para os primeiros 1 1,5 1,9 2,3 → Fator de
(CV)
10kVA a demanda de 100%. Para diversidade
o excedente, usar demanda de 1/4 0,66 0,99 1,254 1,518
25%.
1/3 0,77 1,155 1,463 1,771
Para a demanda das tomadas do
condomínio, deve-se considerar 1/2 1,18 1,77 2,242 2,714
20% da carga total de tomadas. 3/4 1,34 2,01 2,246 3,032
1 1,56 2,34 2,964 3,588
Tabela 6 - Motores monofásicos e demanda (até 1CV).
DICA
Fonte: CELESC (1997, p. 43).
No dimensionamento da car-
ga instalada dos pontos de
iluminação e de tomadas do Quanto à demanda de cargas especiais (E): saunas, centrais de refrige-
condomínio, deve-se utilizar ração, centrais de aquecimento, iluminação de quadras esportivas entre
o fator de potência de 0,9. outros (CELESC, 1997, p. 16),considere o fator de demanda de 100%.
Poderão ser aplicados fatores de diversidade conforme a quantidade de
aparelhos. Veja as tabelas para a determinação do fator de diversidade
para aparelhos de aquecimento e aparelhos de refrigeração.

Número de
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
aparelhos
Fator de demanda
100 75 70 66 62 59 56 53 51 49 47 45 43
%
Número de 25 ou
14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
aparelhos mais
Fator de demanda
41 40 39 38 37 36 35 34 33 32 31 30
%
Tabela 7 - Demanda dos aparelhos para aquecimento.
Fonte: SENAI (2004).

18 CURSOS TÉCNICOS SENAI


A figura anterior relaciona os cus-
Potências Classificação
instaladas em
Fator de
do Descrição
tos que a concessionária de ener-
demanda gia elétrica possui para compra de
aparelhos consumidor
energia, transmissão e distribui-
1 a 10 100 Residencial e ção, além dos encargos e tributos.
B1 residencial de Cada estado brasileiro apresenta
11 a 20 85 baixa renda.
variações nesta composição.
Residências

21 a 30 80 Rural,
31 a 40 75 cooperativa de
eletrificação
41 a 50 70 B2 DICA
rural e serviço
público de Para mais informações so-
51 a 75 65
irrigação. bre o sistema tarifário de
acima de 75 60 sua região, consulte o site
B3 Outras classes.
da ANEEL: <www.aneel.gov.
1 a 25 100
Iluminação br>.
Escritórios

B4
26 a 50 90 pública.
51 a 100 80 Quadro 2 - Classificação de consumido-
res para baixa tensão. Na primeira unidade, você pôde
acima de 100 70
Fonte: ANEEL (2008, p. 22). estudar sobre a condução da carga
Tabela 8 - Demanda dos aparelhos de nas instalações elétricas, os cálcu-
ar condicionado, tipo janela em resi-
“Informar consumidores, em- los utilizados para obter a deman-
dências.
presas, autoridades e a socieda- da, ou seja, a potência ativa média
Fonte: SENAI (2004).
de em geral sobre as políticas e fornecida. Também conheceu as
regulamentos do setor elétrico classificações dadas aos diferentes
Em relação à demanda de estabe- é uma das diretrizes da ANEEL consumidores de energia elétrica.
lecimentos comerciais (G), o cál- (Agência Nacional de Energia
Agora, na próxima unidade, serão
culo é o mesmo apresentado na Elétrica).” (ANEEL, 2008, p. 6).
abordados os aspectos relaciona-
subseção Demanda Comercial dos com o dimensionamento e
Individual, considerando Fator O processo de formação de pre- especificação de lâmpadas e lu-
de diversidade igual a 100%. ço para a conta de energia elétrica minárias, além de possibilitar a
Na próxima seção, você visualiza- é composto por várias parcelas. identificação de grandezas e va-
rá como são classificados os con- Suponha uma conta de energia lores referentes à luz aplicada em
sumidores de energia elétrica pe- elétrica que custe R$100,00. Ago- ambientes, conforme os padrões
las concessionárias responsáveis ra veja as parcelas que compõe o da ABNT.
por este fornecimento. preço da tarifa de energia:

Seção 3
Consumidores e tarifa-
ção de energia
Os consumidores são classifica-
dos conforme a tensão de for-
necimento da concessionária de
energia elétrica da região (PRO-
CEL, 2001, p. 6).
O quadro a seguir classifica os
consumidores segundo a tensão Figura 2 - Composição de uma conta de luz no valor de R$100,00.
de fornecimento. Fonte: ANEEL (2007).

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 19


Unidade de
estudo 2
Seções de estudo

Seção 1 - Luz, grandezas e unidades


Seção 2 - Lâmpadas, luminárias e
aplicações
Seção 3 - Cálculo de iluminância para
interiores
Luminotécnica

Seção 1
Luz, grandezas e unidades
Tudo o que você vê é fruto do reflexo da luz. Desta forma, a luz pode
ser considerada uma radiação visível, ou seja, é composta por uma gama
de comprimentos de onda entre o infravermelho e o ultravioleta. Se
você enxerga um objeto com a cor vermelha, significa que a luz que
incidiu sobre este objeto foi absorvida e foi refletida somente a radiação
vermelha.

nm

Infravermelho
1013 Ondas largas
1011 Ondas médias
Ondas curtas nm
109 Ondas ultracurtas
780
107 Televisão

107 Radar

103 Infravermelho
Luz
610

Luz
Ultravioleta
10 590
10-3 Raios X 570

10-5 Raios Gama


500

10-7 380
10-9

Ultravioleta
Raios Cósmicos
10-11
10-15

Figura 3 - Espectro eletromagnético.


Fonte: OSRAM (2009, p. 16).

Algumas sensações (agradáveis ou Cor Sensações relacionadas


não) dependem da coloração dos
ambientes e do conforto lumino- Branco Higiene, neutralidade e frio.
so. Verde Paciência, natural e seguro.
O quadro a seguir relaciona a in- Azul Profundidade, formalidade e liberdade.
fluência das cores nas sensações.
Amarelo Criatividade, visibilidade e atenção.
Laranja Ajuda, abundância e comunicação.
Vermelho Calor, alerta e comando.
Violeta Feminilidade, luxo e melancolia.
Preto Renúncia, sofisticação e vazio.
Quadro 3 - Sensações das Cores

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 21


O conforto luminoso está asso- Índice de reprodução de cores (IRC)
ciado à necessidade de adaptação
de um indivíduo a um determina-
do ambiente: quanto menor for “é a correspondência entre a cor real de uma imagem e sua aparên-
essa necessidade, maior será seu cia diante de uma fonte de luz. Quanto menor esta correspondência,
conforto (OSRAM, 2009, p. 7). mais deficiente é a reprodução de cores. O IRC varia de 0 a 100%”
(OSRAM, 2009, p. 27).

Temperatura da cor (T) A figura a seguir apresenta uma comparação entre duas imagens.
Veja a definição de OSRAM
(2009, p. 29):

“Em aspecto visual, admite-se


que é bastante difícil a avalia-
ção comparativa entre a sen-
sação de tonalidade de cor de
diversas lâmpadas. Para estipu-
lar um parâmetro, foi definido
o critério temperatura da cor
(Kelvin) para classificar a l u z .
Assim como um corpo metáli-
co que, em seu aquecimento,
passa desde o vermelho até o
branco”. Figura 5 - A influência do IRC sobre uma imagem.
Fonte: LUMICENTER (2009)

Desta forma, a temperatura da


cor está indiretamente relacio- Observe que as cores da imagem quando o IRC é igual a 100% são mais
nada com o calor físico quando nítidas, trazendo um aspecto mais real, semelhante à luz natural.
comparada a um corpo metálico O IRC e a temperatura de cor podem ser relacionados conforme o tipo
aquecido. de finalidade do ambiente. Veja esta relação no quadro:
Veja a figura:.

Figura 4 - Temperatura de cor e cor associada.


Fonte: LUMICENTER (2009).

Observe na figura anterior que temperaturas de cor inferiores a


4.200K apresentam coloração amarelada e são chamadas de “luz
quente”, já temperaturas de cor superiores a 5600K possuem colo-
ração azulada e são conhecidas como “luz fria”. Ao meio-dia de um
dia ensolarado, sem nuvens, a temperatura de cor é de aproxima-
damente 5800K e possui uma aparência branca.

22 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Grupo IRC Temperatura de Cor Aplicações
4.100K ou maior Indústrias Têxteis, gráficas ou de tintas.
3.500K Galerias de Arte, museus, hospitais e joalherias.
1 IRC >=80
Residências, restaurantes, joias (iluminação
3.000K ou menor
dirigida).
Indústrias leves, escritórios, escolas e magazines
4.100K ou maior
(climas quentes).
2 60<=IRC<80 3.500K Indústrias leves, escritórios, escolas e magazines.
Indústrias leves, escritórios, escolas e magazines
3.000K ou menor
(climas frios).
Interiores onde a eficiência é mais importante
3 IRC<60 Todas que a reprodução de cores: vias de tráfego,
canteiros de obras, estacionamentos.
Quadro 4 - IRC, Temperatura de cor e aplicações.
Fonte: Walenia (2008, p. 90).

Note no grupo 2 que a tempera- Fluxo Luminoso (Ø) Intensidade Luminosa


tura de cor contribui para minimi-
zar a sensação térmica ocasionada É a quantidade total de luz visí- (I)
pelo clima, assim, temperaturas vel emitida por uma determinada É a intensidade de fluxo lumino-
de cor menores são mais indica- fonte em todas as direções. A fon- so medido em uma determinada
das para climas frios, enquanto te deve estar submetida a sua ten- direção. A unidade de medida é
temperaturas de cor maiores são são nominal de funcionamento a candela (cd) e está diretamente
mais aceitas em locais quentes. (OSRAM, 2009, p. 19). Sua uni- relacionada à iluminação dirigida,
Portanto, ambientes com alto ín- dade de grandeza é o lumens (lm). (WALENIA, 2008, p. 92).
dice de reprodução de cores (su-
perior a 80%) e alta temperatura
de cor (superior a 4.100K) são
destinados a desenvolvimento
de tarefas que exijam o reconhe-
cimento de cores. Locais com
características opostas, tanto de
IRC, quanto de temperatura de
cor, são mais indicados para pas-
sagem de pessoas e veículos ou
armazenamento de materiais.

Figura 6 - Representação do fluxo Figura 7 - Representação da intensida-


luminoso. de luminosa.

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 23


Iluminância (E) 1 lux equivale a um 1 lm/m².
Em uma sala de aula, por exem-
Também conhecida como ilumi- plo, o iluminamento deve variar
namento, é representada pela uni- de 200 a 500 lux. Já o ilumina-
dade lux (lux). Trata-se da relação mento necessário para a realiza-
entre o fluxo luminoso incidente e ção de uma cirurgia pode variar
a área em que ele incide (WALE- de 10.000 a 20.000 lux.
NIA, 2008, p. 93).
Existe um gráfico que representa
a variação da intensidade lumino-
sa em função do ângulo de dire-
ção da iluminância.
Este gráfico é chamado de Curva
de Intensidade Luminosa. Figura 9 - Representação de luminân-
Geralmente ele prevê a fonte lu- cia em uma superfície.
minosa montada, ou seja, con- Fonte: LUMICENTER (2009).
tendo a lâmpada e sua respectiva
luminária. Este aspecto será abor-
dado na próxima seção: Lâmpa- Eficiência Luminosa (ŋ)
das, luminárias e aplicações.
Também conhecida como rendi-
mento, é dada pela relação entre o
Luminância (L) fluxo luminoso emitido e a potên-
Figura 8 - Representação da Iluminân- cia consumida por uma lâmpada
cia É dada pela intensidade de luz (lm/W).
refletida em uma determinada
Quanto maior for o rendimen-
direção, portanto depende essen-
to, melhor é o aproveitamento
cialmente da qualidade da super-
de energia elétrica (WALENIA,
O nível de iluminamento para fície (WALENIA, 2008, p. 94). É
2008, p. 95). Este conceito é ex-
interiores é definido pela representada pela unidade cd/m²
tremamente útil para averiguar se
NBR5413 – iluminância de in- (candelas por metro quadrado).
uma lâmpada é mais eficiente do
teriores. O equipamento usa-
do para medi-lo é o luxíme- que outra. Note a figura a seguir:
tro. A descrição dos métodos uma lâmpada incandescente de
e procedimentos pertinentes 40W possui rendimento menor
a essa medição são descritos (10 lm/W) do que uma lâmpa-
na NBR5382 – Verificação de da fluorescente comum de 32W
iluminância de interiores. (algo em torno de 77 lm/W).

24 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Lâmpadas incandes-
centes

“A luz desse tipo de lâmpada é


proveniente de um filamento
metálico (tungstênio) alojado
no interior de um bulbo de vi-
dro, sob vácuo, ou com gases
quimicamente inertes em seu
interior.” (CAVALIN, 2006, p. 68).

A figura a seguir mostra um tipo


de lâmpada incandescente. Neste
caso, é uma incandescente co-
mum em residências para ilumina-
ção geral.

Figura 11 - Lâmpada Incandescente


Comum de 40W.
Fonte: PHILIPS (2009).

Variações das lâmpadas incandes-


centes (CAVALIN, 2006, p. 70):
▪▪ Incandescentes para uso geral;
▪▪ Incandescentes para uso espe-
cífico;
▪▪ Lâmpadas decorativas;
Figura 10 - Rendimento luminoso dos diferentes tipos de lâmpadas. ▪▪ Lâmpadas refletoras/defleto-
Fonte: LUMICENTER (2009). ras ou espelhadas;
▪▪ Halógenas;
Agora que você já estudou a res-
peito da luz, aprenderá, na próxi-
Seção 2 ▪▪ Infravermelhas.
ma seção, sobre as lâmpadas, pois Lâmpadas, luminárias e
elas fornecem energia luminosa. aplicações
Você conhecerá os diversos tipos
de lâmpadas, suas características e As lâmpadas fornecem a energia
os equipamentos auxiliares para luminosa e, com o auxílio de lu-
a instalação delas. E falando em minárias, é possível aumentar o
instalação, você também apren- rendimento luminoso.
derá a forma correta de ligar uma
As lâmpadas podem ser dividi-
lâmpada e os danos de uma má
das em dois tipos: incandescentes
instalação.
e descarga (CREDER, 2000, p.
177).
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 25
Lâmpadas de descarga Variações das lâmpadas de descarga:
▪▪ Fluorescentes;
“A luz emitida por uma lâmpada ▪▪ Luz mista;
de descarga é produzida pela ▪▪ Vapor de mercúrio;
passagem da corrente elétrica
em um gás ou vapor ionizado ▪▪ Lâmpada de néon;
que, ao chocar-se com a pintura ▪▪ Vapor metálico;
fluorescente ou cristais de fós-
foros (‘phósphor’) no interior do ▪▪ Multivapor metálico;
tubo, emite luz visível.” (CAVA- ▪▪ Vapor de sódio;
LIN, 2006, p. 77).
▪▪ Lâmpada de indução.

A figura a seguir mostra um tipo


de lâmpada fluorescente compac- DICA
ta, aplicada normalmente para
Lâmpadas fluorescentes compactas apresentam custo inicial
substituir lâmpadas incandescen-
mais elevado que as lâmpadas incandescentes comuns, porém
tes.
apresentam rendimento muito maior. Assim são muito mais eco-
nômicas e contribuem para reduzir o consumo de energia elé-
trica.

Em ambos os tipos de lâmpadas há a passagem de corrente elétrica


para gerar energia luminosa. A diferença é que na lâmpada incandes-
cente, a corrente elétrica atravessa um fio metálico condutor e na
lâmpada de descargas, a corrente elétrica atravessa um gás, quando
submetida à alta tensão em suas extremidades.

Figura 12 - Lâmpada Fluorescente


Compacta de 15W.
Fonte: PHILIPS (2009). DICA
Devido à alta tensão, as lâmpadas de descarga necessitam de um
dispositivo reator. Veja a subseção “Acessórios para lâmpadas”.

O próximo quadro relaciona as principais variações de lâmpadas e suas


características.

26 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Reprodução
Rendimento Vida
Tipo de cores Aplicação Observações
(lm/W) útil (h)
(IRC)
Iluminação residencial,
Para uso em luminárias
emergência, comercial
fechadas ou com
e locais com grande
Incandescente 17 100 1.000 difusores de luz, para
qualidade de luz, sem
evitar ofuscamento
se preocupar com a
direto.
eficiência.
Iluminação decorativa
e de destaque em Para uso em luminárias
Halógena 25 100 2.500 ambientes comerciais compactas e iluminação
(lojas, vitrines e joalherias) indireta.
e ambientes residenciais.
Iluminação decorativa
e de destaque em
Ideal para luminárias
Dicróica 25 100 4.000 ambientes comerciais
compactas.
(lojas, vitrines e joalherias)
e ambientes residenciais.
Locais que necessitem de
Não necessita de
grande quantidade de luz,
Mista 25 62 10.000 equipamento auxiliar
não se preocupando com
para seu funcionamento.
a eficiência do sistema.
Iluminação de galpões
Vapor de Necessitam de um reator
55 44 24.000 industriais e iluminação
mercúrio para seu funcionamento.
pública.
Iluminação pública e
Necessitam de um reator
Vapor de sódio 135 25 28.000 locais que priorizem a alta
para seu funcionamento.
eficiência do sistema.
Iluminação comercial
(lojas e vitrines), áreas
externas (fachadas, Necessitam de um reator
Vapor metálico 80 88 12.000
monumentos, outdoors), para seu funcionamento.
galpões industriais e
estádios esportivos.
Iluminação comercial,
Necessitam de um reator
Fluorescente 65 70 12.000 industrial, residencial,
para seu funcionamento.
garagens, depósitos etc.
Iluminação comercial,
Fluorescente industrial, residencial, Necessitam de um reator
80 95 12.000
especial escritórios, lojas, gráficas para seu funcionamento.
e indústrias têxteis.
Iluminação residencial
Fluorescente (hotéis, teatros, Necessitam de um reator
65 80 10.000
compacta escritórios, escolas, para seu funcionamento.
shoppings etc.).
Redução do custo de
Letreiros, displays, manutenção, fontes
sinalização, iluminação compactas, baixa
LEDs 210 90 50.000
decorativa (destaque de tensão e não emite
aspectos arquitetônicos). radiações ultravioleta ou
infravermelho.
Quadro 5 - Lâmpadas e suas características.
Fonte: Walenia (2009, p. 96).

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 27


Nome Descrição Exemplo de Figura
DICA
Consulte sempre catálogos
atualizados dos fabricantes! Padronizam a conexão elétrica
Novas tecnologias contri- para a lâmpada, facilitam a
buem para elevar a vida útil instalação e a substituição.
de lâmpadas, melhorar o Conforme o tipo de base da
Receptáculo
IRC e aumentar o rendimen- lâmpada, o soquete tem uma
ou soquete
to luminoso. identificação. Exemplo: para
lâmpadas incandescentes Figura 5.1: soquete
comuns, o tipo de soquete E-27 para lâmpada
possui base E-27. incandescente para fixação
no plafonier.

Equipamentos Auxilia-
res
Padronizam a fixação
Para a instalação e o funciona-
mecânica de soquetes de
mento correto de lâmpadas, são
lâmpadas (incandescentes
necessários certos acessórios que e fluorescentes compactas).
auxiliarão na conexão elétrica, na Plafoniers Podem ou não aceitar o
fixação mecânica, no aumento do encaixe de lustres com Figura 5.2: plafonier
rendimento luminoso e até no formato de globo para para fixação de lâmpada
funcionamento (no caso das lâm- finalidade decorativa ou de incandescente e lustre tipo
padas de descarga). proteção. globo no teto.
Estes acessórios são respectiva-
mente apresentados n0 quadro a
seguir, conforme a função (CA- Distribuem, filtram e
VALIN, 2006, p. 97): controlam a luz gerada
pela lâmpada. Contribuem
principalmente para elevar
o rendimento luminoso e
Luminárias evitar ofuscamento. Algumas
luminárias são tão completas Figura 5.3: luminária
que são formadas por para duas lâmpadas
uma única peça, contendo fluorescentes para
elementos de conexão iluminação comercial.
elétrica e mecânica. Fonte: PHILIPS (2009).

São necessários para


lâmpadas de descarga. São
equipamentos auxiliares
que têm a finalidade de
Reatores proporcionar a partida e Figura 5.4: reator
de estabilizar a corrente do eletrônico para lâmpadas
circuito. Os reatores devem fluorescentes.
ser dimensionados conforme
a potência da lâmpada.

Quadro 6 - Resumo exemplificado dos acessórios de uma lâmpada.

28 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Principais tipos de luminárias ▪▪ Pública: são usadas exclu-
sivamente em montagens de
sobrepor externas, com lâmpadas
de vapor de sódio ou de vapor
DICA metálico. Sua finalidade é a ilumi-
nação de ruas, avenidas, calçadas,
Uma lâmpada montada em uma luminária selecionada correta-
praças, jardins, entroncamentos,
mente contribui para melhorar seu rendimento luminoso.
estacionamentos e orlas maríti-
mas.
▪▪ Decorativa: são luminárias de
Existem diversos tipos de luminárias, contudo suas características co- diversas cores e modelos desti-
muns permitem dividi-las conforme sua aplicação: nadas para iluminação dirigida
e iluminação geral de ambientes
▪▪ Comercial: normalmente são luminárias de embutir ou sobrepor, como residências, jardins, bares,
montadas com 2, 3 ou 4 lâmpadas fluorescentes tubulares para ilumina- lanchonetes, restaurantes e clu-
ção interna de escolas, oficinas, postos de gasolina, depósitos, garagens, bes. Os modelos mais comuns
almoxarifados, corredores, agências bancárias, lojas, shoppings, escritó- são o spot (ponto de luz), refletor
rios, entre outros. e arandela.
Também são usadas em montagem com lâmpada de vapor metálico ou
de vapor de sódio para a iluminação de grandes áreas comerciais (PHI-
LIPS, 2008, p. 4).
▪▪ Industrial: são luminárias capazes de suportar excessos de tempe-
Características dos rea-
ratura, maresia, gases, pó e umidade. Em alguns casos, dependendo da tores
atividade industrial realizada, a luminária deve apresentar pintura com Para o correto funcionamento de
proteção antichama, seu material construtivo deve ser capaz de su- algumas lâmpadas, é necessário
portar altos níveis de temperatura e proteger a lâmpada contra corpos o uso de dispositivos auxiliares
sólidos e água. como: transformadores, reatores
Podem ser utilizadas em montagens embutidas ou de sobrepor com e ignitores (WALENIA, 2009, p.
lâmpadas fluorescentes, lâmpadas de vapor metálico, mista, vapor de 102).
mercúrio e vapor de sódio.
Os reatores têm função de ele-
var a tensão entre os terminais da
lâmpada e controlar a passagem
DICA de corrente.
Algumas luminárias industriais apresentam grau de proteção IP-65, Basicamente existem 3 tipos de
ou seja, seu interior é totalmente protegido contra poeira e prote- reatores, veja:
gido contra jatos de água. Para maiores informações sobre graus
de proteção, consulte a unidade “Dimensionamento de Materiais”.

▪▪ Esportiva: são destinadas à iluminação de áreas abertas ou não de


pátios, quadras, ginásios, estádios, hipódromos, entre outros. Também
podem ser aplicadas para a iluminação de canteiros de obras, comple-
xos viários, docas, aeroportos etc. (PHILIPS, 2008, p. 22).
Empregam lâmpadas de vapor de sódio ou de vapor metálico em mon-
tagens de sobrepor e são bastante aplicadas em áreas abertas. Assim,
sua estrutura possui proteção contra: raio ultravioleta do sol, oxidação,
entrada de partículas sólidas e água.

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 29


Tipo de Reator Descrição Exemplo de Figura Código
Potência da
comercial do
lâmpada (W)
É o mais barato e “starter”
usado no mercado. S-2 15 ou 20
Os componentes para S-10 30, 40 ou 65
Eletromagnético circuitos convencionais Figura 6.1: reator
Tabela 9 - “Starters” da PHILIPS.
convencional são: reator, “starter”, eletromagnético
soquete para “starter”, convencional. Fonte: PHILIPS (2009).
lâmpada e soquete para Fonte: PHILIPS (2009).
lâmpada.
Estes transformadores nada mais
são do que reatores eletromag-
Os componentes para néticos que geram altas tensões
circuitos de partida em seus terminais de saída (entre
rápida não necessitam 2.000 e 15.000 V). São usados em
de “starter”, já que na outras lâmpadas de descarga de
composição do reator, há alta pressão (como lâmpadas de
enrolamentos separados
vapor metálico, vapor de mer-
Eletromagnético para aquecerem os Figura 6.2: reator
de partida rápida eletrodos da lâmpada eletromagnético de partida
cúrio e vapor de sódio) e lâmpa-
continuamente. rápida. das de néon e argon (CAVALIN,
Entretanto, necessitam Fonte: PHILIPS (2009). 2006, p. 101). As lâmpadas de alta
de aterramento das pressão funcionam com circuitos
partes metálicas como contendo transformadores e igni-
luminárias, eletrocalhas tores.
etc.

Apresenta partida
instantânea e pode ser Esquemas de ligação
dimerizável ou não. Possui
Eletrônico
maior fator de potência e Figura 6.3: Reator A ligação correta de uma lâmpada
maior rendimento, além eletrônico. garante seu funcionamento sem
de eliminar cintilações da Fonte: PHILIPS (2009). falhas nem acidentes. Quando se
luz. trata de lâmpadas de descarga,
onde o circuito é mais complexo
Quadro 7 - Exemplos de reator. do que o de uma lâmpada incan-
descente, então o cuidado deve
Outros componentes auxiliares que ela acenda, desligando o igni- ser ainda maior.
usados para o acionamento de tor automaticamente. A seguir, é apresentado o esque-
lâmpadas são os ignitores e os O “starter”, mencionado antes, ma de ligação para lâmpadas de
transformadores. nada mais é do que um ignitor descarga de baixa pressão (fluo-
Os ignitores funcionam como para lâmpadas fluorescentes. rescente tubular), com reator ele-
uma espécie de circuito de parti- Dependendo da potência da tromagnético para uma lâmpada.
da para lâmpadas de alta pressão. lâmpada usada, há um código de
Eles geram picos de alta tensão “starter” a ser especificado, veja a
sobre os terminais da lâmpada até tabela (CAVALIN, 2006, p. 106):

30 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Figura 13 - Esquema de ligação de lâmpada fluorescente tubular e reator
eletromagnético.
Fonte: PHILIPS (2009).

Veja agora o esquema anterior


montado, utilizando reator eletrô-
nico:

Figura 14 - Esquema de ligação de lâmpada fluorescente tubular e reator


eletrônico.
Fonte: PHILIPS (2009).

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 31


Porém, em muitas montagens com luminárias, utilizam-se duas lâmpa- ▪▪ Método ponto por ponto é
das por reator. Veja os próximos esquemas: recomendado para iluminação
dirigida, pois garante o nível de
iluminamento em pontos especi-
ficados. Este dimensionamento
apresenta maior precisão, porém
é menos utilizado pela complexi-
dade de seu cálculo.

DICA
Os fabricantes de luminá-
rias disponibilizam na in-
ternet programas de com-
putador que auxiliam no
dimensionamento de lumi-
nárias conforme o ilumina-
mento desejado. Para mais
informações, veja a unidade
“Documentação para Proje-
tos”, seção “Desenho auxi-
Figura 15 - Esquema de ligação de 2 lâmpadas fluorescentes com um reator.
liado por computador”.
Fonte: PHILIPS (2009).

Seção 3 Quando se projeta a iluminação


DICA Cálculo de iluminância para um ambiente, deve-se levar
Para outras informações so- em consideração (WALENIA,
bre modelos, características
para interiores 2009, p. 107):
e aplicações das lâmpadas,
luminárias e componen- Nesta seção, você aprenderá mé- 1. O nível de iluminamento ne-
tes acessórios, você pode todos para calcular o iluminamen- cessário para a tarefa a ser exe-
consultar os catálogos e to, as dimensões do ambiente e a cutada no ambiente;
informações técnicas de fa- quantidade de lâmpadas necessá-
bricantes, nos sites: <www. rias para cada ambiente. Conhece- 2. O índice de reprodução de co-
osram.com.br>, <www.phi- rá o melhor local para instalar as res mais adequado para o am-
lips.com.br>, <www.itaimi- biente;
lâmpadas e a forma de escolher as
luminacao.com.br>, <www.
lâmpadas apropriadas para cada
sylvania.com.br>, <www.
local, tudo para se obter uma ilu- 3. As dimensões (comprimento,
intral.com.br> e <www.lu-
minação perfeita. largura e altura) do ambiente a
micenter.com.br>.
Basicamente existem dois mé- ser iluminado, inclusive a altu-
todos de cálculo luminotécnico: ra da bancada de trabalho, caso
método dos lúmens ou método houver;
Na seção que terminou, você do fluxo luminoso e método pon-
pôde aprender conceitos impor- 4. As cores de paredes, teto e
to por ponto (WALENIA, 2009,
tantes sobre a luz, os tipos de chão;
p. 106):
lâmpadas, suas características e
aplicações, acessórios necessários ▪▪ Método dos lúmens ou mé- 5. O tipo e quantidade de lumi-
para instalação das lâmpadas, re- todo do fluxo luminoso, calcula nárias e lâmpadas necessárias
atores e esquema de ligação das o iluminamento médio. Por se para garantir o iluminamento
luminárias. tratar de um cálculo simples e necessário;
rápido, é o mais utilizado e se
baseia na norma NBR5413.

32 CURSOS TÉCNICOS SENAI


6. O fator de potência e o rendi- A fórmula para calcular o ilumi-
mento luminoso das lâmpadas namento é: Ø = (S x E) / (Fu x Fd)
escolhidas para o projeto;
Fórmula: cálculo do fluxo lu-
7. A presença de ofuscamento EP = I x (cos α)³ x Ф
minoso total.
causado pela iluminação do Fonte: Walenia (2009, p. 107).
H² x 1.000
ambiente;

8. O custo para implantação do


Considere um fluxo luminoso de
projeto de iluminação;
5.400lm e a altura do plano de tra-
9. A corrente de partida para balho de 2,90 m. N=Ø/φ
todo o circuito de iluminação; Desta forma, para um ângulo de
0º (totalmente vertical), tem-se: Fórmula: cálculo do número
de luminárias.
10. A corrente nominal para todo EP1 = 282,52 lux Fonte: Walenia (2009, p. 107).
o circuito de iluminação; E para um ângulo de 45º (inclina-
ção de 45º em relação à normal),
11. A vida útil das lâmpadas.
tem-se:
onde:
EP2 = 40,86 lux.
Ø – Fluxo luminoso total (lm).
φ – Fluxo luminoso da(s)
Método ponto a ponto
lâmpada(s) montadas na lu-
É usado principalmente em méto- Método dos lúmens minária (lm).
dos computacionais e para estabe- S – Área total do ambiente (m²).
Este método é calculado a partir
lecer a iluminância em um deter-
das seguintes fórmulas (WALE- E – Iluminância desejada (lux).
minado ponto.
NIA, 2009, p.107): Fu – Fator de utilização: depende
A figura seguinte apresenta uma
da lâmpada, luminária e do local
curva de iluminância dada para
(sem dimensão).
determinada lâmpada e, poste-
riormente, será apresentado o cál- Fd – Fator de depreciação (sem
culo da iluminância a 0º e 45º. dimensão).
N – Número total de luminárias
necessárias.

Veja que o fluxo luminoso depen-


de diretamente da área do am-
biente e da iluminância desejada.
Ainda são considerados dois fato-
res para a determinação do fluxo
luminoso total: fator de utilização
e fator de depreciação.

DICA
Observe que a relação entre
o fluxo luminoso necessário
para o ambiente e o fluxo
fornecido pela lâmpada es-
colhida é que define a quan-
Figura 16 - Curva de Iluminamento e ângulo da luz sobre o plano de trabalho.
tidade de lâmpadas neces-
Fonte: Intral (2010, p. 8). sárias.

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 33


Selecionando corretamente a iluminância
A iluminância é identificada segundo as recomendações da NBR5413,
pode ser genericamente classificada pelo tipo de atividade visual a ser
desenvolvida, ou de maneira mais precisa, considerando o tipo de ativi-
dade a ser executada. Veja a quadro a seguir:

Grupo Iluminância (lux) Tipo de Atividade


Áreas públicas com arredores
20 – 30 – 50
escuros.

Iluminância Orientação simples para


A (área de uso 50 – 75 – 100
geral para áreas permanência curta.
contínuo e/ou
usadas ou com Recintos não usados para trabalho
execução de 100 – 150 – 200
tarefas visuais contínuo; depósitos.
tarefas simples)
simples.
Tarefas com requisitos visuais
200 – 300 – 500 limitados, trabalho bruto de
maquinaria, auditórios.
Tarefas com requisitos visuais
500 – 750 – 1.000 normais, trabalho médio de
B (áreas de Iluminação geral maquinaria e escritórios.
trabalho em para área de
geral) trabalho. Tarefas com requisitos especiais,
1.000 – 1.500 – 2.000 gravação manual, inspeção e
indústria de roupas.
Tarefas visuais exatas e prolongadas,
2.000 – 3.000 – 5.000
eletrônica de tamanho pequeno.
C (áreas para Iluminação
execução de adicional para Tarefas visuais muito exatas e
5.000 – 7.5000 – 10.000
tarefas visuais e tarefas visuais montagem de microeletrônica.
minuciosas) difíceis.
Tarefas visuais muito especiais e
10.000 – 15.000 – 20.000
cirurgias.
Quadro 8 - Iluminância por classe de tarefas visuais.
Fonte: ABNT (1992).

Note que no campo “iluminância” existem três valores marcados, repre-


sentando o valor mínimo, valor médio e valor máximo respectivamente.
DICA
Estes valores são calculados somando os pesos dos parâmetros P1, P2 e
A definição mais precisa da P3, conforme o quadro:
iluminância necessária para
um ambiente é determinada
pela atividade a ser executa-
da.

34 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Característica da tarefa Peso (valor atribuído ao parâmetro)
e do observador DICA
-1 0 +1
Consulte a norma NBR 5413
40 ≤ Idade para verificar os níveis de
P1: Idade (em anos) Idade < 40 Idade > 55
≤ 55 iluminamento conforme a
atividade a ser praticada no
P2: Velocidade e Sem
Importante Crítica ambiente.
precisão importância
P3: Refletância do Superior a Inferior a
De 30 a 70%
fundo de tarefa 70% 30%
Quadro 9 - Fatores de determinação da iluminância.
Calculando o fator de
Fonte: ABNT (1992).
utilização (Fu)
Normalmente o cálculo é efetua-
O resultado do somatório pode ser interpretado conforme a relação do utilizando informações padro-
apresentada a seguir: nizadas de luminárias, fornecidas
por fabricantes.
A seguir, é mostrada uma tabela
Resultado do somatório Valor de iluminamento a ser escolhido para cálculo do fator de utilização
-3 ou -2 Valor de iluminância mínima de luminária de sobrepor para 2
lâmpadas fluorescentes tubulares
-1, 0 ou +1 Valor de iluminância média de 32W. As dimensões da luminá-
+2 ou +3 Valor de iluminância máxima ria são: altura = 75 mm, largura =
304 mm e comprimento = 1315
Quadro 10 - Relação entre o somatório dos parâmetros e o valor da iluminância.
mm.

Para a execução de cálculos


mais precisos, a norma NBR
5413 possui uma relação mais
específica entre a atividade a
ser exercida no ambiente e o
nível de iluminância.

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 35


Índice de reflexão
Teto (%) 70 50 30
Parede (%) 50 30 10 50 30 10 30 10
Piso (%) 10 10 10
K Fator de utilização
0,6 0,45 0,41 0,38 0,44 0,4 0,38 0,4 0,37
0,8 0,52 0,48 0,45 0,51 0,47 0,45 0,47 0,45
1 0,58 0,56 0,53 0,58 0,55 0,53 0,54 0,53
1,25 0,59 0,56 0,53 0,58 0,56 0,53 0,55 0,53
1,5 0,66 0,56 0,61 0,64 0,62 0,6 0,61 0,6
2 0,66 0,63 0,61 0,65 0,63 0,61 0,61 0,6
2,5 0,72 0,64 0,69 0,71 0,69 0,68 0,68 0,67
3 0,72 0,7 0,69 0,71 0,69 0,68 0,69 0,67
4 0,72 0,71 0,69 0,71 0,69 0,69 0,69 0,67
5 0,73 0,71 0,69 0,72 0,7 0,69 0,69 0,68
Tabela 10 - Exemplo de fator de utilização para luminária com lâmpada fluorescente.
Fonte: Intral (2010, p. 124, tab. 108).

Onde:
Primeiramente é calculado o K – fator de local; DICA
fator de local (K) e depois é
definido o índice de reflexão C – comprimento do ambiente; Lembre-se que a instalação
do ambiente (teto, parede e L – largura do ambiente; da luminária no ambiente
piso). Assim é encontrado o H – Altura da luminária em rela- influencia na distância H: se
fator de utilização. a luminária for instalada de
ção ao plano de trabalho.
forma pendente, então esta
distância (do teto até a boca
A figura seguinte mostra uma re- da luminária) deve ser sub-
presentação da dimensão H na traída de H.
fórmula anterior. Observe que
DICA aparece a distância chamada de pé
Os fabricantes fornecem direito. Esta distância representa a A reflexão do ambiente (teto, pa-
catálogos com informações altura total de um pavimento (do rede e piso) pode ser classificada
padronizadas referentes ao piso até o teto). de acordo com a cor usada na
fator de utilização de suas construção, veja o quadro a se-
luminárias.
guir:

O fator de local é definido pela


fórmula:
Figura 17: Representação da altura H –
da luminária até o plano de trabalho.
K=(C x L) / [(C + L) x H]

Fórmula 1: Cálculo do fator de local.


Fonte: Walenia (2009, p. 111).

36 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Fator de
Superfície Tipo de cor Cores possíveis reflexão
(%)
Branco Branco. 80
Muito claro Creme claro, amarelo-claro e marfim. 70
Teto
Claro Creme-escuro, verde-claro, azul-claro e rosa. 50
Médio Cinzento, vermelho, verde-escuro e marrom. 30
Branca Branco, marfim, creme, amarelo-claro, verde-claro, azul-claro e rosa. 50
Parede Clara Marfim, creme, amarelo-claro, verde-claro, azul-claro e rosa. 30
Média Marrom, verde-escuro e vermelho. 10
Claro Branco, marfim e creme. 30
Piso
Escuro Marrom, vermelho e cinzento. 10
Quadro 11 - Reflexão de ambiente.
Fonte: Walenia (2008, p. 113).

Calculando o fator de depreciação (Fd) Calculando e posicio-


Também é conhecido como fator de manutenção e está relacionado ao nando as luminárias ne-
estado de conservação do ambiente, principalmente em relação à pre- cessárias (N)
sença de poeira. Considere como exemplo um am-
Simplificadamente, você poderá relacionar esse índice conforme a ta- biente com área igual a 250 m²
bela: (comprimento = 25 m, largura
= 10 m) e pé-direito igual a 4 m,
destinado para um escritório de
Período de manutenção
Ambiente contabilidade. O teto e as paredes
2.500 h 5.000 h 7.500 h são azul-claro e o piso é marrom.
Limpo 0,95 0,91 0,88 Como a atividade principal do
Normal 0,91 0,85 0,80 ambiente é contabilidade, então
você pode classificá-lo como clas-
Sujo 0,80 0,66 0,57 se B, com características similares
Tabela 11 - Fator de depreciação. a um escritório. Assim a faixa de
Fonte: PHILIPS (2009). iluminância necessária varia entre
500 – 750 – 1.000 lux (segundo a
Tabela: Iluminância por classe de
tarefas visuais).
O fator de depreciação tam-
bém pode ser relacionado Entretanto, há outra seção 5.3 da
com a facilidade de manuten- NBR5413 que também permite
ção de um ambiente: quan- que seja definido o nível de ilumi-
to mais fácil a manutenção, nância através da atividade a ser
maior será o fator de depre- realizada. Essa seção, por ser mais
ciação. específica, fornece valores meno-
res de iluminância, considerando
os valores médios em serviço.
Neste caso, a faixa de iluminância
é determinada por meio da subse-
ção 5.3.3 “Bancos – estatística e
contabilidade”: 300 – 500 – 750
lux.

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 37


Levando em consideração as co-
res especificadas para o ambiente,
DICA
você terá os seguintes fatores de
Sugere-se que sejam usados os valores específicos, quando possí- reflexão:
vel, pois fornecem valores menores de iluminância.
▪▪ Teto: 50%;
▪▪ Paredes: 30%;
Para este cálculo, utilize a lâmpada fluorescente especificada na tabela
▪▪ Piso: 10%.
abaixo:
Agora você poderá utilizar a tabe-
la “Exemplo de Fator de Utiliza-
ção para luminária com lâmpada
fluorescente”, para determinar o
fator de utilização. Simplificando
os cálculos, você deve considerar
o menor valor para o fator de lo-
cal.
Tabela 12 - Informações sobre a lâmpada fluorescente tubular T8
F032W/840.
Fonte: OSRAM (2010, p. 4.08).
DICA
Cada luminária possui sua
tabela de fator de utilização.
DICA DICA Os fabricantes de luminárias
As dimensões e a base (so- Lembre-se: superfícies mais disponibilizam estas infor-
quete) para encaixe da lâm- escuras e mais porosas apre- mações em seus catálogos
pada e da luminária devem sentam menor refletância. técnicos.
ser compatíveis.

Para o cálculo do fator de local, Desta forma, o fator de utilização


Para determinar qual valor será será considerado que a altura da encontrado é igual a 0,69.
utilizado, você deve levar em con- bancada de trabalho é de 0,75 m Para encontrar o fator de depre-
sideração os aspectos como: a em relação ao piso e as luminárias ciação, utilize a tabela “Fator de
idade das pessoas que trabalham a serem instaladas ficarão penden- depreciação”. Como se trata de
no ambiente, se há velocidade e tes a uma altura de 1 m. Portanto: um escritório, você pode consi-
precisão nas tarefas visuais de- H = 4 – 1 – 0,75 = 2,25 m. Então, derar o ambiente normal, limpo
senvolvidas e se a geometria do aplicando a fórmula para cálculo diariamente e que a estimativa de
ambiente (teto, paredes e piso) do fator de local, tem-se: manutenção seja a cada 7.500 ho-
possui boa refletância. ras. Então, nessa situação, o fator
Desta forma, o somatório dos de depreciação usado será igual a
parâmetros resultou respectiva- K = (25 x 10) / ((25 + 10) x 0,8.
mente em (-1) + (-1) + (0) = (-2). 2,25) = 3,17 Após ter efetuado os cálculos
Portanto, considerando a relação anteriores, você conseguirá en-
entre o somatório dos parâmetros contrar o fluxo luminoso usando
e o valor da iluminância, o valor Quanto ao fator de utilização, de- a fórmula: Cálculo do fluxo lumi-
selecionado da luminância é 300 verão ser escolhidos os tipos de noso total. Assim:
lux. luminária e de lâmpada a serem
instalados. Por questões de prati-
cidade, serão consideradas lâmpa- Ø = (250 x 300) / (0,69 x 0,8)
das fluorescentes (2 x 32W) mon- = 135869,5
tadas em luminária de sobrepor Ø = 135.870 lm
com dimensões 304 x 1.315 mm
e altura de 75 mm.

38 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Agora é necessário descobrir o
fluxo luminoso de cada conjunto
de luminária com lâmpadas a ser
instalada. Neste caso, a luminá-
ria possuirá 2 lâmpadas fluores-
centes. Seguindo a especificação
da tabela “Informações sobre a
lâmpada fluorescente tubular T8
F032W/840”. Então o fluxo lu-
minoso de uma lâmpada é igual a
2.700 lm. Para duas, você terá 2 x
Figura 18 - Disposição de 27 luminárias em uma área de 250
2.700 = 5.400, ou seja, 5.400 lm.
m².
Agora basta calcular o número de
luminárias necessárias a partir da
fórmula: Cálculo do número de Note que para esta disposição de Na unidade 2, você conheceu o
luminárias. (3 x 9) luminárias, o valor de d1 conceito de luz, a influência das
equivale a 2,7 m e o valor de d2 cores, os tipos de luminárias, os
equivale a 3,3 m. Caso a disposi- acessórios usados em sua insta-
N = 135.870 / 5.400 = 25,1 ção seja: (5 x 5) luminárias, então lação, a relação das dimensões do
N = 25 d1 seria 5 m e d2 igual a 2 m. ambiente na iluminação, aprendeu
a calcular a quantidade de lâmpa-
das por ambiente e o posiciona-
A disposição das luminárias no mento ideal para elas.
ambiente deverá ser feita de ma- DICA
neira uniforme, deixando apenas Lembre-se que para lâmpa-
metade do afastamento entre lu- das de descarga, deverão ser
minárias em relação às paredes. especificados os acessórios
Por questões estéticas, optou-se necessários para fixação e
por usar 27 luminárias (duas a funcionamento (como rea-
tor, ignitor, transformador
mais que o resultado) divididas
etc.).
em 3 linhas de 9 luminárias. Op-
tou-se por esta disposição para
que os valores de d1 e d2 não
sejam muito diferentes. A figura
a seguir mostra como deverá ser
feita essa disposição:

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 39


Unidade de
estudo 3
Seções de estudo

Seção 1 - Normas e simbologias elé-


tricas
Seção 2 - Diagramas elétricos
Seção 3 - Condutores, proteções e
dutos
Seção 4 - Dutos
Dimensionamento de Materiais

Seção 1
Normas e simbologias
elétricas
Na primeira seção serão apresen- São as normas que permitem que
tadas algumas normas e simbo- os produtos e serviços permane-
logias elétricas que permitem a çam padronizados e com um mí-
permanência da padronização dos nimo de qualidade satisfatória.
produtos e serviços, com qualida- Os principais órgãos responsáveis
de. pela emissão e controle de nor-
mas são relacionados no quadro
seguinte:

Nome do órgão Relação com as normas técnicas


ABNT – Associação Brasileira de Regulamenta normas técnicas abrangentes e específicas em todas as áreas
Normas Técnicas e que possuem validade em todo país.
INMETRO – Instituto Nacional
Regulamenta e fiscaliza o padrão de qualidade de produtos como:
de Metrologia, Normatização e
disjuntores, painéis elétricos, entre outros.
Qualidade Industrial
Regulamenta e fiscaliza o mercado de energia elétrica, desde a cobrança
ANEEL – Agência Nacional de
de tarifas das concessionárias de energia elétrica até a qualidade da
Energia Elétrica
energia produzida pelas produtoras de energia elétrica.
CONFEA – Conselho Federal
Regulamenta as atribuições dos profissionais que projetam e/ou executam
de Engenharia, Arquitetura e
serviços nas áreas técnicas.
Agronomia
Produzem normas específicas de validade estadual relacionadas com a
Concessionárias de Energia
distribuição de energia. Fiscaliza os projetos e a execução de instalações
Elétrica
elétricas.
Regulamenta e fiscaliza a relação entre empresas e funcionários, visando
Ministério do Trabalho garantir a segurança, a saúde dos trabalhadores e as condições mínimas
de trabalho para os eletricistas que executam a obra.
Regulamenta e fiscaliza ações de combate a incêndio e pânico, como em
Corpo de Bombeiros Voluntários
projetos e execução de para-raios e de iluminação de mergência.
Quadro 12 - Órgãos regulamentadores na área de eletricidade.

O órgão responsável pela fiscalização da atuação dos profissionais na


área de eletricidade é o CREA.

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 41


Agora veja a seguinte situação: caso um projeto elétrico seja elaborado
sem seguir as normas e as leis vigentes e alguma falha ocorra durante
DICA
ou após sua execução, o projetista será punido pelo órgão competente
Em Santa Catarina, a con- (Walenia, 2008, p.19). As principais normas técnicas relacionadas com a
cessionária de energia elé- área de eletricidade estão relacionadas a seguir:
trica é a CELESC (Centrais
Elétricas de Santa Catarina
S.A.).

Nome da norma / Ano Descrição


NBR 5410 / 2004 Norma ABNT para instalações elétricas de baixa tensão.
NBR 5413 / 1992 Norma ABNT para iluminação de interiores.
NBR 5419 / 2005 Norma ABNT para proteção de estruturas contra descargas atmosféricas.
NBR 5444 / 1989 Norma ABNT para símbolos gráficos em instalações elétricas prediais.
NBR 10898 / 1999 Norma ABNT para sistema de iluminação de emergência.
Norma ABNT para instalações elétricas em estabelecimentos de assistência de
NBR 13534/ 1995
saúde – requisitos para segurança.
Norma ABNT para instalações elétricas em locais de afluência de público –
NBR 13570 / 1996
requisitos mínimos.
NBR 14039 / 2005 Instalações elétricas de média tensão de 1kV a 36,2kV.
NBR 14639 / 2001 Norma ABNT para posto de serviço – instalações elétricas.
Norma do Ministério do Trabalho sobre segurança em instalações e serviços
NR 10 / 2004
em eletricidade.
Norma do Ministério do Trabalho que regulamenta as questões de ergonomia
NR 17 / 1990
para a realização de trabalhos.
Quadro 13 - Normas técnicas mais usadas na área de eletricidade.
Fonte: Walenia (2008, p. 19).

Os símbolos possuem vários sig-


DICA A simbologia é essencial para nificados e aplicações: além do
a representação gráfica de um desenho, podem carregar outras
Para consultar mais infor- projeto elétrico. Esta repre- instruções importantes para o
mações sobre as normas sentação permite que sejam
técnicas vigentes no país, diagrama ao qual pertencem. Veja
dimensionados materiais, se- a figura:
entre no site <www.abnt. jam avaliadas as característi-
org.br>. cas de uma instalação elétrica
ou sejam informados a loca-
lização e o tipo de carga em
um cômodo de uma unidade
Observe, através do quadro an- consumidora.
terior, que a norma NBR 5444
padroniza a simbologia elétrica
utilizada, tanto para a elaboração,
quanto para a interpretação de
projetos elétricos.

42 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Além da imagem do círculo, que A seguir, são exibidos alguns ti-
neste caso representa segundo a pos de símbolos para representa-
NBR5444/89 um ponto de luz ção de dispositivos de proteção,
incandescente instalado no teto, condutores e interruptores, em
Figura 19: Representação de um ponto ainda há as informações do nú- diagramas elétricos unifilares e
de luz. mero do circuito (neste caso, 4), a multifilares:
Fonte: ABNT (1989, p. 5). letra do comando (neste caso, A)
e a informação de potência (nes-
te caso, duas lâmpadas de 100W
cada uma).

Símbolo Significado Observação

Fusível Indica a tensão e a corrente nominais.

Indica a tensão, a corrente, a potência, a capacidade


Disjuntor a seco
nominal de interrupção e a polaridade, por traços.

Condutor de fase

Podem conter informações referentes ao circuito, à


Condutor neutro
bitola de cabo, à isolação, ao material do condutor
e ao material do isolante. Estes símbolos podem ser
Condutor de utilizados em diagramas elétricos.
retorno

Condutor terra
Tabela 13 - Exemplos de símbolos para representação de condutores e elementos de proteção.
Fonte: ABNT (1989, p. 2).

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 43


A seguir, são mostrados alguns símbolos relacionados a dutos, caixas de
passagem e quadros de distribuição, normalmente usados em diagramas
elétricos.

Símbolo Significado Observação

Eletroduto que sobe.

Eletroduto que desce.

Eletroduto que passa descendo.

P Caixa de passagem no piso.


Cx. pass
(200x200x100)

Caixa de passagem no teto.

Caixa de passagem no piso.

Quadro parcial de luz e força aparente.

Quadro parcial de luz e força Indicar cargas de luz em W e de


embutido. força em kW.

Quadro geral de luz e força aparente.

Quadro geral de luz embutido.

Caixa de telefone.

Caixa de medidor.

Quadro 14 - Exemplos de símbolos para representação de dutos, quadros de distribuição e caixas de passagem.
Fonte: ABNT (1989, p. 3).

44 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Na sequência, são exibidos alguns tipos de símbolos para representação
de pontos de luz.

Símbolo Significado Observação


A letra maiúscula indica o
Ponto de luz incandescente no
ponto de comando e o número
teto. Indica o n° de lâmpadas e
entre dois traços, o circuito
potencia em watts.
correspondente

Ponto de luz incandescente na


Deve indicar a altura da arandela.
parede (arandela).

Ponto de luz fluorescente no teto.


A letra maiúscula indica o
Indica o número de lâmpadas e
ponto de comando e o número
na legenda, o tipo de partida a
entre dois traços, o circuito
reator.
correspondente.

Ponto de luz fluorescente na


Deve indicar a altura da luminária.
parede.

Ponto de luz incandescente


no teto em circuito vigia
(emergência).

Ponto de luz fluorescente no teto


em circuito vigia (emergência).

Quadro 15 - Símbolos comuns para pontos de luz.


Fonte: ABNT (1989, p. 5).

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 45


No próximo quadro, são exibidos alguns tipos de símbolos para repre-
sentação de interruptores.

Símbolo Significado Observação

Letra minúscula indica o ponto


Interruptor de uma seção.
comando.

Letra minúscula indica o ponto


Interruptor de duas seções.
comando.

Letra minúscula indica o ponto


Interruptor de três seções.
comando.

Letra minúscula indica o ponto


Interruptor paralelo ou “three-way”.
comando.

Letra minúscula indica o ponto


Interruptor paralelo ou “four-way”.
comando.

Botão de minuteria.

Botão de campainha na parede (ou


comando à distância).

Quadro 16 - Símbolos comuns para interruptores usados em plantas.


Fonte: ABNT (1989, p. 4).

46 CURSOS TÉCNICOS SENAI


A seguir, são exibidos alguns tipos de símbolos para representação de
tomadas.

Símbolo Significado Observação

Tomada de luz na parede embaixo (30


cm do piso acabado).

Tomada de luz de meia altura (130 cm A potência deve ser indicada ao


do piso acabado). lado em VA ( exceto se for de
100VA), assim como o número do
circuito correspondente e a altura
da tomada, se forem diferente da
normalizada. Se a tomada for de
Tomada de luz alta (200 cm do piso força, indicar o número de W ou
acabado). KW.

Tomada de luz no piso.

Saída para telefone na parede.

Quadro 17 - Símbolos comuns para tomadas.


Fonte: ABNT (1989, p. 6).

Na seção seguinte, você apren-


derá a esboçar, por meio dos
DICA
diagramas elétricos, informações
Os projetistas podem criar necessárias para a execução de
variações destes símbolos uma instalação elétrica. Também
desde que seja apresentada
conhecerá os tipos de diagramas
a legenda no projeto, próxi-
ma ao diagrama e contendo elétricos existentes, suas aplica-
a variação do símbolo e sua ções e vantagens.
descrição detalhada.

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 47


Seção 2
Diagramas elétricos
“Para a execução de uma instalação elétrica, o eletricista deve ter à
sua disposição uma série de dados importantes, tais como: a locali-
zação dos elementos na planta do imóvel, a quantidade e seção dos
fios que passarão dentro de cada eletroduto, qual o trajeto da insta-
lação, a distribuição dos dispositivos, circuitos e seu funcionamento.”
(SENAI/SP (2), 2001, p. 10).

Há 2 tipos de detalhes a serem utilizados em projetos elétricos prediais,


como apresentado no quadro a seguir:

Diagrama Descrição Aplicação


▪▪ Representação de
cargas e quadros de
Simplifica em um único distribuição em plan-
caminho a passagem dos tas baixas;
Unifilar
condutores (Lima, 2006, p. ▪▪ Representação
80). simplificada dos ma-
teriais que compõe a
instalação elétrica.
“Cada condutor de cada
▪▪ Representação de
circuito é representado por
circuitos de distri-
uma linha exclusiva, sendo
buição presentes em
uma representação integral
Multifilar quadros de medição;
das conexões elétricas
existentes no interior de
▪▪ Representação de
detalhes de esque-
cada quadro da instalação”.
mas de aterramento.
(Lima, 2006, p. 80).
Quadro 18 - Tipos de Diagrama Unifilar.

Agora é apresentado um exem-


plo de diagrama elétrico unifilar
aplicado sobre o desenho de uma
planta baixa, considerando ape-
nas um cômodo. Nesta situação,
a representação unifilar é mais
adequada, pois reduz a poluição
visual causada pelo excesso de li-
nhas e facilita a interpretação do
diagrama elétrico.

Figura 20 - Exemplo de diagrama elétrico


unifilar.

48 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Veja que neste caso, o diagrama tem por finalidade simplificar um cir-
A vantagem deste diagrama cuito de distribuição de energia e informar a presença de dispositivos de
é a simplicidade de compre- proteção (neste caso disjuntores) e a quantidade de circuitos, bem como
ensão, principalmente em re- os condutores e dutos que pertencem a esta instalação.
presentações carregadas de
Agora veja um exemplo de diagrama unifilar.
informação. Não deixa claro
onde os condutores são li-
gados, mas mostra por onde
eles são passados – em mui-
tos casos esta informação é
suficiente.

Observe, na figura anterior, que


são utilizadas como ponto de luz,
duas lâmpadas fluorescentes de
32W, situadas no teto e perten-
centes ao circuito 1. Esse circuito
também é comandado pelo inter-
ruptor e retorno “a”.
Observe ainda, que há um pon-
to de força situado na parede,
posição baixa, com potência de Figura 22 - Exemplo de diagrama multifilar.
300VA e pertencente ao circuito Fonte: SENAI/RS (2002, p. 58).
3. Este é composto por 3 condu-
tores de seção 2,5 mm², enquanto
Observe, na figura anterior, que O diagrama elétrico unifilar pode
que o circuito 1 não possui indi-
este diagrama é mais indicado auxiliar na representação da pru-
cação, sugerindo que deve ser a
para quem irá realizar a instalação mada elétrica de um projeto elé-
seção mínima, ou seja, 1,5 mm².
do interruptor, da lâmpada e da trico predial, por meio da repre-
Note também que o eletroduto
tomada, pois apresenta como de- sentação de uma letra para cada
(tanto o que segue pela parede,
verão ser ligados os condutores a duto. É possível posteriormente
quanto o que segue pelo teto, não
cada componente. montar uma tabela com as infor-
possui informação de diâmetro,
mações dos condutores, dimen-
sugerindo que são de diâmetros
sões e materiais dos dutos, além
iguais a 3/4”).
do local de passagem, como pode
ser observado a seguir.
Outro exemplo de aplicação de
diagrama elétrico unifilar é mos-
trado na próxima figura.

Figura 21 - Exemplo de diagrama unifilar.

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 49


▪▪ Critério da capacidade de cor-
rente (ampacidade) – verifica-se o
limite de temperatura dos cabos
em função da corrente;
▪▪ Limite de queda de tensão;
▪▪ Escolha da proteção contra
correntes de sobrecarga e aplica-
ção dos critérios de coordenação
entre condutores e proteção;
▪▪ Escolha da proteção contra
correntes de curto-circuito e apli-
cação dos critérios de coordena-
ção entre condutores e proteção;
▪▪ Verificação da bitola mínima
estipulada pela NBR5410: 2004
para os circuitos.

“Determinadas as seções dos


condutores pelos critérios da
capacidade de corrente e do li-
mite de queda de tensão, ado-
ta-se como resultado a maior
seção e escolhe-se o condutor
padronizado comercialmente,
cuja seção nominal seja igual
Figura 23 - Representação de uma prumada elétrica. ou superior à seção calculada”
Fonte: Lima (2006, p. 77). (LIMA, 2006, p. 109).

Desta forma, iniciando o cálculo


Seção 3 “É necessário haver uma coor-
denação entre os diversos com-
pela capacidade de corrente, é ne-
Condutores, proteções cessário determinar (LIMA, 2006,
ponentes de uma instalação. O
p. 109):
e dutos tempo de atuação dos disposi-
tivos de proteção para eventu- a. O tipo de isolação;
ais sobrecargas e para os níveis
Os critérios necessários no di- presumidos de curto-circuito
mensionamento dos condutores b. Maneira de instalar;
deve ser estabelecido de forma
de um circuito, os tipos de isola- a garantir que as temperaturas
mento, de condutores e a forma admissíveis estabelecidas em
c. Corrente de projeto;
de instalação do circuito são al- norma para os condutores an-
guns dos conteúdos que você es- teriormente dimensionados não d. Número de condutores carre-
tudará nessa 3ª seção. sejam ultrapassadas.” (LIMA, gados;
2006, p. 109).
e. Bitola do condutor segundo a
temperatura do ambiente;
Condutores e Prote-
ções f. Fatores de correção para o di-
mensionamento de cabos;
O dimensionamento dos condu-
tores de um circuito deve atender g. Corrente corrigida.
simultaneamente aos seguintes
critérios (WALENIA, 2008, p.
201):

50 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Tipo de isolação A isolação deve suportar a diferença de potencial entre os condutores e
terra, além de proteger o condutor contra choques mecânicos, umidade
Em primeiro lugar, temos que e corrosivos. Alguns condutores são fabricados com duas camadas de
escolher o tipo de isolação, de materiais diferentes, porém completamente aderidas entre si.
acordo com as temperaturas de A camada interna é constituída por um composto com propriedades
regime constante de operações elétricas superiores, sendo que a externa é constituída por um material
e de sobrecarga. Podemos usar a com características mecânicas excelentes.
tabela 3. Em instalações prediais
convencionais, usam-se, em geral,
os fios e cabos com isolação de
PVC (SENAI/SC, 2004, p. 22). Isolação Condutor
O tipo de isolação está relacio-
nado a um conjunto de materiais
isolantes aplicados de maneira
homogênea sobre o condutor,
cuja finalidade é isolá-lo eletrica-
mente do ambiente em que se en-
contra e de outros componentes
de instalação, como por exemplo, Cobertura
de outros condutores. A terra,
contra contatos acidentais. Serve
também para proteger o condutor Figura 25 - Cabo unipolar.
contra ações mecânicas, como no
caso da função de empurrar vários A isolação suporta temperaturas elevadas de acordo com o material que
cabos juntos em um eletroduto na é utilizado na sua fabricação. Veja o quadro a seguir:
hora da instalação (CAVALIM,
2006, p. 227).

Isolação Condutor

Figura 24 - Cabo isolado.

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 51


Temperatura máxima Temperatura limite Temperatura limite
Tipo de isolação para serviço contínuo de sobrecarga de curto-circuito
(condutor °C) (condutor °C) (condutor °C)
Cloreto de polivilina
70 100 160
(PVC)
Borracha
etilenopropileno 90 130 250
(EPR)
Polietileno reticulado
90 130 250
(XLPE)
Quadro 19 - Características térmicas das capas de isolação dos condutores.
Fonte: ABNT (2004).

Obs.: Esta é a padronização de Resistentes à chama consequentemente, menor peso.


cores dos condutores para insta- Isso é um fator de economia, pois
Mesmo em caso de exposição
lações residenciais e comerciais: as torres de sustentação podem
prolongada, a chama não se pro-
(SENAI/RS, 2002, p. 21) ser menos reforçadas.
paga ao longo do material isolan-
▪▪ Fase: vermelho (podendo ser te do cabo. É o caso dos cabos Em instalações comerciais é per-
preto nos circuitos principais de Sintemax Antiflam, da Pirelli, e o mitido o emprego de condutores
alimentação dos CD`s); Noflam BWF 750V, da Ficap. de alumínio com seções iguais ou
superiores a 50 mm².
▪▪ Neutro: branco ou azul claro;
Resistentes ao fogo Em instalações industriais podem
▪▪ Terra: verde ou verde e ama- ser utilizados condutores de alu-
relo; São materiais especiais incombus-
mínio, desde que sejam obedeci-
tíveis, que permitem o funciona-
▪▪ Retorno: preto ou demais das simultaneamente as seguintes
mento do circuito elétrico mesmo
cores. condições:
em presença de um incêndio. São
usados em circuitos de segurança ▪▪ Seção nominal dos condutores
Em geral, os fios e cabos são de- e sinalizações de emergência. No igual a 10 mm²;
signados em termos de seu com- Brasil, fabrica-se uma linha de
portamento quando submetidos ▪▪ Potencia instalada igual ou
cabos que tem as características superior a 50kW;
à ação do fogo, isto é, em função anteriormente descritas. A Pirelli
do material de sua isolação e co- chamou-os de cabos Afumex e a ▪▪ Instalações e manutenção qua-
bertura. Assim, os cabos elétricos Ficap, Afitox. lificadas (SENAI / SC, 2004).
podem ser:
No caso dos cabos de potência, a
temperatura de exercício no con-
Propagadores da chama
dutor é de 90ºC, a temperatura de Tipos de condutores
São aqueles que entram em com- sobrecarga é de 130ºC e de curto-
bustão sob a ação direta da chama circuito, de 250ºC (SENAI/SC, O condutor pode ser constituí-
e a mantêm mesmo após a retira- 2004, p. 18). do de um ou vários fios. Quando
da da chama. Pertencem a esta ca- constituído por apenas um fio é
Em instalações residenciais, co-
tegoria o etilonopropileno (EPR) denominado de fio rígido, quan-
merciais e industriais, o condutor
e o polietileno reticulado (XLPE). do por vários fios, é chamado de
de cobre é o mais utilizado, exceto
cabo. (Figura 26)
condutores de aterramento e pro-
Não-propagadores de chama teção.
Removida a chama ativadora, a O condutor de alumínio é mais
combustão do material cessa. empregado em linhas de trans-
Considera-se o cloreto de poli- missão de eletricidade. Esse uso é
vinila (PVC) e o neoprene como devido à sua menor densidade e,
não-propagadores de chama.

52 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Método de
referência para
Método de
dimensionar Descrição
instalação
a capacidade
decCorrente
Figura 26 - Diferença entre fio e cabo Condutores isolados ou cabos
elétrico. unipolares em eletroduto de seção
1 A1
circular embutido em parede
O cabo é mais flexível que um fio termicamente isolante.
de mesma seção. Assim, quando
Cabo multipolar em eletroduto de
se necessita de um condutor com
2 A2 seção circular embutido em parede
seção transversal superior a 10
termicamente isolante.
mm² é quase obrigatório o uso do
cabo, devido à sua flexibilidade, Condutores isolados ou cabos
uma vez que o fio é de difícil ma- unipolares em eletroduto aparente
nuseio a partir desta seção. 3 B1 de seção circular sobre parede ou
O cabo pode ser formado por um espaçado desta menos de 0,3 vezes
condutor (cabo simples ou sin- o diâmetro do eletroduto.
gelo) ou vários condutores (múl-
Cabo multipolar em eletroduto
tiplo), conforme a figura:
aparente de seção circular sobre
4 B2
parede ou espaçado desta menos de
0,3 vezes o diâmetro do eletroduto.
Condutores isolados ou cabos
5 B1 unipolares em eletroduto aparente
de seção não circular sobre parede.
Cabo multipolar em eletroduto
6 B2 aparente de seção não circular
sobre parede.
Condutores isolados ou cabos
7 B1 unipolares em eletroduto de seção
Figura 27 - Multicabos. circular embutido em alvenaria.
Fonte: Cavalin (2005, p. 231).
Cabo multipolar em eletroduto
8 B2 de seção circular embutido em
Maneira de Instalar
alvenaria.
O trajeto de um circuito faz com
que seus condutores possam se- Cabos unipolares ou cabo multipolar
guir pelos mais diversos locais. sobre parede ou afastado desta
11 C
Desta forma, é importante deter- menos de 0,3 vezes o diâmetro do
minar o(s) local(is) por onde estes cabo.
condutores irão seguir e, no caso Cabos unipolares ou cabo multipolar
de mais de um local, dever-se-á 11A C
fixado diretamente no teto.
escolher o caminho que apresente
Tabela 14 - Tipos de linhas elétricas.
a pior condição.
Fonte: ABNT (2004, tabela 33).

A tabela a seguir transcreve al-


gumas situações de instalação de
condutores, seguindo as reco-
mendações da NBR5410: 2004.

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 53


Disjuntores
DICA Os disjuntores têm a função de
proteger o condutor (fio) ou car-
Existem vários outros mé- “São assim denominados os
todos que podem ser con-
ga.
equipamentos e dispositivos
sultados na NBR5410: 2004, que ao serem instalados, evita- Quando protegem o condutor, o
tabela 33, da página 90. rão a ocorrência de danos aos disjuntor tem que ser igual ou me-
demais equipamentos e disposi- nor que a corrente que passa pelo
tivos a eles conectados” (SENAI/ condutor.
RS, 2002, p. 19). Quando protege a carga, o disjun-
Corrente de Projeto tor tem que ser igual ou o mais
Os disjuntores a serem estudados próximo possível da carga, (sem
A partir da fórmula da lei de
serão termomagnéticos, assim ultrapassar a corrente que o con-
Ohm, foi obtida a fórmula geral
chamados por atuarem de duas dutor suporta).
para cálculos de corrente, envol-
vendo equipamentos elétricos: maneiras: térmica e magnética. Dimensionamento de condutores
pela queda de tensão – neste caso,
▪▪ Atuação por efeito térmico: você deve aplicar a fórmula:
ocorre quando a corrente elétrica
P=VxI que passa pelo disjuntor excede
o valor máximo para o qual ele
Índice = ∆v
foi construído, ou seja, quando IxD
Para calcularmos a corrente, de- ocorre sobrecarga.
vemos considerar sempre a si- ▪▪ Atuação por efeito magné-
tuação mais crítica, ou seja, a de tico: ocorre somente quando Onde:
maior potência que um aparelho existir um curto – circuito.
pode consumir. índice = nº a ser procurado na ta-
bela;
Exemplo ∆V = queda de tensão em volts;
Capacidade dos disjuntores
Calcule os condutores para um de fabricação Eletromar I = corrente de ampères;
chuveiro de 3.600 W (inverno) li- D = distância em km.
Monofásicos e bifásicos: 10, 15,
gado 20, 25, 30, 35, 40, 50, 60, 70 A.
em 120 V. Exemplo
Trifásicos: 10, 15, 20, 25, 30, 35,
40, 50, 60, 70, 90, 100, 125, 150, Calcule o condutor e o disjuntor,
P = 3600 W 175, 200, 225 e 300 A. considerando uma queda de ten-
são de 2% e o chuveiro instalado
V = 120 V
a uma distância de 20 m do CD.
I=?
Obs.: A capacidade de cor-
I=P/V
rente do disjuntor deve ser P = 3600 W
I = 3600 / 120 = 30 A sempre igual ou inferior à Tensão = 120 V
capacidade de corrente do
condutor. D = 20 m = 0,02 km
Pela tabela 1, podemos utilizar o
I = 30 A
condutor de 4 mm², que suporta
uma corrente de 32 A. Queda de tensão de 2% = ∆V = 2
Em resumo, para dimensionar- x 120 / 100
mos o condutor temos que: ∆V = 2,4 V
▪▪ Calcular a corrente. Índice = 2,4 = 2,4 =
30 A x 0,02 km 0,6
▪▪ Procurar, na tabela 5, o valor
que seja igual ou maior que a 4 V / A km
corrente calculada.
▪▪ Ver, na primeira coluna da Pela tabela, temos que o condutor
tabela, a seção do condutor. deverá ser 10 mm².
Disjuntor = 50 A

54 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Seção mínima dos con-
Notas
dutores
O condutor neutro deve pos- a. Os valores acima são aplicáveis quando os condutores fase e o
suir a mesma seção que o(s) condutor neutro forem constituídos pelo mesmo metal.
condutor(es) fase nos seguintes
casos: b. Em nenhuma circunstância, o condutor neutro pode ser comum a
vários circuitos.
▪▪ Em circuitos monofásicos
e bifásicos, qualquer que seja a
seção.
▪▪ Em circuitos trifásicos, quan-
do a seção do condutor fase for
Seção mínima
inferior ou igual a 25 mm², em Utilização do
Tipo de instalação do condutor
cobre ou em alumínio. circuito
(mm²) material
▪▪ Em circuitos trifásicos,
quando for prevista presença de Circuitos de 1,5 Cu
harmônicos, qualquer que seja a iluminação 10 Al
seção. 2,5 Cu
Circuitos de força
Cabos 10 Al
Seção do fase Seção do isolados Circuitos de
(mm²) neutro (mm²) sinalização e
0,5 Cu
1,5 a 25 a mesma Instalações fixas circuitos de
em geral controle
35 25
10 Cu
50 25 Circuitos de força
10 Al
70 35
Condutores Circuitos de
95 50 nus sinalização e
4 Cu
120 70 circuitos de
150 70 controle

185 95 Como
Para um especificado
240 120
equipamento na
300 150 especifico norma do
Ligações flexíveis
400 185 feitas com equipamento
Tabela 15 - Seções mínimas para o con- cabos isolados Para qualquer
dutor neutro em circuitos trifásicos 0,75 Cu
aplicação
Circuitos a extra-
0,75 Cu
baixa tensão
Tabela 16 - Seções mínimas dos condutores.
Fonte: SENAI/SC (2004, p. 17).

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 55


base no critério de não haver “Então para calcularmos o con-
Notas aquecimento indesejável. Podem- dutor necessário, precisamos
se simplesmente usar as tabelas. saber no mínimo qual a tensão
em que ele ira trabalhar e qual
a. Em circuitos de sinalização Em circuitos de iluminação de
a potência do ponto consumi-
e controle destinados a grandes áreas industriais, comer- dor para podermos encontrar a
equipamentos eletrôni- ciais, de escritórios e nos alimen- corrente nominal ou Ip” (LIMA
cos, são admitidas seções tadores nos quadros terminais, FILHO, 2006, p. 115).
de até 0,1 mm². calcula-se a seção dos condutores
segundo os critérios do aqueci-
b. Em cabos multipolares fle- Esta pode ser conseguida por uma
xíveis contendo sete ou
mento e da queda de tensão.
ds equações a seguir, que melhor
mais veias, são admitidas Nos alimentadores principais e se adapta ao projeto.
seções de até 0,1 mm. secundários de elevada carga ou
de alta tensão, deve-se proceder à
c. Os circuitos de tomadas de verificação da seção mínima para Circuitos monofásicos
corrente são considerados atender à sobrecarga e à corrente
circuitos de força.
(fase e neutro)
de curto-circuito.
Antes de calcularmos o condu-
tor, vamos relembrar que potên- Ip = Pn
cia elétrica é a energia necessária v. Cosφ.η
Dimensionamento de para produzir trabalho (calor, luz,
condutores radiação, movimento etc.).
Ip = Corrente de projeto do cir-
Após o cálculo da intensidade da ▪▪ Símbolo: W; cuito, em amperes(A);
corrente de projeto Ip de um cir- ▪▪ Unidade de medida: Watt; Pn = Potencia nominal do circui-
cuito, procede-se ao dimensiona- to, em watts;
mento do condutor, capaz de per-
▪▪ Múltiplo da unidade: 1 Quilo-
watt – 1 kw = 1.000 W; v = Tensão entre fase e neutro,
mitir, sem excessivo aquecimento
▪▪ A potência elétrica de um em volts;
e com uma queda de tensão pre-
determinada, a passagem da cor- ponto consumidor é o produto V = Tensão entre fase e fase ,em
rente elétrica. da tensão aplicada, multiplicado volts;
Além disso, os condutores devem pela corrente que circula; Cosφ = Fator de potencia;
ser compatíveis com a capacidade η = Rendimento, isto é, a relação
de proteção contra sobrecarga e P=IxU entre a potência de saída Os (η
curto-circuito. =Os/Pe) e a potencia de entrada
Uma vez determinadas as seções Pe de um equipamento.
possíveis para o condutor, calcu-
ladas de acordo com os critérios ▪▪ Quando se deseja encontrar o
valor da corrente elétrica; Para circuito puramente resistivo,
referidos, escolhe-se em tabela de composto apenas por lâmpadas
capacidade de condutores padro- incandescentes e resistências, te-
nizados e comercializados, o fio I= P mos o exemplo: η =1 e Cosφ =1,
ou cabo, cuja seçãomais se apro- U
daí: Ip = Pn / v. (LIMA FILHO,
xime por excesso da seção calcu- 2006, p. 115)
lada.
Em circuitos de distribuição de ▪▪ Quando se deseja encontrar o
apartamento, em geral, é sufi- valor da tensão elétrica (SENAI Circuitos trifásicos
ciente a escolha do condutor com RS, 2002, p19): (3F E N)

U= P
I Ip = Pn
3 . v . Cosφ.η

56 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Circuitos trifásicos Dimensionamento de ▪▪ A temperatura ambiente ou a
de solo (se o cabo for diretamen-
equilibrados (3F) condutores segundo o cri- te no mesmo).
tério de aquecimento
Ip = Pn
O condutor não pode ser subme- Número de condutores
(√ 3) . V . Cosφ.η tido a um aquecimento exagera- a considerar
do provocado pela passagem da
corrente elétrica, pois a isolação Tem-se:
Circuitos bifásicos (2F) e cobertura do mesmo poderiam
▪▪ 2 condutores carregados: F –
ser danificadas.
N (fase – neutro) ou F – F (fase
Entre os fatores que devem ser – fase);
Ip = Pn considerados na escolha da seção
V . Cosφ.η ▪▪ 3 condutores carregados.
de um fio ou cabo, supostamente
Podemos ter:
operando em condições de aque-
a) 2F – N;
Exemplo cimento normais, destacam-se:
b) 3F
Dimensionar o condutor para um ▪▪ O tipo de isolação e de cober- c) 3F – N (supondo o sistema de
chuveiro de 6.000W, ligado em tura do condutor;
circuito equilibrado).
120 V. ▪▪ O número de condutores
carregados, isto é, de condutores ▪▪ 4 condutores carregados, será:
I = P / U = 6000 / 120 = 50 A
vivos, efetivamente percorridos a) 3F – N.
I = 50 A
pela corrente;
Na tabela a seguir, encontraremos
o valor 57 A, que é maior que a ▪▪ A maneira de instalar os
corrente calculada, mas é o valor cabos;
que nos interessa. ▪▪ A proximidade de outros con-
Neste caso, teremos condutor dutores e cabos;
(fio) = 10 mm².

Índice para
Condutores Corrente máxima queda de Área ext. Diâmetro ext.
tensão
Mm² trifásica monofásica < (V/ .Km) Mm² mm
1,5 15,5 17,5 23 6,16 2,8
2,5 21 24 14 9,08 3,4
4 28 32 9 11,95 3,9
6 36 41 5,87 15,21 4,4
10 50 57 3,54 24,63 5,6
16 68 76 2,27 33,18 6,5
25 89 101 1,5 56,75 8,5
35 111 125 1,12 70,88 9,5
50 134 151 0,86 103,87 11
70 171 192 0,64 132,73 13
Tabela 17 - Secção dos condutores pela capacidade de corrente.
Fonte: ABNT (2004, NB-3).

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 57


Bitola do condutor supondo uma temperatura am-
DICA biente de 30ºC
É o caso, por exemplo, de Colocando o valor da corrente (ampères), conforme a tabela 7, se a pro-
circuito alimentando apa-
teção for de PVC para 70ºC, e conforme a tabela 8 , se for de etileno-
relhos de luz fluorescente
com fase e neutro. propileno (EPR) ou polietileno termofixo (XLPE) para 90ºC. Obtendo,
assim, a bitola do condutor.
Ao colocar o valor da corrente de projeto Ip na tabela, deve-se consi-
derar se os condutores são de cobre ou de alumínio; se são dois ou três
Maneira segundo a condutores; e se a maneira de instalar corresponde às letras da tabela 6
com seus respectivos números, quando houver.
qual o cabo será instalado
Pela tabela 6, você pode identifi- Exemplo
car a letra e o número correspon- Suponha: Ip = 170A, três condutores carregados, instalação em eletro-
dente à maneira de instalação do duto, temperatura a considerar = 50ºC e temperatura ambiente = 30ºC.
cabo. Usando três condutores de cobre e cobertura de PVC = 70ºC. Modali-
dade de instalação: eletroduto embutido em alvenaria.
Na próxima tabela, veja as condições acima e Ip = 171A (valor mais pró-
DICA ximo de 170A). Deveremos usar cabo de 70 mm² de seção.
Por exemplo: se tivermos ▪▪ Condutores e cabos de cobre alumínio, com isolação de PVC.
cabos unipolares ou cabo
multipolar colocado dentro ▪▪ 2 e 3 condutores carregados.
de eletroduto embutido em ▪▪ Temperatura no condutor: 70ºC.
alvenaria ou concreto, o có-
digo será B-5.
Temperatura ambiente: 30ºC para linhas não subterrâneas e 20ºC para
linhas subterrâneas.

58 CURSOS TÉCNICOS SENAI


COBRE
Seções Maneiras de instalar definidas na tabela 6.
mínimas A B C D
(MM²) 2 cond. 3 cond. 2 cond. 3 cond. 2 cond. 3 cond. 2 cond. 3 cond.
carregados carregados carregados carregados carregados carregados carregados carregados
1 11 10,5 13,5 12 15 13,5 17,5 14,5
1,5 14,5 13 17,5 15,5 19,5 17,5 22 18
2,5 19,5 18 24 21 26 24 29 24
4 26 24 32 28 35 32 38 31
6 34 31 41 36 46 41 47 39
10 46 42 57 50 63 57 63 52
16 61 56 76 68 85 76 81 67
25 80 73 101 89 112 96 104 86
35 99 89 125 111 138 119 125 103
50 119 108 151 134 168 144 148 122
70 151 136 192 171 213 184 183 151
95 182 164 232 207 258 223 216 179
120 210 188 269 239 299 259 246 203
150 240 216 307 275 344 294 278 230
185 273 248 353 314 392 341 312 257
240 320 286 415 369 461 403 360 297
300 367 328 472 420 530 464 407 336
ALUMÍNIO
Seções Maneiras de instalar definidas na tabela 6.
mínimas A A
(MM²) 2 cond. 3 cond. 2 cond. 3 cond. 2 cond. 3 cond. 2 cond. 3 cond.
carregados carregados carregados carregados carregados carregados carregados carregados
10 36 32 44 39 49 44 48 40
16 48 43 59 53 66 59 62 52
25 63 57 79 69 83 73 80 66
35 77 70 98 86 103 91 96 80
50 93 84 118 105 125 110 113 94
70 118 107 150 133 160 140 140 117
95 142 129 181 161 195 170 166 138
120 164 149 210 186 226 197 189 157
150 189 170 241 215 261 227 213 178
185 215 194 274 246 298 259 240 200
240 252 227 323 289 352 305 277 230
300 289 261 361 332 406 351 313 260

Tabela 18 - Capacidade de condução de corrente, em ampères, para as maneiras de instalar A, B, C e D.


Fonte: ABNT (2004, tabela 7).

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 59


Bitola do condutor
Sobrecarga – as sobrecargas não são defeitos elétricos propriamente
com isolação de PVC insta- ditos e sim solicitações indevidas do sistema. Para esses casos, é ne-
lado ao ar livre cessário um dispositivo de proteção contra sobrecargas desligando o
circuito antes que o mesmo queime. O relé térmico é o dispositivo
Para cabos multipolares em ban- aconselhável nesses casos. Todos os disjuntores possuem relés tér-
deja perfurada, considerar esta micos embutidos em seu corpo.
instalação como disposta ao ar
livre. (Tabela 7 – Ref. E).
Os cabos com isolação em PVC
são os mais usados pelas instala-
ções prediais e industriais de me-
dia e baixa tensão.

DICA
Para outros tipos de isola-
ção ou maneiras de instalar
consulte as tabelas 36 a 40
da NBR 5410 – 2004.

Proteção de circuitos
elétricos
Os circuitos elétricos devem ser
protegidos contra sobrecarga e
curto-circuito, pois há uma dife-
rença entre os dispositivos que
protegem contra um e outro caso.
Para se estabelecer essa diferença,
devemos saber o que significa so-
brecarga e curto-circuito. Figura 28 - Esquema de sobrecarga.
Fonte: SENAI/SC (2004, p. 70).
▪▪ Curto circuito: é um aumento
repentino da corrente em que a
resistência é nula, fazendo com
que a corrente tenda ao infinito
quando a tensão cai a zero; a Os curtos-circuitos, ao contrário das sobrecargas, são defeitos na ins-
temperatura nesses casos é relati- talação originados por falhas de isolamento, fazendo com que a cor-
vamente alta. rente suba muitas vezes além da nominal. Seus efeitos danosos são
bem mais rápidos que os da sobrecarga, exigindo um desligamento
▪▪ Sobrecarga: é um aumento quase instantâneo. O relé eletromagnético e o fusível são os disposi-
gradativo da corrente originado tivos aconselháveis a essa proteção.
pelo aumento da carga instalada
e pelo dimensionamento errado
dos componentes que compõe o
circuito; a resistência nesses casos ▪▪ Disjuntor quick–lag é um dispositivo de proteção e de manobra
não é nula, contudo uma corren- das instalações elétricas próprio para uso em quadros de distribuição.
te elevada pode danificar o cir- É composto de caixa moldada em baquelita, de um mecanismo de
cuito e originar um curto-circuito disparo por ação do relé bimetálico e do relé eletromagnético, podendo
(SENAI/SC, 2004, p. 62). ser desarmado ou armado por meio de uma alavanca (liga 0 desliga).

60 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Nesta, encontram-se inscritas as capacidades do disjuntor em ampères A retenção mecânica dos contatos
(SENAI/SC, 2004, p. 70). principais do disjuntor está ligada
As capacidades usuais são de 6 A a 60 A / 110 – 220 V. Os disjuntores mecanicamente ao dispositivo
são especialmente fabricados para uso embutido, embora possam ser disparador e estes, a parte móvel
usados nas instalações externas com suporte próprio. Servem para ma- do núcleo do imã.
nobra e proteção dos circuitos contra sobrecargas e curto – circuitos. A função do relé de sobre cor-
▪▪ Relé térmico de sobrecarga é utilizado no disjuntor, sendo consti- rente é de interromper o circuito
tuído por uma lâmina bimetálica, um elemento resistor e um dispositi- de alimentação da carga quando
vo de disparao. houver um aumento de corrente
ocasionado por um curto-circuito.
Quando houver um curto-circui-
to, uma corrente elétrica de gran-
de intensidade circulará através
da bobina, aumentando o campo
magnético que atrairá, instantane-
amente, a parte móvel do núcleo e
assim, acionará o dispositivo dis-
parador, ocasionando o destrava-
mento da retenção mecânica dos
contatos do disjuntor, abrindo-se
o circuito (SENAI/SC, 2004, p.
Figura 29 - Esquema relé térmico de sobrecarga. 72).
Fonte: SENAI/SC (2004, p. 71).

Quando uma corrente elétrica de intensidade superior à prevista circula


através do elemento resistor, há um aquecimento da lâmina bimetálica.
Esta lâmina, por sua vez, se curva e aciona o dispositivo disparador,
ocasionando o destravamento mecânico da retenção dos contatos do
disjuntor, abrindo assim, o circuito.
Este fenômeno só acontece quando o valor da corrente que circula pelo Figura 31 - Disjuntor.
elemento resistor ultrapassar o valor da regulagem estabelecida (sobre- Fonte: SENAI/SC (2004, p. 72).
carga).
A função do relé térmico de sobrecarga é interromper o circuito de
Nos disjuntores o relé de sobre-
alimentação da carga quando este solicitar, à rede, uma corrente maior
carga e o relé de sobrecorrente
do que deve consumir em condições normais de trabalho (SENAI/SC,
possuem função conjunta de pro-
2004, p. 70).
teção à carga. Ambos acionam
o mesmo dispositivo disparador
Relé de sobrecorrente de destravamento mecânico dos
contatos.
Utilizado no disjuntor industrial e residencial, sendo constituído de um
O disjuntor industrial possui ain-
eletroímã enrolado com poucas espiras de condutor de cobre de seção
da, um dispositivo único para re-
avantajada e de um dispositivo disparador (SENAI/SC, 2004, p. 71).
gular a corrente de dispara dos re-
lés de sobrecarga e sobrecorrente.
A regulagem deve ser feita em
função da corrente nominal da
carga, podendo ficar ajustada em
torno de 10 a 20%, conformeas
condições de trabalho do equipa-
mento.

Figura 30 - Esquema relé de sobre corrente.


Fonte: SENAI/SC (2004, p. 71).
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 61
▪▪ Relé de subtensão – utilizado no disjuntor industrial, é compos- ▪▪ Por contato com circuito
to, basicamente por um eletroímã com grande número de espiras de energizado;
condutor de cobre de pequena seção e por um dispositivo disparador ▪▪ Por contato com corpo eletri-
acoplado ao núcleo do eletroímã. ficado;
▪▪ Por descarga atmosférica.
A função do relé de subtensão é desligar o circuito de alimentação da
carga quando a tensão da rede diminuir (queda de tensão) a limites Em alguns casos, em locais con-
que prejudiquem o funcionamento nominal do equipamento.Tam- tendo: banheiras, chuveiros, pisci-
bém tem como finalidade evitar a ligação do dispositivo enquanto a nas, ou saunas, pode ser necessária
tensão da rede permanecer muito baixo do valor nominal. a realização de proteção adicional,
devido ao aumento do risco de
choque elétrico. Esta proteção
Nas situações o relé de subtensão possui uma faixa de operação, de mais é realizada por meio da equipo-
ou menos 20% abaixo da tensão nominal da rede. tencialização suplementar e com
o uso de dispositivo diferencial-
A interrupção do circuito em condições anormais ocorre porque o ele-
residual (DR) de alta sensibilidade
troímã perde, parcial ou totalmente, a sua força magnética, quando hou-
(inferior a 30 mA).
ver uma queda de tensão ou a tensão for interrompida.
Um dispositivo DR atua quando
Nesta situação, o núcleo do eletroímã se desloca, acionando o dispositi-
detecta uma diferença de corrente
vo disparador e este, por sua vez, aciona o dispositivo de travamento da
em relação a que entra e sai de um
retenção mecânica dos contatos do disjuntor, provocando consequente-
circuito – uma fuga de corrente.
mente, a interrupção do circuito ou impedindo o seu restabelecimento.
Ele atua desligando a energia, evi-
tando que o choque atinja valores
de corrente maiores e possam
causar danos a pessoas e instala-
ções. Veja a sua foto:

Figura 33 - Disjuntor DR.

Figura 32 - Esquema de interrupção de um circuito (SENAI/SC,2004,73).


a. → Disjuntor DR monofásico.

b. → Disjuntor DR trifásico.
Dispositivos DR
Os efeitos de um choque elétrico são os mais diversos, dependendo das
condições do ambiente, dos níveis de tensão, da corrente e ainda do Função dos DR pela sensibilidade
percurso da corrente elétrica. As sensações variam desde formigamento de corrente:
até violentas contrações musculares, queimaduras e até mesmo a morte Proteção contra contato direto:
(WALENIA, 2009, p. 257). 30 mA.
O choque elétrico pode ocorrer em função de uma das seguintes situa- Contato direto com partes ener-
ções: gizadas pode ocasionar fuga de
corrente elétrica, através do corpo
humano, para terra.

62 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Proteção contra contato indireto: 100 mA a 300 mA.
Seção 4
No caso de uma falta interna em algum equipamento ou falha na isola-
ção, peças de metal podem tornar-se “vivas” (energizadas). Dutos
Proteção contra incêndio: 500 mA.
Para o correto dimensionamento
Correntes para terra com este valor podem gerar arcos/faíscas e provo- dos eletrodutos de uma instala-
car incêndios. ção elétrica, é necessário definir a
taxa de ocupação do eletroduto
Porém, para seu funcionamento correto, é necessário observar as reco- a ser utilizado.
mendações da NBR5410:2004 para instalação do DR, segundo o esque- A taxa de ocupação é o percentual
ma de aterramento. Veja a tabela a seguir: máximo da área do eletroduto que
pode ser ocupada pelos conduto-
res. A taxa de ocupação pode va-
Esquema de Uso do DR
riar entre 40% e 53% em função
Aterramento Proibido Recomendado Obrigatório da quantidade de condutores que
C X serão instalados, segundo Walenia
TN S X (2008, p. 75).
C-S X As recomendações da NBR5410:
TT X 2004 são para:
IT* X ▪▪ 53% no caso de um condutor
* para a segunda falta ou cabo;
Tabela 19 - recomendações para instalação do DR segundo o esquema de aterra- ▪▪ 31% no caso de dois conduto-
mento.
res ou cabos;
Fonte: WALENIA (2008, p. 271).
▪▪ 40% no caso de três ou mais
condutores ou cabos.
Na próxima seção, você aprenderá a calcular o diâmetro do eletroduto A taxa de ocupação mais utilizada
para dimensionar a área de utilização dos condutores. é a de 40%, pois é utilizada quan-
do serão instalados 3 ou mais con-
dutores no interior do eletroduto.
Para simplificar o dimensiona-
mento, utiliza-se uma tabela, que
a partir do número de condutores
e da seção do maior condutor de
cada trecho, fornece o tamanho
nominal do eletroduto. Veja a ta-
bela 20:

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 63


Seção Número de condutores no eletroduto
Nominal 2 3 4 5 6 7 8 9 10
(mm²) Tamanho nominal do eletroduto em mm
1,5 16 16 16 16 16 16 20 20 20
2,5 16 16 16 20 20 20 20 25 25
4 16 16 20 20 20 25 25 25 25
6 16 20 20 25 25 25 25 32 32
10 20 20 25 25 32 32 32 40 40
16 20 25 25 32 32 40 40 40 40
25 25 32 32 40 40 40 50 50 50
35 25 32 40 40 50 50 50 50 60
50 32 40 40 50 50 60 60 60 75
70 40 40 50 60 60 60 75 75 75
95 40 50 60 60 75 75 85 85 85
120 50 50 60 75 75 75 85 85 xxx
Tabela 20 - numero de condutores no eletroduto.
Fonte: ABNT (2004).

Observe os exemplos abaixo para auxiliá-lo no entendimento da tabela


de dimensionamento de eletrodutos.

Exemplo 1
Determinar o diâmetro do eletroduto para os condutores fase e neutro
de 1,5 mm2 com duas fases e um condutor terra de seção igual a 4 mm2.
Neste trecho de eletroduto passam cinco condutores e a seção do maior
condutor é 4 mm2. Aprenda como localizar o valor na tabela.

Seção Número de condutores no eletroduto


nominal 2 3 4 5 6 7 8 9 10
(mm²) Tamanho nominal do eletroduto em mm
1,5 16 16 16 16 16 16 20 20 20
2,5 16 16 16 20 20 20 20 25 25
4 16 16 20 20 20 25 25 25 25
6 16 20 20 25 25 25 25 32 32
10 20 20 25 25 32 32 32 40 40
16 20 25 25 32 32 40 40 40 40
25 25 32 32 40 40 40 50 50 50
35 25 32 40 40 50 50 50 50 60
50 32 40 40 50 50 60 60 60 75
70 40 40 50 60 60 60 75 75 75
95 40 50 60 60 75 75 85 85 85
120 50 50 60 75 75 75 85 85 xxx
Tabela 21 - Exemplo de aplicação da tabela citada anteriormente.

64 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Caso seja necessário dimensionar 1,5 mm², seis fios 2,5 mm² e três
a área de utilização dos conduto- fios 4 mm². Pela tabela, teríamos um ele-
res usa-se as fórmulas baixo: Ac1,5 = 3,1416 x (2,8)² x 2 / 4 troduto de diâmetro 40 mm,
o que, para uma instalação
= 12,3
residencial, é muito elevado,
Ac = área do condutor devido às espessuras das pa-
Ac2,5 = 3,1416 x (3,4)² x 6 / 4 redes e lajes. Neste caso, de-
= 54,47 veremos dividir a fiação em
Au = área útil do eletroduto (veja
dois eletrodutos, ambos com
tabela 2) diâmetro 25 mm.
Ac4 = 3,1416 x (3,9)² x 3 / 4
Ac = π x (diâmetro externo do = 35,83
condutor)² x nº de fios (dentro
dos eletrodutos) / 4 AcT = 12,3 + 54,47 + 35,83
= 102,6
DICA
Ac = 3,1416 x (diâmetro Ext.)² x
Para mais informações so-
nº fios / 4 AcT - 40% bre medidas e formas de
eletrodutos e eletrocalhas
Ac = 40% consulte os fonecedores de
Au – 100%
materiais como a ELECOM:
www.elecom.com.br.
Au = 100% Au = 102,6 x 100 / 40
= 256,51 mm²
Por regra de três simples, acha-se
a área útil e entra-se com valor Na unidade 4 serão explicados e
calculado na tabela abaixo, para 3. Calcular o diâmetro do eletro- dimensionados os principais ele-
achar o diâmetro do eletroduto. duto sabendo que dentro dele mentos que compõem um siste-
(SENAI/RS, 2001,p75) passam doze fios 2,5 mm² e ma de proteção contra descargas
seis fios 4 mm². atmosféricas. Dos tipos de SPDA
Exemplos existentes, serão feitas compara-
Ac2,5 = 3,1416 x (3,4)² x 20 / 4
ções, apontando os pontos fortes
= 181,58
1. Calcular o diâmetro do eletro- e pontos fracos.
duto sabendo que dentro dele
passam seis fios de 1,5 mm². Ac4 = 3,1416 x (3,9)² x 6 / 4
= 71,68

Ac = 3,1416 x (2,8)² x 6
AcT = 181,58 + 71,68
= 36,94 / 4
= 253,26

Ac – 40% = 36,94
Ac – 40%

Au – 100% = ?
Au – 100%
Au = 253,26 x 100 / 40
Au = 36,94 x 100 / 40 = 92,36 = 633,15 mm²

Da tabela acima, obtemos o diâ-


metro = 20 mm para o eletrodu-
to.

2. Calcular o diâmetro do eletro-


duto sabendo que dentro dele,
passam dois fios

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 65


Unidade de
estudo 4
Seções de estudo

Seção 1 - Raios e formas de proteção


Seção 2 - Projeto dos captores
Seção 3 - Projeto das descidas
Seção 4 - Projeto do aterramento
Proteção Contra
Descargas Atmosféricas

Seção 1
Raios e formas de pro-
teção
Os raios são gerados a partir do Em relação a uma instalação elé- Um sistema de proteção contra
carregamento elétrico das nuvens. trica, o raio pode influenciar de descargas atmosféricas ou SPDA
A diferença de potencial forma- duas maneiras: consiste em oferecer aos raios um
da entre uma nuvem carregada e ponto de captação, um percurso
a superfície da terra pode variar
▪▪ Incidência direta, quando o
seguro e um sistema de escoa-
raio atinge a superfície da edifi-
de 10 a 1.000 kV (LIMA, 1997, p. mento das descargas elétricas de
cação.
215). A tendência natural é que as origem atmosférica para a terra,
descargas atmosféricas atinjam os ▪▪ Incidência indireta, quan- minimizando seus efeitos perigo-
pontos mais elevados do relevo. do o raio atinge as redondezas sos.
Quando uma descarga atmosfé- de instalações elétricas, linhas Desta forma, um SPDA possui
rica ocorre, a corrente conduzida de distribuição de energia e de duas funções: preventiva e prote-
através do raio pode chegar até telecomunicações. Forma-se uma tora.
200.000 A, sendo capaz de des- grande radiação eletromagnética
que gera sobretensões causandno A função preventiva é justificada
truir árvores, edificações não pro-
danos a equipamentos e insta- pelo permanente escoamento de
tegidas e causar riscos à vida de
lações de empresas, indústrias e cargas elétricas do meio ambiente
pessoas, animais e equipamentos.
residências. para a terra, pelo poder de atração
A seguir, é apresentado um esque- das pontas, neutralizando o cres-
ma que simplifica o processo de cimento gradiente de potencial
formação de um raio: entre o solo e as nuvens.

Figura 34 - Esquema de formação do raio.


Fonte: Lima (1997, p. 216).

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 67


Já a função protetora está associada à presença de um caminho preferen- A caixa de inspeção possibilita que
cial para um possível raio que se forme na região. sejam desconectados os captores
Existem basicamente três tipos de SPDA: Franklin, Gaiola de Faraday e e descidas para realizar a medi-
Radioativo. Todos são compostos por estruturas chamadas de captores ção da malha de aterramento. Já o
do raio, cabos de descida e sistema de aterramento. eletroduto (que deve permanecer
a uma altura de 2,5 m acima do
solo) tem a finalidade de proteger
principalmente os condutores de
DICA descida contra danos mecânicos
Um sistema de proteção contra descargas atmosféricas não busca (ABNT, 2005, p. 9).
evitar a formação dos raios nem atrai raios, mas proporcionar um Quando for necessário usar mais
caminho controlado para o raio atingir a terra. de um mastro, os captores presen-
tes nos mastros devem ser interli-
gados.
Para-raio tipo Franklin
É composto por uma haste captora fixada no topo de um mastro eleva-
do. O captor é ligado ao aterramento através dos condutores de desci- Gaiola de Faraday
da. Na maior parte dos casos, os condutores de descida são instalados Utiliza captores formando uma
afastados da edificação. O mastro pode ser instalado sobre ou ao redor malha e cobrindo o plano mais
da edificação. alto do prédio. As descidas devem
Observe a figura: ser dispostas, no mínimo, em cada
vértice da edificação e a malha de
aterramento forma um anel ao
redor da edificação, podendo in-
clusive estar interconectada com a
estrutura metálica de sustentação
da construção.

Figura 35 - Exemplo de pára-raio do tipo Franklin.

68 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Veja a representação na figura:
DICA
O para-raio radioativo não
deve ser projetado para um
SPDA, pois sua utilização
está proibida no Brasil.

Dispositivo de prote-
ção contra surtos
Também conhecido como DPS,
tem por finalidade evitar que a
incidência indireta de descargas
atmosféricas que danificom equi-
pamentos presentes dentro da
edificação.
Os DPS devem atender à IEC
61643-1 e ser selecionados com
base, no mínimo, nas seguintes
características (CAVALIN, 2006,
p. 379):
▪▪ Nível de proteção;
▪▪ Máxima tensão de operação
contínua;
Figura 36 - Exemplo de para-raio do tipo Gaiola de Faraday. ▪▪ Suportabilidade a sobreten-
sões temporárias;
▪▪ Corrente nominal de descarga
e/ou corrente de impulso;
▪▪ Suportabilidade à corrente de
Observe na figura anterior, novamente, a presença de eletrodutos e
caixas de inspeção, que aqui apresentam a mesma finalidade: prote-
curto-circuito.
ção mecânica e possibilidade de medição da malha de aterramento,
respectivamente. Os componentes da instalação
devem ser selecionados de modo
que o valor nominal de sua tensão
de impulso suportável não seja
Para-raio radioativo inferior àqueles indicados no qua-
Na maioria dos países e no Brasil, sua utilização está proibida desde dro seguinte:
1989 por resolução da CNEN – Comissão Nacional de Energia Nucle-
ar. O princípio do para-raio radioativo é usar captores com pontas com
tratamento radioativo, o que causa riscos diretos para pessoas que rea-
lizam sua instalação e manutenção, além riscos indiretos às pessoas que
efetuam transporte, armazenamento, venda, etc. Além disso, estudos re-
centes mostram que esse tipo de para-raio não possui maior eficiência
em relação aos outros tipos de para-raio.

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 69


Tensão de impulso suportável requerida (kV)
Tensão nominal da instalação (V)
Categoria do produto
Produto a ser
Produto a ser utilizado em
Produtos
utilizado na circuitos de Equipamentos
especialmente
Sistemas entrada da distribuição de utilização
Sistemas protegidos
monofásicos instalação e circuitos
trifásicos
com neutro terminais
Categoria de suportabilidade a impulsos
IV III II I
115/230
120/208
120/240 4 2,5 1,5 0,8
127/220
127/254
220/380,
230/400, - 6 4 2,5 1,5
277/480
400/690 - 8 6 4 2,5
Quadro 20 - Suportabilidade a impulso exigível dos equipamentos e instalações.
Fonte: ABNT (2004, Tabela 31).

Os DPS podem ser especificados tensão, situadas em áreas rurais


Os DPS protegem os equipa- pela máxima corrente de curto- ou urbanas com poucas edifica-
mentos contra sobretensões circuito, veja os exemplos a seguir: ções, em zonas expostas a raios,
transitórias nas instalações classificadas como diretas (AQ3)
das edificações, cobrindo tan- ▪▪ DPS 20kA: recomendado
e com históricos frequentes de
to as linhas de energia quan- como proteção única ou primária
sobretensão. Deve ser instalado
to as linhas de sinal (ABNT, em instalações situadas em zonas
2004, p. 130).
junto com o quadro de distribui-
de exposição a raios classificados
ção central de rede elétrica.
como AQ1 (desprezível). Deve
ser instalado no circuito elétri- ▪▪ DPS 90kA: recomendado
co no qual o equipamento está como proteção única ou primária
conectado. em redes de distribuição de baixa
tensão situadas em áreas rurais
▪▪ DPS 30kA: recomendado
ou urbanas com poucas edifica-
como proteção única ou primária
ções, em zonas expostas a raios
em redes de distribuição de baixa
classificadas como diretas (AQ3)
tensão situadas em áreas urbanas
e com histórico de frequencia
e densamente edificadas, expos-
elevada de sobretensões. Deve
tas a raios, classificadas como in-
ser instalado junto com o quadro
diretas (AQ2). Deve ser instalado
de distribuição central de rede
junto com o quadro de distribui-
elétrica.
ção central de rede elétrica.
▪▪ DPS 45kA: recomendado A instalação de um DPS irá de-
como proteção única ou primária pender das características do sis-
em redes de distribuição de baixa tema de alimentação de energia da
edificação.

70 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Veja a figura:

Figura 37 - Esquemas de conexão dos DPS.


Fonte: ABNT (2004, figura 13).

De forma geral, o DPS deve ser instalado juntamente com um dispo-


sitivo de proteção contra sobrecorrentes (disjuntor ou fusível). Veja a
representação a seguir:
A norma regulamentadora da ABNT NBR5419 estabelece os proce-
dimentos relacionados com a proteção de estruturas contra descargas
atmosféricas. O projeto do SPDA basicamente é dividido em projeto
dos captores, projeto das descidas e projeto da malha de aterramento.

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 71


Figura 38 - Esquema de ligação entre DPS, DP e E/I.
Fonte: ABNT (2004, figura 14).

Onde: falha no sistema de para-raios


DPS → Dispositivo de proteção pode provocar danos às estrutu- O nível de proteção influencia
contra surto; ras adjacentes, tais como indús- nos afastamentos, seções e
DP → Dispositivo de proteção trias petroquímicas, de materiais materiais dos condutores en-
explosivos etc. volvidos no projeto do SPDA.
contra sobrecorrente;
E/I → Equipamento ou instala- ▪▪ Nível II: refere-se às constru-
ção. ções protegidas, cuja falha no sis-
tema de para-raios pode ocasio-
nar a perda de bens de estimável Seção 2
Classificação dos níveis valor ou provocar pânico aos
presentes, porém sem nenhuma Projeto dos captores
de proteção para SPDA
consequência para as construções
O projeto de um SPDA pode ser adjacentes. São exemplos: mu- Nesta seção, você estudará como
composto pelo tipo gaiola de Fa- seus, estádios de futebol, teatros, podem ser constituídos os capto-
raday e o tipo Franklin. Os mas- bancos, fóruns etc. res, os métodos existentes para os
tros usados para o tipo Franklin projetos dos captores e as condi-
são normalmente de 6 m. Quan-
▪▪ Nível III: refere-se às cons- ções dos captores naturais.
truções de uso comum, tais como
do a especificação resulta em Os captores podem ser constitu-
os prédios residenciais, comer-
mastros maiores, por questões de ídos pelos seguintes condutores:
ciais e indústrias de manufatura-
custo, opta-se pelo tipo gaiola de
dos simples. ▪▪ Hastes;
Faraday.
Para atribuir os parâmetros corre- ▪▪ Nível IV: refere-se às cons- ▪▪ Cabos esticados;
tos para o projeto de um SPDA truções onde não é rotineira a ▪▪ Condutores em malha;
deverá ser levado em considera- presença de pessoas. São feitas de
material não inflamável, com pro- ▪▪ Elementos naturais.
ção o nível de proteção do am-
biente da instalação. Existem 4 duto não-combustível armazena-
níveis de proteção, explicados do nelas, tais como armazéns de
(MAMEDE, 2001, p. 556): concreto, depósitos de materiais
ferrosos, entre outros.
▪▪ Nível I: é o mais severo quan-
to à perda de patrimônio. Refere-
se às construções protegidas, cuja

72 CURSOS TÉCNICOS SENAI


prevenir contra perfurações ou Quanto ao projeto dos captores,
ignição de materiais combustí- existem 3 métodos:
DICA
veis no volume a proteger;
Quaisquer elementos con- ▪▪ Método Franklin: o volume
dutores expostos, ou seja, c. o elemento metálico não deve a ser protegido é encontrado em
que possam ser atingidos ser revestido de material iso- função do ângulo formado entre
por raios, deverão ser inter-
lante (não se considera isolante o topo do captor e sua altura em
conectados ao SPDA. relação ao plano.
uma camada de pintura de pro-
teção, ou 0,5 mm de asfalto, ou ▪▪ Método Eletrogeométrico: o
1 mm de PVC); volume a ser protegido é encon-
trado em função do raio de um
As condições a que devem satis-
d. a continuidade elétrica, entre as circulo que tangencia o captor e
fazer os captores naturais são as
diversas partes, deve ser verifi- o plano.
seguintes:
cada de modo a assegurar du- ▪▪ Método da Malha de Cap-
a. a espessura do elemento metá- rabilidade; tores: o volume a ser protegido é
lico não deve ser inferior a 0,5 coberto por uma malha for-
mm ou devem seguira tabela 4, e. os elementos não-metálicos mando quadrículos de largura e
quando for necessário prevenir acima ou sobre o elemento me- comprimento de tamanho igual
contra perfurações ou pontos tálico podem ser excluídos do ou inferior ao valor da largura.
quentes no volume a proteger; volume a proteger (em telhas
de fibrocimento, o impacto do
raio ocorre habitualmente so- A figura a seguir mostra os parâ-
b. a espessura do elemento metá-
bre os elementos metálicos de metros relacionados a estes méto-
lico pode ser inferior a 2,5 mm,
fixação). dos.
quando não for importante

Figura 39 - Parâmetros e volumes de proteção do SPDA.


Fonte: ABNT (2005).

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 73


O SPDA poderá ser isolado ou Observe que se o estabelecimento Para saber o raio da região a ser
não. Quando se tratar de um tiver nível de proteção II e os cap- protegida, pode-se usar os concei-
SPDA isolado, seus condutores tores forem dimensionados pelo tos de trigonometria, consideran-
deverão permanecer afastados método Franklin para um mastro do duas vezes o valor do cateto
da estrutura metálica a proteger à de até 20 m de altura, o ângulo de oposto dado na fórmula a seguir:
distância de 2 m. proteção corresponde a 25°. A
Já um SPDA não isolado, seus região a ser protegida poderá ser
condutores poderão ser fixados visualizada na figura a seguir, cor- Tangente(α)= CO / CA
diretamente sobre a estrutura me- respondendo a uma região circu-
tálica, desde que não haja presen- lar com raio de 93 m.
ça de materiais inflamáveis, que Onde:
podem causar danos para a estru- α – ângulo dado;
tura. CO – cateto oposto (raio da re-
No topo das estruturas e edifica- gião de proteção);
ções, principalmente àquelas su- CA – cateto adjacente (altura do
periores a 10 m, recomenda-se a mastro).
instalação de um SPDA. Todos os
elementos metálicos (calhas, an-
tenas, placas etc.) que estejam ex- Caso seja usado o método da
postos na edificação devem ser in- gaiola de Faraday, então deverá
terconectados ao sistema SPDA. ser protegida a região de topo da
A próxima tabela foi retirada da edificação. No caso de uma edi-
norma NBR 5419 e relaciona o ficação com área igual a 400 m²
nível de proteção com o método com nível II de proteção, o di-
de projeto de captores. Figura 40 - Exemplo de dimensiona- mensionamento da malha pode
mento de captores, método Franklin.
ser especificado conforme a figu-
ra a seguir:

Ângulo de proteção (a) – método Franklin, em função da


altura do captor (h) (ver nota 1) e do nível de proteção Largura do módulo
Nível de da malha (Veja nota
R/h 0 – 20 m 21 – 30 m 31 – 45 m 46 – 60 m > 60 m 2) m
Proteção
I 20 25º 1) 1) 1) 2) 5
II 30 35º 25º 1) 1) 2) 10
III 45 45º 35º 25º 1) 2) 10
IV 60 55º 45º 35º 25º 2) 20
R = raio da esfera rolante
1) Aplicam-se somente os métodos eletrogeométrico, malha ou da gaiola de Faraday.
2) Aplicam-se somente o método da gaiola de Faraday.
Notas:
1 → Para escolha do nível de proteção, a altura é em relação ao solo e, para verificação da área protegida, é em relação ao plano
horizontal a ser protegido.
2 → O módulo da malha deverá constituir um anel fechado, com o comprimento não superior ao dobro da sua largura.
Tabela 22 - Posicionamento dos captores conforme o nível de proteção.
Fonte: ABNT (2005, Tabela 1)

74 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Na próxima seção, você conhece- Espaçamento
rá uma parte do processo de pro- Nível de
médio entre
teção contra descarga atmosférica Proteção
descidas (m)
que é um projeto de descida, que
permite a conexão dos captores e I 10
um anel que interliga todas as des- II 15
cidas, feito com o objetivo de evi- III 20
tar que ramificações das descargas IV 25
atmosféricas possam atingir late- Tabela 24 - Espaçamento médio vs.
Figura 41 - Exemplo de dimensiona-
ralmente a edificação e causar da- Nível de proteção para condutores de
mento de captores, método Gaiola de nos significativos. descida não naturais.
Faraday Fonte ABNT (2005 , tabela 2)

A norma NBR 5419 recomenda


Seção 3 Os condutores que formam as
que a malha de captores seja dis- Projeto das descidas descidas podem ser de cobre, alu-
posta ao longo do topo da edifica- mínio ou aço galvanizado a quen-
ção a uma distância não inferior a As descidas permitem a conexão te. A cada 10 m, partindo do solo,
0,5 m da borda.. dos captores à malha de aterra- deverá ser montado um anel de
O método eletrogeométrico ou mento. condutores que interliguem todas
das esferas rolantes, por questões As descidas podem ser dimensio- as descidas.
didáticas, não será abordado aqui, nadas dependendo das caracterís-
já que em grande parte dos proje- ticas da edificação e do projeto
tos de SPDA, o método Franklin, dos captores. O objetivo deste anel é evitar
continua sendo utilizado sem di- que ramificações das descar-
▪▪ Podem ser dispensados gas atmosféricas possam atin-
ferenças significativas.
condutores de descida quando gir lateralmente a edificação
Os condutores que formam os existir condutores de descidas e causar danos significativos.
captores podem ser de cobre, alu- naturais (estruturas metálicas de
mínio ou aço galvanizado a quen- torres, postes, mastros e armadu-
te. Veja a relação dos materiais ras de aço interligadas de postes
dos captores com a seção: Além disso, em cada descida, de-
de concreto) na edificação, desde
verá ser instalado um eletrodu-
que sigam contínuas até a base da
to e uma caixa de inspeção com
construção.
Seção dos conector de metal nobre, para
Material captores ▪▪ Pode ser dimensionado apenas garantir a conexão dos captores à
(mm²) um único condutor de descida malha de aterramento e permitir a
quando o captor for do tipo desconexão das descidas para me-
Cobre 35 Franklin, instalado em um único dir a resistência de aterramento.
Alumínio 70 mastro que não represente uma
A cada 20 m de altura ou fração,
descida natural.
Aço deverá ser efetuada uma interliga-
▪▪ Quando houver anel de capto- ção dos condutores: neutro, terra
galvanizado
res (tanto do tipo gaiola de Fara- e das massas de todos os elemen-
a quente ou 50
day, quanto Franklin), deverão ser tos metálicos presentes naquela
embutido em realizadas várias descidas, com fração de altura. Deverão ser in-
concreto afastamento padronizado con- terconectados a um barramento
Tabela 23 - Material vs. secção dos cap- forme a tabela a seguir, apresen- de equalização que também deve-
tores. tando, pelo menos, um condutor rá ser interligado ao aterramento.
Fonte: ABNT (2005, Tabela 3). de descida em cada vértice da A tabela a seguir relaciona os ma-
edificação. teriais dos captores com a área de
secção:

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 75


Descidas para estruturas Descidas para estruturas
Anéis intermediários
Material com altura de até 20 m com altura superior a 20
(mm²)
(mm²) m (mm²)
Cobre 35 16 35
Alumínio 70 25 70
Aço Galvanizado a
quente ou embutido em 50 50 50
concreto
Tabela 25 - Material vs. secção dos captores.
Fonte: ABNT (2005, Tabela 3).

Observe que é considerada a for- Normalmente são usados eletro-


mação dos anéis intermediários (a dos em forma de hastes, de 2,4 m
DICA
cada 10 m de altura) e as descidas de comprimento, com diâmetro
apresentam seções diferentes de- Uma ligação equinopoten- de 5/8” e alma de aço e revesti-
pendendo da altura da edificação. cial, como o próprio nome mento de cobre de 254 µm. Os
sugere, serve para deixar
condutores horizontais são espe-
todos os pontos interliga-
dos com o mesmo poten- cificados conforme a tabela:
Seção 4 cial.
Projeto do aterramento Eletrodo de
Material aterramento
Agora que você já estudou o pro-
O principal elemento de uma ma- (mm²)
jeto de descida, na seção 4, estu-
lha de aterramento é o eletrodo.
dará outra parte do processo de Cobre 50
Este elemento possibilita a interli-
proteção contra descargas atmos-
gação de todo SPDA ao solo. Os Alumínio -
féricas, que é o projeto de aterra-
eletrodos de aterramento podem
mento. Aço
ser formados por (ABNT, 2005,
Esta parte do projeto é extrema- galvanizado
p. 12):
mente importante, pois um mau a quente ou 80
aterramento contribui para difi- ▪▪ Armaduras de aço das funda- embutido em
cultar o caminho do raio, aumen- ções da edificação; concreto
tando o aquecimento dos condu- ▪▪ Condutores horizontais em Tabela 26 - Material vs. secção dos ele-
tores de captação e de descida, anel enterrados no solo; trodos de aterramento.
podendo causar sua explosão e Fonte: ABNT (2005, tabela 3).
▪▪ Hastes verticais enterradas no
até mesmo a infiltração do raio
solo;
para outras partes da edificação,
▪▪ Condutores horizontais radiais A montagem dos eletrodos pode-
causando danos a pessoas e equi-
(conhecidos como “pés de gali- rá ser composta por condutores
pamentos. A resistência de aterra-
nha”). horizontais (formando um anel
mento recomendada pela norma
ao redor da edificação) e verticais
NBR 5419 é de aproximadamente
(incluindo uma haste de aterra-
10 Ohms.
mento ao final de cada descida,
Se a edificação possuir mais de DICA pelo menos): esta montagem é re-
um sistema de aterramento, todos Devem-se evitar conduto- comendada principalmente quan-
deverão ser interligados através de res em forma de fita ou pla- do não se pode utilizar a armação
uma ligação equipotencial de bai- cas devido à corrosão. metálica de sustentação da edifi-
xa impedância. cação (caso seja constatado que
esta armação não é totalmente
interligada).

76 CURSOS TÉCNICOS SENAI


DICA
A quantidade de eletrodos não naturais deve ser aumentada para
garantir a rápida dissipação da energia do raio.

As conexões principais entre todos os condutores de um SPDA devem


ser realizadas com conectores de metais nobres e, em alguns casos, com
soldas exotérmicas, que garantem a condutividade elétrica entre os con-
dutores interligados.
Na unidade que acabou de estudar, você acompanhou conceitos e pro-
cedimentos necessários para a proteção contra as descargas atmosféri-
cas, os raios.
A 5ª e última unidade tem por finalidade comentar e apresentar os prin-
cipais documentos envolvidos na elaboração de um projeto elétrico pre-
dial, além de relacionar com o uso de ferramentas de desenho auxiliado
por computador, trazendo conceitos práticos para o projetista.

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 77


Unidade de
estudo 5
Seções de estudo

Seção 1 - Introdução
Seção 2 - Desenhos e pranchas
Seção 3 - Memorial descritivo
Seção 4 - Listagem de materiais e
serviços
Documentação Para Projetos

Seção 1
Introdução
Diferente do que se pensa, o pro- ▪▪ Prumada elétrica;
jeto não é apenas uma “planta ▪▪ Planta baixa com esquema elétrico;
assinada”, mas um conjunto de
documentos que tem por finali- ▪▪ Diagrama unifilar;
dade orientar o construtor para ▪▪ Detalhes de caixas de passagem;
a correta execução das instala- ▪▪ Detalhes do ramal de ligação de energia elétrica;
ções. Neste contexto, a própria
NBR5410:2004 estabelece que o ▪▪ Detalhes do ramal de entrada de energia elétrica;
projeto elétrico deve conter, no ▪▪ Esquemas de ligação entre quadro geral de medidores e barramento
mínimo (WALENIA, 2009, p. de equipotencialização;
281): ▪▪ Detalhes sobre o quadro geral de medidores.
▪▪ Planta dos pavimentos;
▪▪ Esquemas unifilares; Uma imagem vale mais do que mil palavras!
▪▪ Outros esquemas, quando
aplicáveis;
Estes desenhos são montados em folha no formato A2, A1 ou A0, apre-
▪▪ Memorial descritivo da insta-
sentando legenda e campos com os nomes dos desenhos. Essa folha é
lação;
chamada de prancha ou leiaute impresso e é o documento mais usado
▪▪ Especificação dos componen- pelo eletricista que executa o serviço, por isso, os desenhos e textos ex-
tes; plicativos que a compõe devem ser visíveis, diretos e em linguagem que
▪▪ Parâmetros de projeto; facilite sua compreensão.
▪▪ Manual do usuário para insta- A seguir, é apresentado um exemplo de prancha.
lações sem equipe de manuten-
ção;
▪▪ Aspectos construtivos e infor-
mações sobre segurança durante
a execução de trabalhos.

Na próxima seção, serão apresen-


tados os principais desenhos que
compõem um projeto elétrico.

Seção 2
Desenhos e pranchas
Os desenhos são extremamente
importantes, pois facilitam a in-
terpretação de projetos. A seguir
são citados os principais desenhos Figura 42 - Exemplo de prancha em formato A0 para projeto elétrico predial.
que compõe um projeto elétrico
predial:

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 79


A legenda deve conter informações sobre o responsável técnico, pro- A ferramenta CAD, além de pa-
prietário, obra e resumo da prancha, além de campos para a assinatura dronizar a criação de desenhos,
do cliente e do responsável técnico. possibilitou que os mesmos fos-
Veja a figura: sem armazenados virtualmente,
eliminando a necessidade de ar-
quivos físicos.
Além da ferramenta CAD existem
ainda as ferramentas CAE (compu-
ted aided engineering → engenharia
auxiliada por computador) que
automatizam cálculos complexos,
permitindo a realização de simula-
ções, geração de listas de materiais
a partir de desenhos, entre outros.
Os desenhos podem ser basica-
mente divididos em dois tipos:
desenhos de detalhes e desenhos
de esquemas.
Os desenhos de detalhes repre-
sentam aspectos de montagem
ou construtivos e devem trazer
informações dimensionais sobre
as partes, veja:

Figura 43 - Exemplo de legenda de projeto.

Antigamente as pranchas eram desenhadas em pranchetas de desenho,


utilizando esquadros, transferidores e canetas de diferentes espessuras
de pontas. Mas a evolução dos computadores influenciou bastante a for-
ma de produzir documentos e desenhos. Hoje os desenhos são produ-
zidos utilizando softwares chamados de CAD (computed aided design →
desenho auxiliado por computador).

80 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Figura 44 - Exemplo de desenho de detalhe.

Já os desenhos de esquemas não


possuem características dimensio-
nais e se destinam a informar as-
pectos relacionados à montagem
simplificadamente. Veja a próxi-
ma figura:

Figura 45 - Exemplo de desenho de esquema (diagrama unifilar).

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 81


Figura 46 - Exemplo de desenho de esquema (prumada elétrica).

Seção 3
DICA DICA
Memorial descritivo
Para construir o desenho Escrever um memorial
de um detalhe elétrico, o descritivo claro e conciso
É elaborado na forma de texto,
projetista não precisa ser facilita a interpretação de
contendo tabelas, esquemas re-
um ótimo desenhista, bas- decisões, auxiliando o pro-
ta fazer desenhos simples, presentativos (se for necessário) e
fissional na descoberta de
usando textos explicativos termos técnicos compatíveis. falhas.
para esclarecer sobre o que Neste documento, você deve
trata o desenho. apresentar as soluções adotadas
durante o dimensionamento de
componentes do projeto, além O memorial poderá apresentar as
de especificar os detalhes para a seguintes informações (WALE-
Na próxima seção, você aprende- execução da obra. O memorial NIA, 2009, p. 282):
rá a elaborar o documento me- poderá ser utilizado para esclare-
morial descritivo e conhecerá a ▪▪ Identificação da obra, proprie-
cimentos técnicos e é documento tário, profissional (título, registro
importância desse documento no fundamental para análise em au-
desenvolver do projeto. no conselho regional de engenha-
ditorias e processos judiciais, apu- ria e anotação de responsabilida-
rando se as falhas foram come- de técnica sobre o serviço contra-
tidas por que projetou ou quem tado) e descrição do serviço a ser
executou a obra. realizado.

82 CURSOS TÉCNICOS SENAI


▪▪ Descrição de parâmetros
pré-definidos, como caracterís-
Seção 4
ticas da rede de distribuição de Listagem de materiais e
energia, análise de consulta prévia serviços
para abastecimento de energia,
condições climáticas, condições Na seção 4, serão apresentados
de fornecimento de energia esta- itens importantes para elabora-
belecidas pela concessionária de ção de uma listagem de materiais
energia elétrica etc. de serviço e os benefícios dessa
▪▪ Descrição da tomada de listagem no desenvolvimento do
decisões e sua justificativa, como projeto.
local selecionado para instalação A listagem de materiais pré-es-
do ramal de energia elétrica, tipo tabelecido no projeto, contribui
de SPDA a ser instalado, divisão para a prevenção de desperdícios
de circuitos elétricos, cálculo de e na escolha de componentes não
demanda etc. recomendados no projeto.
▪▪ Associação com os desenhos A especificação de materiais de-
apresentados em prancha e pende essencialmente do conheci-
complementação de informações mento de catálogos de fabricantes
relacionadas. e especificações de fornecedores.
▪▪ Citação da base de cálculo e Para tanto, uma lista de materiais
da tomada de decisões a partir completa deve conter os seguintes
de normas técnicas estabelecidas campos:
pela ABNT, concessionária de ▪▪ Nº do item;
energia elétrica, corpo de bom-
beiros, Ministério do Trabalho ▪▪ Nome do item;
etc. ▪▪ Descrição do item;
▪▪ Quantidade;
O projetista deverá indicar no ▪▪ Unidade de medida;
memorial descritivo todas as so-
luções não-convencionais ou não- ▪▪ Observações.
padronizadas, para execução da
instalação, justificando o porquê Além destes campos, para facili-
dessa solução. tar o gerenciamento do custo da
obra/serviço, poderão existir os
seguintes:
▪▪ Modelo recomendado pelo
fabricante;
▪▪ Fabricante recomendado;
▪▪ Código do fornecedor de
cotação;
▪▪ Fornecedor de cotação;
▪▪ Preço unitário do fornecedor;
▪▪ Preço total do fornecedor.

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 83


Finalizando
O conteúdo de projetos elétricos prediais é extremamente amplo. Este material didático apresenta
uma parte desses conteúdos. Para seu maior aprofundamento nesta área, sugere-se que se utilize
de outras fontes de conhecimento para complementar seu aprendizado, pois o conhecimento é
dinâmico: está sempre em movimento.
Esperamos que tenha aproveitado ao máximo os recursos disponibilizados pelo SENAI para esta
disciplina, seja por este livro, ou por laboratórios e professores capacitados, e que esse material
tenha lhe esclarecido o papel do projetista dentro de uma instalação elétrica. Que você possa usar,
com êxito, todo conhecimento adquirido através desse material, no dia-a-dia da sua profissão e
dentro da sociedade.

PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS 85


Referências
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5444 - Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais: simbologia. Rio de Ja-
neiro, RJ: ABNT, 1989. 9 p.

▪▪ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Lighting. NBR 5413 - Ilu-


minação de interiores: procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1992. 13 p.

▪▪ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: Instalações elé-


tricas de baixa tensão. Rio de Janeiro - RJ: ABNT, 2005.

▪▪ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5419 - Proteção de


estruturas contra descarga atmosféricas. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ: ABNT, 2005. 42 p.

▪▪ BASOTTI, Márcio Rogério. Eletricidade: instalações industriais. Sapucaia do Sul-RS:


Centro de Educação Profissional SENAI de Eletromecânica, 2001. 124 p.

▪▪ CARVALHO, Moisés Roberto Lanner. Apostila Instalações Elétricas De Baixa Ten-


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▪▪ CAVALIN, Geraldo; CERVELIN, Severino. Instalações Elétricas Prediais. 15. ed. São
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▪▪ COTRIM, Ademaro A. M. B. Instalações Elétricas. 4. ed. São Paulo: Editora Prentice


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▪▪ CREDER, Hélio. Instalações Elétricas. 14. ED. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e
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▪▪ SENAI/SP. Apostila do Curso de eletricidade predial. São Paulo: SENAI/SP, 2001.

▪▪ SENAI/SP. Normas e Simbologias para Instalações Elétricas Prediais. São Paulo:


SENAI/SP, 2002a.

▪▪ WALENIA, Paulo Sérgio. Curso técnico em eletrotécnica: projetos elétricos industriais,


módulo 2, livro 11.Curitiba: Base Didáticos, c2008. 288 p.

88 CURSOS TÉCNICOS SENAI

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