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"Nãos nos interessa, senão indiretamente, nesse ensaio, a importância do negro na vida
estética, muito menos no puro progresso econômico, do Brasil. Devemos, entretanto,
recordar que foi imensa. No litor agrário, muito maior, ao nosso er, que a do indígena.
Maior, em certo sentido, que a do português." (p. 369)
Indígena x negro
Explicação para uso de trabalho forçado africano, não indígena: questão mais social que
biológica e psicológia, embora o autor não dispense estas explicações:
Indígenas tinham hábitos nômades, - incapacitação para o trabalho agrícola regular
Africanos: a criação de gado e outras práticas já eram realizadas em solo africano, havia
familiaridade com essas práticas
MAS
"Os antecedentes e as predisposições de cultura é que devem ser tomados em maior
conta" (p. 373)
Nota: Em Hollanda, percebe-se que a língua portuguesa era próxima à língua dos tupis e
a religião católica não foi tão difcilmente aceita por eles, que já tinham certa inclinação a
esse tipo de crença; assim, talvez por hábito, mas não por expedição colonizadora, os
indígenas tenham propagado essas 'aquisições'
"(…) interessam-nos menos as diferenças de antropologia física (que ao nosso ver não
explicam inferioridades ou superioridades humanas, quando transpostas dos termos de
hereditariedade de família para os de raça) que as de antropologia cultural e de história
social africana." (p. 387)
Hereditariedade x meio
Importaram-se para o Brasil, da área masi atingida pelo Islamismo, negros maometanos
de cultura superior À dos indígenas e à maioria dos colonos brancos (majoritariamente
portugueses analfabetos e semi-analfabetos
"(…) nas senzalals da Bahia de 1935 havia talvez maior número de gente sabendo ler e
escrever do que no alto das casas-grandes" (p. 382)
"(…)não raro, ricos fazendeiros do interior encareegavam seus amigos do litoral de lhes
arranjar um genro que em vez de quaisquer outros dotes apenas soubesse ler e
escrever" (p. 382)
Houve transporte de africanos para o Brasil de mais de uma região; não foi apenas
de origem do banto
"A formação brasileria foi beneficiada pelo melhor da ultura negra da África,
absorvendo elementos por assim dizer de elite que faltaram na mesma proporção
ao sul dos Estdos Unidos" (p. 382)
As costas da Serra Leoa, Angola e os portos do golfo do Guine fteriam sido os
principais mercados de escravos para o Braisl
1891
Conselheiro Rui Barbora, ministro do Govero Provisório (pós proclamação da Rep.):
madoou queirmar os arquivos da escravidão, o que tornou extremamente difícil a tarefa
de rastrear a imigração de negros para o Brasil
Fulas: "negros de raça branca"; mistura de sangue hamítico e árabe; por isso eram
considerados por muitos superiores aos demais neros
Banto: mais acaraceristicamente negros (cabelo muito crespo e nariz achatado)
Colonização do Brasil mais beneficiada que a dos EUA
O Brasil foi menos atingido que os EUA pelo suposto mal da "raça inferior"; meior
número de fula-fulos e semi-hamitas (falsos negros) entre os imigrantes da África para o
Brasil;
Não há evidência de leva desses africanos para a América Inglesa em significativa
proporção; no Brasil, todavia, esta desabrochou escolas, movimentos ee organizações
que acusam uma "verdadeira elite malê" (p. 388) no país
A colonização para o Brasil se realiizou pricipalmente com bantos e sudaeses (de áreas
agrícolas e pastoris)
Nina Rodrigues: "proeminência intelectual e moral" dos negros importados para o Brasil
(p. 393)
Minas e fulas: negras de pele mais clara, mais próximas à domestização dos brancos;
eram trazidas como escravas mas frequentemente eram transformadas em "donas de
casa", "amigas" e "caseiras" dos brancos ou preferidas como cozinheiras e mucamas,
enquanto eram "amantes" delels.
Mestiçagem
Burton (séc.XIX): litoral: possível a escola de casametos entre brancos
Interior: o mulatismo tornara-se um "mal necessário" (p. 390)
Menos por casamento que por uniões irregulares entre brancos e escravas (inclusive os
homens tinham certa aversão ao casamento)
Influência islamita
O Islamismo floresceu no Brasil de forma considerável; vários escravos pregavam contra
o cristianismo e liam o Alcorão
Cristianismo:influência maometana, assim como influência animista e fetichista dos
indígenas
Predisposição dos negros para o protestantismo: resquíio de preconceitos
anticatólicoos, de origem maometana. (ver Hollanda)
Islamismo: trazidos pelos escravos malês
Havia seleção de negras que tinham maior contato com o homem branco da casa-grande
(tinham de ser belas, altas, etc)
Relações incestuosas eram comuns; parentes brancos casavam-se com frequência para
conservar o "sangue puro" e também escravos e brancos de mesma filiação paterna
mantinham relações.
OS casamentos eram festas grandes, em que matavam-se muitos animais, festas que
duravam de seis a sete dias.
Educação: No início do séc XIX, Tollenare constata que muitos pais não permitiam às
filhas a alfabetização; mas outros confiavam-nas aos Recolhimentos: aí aprendiam a ler,
a escrever e a rezar.
Nota: recolhimento - casa de estadia comandadas por líderes religiosos católicos
(diferente de conventos); têm fim educativo a parti do séc. XVIII
"No tempo do Império, com a rivalidade entre os partidos, os negros das senzalas, tanto
quanto os brancos das casas-grandes, dividiam-se em 'liberais' e 'conservadores' e
participavam das rixas eleitorais dos brancos, esfaqueando-se (…)" (p. 426)
Os escravos defendiam os senhores, a princípio contra o ataque dos indígenas às casas-
grandes, mas também servindo depois nas guerras contra a Holanda, nas expedições
contra os quilombos e na Guerra do Paraguai.
Influências senzala sobre casa-grande
Meninos brancos (casa-grande)
Como muitas mães morriam cedo, aos quize anos, logo após o casamento (muitas vezes
após o parto), ficava o menino para cuidado das mucamas(os maridos seguiam casando-
se com as parentes mais jovens da falecida esposa); assim, muitos meninos foram
criados inteiramente pelas mucamas, entre os escravos da casa-grande, conversando
quasei inteiramente com eles e cedo perdendo a virgindade, o que também ocorria com
as mães ainda vivas. Assim, acentuavava-se a culpabilização dos escravos pela má
educação dos senhores brancos, pela linguagem afastada do português europeu, pelos
vícios e pela luxúria:
"Sempre estive persuadido que a palavra escravidão desperta as ideias de todos os vicios
e crimes; sempre lastimei, finalmente, a sorte dos tenros meninos brasileiros, que
nascendo e vivendo entre os escravos, recebem desde os primeiros anos as funestas
impressões dos contagiosos exemplos desses seres degenerados" (p. 434)
Freyre: a citação não atribui ao negro, à "raça inferior" as consequências da senzala
sobre a casa-grande; atribuem-nas aos escravos, ao fato social e não ao étnico.
"procurem interpretar os males e vícios da formação brasileira, menos elo negro ou pleo
português, do que pelo escravo" (p. 434)
Não apenas os meninos de engenho, mas também os da cidade, ostentavam um trato
sadita em relação aos moleques escravos (eram tidos como "meninos-diabo"),
praticando inúmeras formas de crueldaade contra eles, o que se reflete nos jogos
infantis coloniais, extremamente agressivos. Esse mórbito deleite de tratar mal escravos
e também animais "é de todo o menino brasileiro atingido pelo sistema escravocrata" (p.
454)
Após esses maus-tratos, seguia-se a iniciação sexual com as escravas negras, prática
também resultada do sistema econômico escravocrata, não como expressão da raça
negra ou do seu meio-sangue. No entanto, Freyre ressalta a culpa que até então se dá às
negras e mulatas pela antecipação sexual do rapaz brasileiro. No entanto, essa prática
era promovida pelos senhores de engenho e por suas esposas e ordenada pelos
"sinhôs", pois era onsiderado glorioso o rapaz que cedo entrasse na vida sexual e que
não tardasse a engravidar as negras, para aumentar o número de escravos do patriarca.
Na casa-grande, eram comuns também frequentes mimos aos meninos brancos e a
alguns mulatos do ambiente doméstico; assim, há duas linhas de criação: o excesso de
mimo e a liberdade precoce para os "sinhôs" cedo violentarem escravas, abusarem de
animais, etc. - constituíram vícios de educação, talvez inseparáveis do regime
escravocrata - dentro do qual se formou o Brasil" (p. 459)
Não trata-se de clima ou de raça; Freyre aponta que, nos EUA, por exemplo, também
ocorriam essas relações sexuais, de modo que os meninos do sul dos EUA anteciparam-
se na vida sexual em relaçõ aos do norte, assim como, no Brasil, os meninos do litoral
anteciparam-se em relação aos meninos do sertão, áre atingida menos diretamente pela
escravidão.
Os meninos também eram cedo iniciados em outras preocupações, pois, por exemplo,
era comum estarem armados, prontos a ataques de animais e de indígenas aos
engenhos;
Escravos domésticos
A casa-grande fazia subir da senzala uma série de indíviduos para exercer atividades
domésticas masi íntimas, como amas de criar, irmãos de criação dos meninos brancos,
etc.
O lugar na família não era como o dos escravos da senzala, pois eram tratados como
pessoas da casa, próximos aos parentes pobres agregados às famílias na Europa. "À
mesa patricarcal das casas-grandes sentavam-se como se fossem da família numerosos
multainhos" (p. 435)
As relações entre escravos e senhores, nesse contexto, eram muito "doces",
singularidade em relação a outros países americanos escravocratas.
Para exercer essas atividades mais finas, procuravam-se escravos que atendessem a
qualidades físicas e morais. Procuravam-se negras bonitas e já abrasileiradas e
cristianizadas (menos boçais e mais ladinas).
Catolicismo no Brasil e condição religiosa do escravo
Por contágio e pressão social impregnou-se o escravo negro da religião dominante.
NO Brasil, país de profunda formação católica, sempre se fez mais questão que os
escravos tivessem formação religiosa do que nas Antilhas e no sul dos EUA, de modo que
muitos eram batizados no catolicismo antes de saírem da África
Muitas vezes o escravo que não chegava batizado deseja a qualidade de cristão, pois ele
era discrinado entre os outros escravos, que já eram critianizados. Assim, o negro sem
batismo se via como inferior frequentemente, pois era visto como animal até ter o
privilégio de ir à missa. "Não se pergunta aos escravos se querem ou não ser batizados; a
entrada deles no grêmio da Igreja Católica é considerada como questão de direito" (p.
436).
Muitas vezes transmitiam às crianças dogmas católicos;
Obtejito de Freyre: retificar a ideia que a senzala só influenciava a casa-grande
negativamente
Individualismox coletivismo
Sentimentos coletivistas: vindos da senzala; individualistas, da casa-grande.
Catolicismo no Brasil: Religião doméstica, intimista, festiva, "de relações quase de
família entre santos e homens" (p. 438)
Além do sistema de batismo de escravos, o catolicismo permitiu aos negros
conservarem, à sobra dos costumes europeu, tradições místicas africanas. Assim,
introduziram-se santos negros, conservando aos escravos uma parte no culto;
Insituição de Reis de Congo, por exemplo, tornou mais fácil a disciplina dos escravos
quanto ao cristianismo.
"A religião tornou-se ponto de encontro e de confraternização entre as duas culturas, a
do senhor e a do negro; e nunca uma intransponível ou dura barreira" (p. 439) (não que
não existisse forte pressão mora e doutrinatória sob os escravos)
Religião católica atuou como potência mralizadora no sentio eurpopeu, educativa e
abrasileirante (tese que vai contra o que postula Nina Rodrigues, ao afirmar que a
cataquese dos negros era um ailusão, visto que seriam intelectualmente incapazes e
elevar-se às abstrações do catolicismo.
A catequese ocorria como primeiro passo antes de integração à civilizzação que no Brasil
existia.