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SISTEMAS PROCESSUAIS
#ATENÇÃO: O doutrinador Geraldo Prado, prega que num Sistema Acusatório Puro, o Juiz não
pode produzir prova de ofício em nenhuma fase, ou seja, nem na fase de Investigação Preliminar e
nem na fase processual. Mas a Doutrina Majoritária (Eugênio Pacelli, Gustavo Badaró) entende que o
Juiz pode produzir prova de ofício, desde que seja apenas na fase processual. Na Fase Investigatória
Preliminar, o Juiz só deve agir quando provocado e desde que sua atuação seja necessária para
salvaguardar direitos e garantias fundamentais do investigado.
» Atualmente, ainda existe uma circunstância que revela atuação de um Juiz Inquisidor:
Art. 156, I, do CPP. A prova da alegação incumbe a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz,
de ofício: (...).
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas, consideradas
urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida.
» Por outro lado, o Art. 212, do CPP, reflete com primazia o que esperamos do Magistrado quanto à
gestão da prova no processo penal.
Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o
juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na
repetição de outra já respondida.
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição.
» Cumpre registrar, ainda, que no Sistema Acusatório o Princípio da Verdade Real é substituído pelo
Princípio da Busca da Verdade, devendo a prova ser produzida com fiel observância ao contradi-
tório e à ampla defesa.
c) SISTEMA MISTO (Sistema Francês): Há uma primeira fase Inquisitiva presidida por um Juiz e
uma segunda fase Acusatória, respeitando-se o devido processo legal.
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO:
#DEOLHONASÚMULA:
Súmula 707 do STF: Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarra-
zões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo.
PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA: inclui a defesa técnica (exercida por um profissional da advoca-
cia, dotado de capacidade postulatória, seja ele advogado constituído, nomeado ou defensor público) e
autodefesa (aquela exercida pelo próprio acusado, em momentos cruciais do processo).
#DEOLHONASÚMULA:
Súmula 522 - STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica,
ainda que em situação de alegada autodefesa.
PRINCÍPIO DO NEMO TENETUR SE DETEGERE: o preso será informado de seus direitos, entre os
quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado. O direito ao
silêncio é uma decorrência do nemo tenetur se detegere, segundo o qual ninguém é obrigado a produzir
prova contra si mesmo.
genuinamente processual, o critério a ser aplicado é o do Art. 2º do CPP (Tempus Regit Actum), ou seja,
aplicação imediata:
Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados
sob a vigência da lei anterior.
Normas Processuais Heterotópicas: De acordo com a doutrina de Norberto Avena “Há deter-
minadas regras que, não obstante previstas em diplomas processuais penais, possuem conteú-
do material, devendo, pois, retroagir para beneficiar o acusado. Outras, no entanto, inseridas em
leis materiais, são dotadas de conteúdo processual, a elas sendo aplicável o critério da aplicação
imediata (‘tempus regit actum’). E aí que surge o fenômeno denominado de Heterotopia, ou seja,
situação em que, apesar de o conteúdo da norma conferir-lhe uma determinada natureza, encon-
tra-se ela prevista em diploma de natureza distinta.” Ou seja, é uma norma que foi mal colocada.
É uma norma de essência processual inserida no Código Penal (ou na parte penal da legislação
especial), ou uma norma de essência material inserida no Código de Processo Penal (ou na parte
processual da legislação especial).
ATENÇÃO: Tais normas não se confundem com as normas processuais materiais (mista). Enquan-
to a Heterotópica possui uma determinada natureza (material ou processual), em que pese estar
incorporada a diploma de caráter distinto, a norma processual mista ou híbrida apresenta Dupla
Natureza, vale dizer, material em uma determinada parte e processual em outra. Como exemplo
de disposições Heterotópicas, pode ser citado o Direito ao Silêncio assegurado ao acusado em seu
interrogatório, o qual, apesar de previsto no CPP (Art. 186), possui caráter nitidamente assecura-
tório de direitos (material), assim como as Normas Gerais que trataram da Competência da Justiça
Federal, que, conquanto previstas no Art. 109 da CF/88, que é um diploma material, são dotadas de
natureza evidentemente processual.
Enquanto à lei penal se aplica o princípio da territorialidade (CP, art. 5o) e da extraterritorialidade
(CP, art. 7o), o CPP adota o princípio da territorialidade ou da lex fori – porque a atividade jurisdicional é
um dos aspectos da soberania nacional, logo, não pode ser exercida além das fronteiras do respectivo
Estado – Art. 1o, CPP.
Assim, em razão de tratados ou convenções que o Brasil haja firmado, ou mesmo em virtude de
regras de Direito Internacional, a lei processual deixa de ser aplicada aos crimes praticados por tais agen-
tes no território nacional.
INQUÉRITO POLICIAL
» O Inquérito Policial continua sendo o principal instrumento de que se vale o Estado para investiga-
ção de infrações penais, no entanto, atualmente, se reconhece a importância de outros instrumentos
investigatórios (Ex.: Procedimento de Investigação Criminal – PIC – presidido pelo MP; Investigação
Criminal Defensiva pelo Defensor; Investigações realizadas pelo COAF, etc.).
pode, evidentemente, padecer de vícios que o nulifiquem. Isto não significa, obviamente, que uma
determinada prova produzida no IP não possa vir a ser considerada nula no curso do processo crimi-
nal. Nessa hipótese, porém, a prova é que será nula e não o IP no bojo do qual ela foi realizada.
» Os vícios do inquérito não contaminam o processo, sendo incabível a anulação de processo penal
em razão de suposta irregularidade verificada em inquérito policial (Info 824 - STF).
» Indiciamento: é ato privativo da autoridade policial, segundo sua análise técnico-jurídica do fato, não
podendo o juiz determinar que o Delegado de Polícia faça o indiciamento de alguém. Para Aury
Lopes Jr., indiciar significa direcionar o inquérito, as investigações à determinada pessoa. Agora não
é mais “possível” que ela seja a responsável, mas sim “provável”. Segundo o autor, indiciar nada mais
é do que atribuir a alguém a prática de um fato delituoso, saindo-se de um juízo de possibilidade
para um juízo de probabilidade, mais robusto. É (a probabilidade) o que o Jacinto Coutinho chama
de verossimilhança.
» Não podem ser indiciados: a) Magistrados (art. 33, parágrafo único, da LC 35/79); b) Membros do
Ministério Público (art. 18, parágrafo único, da LC 75/73 e art. 40, parágrafo único, da Lei nº 8.625/93).
» Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de
Polícia.
» Súmula Vinculante nº 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
» A suspeição de autoridade policial NÃO é motivo de nulidade do processo, pois o inquérito é mera
peça informativa.
Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser decretado pela Autoridade Judicial competente,
para garantia da celeridade e da eficácia das diligências investigatórias, assegurando-se ao defen-
sor, no interesse do representado, amplo acesso aos elementos de prova que digam respeito ao
exercício do direito de defesa, devidamente Precedido de AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, ressalvados
os referentes às diligências em andamento.
Parágrafo Único. Determinado o depoimento do investigado, seu defensor terá assegurada a prévia
vista dos autos, ainda que classificados como sigilosos, no prazo mínimo de 3 DIAS que antecedem
ao ato, podendo ser ampliado, a critério da autoridade responsável pela investigação.
» Elementos de Informação são aqueles colhidos na fase investigatória, que é fase inquisitiva, sem
a participação das partes, ou seja, não há contraditório, nem ampla defesa (nem mesmo diante
das mudanças produzidas pela Lei nº 13.245/2016). Prestam-se à decretação de Medidas Cautela-
res e à Formação da Opinio Delicti (por isso mesmo jamais podem, isoladamente, ser usados para
fundamentar uma condenação, de acordo com a inteligência do Art. 155 do CPP – “O juiz formará
sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não poden-
do fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.” e Art. 5º, LV, da CF – “aos litigan-
tes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório
e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”).
» Provas: têm seu regime jurídico ligado ao contraditório judicial, eis que produzidas na fase judi-
cial perante o sistema acusatório, que é o sistema processual penal adotado no Brasil. São aquelas
produzidas com a participação do acusador e do acusado, e mediante a direta e constante supervi-
são do julgador (com o advento da Lei nº 11.719/08, adota-se o princípio da identidade física do Juiz
– Art. 399, § 2º, do CPP – “O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença”).
Existem, porém, certos Elementos de Informação produzidos durante o inquérito policial e que se
caracterizam como Provas, podendo, assim, ser tranquilamente levados em conta pelo Juiz para conde-
nar. São eles: as Provas Antecipadas, Cautelares e Não Repetíveis. Em relação a estas duas últimas, o
Contraditório é Diferido (adiado para a fase judicial).
» Elementos migratórios: são extraídos do inquérito e levados ao processo, podendo ser validamen-
te valorado em eventual sentença condenatória. Quais são os elementos migratórios? - PROVAS
IRREPETÍVEIS: são aquelas provas de iminente perecimento que não tem como ser refeitas na fase
processual (a evidência do fato desaparece depois), Exemplo: constatação de embriaguez ao volante;
ADVERTÊNCIA! O Delegado, em regra, autorizará a confecção da prova irrepetível.
As provas cautelares e irrepetíveis são colhidas de maneira inquisitiva e, quando levadas ao proces-
so, se submetem ao contraditório e a ampla defesa de forma diferida ou postergada.
PRAZOS DO INQUÉRITO
Para evitar dúvida, cabe fazer um esclarecimento em relação à tabela supracitada. Quando se fala
em Estadual e Federal é em relação a inquéritos que tramitam na JE ou na JF. Então, para saber o prazo
não levem em consideração se é PF ou PC, mas sim se o crime investigado no inquérito é de competência
da JF ou da JE.
#DICA: lembrem-se que a PF trabalha com inquéritos (IPLs) perante à JE e JF. Então, se liguem no
crime (se é de competência da JF ou da JE), para saber o prazo do IPL.
» Arquivamento: é afeto ao juiz, após requerimento fundamentado do MP, sendo vedada, ao delegado,
sua promoção (art. 17 CPP). Instaurado pela autoridade policial não pode ser por ela arquivado, ainda
que não fique apurado quem foi o autor do delito. O arquivamento é, portanto, um ato complexo,
que envolve prévio requerimento formulado pelo MP e posterior decisão do juízo competente.
» Arquivamento implícito: ocorre quando MP deixar de incluir na denúncia algum fato investigado ou
algum suspeito, sem expressa justificação (prática rechaçada pela jurisprudência).
» Arquivamento indireto: ocorre quando o MP não oferece a denúncia por considerar o juízo incompe-
tente. A decisão judicial de arquivamento do inquérito policial com fundamento na atipicidade do fato
praticado produz coisa julgada material, impedindo-se a reabertura das investigações preliminares
mesmo diante do surgimento de novas provas.
» A decisão judicial que determina o arquivamento do inquérito policial é, em regra, irrecorrível, embo-
ra caiba recurso de ofício no caso de crime contra a economia popular.
» Não cabe uso de MS pela vítima para tentar impedir o arquivamento do inquérito policial.
#SELIGA Justa Causa DUPLICADA: A expressão justa causa duplicada deve ser usada quando
se fala no Crime de Lavagem de Capitais (Lei nº 9.613/1998). Quando se oferece uma denúncia
contra alguém imputando Crime de Lavagem de Capitais, não basta demonstrar a ocultação ou
dissimulação de valores, sendo preciso também demonstrar que aqueles bens lavados (objeto da
lavagem) seriam produtos diretos ou indiretos de uma infração penal antecedente.
#CUIDADO Para o crime de furto a Ação Penal é sempre Pública Incondicionada? Não!
Art. 182 – somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido
em prejuízo:
I – se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou
violência à pessoa;
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.”
#NÃOOCONFUNDA
Art. 16 da Lei 11.340/06: Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de
que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência espe-
cialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério
Público.
#SELIGANASSÚMULAS
SÚMULA 594 DO STF: Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos, indepen-
dentemente, pelo ofendido ou por seu representante legal.
SÚMULA 542 DO STJ:A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência
doméstica contra a mulher é pública incondicionada.
SÚMULA 608-STF: No crime de estupro, praticado mediante violência real, a ação penal é pública
incondicionada.
#DEOLHONAJURIS A Súmula 608 do STF permanece válida mesmo após o advento da Lei
nº 12.015/2009. Assim, em caso de estupro praticado mediante violência real, a ação penal
é pública incondicionada. STF. 1ª Turma. HC 125360/RJ, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac.
Min. Alexandre de Moraes, julgado em 27/2/2018 (Info 892).
JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
ESPÉCIES DE COMPETÊNCIA
RATIONE MATE- É aquela que leva em consideração a natureza da infração penal (art. 69, III,
RIAE CPP). Ex. Justiça Militar, Justiça Eleitoral, Tribunal do Júri.
RATIONE É aquela que leva em consideração os casos de foro por prerrogativa de
FUNCIONAE função.
Será fixada seja pelo lugar da infração, seja pelo domicílio ou seja pela residência
RATIONE LOCI
do réu (art. 69, I e II, CPP).
É a distribuição feita pela lei entre diversos juízes da mesma instância ou de
instâncias diversas para, em um mesmo processo, praticar determinados atos.
COMPETÊNCIA
Ex. No Tribunal do Júri compete ao juiz sumariante exercer a competência na
FUNCIONAL
1ª fase (iudiciumaccusationis) e ao Juiz Presidente do Tribunal do Júri exercer a
competência na 2ª fase (iudicium causae).
TEORIA DO RESULTADO: A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consu-
mar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. Não
sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu.
#EXCEÇÕES
No JECRIM aplica-se a teoria da atividade (a competência será do lugar da ação ou omissão). Por
sua vez, na ação penal privada, a competência será do lugar da infração ou do domicílio do réu
(foros concorrentes). Também há a exceção nos casos de crime contra vida, em que a competên-
cia será determinada pela teoria da ATIVIDADE. Assim, no caso de crimes contra a vida (dolosos
ou culposos), se os atos de execução ocorreram em um lugar e a consumação se deu em outro, a
competência para julgar o fato será do local onde foi praticada a conduta (local da execução).
CONEXÃO: Casos de concurso de pessoas (conexão intersubjetiva); infrações praticadas para faci-
litar ou ocultar outras (conexão objetiva ou teleológica); prova de uma infração influir na prova de outra
(conexão instrumental ou probatória). Gera unidade de processo e julgamento.
CONTINÊNCIA: Casos de pessoas acusadas pela mesma infração (continência por cumulação
subjetiva) e casos de concurso formal de delitos, aberratio ictus e aberratio criminis com duplo resultado
(continência por cumulação objetiva). Gera unidade de processo e julgamento.
#SELIGA
» Competência em casos de conexão e continência: crime mais grave maior número de infrações
prevenção.
» Súmula 235 STJ: a conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado.
INFRAÇÕES OCORRIDAS EM NAVIOS OU AERONAVES: Serão julgadas pela Justiça Federal. Para
que o crime seja de competência da Justiça Federal, é necessário que o navio seja uma “embarcação
de grande porte”. Logo, se o delito for cometido a bordo de um pequeno barco, lancha, veleiro etc., a
competência será da Justiça Estadual.
» Viagens nacionais (competência do lugar em que o avião ou navio parar primeiro após a consumação
do crime);
#COLANARETINA
#BORADETABELA?
» A competência do TJ e do TRF é excepcionada pela competência do TRE para julgamento dos crimes
eleitorais. O mesmo não ocorre com o STF e com o STJ, que aglutinam competência para julgar infra-
ções eleitorais.
» O julgamento de contravenções penais será sempre da justiça estadual. A única exceção diz respeito
aos réus que possuem foro por prerrogativa na JF. Assim, alguém que tenha foro por prerrogativa de
função no TRF, caso pratique alguma contravenção, será julgado no TRF e não ao TJ.
» Foro por prerrogativa X deslocamento: as autoridades com foro por prerrogativa no TJ ou no TRF,
ao praticarem crime fora do Estado ou da região, serão julgadas no seu tribunal de origem.
» Foro por prerrogativa X Júri: autoridades com foro por prerrogativa na CF não vão a júri, pois serão
julgadas no seu Tribunal de origem. O mesmo não ocorre quando o privilégio é estabelecido apenas
na Constituição Estadual (Súmula 721 - STF).
#OLHAOGANCHO: o Júri prevalece sobre os demais órgãos, julgando os crimes dolosos contra a
vida e todas as infrações comuns eventualmente conexas.
» Justiça Especial prevalece sobre a comum. Exceção: justiça militar. Não se aplicam as regras de
conexão e continência (caso de separação obrigatória de processos).
1ª) prevalece o juiz que atua no local da consumação do crime mais grave (o que vale é a pena em
abstrato);
2ª) se os crimes têm a mesma gravidade, prevalece o juiz que atua no local da consumação do
maior número de infrações;
3ª) por sua vez, se os delitos têm a mesma gravidade e a mesma quantidade por comarca, preva-
lece o juiz prevento.
#SURRADESÚMULAS #TATUANAMEMÓRIA.
COMPETÊNCIA ESTADUAL:
Súmula 38-STJ: Compete a Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o proces-
so por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da
União ou de suas entidades.
Súmula 73-STJ: A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime
de estelionato, da competência da Justiça Estadual.
Súmula 104-STJ: Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação e
uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino.
Súmula 107-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de estelionato prati-
cado mediante falsificação das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias, quando
não ocorrente lesão à autarquia federal.
Súmula 140-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o indígena
figure como autor ou vítima.
Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é
firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não impor-
tando a qualificação do órgão expedidor.
Súmula 522-STF: Salvo ocorrência de tráfico para o exterior, quando, então, a competência será
da Justiça Federal, compete à justiça dos estados o processo e julgamento dos crimes relativos a
entorpecentes.
Súmula 498-STF: Compete a justiça dos estados, em ambas as instâncias, o processo e o julgamen-
to dos crimes contra a economia popular.
COMPETÊNCIA FEDERAL:
Súmula 122-STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos
de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, lI, “a”, do Código de Proces-
so Penal.
Súmula 147-STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra funcio-
nário público federal, quando relacionados com o exercício da função.
Súmula 200-STJ: O juízo federal competente para processar e julgar acusado de crime de uso de
passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou.
Súmula 208-STJ: Compete à justiça federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de
verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal.
Súmula 209-STJ: Compete à justiça estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba trans-
ferida e incorporada ao patrimônio municipal.
Súmula 528-STJ: Compete ao juiz federal do local da apreensão da droga remetida do exterior
Súmula vinculante 36: Compete à Justiça Federal comum processar e julgar civil denunciado pelos
crimes de falsificação e de uso de documento falso quando se tratar de falsificação da Caderneta
de Inscrição e Registro (CIR) ou de Carteira de Habilitação de Amador (CHA), ainda que expedidas
pela Marinha do Brasil.
EXCEÇÕES
Se relaciona com a imparcialidade do juiz.
Só poderá ser arguida até a sentença.
SUSPEIÇÃO Salvo quando superveniente, deverá ser a primeira exceção alegada.
#ATENÇÃO Aplica-se a exceção de suspeição ao membro do MP, aos serven-
tuários e aos auxiliares da Justiça e aos Jurados, mas NÃO a autoridade policial.
Se aplica apenas para os casos de incompetência relativa.
INCOMPETÊNCIA
Pode ser oposta verbalmente ou por escrito, no prazo da defesa.
DE JUÍZO
Segue o mesmo procedimento da exceção de suspeição.
Para o caso de duplicidade de demandas idênticas (identidade de partes, fatos
LITISPENDÊNCIA
imputados e pedidos) tramitando simultaneamente.
#INFORMATIVOS #COLANARETINA
Indeferimento do pedido de incidente de falsidade formulado anos após a prova ter sido
juntada e depois da sentença condenatória. Não há nulidade na decisão que indefere pedido
de incidente de falsidade referente à prova juntada aos autos há mais de 10 anos e contra a qual a
defesa se insurge somente após a prolação da sentença penal condenatória, uma vez que a preten-
são está preclusa. STJ. 5ª Turma.RHC 79834-RJ, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 07/11/2017 (Info
615).
Se o acusado se recusa a participar do incidente, não pode ser obrigado a fazer o exame.
O incidente de insanidade mental é prova pericial constituída em favor da defesa. Logo, não é possí-
vel determiná-lo compulsoriamente na hipótese em que a defesa se oponha à sua realização. STF.
2ª Turma. HC 133.078/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 6/9/2016 (Info 838)
Ilegitimidade do corréu para ajuizar medida cautelar de sequestro de bens dos demais
corréus. João, Pedro e Tiago foram denunciados pela prática de sonegação fiscal (art. 1º, I, da Lei nº
8.137/90). O Ministério Público requereu ao juiz e foi autorizado o sequestro dos bens somente do
réu João, com base no Decreto-Lei 3.240?41: Art. 1º Ficam sujeitos a sequestro os bens de pessoa
indiciada por crime de que resulta prejuízo para a fazenda pública, ou por crime definido no Livro II,
Títulos V, VI e VII da Consolidação das Leis Penais desde que dele resulte locupletamento ilícito para
o indiciado. João, inconformado pelo fato de que apenas os seus bens foram atingidos pela decisão,
impetrou mandado de segurança pedindo que os bens dos outros réus (Pedro e Tiago) também
fossem sequestrados. Alegou que a medida constritiva deveria ter recaído sobre os bens de todos
os acusados, sob pena de ofensa aos princípios da isonomia e da proporcionalidade. O mandado
de segurança terá êxito? NÃO. O corréu — partícipe ou coautor — que teve seus bens seques-
trados no âmbito de denúncia por crime de que resulta prejuízo para a Fazenda Pública (DL
3.240/41) não tem legitimidade para postular a extensão da constrição aos demais corréus,
mesmo que o Ministério Público tenha pedido a medida cautelar de sequestro de bens
somente em relação àquele. STJ. 6ª Turma. RMS 48619-RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura,
julgado em 15/9/2015 (Info 570).
Será necessária a procuração se o Defensor Público for praticar algum dos atos para os quais
a lei exige poderes especiais. O art. 98 do CPP prevê que, para ser proposta exceção de suspei-
ção do juiz, o defensor precisa de procuração com poderes especiais. O Defensor Público que faz a
defesa do réu precisará de procuração com poderes especiais para arguir a suspeição do juiz? SIM.
É exigível procuração com poderes especiais para que seja oposta exceção de suspeição por
réu representado pela Defensoria Pública, mesmo que o acusado esteja ausente do distrito
da culpa. STJ. 6ª Turma. REsp 1431043-MG, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
16/4/2015 (Info 560).
DAS PROVAS
» Momento do interrogatório: Julgamento do HC 127900/AM, em 3/3/2016 (Info 816), o STF decidiu que
a realização do interrogatório ao final da instrução criminal, conforme o art. 400 do CPP, é aplicável
no âmbito de processo penal militar.
A realização do interrogatório ao final da instrução criminal, prevista no art. 400 do CPP, na redação
dada pela Lei nº 11.719/2008, também se aplica às ações penais em trâmite na Justiça Militar, em detri-
mento do art. 302 do Decreto-Lei nº 1.002/69. Em relação à Lei de Drogas, não se manifestou de forma
expressa, mas apenas em obter dictum, no sentido de que o interrogatório deveria ser feito apenas ao
final da instrução.
» Exame do corpo de delito: pode ser suprido pela prova testemunhal, mas não pela confissão.
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto
ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
a) Prevenir risco à segurança pública (suspeita que integre organização criminosa ou que possa
fugir);
c) Impedir influência do réu no ânimo da testemunha ou vítima, desde que não seja possível colher
o depoimento destas por videoconferência;
#ATENÇÃO:
PROVAS CAUTELARES: são aquelas provas que correm o risco de desaparecer em razão do tempo.
Nesses casos, coleta-se cautelarmente a prova, mas o contraditório será postergado para a instru-
ção probatória. Em regra, dependem de autorização judicial. Exemplo: interceptação telefônica
autorizada no curso da investigação.
PROVAS NÃO REPETÍVEIS: É aquela prova que não pode ser novamente produzida, devido ao
desaparecimento, destruição ou perecimento. Exemplo: perícia realizada na vítima de uma lesão
corporal leve que tende a desaparecer em poucos dias. Aqui, o contraditório também será diferido/
postergado.
PROVA ILÍCITA: aquela que viola garantia consagrada em norma constitucional ou legal. Pode ser
utilizada para absolver, mas não para condenar. Devem ser desentranhadas do processo.
Teoria da exclusão da ilicitude da prova: Preceitua que devem ser aplicadas as excludentes de
ilicitude catalogadas no art. 23 do CP, para justificar a conduta de quem produz a prova ilícita.
Doutrina da visão aberta: Também se configura como exceção da regra da exclusão da prova
ilícita. É legítima a apreensão de elementos probatórios quando, a despeito de não se tratar da
finalidade prevista no mandado de busca e apreensão, o objeto da apreensão é encontrado à plena
vista do agente policial. Deve ocorrer de maneira casual.
Teoria dos vícios sanados, da tinta diluída, do nexo causal atenuado ou limitação da mancha
purgada (purged taint): não se aplica a teoria da prova ilícita por derivação se o nexo causal entre
a prova primária e a secundária for atenuado em virtude do decurso do tempo, de circunstâncias
supervenientes na cadeia probatória, da menor relevância da ilegalidade ou da vontade de um dos
envolvidos em colaborar com a persecução criminal. Nesse caso, apesar de já ter havido a conta-
minação de um determinado meio de prova em face da ilicitude ou ilegalidade da situação que o
gerou, um acontecimento futuro expurga, afasta, elide esse vício, permitindo-se, assim, o aproveita-
mento da prova inicialmente contaminada.
Exceções da boa-fé (good faith exception): Preconiza que “a vedação às provas ilícitas visa inibir,
dissuadir, e desestimular violações aos direitos fundamentais, não seria possível dizer que a prova
seria ilícita quando, com base em um mandado de busca e apreensão ilegal expedido por um juiz
neutro e imparcial, mas posteriormente considerado como não fundado em indícios necessários
para sua expedição, o agente, desconhecendo tal ilicitude e havendo motivos razoáveis para acre-
ditar na sua validade, obtém provas decorrentes do cumprimento do mandado, tendo convicção de
que agia dentro da legalidade”.
Teoria da proporcionalidade (balancing test): Por esta teoria, deverá o magistrado realizar um
juízo de ponderação entre os diversos valores assegurados pela Constituição, tendo em conta a
intensidade e a quantidade da violação ao direito fundamental e o dano que poderá advir caso a
prova não seja admitida. No entanto, referida teoria não tem sido utilizada pelos tribunais para afas-
tar a ilicitude por derivação. A doutrina e a jurisprudência somente admitem a aplicação do princípio
da proporcionalidade para permitir a utilização da prova ilícita em benefício do acusado.
#CUIDADO: quando o art. 157, §2º, CP, faz menção à fonte independente, quis, na verdade, trazer
o conceito da limitação da descoberta inevitável.
#MAISGANCHOS
Súmula 455 - STJ: a decisão que determina a produção antecipada de provas com base no artigo
366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, não a justificando unicamente o mero decurso
do tempo.
O que é prova anômala? É a prova típica utilizada para fim diverso que a legislação lhe traz, com
características de outra prova típica. Sendo assim, existe um meio e um procedimento para esta
prova, o que não é respeitado, sendo utilizado outro meio para a sua realização. Exemplo de Renato
Brasileiro: Juiz não utiliza da carta precatória e pede para um oficial de justiça entrar em contato
com uma testemunha por telefone.
O que é prova irritual? É a que não observa o procedimento legal (existe procedimento previsto
em lei para a prova, mas ele não é observado). Conforme Brasileiro a prova irritual é “a típica colhida
sem a observância do modelo previsto em lei. Como essa prova irritual é produzida sem obediência
ao modelo legal previsto em lei, trata-se de prova ilegítima, passível de declaração de nulidade”.
Prova fora da terra é aquela produzida perante juízo distinto daquele em que se processou o feito,
como acontece no caso de carta rogatória ou precatória.
» Busca e Apreensão: embora esteja inserida no CPP como meio de prova, sua natureza jurídica é de
meio de obtenção de prova.
Em regra, documento em poder do advogado do réu não pode ser apreendido, salvo:
• Quando o documento é o corpo de delito do crime praticado pelo cliente (art. 243, §2º, CPP). Ex.:
escritura falsa;
• Quando o advogado é participante do crime, deixando, portanto, de ser (só) advogado (o advogado
#ATENÇÃO #SAINDODOFORNO
Info 640 do STJ – É impossível aplicar a analogia entre o instituto da interceptação telefônica e o
espelhamento, por meio do Whatsapp Web, das conversas realizadas pelo aplicativo Whatsapp.
SUJEITOS DO PROCESSO
IMPEDIMENTO SUSPEIÇÃO
I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de
I - Tiver funcionado seu cônjuge ou parente, qualquer deles;
consanguíneo ou afim, em linha reta ou cola- II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descen-
teral até o terceiro grau, inclusive, como defen- dente, estiver respondendo a processo por
sor ou advogado, órgão do Ministério Público, fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja
autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito; controvérsia;
II - Ele próprio houver desempenhado qualquer III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consan-
dessas funções ou servido como testemunha; güíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive,
III - tiver funcionado como juiz de outra instân- sustentar demanda ou responder a processo
cia, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre que tenha de ser julgado por qualquer das
a questão; partes;
IV - Ele próprio ou seu cônjuge ou parente, IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;
consanguíneo ou afim em linha reta ou cola- V - se for credor ou devedor, tutor ou curador,
teral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou de qualquer das partes;
diretamente interessado no feito. Vl - se for sócio, acionista ou administrador de
sociedade interessada no processo.
Rol taxativo. Presunção absoluta de parcialidade. Presunção relativa de parcialidade.
ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO:
Trata-se da figura do ofendido, seu representante legal ou seus sucessores, que
CONCEITO: poderão atuar na ação penal pública como assistentes do Ministério Público. O
requerente deve estar assistido por profissional habilitado ou Defensor Público.
FLAGRANTE PRÓPRIO Aquele em que o agente está cometendo a infração penal ou que acaba de
OU REAL: cometê-la;
FLAGRANTE IMPRÓ- Aquele em que o agente é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo
PRIO, IRREAL OU ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor
QUASE FLAGRANTE: da infração;
FLAGRANTE PRESUMI-
Aquele em que o agente é encontrado, logo depois, com instrumentos,
DO, FICTO OU ASSIMI-
armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração;
LADO:
D) FLAGRANTE
Cria provas de um delito inexistente. É ilegal.
FORJADO OU URDIDO:
FORMALIDADES DO FLAGRANTE
» Em 24h enviar os autos ao juiz, entregar a nota de culpa e encaminhar cópia do auto à Defensoria
(caso não tenha advogado).
PRISÃO TEMPORÁRIA: só pode ser determinada no inquérito policial e pelo prazo de 5 dias,
podendo ser prorrogada por mais 5 dias. Nos crimes hediondos, o prazo é de 30 + 30.
b) Réu não possuir residência fixa ou não fornecer elementos para sua identificação;
c) Haver fundadas razões de autoria ou participação nos seguintes crimes: homicídio doloso,
sequestro ou cárcere privado, roubo, extorsão, extorsão mediante sequestro, estupro, atentado
violento ao pudor, rapto violento, epidemia com resultado morte, envenenamento de água potá-
vel ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte, quadrilha ou bando (associação
criminosa), genocídio, tráfico de drogas, crime contra o sistema financeiro, crimes previstos na Lei
de Terrorismo.
PRISÃO PREVENTIVA (ART. 311 E SEGUINTES): Visa à garantia da ordem pública, garantia da
ordem econômica, instrução do processo penal ou aplicação da lei penal. Só pode ser decretada em
crimes dolosos com pena superior a 4 anos, reincidentes dolosos (qualquer pena), descumprimentos de
medida de protetiva de urgência (violência doméstica) ou quando não se identificar civilmente.
PRISÃO PREVENTIVA
GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA: Apesar de não existir consenso doutrinário,
é utilizada para evitar que o agente continue delinquindo no transcorrer da
persecução criminal.
#OBS: A repercussão social ou a gravidade do fato, por si só, não justificam a
privação cautelar.
CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL: Impede que o agente influen-
cie a produção probatória, destruindo provas, ameaçando testemunhas, etc.
GARANTIA DE APLICAÇÃO DA LEI PENAL: Evita-se a fuga do agente, impe-
dindo o sumiço do autor quando houver demonstração fundada da possibili-
FUNDAMENTOS
dade de fuga.
(Art. 312 CPP)
GARANTIA DA ORDEM ECONÔMICA: Evita-se que o agente continue a
praticar novas infrações afetando a ordem econômica. É mais específica que a
garantia da ordem pública.
DESCUMPRIMENTO DE QUALQUER DAS OBRIGAÇÕES IMPOSTAS POR
FORÇA DE OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES: Se o agente descumpriu a
medida, pode indicar que a cautelar diversa da prisão não se revela adequa-
da ou suficiente ao caso, admitindo-se a sua substituição ou cumulação com
outra, ou em último caso, a decretação da preventiva, desde que o delito prati-
cado comporte a medida.
CRIMES DOLOSOS punidos com pena privativa de liberdade máxima SUPE-
RIOR A 4 (QUATRO) ANOS.
Se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em
julgado (REINCIDENTE).
É medida de contracautela e
Não se trata de medida cautelar, Não se trata de medida cautelar, também de medida cautelar
mas sim de medida de urgência mas sim de medida de urgência autônoma, que pode ser apli-
baseada no poder de polícia da baseada no poder de polícia da cada com a imposição de uma
autoridade judiciária. autoridade judiciária. ou mais das medidas cautelares
diversas da prisão (art. 321).
Acarreta a restituição de liber-
dade plena. No entanto, na Acarreta a restituição de liber-
hipótese do relaxamento, dade plena. Todavia, presentes
Acarreta a restituição da liber-
presentes FUMUS + PERICU- FUMUS + PERICULUM, é possí-
dade com vinculação.
LUM, é possível a imposição de vel a imposição de medidas
medidas cautelares, inclusive as cautelares diversas da prisão.
prisões preventiva e temporária.
Há dispositivos legais de duvi-
dosa constitucionalidade que
vedam a liberdade provisória,
Cabível em relação a todos os Cabível em relação a todos os com ou sem fiança, em relação
crimes. crimes. a alguns delitos, o que, todavia,
não impede a aplicação das
medidas cautelares diversas da
prisão.
Só pode ser decretada pela A competência recai sobre
Pode ser concedida tanto pela
autoridade judicial (há quem quem decretou a medida. Logo,
autoridade policial (art. 322),
defenda que o Delegado se impetrado diretamente HC,
como pelo juiz.
também pode). há supressão de instância.
#BORAFIXAR
• Juiz não pode conceder de ofício: prisão temporária e prisão preventiva e cautelares diferen-
tes da prisão durante o inquérito.
• Cautelares diversas da prisão: sempre concedidas pelo juiz, salvo a fiança, que pode ser arbi-
trada pelo delegado quando a pena máxima do crime for de até 4 anos.
• Atos infracionais pretéritos podem ser utilizados como fundamento para decretação ou manu-
tenção da prisão preventiva, desde que haja gravidade específica do ato infracional, o tempo
decorrido entre o referido ato e o crime seja razoável (não excessivo) e haja comprovação da
efetiva ocorrência do ato infracional (STJ, Info 585).
• A substituição da prisão preventiva pela domiciliar exige comprovação de doença grave, que
acarrete extrema debilidade, e a impossibilidade de se prestar a devida assistência médica no
estabelecimento penal.
• As medidas cautelares diversas da prisão, ainda que mais benéficas, implicam em restrições de
direitos individuais, sendo necessária fundamentação para sua imposição.
• A prisão preventiva não é legítima nos casos em que a sanção abstratamente prevista ou impos-
ta na sentença condenatória recorrível não resulte em constrição pessoal, por força do princípio
da homogeneidade.
• Os fatos que justificam a prisão preventiva devem ser contemporâneos à decisão que a decreta.
• A alusão genérica sobre a gravidade do delito, o clamor público ou a comoção social não cons-
tituem fundamentação idônea a autorizar a prisão preventiva.
• Havendo déficit de vagas, deverá determinar-se: (i) a saída antecipada de sentenciado no regime
com falta de vagas; (ii) a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai ante-
cipadamente ou é posto em prisão domiciliar por falta de vagas; (iii) o cumprimento de penas
restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que progride ao regime aberto; d) até que
sejam estruturadas as medidas alternativas propostas, poderá ser deferida a prisão domiciliar ao
sentenciado (Info 825 - STF).
PRISÃO DOMICILIAR: é um tipo especial de prisão que substitui a preventiva quando estão presen-
tes os requisitos dos arts. 312 e 313, mas, por alguma particularidade do acusado, ele não pode se subme-
ter ao gravame do cárcere.
Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 06 (seis) anos de idade ou com defi-
ciência;
IV - gestante;
VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade
incompletos.
Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por
crianças ou pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que:
Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 e 318-A poderá ser efetuada sem prejuízo da
aplicação concomitante das medidas alternativas previstas no art. 319 deste Código.
#ATENÇÃO:
Situações excepcionais podem impedir prisão domiciliar para mães mesmo após alterações
do CPP
A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que o juiz pode negar a conversão da
prisão preventiva em domiciliar para gestantes ou mães de filhos pequenos ou com deficiência caso
entenda que está diante de uma situação excepcional, conforme admitido pelo Supremo Tribunal
Federal (STF) no Habeas Corpus 143.641.
A decisão da Quinta Turma foi tomada no julgamento dos HCs 426.526 e 470.549, nos quais a
defesa alegava que as pacientes teriam direito à prisão domiciliar prevista no artigo 318, V, do CPP.
No primeiro caso, de relatoria do ministro Joel Ilan Paciornik, houve pedido de vista do ministro
Reynaldo Soares da Fonseca, que, em concordância com o relator, negou o pedido. Já no segundo
processo, de relatoria do ministro Reynaldo, a turma concedeu a ordem de ofício para que a ré
passe ao regime domiciliar.
#DEOLHONAJURIS #INFORMATIVOS
Súmula 455 do STJ: A decisão que determina a produção antecipada de provas com base no
artigo 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, não a justificando unicamente o mero
decurso do tempo.
Súmula 415 do STJ: O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da
pena cominada.
Citação por hora certa é constitucional. É constitucional a citação com hora certa no âmbito do
processo penal. STF. Plenário. RE 635145/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min.
Luiz Fux, julgado em 1º/8/2016 (repercussão geral) (Info 833).
Nulidade da intimação por edital de réu preso. Preso o réu durante o curso do prazo da inti-
mação por edital da sentença condenatória, essa intimação fica prejudicada e deve ser efetuada
pessoalmente. Se o réu está preso durante o prazo do edital, ele deverá ser intimado pessoalmente
da sentença condenatória, na forma do art. 392, I, CPP, restando prejudicada a intimação editalícia.
STJ. 6ª Turma. RHC 45584/PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 3/5/2016 (Info 583)
EMENDATIO LIBELLI (ART. 383, CPP) MUTATIO LIBELLI (ART. 384, CPP)
Não há alteração em relação ao fato delituoso,
limitando-se o juiz a modificar a classificação Durante o curso da instrução processual, surge
formulada na peça acusatória, ainda que tenha uma elementar ou circunstância não contida
que aplicar pena mais grave, em razão de even- na peça acusatória.
tuais equívocos existentes na inicial acusatória
Deve o MP aditar a peça acusatória, ouvindo-se a
Juiz pode realizar de ofício. defesa no prazo de 5 dias. Haverá novo interro-
gatório e oitiva de no máximo 3 testemunhas.
É cabível na 2ª instância. Não é cabível na 2ª instância (Súmula 453 STF).
PROCEDIMENTOS
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO
TRIBUNAL DO JÚRI
DESAFORAMENTO
Deslocamento da competência territorial de uma comarca para outra, a fim de
que nesta seja realizado o Julgamento pelo Tribunal do Júri. O desaforamento
CONCEITO:
deverá ser para outra comarca da mesma região, onde não existam os motivos,
preferindo-se as mais próximas.
Interesse de ordem pública.
Dúvida sobre a imparcialidade do júri.
 #SELIGANASSÚMULAS
SÚMULA 713 DO STF: o efeito devolutivo da apelação contra decisões do júri é adstrito aos
fundamentos da sua interposição.
SÚMULA 206 DO STF:É nulo o julgamento ulterior pelo júri com a participação de jurado
que funcionou em julgamento anterior do mesmo processo.
PRAZOS
Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se inter-
rompendo por férias, domingo ou dia feriado.
§ 2o A terminação dos prazos será certificada nos autos pelo escrivão; será, porém, considerado
findo o prazo, ainda que omitida aquela formalidade, se feita a prova do dia em que começou a
correr.
§ 3o O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil
imediato.
§ 4o Não correrão os prazos, se houver impedimento do juiz, força maior, ou obstáculo judicial
oposto pela parte contrária.
a) da intimação;
b) da audiência ou sessão em que for proferida a decisão, se a ela estiver presente a parte;
c) do dia em que a parte manifestar nos autos ciência inequívoca da sentença ou despacho.
#ATENÇÃO #DEOLHONAJURIS
Prazo do agravo regimental no STJ: 5 dias corridos. O prazo para interposição de agravo regi-
mental, em processo penal, é de 5 dias, de acordo com os arts. 39 da Lei nº 8.038/90 e 258 do
RISTJ, os quais, mesmo após a entrada em vigor do CPC/2015, continuam sendo contados em dias
corridos, nos termos do art. 798 do CPP STJ. 6ª Turma. AgInt no AREsp 943.297/ES, Rel. Min.
Rogerio Schietti Cruz, julgado em 27/06/2017.
NULIDADES
» Os atos decisórios praticados por um juiz relativamente incompetente serão declarados nulos, toda-
via, os atos instrutórios, os atos de prova, podem ser aproveitados perante o juízo competente (art.
567, CPP). Já se a nulidade é ocasionada pela incompetência absoluta, nenhum ato será aproveitado
perante o juízo competente.
» Não haverá nulidade quando a defesa não apresenta alegações finais no rito do júri na fase anterior à
pronúncia, pois constitui faculdade a apresentação dessas alegações, já que a defesa pode, estrategi-
camente, reservar para plenário suas argumentações para não adiantar a tese defensiva que pretende
utilizar.
Súmula 523 - STF: no processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua defi-
ciência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.
RECURSOS EM GERAL
PRINCÍPIOS
O recurso está inserido na estratégia processual da parte. Se a parte
entende que a decisão representa a justa medida, não tem o dever
PRINCÍPIO DA VOLUN-
funcional de recorrer, podendo se conformar com ela, mesmo que lhe
TARIEDADE
seja desfavorável. O recurso é pautado pela estratégia da parte, que só
recorrerá se lhe for conveniente (art. 574, CPP).
PRINCÍPIO DA
UNIRECORRIBILIDADE
Para cada decisão judicial caberá, em regra, apenas um recurso.
(UNICIDADE OU
SINGULARIDADE)
Por ele, um recurso inadequado pode ser conhecido como o recurso
correto em homenagem à instrumentalidade das formas (art. 579, CPP).
Requisitos (boa-fé, recurso errado no prazo do recurso certo e dúvida
objetiva):
- Ausência de má-fé: para o STF, a má-fé será presumida quando o recur-
PRINCÍPO DA
so apresentado goza de mais prazo do que o recurso correto, e o recor-
FUNGIBILIDADE
rente se beneficiou do excesso.
- Ausência de erro grosseiro: para o STJ, é necessário que exista dúvida
objetiva quanto ao recurso cabível naquela hipótese (REsp 611.877). Se
não houver nenhuma divergência doutrinária ou jurisprudencial é tido
como erro grosseiro
Para a decisão ser impugnável, deve haver previsão legal disciplinando
a ferramenta disponível. Do contrário, a decisão não será recorrível. Por
ele, os recursos da esfera penal estão taxativamente previstos em lei, não
havendo recurso inominado ou de improviso. Esse princípio também é
conhecido como princípio da legalidade recursal.
#NÃOCONFUDA #SELIGANAJURIS Recursos. As hipóteses de cabi-
mento de recurso em sentido estrito trazidas pelo art. 581 do CPP são: -
exaustivas (taxativas); - admitem interpretação extensiva; - não admitem
PRINCÍPIO DA interpretação analógica. A decisão do juiz que revoga a medida cautelar
TAXATIVIDADE diversa da prisão de comparecimento periódico em juízo (art. 319, I, do
CPP) pode ser impugnada por meio de RESE? SIM, com base na inte-
pretação extensiva do art. 581, V. O inciso V expressamente permite
RESE contra a decisão do juiz que revogar prisão preventiva. Esta
decisão é similar ao ato de revogar medida cautelar diversa da prisão.
Logo, permite-se a interpretação extensiva neste caso. Em suma: é cabí-
vel recurso em sentido estrito contra decisão que revoga medida cautelar
diversa da prisão. STJ. 6ª Turma. REsp 1628262/RS, Rel. Min. Sebastião
Reis Júnior, julgado em 13/12/2016 (Info 596)
Segundo Noberto Avena, a ferramenta impugnativa correta e adequada
ao caso pode ser conhecida como se fosse outra, ainda mais propícia,
cabendo ao Tribunal promover a convolação (exemplo: convolar a revisão
PRINCÍPIO DA
criminal apresentada para combater sentença nula transitada em julgado
CONVOLAÇÃO
no habeas corpus, já que este tramita em rito sumaríssimo e comporta a
concessão de liminar). EX.: intempestivo o RO, deve ser recebido como
HC substitutivo.
Por ele, o Tribunal incompetente para o qual foi endereçado o recurso,
PRINCÍPIO DA
pode reapontar o recurso e encaminhá-lo ao órgão competente. Esse
CONVERSÃO
fenômeno é chamado de itinerância recursal.
PRAZO RECURSO
CARTA TESTEMUNHÁVEL (art. 640, CPP).
48 HORAS #ATENÇÃO Para contagem em horas, deve constar da certidão de intimação o horário
da providência; caso contrário, o prazo será de dois dias.
2 DIAS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (art. 619, CPP), inclusive no STJ (art. 263, RISTJ).
APELAÇÃO (art. 593, CPP)
RESE (art. 586, CPP)
AGRAVOS, inclusive de EXECUÇÃO (Súmulas 699 e 700 do STF),
5 DIAS
CORREIÇÃO PARCIAL
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS JUIZADOS ESPECIAIS E NO STF
APELAÇÃO nos Juizados Especiais (Art. 82, Lei 9.099/95)
10 DIAS
EMBARGOS DE NULIDADE e EMBARGOS INFRINGENTES (art. 609, p. único, CPP).
RECURSO ESPECIAL
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
15 DIAS
APELAÇÃO SUPLETIVA DA VÍTIMA não habilitada como assistente de acusação (art.
598, p. u, CPP)
RESE contra lista de jurados (art. 586, p. único, c/c art. 585, XVI, CPP).
20 DIAS OBS: Art. 426, §1º, CPP – “reclamação”: para alguns, teria revogado tacitamente o RESE
contra lista de jurados
#ATENÇÃO #DEOLHONAJURIS
É cabível recurso em sentido estrito para impugnar decisão que indefere produção anteci-
pada de prova, nas hipóteses do art. 366 do CPP. STJ. 3ª Seção. EREsp 1.630.121-RN, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 28/11/2018 (Info 640).
Recurso adesivo. Impossibilidade. Em matéria criminal, não deve ser conhecido recurso especial
adesivo interposto pelo Ministério Público veiculando pedido em desfavor do réu. STJ. 6ª Turma.
REsp 1.595.636-RN, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 2/5/2017 (Info 605)
Não é possível a execução provisória da pena se ainda estão pendentes embargos de decla-
ração. Não é possível a execução provisória da pena se foram opostos embargos de declaração
contra o acórdão condenatório proferido pelo Tribunal de 2ª instância e este recurso ainda não
foi julgado. A execução da pena depois da prolação de acórdão em segundo grau de jurisdição e
antes do trânsito em julgado da condenação não é automática quando a decisão ainda é passível
de integração pelo Tribunal de Justiça. STJ. 6ª Turma. HC 366907-PR, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz,
julgado em 6/12/2016 (Info 595).
É proibido que o Tribunal, em recurso exclusivo da defesa, corrija equívoco aritmético come-
tido pelo juiz na sentença e aumente a pena. No âmbito de recurso exclusivo da defesa, o Tribu-
nal não pode agravar a reprimenda imposta ao condenado, ainda que reconheça equívoco aritmé-
tico ocorrido no somatório das penas aplicadas. Configura inegável reformatio in pejus a correção
de erro material no julgamento da apelação — ainda que para sanar evidente equívoco ocorrido na
sentença condenatória — que importa em aumento das penas, sem que tenha havido recurso do
Ministério Público nesse sentido. Assim, se o juiz cometeu um erro na sentença ao somar as penas,
mas o Ministério Público não recorreu contra isso, não é possível que o Tribunal corrija de ofício em
prejuízo do réu. STJ. 6ª Turma. HC 250455-RJ, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 17/12/2015 (Info
576).
#SELIGANASSÚMULAS
Súmula 604 do STJ: Mandado de segurança não se presta para atribuir efeito suspensivo a recurso
criminal interposto pelo Ministério Público.
Súmula 431-STF: É nulo o julgamento de recurso criminal, na segunda instância, sem prévia intima-
ção, ou publicação da pauta, salvo em habeas corpus.
Súmula 709-STF: Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso
contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela.
REVISÃO CRIMINAL
Trata-se de uma ação autônoma de impugnação, de competência originária dos
Tribunais (ou da Turma Recursal no caso dos Juizados), por meio da qual a pessoa
CONCEITO: condenada requer ao Tribunal que reveja a decisão que a condenou (e que
já transitou em julgado), sob o argumento de que ocorreu erro judiciário (art. 621,
CPP).
I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou
à evidência dos autos;
HIPÓTESES II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou docu-
LEGAIS: mentos comprovadamente falsos;
III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do conde-
nado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena.
Réu ou seu procurador e, em caso de morte, seu cônjuge/ascendente/descenden-
LEGITIMADOS: te/irmão.
#ATENÇÃO MP não é legitimado, somente a defesa.
A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes da extinção da
PRAZO:
pena ou após.
A doutrina admite revisão criminal em face da sentença absolutória impró-
pria, já que, a despeito de não se tratar de sentença condenatória (como exige o
art. 621 do CPP), trata-se de sentença com efeitos, por vezes, mais graves que os
ABSOLVIÇÃO
de uma sentença condenatória, pois se aplica medida de segurança ao “absolvi-
IMPRÓPRIA:
do”. Assim, aquele que foi absolvido mediante sentença absolutória imprópria tem
interesse de agir para o manejo da revisão criminal, pois eventual decisão favorá-
vel trará algum benefício ao requerente.
#FICAADICA: O STJ decidiu que o Tribunal pode, a qualquer momento e de ofício, desconstruir
acórdão de revisão criminal que, de maneira fraudulenta, tenha absolvido o réu, quando, na verdade, o
posicionamento que prevaleceu na sessão de julgamento foi pelo indeferimento do pleito revisional.
HABEAS CORPUS
» Dosimetria da pena e negativa de autoria não são aferíveis por meio de HC, em razão das restrições
ao exame fático e probatório.
Súmula 395 - STF: Não se conhece de recurso de habeas corpus cujo objeto seja resolver sobre o
ônus das custas, por não estar mais em causa a liberdade de locomoção.
Súmula 606 - STF: Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão de turma,
ou do plenário, proferida em habeas corpus ou no respectivo recurso.
Súmula 693 - STF: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou rela-
tivo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.
Súmula 208 - STF: O assistente do Ministério Público não pode recorrer, extraordinariamente, de
decisão concessiva de “habeas corpus”.
» O habeas corpus não é meio processual adequado para o apenado obter autorização de visita de sua
companheira no estabelecimento prisional (Info 827 - STF).
» Pena de suspensão do direito de dirigir veículo automotor: não cabe Habeas Corpus (INFO 550 - STJ).
» Não cabe HC para se discutir se houve dolo eventual ou culpa consciente em homicídio praticado na
direção de veículo automotor (Info 826 - STF).
» Pessoa sem ter capacidade postulatória que impetra um HC e este é negado, poderá ingressar com
recurso contra a decisão? Info 747 – STF:
EXECUÇÃO PENAL
#ATENÇÃO #NÃOCONFUNDA
delito hediondo.
#AJUDAMARCINHO #COLANARETINA
#SELIGA A prática de falta grave interrompe o prazo para a concessão da saída temporária
e para o trabalho externo?
SIM. 5ª Turma do STJ. HC 374086/DF, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 20/06/2017.
NÃO. 6ª Turma do STJ. AgRg no REsp 1549712/DF, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 17/10/2017.
PRESCRIÇÃO DE FALTA GRAVE: Apesar do silêncio da LEP, o STF entende que, por analogia, deve
ser aplicado o prazo prescricional penal mínimo de 3 anos (art. 109, VI do CP).
AUTORIZAÇÕES DE SAÍDA
SAÍDA TEMPORÁRIA PERMISSÃO DE SAÍDA
Cunho ressocializador Cunho humanitário
REMIÇÃO DE PENA
REMIÇÃO PELO TRABALHO REMIÇÃO PELO ESTUDO
Pode ser aplicada ao condenado que cumpra pena
Somente é aplicada se o condenado cumpre
em regime fechado, semiaberto, aberto ou, ainda,
pena em regime fechado ou semiaberto.
que esteja em livramento condicional.
Abatimento de 1 dia de pena a cada 12 horas de
estudo, dividas em pelo menos 3 dias.
Abatimento de 1 dia de pena a cada 3 dias O tempo a remir será acrescido de 1/3 no caso de
de trabalho. conclusão do ensino fundamental, médio ou supe-
rior durante o cumprimento da pena (art. 126, §3°
da LEP).
#DEOLHONAJURIS #INFORMATIVOS
É possível a remição pela participação em coral musical. O reeducando tem direito à remição
de sua pena pela atividade musical realizada em coral. STJ. 6ª Turma.REsp 1666637-ES, Rel. Min.
Sebastião Reis Júnior, julgado em 26/09/2017 (Info 613)
Trabalho cumprido em jornada inferior ao mínimo legal pode ser aproveitado para fins de
remição caso tenha sido uma determinação da direção do presídio. Segundo o art. 30 da LEP,
a jornada diária de trabalho do apenado deve ser de, no mínimo, 6 horas e, no máximo, 8 horas.
Apesar disso, se um condenado, por determinação da direção do presídio, trabalha 4 horas diárias
(menos do que prevê a Lei), este período deverá ser computado para fins de remição de pena.
Como esse trabalho do preso foi feito por orientação ou estipulação da direção do presídio, isso
gerou uma legítima expectativa de que ele fosse aproveitado, não sendo possível que seja despre-
zado, sob pena de ofensa aos princípios da segurança jurídica e da proteção da confiança. Vale
ressaltar, mais uma vez, o trabalho era cumprido com essa jornada por conta da determinação do
presídio e não por um ato de insubmissão ou de indisciplina do preso. STF. 2ª Turma. RHC 136509/
MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 4/4/2017 (Info 860).
A prática de falta grave interrompe o prazo para A prática de falta grave NÃO interrompe o prazo
progressão de regime. para o Livramento Condicional (Súmula 441 – STJ0
#DEOLHONAJURIS #INFORMATIVOS
Data da prisão preventiva como marco inicial do tempo para a progressão de regime. Se o
condenado estava preso preventivamente, a data da prisão preventiva deve ser considerada como
termo inicial para fins de obtenção de progressão de regime e demais benefícios da execução penal,
desde que não ocorra condenação posterior por outro crime apta a configurar falta grave. STF. 1ª
Turma. RHC 142463/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 12/9/2017 (Info 877).
Condenado tem direito à progressão a partir da data em que preenche requisitos legais.
A data-base para subsequente progressão de regime é aquela em que o reeducando preencheu
os requisitos do art. 112 da LEP e não aquela em que o Juízo das Execuções deferiu o benefício. A
decisão do Juízo das Execuções que defere a progressão de regime é declaratória (e não consti-
tutiva). Algumas vezes, o reeducando preenche os requisitos em uma data, mas a decisão acaba
demorando meses para ser proferida. Não se pode desconsiderar, em prejuízo do reeducando, o
período em que permaneceu cumprindo pena enquanto o Judiciário analisava seu requerimento
de progressão. STF. 2ª Turma. HC 115254, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/12/2015. STJ. 6ª
Turma. HC 369774/RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 22/11/2016 (Info 595).
A decisão que indefere o pedido do condenado para ser dispensado do uso da tornoze-
leira eletrônica deverá apontar a necessidade da medida no caso concreto. A manutenção
de monitoramento por meio de tornozeleira eletrônica sem fundamentação concreta evidencia
constrangimento ilegal ao apenado. No caso concreto, o condenado pediu para ser dispensado do
uso da tornozeleira alegando que estava sendo vítima de preconceito no trabalho e faculdade e
que sempre apresentou ótimo comportamento carcerário. O juiz indeferiu o pedido sem enfrentar
o caso concreto, alegando simplesmente, de forma genérica, que o monitoramente eletrônico é a
melhor forma de fiscalização do trabalho externo. Essa decisão não está adequadamente motivada
porque não apontou a necessidade concreta da medida. STJ. 6ª Turma. HC 351273-CE, Rel. Min. Nefi
Se a defesa ainda não foi intimada do acórdão condenatório, não é possível se iniciar a
execução provisória da pena. Pedro foi condenado a uma pena de 8 anos de reclusão e o TJ
manteve a condenação. O Ministério Público foi intimado do acórdão e requereu que o Tribunal
determinasse imediatamente a prisão do condenado, dando início à execução provisória da pena.
Vale ressaltar, no entanto, que a Defensoria Pública ainda não foi intimada do acórdão. Diante deste
caso, o TJ poderá determinar a imediata prisão do condenado, mesmo antes da intimação da defesa
acerca do acórdão? NÃO. Se ainda não houve a intimação da Defensoria Pública acerca do acór-
dão condenatório, mostra-se ilegal a imediata expedição de mandado de prisão em desfavor do
condenado. Como a Defensoria Pública ainda não foi intimada, não se encerrou a jurisdição em 2ª
instância, considerando que é possível que interponha embargos de declaração, por exemplo. STJ.
5ª Turma. HC 371870-SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 13/12/2016 (Info 597).
#SELIGANASSÚMULAS
Súmula 192/STJ: Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado a execução das penas impos-
tas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos
sujeitos à administração estadual.
Súmula 439/STJ: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em
decisão motivada.
Súmula 493/STJ: inadmissível a fixação de pena substitutiva (art. 44 do CP) como condição especial
ao regime aberto.
Súmula 520/STJ: O benefício de saída temporária no âmbito da execução penal é ato jurisdicional
insuscetível de delegação à autoridade administrativa do estabelecimento prisional.
como crime doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado de sentença penal
condenatória no processo penal instaurado para apuração do fato.
Súmula Vinculante 9: O disposto no artigo 127 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) foi
recebido pela ordem constitucional vigente, e não se lhe aplica o limite temporal previsto no caput
do artigo 58.
#APOSTACICLOS Súmula Vinculante 56: A falta de estabelecimento penal adequado não auto-
riza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa
hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS.
O que fazer em caso de déficit de vagas no estabelecimento adequado? Havendo “déficit” de vagas,
deve ser determinada:
3) o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que progrida ao regi-
me aberto.
Súmula 700/STF: É de cinco dias o prazo para interposição de agravo contra decisão do juiz da
execução penal.
Súmula 715/STF: A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determi-
nado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como
o livramento condicional ou regime mais favorável de execução.
Súmula 717/STF: Não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada em sentença
não transitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão especial.
DIREITO CONSTITUCIONAL2
O Direito Constitucional, para ser conceituado, precisa que sejam interligados três sentidos, o cien-
tífico, o objetivo e o subjetivo.
O sentido científico, segundo José Afonso da Silva, conceitua como sendo o ramo do direito
público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado. No sentido
objetivo, segundo Uadi Bulos, é o conjunto de normas supremas, encarregadas de organizar a estru-
tura do Estado e delimitar as relações de poder. Por fim, no sentido subjetivo, é a posição jurídica de
vantagem que deve reconhecer a alguém, em virtude da incidência concreta de normas integrantes do
direito constitucional objetivo. Essa é a acepção do termo quando se afirma que alguém tem o direito
constitucional de ir e vir.
O objeto de estudo do Direito Constitucional é tudo o que foi constitucionalizado por quem elabo-
rou a constituição, assim, são todas as normas material e formalmente constitucionais. Assim, em sentido
científico, estuda de forma sistematizada os ordenamentos constitucionais, em especial as que tratam da
forma e da organização do Estado, da divisão dos poderes, dos direitos e garantias fundamentais e das
finalidades básicas que devem direcionar a atuação estatal, enquanto em sentido objetivo, o objeto de
estudo do Direito Constitucional é a produção e a organização das normas que estabelecem, integram
ou modificam o ordenamento constitucional, independentemente de seu conteúdo (constituição formal),
bem como das normas que disciplinam qualquer matéria que interesse ao Direito Constitucional, inde-
pendentemente de sua fonte normativa (constituição material).
Por fim, a natureza do Direito Constitucional, pode ser conceituada em sentido científico e sentido
normativo. No sentido científico, é ramo do direito público, já que cuida de relações jurídicas que envol-
vem a figura do Estado. Nos casos de adoção de constituições prolixas, como ocorre no Brasil, ocorre
a constitucionalização do direito privado, que se materializa através da disciplina constitucional de insti-
tutos do direito privado, da interpretação conforme a constituição de disposições normativas referentes
ao direito privado e de teorias e decisões que defendem a eficácia horizontal (tema abordado mais à
frente) dos direitos fundamentais no âmbito das relações privadas. Já no sentido normativo, a natureza
dos preceitos constitucionais, apresentam características como a supremacia constitucional, que pode ser
material ou formal, maior abertura semântica, politicidade e transversalidade.
• TEORIA DA CONSTITUIÇÃO
São componentes da Constituição:
• TESE DA IRRELEVÂNCIA JURÍDICA: o preâmbulo está no ÂMBITO DA POLÍTICA, portanto, não possui
relevância jurídica;
• TESE DA PLENA EFICÁCIA: o preâmbulo tem a mesma eficácia jurídica das normas constitucionais;
• TESE DA RELEVÂNCIA JURÍDICA INDIRETA: o preâmbulo faz parte das características jurídicas da Cons-
tituição Federal, entretanto, não deve ser confundido com as demais normas jurídicas desta.
O STF, no julgamento da ADI 2.076, julgada em 2002, adotou a tese da irrelevância jurídica e decidiu
que o preâmbulo não tem força normativa, sendo, portanto, mero vetor interpretativo. Por tal motivo, o
preâmbulo não serve de parâmetro para controle de constitucionalidade.
a. Elementos Orgânicos: normas que regulam a estrutura do Estado e do Poder. Exemplo: Título
III – Da Organização do Estado.
e. Elementos Formais de Aplicabilidade: são normas que contêm regras de aplicação da Cons-
tituição, como as constantes no ADCT e a norma que estabelece a aplicabilidade imediata dos direitos e
garantias fundamentais.
• FONTES FORMAIS
Fontes de direito, em sentido amplo, são quaisquer atos ou fatos que produzam normas jurídicas
(conceito material). Em sentido estrito, somente os atos ou fatos que estejam autorizados a produzir
normas jurídicas (conceito formal). Assim, no Direito Constitucional, fontes formais são os atos ou fatos
que são autorizados a produzir normas constitucionais, de acordo com o sistema constitucional vigente.
Há ainda, as fontes diretas, que são as previstas e reguladas no âmbito do próprio ordenamento,
e as fontes indiretas, aquelas disciplinadas por outras ordens jurídicas, mas recepcionadas, incorporadas
ou aplicadas pelo ordenamento constitucional, como as normas de direito internacional que podem ser
incorporadas com status de emenda constitucional e o caput do artigo 34 do ADCT, que recepcionou,
ainda que transitoriamente, parte do sistema tributário da ordem constitucional anterior.
Assim, são fontes diretas e formais a própria Constituição Federal, as emendas constitucionais e
as emendas constitucionais de revisão. Existem as fontes diretas e informais, que são as convenções
constitucionais, os costumes constitucionais e as mutações constitucionais. E, por fim, as fontes indiretas
e formais, representadas pelos tratados internacionais sobre direitos humanos, desde que incorporados
de acordo com o procedimento do § 3°, do artigo 5°, da Constituição Federal.
OUTRAS CLASSIFCAÇÕES: Dirigente: traça metas; Normativa: sai do papel; Nominal: não
consegue sair do papel; Semântica: legitima o status quo injusto; Ortodoxa: comprometida com
uma ideologia específica; Compromissária (pluralista): contempla várias ideologias; Dúctil: não
impõe um modelo de vida, mas apenas assegura as condições para o exercício do projeto de vida
de cada pessoa; Balanço: visa reger o ordenamento por um determinado tempo.
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO
Tópico-proble- Hermenêutico- Científico-es-
Hermenêutico Normativo-es-
mático (Theodor -concretizador piritual (Rudolf
Clássico truturante
Viehweg) (Konrad Hesse) Smend)
Não há iden-
Critérios clássicos: tidade entre
A análise da CF
gramatical, Parte-se de um texto e norma,
Parte-se da CF deve levar em
histórico, problema concre- que compreen-
para o problema conta também a
sistemático, to para a norma de também um
realidade social
teleológico pedaço da reali-
dade social
#APROFUNDANDO #INTERPRETAÇÃOCONFORME
Esse princípio, criado pela jurisprudência alemã, se aplica à interpretação das normas infraconstitu-
cionais (e não da Constituição propriamente dita!). Trata-se de técnica interpretativa cujo objetivo
é preservar a validade das normas, evitando que sejam declaradas inconstitucionais. Ao invés de
se declarar a norma inconstitucional, o Tribunal busca dar-lhe uma interpretação que a conduza à
constitucionalidade.
Essa técnica somente deverá ser usado diante de normas polissêmicas, plurissignificativas (normas
com várias interpretações possíveis). Assim, no caso de normas com várias interpretações possíveis,
deve-se priorizar aquela que lhes compatibilize o sentido com o conteúdo constitucional. A partir
deste princípio, tem-se que a regra é a manutenção da validade da lei, e não a declaração de sua
inconstitucionalidade. Isso, desde que, obviamente, a interpretação dada à norma não contrarie sua
literalidade ou sentido, a fim de harmonizá-la com a Constituição.
Outro ponto importante é que a interpretação conforme não pode deturpar o sentido originário
das leis ou atos normativos. Não é possível ao intérprete “salvar” uma lei inconstitucional, dando-
-lhe uma significação “contra legem”. A interpretação conforme a Constituição tem como limite a
razoabilidade, não podendo ser usada como ferramenta para tornar o juiz um legislador, ferindo
o princípio da separação dos Poderes. Veja o que o Supremo decidiu a respeito: “Por isso, se a
única interpretação possível contrariar o sentido inequívoco que o Poder Legislativo lhe pretendeu
dar, não se pode aplicar o princípio da interpretação conforme a Constituição, que implicaria, em
verdade, criação de norma jurídica, o que é privativo do legislador positivo” (STF, Repr. 1.417-7, em
09.12.1987).
A interpretação conforme pode ser de dois tipos: com ou sem redução do texto.
a) Interpretação conforme com redução do texto: Nesse caso, a parte viciada é considerada incons-
titucional, tendo sua eficácia suspensa. Como exemplo, tem-se que na ADI 1.127-8, o STF suspendeu
liminarmente a expressão “ou desacato”, presente no art. 7º,§ 7º, do Estatuto da OAB.
b) Interpretação conforme sem redução do texto: Nesse caso, exclui-se ou se atribui à norma um
sentido, de modo a torná-la compatível com a Constituição. Pode ser concessiva (quando se conce-
de à norma uma interpretação que lhe preserve a constitucionalidade) ou excludente (quando se
exclua uma interpretação que poderia torná-la inconstitucional).
» Pela eficácia direta se tem a possibilidade de se extrair uma regra do núcleo essencial do princípio,
permitindo a subsunção.
» Pela eficácia interpretativa entende-se que as normas jurídicas devem ter seu sentido e alcance
determinados de maneira que melhor realize a dignidade humana, que servirá como critério de
ponderação na hipótese de colisão de normas.
» A eficácia negativa, de caráter geral ou particular, paralisa ou neutraliza a incidência de regra jurídica
que seja incompatível com a dignidade humana.
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Parâmetro – o preâmbulo não é considerado parâmetro, porque não é norma jurídica. Quan-
to à parte permanente, todas as normas que a integram, independentemente de seu conteúdo, serão
consideradas parâmetro, não importa se são originárias, derivadas ou mesmo decorrentes de tratados e
convenções internacionais de direitos humanos pelo rito especial do art. 5 º, § 3º, CF.
No que tange à parte transitória, expressa no ADCT, pode-se dizer que suas normas também são
consideradas parâmetro para o controle, enquanto ainda tiveram eficácia. Se a eficácia já se exauriu não
servem mais como normas de referência.
Momento do Controle – poderá ser preventivo atinge a norma ainda em fase de elaboração, no
curso do trâmite legislativo, recaindo sobre projetos de lei e propostas de emenda constitucional) ou
repressivo (o processo legislativo já está finalizado. Alcança as espécies normativas já prontas e acabadas,
que estejam produzindo seus efeitos).
ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE
POR AÇÃO Ocorre quando um ato estatal viola preceitos constitucionais.
Ocorre quando um poder do Estado deixa de fazer algo que a constituição
determina. Não basta a inexistência de lei sobre determinada matéria para que
se verifique uma inconstitucionalidade por omissão. Devem estar presentes
dois requisitos:
I - Dever constitucional de legislar.
POR OMISSÃO
II - Mora legislativa (elemento temporal): decurso de um tempo para que a
norma seja produzida. Existem hipóteses em que o próprio texto
constitucional fixa o prazo para a edição da norma. Do contrário, caberá ao
Poder Judiciário definir qual o prazo razoável, conforme a complexidade de
cada caso concreto.
Divide-se em:
- Procedimental (ou propriamente dita): não são observadas as normas
constitucionais sobre processo legislativo. Pode ser subjetiva (vício de inicia-
tiva) ou objetiva (demais regras do processo legislativo). Exemplo: ausência
de retorno à Casa iniciadora após alterações substanciais operadas pela Casa
revisora.
FORMAL (OU
- Orgânica: vício de competência. Exemplo: lei estadual que dispõe sobre
NOMODINÂMICA)
matéria de competência federal.
- Por violação aos pressupostos objetivos do ato: violação de pressupostos
definidos na constituição como elementos determinantes de competência para
órgãos legislativos no exercício da função legiferante. É o caso, por exemplo,
das medidas provisórias, que têm por pressupostos objetivos a relevância e a
urgência.
MATERIAL (OU Incompatibilidade substantiva, ou seja, de conteúdo, entre normas constitucio-
NOMOESTÁTICA) nais e infraconstitucionais.
ORIGINÁRIA Congênita à norma, que já nasce inconstitucional.
A norma nasce constitucional, mas vai se tornando inconstitucional em momen-
to posterior.
#SELIGANADIFERENÇA
Mutação constitucional: Acontece quando o resultado da interpretação se alte-
ra no decorrer do tempo. O texto normativo permanece inalterado, porém
o resultado da interpretação (norma) passa a ser diferente do anteriormente
adotado.
SUPERVENIENTE
Inconstitucionalidade progressiva: São situações intermediárias entre a inconsti-
tucionalidade absoluta e constitucionalidade plena, nas quais as circunstâncias
fáticas justificam a manutenção da norma durante um determinado período
de tempo.
Não recepção: no Brasil quando há a incompatibilidade entre uma lei anterior
à CF e algum dos seus dispositivos, fala-se em não recepção e não em incons-
titucionalidade.
TOTAL A inconstitucionalidade atinge todo o ato normativo.
Quanto ao número de órgãos competentes para a realização do controle – poderá ser difuso
ou concentrado.
#SELIGANATABELA:
#SELIGANATABELA:
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
O que acontece se a lei impugnada por meio de ADI é alterada antes do julgamento da ação? Neste
caso, o autor da ADI deverá aditar a petição inicial demonstrando que a nova redação do disposi-
tivo impugnado apresenta o mesmo vício de inconstitucionalidade que existia na redação original.
A revogação, ou substancial alteração, do complexo normativo impõe ao autor o ônus de apre-
sentar eventual pedido de aditamento, caso considere subsistir a inconstitucionalidade na norma
que promoveu a alteração ou revogação. Se o autor não fizer isso, o STF não irá conhecer da ADI,
julgando prejudicado o pedido em razão da perda superveniente do objeto.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
É possível que seja celebrado um acordo no bojo de uma arguição de descumprimento de preceito
fundamental (ADPF)? SIM. É possível a celebração de acordo num processo de índole objetiva, como
a ADPF, desde que fique demonstrado que há no feito um conflito intersubjetivo subjacente (implíci-
to), que comporta solução por meio de autocomposição. Vale ressaltar que, na homologação deste
acordo, o STF não irá chancelar ou legitimar nenhuma das teses jurídicas defendidas pelas partes
no processo. O STF irá apenas homologar as disposições patrimoniais que forem combinadas e que
estiverem dentro do âmbito da disponibilidade das partes. A homologação estará apenas resolven-
do um incidente processual, com vistas a conferir maior efetividade à prestação jurisdicional.
#SELIGANASÚMULA:
A Súmula Vinculante 10 trata sobre o tema: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a
decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionali-
dade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.
decisão do órgão fracionário que mantém a lei em questão constitucional dispensa o quórum
qualificado.
• Declaração de não recepção (normas anteriores à constituição): Trata-se da não recepção, que
não se confunde com a inconstitucionalidade. Por isso, nesses casos, o órgão fracionário menor
declarará que a lei ou ato normativo foram revogados ou não recepcionados pela nova ordem
constitucional.
• Interpretação conforme a constituição: Nesses casos não se trata de forma de interpretação,
mas técnica de controle de constitucionalidade. Além disso, há o reconhecimento de que a lei é
constitucional, direcionando sua interpretação para que se torne compatível com a carta magna.
Portanto, dispensa-se a cláusula de reserva de plenário.
• Existência de pronunciamento do plenário ou da corte especial do tribunal, bem como do
plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão (art. 949, parágrafo único do novo CPC).
Ocorre através do Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade.
• Atos normativos de efeitos concretos: Não viola o art. 97 da CF/88 nem a SV 10 a decisão de
órgão fracionário do Tribunal que declara inconstitucional decreto legislativo que se refira a uma
situação individual e concreta. Isso porque o que se sujeita ao princípio da reserva de plenário
é a lei ou o ato normativo. Se o decreto legislativo tinha um destinatário específico e referia-se
a uma dada situação individual e concreta, exaurindo-se no momento de sua promulgação, ele
não pode ser considerado como ato normativo, mas sim como ato de efeitos concretos. STF. 2ª
Turma. Rcl 18165 AgR/RR, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 18/10/2016 (Info 844).
• Não viola a Súmula Vinculante 10, nem a regra do art. 97 da CF/88, a decisão do órgão fracioná-
rio do Tribunal que deixa de aplicar a norma infraconstitucional por entender não haver subsun-
ção aos fatos ou, ainda, que a incidência normativa seja resolvida mediante a sua mesma inter-
pretação, sem potencial ofensa direta à Constituição. Além disso, a reclamação constitucional
fundada em afronta à SV 10 não pode ser usada como sucedâneo (substituto) de recurso ou de
ação própria que analise a constitucionalidade de normas que foram objeto de interpretação
idônea e legítima pelas autoridades jurídicas competentes. STF. 1ª Turma. Rcl 24284/SP, rel. Min.
Edson Fachin, julgado em 22/11/2016 (Info 848).
• Nulidade de ato administrativo: não é ato normativo, ainda que, entre outros fundamentos,
sustente (mencione) a inconstitucionalidade de lei estadual. (Info 546, STJ).
PODER CONSTITUINTE
Para os jusnaturalista este poder é de direito, pois eles admitem a existência de um direito natural
prévio ao direito positivo.
Para os juspositivistas, os quais preconizam não haver direito antes de se aferir a existência de um
Estado, o poder constituinte é anterior ao próprio direito, logo é um poder de fato, metajurídico, não
integrando o mundo jurídico nem possuindo natureza jurídica.
O poder constituinte originário pode ser dividido em: (i) fundacional – é aquele que produz a primei-
ra Constituição de um Estado; (ii) pós fundacional – parte de uma ruptura institucional de ordem vigente
para elaborar a nova Constituição que sucederá a anterior, revogando integralmente a precedente.
#SELIGANATABELA:
O poder constituinte derivado decorrente é perceptível no Distrito Federal, mas não nos Municípios,
pois a lei orgânica do DF, assim como ocorre com as Constituições estaduais, é um documento que só
está submetido à Constituição da República. Os municípios são formatados por documentos condicio-
nados simultaneamente à constituição estadual e à Constituição Federal, isto é, se sujeitam à uma dupla
subordinação, o que tornaria eventual poder decorrente do município em um poder de terceiro grau.
• condicionado (suas atribuições estão diretamente vinculadas ao que determina previamente a Cons-
tituição);
• secundário.
PODER LEGISLATIVO
CPI FEDERAL (ART. 58, §3°, CF) – A CPI pode investigar o Chefe do Executivo, pessoas físicas ou
jurídicas, órgão ou instituições ligadas à gestão da coisa pública ou que, de alguma forma, tenham que
prestar conta sobre dinheiro, bens ou valores públicos. É uma comissão TEMPORÁRIA do Congresso
Nacional. Logo, não pode investigar o que extravase as competências do Congresso.
#CUIDADO: pode ser que um fato guarde relação com interesse nacional e estadual. Não há
problema nesse caso de instauração de CPI federal e CPI estadual. O que não pode acontecer é CPI
federal ser criada para investigar fatos de exclusivo interesse do Estado.
“Fatos conexos inicialmente desconhecidos e revelados durante a investigação também podem ser
investigados, desde que haja um aditamento do requerimento de criação da CPI”.
PODERES DA CPI
Poderes de investigação próprios de autoridade judicial, além dos previstos nos regimentos internos.
4. Não pode formular acusações, punir delitos e nem adotar medidas acautelatórias, tais
como indisponibilidade de bens (MS 23480), proibição de ausentar-se do país, arresto, sequestro e hipo-
teca judiciária.
Autonomia Federativa: A CPI federal PODE investigar autoridade estadual caso haja investigação
de interesse nacional e não exclusivamente estadual.
CPI ESTADUAL
» A CPI estadual tem poderes simétricos à CPI federal.
» O STJ decidiu no AgR na Pet 1611: “CPIs estaduais não tem competência para investigar autori-
dades com prerrogativa de foro em órgãos do judiciário federal”.
CPI MUNICIPAL
Deve haver previsão expressa na Constituição Estadual, Lei Orgânica do Município, etc. Além
disso: fato determinado, prazo certo e quórum. Prevalece no âmbito doutrinário que “por não haver
órgão judicial no município, a CPI municipal não pode ter poderes de investigação próprios de autoridade
judicial”.
Art. 53, § 8º. As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só
podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos
de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execu-
ção da medida.
Suplentes: não possuem as garantias (imunidades e prerrogativa de foro) conferidas aos parlamen-
tares.
Art. 53, § 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julga-
mento perante o Supremo Tribunal Federal.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, caben-
do-lhe:
#IMPORTANTE: o art. 102, I, “b”, da CF prevalece sobre a regra do tribunal do júri insculpida no art.
5°, XXXVIII.
Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para apresenta-
ção de alegações finais, a competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada
em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer
que seja o motivo. STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018.
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões,
palavras e votos.
Quando proferidas fora do Congresso, o STF exige que a manifestação tenha conexão com
o exercício do mandato.
A imunidade material tem natureza jurídica de excludente de tipicidade (STF, INQ 2273 e PET
4934).
Art. 53, § 2º, CF. Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão
ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro
de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva
sobre a prisão.
A imunidade formal não abrange só a imunidade processual, mas também a questão prisional.
Súmula 245 STF. A imunidade parlamentar não se estende ao corréu sem essa prerrogativa.
A súmula 245, apesar de tratar “imunidade parlamentar”, essa súmula atinge apenas a imunidade
formal. Isso porque a palavra “réu” só tem sentido no âmbito da imunidade formal, já que a imuni-
dade material não leva parlamentar, em regra, a ser réu em processo judicial.
A imunidade formal obsta a prisão cautelar do parlamentar, salvo em flagrante de crime inafiançá-
vel. A proibição de prisão não alcança a prisão no caso de condenação definitiva transitada
em julgado.
• OBS². Não é mais necessária a autorização da Câmara ou Senado para que o parlamentar seja proces-
sado e julgado. Atualmente, o PGR oferece denúncia perante o STF, que dará ciência à Casa do respec-
tivo parlamentar, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria abso-
luta de seus membros poderá até a decisão final sustar o andamento da ação.
PROCESSO LEGISLATIVO
O art. 62 da CF/88 prevê que o Presidente da República somente poderá editar medidas provisórias
em caso de relevância e urgência. A definição do que seja relevante e urgente para fins de edição de
medidas provisórias consiste, em regra, em um juízo político (escolha política/discricionária) de compe-
tência do Presidente da República, controlado pelo Congresso Nacional.
Desse modo, salvo em caso de notório abuso, o Poder Judiciário não deve se imiscuir na análise
dos requisitos da MP. No caso de MP que trate sobre situação tipicamente financeira e tributária, deve
prevalecer, em regra, o juízo do administrador público, não devendo o STF declarar a norma inconstitu-
cional por afronta ao art. 62 da CF/88. STF. Plenário. ADI 1055/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
15/12/2016 (Info 851).
PODER JUDICIÁRIO
É importante que percebamos algo muito importante para concursos: não cabe ao STF conhecer
o mandado de segurança, nem o habeas data, nem o habeas corpus, quando o coator for Ministro de
Estado (ou Comandantes de Força), embora conheça do habeas corpus paciente deles. Acontece que o
habeas corpus coator, bem como o mandado de segurança e habeas data contra atos de Ministros está
no âmbito da Competência do STJ (CF, art. 105, I, b e c). Desta forma, em se tratando de Ministros de
Estado (e Comandantes de Força):
Caso a questão fale de “recurso ordinário” = sempre deverá envolver coisas ou pessoas (físicas ou
jurídicas) – tais como remédios constitucionais, crimes ou demais conflitos. Caso a questão fale de “recur-
so extraordinário” (sempre ao STF) ou “recurso especial” (STJ), ela deverá falar em leis ou atos normativos.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, caben-
do-lhe:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação decla-
ratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o manda-
do de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República
e do próprio Supremo Tribunal Federal;
h) Revogado.
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for
autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal
Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância;
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribu-
nais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;
b) o crime político;
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância,
quando a decisão recorrida:
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas
de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra
todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração
pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de
responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal,
os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais
Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais
de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea
“a”, ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da
Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, “o”,
bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão
recorrida:
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
nº 45, de 2004)
XII dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XIII dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Depu-
tados e outro pelo Senado Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências e
impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional nº 61, de 2009)
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois de apro-
vada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 61, de 2009)
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha ao Supremo
Tribunal Federal.
SÚMULA VINCULANTE
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois
terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que,
a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do
Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal,
bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emen-
da Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acer-
ca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública
que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de
súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente
a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato
administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou
sem a aplicação da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
#SELIGNAJURIS
O prazo de 1 ano previsto no art. 103-B, § 4º, V da CF/88 incide apenas para revisões de
PADs, não se aplicando para atuação originária do CNJ. A competência originária do CNJ para
a apuração disciplinar, ao contrário da revisional, não se sujeita ao parâmetro temporal previsto
no art. 103-B, § 4º, V da CF/88. STF. 2ª Turma. MS 34685 AgR/RR, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
CNJ não pode examinar controvérsia que está submetida à apreciação do Poder Judiciário.
Não cabe ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cujas atribuições são exclusivamente administrati-
vas, o controle de controvérsia que está submetida à apreciação do Poder Judiciário. STF. 1ª Turma.
MS 28845/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 21/11/2017 (Info 885).
na arrecadação inicialmente prevista pela Lei Orçamentária Anual. Não faz sentido que, diante de
uma situação de déficit orçamentário (a realização do orçamento foi muito inferior ao previsto), o
Poder Executivo reduza seu orçamento e o Poder Judiciário continue com seu duodécimo calculado
com base na previsão da receita que não foi a verificada na prática. Havendo frustração de receita,
o ônus deve ser compartilhado de forma isonômica entre todos os Poderes. Em suma, a base de
cálculo dos duodécimos deve observar o valor real de efetivo desempenho orçamentário e não
o valor fictício previsto na lei orçamentária. STF. 1ª Turma. MS 34483-MC/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli,
julgado em 22/11/2016 (Info 848).
#SELIGANAJURIS
Termo inicial da ação civil para a perda do cargo de membro do MP. Na hipótese de membro
de Ministério Público Estadual praticar falta administrativa também prevista na lei penal como crime,
o prazo prescricional da ação civil para a aplicação da pena administrativa de perda do cargo
somente tem início com o trânsito em julgado da sentença condenatória na órbita penal. STJ. 2ª
Turma.REsp 1535222-MA, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 28/3/2017 (Info 601).
O PGJ somente pode ser reconduzido uma única vez. É inconstitucional dispositivo de CE que
permita a recondução ao cargo de Procurador-Geral de Justiça sem limite de mandatos. Essa previ-
são contraria o art. 128, § 3º da CF/88, que autoriza uma única recondução. STF. Plenário. ADI 3077/
SE, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 16/11/2016 (Info 847).
Conflito de atribuições envolvendo MPE e MPF deve ser dirimido pelo PGR. Compete ao PGR,
na condição de órgão nacional do Ministério Público, dirimir conflitos de atribuições entre membros
do MPF e de Ministérios Públicos estaduais. STF. Plenário. ACO 924/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado
em 19/5/2016 (Info 826).
Para que a DPE atue no STJ, é necessário que possua escritório de representação em Brasília.
A Defensoria Pública Estadual pode atuar no STJ, no entanto, para isso, é necessário que possua
escritório de representação em Brasília. Se a Defensoria Pública estadual não tiver representação
na capital federal, as intimações das decisões do STJ nos processos de interesse da DPE serão feitas
para a DPU. Assim, enquanto os Estados, mediante lei específica, não organizarem suas Defensorias
Públicas para atuarem continuamente nesta Capital Federal, inclusive com sede própria, o acompa-
nhamento dos processos no STJ constitui prerrogativa da DPU. A DPU foi estruturada sob o pálio
dos princípios da unidade e da indivisibilidade para dar suporte às Defensorias Públicas estaduais
e fazer as vezes daquelas de Estados-Membros longínquos, que não podem exercer o múnus a
cada recurso endereçado aos tribunais superiores. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 378.088/SC, Rel. Min.
Sebastião Reis Júnior, julgado em 06/12/2016. STF. 1ª Turma. HC 118294/AP, rel. orig. Min. Marco
Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 7/3/2017 (Info 856).
FORMAS DE GOVERNO
MONARQUIA REPÚBLICA
SISTEMAS DE GOVERNO
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para
sua fiel execução;
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacio-
nal;
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são
privativos;
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e
dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presi-
dente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei;
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União;
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou
referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condi-
ções, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo terri-
tório nacional ou nele permaneçam temporariamente;
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias
e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da
sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos inci-
sos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao
Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.
FEDERAÇÃO CONFEDERAÇÃO
Estado Pessoa jurídica de Direito Público
Unidos pela Constituição Unidos por tratado internacional
Membros são dotados de autonomia Membros são dotados de soberania
Veda o direito de secessão Permite o direito de secessão
Decisões dos órgãos centrais são obrigatórios
para todos os membros, desde que observados
Membros possuem o direito de nulificação
os limites da competência constitucionalmente
estabelecida
ESTADO FEDERAL
- Descentralização político-administrativa fixada pela constituição
Características
- Participação das vontades parciais na vontade geral
Essenciais
- Auto-organização dos Estados-membros
Requisitos - Rigidez constitucional
para manu- - Imutabilidade da formal federativa
tenção - Controle de constitucionalidade
MODELOS DE FEDERALISMO
QUANTO À ORIGEM
CENTRÍPETO/AGREGA- é aquele no qual antes havia um modelo descentralizado e, com o pacto
ÇÃO federal, ocorre a centralização. Ex.: EUA.
CENTRÍFUGO/SEGRE- antes havia mais centralização, mas o federalismo impõe a descentralização
GAÇÃO para os entes autônomos. Ex.: Brasil.
QUANTO AO NÚMERO DE ENTES
BIDIMENSIONAL há apenas dois entes. Ex.: Apenas União e Estados.
há três entes. Ex.: União, Estados e Municípios.
TRIDIMENSIONAL Brasil é um dos únicos países que atribui aos Municípios a condição de ente
federal.
QUANTO À DISTRIBUIÇÃO DOS PODERES
o regime de todos os entes iguais é idêntico.
SIMÉTRICO No Brasil é assim. As competências do Estado de MG são as mesmas do
Estado de SP.
MODELO MODERNO: verificado após a 1ª guerra mundial. A CF prevê não apenas a competência
exclusiva da União, mas também a comum e concorrente dos Estados.
MODELO HORIZONTAL: não há relação de subordinação entre os entes que legislam. Predomina
no BRASIL.
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS
Atribuída a uma entidade federada com exclusão de todas as demais, SEM
Exclusivas1
possibilidade de delegação.
Da união (artigo 22 e parágrafo único). Pode ser delegada aos Estados para
Privativas
legislarem sobre determinada matéria, por meio de Lei complementar.
Atribuída a mais de um ente federado com atuação em níveis distintos.
Os municípios estão excluídos, cabem somente a União, Estados e Distrito Federal,
que poderão legislar concorrentemente sobre os assuntos constantes no artigo 24,
mas, NÃO há superposição. §§ 1º a 4º: À união competem às normas gerais; os
Concorrentes Estados têm competência suplementar; se a União não emitir as normas gerais, os
Estados poderão exercer a competência plena sobre o assunto; se após o exercício
da competência plena dos Estados, surgir, supervenientemente, regulamentação
sobre normas gerais da União, a norma dos Estados terá a eficácia suspensa (não é
revogação nem invalidez, no que contradizer a União, não existindo repristinação).
Conferida a determinado ente para complementar as normas gerais dispostas
por outro ou para suprir a ausência dessas normas gerais. Artigo 24, § 2º trata
Suplementares
da competência LEGISLATIVA SUPLEMENTAR DOS ESTADOS e o art. 30, II fala da
competência LEGISLATIVA SUPLEMENTAR DOS MUNICÍPIOS
#SELIGANAJURIS #COLANARETINA
Alteração dos limites de um Município exige plebiscito. Para que sejam alterados os limites
territoriais de um Município é necessária a realização de consulta prévia, mediante plebiscito, às
populações dos Municípios envolvidos, nos termos do art. 18, § 4º da CF/88. STF. Plenário. ADI 2921/
RJ, rel. orig. Min. Ayres Britto, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 9/8/2017 (Info 872).
É necessária a edição de LC federal para que possam ser criados novos municípios. Para a
criação de novos Municípios, o art. 18, § 4º, da CF/88 exige a edição de uma Lei Complementar
Federal estabelecendo o procedimento e o período no qual os Municípios poderão ser criados,
incorporados, fundidos ou desmembrados. Como atualmente não existe essa LC, as leis estaduais
que forem editadas criando novos Municípios serão inconstitucionais por violarem a exigência do §
4º do art. 18. STF. Plenário. ADI 4992/RO, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/9/2014 (Info 758).
Súmula vinculante 2-STF: É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha
sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.
Súmula vinculante 39-STF: Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros
das polícias civil e militar do Distrito Federal.
Súmula 419-STF: Os municípios têm competência para regular o horário do comércio local, desde
que não infrinjam leis estaduais ou federais válidas.
DIREITOS FUNDAMENTAIS
Na Constituição Federal, os direitos e garantias fundamentais estão insertas no Título II, e são dividi-
dos em direitos e garantias individuais e coletivos (capítulo I), direitos sociais (capítulo II), direitos nacionais
(capítulo III), direitos políticos (capítulo IV) e partidos políticos (capítulo V). Ressalve-se que a maior parte
dos direitos coletivos está inserida no capítulo dos direitos sociais.
DIREITO X GARANTIA: Diz-se que direito é uma faculdade de agir, exercer, fazer ou deixar de fazer
algo, uma liberdade positiva. As garantias não se referem às ações, mas sim às proteções que as pessoas
possuem frente ao Estado ou mesmo frente às demais pessoas. Diz-se que as garantias são proteções
para que se possa exercer um direito.
A segunda teoria é a relativa (é incompatível com a classificação de JAS de eficácia limitada, contida
e plena). Essa teoria defende a necessidade de justificar as restrições aos direitos fundamentais mediante
o recurso ao princípio da proporcionalidade. Não existiria um limite intransponível, a priori. É preciso
antes analisar a medida à luz do princípio da proporcionalidade. Se a medida estatal for proporcional,
não atingiu o conteúdo essencial. Por outro lado, se se concluiu que foi desproporcional, é porque
atingiu o conteúdo essencial naquele caso.
#ATENÇÃO: Pela teoria relativa, o conteúdo essencial não pode ser definido abstratamente, deven-
do ser analisado no caso concreto por meio do princípio da proporcionalidade.
Em algum momento pode haver suspensão de direitos fundamentais? SIM, nos casos de estado de
#CUIDADO: A dignidade não é um direito absoluto. Isso porque, além de partir da premissa de que
nenhum direito possui essa característica (e, de fato, não existe direito absoluto!), a dignidade não é
sequer um direito, mas sim uma qualidade de todo e qualquer ser humano.
STATUS NEGA- É aquele em que há um espaço de liberdade diante das possíveis ingerências. Ocor-
TIVO re a abstenção estatal.
#CAIEMPROVA: Art. 5º § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm apli-
cação imediata. Isso não quer dizer que as normas ali sejam todas de eficácia plena. Na verdade,
trata-se apenas um apelo para que se busque efetivamente aplicá-las e assim não sejam frustrados
os anseios da sociedade.
a) Vão estar equiparados às Emendas Constitucionais caso versem sobre direitos humanos e o
decreto legislativo relativo a ele seja aprovado pelo mesmo rito exigido para as emendas à Cons-
tituição.
b) Ainda que não aprovados pelo rito das Emendas, se versarem sobre direitos humanos, o STF
entende que possuem “SUPRALEGALIDADE” podendo revogar leis anteriores e devendo ser observados
pelas leis futuras. É assim, por exemplo, que vigora em nosso ordenamento o “Pacto de San Jose da Costa
Rica” - status acima das leis e abaixo da Constituição.
DIREITOS INDIVIDUAIS
DESTINATÁRIOS: brasileiros (pessoas físicas e jurídicas de direito público e privado); estrangeiros
residentes no Brasil.
• Obs. 1: numa interpretação literal, os estrangeiros não residentes não poderiam invocar os direitos
individuais, MAS sendo a dignidade uma qualidade intrínseca a todo ser humano, independen-
temente de sua nacionalidade, não se pode negar o exercício de um direito fundamental a um
indivíduo pelo simples fato dele não residir no país.
• Obs. 3: contraditório, ampla defesa e devido processo legal podem ser invocados por pessoas
jurídicas de direito público.
b) a certidão de óbito,
• Obs. 6: Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 05 (cinco) anos de idade
em creches e pré-escolas.
DIREITO À VIDA
» Bem jurídico protegido: vida humana em seu sentido biológico. Dupla acepção:
Positiva: Consiste no direito de exigir do Estado prestações para proteção do direito à vida, assim
como para uma existência digna.
DIREITO À IGUALDADE
IGUALDADE PERANTE A LEI É a igualdade na aplicação da lei.
IGUALDADE NA LEI Elaboração das leis.
#SELIGANASÚMULA: Súmula nº 683 – STF: o limite de idade para a inscrição em concurso público
só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das
atribuições do cargo a ser preenchido.
DIREITOS DE LIBERDADE
» Liberdade de consciência, de crença e de culto (art. 5ª, VI).
» Assegura a plena liberdade de culto e as suas liturgias, bem como o direito de não acreditar ou
professar nenhuma fé, devendo o Estado respeito ao ateísmo.
» A liberdade de consciência é a mais ampla. Consiste na adesão de certos valores espirituais indepen-
dentemente de qualquer conotação religiosa.
» Serviço militar obrigatório: uma pessoa pode alegar motivos religiosos para se eximir desta obrigação
legal, mas deverá cumprir uma prestação alternativa. A objeção de consciência deve ser baseada em
convicções seriamente arraigadas e que causem um grave tormento moral.
» SITUAÇÕES ESPECIAIS:
b) Gravação clandestina:
i) Não houver justa causa. Ex: divulga cena sexual com o parceiro.
Dentre as autoridades com legitimidade para determinar a quebra destes sigilos estão:
i) Juiz;
ii) CPI.
d) Interceptação das comunicações (art. 5º, XII): é inviolável o sigilo da correspondência e das
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução
processual penal.
i) ordem judicial;
Além da interceptação telefônica, a violação de domicílio (art. 5º, XI) a prisão por mandado
e o sigilo imposto a processo judicial (MS 27.483) envolvem matérias de reserva de jurisdição.
INVIOLABILIDADE DE DOMICÍLIO
» Flagrante delito, desastre ou para prestar socorro: dia ou noite, sem necessidade de autorização
judicial.
» O conceito de casa deve ser interpretado de uma forma bastante ampla, de modo a compreender
espaços privados, não abertos ao público, onde alguém exerce atividade profissional.
STF: admitiu invasão durante a noite de escritório de advocacia para que fosse feito intercepta-
ção ambiental (INQ 2424), em conformidade com o princípio da proporcionalidade.
DIREITO DE PROPRIEDADE
» Desapropriação-sanção: urbana - títulos da dívida pública (art. 182, §4º, III, CF) e rural – títulos da
dívida agrária (art. 184, CF).
» Art. 243, CF/88. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas
culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão
expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer inde-
nização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o
disposto no art. 5º. Em RE, o STF entendeu que o confisco é das glebas como um todo e não apenas
da parte em que é feita a plantação dos psicotrópicos.
» Obs.: Art. 184, §5º, CF “são isentas de impostos federais, estaduais e municipais as ações de transferên-
cia de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária”.
» Obs.: art. 185, CF: “São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária: i) a pequena
e média propriedade rural, assim definida em lei; desde que seu proprietário não possua outra; ii) a
propriedade produtiva”.
DIREITO DE REUNIÃO
» Requisitos: seja pacífica; sem armas; não frustre outra reunião anteriormente convocada para o local;
avise a autoridade competente. Dispensa autorização, basta simples aviso.
» A ofensa a este direito deverá ser tutelada por meio de Mandado de Segurança e não habeas corpus.
DIREITO DE ASSOCIAÇÃO
» Para fins LÍCITOS, sendo vedada a paramilitar;
» Para que tenham suas atividades SUSPENSAS: só por decisão judicial (“simples”)
#DEOLHONAJURIS: Segundo o STF, não é possível a utilização da denúncia anônima como ato
formal de instauração do procedimento investigatório, quando isoladamente consideradas, já que
as peças futuras não poderiam, em regra, ser incorporadas formalmente ao processo. Nada impe-
de, porém, que o Poder Público seja provocado pela delação anônima e, com isso, adote medidas
informais para que se apure a possível ocorrência da ilicitude pena.
conseguiu a informação)
#DEOLHONAJURIS #AJUDAMARCINHO
DIREITOS COLETIVOS
NACIONALIDADE
Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga o indivíduo a um determinado Estado, tornan-
do-o um componente do povo.
#SELIGANATABELA #COLANARETINA:
imposição do Estado estrangeiro no qual o brasileiro reside, como condição para que ele possa perma-
necer no território ou para exercer os direitos civis.
DIREITOS POLÍTICOS
Quanto aos direitos políticos, vale relembrar que a CF VEDA a cassação de direitos políticos e
prevê apenas duas formas de privação dos direitos políticos (PERDA e SUSPENSÃO):
A perda e a suspensão dos direitos políticos somente se dará nos casos de:
OBS.: Também há previsão, na CF, de perda da nacionalidade do brasileiro nato, o que, por óbvio,
também acarreta a perda dos direitos políticos.
Serão privados dos direitos políticos até que cumpram a obrigação (Ex.: função de jurados, serviço
militar). Obs. Há quem defenda se tratar de uma hipótese de suspensão.
Lembre-se das mudanças recentes realizadas no CC pela Convenção e Estatuto da Pessoa com
Deficiência. Agora, somente são absolutamente incapazes aqueles menores de 16 anos.
Não importa a natureza ou montante da pena e abarca também condenações relativas a CONTRA-
VENÇÕES.
Art. 14, §7º, CF. São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consan-
guíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador
de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos
seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição
AÇÕES CONSTITUCIONAIS
HABEAS CORPUS
#SELIGANASSÚMULAS
» STF – Súmula nº 693: Não cabe HC contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a
processo em que a pena pecuniária seja a única cominada. (Isso porque Habeas Corpus é para discu-
tir a liberdade de alguém. Não serve para discutir multa e penas em dinheiro).
» STF – Súmula nº 695: Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade. (Se
a pena que privava a pessoa da liberdade já foi extinta. Para que se quer um habeas corpus?).
» STF - Súmula nº 606: Não cabe impetração de “habeas corpus” para o plenário contra decisão cole-
giada de qualquer das Turmas (ou do próprio Pleno) do STF, ainda que resultante do julgamento de
outros processos de “habeas corpus” ou proferida em sede de recursos em geral, inclusive aqueles
de natureza penal.
» CF, Art. 142 § 2º: Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares. Embora a
CF expresse que não cabe HC contra punições disciplinares, o STF tem flexibilizado a situação quando
a punição privativa de liberdade foi imposta de forma ilegal.
» É cabível habeas corpus inclusive quando a liberdade de locomoção puder ser afetada indiretamente,
por exemplo, contra a quebra de sigilo bancário, caso dela possa resultar processo penal que leve à
sentença de prisão.
» Diferentemente do Mandado de Segurança que só pode ser impetrado quando alguém estiver se
valendo de sua prerrogativa de “direito público”, o habeas corpus pode ser impetrado contra qualquer
pessoa que estiver coagindo alguém de sua liberdade de locomoção.
MANDADO DE SEGURANÇA
QUEM PODE Qualquer pessoa (PF, PJ ou até mesmo órgão público – independente ou autôno-
USAR mo) seja na forma preventiva ou repressiva.
• Ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução;
#SELIGANASSÚMULAS
» STF – Súmula nº 625: Controvérsia sobre matéria de direito não impede a concessão de mandado
de segurança (veja que a matéria de fato alegada deve ser incontroversa, líquida e certa. Porém, nada
impede que o direito em que este fato esteja se baseando seja controverso, complexo, por exemplo,
uma lei que esteja sendo objeto de impugnação).
» STF – Súmula nº 429: A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o
uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade (a palavra principal desta súmula é a
“omissão”, ou seja, de que adiantaria um recurso suspensivo se a autoridade não está agindo e sim se
omitindo em agir?).
» STF – Súmula nº 266: Não cabe mandado de segurança contra lei em tese. (Não se pode usar o
MS para impugnar diretamente uma lei, pois isto é privativo da ação direta de inconstitucionalidade)
» STF – Súmula nº 267: Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recursos ou
correição.
» STF - Súmula nº 268: Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em
julgado.
» STF - Súmula nº 629: A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em
favor dos associados independe da autorização destes (veja que diferentemente do que ocorre
na representação processual, em se tratando de MS coletivo - substituição processual -, basta auto-
rização genérica, o que se dá com o simples ato de filiação, prescindindo-se que a entidade esteja
expressamente autorizada para tal).
» STF - Súmula nº 630: A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda
quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.
Prazo: O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 dias (prazo
decadencial) contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. Obs.: Este prazo de 120 dias não
se aplica, obviamente, ao MS preventivo, pois se a lesão ainda nem ocorreu, como poderíamos começar
a contagem do prazo?
#SELIGANASSÚMULAS #MAISSÚMULASPRAVOCÊS
» STF – Súmula nº 430: Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para
o mandado de segurança.
» STF – Súmula nº 623: É constitucional a lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de
mandado de segurança (120 dias).
» STF – Súmula nº 624: Não compete ao STF conhecer originariamente o mandado se segurança
contra atos de outros tribunais (a competência para apreciar o mandado de segurança contra atos e
omissões de tribunais é do próprio tribunal).
HABEAS DATA
ATIVA - Poderá ser impetrado por qualquer pessoa, tanto natural quanto jurí-
dica, seja nacional ou estrangeira, para ter acesso às informações a seu respei-
to.
O caráter personalíssimo da ação, que culmina na conclusão de que o HD será
LEGITIMIDADE
sempre impetrado para o acesso, retificação ou anotação de informação rela-
tiva à pessoa do próprio impetrante e não de terceiros.
PASSIVA – entidades governamentais ou particulares que tenham caráter
público.
AÇÃO POPULAR
Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe,
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e
DEFINIÇÃO do ônus da sucumbência.
É uma ação que viabiliza ao cidadão o controle da legalidade dos atos admi-
nistrativos e impede a lesividade. Consiste, portanto, na possibilidade de qual-
quer membro da coletividade, com maior ou menor amplitude, invocar a tutela
jurisdicional no intuito de preservar os interesses coletivos.
Juiz de primeiro grau (Justiça Estadual ou Federal) de acordo com as regras
COMPETÊNCIA
ordinárias de definição de competência.
ATIVA – pertence ao cidadão, indivíduo dotado de capacidade eleitoral ativa e
que esteja em dia com suas obrigações eleitorais.
PASSIVA – será proposta em face das pessoas jurídicas de direito público,
cujo patrimônio se procura proteger, bem como suas entidades autárquicas e
LEGITIMIDADE
qualquer outras pessoas jurídicas que sejam subvencionadas pelos cofres; dos
responsáveis pelo ato lesivo, vale dizer, autoridades diretamente responsáveis
pelo ato que está sendo impugnado, administradores e demais funcionários;
beneficiários diretos do ato ou contrato lesivo.
A natureza da decisão, quando for declarada a procedência do pedido, é
dúplice: será desconstitutiva ou constitutiva negativa.
Os efeitos da sentença são:
Invalidação do ato lesivo ao patrimônio público;
DECISÃO Condenação das autoridades, dos administradores, dos funcionários e dos
beneficiários, que arcarão com o ressarcimento dos danos e das perdas;
Condenação das autoridades, dos administradores, dos funcionários e dos
beneficiários em custas e ônus de sucumbência;
Efeito erga omnes.
DIREITO EMPRESARIAL 3
TEORIA DOS ATOS DE COMÉRCIO TEORIA DA EMPRESA
Adotada pelo Código Comercial de 1850 Adotada pelo Código Civil de 2002
Profissionalmente.
Atividade Econômica.
Organizada.
Exercente de atividade rural. Exceção: quando optar pelo registro na Junta Comercial
Cooperativas
REGISTRO
OBRIGATÓRIO FACULTATIVO
#SELIGANOSENUNCIADOS
Enunciado CJF/CIVIL 198: A inscrição do empresário na Junta Comercial não é requisito para
a sua caracterização, admitindo-se o exercício da empresa sem tal providência. O empresário
irregular reúne os requisitos do art. 966, sujeitando-se às normas do Código Civil e da legislação
comercial, salvo naquilo em que forem incompatíveis com a sua condição ou diante de expressa
disposição em contrário”.
Enunciado CJF/CIVIL 200: É possível a qualquer empresário individual, em situação regular, soli-
citar seu enquadramento como microempresário ou empresário de pequeno porte, observadas as
exigências e restrições legais
Enunciado CJF/CIVIL 201: O empresário rural e a sociedade empresária rural, inscritos no registro
público de empresas mercantis, estão sujeitos à falência e podem requerer concordata.
A lei exige capital mínimo (igual ou superior a 100 vezes o valor do maior
CAPITAL MÍNI-
MO salário mínimo vigente no país) para a sua constituição, que deverá ser devid-
amente integralizado.
NOME EMPRE-
Firma ou Denominação.
SARIAL
#SELIGANOSENUNCIADOS
Enunciado CJF/CIVIL 473: A imagem, o nome ou a voz não podem ser utilizados para a integrali-
zação do capital da EIRELI.
NOME EMPRESARIAL
FIRMA DENOMINAÇÃO
Empresário Individual
FIRMA Sociedade em nome coletivo
Sociedade em comandita simples
Sociedade Limitada
FIRMA OU DENOMINAÇÃO Sociedade em comandita por ações.
EIRELI
EXIBIÇÃO DE LIVROS
PARCIAL INTEGRAL
Pode ser determinada de ofício ou a requeri- Só pode ser determinada pelo juiz a requeri-
mento da parte interessada. mento da parte interessada.
ESTABELECIMENTO
#DEOLHONAJURIS É válida a cláusula contratual de não concorrência, desde que limitada espacial
e temporalmente. Isso porque esse tipo de cláusula protege a concorrência e os efeitos danosos
decorrentes de potencial desvio de clientela, sendo esses valores jurídicos reconhecidos constitu-
cionalmente. Assim, quando a relação estabelecida entre as partes for eminentemente comercial, a
cláusula que estabeleça dever de abstenção de contratação com sociedade empresária concorrente
pode sim irradiar efeitos após a extinção do contrato, desde que por um prazo certo e em determi-
nado lugar específico (limitada temporária e espacialmente). STJ. 3ª Turma. REsp 1.203.109-MG, Rel.
Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 6/5/2015 (Info 561).
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada
para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza cien-
tífica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício
da profissão constituir elemento de empresa.
Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao
pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes.
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as
formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de
Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos
os efeitos, ao empresário sujeito a registro.
Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade
civil e não forem legalmente impedidos.
Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer,
responderá pelas obrigações contraídas.
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a
empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da
empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.
Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos
ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza.
Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabeleci-
mento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empre-
sário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na
imprensa oficial.
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da
alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento
destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação.
Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à trans-
ferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente
obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos
outros, da data do vencimento.
Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concor-
rência ao adquirente, nos cinco anos subsequentes à transferência.
Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos
contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo
Art. 1.149. A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento transferido produzirá efeito em rela-
ção aos respectivos devedores, desde o momento da publicação da transferência, mas o devedor
ficará exonerado se de boa-fé pagar ao cedente.
PROPRIEDADE INDUSTRIAL
PATENTE REGISTRO
20 anos 15 anos
DURAÇÃO 10 anos 10 anos
(Mín. 10 anos) (Mín. 7 anos)
Prorrogável sem
Prorrogável por limite
PRORROGAÇÃO Não admite até 3 períodos (Requer 1 ano
de 5 anos cada antes do térmi-
no)
• Novidade; • Novidade
• Novidade;
• Originali- relativa;
• Atividade inventiva;
REQUISITOS dade; • Não colidên-
• Aplicação industrial;
• Licitude. cia;
• Licitude.
• Licitude.
#SELIGANAJURIS #DIZERODIREITO
Em ação de nulidade de registro de marca, a que o INPI não deu causa nem ofereceu resistência,
não cabe condenação do instituto em honorários advocatícios sucumbenciais. STJ. 3ª Turma. REsp
1378699-PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 7/6/2016 (Info 585).
A pretensão de abstenção de uso de marca nasce para seu titular com a violação do direito
de utilização exclusiva. No caso concreto, o titular da marca havia autorizado que terceiro a utili-
zasse até determinada data. A pretensão inibitória nasceu a partir do momento em que este terceiro
desrespeitou a data assinalada como termo final de vigência da autorização. STJ. 3ª Turma. REsp
1.631.874SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 25/10/2016 (Info 593)
#APOSTACICLOS #SAINDODOFORNO
É necessária a produção de prova técnica para se concluir que houve concorrência desleal decor-
rente da utilização indevida do conjunto-imagem (trade dress) de produto da empresa concorrente.
Assim, o indeferimento da perícia que havia sido oportunamente requerida para tal fim caracteriza
cerceamento de defesa.
STJ. 4ª Turma. REsp 1778910/SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 06/12/2018.
Marcas fracas ou evocativas, que constituem expressão de uso comum, de pouca originalidade,
atraem a mitigação da regra de exclusividade decorrente do registro, admitindo-se a sua
utilização por terceiros de boa-fé. O monopólio de um nome ou sinal genérico em benefício de
um comerciante implicaria uma exclusividade inadmissível, a favorecer a detenção e o exercício do
comércio de forma única, com prejuízo não apenas à concorrência empresarial — impedindo os
demais industriais do ramo de divulgarem a fabricação de produtos semelhantes através de expres-
sões de conhecimento comum, obrigando-os à busca de nomes alternativos estranhos ao domínio
público — mas sobretudo ao mercado em geral, que teria dificuldades para identificar produtos
similares aos do detentor da marca. STJ. 3ª Turma. REsp 1315621-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado
em 4/6/2013 (Info 526).
Direito Societário:
Empresarialidade é a presença dos elementos que definem o empresário, que estão descritos lá
no artigo 966 do Código Civil (exercício profissional de atividade econômica organizada, para a produção
ou a circulação de bens ou de serviços). Exceções: as sociedades por ações (sociedade anônima ou em
comandita por ações) sempre serão empresárias e as cooperativas nunca serão empresárias, ainda que
apresentem características de empresarialidade. Trata-se de um critério legal (art. 982, Código Civil).
Sociedade limitada
Sociedade anônima
SOCIEDADES PERSONIFICADAS
Sociedade em nome coletivo
(Possuem registro)
Sociedade em comandita simples
Sociedade em comandita por ações
#NÃOCONFUNDA: O fato de a sociedade não ser personificada apenas significa que ela não possui
registro. Essa classificação não diz respeito ao objeto social da sociedade. Assim, embora as sociedades
não personificadas estejam disciplinadas na parte do Código Civil dedicada às sociedades empresárias,
podem eventualmente ser sociedades simples.
a) Titularidade negocial: aptidão para realizar negócios jurídicos. Ex. assinar contrato de franquia,
empréstimo, leasing.
b) Titularidade processual: pode estar tanto no polo ativo quanto passivo. Ex. ajuizar execução,
sofrer ação de dissolução de sociedade.
c) Autonomia patrimonial: ela tem patrimônio distinto do patrimônio dos sócios.
Art. 50, CC. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou
pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando
lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam esten-
didos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Deve-se provar:
1) Insolvência;
Deve-se provar apenas a insolvência.
2) Abuso da personalidade (desvio de finalidade
ou confusão patrimonial).
CONCEITOS IMPORTANTES
aquele que está em mora com a sociedade. Ou seja, é o sócio que ainda não
integralizou sua parte no capital social.
#SELIGA Opções para o sócio remisso:
SÓCIO REMISSO
a) Purgar a mora e indenizar a sociedade pelos danos emergentes da mora;
b) Sujeitar-se à cobrança judicial;
c) Exclusão da sociedade.
OPERAÇÕES SOCIETÁRIAS
Uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhe sucede em
INCORPORAÇÃO
todos os direitos e obrigações. As sociedades absorvidas extinguem-se;
SOCIEDADE LIMITADA
Deve ser escrito porque os sócios deverão levá-lo a registro no órgão com-
CONTRATO SOCIAL
petente antes do início das atividades.
Firma ou denominação.
NOME EMPRESAR-
#ATENÇÃO deve trazer a expressão “limitada” ou “ltda”, sob pena de
IAL
acarretar na responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores.
REGRA GER-
Maioria absoluta
AL
SOCIEDADE ANÔNIMA
ASSEM-
Caráter exclusivamente deliberativo que reúne todos os acionis-
BLEIA-GER-
tas (com ou sem direito a voto).
AL
CONSELHO
Caráter deliberativo e com vistas a agilizar as decisões da Cia.
DE ADMIN-
(mínimo 3 membros, acionistas ou não).
ÓRGÃOS ISTRAÇÃO
SOCIAIS Órgão de representação legal da S/A e execução das deliber-
DIRETORIA ações da assembleia-geral ou do Conselho de Administração
(mínimo 2 membros, acionistas ou não).
#DEOLHONAJURIS
SOCIEDADE ANÔNIMA. Dissolução parcial da sociedade anônima que não está gerando lucros. É
possível que sociedade anônima de capital fechado, ainda que não formada por grupos familiares,
seja dissolvida parcialmente quando, a despeito de não atingir seu fim – consubstanciado no auferi-
mento de lucros e na distribuição de dividendos aos acionistas –, restar configurada a viabilidade da
continuação dos negócios da companhia. STJ. 3ª Turma. REsp 1.321.263-PR, Rel. Min. Moura Ribeiro,
julgado em 6/12/2016 (Info 595)
SOCIEDADE. Não faz jus ao recebimento de dividendos o sócio que manteve essa condição duran-
te o exercício financeiro sobre o qual é apurado o lucro, mas se desliga da empresa, por alienação
de suas ações, em data anterior ao ato de declaração do benefício. Fundamento jurídico: art. 205 da
Lei nº 6.404/76. Ex: o indivíduo possuía 40 mil ações ordinárias da sociedade anônima. Em fev/2015,
ele vendeu suas ações. Em abril/2015, a S.A. realizou Assembleia Geral Ordinária e deliberou pagar
aos acionistas da companhia os dividendos apurados no ano anterior (2014). Este indivíduo não terá
direito ao pagamento porque na data do ato de declaração do dividendo (data da Assem-
bleia), ele já não mais fazia parte do quadro de acionistas da Companhia. STJ. 4ª Turma. REsp
1.326.281-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 3/8/2017 (Info 610)
#SELIGANOENUNCIADO
LIGAÇÕES SOCIETÁRIAS
SOCIEDADE
Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou
CONTROLADO-
através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem,
RA
de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de
(Lei das S.A., art.
eleger a maioria dos administradores.
243, §2º)
• TÍTULOS DE CRÉDITO
Negociabilidade
Bens Móveis
Executividade
Obrigação Quesível
Solidariedade
#OLHAOGANCHO
CLASSIFICAÇÕES:
Título causal: somente pode ser emitido nas hipóteses em que a lei autoriza
QUANTO ÀS
essa emissão (duplicata);
HIPÓTESES DE
Título abstrato: emissão não está condicionada a nenhuma causa preestabele-
EMISSÃO
cida em lei (cheque e nota promissória)
ENDOSSO
(i) Endosso branco: O endosso em branco é aquele que não identifica o seu
beneficiário, chamado de endossatário. Nesse caso, simplesmente o endos-
sante assina no verso do título, sem identificar a quem está endossando, o que
ENDOSSO acaba, na prática, permitindo que o título circule ao portador, ou seja, pela
BRANCO mera tradição da cártula.
x (ii) Endosso preto: é aquele que identifica expressamente a quem está
ENDOSSO PRE- sendo transferida a titularidade do crédito, ou seja, o endossatário. Assim,
TO só poderá circular novamente por meio de um novo endosso, que poderá ser
em branco ou em preto. Nesse caso, pois, o endossatário, ao recolocar o título
em circulação, assumirá a responsabilidade pelo adimplemento da dívida, uma
vez que deverá praticar novo endosso.
AVAL
O aval também pode ser feito em branco, hipótese em que não identifica o
PRETO avalizado, ou em preto, caso em que o avalizado é expressamente indicado.
x Quando o aval é em branco, presume-se que foi dado em favor de alguém: no
BRANCO caso da letra de câmbio, presume-se em favor do sacador; nos demais títulos,
em favor do emitente ou subscritor.
SÚMULA 26 DO STJ: O avalista do título de crédito vinculado a contrato de mútuo também respon-
de pelas obrigações pactuadas, quando no contrato figurar como devedor solidário.
#DEOLHONAJURIS: Se uma pessoa vai dar o seu aval, ela precisará da concordância do seu cônju-
ge? Exige-se outorga uxória ou marital (concordância do cônjuge) para que a pessoa seja avalista?
• Código Civil: SIM. Exige-se autorização do cônjuge, nos termos do art. 1.647, III.
Essa norma exige uma interpretação razoável e restritiva, sob pena de descaracterizar o aval como
instituto cambiário. Diante disso, o STJ afirmou que esse art. 1.647, III, do CC somente é aplica-
do para os títulos de créditos inominados, considerando que eles são regidos pelo Código
Civil. Por outro lado, os títulos de créditos nominados (típicos), que são regidos por leis
especiais, não precisam obedecer a essa regra do art. 1.647, III, do CC. Em suma, o aval dado
aos títulos de créditos nominados (típicos) prescinde de outorga uxória ou marital. Exemplos
de títulos de créditos nominados: letra de câmbio, nota promissória, cheque, duplicata, cédulas e
notas de crédito. STJ. 3ª Turma. REsp 1.526.560-MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado
em 16/3/2017 (Info 604). STJ. 4ª Turma. REsp 1.633.399-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
10/11/2016.
PROTESTO
Ato formal pelo qual se atesta um fato relevante para a relação cambial. Esse fato
CONCEITO relevante pode ser (i) a falta de aceite do título, (ii) a falta de devolução do título ou
(iii) a falta de pagamento do título.
NECESSÁRIO
x NECESSÁRIO: Contra os coobrigados e endossantes.
FACULTATI- FACULTATIVO: Contra o devedor principal e seu avalista.
VO
SÚMULA 475 DO STJ: Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário
que recebe por endosso translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou intrínseco,
ficando ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas.
#SAINDODOFORNO #APOSTACICLOS
Não há como impor tacitamente ao credor o dever de enviar, sem provocação, o documento hábil
ao cancelamento do legítimo protesto. O credor tem o inequívoco dever de fornecer o documento
hábil ao cancelamento do protesto, mas para isso precisa ser previamente provocado. Assim, se o
devedor paga ao banco um título de crédito que estava protestado, o banco deverá fornecer uma
carta de anuência com a qual o devedor poderá cancelar o protesto. No entanto, o credor não tem
o dever de fornecer este documento automaticamente. É necessário que haja um requerimento
(um pedido) daquele que pagou. STJ. 4ª Turma. REsp 1.346.584-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 09/10/2018 (Info 638).
O protesto irregular de cheque prescrito não caracteriza abalo de crédito apto a ensejar danos
morais ao devedor, se ainda remanescer ao credor vias alternativas para a cobrança da dívida
consubstanciada no título. STJ. 3ª Turma. REsp 1677772-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
14/11/2017 (Info 616).
LETRA DE CÂMBIO
(a) Dia certo: é a que vence em data preestabelecida pelo sacador, logicamente
posterior à data do saque.
(b) À vista: é aquela que tem seu vencimento no dia da apresentação do
título ao sacado. Não há a prefixação de uma data específica, portanto.
(c) A certo termo da vista: é a que vence após um determinado prazo, es-
VENCIMENTO
tipulado pelo sacador quando de sua emissão, que começa a correr a partir da
vista (aceite) do título.
(d) A certo termo da data: também vence após um determinado prazo estipu-
lado pelo sacador, mas que começa a correr não a partir do aceite, mas a partir
da própria emissão (saque) do título.
NOTA PROMISSÓRIA
CHEQUE
(a) Lei do Cheque prevê, em seu art. 39, que o banco tem a obrigação legal
de verificar a regularidade da cadeia de endossos;
(b) Quando possuírem valor não superior a R$ 100,00 (cem reais), podem ser
emitidos ao portador. Cheques acima desse valor, todavia, deverão ser emiti-
dos nominalmente;
CURIOSIDADES
(c) Embora seja uma ordem de pagamento à vista, popularizou-se bastante
no Brasil a emissão de cheque para ser pago em data futura (cheque pré ou
pós-datado). Por ser o cheque uma ordem de pagamento à vista, se apresen-
tado o título, o banco é obrigado a pagar. No entanto, aquele que apresen-
tou o cheque, nessas condições, será civilmente responsabilizado.
(a) Cheque cruzado: ao ser feito o cruzamento o cheque só pode ser pago a
um banco ou a um cliente do banco, mediante crédito em conta, o que evita,
consequentemente, o seu desconto na boca do caixa;
(b) Cheque visado: aquele em que o banco confirma, mediante assinatu-
ra no verso do título, a existência de fundos suficientes para pagamento do
MODALIDADES valor mencionado. Ao visar o cheque, o banco garante que ele tem fundos e
DE CHEQUES assegura o seu pagamento durante o prazo de apresentação. Com o visto, o
banco se obriga a reservar a quantia constante do cheque durante o período
de apresentação;
(c) Cheque administrativo: é aquele emitido por um banco contra ele mes-
mo, para ser liquidado em uma de suas agências. O banco, portanto, é ao
mesmo tempo emitente e sacado.
Trata-se do prazo dentro do qual o emitente deverá levar o cheque para paga-
PRAZO DE mento junto à instituição financeira sacada.
APRESENTAÇÃO “da mesma praça” - prazo de apresentação de 30 dias.
“de praças diferentes” - prazo de apresentação será de 60 dias.
SÚMULA 600 DO STF: Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não
apresentado o cheque ao sacado no prazo legal, desde que não prescrita a ação cambiária.
SÚMULA 503 DO STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de
cheque sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão estampada
na cártula.
SÚMULA 531 DO STJ: Em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o emitente,
é dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula.
SÚMULA 370 DO STJ: Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-da-
tado.
Em qualquer ação utilizada pelo portador para cobrança de cheque, a correção monetária incide a
partir da data de emissão estampada na cártula, e os juros de mora a contar da primeira apresenta-
ção à instituição financeira sacada ou câmara de compensação. STJ. 2ª Seção. REsp 1556834-SP, Rel.
Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 22/6/2016 (recurso repetitivo) (Info 587).
Sempre será possível, no prazo para a execução cambial, o protesto cambiário de cheque
com a indicação do emitente como devedor. STJ. 2ª Seção. REsp 1423464-SC, Rel. Min. Luis Feli-
pe Salomão, julgado em 27/4/2016 (recurso repetitivo) (Info 584).
O banco sacado não é parte legítima para figurar no polo passivo de ação ajuizada com
o objetivo de reparar os prejuízos decorrentes da devolução de cheque sem provisão de
fundos emitido por correntista. Ex: João emitiu um cheque em favor de Paulo. Este foi até o
banco tentar sacar a quantia, mas o cheque foi recusado por falta de fundos. Paulo ajuizou ação de
indenização contra o banco alegando que houve má prestação do serviço bancário. Isso porque
a instituição financeira deveria ser mais cautelosa e diligente ao fornecer talonário de cheques aos
seus clientes, verificando se são bons pagadores, se possuem renda suficiente, se já têm conta há
muito tempo etc. Tal pedido não encontra amparo na jurisprudência do STJ. STJ. 4ª Turma. REsp
1509178-SC, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 20/10/2015 (Info 574).
DUPLICATA
A duplicata é título causal, ou seja, só pode ser emitida para documentar deter-
ESTRUTURA minadas relações jurídicas preestabelecidas pela sua lei de regência, quais sejam:
DO TÍTULO (i) uma compra e venda mercantil, ou
(ii) um contrato de prestação de serviço.
Emitida a duplicata, ela deverá então ser enviada para o devedor (compra-
dor), para que este efetue o aceite e a devolva. Caso ele recuse o aceite, terá
que justificar tal ato. O devedor (comprador) se obriga ao pagamento desse
título independentemente de aceitá-lo expressamente. Daí porque se diz que o
aceite, na duplicata, pode ser expresso (ordinário) ou presumido (por presunção).
A grande diferença entre o aceite expresso e o aceite presumido se manifesta na
execução da duplicata. Com efeito, a duplicata aceita expressamente, como
é título de crédito perfeito e acabado, pode ser executada sem a exigência
de maiores formalidades. Basta a apresentação do título. No entanto, a
execução da duplicata aceita por presunção segue regra diferente. Além da
apresentação do título, são necessários o protesto (mesmo que a execução
se dirija contra o devedor principal) e o comprovante de entrega das mer-
cadorias.
#SAINDODOFORNO #APOSTACICLOS
A duplicata mercantil, apesar de causal no momento da emissão, com o aceite e
PROCEDI- a circulação adquire abstração e autonomia, desvinculando-se do negócio jurídi-
MENTO co subjacente, impedindo a oposição de exceções pessoais a terceiros endos-
satários de boa-fé, como a ausência ou a interrupção da prestação de serviços
ou a entrega das mercadorias.
STJ. 2ª Seção. EREsp 1.439.749-RS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em
28/11/2018 (Info 640).
A existência de cláusula compromissória não afeta a executividade do título de
crédito inadimplido e não impede a deflagração do procedimento falimentar,
fundamentado no art. 94, I, da Lei nº 11.101/2005.
Caso concreto: o contrato entre as empresas “A” e “B” continha uma cláusula
compromissória. Com base nesse contrato, a empresa “A” forneceu mercadorias
para a empresa “B”. A empresa “B” não pagou a duplicata referente a essa venda.
Diante disso, a empresa “A” poderá ingressar com execução individual ou, então,
pedir a falência da empresa “B” sem precisar instaurar o procedimento arbitral.
Havendo título executivo, o direito do credor só pode ser garantido por meio do
juízo estatal, já que o árbitro não possui poderes de natureza executiva.
STJ. 4ª Turma. REsp 1733685-SP, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 06/11/2018
(Info 637).
→ FALÊNCIA
- A lei 11.101/2005 é considerada híbrida, por possuir normas de caráter material e processual.
INCIDÊNCIA DA LEI 11.101/2005
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
SOCIEDADE EMPRESÁRIA
EIRELI
#ATENÇÃO: estão totalmente excluídas da incidência da Lei 11.101/2005 das sociedades de econo-
mia mista e as empresas públicas, por expressa previsão legal.
FALÊNCIA
PRESSUPOS-
TO MATERIAL Devedor empresário
SUBJETIVO
PRESSUPOSTOS PRESSUPOS-
DA FALÊNCIA TO MATERIAL Insolvência ( jurídica ou presumida) do devedor
OBJETIVO
PRESSUPOSTO
Sentença declaratória de falência (natureza constitutiva)
FORMAL
-Ações não reguladas pela Lei 11.101/05 em que a massa falida atue no polo
ativo da relação processual, individualmente ou em litisconsórcio.
EXCEÇÕES AO -Ações que demandam quantia ilíquida
JUÍZO UNIVERSAL -Demandas em curso na Justiça do Trabalho
DA FALÊNCIA -Execuções fiscais
-Ações em que a União ou algum ente público federal sejam partes ou inter-
essados
EM RELAÇÃO
Formação da massa falida subjetiva (procedimento de
AOS CRE-
verificação e habilitação dos créditos).
DORES DO
Instauração do juízo universal da falência.
FALIDO
EM RELAÇÃO
AOS ATOS DO Fixação do termo legal da falência (ineficácia dos atos).
FALIDO
As multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou admin-
istrativas, inclusive as multas tributárias;
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
AUTOR DO PE-
Somente EMPRESÁRIOS
DIDO
#DEOLHONAJURIS #AJUDAMARCINHO
#SAINDODOFORNO #APOSTACICLOS
RECUPERAÇÃO JUDICIAL. A Lei nº 11.101/2005, embora tenha excluído expressamente dos efeitos
da recuperação judicial o crédito de titular da posição de proprietário fiduciário de bens imóveis ou
móveis, acentuou que os “bens de capital”, objeto de garantia fiduciária, essenciais ao desenvolvi-
mento da atividade empresarial, permanecem na posse da recuperanda durante o stay period. A
conceituação de “bem de capital”, referido na parte final do § 3º do art. 49 da LRF, há de ser objetiva.
Assim, “bem de capital” é o bem corpóreo (móvel ou imóvel) utilizado no processo produ-
tivo da empresa recuperanda e que não seja perecível nem consumível. STJ. 3ª Turma. REsp
1758746-GO, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 25/09/2018 (Info 634).
FALÊNCIA. É imprescindível a publicação na imprensa oficial do edital previsto no art. 7º, § 2º, da
Lei nº 11.101/2005. Assim, a Lei não permite que a publicação seja feita exclusivamente no
jornal. Fundamento: art. 191 da Lei de Falência. A leitura do caput do art. 191 revela que as publi-
cações devem ser sempre feitas na imprensa oficial, devendo ser, preferencialmente, feitas também
mediante publicação em jornal ou revista de circulação se as possibilidades financeiras do devedor
ou da massa falida assim comportarem. Obs: o art. 7º, § 2º trata sobre o edital contendo a relação
feita pelo administrador judicial dos credores do falido. STJ. 3ª Turma. REsp 1758777-PR, Rel. Min.
Nancy Andrighi, julgado em 11/09/2018 (Info 633).
Não é cabível a restituição de quantia em dinheiro que se encontra depositada em conta corrente
de banco falido, em razão de contrato de trust. STJ. 3ª Turma. REsp 1438142-SP, Rel. Min. Paulo de
Tarso Sanseverino, julgado em 15/05/2018 (Info 631).
A ação de compensação por danos morais movida contra empresa em recuperação judicial
não deve permanecer suspensa até o trânsito em julgado da decisão final proferida no processo
de soerguimento. STJ. 3ª Turma. REsp 1710750-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/05/2018
(Info 627).
O crédito derivado de fato ocorrido em momento anterior àquele em que requerida a recupera-
ção judicial deve sujeitar-se ao plano de soerguimento da sociedade devedora. STJ. 3ª Turma. REsp
1.727.771-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/05/2018 (Info 626).
Mesmo não havendo previsão expressa na Lei nº 11.101/2005, deve ser reconhecida a incidência
da norma do art. 191 do CPC/1973 (art. 229 do CPC/2015) para a prática de atos processuais pelos
credores habilitados no processo falimentar quando representados por diferentes procuradores.
Assim, se no processo de falência uma decisão desagradar aos credores e eles decidirem recorrer,
terão prazo em dobro caso possuam diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos.
Em outras palavras, aplica-se aos credores da sociedade falida o prazo em dobro do art. 229 do
CPC/2015. STJ. 3ª Turma. REsp 1634850/RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/03/2018.
A competência para processar e julgar demandas cíveis com pedidos ilíquidos contra massa falida,
quando em litisconsórcio passivo com pessoa jurídica de direito público, é do juízo cível no qual
for proposta a ação de conhecimento, competente para julgar ações contra a Fazenda Pública, de
acordo as respectivas normas de organização judiciária. STJ. 1ª Seção. REsp 1643856-SP, Rel. Min. Og
Fernandes, julgado em 13/12/2017 (recurso repetitivo) (Info 617).
FALÊNCIA. O autor do pedido de falência não precisa demonstrar que existem indícios da
insolvência ou da insuficiência patrimonial do devedor, bastando que a situação se enqua-
dre em uma das hipóteses do art. 94 da Lei nº 11.101/2005. Assim, independentemente de indí-
cios ou provas de insuficiência patrimonial, é possível a decretação da quebra do devedor que não
paga, sem relevante razão de direito, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou
títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos
na data do pedido de falência (art. 94, I, da Lei nº 11.101/2005). STJ. 3ª Turma. REsp 1.532.154-SC, Rel.
Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 18/10/2016 (Info 596).
o magistrado determinou a penhora online da quantia. Ocorre que, em março de 2017, antes que o
dinheiro penhorado fosse transferido para João, o Juízo da Vara Cível deferiu a recuperação judicial
da referida loja. Como já foi deferida a recuperação judicial, a competência para decidir sobre o
patrimônio do devedor passa a ser do juízo da recuperação judicial. STJ. 3ª Turma. REsp 1.630.702-
RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 2/02/2017 (Info 598).
FALÊNCIA. A Lei de Falências afirma que o credor terá direito de receber seu crédito do falido com
juros e correção monetária que são calculados até a “data da decretação da falência”. Quando a lei
fala em “decretação da falência” deve-se considerar a data em ela foi prolatada (não importando
quando ocorreu a sua publicação). Assim, no processo de falência, a incidência de juros e correção
monetária sobre os créditos habilitados deve ocorrer até a decretação da quebra, entendida como
a data da prolação da sentença (e não sua publicação). STJ. 3ª Turma. REsp 1.660.198-SP, Rel. Min.
Nancy Andrighi, julgado em 3/8/2017 (Info 609)
#SELIGANASSÚMULAS
-Súmula 248-STJ: Comprovada a prestação dos serviços, a duplicata não aceita, mas protesta-
da, é título hábil para instruir pedido de falência.
-Súmula 29-STJ: No pagamento em juízo para elidir falência, são devidos correção monetária,
juros e honorários de advogado.
-Súmula 581-STJ: A recuperação judicial do devedor principal não impede o prosseguimento das
ações e execuções ajuizadas contra terceiros devedores solidários ou coobrigados em geral, por
garantia cambial, real ou fidejussória.
Súmula 480-STJ: O juízo da recuperação judicial não é competente para decidir sobre a constrição
de bens não abrangidos pelo plano de recuperação da empresa.
DIREITO TRIBUTÁRIO 4
→ Princípio da Legalidade
#DEOLHONAJURIS
Princípio da legalidade tributária e lei que delega a fixação do valor da taxa para ato infrale-
gal, desde que respeitados os parâmetros máximos. Não viola a legalidade tributária a lei
que, prescrevendo o teto, possibilita o ato normativo infralegal fixar o valor de taxa em proporção
razoável com os custos da atuação estatal, valor esse que não pode ser atualizado por ato do
próprio conselho de fiscalização em percentual superior aos índices de correção monetária legal-
mente previstos. STF. Plenário. RE 838284/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/10/2016 (reper-
cussão geral) (Info 842 e 844).
#SELIGA
É possível a criação ou majoração de tributos por MP, salvo aqueles que exigem Lei Comple-
mentar. Os Estados também podem, desde que prevejam a figura da MP em suas Constituições.
ridade anual. Obs.: NÃO HÁ previsão constitucional para a instituição de empréstimos compulsórios no
caso de conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo, como há no CTN. #NÃOCAIA-
NESSA
Cabe à União, por meio de lei complementar, criar o imposto sobre grandes fortunas. É facultado
ao Poder Executivo alterar as alíquotas do II, IE, IPI e IOF. IPVA terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado
Federal. À exceção do ICMS, II e IE, nenhum outro IMPOSTO poderá incidir sobre operações relativas
a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do país.
→ Princípio da Anterioridade
Lembre-se de que o marco inicial é a data da publicação da lei (e não da vigência). Enquanto
o princípio da irretroatividade representa uma proteção a fatos ocorridos antes da vigência da lei
(passado), o princípio da anterioridade protege fatos futuros. É um princípio que se fundamenta no
valor segurança jurídica.
Regra da anterioridade nonagesimal e lei de conversão da MP. Nos casos em que a majoração
de alíquota tenha sido estabelecida somente na lei de conversão, o termo inicial da contagem é a data da
conversão da medida provisória em lei. STF. Plenário. RE 568503/RS, rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em
12/2/2014 (repercussão geral) (Info 735).
#PEGADINHA: Para a cobrança de impostos (salvo II, IE, IOF, IPI e IEG) no ano é necessário que haja
conversão em lei até o último dia do exercício anterior. A restrição não se aplica em outras espécies
tributárias.
IR
IPI II
IPVA e IPTU
ICMS combustíveis IE
(alteração da base de cálculo)
CIDE combustíveis IOF
Obs: para alterar base de cál-
Contribuições Seguridade IEG
culo IPVA IPTU tem que obser-
Social EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
var noventena.
GUERRA
NÃO LIM- Vedado o estabelecimento de limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio
ITAÇÃO
AO de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio
TRÁFEGO pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público (pedágio não tem natureza
DE PES- tributária – é TARIFA).
SOAS OU - o ICMS interestadual incide sobre operações que destinam a outro Estado determi-
BENS nados bens e/ou serviços.
Natureza É determinada considerando o seu fato gerador, sendo irrelevantes a sua de-
jurídica nominação, características formais e destinação de sua arrecadação.
União
*Estados, DF
e Municípios
União, Estados, União, Estados, União, Estados,
União (exceção). – con-
DF e Municípios. DF e Municípios. DF e Municípios.
tribuição previ-
denciária de seus
servidores
#SELIGANAJURIS
Isenção da taxa de registro de arma de fogo não se aplica para policiais rodoviários federais
aposentados. A isenção do recolhimento da taxa para emissão, renovação, transferência e expedi-
ção de segunda via de certificado de registro de arma de fogo particular prevista no art. 11, § 2º, da
Lei nº 10.826/2003 não se estende aos policiais rodoviários federais aposentados. STJ. 1ª Turma.REsp
1530017-PR, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 21/09/2017 (Info 612).
fiscalização. STF. 1ª Turma. RE 856185 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 04/08/2015.
Princípio da legalidade tributária e lei que delega a fixação do valor da taxa para ato infrale-
gal, desde que respeitados os parâmetros máximos. Não viola a legalidade tributária a lei que,
prescrevendo o teto, possibilita o ato normativo infralegal fixar o valor de taxa em proporção razoá-
vel com os custos da atuação estatal, valor esse que não pode ser atualizado por ato do próprio
conselho de fiscalização em percentual superior aos índices de correção monetária legalmente
previstos. STF. Plenário. RE 838284/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/10/2016 (repercussão
geral) (Info 842 e 844).
Valor da taxa deve estar relacionado com o custo do serviço que as motiva. Em um determi-
nado Município, foi instituída uma taxa de localização e funcionamento de estabelecimento indus-
trial e comercial. Assim, os estabelecimentos comerciais e industriais eram obrigados a pagar uma
taxa ao Município por conta da fiscalização que ele exercia nesses empreendimentos (taxa de poder
de polícia). Comumente, era conhecida como “alvará de funcionamento”. Ocorre que a lei municipal
previu que a base de cálculo dessa taxa seria o número de empregados da empresa. Assim, quanto
mais trabalhadores, maior a base de cálculo. Esse critério escolhido é constitucional? NÃO. O STF
entendeu que o número de empregados não pode ser utilizado como base de cálculo para a
cobrança da taxa de localização e funcionamento de estabelecimento industrial e comercial.
O legislador municipal, ao escolher o número de empregados para fixar a base de cálculo, levou
em consideração qualidades externas e estranhas ao exercício do poder de polícia, sem pertinên-
cia quanto ao aspecto material da hipótese de incidência. A taxa é tributo contraprestacional
(vinculado), usado na remuneração de atividade específica, seja serviço ou exercício do poder
de polícia e, por isso, não pode fixar a base de cálculo usando como critério os sinais presuntivos de
riqueza do contribuinte. O valor das taxas deve estar relacionado com o custo do serviço que
as motiva, ou com a atividade de polícia desenvolvida. STF. 1ª Turma. RE 554951/SP, Rel. Min.
Dias Toffoli, julgado em 15/10/2013 (Info 724).
Súmula vinculante 41-STF: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado
mediante taxa. Aprovada em 11/03/2015, DJe 20/03/2015.
→ COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
A atribuição da competência tributária a determinado ente político compreende a competência
legislativa para instituir o tributo e definir os seus aspectos, tais como fatos geradores, bases de cálculo,
CF:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais
de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou
arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
IMUNIDADE
Aplica-se no caso do patrimônio e renda vinculados a atividade partidária.
DOS PARTI-
Normalmente a cobrança em prova é sobre sua aplicação para as fundações.
DOS POLÍTI-
A imunidade em questão tem por objetivo proteger/assegurar o Estado
COS E SUAS
democrático de direito, o pluralismo político (CF, art. 1º, caput e V).
FUNDAÇÕES
Apenas no caso dos trabalhadores, a CF/88 NÃO garante aos sindicatos dos
IMUNIDADE empregadores.
DOS SINDICA- #SELIGANAPEGADINHA: O texto da CF é expresso a indicar que somente as
TOS DOS TRA- entidades sindicais dos trabalhadores serão beneficiárias da imunidade. Por-
BALHADORES tanto, sindicatos de empregadores (patronais) não são beneficiários da
imunidade.
#DIZERODIREITO Os requisitos para o gozo de imunidade hão de estar previstos em lei comple-
mentar. STF. Plenário. ADI 2028/DF, ADI 2036/DF, ADI 2228/DF, rel. orig. Min. Joaquim Barbosa, red.
p/ o ac. Min. Rosa Weber, julgados em 23/2 e 2/3/2017 (Info 855). STF. Plenário. RE 566622/RS, Rel.
Min. Marco Aurélio, julgado em 23/2/2017 (Info 855).
#SELIGA #OUTRASIMUNIDADES
- Tem imunidade de custas judiciais, na ação popular, salvo comprovada má-fé (art. 5º, LXXIII)
- Tem imunidade sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes,
combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica (art. 155, § 2º, X, “b). O STF decidiu
que a imunidade visa beneficiar o Estado destinatário da mercadoria, a quem cabe todo o ICMS, e
não ao consumidor, o que faz com que a empresa que adquire combustível em outro Estado, para
uso próprio, se sujeite ao ICMS (RE198088).
- Nenhum outro imposto (exceto ICMS, II e IE) poderá incidir sobre operações relativas à energia
elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis minerais do País, não
havendo qualquer restrição para a incidência de contribuições sociais e de intervenção no domínio
econômico, nos termos do art. 155, § 3º c/c 149, § 2º, II da CF.
#APOSTACICLOS
#DEOLHONATABELA #DIZERODIREITO:
#DEOLHONAJURIS:
A INFRAERO (empresa pública federal) celebrou contrato de concessão de uso de imóvel com uma
empresa privada por meio da qual esta última poderia explorar comercialmente um imóvel perten-
cente à INFRAERO. Vale ressaltar que esta empresa é uma concessionária de automóveis. A empresa
privada queria deixar de pagar IPTU alegando que o imóvel gozaria de imunidade tributária. O
STF não aceitou a tese e afirmou que não incide a imunidade neste caso. A atividade desenvolvida
pela empresa tem por finalidade gerar lucro. Se fosse reconhecida a imunidade neste caso, isso
geraria, como efeito colateral, uma vantagem competitiva artificial em favor da empresa, que teria
um ganho em relação aos seus concorrentes. Afinal, a retirada de um custo permite o aumento do
lucro ou a formação de preços menores, o que provoca desequilíbrio das relações de mercado. Não
Incide o IPTU, considerado imóvel de pessoa jurídica de direito público cedido a pessoa jurí-
dica de direito privado, devedora do tributo. Ex: a União celebrou contrato de concessão de uso
de imóvel com uma empresa privada por meio da qual esta última poderia explorar comercialmente
determinado imóvel pertencente ao patrimônio público federal. A empresa privada queria deixar
de pagar IPTU alegando que o imóvel gozaria de imunidade tributária. O STF não aceitou a tese
e afirmou que não incide a imunidade neste caso. STF. Plenário. RE 601720/RJ, rel. orig. Min. Edson
Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 6/4/2017 (repercussão geral) (Infos 860 e 861).
A imunidade recíproca, prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal, não se estende a
empresa privada arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora de atividade
econômica com fins lucrativos. Nessa hipótese é constitucional a cobrança do IPTU pelo Muni-
cípio. Ex: a União, proprietária de um grande terreno localizado no Porto de Santos, arrendou
este imóvel para a Petrobrás (sociedade de economia mista), que utiliza o local para armazenar
combustíveis. Antes do arrendamento, a União não pagava IPTU com relação a este imóvel em
virtude da imunidade tributária recíproca. Depois que houve o arrendamento, a Petrobrás passa a
ter que pagar o imposto. STF. Plenário. RE 594015/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 6/4/2017
(repercussão geral) (Info 860).
Os Correios gozam de imunidade tributária recíproca, razão pela qual os Municípios não
podem cobrar ISS sobre a prestação dos serviços postais. Ocorre que, durante muitos anos,
alguns Municípios cobravam o imposto porque ainda não se tinha uma certeza, na jurisprudência,
acerca da imunidade dos Correios. A ECT pode pleitear à repetição do indébito relativo ao ISS
cobrado sobre os serviços postais. Para isso, os Correios não precisam provar que assumiram o
encargo pelo tributo nem precisam estar expressamente autorizados pelos tomadores dos serviços.
Presume-se que os Correios não repassaram o custo do ISS nas tarifas postais cobradas dos
tomadores dos serviços. Isso porque a empresa pública sempre entendeu e defendeu que não
estava sujeita ao pagamento desse imposto. Não havendo repasse do custo do ISS ao consu-
midor final, os Correios podem pleitear a restituição sem necessidade de autorização do
tomador dos serviços. STJ. 2ª Turma.REsp 1.642.250-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
16/3/2017 (Info 602).
A imunidade da alínea “d” do inciso VI do art. 150 da CF/88 alcança componentes eletrôni-
cos destinados, exclusivamente, a integrar unidade didática com fascículos. STF. Plenário. RE
595676/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/3/2017 (repercussão geral) (Info 856).
A imunidade tributária constante do art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal (CF), aplica-se ao
livro eletrônico (“e-book”), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo. STF.
Plenário. RE 330817/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 8/3/2017 (repercussão geral) (Info 856).
Os requisitos para o gozo de imunidade hão de estar previstos em lei complementar. STF.
Plenário. ADI 2028/DF, ADI 2036/DF, ADI 2228/DF, rel. orig. Min. Joaquim Barbosa, red. p/ o ac. Min.
Rosa Weber, julgados em 23/2 e 2/3/2017 (Info 855). STF. Plenário. RE 566622/RS, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 23/2/2017 (Info 855).
O art. 150, VI, “c” da CF/88 prevê que as “instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos” gozam de imunidade tributária quanto aos impostos, desde que atendidos os requisitos
previstos na lei. A instituição de ensino continuará com a imunidade do imposto sobre o imóvel caso
ele esteja alugado a terceiros? SIM. Súmula vinculante 52-STF: Ainda quando alugado a tercei-
ros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas
pelo art. 150, VI, c, da CF, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as
quais tais entidades foram constituídas. STF. Plenário. Aprovada em 17/06/2015.
Os veículos automotores pertencentes aos Correios são imunes à incidência do IPVA por
força da imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, “a”, da CF/88). STF. Plenário. ACO 879/PB,
Rel. Min. Marco Aurélio, Red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, 26/11/2014 (Info 769).
Os Correios gozam de imunidade tributária porque são uma empresa pública que desem-
penha serviços públicos. Ocorre que os Correios, além das atividades que desenvolvem de forma
exclusiva, como é o caso da entrega de cartas, também realizam alguns serviços em concorrência
com a iniciativa privada (ex.: entrega de encomendas). Mesmo quando os Correios realizam o
serviço de transporte de bens e mercadorias, concorrendo, portanto, com a iniciativa priva-
da, ainda assim gozam de imunidade e ficam livres de pagar ICMS. Assim, o STF decidiu que a
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos — ECT goza de imunidade tributária recíproca mesmo
quando realiza o transporte de bens e mercadorias. STF. Plenário. RE 627051/PE, Rel. Min. Dias Toffo-
li, julgado em 12/11/2014 (repercussão geral)(Info 767).
Determinada entidade de assistência social sem fins lucrativos que atende pessoas com deficiência
explora uma agência franqueada dos Correios. Em outras palavras, ela é proprietária de uma agên-
cia franqueada dos Correios. A renda obtida com essa atividade é revertida integralmente aos fins
institucionais dessa entidade. A venda das mercadorias nessa agência franqueada será imune de
ICMS? NÃO. O STJ decidiu que não há imunidade nesse caso. Isso porque a atividade econômica
fraqueada dos Correios não está relacionada com as finalidades institucionais da entidade
de assistência social, ou seja, o serviço prestado não possui relação com seus trabalhos na
área de assistência social, ainda que o resultado das vendas seja revertido em prol das suas
atividades essenciais. Logo, não se pode conceder a imunidade porque não está preenchido o
requisito exposto no ar. 150, § 4º da CF/88 e art. 14, § 2º do CTN. STJ. 2ª Turma. RMS 46170-MS, Rel.
Min. Humberto Martins, julgado em 23/10/2014 (Info 551).
→ OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
#tabelabásica
Segundo o § 2.º do art. 113 do CTN, a obrigação acessória tem por objeto as
prestações, positivas ou negativas, previstas no interesse da arrecadação ou da
fiscalização dos tributos.
§1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, posi-
tivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
§3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação prin-
cipal relativamente à penalidade pecuniária.
#MAISUMATABELA
DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO
Art. 127 CTN. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma
da legislação aplicável, considera-se como tal:
I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o
centro habitual de sua atividade;
II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede, ou,
em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento;
III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da
entidade tributante.
§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste artigo,
considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou
da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.
Solidariedade
A solidariedade pode se dar por meio de lei, ou por interesse comum. Ex.: contribuições previden-
ciárias (por lei); tributos incidentes sobre o patrimônio (em razão de interesse comum).
#OLHONASÚMULA
Súmula 430-STJ: O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a
responsabilidade solidária do sócio-gerente.
→ RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
Artigos imprescindíveis do CTN:
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a respons-
abilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação,
excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimen-
to total ou parcial da referida obrigação.
II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data
da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da
meação;
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão.
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer títu-
lo, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva
exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos,
relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato:
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo
contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que
forem responsáveis:
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos
praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;
Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for
o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada
pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer
procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.
Este entendimento manifestado na ADI 1851 está superado pela nova decisão do STF no RE 593849/
MG. Todos os Ministros que votaram pela rejeição da ADI 1851 já saíram do Supremo e houve, no caso,
um overriding, que ocorre quando o Tribunal supera parcialmente um entendimento anterior da própria
Corte, modificando o âmbito de incidência do precedente. Assim, atualmente, não importa se a siste-
mática da substituição tributária é facultativa ou obrigatória para o contribuinte. Também não importa
se o Estado-membro é ou não signatário do Convênio ICMS 13/97 ou se ele possui lei local tratando o
tema. Se for realizada a técnica da substituição tributária progressiva e a base de cálculo efetiva
da operação for inferior à presumida, será devida a restituição da diferença do ICMS pago a mais.
este posicionamento do Supremo NÃO SE APLICA: • para situações ocorridas antes da decisão e que não
tenham sido judicializadas; e • para situações que foram judicializadas, mas o contribuinte perdeu (não
teve direito à restituição) e houve trânsito em julgado.
RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS
CAUSAS SUSPENSIVAS
DEPÓSITO DO
o depósito apto a suspender o CT é aquele realizado no montante exigido pelo
MONTANTE
fisco e em dinheiro (Súmula 112 do do STJ)
INTEGRAL
RECLAMAÇÕES
E RECURSOS O recurso interposto na forma prevista na lei que regula o processo adm. Fis-
NOS TERMOS cal suspende a exigibilidade, de modo a obstar o solve et repete (pague depois
DA LEI DO reclame). Súmula Vinculante 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou
PROCESSO AD- arrolamento prévios de dinheiro ou bens para a admissibilidade de recurso ad-
MINISTRATIVO ministrativo
TRIBUTÁRIO
MEDIDA LIM-
Em matéria tributária é comum a utilização do MS para questionar lançamen-
INAR
to ou a cobrança de tributo, de modo que a liminar para suspender o crédito
EM MANDA-
questionado se reveste de importante mecanismo para preservar o resultado
DO DE SEGU-
final e evitar prejuízos ao contribuinte.
RANÇA
Medida de política fiscal por meio da qual se busca recuperar créditos e criar
condições que os contribuintes regularizem sua situação perante o Fisco.
PARCELAMEN- Será concedido mediante lei específica do ente da Federação com competência
TO para instituição do tributo.
Segundo o STJ, o parcelamento não se equipara a pagamento para fins de gozo
dos benefícios da denúncia espontânea (CTN, art. 138).
STJ. 1ª Seção. REsp 1.658.517-PA, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 14/11/2018 (recur-
so repetitivo) (Info 638).
O parcelamento é uma hipótese de moratória e, por isso, também está submetida à reserva legal
(art. 97, VI do CTN).
Com efeito, não houve adesão a qualquer hipótese de parcelamento por parte do contribuinte ou
reconhecimento de débito. Na verdade, o contribuinte do IPTU manteve-se inerte e sua inércia não pode
ser interpretada como adesão automática à moratória ou parcelamento, passível de suspender a exigi-
bilidade do crédito tributário.
O contribuinte não pode ser despido da autonomia de sua vontade, em decorrência de uma opção
unilateral do Estado, que resolve lhe conceder a opção de efetuar o pagamento em cotas parceladas.
Se a Fazenda Pública municipal entende que é mais conveniente oferecer opções parceladas para
pagamento do IPTU, ao tempo em que oferta ao contribuinte a possibilidade de quitação em cota única,
com descontos que variam de 10 a 15% do crédito tributário constituído, o faz dentro de uma política
fiscal, por mera liberalidade, o que não induz a conclusão de que houve moratória ou parcelamento.
#APOSTACICLOS
STJ. 1ª Turma. REsp 1739641-RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 21/06/2018 (Info 629).
I - a isenção;
II - a anistia.
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações
acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente.
ANISTIA
DIRETAS INDIRETAS
PROCESSUAIS
(INDEPENDEM DE LEI) (DEPENDEM DE LEI)
Conversão do depósito em
Pagamento; Compensação; renda;
Homologação do pagamento Transação; Consignação em pagamento;
Antecipado; Remissão; Decisão Administrativa irre-
Decadência; Dação em pagamento em formável;
Prescrição. bens imóveis. Decisão judicial passada em
julgado.
- A prescrição é o prazo para efetivar a cobrança do tributo; a decadência é o prazo para constituir
o crédito.
Súmula 360 – STJ: O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lança-
mento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo.
Súmula 436 – STJ: A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o
crédito tributário dispensada qualquer outra providência por parte do fisco.
O depósito judicial integral do débito tributário e dos respectivos juros de mora, mesmo antes
de qualquer procedimento do Fisco tendente à sua exigência, não configura denúncia espontâ-
nea (art. 138 do CTN).
Para que a denúncia espontânea seja eficaz e afaste a incidência da multa, é necessário o preen-
chimento de três requisitos: a) “denúncia” (confissão) da infração; b) pagamento integral do tributo
devido com os respectivos juros moratórios; e c) espontaneidade (confissão e pagamento devem
ocorrer antes do início de qualquer procedimento fiscalizatório por parte do Fisco relacionado com
aquela determinada infração).
O alienante possui legitimidade passiva para figurar em ação de execução fiscal de débitos
constituídos em momento anterior à alienação voluntária de imóvel. Ex: em 01/01/2015, data
do fato gerador do IPTU, João era proprietário de um imóvel; alguns meses mais tarde ele aliena
para terceiro; Município poderá ajuizar execução fiscal contra João cobrando IPTU do ano de 2015.
STJ. 2ª Turma. AgInt no AREsp 942940-RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 15/8/2017 (Info
610).
Mesmo que o contribuinte, após ser excluído do REFIS, continue a realizar mensalmente o paga-
mento das parcelas de forma voluntária e extemporâneo, tal fato não tem o condão de estender a
interrupção do prazo prescricional e nem configurar ato de reconhecimento do débito (confissão
de dívida). Assim, não interrompe o prazo prescricional o fato de o contribuinte, após ser
formalmente excluído do REFIS, continuar efetuando, por mera liberalidade, o pagamen-
to mensal das parcelas do débito tributário. STJ. 2ª Turma. REsp 1493115-SP, Rel. Min. Mauro
Campbell Marques, julgado em 15/9/2015 (Info 570).
ICMS
Instituição do tributo.
Normas específicas em matéria de ICMS.
NORMAS ESTADUAIS
Normas sobre sujeição passiva.
Instituição de obrigações acessórias e penalidades.
#REGRAS CONSTITUCIONAIS
• O ICMS será não cumulativo, compensando-se o que devido em cada operação com o montan-
te cobrado nas anteriores;
• A isenção ou não incidência não implicará em crédito para compensação com o montante de
operações seguintes, e acarretará a anulação do crédito relativo a operações anteriores;
• É possível que lei local preveja regime especial de tributação ao contribuinte, com renúncia ao
direito ao creditamento.
• Segundo a Constituição, 25% do produto do ICMS deve ser repartido aos Municípios do Estado,
sendo ¾ do valor na proporção do valor adicionado nas operações realizadas em seu território
e ¼ conforme dispuser a lei estadual. A lei do Estado do RJ excluía totalmente a capital da possi-
bilidade de obter parte do 1/4, sob argumento de correção de desigualdades regionais e sociais.
No RE 401.953 o STF entendeu que tal exclusão total era inconstitucional, a elevada participação
no primeiro critério não deve aniquilar o direito de concorrer ao segundo.
• O ICMS não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante acrescido pelo IPI;
É válida lei estadual que dispõe acerca da incidência do ICMS sobre operações de importa-
ção editada após a vigência da EC 33/2001, mas antes da LC 114/2002. É válida lei estadual que
dispõe acerca da incidência do ICMS sobre operações de importação editada após a vigência da EC
33/2001 (12/12/2001), mas antes da LC federal 114/2002, visto que é plena a competência legislativa
estadual enquanto inexistir lei federal sobre norma geral, conforme art. 24, § 3º, da CF/88. Nesse
sentido, o STF julgou válida lei do Estado de SP, editada em 21/12/2001, que prevê a incidência de
ICMS sobre importação de veículo por pessoa física e para uso próprio. Não há inconstitucionalida-
de uma vez que a lei foi editada após a EC 33/2001, que autorizou a tributação. STF. 2ª Turma.ARE
917950/SP, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 5/12/2017 (Info
887).
celebrado com os demais Estados-membros e DF, nos termos do art. 155, § 2º, XII, “g”, da CF/88 e o
art. 1º da LC 24/75. A concessão unilateral de benefícios de ICMS sem previsão em convênio repre-
senta um incentivo à guerra fiscal. STF. Plenário. ADI 3796/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
8/3/2017 (Info 856).
ITCMD
BENS OU DIREITOS
• Incide sobre a transmissão de bens, MÓVEIS ou IMÓVEIS, por HERANÇA ou DOAÇÃO, e está classifi-
cado como um tributo estadual, privativo, não vinculado, de arrecadação não vinculada, real, direto,
ordinário e de função predominantemente fiscal.
• Assim como ocorre com o ICMS, a Constituição Federal traz o delineamento geral do tributo, estabe-
lecendo critérios para a regra matriz de incidência.
• Até o advento da CF de 1988 todas as transmissões de bens imóveis ensejavam receita tributária para
os Estados. Não havia ITBI (hoje imposto municipal) e não havia tributação na transmissão de bens
MÓVEIS, apenas imóveis. Por isso, a parte do CTN que trata da tributação sobre bens móveis não está
regulada pelo CTN.
TRANSMISSÕES CAUSA
SIM NÃO
MORTIS
TRANSMISSÃO DE BENS
SIM NÃO
MÓVEIS
TRANSMISSÃO DE BENS
SIM SIM
IMÓVEIS
Definição
Casos do art. 155, §1º, Enquanto não editada, cada Estado define a com-
em lei com-
III petência em lei própria.
plementar
Quando se tratar de renúncia abdicativa, ou seja, caso o herdeiro abra mão da herança em bene-
fício do monte, não haverá incidência de ITCMD. Por outro lado, se houver renúncia translativa, ou seja,
se o herdeiro transferir sua parte para outra pessoa, haverá ITCMD.
#OLHONATABELA
#SURRADESÚMULAS #AQUIÉCESPE
Súmula 115-STF: Sobre os honorários do advogado contratado pelo inventariante, com a homolo-
gação do juiz, não incide o imposto de transmissão “causa mortis”.
Súmula 114-STF: O imposto de transmissão “causa mortis” não é exigível antes da homologação
do cálculo.
Súmula 112-STF: O imposto de transmissão “causa mortis” é devido pela alíquota vigente ao tempo
da abertura da sucessão.
Súmula 590-STF: Calcula-se o imposto de transmissão “causa mortis” sobre o saldo credor da
promessa de compra e venda de imóvel, no momento da abertura da sucessão do promitente
vendedor.
• O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores – IPVA é um tributo estadual, direto, privati-
vo, não vinculado, de arrecadação não vinculada e ordinário. Deve observar todos os princípios cons-
titucionais relacionados aos tributos (espalhados nos artigos 150 e 151, CF), mas a fixação de sua base
de cálculo não se submete à noventena (#SELIGA #ISSOCAI - art. 150, §1º, CF).
• O STF entende que o IPVA veio em “substituição” à antiga T.R.U. (Taxa Rodoviária Única). Logo, o referi-
do imposto incide sobre a propriedade de veículos automotores terrestres, não podendo incidir sobre
embarcações e aeronaves.
• Apesar de haver previsão na Constituição Federal para que o Senado estabeleça alíquotas mínimas do
IPVA (art. 155, §6º, I), evitando-se guerra fiscal, até hoje não houve a edição de nenhuma Resolução
do Senado nesse sentido.
#OLHAOGANCHO – Assim como no caso do ITCMD, aqui também há competência PLENA dos
Estados para disciplinar a matéria, pois não há previsão de normas gerais relativas ao IPVA no CTN
ou outra lei federal. Aplica-se o artigo 24 da CF, que trata da competência legislativa concorrente,
prevê em seu §3º que “inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a compe-
tência legislativa plena, para atender as suas peculiaridades”. Lembre-se também do teor do artigo
34, §3º, do ADCT: “Promulgada a Constituição, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
pios poderão editar as leis necessárias à aplicação do sistema tributário nacional nela previsto”.
IPVA
Regramento legal
As normas gerais sobre o IPVA (fato gerador, base de cálculo, sujeito passivo etc.) deverão ser
previstas em uma lei complementar nacional a ser editada pelo Congresso Nacional (art. 146, III,
“a”, da CF/88). Ocorre que esta lei ainda não existe. Em razão disso, os Estados-membros podem
legislar sobre o tema, conforme autorizado pelo art. 24, § 3º da CF/88, desde que respeitadas as
demais regras constitucionais.
Fato gerador
O IPVA só incide sobre veículos automotores terrestres. Assim, é inconstitucional lei estadual que
preveja pagamento de IPVA pela propriedade de embarcações ou de aeronaves. Nesse sentido: STF.
Plenário. RE 379572, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/04/2007.
Base de cálculo
Importante: o art. 150, § 1º da CF/88 prevê que a fixação da base de cálculo do IPVA não está sujeita
ao princípio da anterioridade nonagesimal. Isso significa que é possível que o Estado, nos últimos
dias do ano, altere a tabela de valor venal dos veículos e essa mudança já valha a partir de 1º de
janeiro do ano seguinte.
Alíquotas
A CF/88, no entanto, determina que o Senado, mediante Resolução, defina alíquotas mínimas do
IPVA a fim de evitar a guerra fiscal (art. 155, § 6º, II, da CF/88). Logo, a lei estadual não poderá
estipular alíquotas menores que aquelas fixadas pelo Senado. Isso com o objetivo de evitar que os
Estados começassem a colocar valores muito baixos de IPVA para “incentivar” os proprietários de
carros a emplacarem seus veículos nesses locais.
A Constituição autoriza que as leis estaduais prevejam alíquotas do IPVA diferenciadas segundo o
tipo e a utilização do veículo.
Exemplo quanto ao tipo: a lei poderá prever que veículos utilitários poderão pagar alíquotas meno-
res que veículos de passeio.
Exemplo quanto à utilização: táxis poderão pagar alíquotas menores que veículos particulares.
Sujeito passivo
É o proprietário do veículo.
Lançamento do IPVA
O lançamento de ofício (ou direto) é aquele no qual o Fisco, sem a ajuda do contribuinte, calcula o
valor do imposto devido e o cobra do sujeito passivo. A Administração tributária já possui de ante-
mão os elementos informativos para realizar a constituição do crédito tributário, não dependendo
de nenhuma providência do contribuinte para isso.
Em outras palavras, o próprio Fisco, sozinho, já calcula quanto o contribuinte deverá pagar e apenas
o avisa: pague este valor de imposto até o dia XX.
Notificação do lançamento
Após o Fisco realizar o lançamento, ele precisa comunicar que fez isso ao sujeito passivo para que
este possa pagar o tributo ou impugná-lo, caso não concorde com o que está sendo cobrado.
“É a notificação que confere efeitos ao lançamento realizado, pois antes daquela não se conta prazo
para pagamento ou impugnação.” (ALEXANDRE, Ricardo. Direito tributário esquematizado. 10ª ed.,
São Paulo: Método, 2016, p. 377).
O CTN não prevê a forma como o contribuinte deverá ser notificado de que houve o lançamento
de ofício e de que ele deverá pagar o tributo. Diante dessa lacuna, a jurisprudência entende que a
legislação que rege cada tributo poderá disciplinar o meio idôneo para essa notificação.
No caso do IPTU, por exemplo, a maioria das leis municipais prevê que a notificação ocorre median-
te o envio de uma correspondência ao sujeito passivo. Esse procedimento é considerado legítimo:
Súmula 397-STJ: O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê ao seu
endereço.
SIM. O envio do carnê é apenas uma modalidade, que não exclui outras eventualmente mais conve-
A cientificação do contribuinte para o recolhimento do IPVA pode ser realizada por qualquer meio
idôneo, como o envio de carnê ou a publicação de calendário de pagamento, com instruções para
o pagamento.
STJ. 1ª Seção. REsp 1320825/RJ, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 10/08/2016.
Vale ressaltar, no entanto, que o Min. Gurgel de Faria ressalvou que essa espécie de notificação
pessoal presumida (por meio da divulgação de “calendário de pagamento”) somente pode ser consi-
derada válida em relação aos impostos reais, cuja exigibilidade por exercício é de notório conheci-
mento da população. Em outros termos, nos casos de IPTU e IPVA, por exemplo, todo mundo sabe
que todo ano deverá pagar.
Caso o contribuinte, mesmo depois de notificado, não pague o IPVA, o Fisco poderá ajuizar
execução fiscal cobrando este imposto. A partir de quando é contado o prazo para o ajuiza-
mento desta ação?
O prazo prescricional para a execução fiscal inicia-se no dia seguinte à data estipulada para o venci-
mento do imposto. Isso porque, antes dessa data, o pagamento não é exigível do contribuinte.
Assim, por exemplo, se o proprietário recebeu um carnê com data de vencimento para o dia 03/03,
o prazo prescricional para o Estado-membro ajuizar execução fiscal iniciará no dia 04/03, caso o
contribuinte não pague na data.
Qual é o prazo que o Fisco estadual possui para cobrar judicialmente o imposto?
Resumindo:
STJ. 1ª Seção. REsp 1320825/RJ, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 10/08/2016 (recurso repetitivo)
(Info 588).
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data
da sua constituição definitiva.
Para o STJ, a constituição definitiva do IPVA ocorre com a notificação do contribuinte para paga-
mento.
Desse modo, se fossemos utilizar a redação literal do art. 174, o prazo prescricional teria início na
data da notificação do sujeito passivo (constituição definitiva). Ex: no dia em que ele recebeu o carnê
de pagamento ou na data em que foi divulgado o calendário de pagamentos.
Ocorre que o STJ fez uma releitura dessa parte final do dispositivo e decidiu que o prazo prescri-
cional deverá ser contado a partir do dia seguinte à data estipulada como vencimento do imposto.
O STJ deicidiu assim porque antes de passar a data do vencimento do tributo, o Fisco ainda não
poderá executar o contribuinte, que ainda nem pode ser considerado devedor.
Até o último dia estabelecido para o vencimento, é assegurado ao contribuinte realizar o recolhi-
mento voluntário, sem qualquer outro ônus, por meio das agências bancárias autorizadas ou até
mesmo pela internet, ficando em mora tão somente a partir do dia seguinte.
Desse modo, tem-se que a pretensão executória da Fazenda Pública (actio nata) somente surge no
dia seguinte à data estipulada para o vencimento do tributo.
Assim, o STJ “corrige” a parte final do art. 174, que deve ser lido da seguinte forma: a ação para
a cobrança do crédito tributário decorrente de IPVA prescreve em cinco anos, contados do dia
seguinte à data estipulada para o vencimento da exação.
Em concursos, se for cobrada a redação literal do art. 174 em provas objetivas, essa alterna-
tiva está correta. No entanto, é possível que o entendimento do STJ seja exigido, especialmente
em provas discursivas ou orais.
IPTU
Súmula 614-STJ: O locatário não possui legitimidade ativa para discutir a relação jurídico-tributária
de IPTU e de taxas referentes ao imóvel alugado nem para repetir indébito desses tributos.
Alienante do imóvel continua responsável pelos débitos tributários cujo fato gerador ocor-
reram antes da alienação. O alienante possui legitimidade passiva para figurar em ação de execu-
ção fiscal de débitos constituídos em momento anterior à alienação voluntária de imóvel. Ex: em
01/01/2015, data do fato gerador do IPTU, João era proprietário de um imóvel; alguns meses mais
tarde ele aliena para terceiro; Município poderá ajuizar execução fiscal contra João cobrando IPTU
do ano de 2015. STJ. 2ª Turma. AgInt no AREsp 942940-RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
15/8/2017 (Info 610).
Não se pode aplicar a imunidade tributária recíproca se o bem está desvinculado de fina-
lidade estatal. A INFRAERO (empresa pública federal) celebrou contrato de concessão de uso de
imóvel com uma empresa privada por meio da qual esta última poderia explorar comercialmente
um imóvel pertencente à INFRAERO. Vale ressaltar que esta empresa é uma concessionária de
automóveis. A empresa privada queria deixar de pagar IPTU alegando que o imóvel gozaria de
imunidade tributária. O STF não aceitou a tese e afirmou que não incide a imunidade neste caso. A
atividade desenvolvida pela empresa tem por finalidade gerar lucro. Se fosse reconhecida a imuni-
dade neste caso, isso geraria, como efeito colateral, uma vantagem competitiva artificial em favor
da empresa, que teria um ganho em relação aos seus concorrentes. Afinal, a retirada de um custo
permite o aumento do lucro ou a formação de preços menores, o que provoca desequilíbrio das
relações de mercado. Não se pode aplicar a imunidade tributária recíproca se o bem está desvincu-
lado de finalidade estatal. STF. Plenário. RE 434251/RJ, rel. orig. Min. Joaquim Barbosa, red. p/ o ac.
Min. Cármen Lúcia, julgado em 19/4/2017 (Info 861).
Se uma pessoa jurídica de direito público faz contrato de cessão de uso de imóvel com
empresa privada, esta última não goza de imunidade e deverá pagar IPTU. Incide o IPTU,
considerado imóvel de pessoa jurídica de direito público cedido a pessoa jurídica de direito priva-
do, devedora do tributo. Ex: a União celebrou contrato de concessão de uso de imóvel com uma
empresa privada por meio da qual esta última poderia explorar comercialmente determinado imóvel
pertencente ao patrimônio público federal. A empresa privada queria deixar de pagar IPTU alegan-
do que o imóvel gozaria de imunidade tributária. O STF não aceitou a tese e afirmou que não incide
a imunidade neste caso. STF. Plenário. RE 601720/RJ, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min.
Marco Aurélio, julgado em 6/4/2017 (repercussão geral) (Infos 860 e 861).
Sociedade de economia mista com finalidade lucrativa e que for arrendatária de imóvel
público não goza de imunidade tributária. A imunidade recíproca, prevista no art. 150, VI, “a”,
da Constituição Federal, não se estende a empresa privada arrendatária de imóvel público, quando
seja ela exploradora de atividade econômica com fins lucrativos. Nessa hipótese é constitucional
a cobrança do IPTU pelo Município. Ex: a União, proprietária de um grande terreno localizado no
Porto de Santos, arrendou este imóvel para a Petrobrás (sociedade de economia mista), que utiliza o
local para armazenar combustíveis. Antes do arrendamento, a União não pagava IPTU com relação
a este imóvel em virtude da imunidade tributária recíproca. Depois que houve o arrendamento, a
Petrobrás passa a ter que pagar o imposto. STF. Plenário. RE 594015/DF, Rel. Min. Marco Aurélio,
julgado em 6/4/2017 (repercussão geral) (Info 860).
ISS
ECT tem direito à repetição do indébito relativo ao ISS sem necessidade de prova de ter
assumido o encargo pelo tributo e sem autorização dos tomadores dos serviços. Os Correios
gozam de imunidade tributária recíproca, razão pela qual os Municípios não podem cobrar ISS
sobre a prestação dos serviços postais. Ocorre que, durante muitos anos, alguns Municípios cobra-
vam o imposto porque ainda não se tinha uma certeza, na jurisprudência, acerca da imunidade
dos Correios. A ECT pode pleitear à repetição do indébito relativo ao ISS cobrado sobre os servi-
ços postais. Para isso, os Correios não precisam provar que assumiram o encargo pelo tributo
nem precisam estar expressamente autorizados pelos tomadores dos serviços. Presume-se que os
Correios não repassaram o custo do ISS nas tarifas postais cobradas dos tomadores dos serviços.
Isso porque a empresa pública sempre entendeu e defendeu que não estava sujeita ao pagamen-
to desse imposto. Não havendo repasse do custo do ISS ao consumidor final, os Correios podem
pleitear a restituição sem necessidade de autorização do tomador dos serviços. STJ. 2ª Turma.REsp
1.642.250-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 16/3/2017 (Info 602).
Lei municipal que veicula exclusão de valores da base de cálculo do ISSQN. É inconstitucio-
nal lei municipal que veicule exclusão de valores da base de cálculo do ISSQN fora das hipóteses
previstas em lei complementar nacional. Também é incompatível com o texto constitucional medida
fiscal que resulte indiretamente na redução da alíquota mínima estabelecida pelo art. 88 do ADCT,
a partir da redução da carga tributária incidente sobre a prestação de serviço na territorialidade do
ente tributante. STF. Plenário. ADPF 190/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 29/09/2016 (Info 841).
Incide ISS sobre o serviço prestado pelos planos de assistência à saúde. As operadoras de
planos privados de assistência à saúde (plano de saúde e seguro-saúde) realizam prestação de
serviço sujeita ao Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN, previsto no art. 156,
III, da CF/88. STF. Plenário. RE 651703/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 29/09/2016 (repercussão
geral) (Info 841).
Incidência de ISS sobre montagem de pneus. Incide ISS (e não ICMS) sobre o serviço de monta-
gem de pneus, ainda que a sociedade empresária também forneça os pneus utilizados na monta-
gem. STJ. 2ª Turma. REsp 1307824-SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 27/10/2015
(Info 573).
IMPOSTO DE RENDA - IR
#APOSTACICLOS
#APOSTACICLOS
A remuneração percebida pelos atletas profissionais a título de direito de arena sujeita-se à incidên-
cia do Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF.
STJ. 1ª Turma. REsp 1.679.649-SP, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 17/05/2018 (Info 626).
Arena
O direito de arena é como se fosse o “pagamento” pelo fato de as emissoras de comunicação esta-
rem mostrando a imagem do “time” (entidade desportiva) e dos jogadores na “arena” disputando
a competição.
Assim, por exemplo, para a TV Globo poder transmitir os jogos do Campeonato Brasileiro, ela tem
que pagar o direito de arena aos clubes de futebol.
Vimos no caput do art. 42 que o direito de arena pertence às entidades de prática desportiva.
Mas e os jogadores?
As entidades desportivas têm que repassar 5% da receita do direito de arena para os sindicatos de
atletas profissionais, e estes distribuirão, em partes iguais, aos atletas profissionais participantes do
espetáculo, como parcela de natureza civil (art. 42, § 1º).
Obs: esse percentual poderá ser alterado por meio de convenção coletiva.
“O direito de imagem é amplo e pertence por inteiro ao seu titular. Abre-se, no entanto, uma exce-
ção para o atleta que participa de um espetáculo, reservando-se um percentual maior para a remu-
neração das entidades esportivas, que afinal são as que organizam, investem e remuneram para
garantir o êxito do empreendimento.” (Min. Ruy Rosado de Aguiar, no REsp 46.420/SP).
Os atletas profissionais devem pagar imposto de renda com relação ao valor que recebem a
título de direito de arena?
SIM.
A remuneração percebida pelos atletas profissionais a título de direito de arena sujeita-se à incidên-
cia do Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF.
STJ. 1ª Turma. REsp 1.679.649-SP, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 17/05/2018 (Info 626).
Acréscimo patrimonial
Vale ressaltar que somente fará jus à parcela relativa ao direito de arena o esportista profissional
que mantiver relação laboral com a entidade de prática desportiva, formalizada em contrato de
trabalho. Desse modo, conclui-se que a verba em questão retribui e decorre da própria existência
do contrato de trabalho, remunerando e acrescendo os ganhos do atleta em contrapartida pela
autorização dada para o uso da sua imagem.
Não se pode dizer que o direito de arena possui caráter indenizatório. Isso porque não há dano ou
lesão passível de reparação econômica.
→ EXECUÇÃO FISCAL
A Lei nº 6.830/80 estabelece um rito específico para a cobrança de créditos da Fazenda Pública. Os
entes políticos e as respectivas autarquias possuem a prerrogativa de constituir unilateralmente o
título executivo que irá lastrear a execução. Essa é a disposição da LEF:
Art. 1º - A execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito Feder-
al, dos Municípios e respectivas autarquias será regida por esta Lei e, subsidiariamente, pelo Código
de Processo Civil.
Execução fiscal é uma modalidade de execução por quantia certa, com base em título extrajudicial,
constituído pela certidão de dívida ativa regularmente inscrita (para possibilitar a execução fiscal,
é indispensável que a dívida ativa esteja regularmente inscrita), de caráter expropriatório, que se
realiza no interesse da Fazenda Pública.
A dívida ativa poderá compreender qualquer valor. As obrigações contratuais, inclusive, desde que
submetidas ao controle de inscrição, podem ser exigidas por via de execução fiscal.
A regra geral de competência é o domicílio do executado, no de sua residência ou onde for encon-
trado.
Na execução fiscal, o devedor é citado para, em cinco dias (lembre que na execução comum esse
prazo é de 3 dias), pagar ou oferecer bens à penhora. Caso pague, o juiz dará vista à Fazenda e,
com a concordância desta, a execução será extinta.
Garantido o juízo, é viabilizada a oposição de embargos à execução fiscal. De acordo com a siste-
mática da LEF, a garantia ao juízo é pressuposto de admissibilidade dos embargos à execução fiscal.
No mais, o prazo para apresentação dos embargos é contado a partir da data em que o devedor é
intimado do termo de formalização de garantia (depósito, fiança bancária, penhora).
#APOSTACICLOS
→ Exceção de pré-executividade
#SOPÃODEJURIS #PRAFINALIZAR
A correção monetária dos depósitos judiciais deve incluir os expurgos inflacionários. STJ. Corte Espe-
cial. REsp 1131360-RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. para acórdão Min. Maria Thereza de
Assis Moura, julgado em 3/5/2017 (recurso repetitivo) (Info 607).
A irrisoriedade do valor em relação ao total da dívida executada não impede sua penhora
via BacenJud. STJ. 2ª Turma. REsp 1646531/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 06/04/2017.
No caso em que a garantia à execução fiscal tenha sido totalmente dispensada de forma expressa
pelo juízo competente — inexistindo, ainda que parcialmente, a prestação de qualquer garantia
(penhora, fiança, depósito, seguro-garantia) —, o prazo para oferecer embargos à execução
deverá ter início na data da intimação da decisão que dispensou a apresentação de garantia,
não havendo a necessidade, na intimação dessa dispensa, de se informar expressamente o
prazo para embargar. STJ. 2ª Turma. REsp 1440639-PE, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado
em 2/6/2015 (Info 563).
Na ação de execução fiscal, frustradas as diligências para localização de outros bens em nome do
devedor e obedecida a ordem legal de nomeação de bens à penhora, não cabe ao magistrado recu-
sar a constrição de bens nomeados pelo credor fundamentando a decisão apenas na assertiva de
que a potencial iliquidez deles poderia conduzir à inutilidade da penhora. Isso porque, nos termos
do art. 612 do CPC 1973 (art. 797 do CPC 2015), a execução é realizada no interesse do credor que
adquire, pela penhora, o direito de preferência sobre os bens indicados. Ademais, conforme precei-
tua o art. 591 do CPC 1973 (art. 789 do CPC 2015), todo o patrimônio presente e futuro do devedor
pode ser utilizado para pagamento de débitos. Ex: a União ajuizou execução fiscal contra João
cobrando uma dívida de R$ 20 mil. Foi tentada a penhora “on line” (via sistema “Bacen Jud”), não
tendo sido localizadas contas bancárias em nome do devedor. Buscou-se também a localização de
outros bens penhoráveis, mas sem sucesso. Diante disso, a União requereu a penhora de um veículo
do executado, qual seja, um Volkswagen SANTANA CD (fabricado em 1985). O juiz indeferiu a cons-
trição do veículo, sob o argumento de que o bem era muito antigo, o que ensejaria a inutilidade
da penhora. Em uma situação parecida com esta, o STJ deu provimento ao recurso e determinou
que a penhora fosse realizada. STJ. 1ª Turma. REsp 1523794-RS, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em
19/5/2015 (Info 563).
Em sede de execução fiscal, a Fazenda Pública não tem direito de substituir a fiança bancária pres-
tada pela sociedade empresária executada e anteriormente aceita pelo ente público por penhora
de depósito de quantia destinada à distribuição de dividendos aos acionistas da devedora, a não
ser que a fiança bancária se mostre inidônea. STJ. 1ª Seção. EREsp 1163553-RJ, Rel. originário e voto
vencedor Min. Arnaldo Esteves Lima, Rel. para o acórdão Min. Mauro Campbell Marques, julgado
em 22/4/2015 (Info 569).
O art. 185-A do CTN prevê a possibilidade de ser decretada a indisponibilidade dos bens e direi-
tos do devedor tributário na execução fiscal. Vale ressaltar, no entanto, que a indisponibilidade de
que trata o art. 185-A do CTN só pode ser decretada se forem preenchidos três requisitos: 1) deve
ter havido prévia citação do devedor; 2) o executado deve não ter pago a dívida nem apresenta-
do bens à penhora no prazo legal; 3) não terem sido localizados bens penhoráveis do executado
mesmo após a Fazenda Pública esgotar as diligências nesse sentido. Obs.: para que a Fazenda
Pública prove que esgotou todas as diligências na tentativa de achar bens do devedor, basta que
ela tenha adotado duas providências: a) pedido de acionamento do Bacen Jud (penhora “on line”)
e consequente determinação pelo magistrado; b) expedição de ofícios aos registros públicos do
domicílio do executado e ao Departamento Nacional ou Estadual de Trânsito — DENATRAN ou
DETRAN. STJ. 1ª Seção. REsp 1377507-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 26/11/2014 (recurso
repetitivo) (Info 552).
execução fiscal para o sócio-gerente da pessoa jurídica executada mesmo que se trate de
dívida ativa NÃO-TRIBUTÁRIA. Assim, por exemplo, a Súmula 435 do STJ pode ser aplicada tanto
para execução fiscal de dívida ativa tributária como também na cobrança de dívida ativa NÃO-TRI-
BUTÁRIA. STJ. 1ª Seção. REsp 1371128-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 10/9/2014
(recurso repetitivo) (Info 547).
A garantia do juízo no âmbito da execução fiscal deve abranger honorários advocatícios mesmo
que eles não constem na CDA? SIM. Há situações em que o valor dos honorários advocatícios já
consta na própria CDA. Isso ocorre quando a lei que rege o crédito cobrado permite essa inclusão.
Nesses casos, não há qualquer dúvida de que a garantia oferecida deverá abranger também o
montante dos honorários. Existem, contudo, outras hipóteses em que na CDA não vêm previstos os
honorários e estes são arbitrados pelo juiz ao despachar a petição inicial na execução. Aqui havia
dúvida se a garantia deveria também englobá-los. O STJ entendeu que sim. Isso porque, como a
LEF não trata do assunto, deve-se aplicar subsidiariamente o CPC e este determina que a penhora
de bens seja feita de modo a incluir o principal, os juros, as custas e os honorários advocatícios. Em
resumo, a garantia do juízo no âmbito da execução fiscal deve abranger honorários advocatícios,
sejam eles previstos na CDA ou arbitrados judicialmente. STJ. 2ª Turma. REsp 1409688-SP, Rel. Min.
Herman Benjamin, julgado em 11/2/2014 (Info 539).
(Info 538).
Os valores depositados em contas em nome das filiais estão sujeitos à penhora por dívidas tribu-
tárias da matriz. STJ. 1ª Seção. REsp 1.355.812-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
22/5/2013 (recurso repetitivo) (Info 524).
#chuvadesúmula #nãosaboteassúmulas
Súmula 66 STJ: compete a Justiça Federal processar e julgar execução fiscal promovida por conse-
lho de fiscalização profissional.
Súmula 515 STJ: A reunião de execuções fiscais contra o mesmo devedor constitui faculdade do
Juiz.
Súmula 414 STJ: A citação por edital na execução fiscal é cabível quando frustradas as demais
modalidades.
Súmula 435 STJ: Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu
domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da
execução fiscal para o sócio-gerente.
#ATENÇÃO: o STJ entende que essa súmula aplica-se tanto para dívidas tributárias como
não-tributárias. Assim, quando a sociedade empresária for dissolvida irregularmente, é possível o
redirecionamento de execução fiscal de dívida ativa não-tributária contra o sócio-gerente da pessoa
jurídica executada, independentemente da existência de dolo (REsp 1.371.128-RS, Rel. Min. Mauro
Campbell Marques, julgado em 10/9/2014).
Súmula 314 STJ: Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo
por 1 ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição quinquenal intercorrente.
Súmula 409 STJ: em execução fiscal, a prescrição ocorrida antes da propositura da ação pode ser
decretada de ofício. #ATENÇÃO: Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: II — decidir,
de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
Súmula 153 STJ: A desistência da execução fiscal, após o oferecimento dos embargos, não exime o
exequente dos encargos da sucumbência.
Súmula 452 STJ (execução fiscal): A extinção das ações de pequeno valor é faculdade da Adminis-
tração Federal, vedada a atuação judicial de ofício.
Súmula 121 STJ: Na execução fiscal o devedor deverá ser intimado, pessoalmente, do dia e hora
da realização do leilão.
Súmula 523-STJ: A taxa de juros de mora incidente na repetição de indébito de tributos estaduais
deve corresponder à utilizada para cobrança do tributo pago em atraso, sendo legítima a incidência
da taxa Selic, em ambas as hipóteses, quando prevista na legislação local, vedada sua cumulação
com quaisquer outros índices.
Súmula 188-STJ: Os juros moratórios, na repetição do indébito tributário, são devidos a partir do
trânsito em julgado da sentença.
Súmula 162-STJ: Na repetição de indébito tributário, a correção monetária incide a partir do paga-
mento indevido.
#APOSTACICLOS
DIREITO AMBIENTAL 6
PRINCÍPIOS
#DEOLHONAJURIS
não existem impedimentos, por ora, a que sejam adotados os parâmetros propostos pela
Organização Mundial de Saúde (OMS), conforme estabelece a Lei nº 11.934/2009. STF.
Plenário. RE 627189/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 8/6/2016 (repercussão geral) (Info
829).
• Princípio da ubiquidade: a proteção ambiental deve ser levada em conta em toda vez
que uma política, atuação, legislação sobre qualquer tema, atividade, obra, etc. tiver
que ser criada e desenvolvida.
• Princípio usuário pagador: Busca-se evitar que o “custo zero” dos ser viços e recursos
naturais acabe por conduzir o sistema de marcado a uma exploração desenfreada do
meio ambiente.
#SÚMULASNOVAS #APOSTACICLOS
#NÃOCUSTAGARANTIR
COMPETÊNCIAS NA CF
União, Estados e DF podem dispor sobre a mesma matéria; União legisla sobre
normas gerais (art. 24 CF); ATENÇÃO – Os Municípios não aparecem aqui.
Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:
CONCOR-
• VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e
RENTE:
dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
• VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
• VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
24, §2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a
SUPLEMEN- competência suplementar dos Estados.
TAR: Art. 30. Compete aos Municípios: (...) II – suplementar a legislação federal e a es-
tadual no que couber.
• impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histó-
rico, artístico e cultural;
• proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; preservar as florestas,
a fauna e a flora;
As normas de cooperação entre os entes federativos deverão ser fixadas por Lei Comple-
mentar (está tudo lá na LC 140/11).
A Constituição ainda dispõe aos Estados o poder de explorar diretamente, através de concessão,
os serviços de gás canalizado e instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e micror-
regiões, constituídas por agrupamento de Municípios limítrofes, para integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
• Promover o adequado ordenamento territorial, o que deve ser feito mediante planejamento e controle
do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano, feita em conjunto com a da União de execu-
tar planos elaborados para a ordenação do território regional.
• Competência legislativa – O artigo 30, inciso I da Constituição estabelece que é competência muni-
cipal legislar sobre:
Assuntos de interesse local – Deve-se buscar por uma predominância de interesse. Essa predo-
minância é o que propõe Paulo Machado, ao lecionar que “caberá aos Municípios legislar sobre todas
aquelas matérias em que seu interesse prevalece sobre os interesses da União e dos Estados”.
#DEOLHONAJURIS
É inconstitucional lei estadual que prevê a supressão de vegetal em APP para a realização
de atividades exclusivamente de lazer – É inconstitucional lei estadual prevendo que é possível
a supressão de vegetal em Área de Preservação Permanente (APP) para a realização de “pequenas
construções com área máxima de 190 metros quadrados, utilizadas exclusivamente para lazer”. Essa
lei possui vícios de inconstitucionalidade formal e material. Há inconstitucionalidade formal porque
o Código Florestal (lei federal que prevê as normas gerais sobre o tema, nos termos do art. 24, § 1º,
da CF/88) não permite a instalação em APP de qualquer tipo de edificação com finalidade mera-
mente recreativa. Existe também inconstitucionalidade material porque houve um excesso e abuso
da lei estadual ao relativizar a proteção constitucional ao meio ambiente ecologicamente equilibra-
do, cujo titular é a coletividade, em face do direito de lazer individual. STF. Plenário. ADI 4988/TO,
Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 19/9/2018 (Info 916).
É inconstitucional lei estadual que remete o regramento do cultivo comercial e das ativi-
dades com organismos geneticamente modificados à regência da legislação federal – A
competência para legislar sobre as atividades que envolvam organismos geneticamente modifica-
dos (OGM) é concorrente (art. 24, V, VIII e XII, da CF/88). No âmbito das competências concorrentes,
cabe à União estabelecer normas gerais e aos Estados-membros editar leis para suplementar essas
normas gerais (art. 24, §§ 1º e 2º). Determinado Estado-membro editou lei estabelecendo que toda
e qualquer atividade relacionada com os OGMs naquele Estado deveria observar “estritamente à
legislação federal específica”. O STF entendeu que essa lei estadual é inconstitucional porque signi-
ficou uma verdadeira “renúncia” ao exercício da competência legislativa concorrente prevista no art.
24, V, VIII e XII, da CF/88. Em outras palavras, o Estado abriu mão de sua competência suplementar
prevista no art. 24, § 2º da CF/88. Essa norma estadual remissiva fragiliza a estrutura federativa
descentralizada, e consagra o monopólio da União, sem atentar para nuances locais. STF. Plenário.
ADI 2303/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 5/9/2018 (Info 914).
Compete aos Municípios legislar sobre meio ambiente em assuntos de interesse local - O
Município tem competência para legislar sobre meio ambiente e controle da poluição, quando se
tratar de interesse local. Ex: é constitucional lei municipal, regulamentada por decreto, que preveja
a aplicação de multas para os proprietários de veículos automotores que emitem fumaça acima de
padrões considerados aceitáveis. STF. Plenário. RE 194704/MG, rel. orig. Min. Carlos Velloso, red. p/
o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 29/6/2017 (Info 870)
#DEOLHONAJURIS
#IMPORTANTE Os Municípios podem legislar sobre Direito Ambiental, desde que o façam funda-
mentadamente. STF. 2ª Turma. ARE 748206 AgR/SC, Rel Min. Celso de Mello, julgado em 14/3/2017
(Info 857).
O Município tem competência para legislar sobre meio ambiente e controle da poluição, quando se
tratar de interesse local. Ex: é constitucional lei municipal, regulamentada por decreto, que preveja
a aplicação de multas para os proprietários de veículos automotores que emitem fumaça acima de
padrões considerados aceitáveis. STF. Plenário. RE 194704/MG, rel. orig. Min. Carlos Velloso, red. p/
o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 29/6/2017 (Info 870).
Ação direta de inconstitucionalidade estadual. Lei municipal que altera regime de ocupação do solo
de zona de proteção ambiental. Lei municipal é a via própria para alteração do regime de ocupação
do solo. [RE 519.778 AgR, rel. min. Roberto Barroso, j. 24-6-2014, 1ª T, DJE de 1º-8-2014.]
É proibida a utilização de qualquer forma de amianto. As leis estaduais que proíbem o uso do
amianto são constitucionais. O art. 2º da Lei federal nº 9.055/95, que autorizava a utilização da
crisotila (espécie de amianto), é inconstitucional. Houve a inconstitucionalidade superveniente (sob
a óptica material) da Lei nº 9.055/95, por ofensa ao direito à saúde (art. 6º e 196, CF/88); ao dever
estatal de redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de saúde, higiene e segu-
rança (art. 7º, inciso XXII, CF/88); e à proteção do meio ambiente (art. 225, CF/88). STF. Plenário. ADI
3937/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 24/8/2017 (Info 874)
#SAINDODOFORNO #APOSTACICLOS
Viola a Constituição Federal lei municipal que proíbe o trânsito de veículos, sejam eles motorizados
ou não, transportando cargas vivas nas áreas urbanas e de expansão urbana do Município. Essa lei
municipal invade a competência da União. O Município, ao inviabilizar o transporte de gado vivo
na área urbana e de expansão urbana de seu território, transgrediu a competência da União, que já
estabeleceu, à exaustão, diretrizes para a política agropecuária, o que inclui o transporte de animais
vivos e sua fiscalização. Além disso, sob a justificativa de criar mecanismo legislativo de proteção
aos animais, o legislador municipal impôs restrição desproporcional. Esta desproporcionalidade fica
evidente quando se verifica que a legislação federal já prevê uma série de instrumentos para garan-
tir, de um lado, a qualidade dos produtos destinados ao consumo pela população e, de outro, a
existência digna e a ausência de sofrimento dos animais, tanto no transporte quanto no seu abate.
STF. Plenário. ADPF 514 e ADPF 516 MC-REF/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 11/10/2018
(Info 919).
É inconstitucional lei estadual que prevê a supressão de vegetal em APP para a realização de ativi-
dades exclusivamente de lazer. STF. Plenário. ADI 4988/TO, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
19/9/2018 (Info 916).
Art. 25, §3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglom-
erações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a
organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,
tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os
seguintes princípios:
(...) VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto
ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de
ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não
utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e suces-
sivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Segundo o STF, o direito ao meio ambiente equilibrado é um direito fundamental de terceira ger-
ação, com titularidade transindividual.
O meio ambiente é previsto como “bem de uso comum do povo”. Atenção, pois o conceito não se
confunde com o de bem público de uso comum do povo presente no CC.
Espaços territoriais especialmente protegidos podem ser instituídos inclusive por atos administrati-
vos, mas sua supressão ou modificação só pode ocorrer através de lei em sentido formal.
São vedadas práticas que submetam animais à crueldade. O STF já entendeu inconstitucional a real-
ização de rinhas de galo e farra do boi. A EC 96/2017 previu que não se enquadram como práticas
cruéis as que utilizem animais como forma de manifestação cultural, devendo ser regulamentadas
por leis específicas que garantam o bem-estar dos animais.
São patrimônios nacionais a Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Serra do Mar, Pantanal e Zona
Costeira (#ISSOSEMPRECAI). A CF/88 enfatizou a importância de tais biomas, não transformou tais
áreas em bens públicos (RE 134.297) e sua menção não significa atração da competência da Justiça
Federal ou interesse automático da União nas demandas (RE 300.244 e CC 99.294).
#APOSTACICLOS #SUMULASNOVAS
Súmula 629-STJ: Quanto ao dano ambiental, é admitida a condenação do réu à obrigação de fazer
ou à de não fazer cumulada com a de indenizar. STJ. 1ª Seção. Aprovada em 12/12/2018, DJe 17/12/2018.
Súmula 623-STJ: As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo admissível cobrá-
-las do proprietário ou possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha do credor. Importante. Aprovada
em 12/12/2018.
Conceito clássico, que engloba ar, água, solo, etc. Previsto na PNMA como “o
Meio Ambi-
conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e
ente Natural
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. O conceito
(Físico)
legal é amplo, mas não o suficiente para o presente na CF/88.
Meio Ambi- Integrado pelo patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico e turísti-
ente Cultural co.
Meio Ambi-
Integrado pelas edificações e equipamentos públicos.
ente Artificial
#APOSTACICLOS #REAÇÃOLEGISLATIVA: Art. 225, §7º Para fins do disposto na parte final do
inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais,
desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, regis-
tradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regu-
lamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 96, de 2017)
» gestão eficiente → traduz a ideia de ecoeficiência - é do que a procura, cada vez mais, por tecno-
logias limpas que causem um menor impacto ambiental.
OBJETIVO a harmonização das políticas administrativas dos entes federados para promover a
proteção adequada e uniforme, do meio ambiente, preservada as características peculiares.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
no exercício da competência comum a que se refere esta Lei Complementar:
I - proteger, defender e conservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado, promovendo gestão
descentralizada, democrática e eficiente;
II - garantir o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico com a proteção do meio ambiente, obser-
vando a dignidade da pessoa humana, a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades sociais e
regionais;
III - harmonizar as políticas e ações administrativas para evitar a sobreposição de atuação entre os
entes federativos, de forma a evitar conflitos de atribuições e garantir uma atuação administrativa eficiente;
IV - garantir a uniformidade da política ambiental para todo o País, respeitadas as peculiaridades
regionais e locais.
São instrumentos de cooperação previstos na LC 140/2011:
Art. 4º Os entes federativos podem valer-se, entre outros, dos seguintes instrumentos de cooperação
institucional:
I - consórcios públicos, nos termos da legislação em vigor;
São criados pelas entidades políticas para atender a objetivos comuns.
II - convênios, acordos de cooperação técnica e outros instrumentos similares com órgãos e
entidades do Poder Público, respeitado o art. 241 da Constituição Federal;
CONVÊNIOS:
Art. 5º O ente federativo poderá delegar, mediante convênio, a execução de ações administra-
tivas a ele atribuídas nesta Lei Complementar, desde que o ente destinatário da delegação disponha
de órgão ambiental capacitado a executar as ações administrativas a serem delegadas e de conselho de
meio ambiente.
Parágrafo único. Considera-se órgão ambiental capacitado, para os efeitos do disposto no caput,
aquele que possui técnicos próprios ou em consórcio, devidamente habilitados e em número compatível
ESTRUTURA DO SISNAMA
ÓRGÃO CONSULTIVO
CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente
E DELIBERATIVO
#ATENÇÃO: No texto da Lei 6.938/81 consta como órgão central a “Secretaria de Meio Ambiente”.
Contudo, em 1992, esta secretaria foi transformada em Ministério do Meio Ambiente. Consequen-
temente, o presidente do CONAMA que era o Secretário passou a ser o Ministro.
I - Estação Ecológica;
Unidades de Preservar a natureza II - Reserva Biológica;
PROTEÇÃO INTE- + III - Parque Nacional;
GRAL Uso indireto IV - Monumento Natural;
V - Refúgio de Vida Silvestre.
DOMÍNIO E POSSE
#NÃOCONFUNDIR:
Área de É a UC que pode ser formada por áreas públicas ou particulares, em geral ex-
proteção ambi- tensas, com certo grau de ocupação humana, com atributos bióticos, abióticos
ental ou mesmo culturais, visando promover a diversidade e assegurar a sustentabil-
(APA) idade do uso dos recursos.
É possível afirmar, portanto, que a proteção do meio ambiente, nesse caso, representa um limite
material implícito à edição de medida provisória.
CUIDADO: #PEGADINHA. Quando alguma questão de prova afirmar sem ressalva que é proibida
a alteração de unidade de conservação mediante decreto ou medida provisória. Alteração não tem
só sentido de supressão ou redução, de modo que a alteração por tais instrumentos, quando tiver
por finalidade aumentar os limites da unidade ou estabelecer regime de proteção mais rigoroso e
benéfico ao meio ambiente, será lícita.
#ATENÇÃO #VAICAIRNAPROVA
Zona de amortecimento: é o entorno de uma UC, onde as atividades humanas estão sujeitas
a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a
UC (art. 2º, XVIII, Lei do SNUC). Todas as UC devem possuir uma zona de amortecimento, salvo as
Áreas de proteção ambiental e as Reservas Particulares do Patrimônio Natural (art. 25, caput).
da UC individual.
Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por vegetação nati-
va, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica
e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar
das populações humanas;
Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos
termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos
naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promov-
er a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora
nativa;
ZONA RURAL
• SOBRE A APP:
Art. 4o Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os
efeitos desta Lei:
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros,
desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de:
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura;
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de
largura;
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de
largura;
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos)
metros de largura;
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos)
metros;
II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de:
a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares de super-
fície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros;
b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;
III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represamen-
to de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento; (Incluí-
do pela Lei nº 12.727, de 2012).
IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação
topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros; (Redação dada pela Lei nº 12.727, de
2012).
V - as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% (cem por cento)
na linha de maior declive;
VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
VII - os manguezais, em toda a sua extensão;
VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a
100 (cem) metros em projeções horizontais;
IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e
inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois
terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal
determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela
mais próximo da elevação;
X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação;
XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta) metros,
Art. 12. Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de
Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente,
observados os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel, excetuados os casos previstos no
art. 68 desta Lei:
I - localizado na Amazônia Legal:
a) 80%, no imóvel situado em área de florestas;
b) 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de cerrado;
c) 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos gerais;
II - localizado nas demais regiões do País: 20% (vinte por cento).
(...)
§ 5o Nos casos da alínea a do inciso I, o poder público estadual, ouvido o Conselho Estadual de Meio
Ambiente, poderá reduzir a Reserva Legal para até 50% (cinquenta por cento), quando o Estado tiver Zonea-
mento Ecológico-Econômico aprovado e mais de 65% (sessenta e cinco por cento) do seu território ocupado
por unidades de conservação da natureza de domínio público, devidamente regularizadas, e por terras indí-
genas homologadas.
Art. 14. A localização da área de Reserva Legal no imóvel rural deverá levar em consideração os
seguintes estudos e critérios:
Art. 11-A. A Zona Costeira é patrimônio nacional, nos termos do § 4o do art. 225 da Constituição
Federal, devendo sua ocupação e exploração dar-se de modo ecologicamente sustentável.
I - área total ocupada em cada Estado não superior a 10% (dez por cento) dessa modalidade
de fitofisionomia no bioma amazônico e a 35% (trinta e cinco por cento) no restante do País,
excluídas as ocupações consolidadas que atendam ao disposto no § 6o deste artigo;
III - licenciamento da atividade e das instalações pelo órgão ambiental estadual, cientificado o Insti-
tuto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e, no caso de uso de
terrenos de marinha ou outros bens da União, realizada regularização prévia da titulação perante
a União;
#JURISPRUDÊNCIANOVA #AJUDAMARCINHO
2) dar interpretação conforme a Constituição ao art. 3º, VIII e IX, da Lei, de modo a se condicionar
a intervenção excepcional em APP, por interesse social ou utilidade pública, à inexistência de
alternativa técnica e/ou locacional à atividade proposta;
3) deve-se dar interpretação conforme a Constituição ao art. 3º, XVII e ao art. 4º, IV, para fixar a
interpretação de que os entornos das nascentes e dos olhos d´água intermitentes configuram área
de preservação permanente;
5) deve-se dar interpretação conforme a Constituição ao art. 48, § 2º, para permitir compensação
apenas entre áreas com identidade ecológica;
6) deve-se dar interpretação conforme a Constituição ao art. 59, §§ 4º e 5º, de modo a afastar, no
decurso da execução dos termos de compromissos subscritos nos programas de regularização
ambiental, o risco de decadência ou prescrição, seja dos ilícitos ambientais praticados antes de
22.7.2008, seja das sanções deles decorrentes, aplicando-se extensivamente o disposto no § 1º do
art. 60 da Lei 12.651/2012, segundo o qual “a prescrição ficará interrompida durante o período de
suspensão da pretensão punitiva”.
Todos os demais dispositivos da Lei foram considerados constitucionais. STF. Plenário. ADC 42/DF,
ADI 4901/DF, ADI 4902/DF, ADI 4903/DF e ADI 4937/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgados em 28/2/2018
(Info 892)
AGROTÓXICOS
I - agrotóxicos e afins:
Art. 3º Os agrotóxicos, seus componentes e afins, de acordo com definição do art. 2º desta Lei,
III - entidades legalmente constituídas para defesa dos interesses difusos relacionados à prote-
ção do consumidor, do meio ambiente e dos recursos naturais.
Art. 14. As responsabilidades administrativa, civil e penal pelos danos causados à saúde das pessoas
e ao meio ambiente, quando a produção, comercialização, utilização, transporte e destinação
de embalagens vazias de agrotóxicos, seus componentes e afins, não cumprirem o disposto na
legislação pertinente, cabem:
d) ao registrante que, por dolo ou por culpa, omitir informações ou fornecer informações incor-
retas;
f ) ao empregador, quando não fornecer e não fizer manutenção dos equipamentos adequa-
dos à proteção da saúde dos trabalhadores ou dos equipamentos na produção, distribuição e
aplicação dos produtos.
I - quanto à origem:
a) resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências
urbanas;
b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros
e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;
c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”;
d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os gerados
nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”;
e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas ativi-
dades, excetuados os referidos na alínea “c”;
f ) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industri-
ais;
g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme
definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama
CLASSIFI- e do SNVS;
CAÇÃO h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e
demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e
escavação de terrenos para obras civis;
i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e silvicul-
turais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;
j) resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos, termi-
nais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;
k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou ben-
eficiamento de minérios;
II - quanto à periculosidade:
a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de inflamab-
ilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade,
teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde públi-
ca ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica;
b) resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”.
Veja que a destinação final engloba a possibilidade de outro aproveitamento dos resíduos e a
disposição final é para os rejeitos, já é o FIM, já não há mais o que fazer com o resíduo, que será deixado
em aterros.
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei Com-
plementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos:
MU-
a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipolo-
NICÍPIOS
gia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os
(art. 9º,
critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade; ou
XIV)
b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em
Áreas de Proteção Ambiental (APAs);
LICENCIAMENTO LICENÇA
RENOVAÇÃO O pedido de renovação deve ser feito com antecedência MÍNIMA de 120 dias.
DO LICENCI-
AMENTO O prazo de validade ficará AUTOMATICAMENTE renovado até manifestação
(LC 140/2011 definitiva do órgão ambiental competente, desde que o requerimento tenha sido
e Res. CONA- formulado com a antecedência indicada acima.
MA 237/97)
» Atuação supletiva: um ente se substitui ao ente federativo originariamente detentor das atribuições,
nas hipóteses definidas na Lei Complementar 140;
» Atuação subsidiária: um ente visa a auxiliar no desempenho das atribuições decorrentes das compe-
tências comuns, quando solicitado pelo ente federativo originariamente detentor das atribuições.
(Dica para lembrar - Subsidiária → Solicitar).
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
Poluidor é pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indi-
retamente, por atividade causadora de degradação ambiental.
#DEOLHONAJURIS:
- A responsabilidade por dano ambiental é OBJETIVA, informada pela teoria do RISCO INTEGRAL.
Não são admitidas excludentes de responsabilidade, tais como o caso fortuito, a força maior, fato de
terceiro ou culpa exclusiva da vítima. O valor a ser arbitrado como dano moral não deverá incluir um
caráter punitivo. É inadequado pretender conferir à reparação civil dos danos ambientais caráter puni-
tivo imediato, pois a punição é função que incumbe ao direito penal e administrativo. Assim, não há que
se falar em danos punitivos (punitive damages) no caso de danos ambientais. STJ, julgado em 26/3/2014
(recurso repetitivo) (Info 538).
- As empresas adquirentes da carga transportada pelo navio Vicuña no momento de sua explosão,
no Porto de Paranaguá/PR, em 15/11/2004, não respondem pela reparação dos danos alegadamente
suportados por pescadores da região atingida, haja vista a ausência de nexo causal a ligar tais prejuí-
zos (proibição temporária da pesca) à conduta por elas perpetrada (mera aquisição pretérita do metanol
transportado). Situação concreta: três indústrias químicas adquiriam uma grande quantidade de “meta-
nol”, substância utilizada como matéria-prima para a produção de alguns medicamentos. Elas adquiriram
o metanol da METHANEX CHILE LIMITED, empresa chilena que ficou responsável tanto pela contratação
quanto pelo pagamento do frete marítimo. O navio contratado pela empresa chilena para o transporte foi
o “BTG Vicuña”, de bandeira do Chile. Ocorre que quando já estava atracado no porto de Paranaguá/PR,
o navio explodiu. Isso provocou uma tragédia ambiental porque houve o vazamento de milhões de litros
de óleo e de metanol. Em razão do derramamento, a pesca na região ficou temporariamente proibida.
STJ. 2ª Seção. REsp 1602106-PR, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 25/10/2017 (Info 615).7
- João é pescador artesanal e vive da pesca que realiza no rio Paranapanema, que faz a divisa dos
Estados de São Paulo e Paraná. A empresa “XXX”, após vencer a licitação, iniciou a construção de uma
usina hidrelétrica neste rio. Ocorre que, após a construção da usina, houve uma grande redução na quan-
tidade de alguns peixes existentes no rio, em especial “pintados”, “jaú” e “dourados”. Vale ressaltar que
estes peixes eram os mais procurados pela população e os que davam maior renda aos pescadores do
local. Diante deste fato, João ajuizou ação de indenização por danos morais e materiais contra a empresa
(concessionária de serviço público) sustentando que a construção da usina lhe causou negativo impacto
econômico e sofrimento moral, já que ele não mais poderia exercer sua profissão de pescador. O pesca-
dor terá direito à indenização em decorrência deste fato? Danos materiais: SIM. Danos morais: NÃO. STJ.
4ª Turma. REsp 1371834-PR, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 5/11/2015 (Info 574)
7 Como se vê dos julgados acima, em que pese a responsabilidade ser objetiva e informada pela teoria do risco integral,
ainda assim há de ser comprovado o nexo de causalidade.
- Responsabilidade Administrativa:
#DEOLHONAJURIS:
Configurada infração ambiental grave, é possível a aplicação da pena de multa sem a necessidade
de prévia imposição da pena de advertência (art. 72 da Lei 9.605/98). STJ. (Info 561).
- Reponsabilidade penal:
CF/88:
Art. 225 (...) § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da
obrigação de reparar os danos causados.
Lei n.° 9.605/98:
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras,
co-autoras ou partícipes do mesmo fato.
A teoria da dupla imputação que era aplicada pelo STJ, que entendia só ser possível a persecução
penal da pessoa jurídica quando uma pessoa física também fosse denunciada, foi superada pelo
STF. Não existe necessidade de persecução penal concomitante.
Mesmo sendo possível ação penal contra a pessoa jurídica, não se admite o uso de HC, já que o
remédio constitucional tutela a liberdade de locomoção.
a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas consequências para a saúde
pública e para o meio ambiente;
os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental;
a situação econômica do infrator, no caso de multa.
OBS: Embora não listada expressamente como sanção, o art. 24 da lei n. 9605 permite a liquidação
forçada da pessoa jurídica, quando esta tiver sido constituída preponderantemente com a finalidade de
praticar delitos ambientais, sendo o patrimônio considerado instrumento do crime:
Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permitir, facil-
itar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio
será considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional.
De acordo com o STJ, a liquidação forçada, presentes os seus requisitos, é modalidade de pena
autônoma adequada à natureza das PJ’s (REsp 610.114).
#JURIS: É possível aplicar o princípio da insignificância para crimes ambientais. Ex: pessoa
encontrada em uma unidade de conservação onde a pesca é proibida, com vara de pescar, linha e
anzol, conduzindo uma pequena embarcação na qual não havia peixes. STF. 2ª Turma. Inq 3788/DF,
Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 1°/3/2016 (Info 816).
O STF entendeu que não existia, no caso concreto, o requisito da justa causa a propiciar o pros-
seguimento da ação penal, especialmente pela mínima ofensividade da conduta do agente, pela
ausência de periculosidade social da ação, pelo reduzido grau de reprovabilidade do comporta-
mento e pela inexpressividade da lesão jurídica provocada. Assim, apesar de a conduta do denun-
ciado amoldar-se à tipicidade formal e subjetiva, o STF entendeu que não havia a tipicidade mate-
rial, consistente na relevância penal da conduta e no resultado típico, em razão da insignificância da
lesão produzida no bem jurídico tutelado. A jurisprudência do STF é no sentido da aplicabilidade
do princípio da insignificância aos crimes ambientais, tanto com relação aos de perigo concreto —
em que haveria dano efetivo ao bem jurídico tutelado —, quanto aos de perigo abstrato, como no
art. 34, caput, da Lei nº 9.605/98. No processo em exame, não se produziu prova material de que
tenha havido qualquer dano efetivo ao meio ambiente. Ademais, mesmo diante de crime de perigo
abstrato, não é possível dispensar a verificação “in concreto” do perigo real ou mesmo potencial
da conduta praticada pelo acusado com relação ao bem jurídico tutelado. Esse perigo real não se
verificou no caso concreto.
No mesmo sentido, STJ: Não se configura o crime previsto no art. 34 da Lei nº 9.605/98 na hipó-
tese em que há a devolução do único peixe – ainda vivo – ao rio em que foi pescado. STJ. 6ª Turma.
REsp 1.409.051-SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 20/4/2017 (Info 602).
A pesca ilegal realizada em uma Estação Ecológica deve, em princípio, receber a tutela penal pres-
tada pelo Estado, pois se trata de intervenção humana presumidamente danosa a uma Unidade de
Proteção Integral, que tem como objetivo “a preservação da natureza e a realização de pesquisas
científicas” (art. 9º da Lei nº 9.985/2000). No entanto, a intervenção do Direito Penal deve ser sempre
a ultima ratio, somente atuando quando os demais ramos do Direito não forem suficientes. Trata-se do
princípio da intervenção mínima. Neste caso específico, embora a pesca tenha ocorrido numa Estação
Ecológica, a conduta em si não causou lesão ao bem jurídico, pois o único bagre encontrado com o
denunciado no momento da autuação estava vivo e, por isso, foi devolvido ao rio.