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CEFAC

CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA


MOTRICIDADE ORAL

ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NAS


ALTERAÇÕES MIOFUNCIONAIS ORAIS EM
INDIVÍDUOS COM MÁ OCLUSÃO CLASSE II

DELVANIA AP. VICENTE SLEIMAN

BOTUCATU
1999

1
CEFAC
CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA
MOTRICIDADE ORAL

ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NAS


ALTERAÇÕES MIOFUNCIONAIS ORAIS EM
INDIVÍDUOS COM MÁ OCLUSÃO CLASSE II

Monografia de conclusão do curso de


especialização em Motricidade Oral
Orientadora: Mirian Goldenberg

DELVANIA AP. VICENTE SLEIMAN

BOTUCATU
1999
2
RESUMO

A pesquisa mostrou a atuação fonoaudiológica em crianças de

baixa renda, que apresentavam alterações miofuncionais orais e má oclusão

Classe II de Angle, detectada por ortodontista.

Visou-se minimizar as alterações do Sistema Estomatognático,

diagnosticadas pelo fonoaudiólogo, que as encaminhou para otorrinolaringolo-

gista e fisioterapeuta para avaliação da respiração e postura, respectivamente.

As crianças com má oclusão Classe II que não apresentaram

alterações funcionais foram excluídas da pesquisa. Vinte crianças de duas

escolas de ensino regular, na faixa etária de 6 a 8 anos foram acompanhadas em

uma cidade no interior de São Paulo.

O trabalho fonoaudiológico foi realizado em grupo por facilitar a

identificação das alterações, no outro e em si mesmo, visando a conscientiza-ção

e motivação para a terapia. Os grupos foram de três e cinco crianças com

alterações fonoaudiológicas semelhantes, no período de quatro a seis meses.

Nos resultados obteve-se melhora significativa quanto aos proble-

mas de fala, postura de lábios, de língua, de cabeça e respiração. Levando em

conta a baixa renda, e por isso, a exclusão do trabalho ortodôntico, conclui-se que

fonoaudiologicamente minimizou-se as alterações existentes, favorecendo um

melhor desenvolvimento biopsicosocial das crianças pesquisadas.

3
SUMMARY

The research showed the phonoaudiologic action on poor children

who presented oral myofunctional changes and poor oclusion Class II type of Angle,

detected by orthodontist.

It was aimed at decreasing the Stomatognatic System changes

diagnosed by the phonoaudiologist who directed the children to an

otolaryngologist and a physiotherapist for the evaluation of breathing and posture,

respectively.

The children, with poor occlusion Class II type, who did not present

any functional changes, were excluded from the research. Twenty children from two

regular teaching schools, aging 6 to 8, were followed in a city of São Paulo state.

The phonoaudiologic work was performed in group for facilitating the

identification of another person’s changes and of his own changes, aiming at the

consciousness and motivation for the therapy. The groups were formed by three

and five children with similar phonoaudiologic chnages, in a period of four to six

months.

In the results, it was achieved na expressive improvement of the

problems with speaking, lips, tongue and head posture, and breathing. Considering

the children’s low income and, because of this, their exclusion from the orthodontic

work, it was concluded that, phonoaudiologically, the existingchanges were

decreased, favoring a better children’s biopsychosocial development.

4
Dedico este trabalho especialmente ao
meu esposo, Marcelo, que sempre tem me
incentivado e desde do início colaborou com
paciência e muita compreensão para este trabalho. À
minha mãe que sempre me ensi-
nou a lutar e que muito contribuiu para mi-
nha formação.

Agradecimentos

As crianças que participaram da pesquisa.


Aos profissionais que corrigiram, e complementaram o trabalho

com suas avaliações e experiências.

Aos ortodontistas, Dr. Wagner Nicolau, Dra. Juliana Krupa de

Menezes, Dra. Vera Spadotto.

À Fonoaudióloga Kátia Carmello Guimarães pela ajuda no decorrer

do trabalho.

À Professora Doutora Miriam Goldenberg, pelo incentivo a

pesquisa.

Especialmente a Deus, que permitiu a minha existência e a quem

devo a fé que hoje tenho.

“Aquilo que pedimos aos céus


as mais das vezes se encon-
tra em nossas mãos.”
Willian Shakespear

5
ÍNDICE

1. Introdução...............................................................................................
......................1

2. Discussão teórica.............................................................. ................7

2.1. Definição da Má Oclusão Classe ................8


II.......................................................................

2.2. Classificação da Má Oclusão Classe ....................9


II.......................................................

2.3. Etiologia das Má


Oclusões....................................................................... ...................11

2.4. Etiologia da Má Oclusão Classe II.................... ....................12

2.5. Características Miofuncionais Orais do Classe II.......................... ..............13

2.6. Alterações na fala do Classe II............................... ..................15

2.7. Tratamento das Alterações Miofuncionais orais


do Classe II...................................................................................... ................16

3. Análise e Discussão dos Resultados........................................... ...........................


.20

3.1. Resultados da Avaliação..................................................... .................21

3.2. Resultados Gerais................................................................. ...................30

3.2.1. Fala............................................................................................ .....................30

3.2.2. Postura de Língua.......................................................... ..................31

3.2.3. Postura de Cabeça............................................................. .................31

3.2.4. Postura de Lábios.................................................................... ................32

3.2.5. Respiração.............................................................................. ..............32

6
4. Considerações Finais......................................................... ...............33

5. Referências Bibliográficas......................................................... ................36

Anexo............................................................................................. ...............38

Anexo 1............................................................................................ ..............38

Anexo 2..................................................................................................... ................39

Anexo 3................................................................................................ ...............40

1. INTRODUÇÃO

“Não há espelho que melhor reflita

a imagem do homem do que suas

palavras.”

Luís Vives

O sistema estomatognático é formado por estruturas bucais que

exercem funções comuns, fazendo parte dele, músculos, espaços orgânicos,

articulação temporomandibular, língua, lábios, dentes, vasos sangüíneos, ossos e

nervos. É necessário que o sistema estomatognático trabalhe em harmonia,

mantendo o equilíbrio e o funcionamento de suas estruturas.

7
A oclusão normal tem a posição dos dentes superiores e inferiores,

em chave de oclusão, determinada pelos processos de desenvolvimento durante

os períodos de formação, crescimento e modificações após o nascimento. A

oclusão dentária vária de um indivíduo para o outro em tamanho, forma, posição,

arco, época, seqüência de erupção dos dentes e padrões de crescimento

craniofaciais.

A definição de oclusão normal, segundo Angle é citada por

Marchesan (1993), onde é caracterizada pelo primeiro molar superior ocluindo

sua cúspide mesiovestibular no sulco do primeiro molar inferior.

A má oclusão é um desvio da oclusão normal dos dentes. Existem

várias classificações, entre elas as que apresentam críticas, devido a não

consideração de Angle para uma visão tridimensional.

No presente estudo foram descritas definições da má oclusão, as

classificações, as etiologias, as características miofuncionais orais, as alterações

na fala, na postura de lábios, língua e cabeça, e tratamento, revisando as

considerações de vários autores.

MATERIAL E MÉTODO

O grupo contou com 103 crianças de duas escolas de ensino regular

em uma cidade do interior de São Paulo, na faixa etária de 06 a 08 anos, sem

considerar o sexo. Essas crianças foram avaliadas por ortodontista, através de

observação visual e mordida em cera; após sua avaliação somente vinte e seis

crianças foram avaliadas fonoaudiologicamente.

Na avaliação fonoaudiológica foram utilizados espátulas para

visualização das tonsilas palatina, rebaixamento da língua, força das bochechas;

8
quadro fonêmico para avaliação da fala; espelho de Glatzel para avaliação da

quantidade e direção do fluxo de ar nasal; observação visual para postura de

lábios, cabeça e língua; palpação e toque para avaliação da força muscular e

tonus oral; materiais de propriocepção para avaliar sensibilidade e propriocepção

dos órgãos fonoarticulatórios; cronômetro avaliando o tempo de respiração nasal;

cenoura, maçã e pão, para avaliação da postura dos lábios, língua, cabeça

durante a mastigação e deglutição desses alimentos. A goma de mascar para

avaliação da postura dos lábios, da língua, da cabeça, durante a mastigação e

deglutição da saliva. Com a água observamos a postura de lábios, língua e

cabeça, durante a deglutição da mesma.

Foi utilizado pelo otorrinolaringologista, Rx de cavum e exame

clínico, para a detecção de problemas respiratórios, através da avaliação do

espaço nasofaringeo. O fisioterapeuta utilizou-se do Rx cervical e exame clínico

para avaliação da postura cervical.

Através de dados teóricos revisou-se o padrão articulatório, as

alterações na arcada dentária, respiração, hábitos, musculares, mastigação,

deglutição, postura de lábios, língua e de cabeça.

A avaliação foi iniciada pelo ortodontista (anexo 1), que detectou o

tipo de má oclusão. Nas crianças em que não foi possível se fazer a classificação

pela relação molar, por destruição pela cárie ou ausência do elemento, foi

considerada a relação de caninos. Selecionou-se, após avaliação do

ortodontista, vinte e seis indivíduos com má oclusão tipo Classe II, sendo

posteriormente, realizada a avaliação fonoaudiológica nos mesmos. Para

quatorze indivíduos foi necessário encaminhamento para otorrinolaringologista e

fisioterapeuta para avaliação da respiração e postura cervical, respectivamente,

favorecendo o planejamento do trabalho fonoaudiológico.

9
As vinte e seis crianças foram avaliadas nos aspectos

fonoarticulatórios durante as funções de respiração, postura de cabeça, lábios e

língua, e da própria articulação sendo observado as estruturas anatomo-

funcionais das mesmas, como ossos, dentes, músculos em posição de descanso

e durante a fala. Dessas crianças, seis foram excluídas da pesquisa, pois apesar

de serem Classe II, não apresentaram características funcionais alteradas.

As vinte crianças restantes iniciaram fonoterapia por apresentarem

alterações funcionais de fala, tendo omissões, substituições de fonemas, postura

inadequada de cabeça, língua e lábios, e alteração do padrão respiratório (anexo

2). As crianças que apresentaram problemas respiratórios devido ao aumento

significativo da tonsila nasofaríngea iniciaram a terapia após tratamento

medicamentoso e orientações do otorrinolaringologista. Com o trabalho da

fisioterapeuta, através de orientações, foi possível a modificação postural.

A fonoterapia foi realizada de acordo com as possibilidades de

cada criança, do seu meio ambiente e cultural. As sessões foram em grupo de

três crianças onde faziam fonoterapia de uma hora semanal, e de cinco crianças,

com uma hora e meia semanal, no período de novembro de mil novecentos e

noventa e sete, à março / abril de noventa e oito, perfazendo 6 meses de terapia.

Ao final de cada sessão as crianças eram reavaliadas observando - se os

resultados da terapia.

Foram trabalhados a fala, a respiração, a postura de cabeça, lábios

e língua, durante as sessões de fonoterapia, através de exercícios

fonoarticulatórios isométricos e isotônicos, repetição de palavras desde

monossílabas à polissílabas, frases simples, curtas e longas, imitação do modelo

da terapeuta, trabalho com sistema motor oral, funções neurovegetativas,

identificação em si, no outro, na terapeuta e a conscientização.

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Quanto a fala foi trabalhado ponto e modo articulatório, sonoridade

através de modelo da terapeuta, propriocepção, repetição de fonemas,

prolongamento de fonemas, movimentos fonoarticulátorios, identificação do certo

e do errado.

A postura de língua foi trabalhada de acordo com as necessidades

de cada criança, com trabalho de força, mobilidade, propriocepção.

A correção da postura de cabeça aconteceu após orientações

fisioterápicas, onde as crianças observavam a sua postura e tentavam corrigí-la.

Em seguida realizaram atividades fonoaudiológicas com a postura alterada, e

posteriormente com a postura corrigida. Ao realizarem as funções

estomatognáticas foram solicitadas a comentarem qual postura sentiram maior

conforto.

A postura de lábios foi trabalhada de acordo com as condições

apresentadas pelo paciente, através de exercícios fonoarticulatórios,

propriocepção e repetição de fonemas bilabiais.

Já na respiração, o trabalho quanto as alterações respiratórias com

aumento da tonsila nasofaríngea aconteceu após o tratamento e orientações

otorrinolaringológicas. Foi trabalhado com inspiração, expiração, selamento labial,

postura de cabeça, prolongamento de fonemas /f/ /s/ /x/ /z/, repetição de /la/pa/ e

propriocepção.

Consultando alguns ortodontistas sobre a demanda de pacientes

com má oclusão Classe II em seus consultórios ser grande, surgiram perguntas

como:

- Será que em alguns casos a fonoaudiologia pode atuar sozinha?

- Será que o trabalho em conjunto é melhor?

11
- Quem atua primeiro, nos casos de alterações miofuncionais orais

no Classe II, o ortodontista ou o fonoaudiólogo?

- Se não existir recurso suficiente para o tratamento ortodôntico, o

que poderia ser feito?

A importância desse estudo para a fonoaudiologia, está no fato de

se tentar achar soluções para casos onde a falta de recursos financeiros por parte

de prováveis pacientes, impedem a atuação do ortodontista ou o tratamento

conjunto com a fonoaudiologia.

Nesse caso a pesquisa preocupou-se em promover melhor

qualidade de vida e bem estar ao indivíduo com alterações miofuncionais orais e

má oclusão Classe II, minimizando as alterações do sistema estomatognático.

2. DISCUSSÃO TEÓRICA

A classificação da má oclusão tem sido tradicionalmente uma

ferramenta importante nos procedimentos de diagnóstico e planejamento do

tratamento ortodôntico e fonoaudiológico. A classificação ideal realizada pela

ortodontia sintetiza os dados do diagnóstico e interfere no plano de tratamento

fonoaudiológico. O sistema de Angle ainda hoje é respeitado e muito utilizado

devido à sua simplicidade de diagnóstico e pela linguagem internacional.

Segundo Vellini (1997) Angle considerou o 1º molar permanente

para a chave de oclusão, devido este dente ser o molar dos seis anos que

primeiro se forma e irrompe. Este dente “se constitui num ponto de referência

notavelmente estável no que diz respeito à anatomia craniofacial”.

Foi baseado na chave de oclusão que Angle classificou as

anomalias de oclusões dentais em três classes. O Sistema de Angle é descrito

por Vellini (1997) tendo como má oclusão Classe I, que a relação entre os

12
primeiros molares são normais, porém podem existir torções, apinhamento de

dentes anteriores, propiciando ao indivíduo um aspecto estético desagradável.

Para má oclusão Classe II (prognatia), o arco dental inferior está em uma posição

distal em relação ao superior, como reflexo da relação entre os primeiros molares.

Na má oclusão Classe III (progenia), o primeiro molar inferior, em oclusão, está

mesialmente colocado em relação ao primeiro molar superior.

Mas há opositores ao sistema de Angle, como Calvin Case citado

em Moyers (1988) que apontou no método algumas falhas como a não

consideração quanto às posições dos dentes e a face, visto que a má oclusão é

um problema tridimensional, e Angle somente considerou os desvios ântero-

posteriores.

Descore Vellini (1997) citando que estudos cefalométricos têm

demonstrado variações consideráveis nas correlações de todas as estruturas

craniofaciais. Mas também acredita na importância da classificação de Angle,

pois ele descreve as relações ântero-posteriores dos arcos superior e inferior, o

que comumente reflete as posições dos maxilares.

2.1. DEFINIÇÃO DE MÁ OCLUSÃO CLASSE II

Para ser considerado má oclusão Classe II, segundo Pereira (l984)

o 1º molar superior deve ter a posição correta, sendo que a cariação é sempre do

molar inferior. O mesmo ainda afirma que por este motivo, a Classe II recebe

também o nome de distoclusão na nomenclatura de (Lischer), pois o molar inferior

está ocluindo em posição distal em relação ao superior.

Considerando a definição utilizada por Marchesan (l993), o

primeiro molar superior deve se encontrar de topo com o molar inferior e, muitas

vezes, a cúspide à frente do molar inferior. O canino superior também deve se

13
encontrar à frente do canino inferior . Desta forma, toda arcada superior estará

além da relação normal.

A definição de má oclusão Classe II segundo Vellini (1997) refere -

se ao reflexo da relação entre os primeiros molares, onde o arco dental inferior

está em posição distal em relação ao arco dental superior.

Existem outras definições para a Classe II, onde são consideradas

análises cefalométricas, comprometimento esquelético e outros, onde os estudos

cefalométricos descritos por Broadbent (l931) citados por Bianchini (1994)

mostram as variações na relação de todas as estruturas, especialmente na maxila,

aumentando as críticas em relação à Classe II de Angle, lembrando que este, não

considera as discrepâncias em plano vertical ou transversal, como as mordidas

abertas, cruzadas, sobremordida e estreitamento das arcadas.

2.2. CLASSIFICAÇÃO DA MÁ OCLUSÃO CLASSE II

A classificação da má oclusão Classe II é correspondente a

definição utilizada. Se a definição apresenta padrões ântero-posteriores, a

classificação seguirá o padrão de Angle, sendo a cúspide distovestibular do 1º

molar superior ocluindo com o sulco mesiovestibular do 1º molar inferior. Se a

definição corresponde as discrepâncias de plano vertical e transversal, de relação

dente e face, seguirá uma classificação que não será a de Angle.

Para má oclusão Classe II tem-se as divisões segundo Bianchini

(l994) em que na divisão primeira, encontram-se os quatro incisivos superiores à

frente dos inferiores, criando um “overjet” (sobresaliência). Nestes casos a arcada

superior pode ser atrésica. Na Classe II, divisão segunda, os incisivos centrais

superiores encontram-se em posição bem vertical enquanto os laterais inclinam-

se para frente, sendo freqüente a mordida profunda. Quando a Classe II

observada é apenas em um dos lados da arcada, estando o outro em Classe I,

14
chamamos de subdivisão. Esta classificação é citada, também por Marchesan

(1993) e Petrelli (1992).

A classificação de Lischer utilizada por Petrelli (1992) e Muller

(1988) descreve as más posições dentárias individualmente, acrescentando o

sufixo “versão” à palavra que indica a direção em que o dente se desviou de sua

posição normal onde temos:

• vestibuloversão- quando o dente está com inclinação para o lábio ou

bochecha

• palatoversão- inclinação palatina (dentes superiores)

• linguoversão- inclinação lingual (dentes inferiores)

• mesioversão- mesial à posição normal

• distoversão- distal à posição normal

• supra-oclusão- além da linha de oclusão

• infra-oclusão- aquém da linha de oclusão

• giroversão- quando o dente está com rotação em torno de seu próprio eixo

• transposição- quando um dente se encontra na arcada dentária em posição de

um outro dente.

Além da classificação individual, os mesmos autores utilizam

relação anormal entre a maxila e a mandíbula classificando como:

1. neutroclusão, o mesmo que Classe I de Angle

2. mesioclusão, o mesmo que Classe III de Angle

3. distoclusão, o mesmo que Classe II de Angle, ou seja, quando a mandíbula

encontra-se em posição distal em relação à maxila.

Seguindo a classificação de Angle, Ferreira (1997) cita que a má

oclusão Classe II é determinante pelo sulco mesiovestibular do 1º molar

15
permanente inferior encontrando-se distalizado em relação à cúspide

mesiovestibular do 1º molar superior.

Continuando a classificação, cita ainda as divisões da má oclusão

Classe II, onde para a 1ª divisão, tem-se a inclinação vestibular dos dentes

incisivos superiores, que pode ser encontrado distanciamento vestibulolingual

entre incisivos superiores e inferiores. Este desajuste ântero-posterior denomina-

se sobressaliência ou overjet”. Para a má oclusão Classe II 2ª divisão tem-se os

incisivos superiores lingualizados ou verticalizados, sem sobressaliência. Quando

a má oclusão Classe II em sua divisão apresenta relação molar de Classe II

somente de um dos lados, usa-se o termo subdivisão.

2.3. ETIOLOGIA DAS MÁS OCLUSÕES

Considerando padrões faciais, Bianchini (1994) cita como etiologia

algum fator genético associado aos fatores do meio ambiente, como por exemplo,

a alimentação inadequada pode ser fator importante nos casos patológicos.

Outros como, ATM, respiração, fala, mastigação, deglutição, postura de língua e

lábios quando alterados podem desencadear a má oclusão.

Algumas mordidas abertas anteriores resultam de função anormal,

enquanto que outras provocam adaptação à função, cita Moyers (1991) em

Bianchini (1994).

Sempre que se fala em hábito de sucção de polegar, deve ser

relacionado o de sucção labial e/ou mordida do lábio que segundo Moresca

(1992) quando o lábio tem função anormal é considerado agente etiológico da má

oclusão.

Os órgãos fonoarticulatórios sofrem influência direta com as

alterações de forma, tamanho ósseo, dentário e que de acordo com D’ Agostino

(1987) trazem conseqüências à musculatura. Essas alterações são chamadas de

16
hipotonia ou hipertonia muscular, relacionadas com a sucção, mordida,

mastigação, deglutição e articulação. O desequilíbrio desencadeado por essas

musculaturas poderá levar a tratamento ortodôntico e até cirúrgico, sendo que as

deformidades na região anterior das arcadas dentárias favorecem a protrusão

lingual com visão lateral e anterior durante a emissão de alguns fonemas.

O desequilíbrio oclusal nem sempre é o resultado de um

determinado fator etiológico relata Schwartz (1992) que considera a

predisposição ou anomalia, para tal ocorrência. No caso de hábito de sucção, de

posição viciosa, ajudam no desencadeamento da má oclusão, reforça a citação

de Graber (1992) em Schwartz (1992) que a duração, freqüência e intensidade,

juntas, proporcionarão maior ou menor resultado da má oclusão.

O mesmo autor acredita que vários fatores podem desencadear

uma alteração oclusal. As de ordem hereditária, congênita e adquiridas. Sendo,

hereditárias as mordidas abertas esqueletais, prognatismo inferior ou Classe III de

Angle, tendo a esquelética problemas relativos ao número e tamanho dos

elementos dentários, etc, e etnia; as congênitas como as fissuras labiopalatinas,

tumores, paralisia cerebral, hemangiomas e sífilis congênita; adquiridas como

(fatores locais ou gerais) hábitos viciosos como sucção de dedo, sucção de

chupeta, interposição de lábio, etc., pré-disposição a moléstia, alterações

metabólicas, má-nutrição (raquitismo, escorbuto, beribéri) e as pressões anormais

por hábito de sucção ou função.

Ainda para Schwartz (1992) existem onze etiologias favoráveis à

má oclusão, dentre elas, anomalias de números de dentes, anomalias de

tamanhos dos dentes, anomalias de forma, freios labiais, perda prematura dos

dentes, retenção prolongada, erupção tardia, eixo de erupção anormal, anquilose,

cárie dentária e restauração dentária inadequada.

17
2.4. ETIOLOGIA DA MÁ OCLUSÃO CLASSE II

A má oclusão Classe II pode ser iniciada ou intensificada por

hábitos de sucção de dedo ou lábio, tendo as alterações funcionais em

decorrência desse hábito nocivo que, segundo Bianchini (1994) desencadeiam

alterações importantes como as esqueléticas estando relacionada com postura

anormal de língua, problemas respiratórios, tonicidade e morfologia da língua.

A má oclusão Classe II pode ser desencadeada pela má postura da

língua, que para Marchesan (1994) quando a língua apresenta-se com o dorso

elevado e ponta baixa, haverá influência no crescimento da mandíbula e maxila,

atuando para a primeira , como inibidora do crescimento mandibular e

estimulando o desenvolvimento da maxila na parte anterior.

De acordo com Muller (1988) e Petrelli (1992), tem-se como

etiologia, hábito vicioso de sucção de dedos, chupeta e respiradores bucais.

Muller , ainda acrescenta que respiração bucal ou sucção de dedos, geralmente

levam a Classe II divisão primeira.

2.5. CARACTERÍSTICAS MIOFUNCIONAIS ORAIS DA MÁ

OCLUSÃO CLASSE II

As características miofuncionais orais da má oclusão Classe II são

relacionadas entre os arcos dentários, tipologia facial ou somente ao plano ântero-

posterior.

Considerando o plano ântero-posterior , Bianchini (1994) cita

características que podem ser encontradas na Classe II divisão primeira, como

alterações labiais que geralmente estão presentes devido lábio superior estar em

hipofunção e às vezes incompetente; lábio inferior retrovertido encostado nos

incisivos superiores e com o mento hipertônico e que durante a deglutição pode

ser observado anormalidade da musculatura do mento e bucinador.

18
A língua tendo função compensatória e modificando sua posição,

para Petrelli (1992) terá a tendência de estimular o estreitamento da maxila,

conseqüentemente, a arcada superior pode apresentar-se com grande atresia e a

língua não encostar no palato durante a posição de descanso.

No que dez respeito a curva de Spee, Muller (1988) refere que na

Classe II divisão primeira, todos os dentes alinhados apresentam curva de “Spee”

bastante acentuada, com ou sem sobremordida profunda. Com freqüência a

arcada superior apresenta forma em “V”, não estando seu contorno bem

delineado.

Na Classe II divisão segunda, Bianchini (1994) descreve que a

musculatura labial pode estar normal, ocorrendo facilmente o selamento labial.

Refere ainda que na má oclusão Classe II, podem ser encontradas alterações de

tonicidade e função labiais associadas com respiração bucal, esta, devido a

obstrução nasal ou habitual, ou a dificuldade de selamento labial por alterações

nas posições dos dentes incisivos superiores e/ou inferiores. Com relação a

língua e lábios a alteração de posição e função dos lábios, geralmente mostra

alteração de posição e função da língua. Acredita também, que o padrão

mastigatório estará alterado devido altura facial inferior ser aumentada, com

tonicidade rebaixada, mostrando movimentos inadequados de língua,

participação ineficiente de orbicular dos lábios e bucinadores, desestruturando

essa região.

Outras alterações foram citadas por Pereira (1984) como a maxila

avançada; mandíbula com tamanho menor; altura do ramo mandibular menor e

tamanho total da mandíbula menor; a face maior que altura total; ocorrendo a

protrusão dentária inferior onde os incisivos inferiores estão verticalizados devido

à hipertonia da musculatura labial inferior, que retrui os incisivos inferiores. O lábio

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inferior interpondo-se entre os incisivos superiores e inferiores, projeta os dentes

superiores para a frente. Não há sobressaliência (overjet) porque os incisivos

superiores estão verticalizados, ou seja, inclinados para trás. A maxila apresenta

tamanho normal, a sua projeção está inadequada em relação as outras estruturas

da face.

As características da Classe II foram citadas por Marchesan (1993)

que acredita, que os lábios entreabertos com dificuldade para o selamento labial,

pode ser devido a mandíbula e maxila distanciadas. A maxila pode estar

projetada fazendo com que o lábio superior fique encurtado e o palato duro pode

ser estreitado interferindo na posição da língua na papila.

Outras considerações podem ser importantes, alerta Marchesan

(1994) dizendo que, tudo dependerá do quanto e de como é a alteração em

questão.

2.6. ALTERAÇÕES NA FALA DO CLASSE II

Freqüentemente os fonemas bilabiais estão distorcidos na fala dos

indivíduos com má oclusão Classe II, porque segundo Bianchini (l994), a oclusão

labial fica comprometida acontecendo o toque do lábio inferior com os incisivos

superiores. Já nos sibilantes, a emissão conta com o deslize mandibular e

projeção de língua sobre os rebordos das arcadas.

Se os pontos de articulação estão inadequados pela forma alterada,

a mesma autora, acredita que as distorções na fala estarão presentes, em

desproporções verticais e ântero-posteriores.

Os fonemas /k/ e /g/, posteriores, podem ser emitidos de forma

imprecisa, refere Marchesan (1993) devido ao palato ser muito alto ou muito

estreito já que a língua tem seu dorso com posição inadequada para essa

articulação.

20
Alterações na fala com deformidade na região anterior das arcadas

dentárias foram citadas por D’ Agostino (1987), como provável favorecedora da

protrusão lingual interdental com visão lateral e anterior da língua, na articulação

dos fonemas linguodentais e linguoalveolares. Neste caso pode ocorrer ainda, a

projeção da mandíbula, sendo os movimentos do ápice substituídos pelos do

dorso da língua que se apresenta plana e hipotônica.

O mesmo autor refere que quando a mandíbula se encontra em

retroprojeção e os dentes incisivos centrais superiores em protrusão, os fonemas

linguodentais alveolares estão alterados quanto ao ponto de articulação, com

visão lateral e anterior da língua estando o ápice apoiado no lábio inferior. Na

articulação dos fonemas fricativos, se a mandíbula realiza movimentos

compensatórios para adiante, há alteração do ponto de articulação por projeção

da língua em massa sobre o rebordo das arcadas dentárias. Freqüentemente há

alteração também do modo de articulação com sigmatismo dos sons.

O responsável pela alteração dos pontos de articulação dos

fonemas, palatoalveolares e dos palatais, é o estreitamento do diâmetro

transversal do palato, acredita D’ Agostino (l987). Isto porque quando a língua,

não consegue tocar o palato adequadamente, faz pressão no rebordo lateral das

arcadas dentárias. O modo de articulação também estará prejudicado se existir

alteração funcional da musculatura da parte média da língua. Assim, pode-se notar

alteração do ponto e modo de articulação dos fonemas velares quando há

hipotônia da parte posterior da língua.

De acordo com mesmo autor, os movimentos da língua durante a

articulação dos sons são quase sempre incoordenados e em massa, sendo que

os movimentos do ápice quase sempre são substituídos pelos do dorso.

21
2.7. TRATAMENTO DAS ALTERAÇÕES MIOFUNCIONAIS

ORAIS DO CLASSE II

Quando existe inclinação dos dentes incisivos, o repouso labial fica

alterado e o trabalho fonoaudiológico deverá acontecer depois da correção

ortodôntica, acredita Bianchini (1994), pois após a correção dentária a postura e

função dos lábios ficam normais. Com relação à mastigação, a má oclusão pode

ter importante papel, já que pelo componente adaptativo, esta função torna-se

viciosa na busca por uma facilitação do padrão alterado.

A mesma autora alega que pode-se ter desvios exclusivamente

dentários numa face harmoniosa e em equilíbrio. Pode-se ter desvios na parte

esquelética da face, comprometendo as relações dentárias e, finalmente, pode-se

ter a combinação de desvios dentários em conjunto com desvios esqueléticos.

Assim sendo, a análise deve abranger não só aspectos dentários, como também

esqueléticos.

Há casos de Classe II dentária que apresentam razoáveis padrões

esqueléticos e tecidos moles harmoniosos, relata Bianchini na mesma

bibliografia, citando que nos casos onde a morfologia labial encontra-se

adequada, a correção do mal posicionamento dos dentes e das bases ósseas é

imprescindível para que a função labial normal ocorra espontaneamente, ou para

que possa ser corrigida.

Nos casos onde a parte dentária e esquelética estão razoavelmente

equilibradas, para Bianchini (1994) as alterações labiais deverão ser

trabalhadas, dando-se especial atenção às dificuldades respiratórias.

Com novos estudos, Marchesan (1994), ressalta que no Classe II,

pode acontecer diversas mudanças, o importante é saber o quanto e como é a

alteração. Por isso, o trabalho fonoaudiológico poderá ser limitado ou não, após

22
dados de avaliação. Assim, é importante que o fonoaudiólogo conheça a situação

real do seu paciente, planejando sua atuação no meio ou final da correção

oclusal, reestabelecendo funções alteradas.

O trabalho de conscientização é muito importante, ressalta a mesma

autora, pois mostra quais são as estruturas, como funcionam e como estão no

momento. Para isso, o profissional deve conhecer muito bem estas funções, pois

irá trabalhar com elas, e orientar o paciente.

Cita ainda que uma função alterada pode facilmente alterar as demais

funções devido sua proximidade e complexidade na realização das mesmas. Por

isso, quando temos mordida aberta e selamento labial favorável, o trabalho com a

musculatura externa é mais importante do que a posição da língua, sendo que a

posição correta dos lábios, fará pressão nos incisivos; podendo propiciar o

fechamento da mordida. Já em casos de hábitos de sucção em crianças com

dentição mista, após eliminado o hábito melhora a mordida, salvo os casos com

topo ou mordida cruzada.

Estudos mostram que a língua pode estar mais ou menos

anteriorizada, de acordo com a posição do pescoço, cita Marchesan (1994),

referindo também que a fonoaudiologia tem complementado o trabalho

ortodôntico, odontopediátrico, estimulando a oclusão com o trabalho de

mastigação, fortalecendo a musculatura elevadora da mandíbula, estabelecendo a

respiração nasal e ajustando a postura correta.

Antes de qualquer trabalho, a coleta de dados é muito importante,

concordam Shwartz e Urias (1992), e além da avaliação conjunta, assim como

os dados etiológicos, conhecimento da musculatura, do crescimento facial e

desenvolvimento da oclusão devem ser analisados conjuntamente, formando o

plano de trabalho ideal para cada paciente.

23
As alterações musculares que se traduzem por hipotonia ou

hipertonia dos músculos envolvidos nos atos de sucção, mordida, mastigação,

deglutição e articulação da palavra, gerando desequilíbrio entre os grupos

musculares, são consideradas por D’ Agostino (1987), acreditando que estas,

podem invadir ou comprometer os tratamentos ortodôntico e cirúrgico.

A evidência científica para Peter (1993) pressupõe que o

tratamento oclusal deve se relacionar tanto com os elementos ativos como com os

passivos do sistema estomatognático como um todo. A meta da terapia oclusal é

reduzir o estresse a um ponto que ele não seja destrutivo para qualquer parte do

sistema. Para isso é importante seguirmos uma sequência lógica da avaliação ou

tratamento com qualquer problema oclusal. A sequência assemelha-se aos

requisitos de um tratamento bem sucedido.

3. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Inicialmente as crianças foram avaliadas pelo ortodontista que fez a

classificação da má oclusão através de observação visual e mordida em cera. Em

seguida as vinte e seis crianças com má oclusão Classe II foram avaliadas

fonoaudiologicamente, através de observação, toque e palpação, uso de

materiais como espelho de Glatzel, espátulas, quadro fonêmico, cronômetro,

materiais de propriocepção, cenoura, pão, goma de mascar e água. Foram

avaliados os aspectos fonoarticulatórios como respiração, articulação, postura de

cabeça, língua e lábios, durante as funções de mastigação, deglutição, respiração

e fala. Em seguida foram encaminhadas para otorrinolaringologista e

24
fisioterapeuta para exames complementares, como RX de cavum e exame

clínico.

Participaram da pesquisa, somente as crianças com má oclusão

Classe II, na faixa etária de 6 a 8 anos, que apresentavam alterações

miofuncionais orais, como alterações de postura de língua, lábios, cabeça,

alteração de respiração e articulação.

A terapia foi em grupo de 3 e 5 crianças, tendo uma hora de terapia

o grupo menor, e uma hora e meia, o grupo maior. A fonoterapia teve a duração

de 4 a 6 meses.

O trabalho fonoaudiológico teve como base a fala, respiração,

postura de cabeça, lábios e língua que foram trabalhados através de exercícios

fonoarticulatórios isométricos e isotônicos, repetição de palavras desde

monossílabas à polissílabas, frases simples, curtas e longas, imitação do modelo

da terapeuta, trabalho com sistema motor oral, funções neurovegetativas,

identificação do correto e do errado em si, na terapeuta e nos colegas, e

conscientização do padrão correto para a fala, respiração, postura de língua,

lábios e cabeça. Importante ressaltar que as crianças dessa pesquisa não

possuiam condições financeiras para o tratamento ortodôntico.

3.1. RESULTADOS DA AVALIAÇÃO

Sujeito A - Classe II 1ª divisão

7 anos: Usa chupeta, usou mamadeira, respirador oral com aumento de tonsila

nasofaríngea não significativo, postura incorreta de cabeça para frente, arcada

dentária com apinhamento, ausência de selamento labial, projeção de língua

anterior.

Apresentou : sigmatismo /s/

projeção de língua: /t/ /n/ /l/

25
distorção /x/ /j/

substituição sistemática: b/p d/t g/k v/f z/s x/s j/s {r}/y

omissão sistemática: do grupo consonantal /r/ /l/

Resultado após 6 meses de fonoterapia

Apresentou melhora na postura de cabeça, respiração, projeção de

língua, selamento labial, continuando uso da chupeta para dormir. Adquiriu os

fonemas: /r/ /b/ /d/ /g/ /v/ /z/ , arquifonema /r/, grupo consonantal /r/ /l/, manteve o

fonema /s/ com sigmatismo. Os fonemas /j/ e /x/ ficaram assistematicamente

distorcidos.

Sujeito B - Classe II completa

7 anos: usou chupeta e mamadeira, respirador oral com aumento da tonsila

nasofaríngea não significativo, selamento labial ineficiente, postura de cabeça

incorreta para frente, diastema entre incisivos centrais superiores, projeção de

língua anterior.

Apresentou: sigmatismo /s/ /z/

substituição sistemática: do grupo consonantal l/r

substituição assistemática: b/p d/t

Resultados após 4 meses de fonoterapia

Apresentou melhora na respiração, no selamento labial, postura de

cabeça, projeção de língua. Adquiriu o fonema /l/ do grupo consonantal,

automatizou os fonemas /b/ /d/.

Sujeito C - Classe II (esquerda), 1ª divisão, subdivisão

7 anos: usou chupeta, não usou mamadeira, faz sucção digital do polegar direito,

respiradora oral com aumento da tonsila nasofaríngea significativo, projeção de

26
língua anterior, selamento labial ineficiente, postura de cabeça incorreta para

frente.

Apresentou: sigmatismo /s/

substituição sistemática: do grupo consonantal l/r

substituição assistemática: b/p d/t

fez uso dos incisivos superiores junto com lábio inferior para emissão

de bilabial, projeção de língua: /t/ /s/ /l/

Resultados após 5 meses de fonoterapia

Apresentou melhora da respiração juntamente com o tratamento

medicamentoso realizado com otorrinolaringologista, melhora da projeção de

língua, selamento labial, postura de cabeça. Adquiriu o fonema /l/ do grupo

consonantal e automatizou os fonemas /b/ /d/. A produção dos fonemas bilabiais

ficou adequada. O sigmatismo de /s/ persistiu. Permaneceu o hábito de sucção

digital.

Sujeito D - Classe II 1ª divisão

7 anos, usou chupeta, usou mamadeira, respirador oral habitual, projeção de

língua anterior também durante posição de repouso, ausência de selamento labial,

postura de cabeça incorreta para frente.

Apresentou: substituição assistemática: b/p d/t g/k

sigmatismo: s

Resultados após 5 meses de fonoterapia

Apresentou melhora da respiração, projeção de língua, selamento

labial, postura de cabeça. Automatizou os fonemas /b/ /d/ /g/. Melhora do

sigmatismo /s/

27
Sujeito E - Classe II (direita) 1ª divisão , subdivisão

7 anos: Usou chupeta, usou mamadeira, respirador nasal, projeção de língua

anterior, ausência de selamento labial, postura de cabeça incorreta para frente.

Apresentou: distorção /b/ /s/ /x/ /z/ /j/

lábio inferior hipertenso, tensão de mentális

Resultados após 4 meses de fonoterapia

Apresentou melhora da projeção de língua, selamento labial, postura

de cabeça, minimização da tensão de mento e lábio inferior. Melhora na produção

dos fonemas /b/ /s/ /x/ /z/ /j/.

Sujeito F - Classe II 1ª divisão

6 anos: usa chupeta, usou mamadeira, projeção de língua anterior, consegue

respirar pelo nariz mas segundo relato do paciente sente cansaço, respirador oral

com aumento da tonsila nasofaríngea significativo, ausência de selamento labial,

postura de cabeça incorreta para frente.

Apresentou: distorção de /s/ /z/ /x/ /j/

sigmatismo em /s/

projeção de língua: /t/ /d/ /n/ /l/ /s/ /z/

omissão sistemática: do grupo consonantal l/r

Resultados após 5 meses de fonoterapia

Apresentou melhora na projeção de língua, postura de cabeça, no

selamento labial, na respiração após o tratamento com otorrinolaringologista e

melhora na produção dos fonemas /s/ /z/ /x/ /j/. Largou da chupeta. Adquiriu o

fonema /l/ do grupo consonantal.

28
Sujeito G - Classe II 1ª divisão

6 anos: usa chupeta, usa mamadeira, projeção de língua anterior, respirador oral

com aumento da tonsila nasofaríngea não significativo, ausência de selamento

labial, postura de cabeça incorreta para frente.

Apresentou: distorção assistemática de /s/ /z/ /x/ /j/

dificuldade para bilabiais, incisivo superior central e lateral direito

ausente.

Resultado após 4 meses de fonoterapia

Apresentou melhora da projeção de língua, da postura de cabeça,

da respiração, selamento labial. Melhora da produção dos fonemas /s/ /z/ /x/ /j/.

Produção de fonemas bilabiais satisfatória, pois fazia o contato do lábio superior

com lábio inferior, durante a emissão, o que não foi mais observado. Uso da

chupeta e mamadeira para dormir.

Sujeito H - Classe II, 1ª divisão

6 anos: usa chupeta, usou mamadeira, projeção de língua lateral, respirador oral

habitual, selamento labial ineficiente, postura de cabeça incorreta para frente.

Apresentou: sigmatismo em /s/

distorção em /j/ /x/

substituição assistemática: do grupo consonantal l/r

Resultados após 4 meses de fonoterapia

Apresentou melhora da projeção de língua, da respiração, do

selamento labial e postura de cabeça. Melhora da distorção dos fonemas /x/ /j/.

Manteve sigmatismo no fonema /s/. Automatizou o fonema /l/ do grupo

consonantal. Permaneceu o hábito da chupeta.

29
Sujeito I - Classe II, 1ª divisão

6 anos: usa chupeta, usou mamadeira, respirador nasal, ausência de selamento

labial , tensão de mentális, lábio inferior hipertenso, durante a fala lateraliza língua

para direita.

Apresentou: distorção /x/ /j/ , sigmatismo /s/ /z/

Resultados após 5 meses de fonoterapia

Apresentou melhora no selamento labial. Minimização da distorção

/x/ /j/, do sigmatismo em /s/ /z/, na tensão de mento, de lábio e da lateralização da

língua para direita. Largou da chupeta.

Sujeito J - Classe II completa

6 anos: usa chupeta, usou mamadeira, projeção de língua anterior, respirador

nasal, postura de cabeça incorreta para frente.

Apresentou: sigmatismo /s/

substituição assistemática z / s

Resultados após 4 meses de fonoterapia

Apresentou melhora na projeção de língua, na postura de cabeça,

no sigmatismo /s/. Automatizou o fonema /z/. Uso da chupeta para dormir.

Sujeito L - Classe II 1ªdivisão, (relação canino)

6 anos: usa chupeta, usa mamadeira e quando perde a chupeta chupa o dedo

polegar esquerdo, respirador oral com aumento da tonsila nasofaríngea

30
significativo, ausência de selamento labial, postura de cabeça incorreta para

frente.

Apresentou: projeção de língua para /t/ /d/ /s/ /l/ {s }

substituição assistemática de b/p d/t g/k

substituição sistemática de z/s j/x

omissão assistemática de lh

distorção de /x/

Resultados após 6 meses de fonoterapia

Apresentou melhora após o início do tratamento com

otorrinolaringologista na respiração, postura de cabeça, projeção de língua.

Permaneceram os hábitos. Automatizou os fonemas /b/ /d/ /g/. Adquiriu os

fonemas /z/ /j/ /lh/. Melhora da distorção do fonema /x/

Sujeito M - Classe II (esquerda) lª divisão, subdivisão

8 anos: usa chupeta e mamadeira, respiração oral habitual, ausência de

selamento labial, postura de cabeça incorreta para frente.

Apresentou: substituição sistemática de b/p d/t g/k f/v r/l {l/r

omissão sistemática de lh

sigmatismo lateral /s/ /x/

sigmatismo anterior /z/ {s}, projeção de língua em /t/ /d/ /n/ /l/ {s}

Resultados após 5 meses de fonoterapia

Apresentou melhora da respiração, do selamento labial, postura de

cabeça e projeção de língua. Adquiriu os fonemas /b/ /d/ /g/ /f/ /r/ /lh/ e grupo

consonantal /l/ . Melhora do sigmatismo lateral /s/ /x/ e do sigmatismo anterior /z/,

arquifonema /s/. Largou da chupeta e mamadeira.

31
Sujeito N - Classe II (direita),1ª divisão, subdivisão

6 anos: usou chupeta, usou mamadeira, respirador nasal, selamento labial

ineficiente.

Apresentou: substituição assistemática : b/p d/t g/k v/f

Resultados após 4 meses de fonoterapia

Apresentou melhora do selamento labial. Automatizou os fonemas

/b/ /d/ /g/ /v/.

Sujeito O - Classe II 1ª divisão

7 anos: usa chupeta, usa mamadeira, respiração nasal, selamento labial

ineficiente, postura de cabeça incorreta para frente.

Apresentou: substituição assistemática de b/p d/t g/k lh/l

omissão assistemática lh

omissão sistemática {r/l

projeção de língua em /t/ /d// /n/ , sigmatismo /s/

Resultados após 4 meses de fonoterapia

Apresentou melhora do selamento labial, postura de cabeça.

Automatizou os fonemas /b/ /d/ /g/ /lh/. Adquiriu os fonemas /r/ /l/ do grupo

consonantal. Pouca melhora na projeção de língua e no sigmatismo de /s/ . Uso da

chupeta e mamadeira para dormir.

Sujeito P - Classe II (direita), subdivisão

6 anos: usa chupeta para dormir, usou mamadeira, respirador oral habitual,

postura de cabeça incorreta para frente.

Apresentou: sigmatismo lateral /s/ /x/

32
projeção de língua em /t/ /d/ /n/

Obs: troca de incisivos centrais inferiores

Resultados após 4 meses de fonoterapia

Apresentou melhora na respiração, postura de cabeça, na projeção

de língua, no sigmatismo lateral /s/ /x/. Largou da chupeta.

Sujeito Q - Classe II 2ª divisão

7 anos: usa chupeta, usou mamadeira, usa dedo polegar direito, respirador oral

com aumento da tonsila nasofaríngea significativo, selamento labial ineficiente.

Apresentou: sigmatismo /s/ /z/ /x/ /j/ {s}, assimetria labial (hemi lábio superior

direito, maior que o esquerdo)

Resultados após 4 meses de fonoterapia

Apresentou melhora da respiração, após tratamento

otorrinolaringológico. Melhora do selamento labial, do sigmatismo /x/ /j/ /z/,

permanecendo o sigmatismo de /s/ e arquifonema /s/. Melhora da assimetria

labial. Permaneceu o hábito da chupeta.

R - Classe II completa

6 anos: usa chupeta, usou mamadeira, respirador oral com aumento da tonsila

nasofaríngea não significativo, selamento labial ineficiente, postura de cabeça

incorreta para frente.

Apresentou: substituição assistemática b/p

distorção de /x/ /z/, projeção de língua em /t/ /d/ /n/ /l/ /s/ {s}

Resultados após 5 meses de fonoterapia

33
Apresentou melhora na respiração, selamento labial e postura de

cabeça. Automatizou o fonema /b/. Melhora da distorção dos fonemas /x/ /z/ e

projeção de língua. Uso da chupeta para dormir.

Sujeito S - Classe II completa

6 anos: usou chupeta, usou mamadeira, respirador nasal, postura de cabeça

incorreta para frente, projeção de língua lateral.

Apresentou: tensão de mentális, sigmatismo /s/, ausência de incisivo central

superior direito, distorção /x/

Resultados após 4 meses de fonoterapia

Apresentou melhora na postura de cabeça, da projeção de língua,

tensão de mento, pouca melhora no sigmatismo /s/, e distorção /x/.

Sujeito T - Classe II (direita) lª divisão, subdivisão (relação canino)

8 anos: usou chupeta, usou mamadeira, respirador oral com aumento de tonsila

nasofaríngea não significativo.

Apresentou : substituição assistemática : r/l lh/l

omissão sistemática do grupo consonantal l/r e arquifonema {r}

Resultados após 4 meses de fonoterapia

Apresentou melhora da respiração e postura de cabeça.

Automatizou os fonemas /r/lh. Adquiriu os fonemas do grupo consonantal e

arquifonema.

Sujeito U - Classe II lª divisão

6anos: usa chupeta, usou mamadeira, respirador oral com aumento da tonsila

nasofaríngea não significativo.

34
Apresentou : troca sistemática: b/p , d/t, k/g

sigmatismo /s/

Resultados após 5 meses de fonoterapia

Apresentou melhora da respiração. Adquiriu os fonemas /b/ /d/ /k/.

Minimizou o sigmatismo /s/. Largou da chupeta.

3.2. RESULTADOS GERAIS

3.2.1.FALA

Foram encontradas em todas as crianças com má oclusão Classe II,

alterações na fala, quanto ao ponto, modo articulatório e sonoridade. As

alterações não necessariamente estavam associadas.

Dado início à terapia, três crianças não apresentaram melhora

durante as primeiras sessões. As demais foram respondendo muito bem a

fonoterapia. Foi observado dificuldade para diminuir o sigmatismo e deslize

mandibular, característica marcante do Classe II, que faz o deslize mandibular

para compensar o crescimento da mandíbula.

Durante as sessões observou-se que o trabalho fonoaudiológico

promoveu melhora da fala, minimizando as distorções e sigmatismo, além da

automatização dos fonemas.

3.2.2. POSTURA DE LÍNGUA

Foram encontradas quinze crianças com postura de língua

inadequada durante a fala, na posição de descanso. A língua mantinha postura

alterada devido a hábito, respiração oral, postura inadequada de cabeça e forma

da arcada.

35
Durante a fala pode ser observado a projeção da língua na produção

dos fonemas linguodentais, alveolares e sibilantes. Dos

sujeitos que apresentaram projeção de língua durante a fala, foi observado

melhora da postura de língua para os fonemas /l/ /n/ /d/ /z/ /s/, nas quinze crianças.

Já para o fonema /t/ quatorze crianças melhoraram na postura de língua. Durante

a posição de descanso, as crianças que possuiam postura inadequada,

apresentaram a correção da mesma.

3.2.3. POSTURA DE CABEÇA

Foram encontrados quinze sujeitos com postura incorreta de

cabeça, projetada para frente em posição de descanso, onde todas apresentaram

também alteração da postura de língua. Desses quinze sujeitos, nove

apresentaram alteração de postura de lábio, e dos nove sujeitos, cinco,

apresentaram movimento de cabeça para frente, durante as funções de

mastigação e deglutição. Ao realizarem as funções estomatognáticas foram

solicitadas a comentarem qual postura sentiram maior conforto. Muitas crianças

perceberam a diferença após uma série de sessões de propriocepção. Foi

observado que a postura de cabeça corrigida favoreceu melhores condições de

postura de língua, e facilitou o trabalho fonoterápico.

3.2.4. POSTURA DE LÁBIOS

Foi observado postura de lábios inadequada, para quinze crianças,

ligado ao tipo de arcada dentária, alteração da musculatura, respiração oral

orgânica ou habitual.

Foi encontrado falta de selamento labial com lábio superior

hipofuncionante, lábio inferior hiperfuncionante e mento contraído. Selamento

36
labial ineficiente durante a fala, mastigação e deglutição, participação dos

incisivos superiores em contato com lábio inferior para produção dos fonemas

bilabiais e lábio inferior retrovertido.

O resultado foi alcançado obtendo-se o selamento adequado

durante as funções para todos os sujeitos.

3.2.5. RESPIRAÇÃO

Foram encontradas seis crianças com respiração nasal, quatro com

respiração oral habitual, seis com respiração oral com aumento da tonsila

nasofaríngea não significativo, quatro com respiração oral com aumento da tonsila

nasofaríngea significativo.

Foram obtidos bons resultados com as crianças que apresentaram

respiração habitual e com respiração oral com aumento da tonsila nasofaríngea

não significativo, pois adquiriram ou automatizaram a respiração nasal. Para as

crianças que apresentaram aumento de tonsila nasofaríngea significativo, o

resultado foi melhor quando estavam fora da crise e/ou seguido do tratamento

otorrinolaringológico. Os resultados fonoaudiológicos constam do anexo 3.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse estudo, fica claro que as funções estomatognáticas tendo

desenvolvimento anormal em épocas diferentes de crescimento, podem

desencadear diferentes perturbações, podendo atingir não só o crescimento

como também o desenvolvimento dos órgãos envolvidos no sistema

estomatognático.

Existem fatores que podem contribuir negativamente para acelerar

os distúrbios miofuncionais orais como: hábitos viciosos, problemas respiratórios,

37
alterações da arcada dentária, postura de cabeça, postura dos lábios e postura

da língua.

Quando pensamos em crianças que apresentam estas alterações,

mas que não possuem recurso financeiro para o tratamento específico,

precisamos fazer alguma coisa, pois sabemos que o organismo pode ser

prejudicado de forma física ou psicossocial, principalmente durante a primeira

infância.

Sabemos, também, que a manutenção constante da boca aberta

altera o equilíbrio neuromuscular da face e nesta existem músculos, ossos, dentes

que podem ficar desorganizados tanto funcionalmente, como espacialmente e

estruturalmente. Portanto o trabalho preventivo é importante.

Assim, essa pesquisa visou a conduta terapêutica com intuito de

reorganizar as funções inadequadas, estando estas, muitas vezes já

automatizadas.

As funções foram trabalhadas na tentativa de limitar a velocidade de

progressão dos desarranjos miofuncionais orais e os resultados mostraram que a

prevenção pode evitar alterações que comprometam a saúde das crianças.

Agindo desta maneira propiciamos melhores condições para o desenvolvimento

do sistema estomatognático.

Observando os questionamentos da área odontológica e

fonoaudiológica sobre o momento ideal do tratamento, dos profissionais

envolvidos, e de quem iniciaria o trabalho, escolhemos uma pesquisa de campo.

Assim, poderíamos acompanhar o que aconteceria com cada criança.

Então, qual seria o papel da fonoaudiologia?

O pensamento era um só: Conseguirmos resposta através da

prática complementada por base teórica.

38
As crianças estudadas apresentavam situação financeira

desfavorável para o tratamento ortodôntico, assim através da fonoterapia pode- se

proporcionar um maior equilíbrio das funções do sistema estomatognático, mas

não a correção da má oclusão Classe II.

Com a terapia em grupo, foi possível atentar as crianças para as

alterações existentes nos colegas, na terapeuta, e em si mesmas durante as

sessões de terapia. Essa conscientização motivou as crianças a identificarem

alterações do sistema estomatognático e a orientarem crianças que não

pertenciam ao grupo da pesquisa, como seus colegas e familiares.

A satisfação de cada criança ao conseguirmos melhorar a sua

postura e a sua fala foi marcante no grupo, pois ficou claro que as alterações

encontradas também as incomodavam.

A eficácia do trabalho fonoaudiológico nas alterações miofuncionais

orais, na má oclusão Classe II foi comprovada. Sugiro a continuidade da pesquisa

com avaliação mais detalhada do sistema estomatognático utilizando-se exames

específicos, filmagens e fotografias.

Portanto, levando em conta que as crianças não tinham poder

aquisitivo para o tratamento ortodôntico, a fonoaudiologia interviu propiciando a

melhoria e/ou minimização das alterações encontradas, onde favorecemos o

equilíbrio das funções, a integração social e o bem estar das crianças, que foi

sempre o nosso maior intuito.

É importante destacar que o trabalho multidisciplinar quando pode

ser realizado produz um resultado mais rápido, com maior eficácia e eficiência,

pois cada profissional colabora atuando na sua área, com a sua experiência.

39
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BIANCHINI, E.M.G. A cefalometria nas alterações miofuncionais orais.

Carapicuiba, Pró-Fono, 1994. 73p.

D’AGOSTINO, L. - Características Fonoaudiológicas nas Deformidades

Maxilomandibulares. In: Cirurgia craniomaxilofacial: Osteotomias

Estéticas da Face. Rio de Janeiro, Medse,1987. 317-23 p.

FERREIRA, F.A . & MARTINS, A . S. Classificações das Más Oclusões. In:

Ortodontia: Diagnóstico e Planejamento Clínico. São Paulo, Artes

Médicas, 1997. 97-114p.

MARCHESAN, I.Q. Motricidade Oral. São Paulo, Pancast, 1993. 70p.

________________. O Trabalho Fonoaudiológico nas Alterações do Sistema

Estomatognático em Tópicos em Fonoaudiologia (1). São Paulo, Lovise,

1994. 83-96p.

MORESCA, C.A & FERES, M.A. - Hábitos Viciosos Bucais. In: Ortodontia para

Fonoaudiologia em Petrelli,E. e col. Curitiba, Lovise, 1992. 163-76p.

40
MOYERS, R.E. Ortodontia. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, l988. 669p.

MULLER, A.M.C. Ortodontia para Clínicos. São Paulo, Santos, 1988. 99-107p.

PEREIRA, C.B. & col. Introdução à Cefalometria Radiográfica. Porto Alegre,

Pancast, 1984. 256p.

PETER, D.E. Avaliação, Diagnóstico e Tratamento dos Problemas Oclusais.

Artes Médicas, 1993. 15-32p.

PETRELLI, E. Ortodontia para Fonoaudiologia. Curitiba, Lovise, 1992. 318p.

SCHWARTZ, E. & SCHWARTZ, E. Etiologia da Má-oclusão. In: Ortodontia para

Fonoaudiologia em Petrelli, E. e col, Curitiba, Lovise, 1992. 97-109p.

URIAS, D. Mordida Aberta. In: Ortodontia para Fonoaudiologia em Petrelli, E. e

col, Curitiba, Lovise, 1992. 177-93p.

VELLINI, F.F. Ortodontia: Diagnóstico e Planejamento Clínico. São Paulo,

Artes médicas, 1997. 495p.

41
ANEXO 1

TABELA I - AVALIAÇÃO ORTODÔNTICA

Indivíduos com classe II Indivíduos sem classe II


n % n %

Total indivíduos 20 20,62 77 79,38


avaliados:

Má Oclusão:

Classe II completa 4 20,00 0 0

Classe II 1ª divisão 9 45,00 0 0

Classe II 2ª divisão 1 5,00 0 0

Classe II sub-divisão 6 30,00 0 0

42
ANEXO 2

TABELA II - AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

Indivíduos com má oclusão classeII


n %

Características miofuncionais orais:

Alteração na:

Postura Língua 15 75

Postura Lábios 15 75

Postura Cabeça 15 75

Respiração 14 70

Fala 20 100

43
ANEXO 3

TABELA III - RESULTADOS FONOAUDIOLÓGICOS

Postura
Fala Respiração Cabeça Língua Lábio
n % n % n % n % n %
Melhoria das

características

miofuncionais

orais:

Nenhuma 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Satisfatória 0 0 4 28,57 0 0 1 6,67 0 0

Boa 20 100 10 71,43 15 100 14 93,3 15 100

44

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