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FACULDADE VÉRTICE

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA


DISCIPLINA: PATOLOGIA VETERINÁRIA II (Profa. Paloma)

Alterações cadavéricas

1. Conceito
São alterações bioquímicas, estruturais e morfológicas que ocorrem no corpo do animal
após sua morte.
Deve-se conhecer bem as alterações cadavéricas para poder diferenciá-las das causas
patológicas anteriores à morte. Também é importante saber a quanto tempo o animal morreu
(cronotanatognose).

2. Importância
 Evita que se confundam as alterações decorrentes da morte e as lesões provocadas em
vida pelas doenças.
 Possibilita a cronotanatognose (estimativa da hora da morte; do grego kronos- tempo;
thanatos- morte; e gnosis- conhecimento) em casos de medicina veterinária legal.

3. Fatores que influenciam o aparecimento precoce ou tardio das alterações cadavéricas


3. 1. Temperatura ambiente – quanto mais alta, maior a velocidade de instalação das alterações
cadavéricas. A temperatura baixa inibe a ação e a síntese de enzimas proteolíticas, assim como o
crescimento bacteriano.

3. 2. Tamanho do animal – quanto maior, mais difícil o resfriamento, portanto as alterações se


instalam mais depressa.

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3. 3. Estado de nutrição – quanto maior o teor de glicogênio muscular, mais tempo levará o
rigor mortis para se instalar. De maneira oposta, quanto mais bem alimentado estiver o animal,
maior e mais gordo ele deverá apresentar-se, e assim menor dissipação das demais alterações
cadavéricas.

3. 4. Causa mortis – patologias que causam hipertermia e gasto energético muito grande
(logicamente anteriores à morte) favorecem o aparecimento das alterações. Intoxicação por
estricnina, traumatismo no SNC, tétano.

4. Classificação e significado prático


4.1. Alterações cadavéricas abióticas ou não transformativas - não alteram o estado geral do
cadáver.
a. Imediatas - significado: morte somática ou clínica em geral
 Insensibilidade
 Imobilidade
 Parada das funções cardíaca e respiratória
 Inconsciência
 Arreflexia

b. Mediatas ou tardias
 Livor mortis ou hipóstase cadavérica
 Algor mortis ou frialdade cadavérica
 Rigor mortis ou rigidez cadavérica
 Coagulação do sangue

b. Alterações cadavéricas transformativas - alteram o estado geral do cadáver. Decorrentes da


autólise e putrefação ou heterólise.
 Embebição pela hemoglobina
 Embebição pela bile
 Timpanismo ou meteorismo post mortem
 Deslocamento, torção e ruptura de vísceras

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 Pseudoprolapso retal
 Pseudo-melanose
 Enfisema cadavérico
 Maceração
 Coliquação
 Redução esquelética

5. Reconhecimento das alterações cadavéricas


A morte somática de um indivíduo não acarreta a morte simultânea de todos os tecidos.
Células individuais ou tecidos podem permanecer vivos durante um curto e variável período de
tempo após a morte clínica, possibilitando assim os transplantes de órgãos. Algumas atividades
podem continuar como, por exemplo, a terminação de mitoses já iniciadas e a capacidade
fertilizante dos espermatozóides, mesmo após a morte, por algum tempo.
Quanto mais diferenciado e especializado for um tecido, mais rapidamente nele se
instalará o processo de autólise, em razão do alto índice metabólico e, por conseguinte, da maior
necessidade de nutrientes e oxigênio. A autólise é a destruição de um tecido por enzimas
proteolíticas produzidas pelo próprio tecido. Como conseqüência da autólise, temos as seguintes
alterações cadavéricas:
5. 1. Algor mortis ou frialdade cadavérica
Corresponde à perda de temperatura corporal (aproximadamente 1ºC a cada hora). É o
frio da morte, o resfriamento do corpo, que ocorre pela parada dos processos metabólicos
(inclusive da termorregulação) e pela perda das fontes de energia, o que faz com que o
organismo pare de produzir calor. Em geral, já se torna perceptível três a quatro hora após a
morte.

5. 2. Livor mortis ou hipóstase cadavérica


São as manchas avermelhadas ou azuladas encontradas na pele e órgãos internos,
ocasionadas pelo acúmulo de sangue nas regiões mais baixas por ação da força da gravidade.
Ocorrem pela perda do tônus das vênulas e capilares. Como os animais, em regra, encontra-se
em decúbito lateral após a morte, é nas partes inferiores do corpo, junto ao solo, que se nota o
aparecimento dessas hipóstases. Mudado o cadáver de lugar, as manchas hipostáticas também

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mudam, uma vez que a gravidade agora agirá em outro sentido. Porém, essa mudança não será
total (deixando vestígios nas zonas primitivas de aparecimento) se algum tempo se passou depois
da morte: é a chamada fixação das hipóstases. Os livores cadavéricos surgem entre três a cinco
horas após a morte, atingindo o máximo de intensidade entre 12 e 14 horas. Para diferenciar livor
de hemorragia: se o acúmulo de sangue for por alteração post mortem, ao comprimir o órgão ele
demora a voltar ao normal. Se for por hemorragia, ele retorna logo ao normal.

5. 3. Rigor mortis ou rigidez cadavérica


Ocorre pela contração muscular, deixando os músculos rígidos, o que se dá pela falta de
ATP, formando pontes de ligação entre actina e miosina, mantendo o músculo contraído. Ao
tentarmos mover a mandíbula e os membros, encontramos dificuldade pelo enrijecimento da
musculatura. Surge após 2 a 3 horas da morte, durando até 12 horas (quando começam a se
desfazer as pontes, por degradação). Inicia-se pela cabeça, seguindo pela região cervical, tronco
e membros, desaparecendo pela mesma ordem. Primeiro ocorre na musculatura lisa, depois na
esquelética. A musculatura cardíaca se enrijece muito rapidamente e expulsa quase todo o sangue
contido no coração. Se após a rigidez for detectado algum coágulo no ventrículo esquerdo, tem-
se forte indício de insuficiência cardíaca esquerda, uma vez que a potente contração desse
ventrículo deveria expulsar o sangue contido. O aparecimento da rigidez depende da causa
mortis, da cobertura tegumentar, da idade, do estado de nutrição, das temperaturas ambiente e
corporal etc. O frio acelera a rigidez, o calor retarda; a cobertura de lã nos ovinos e adiposidade
dos suínos retardam o seu aparecimento e desaparecimento. Nos animais jovens e mais velhos, a
rigidez é mais precoce e menos duradoura, e na caquexia é tênue. A rigidez pode se instalar em
certos casos de maneira instantânea, no chamado espasmo cadavérico, fixando o corpo, às vezes,
na posição em que se encontrava. O tétano e a intoxicação por estricnina aumentam o seu
aparecimento.

5. 4. Coagulação do sangue
Após a morte, o sangue perde a fluidez, uma vez que os fatores que favorecem a
coagulação sobrepujam, em muito, os anticoagulantes que passam a não atuar. Os coágulos são
encontrados no coração e nos grandes vasos, e podem ser confundidos com trombos (que são
formados antes da morte e podem ser a causa dela). O coágulo é liso, brilhante e elástico. É

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encontrado sempre solto, não aderido. O trombo é friável (quebra fácil), seco, opaco e está
sempre aderido a parede dos vasos e no endocárdio.

5. 5. Embebição pela hemoglobina


A embebição pela hemoglobina decorre da hemólise de eritrócitos nos vasos sangüíneos.
A hemoglobina liberada entra em solução com o plasma sangüíneo e, ao mesmo tempo, as
paredes dos vasos tornam-se mais permeáveis aos líquidos. Com isso os tecidos ao redor dos
vasos e do endocárdio ficam embebidos por um líquido avermelhado.

5. 6. Embebição pela bile


A embebição pela bile é o vazamento de bile através da parede autolisada da vesícula
biliar (que sofre uma autólise muito rápida), corando de verde (ou verde-amarelado) os tecidos
adjacentes (fígado, estômago, alças intestinais).

5. 7. Meteorismo post mortem ou timpanismo cadavérico


O meteorismo corresponde ao aumento do volume abdominal decorrente do acúmulo de
gás. Esse aumento é muito variável, podendo ser maior ou menor em cada indivíduo. Para
diferenciar do timpanismo anti mortem verifica-se as alterações circulatórias. O timpanismo em
vida causa alterações circulatórias que se observam no baço e fígado, que ficam pálidos, devido à
compressão do rumem e nas alças intestinais, que ficam avermelhadas e congestas.

5. 8. Deslocamento, torção e ruptura de vísceras


Deslocamento anormal do intestino, desacompanhado de alterações circulatórias e
inflamatórias, decorrentes da excessiva produção de gás.

5. 9. Pseudoprolapso retal
Exteriorização da ampola retal, sem alterações circulatórias (congestão, edema,
hemorragias). Aparece em decorrência da intensa produção de gás.

5. 10. Pseudomelanose

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A pseudomelanose é a presença de manchas esverdeadas ou verde-acinzentadas próximas
ao trato gastrintestinal e na parede intestinal. Isso ocorre pela degradação do conteúdo
gastrintestinal, liberando ácido sulfídrico, que associado ao ferro da hemoglobina origina o
sulfureto de ferro, acarretando a coloração verde.

5. 11. Enfisema cadavérico


O enfisema cadavérico corresponde à presença de bolhas no tecido subcutâneo e no
parênquima dos órgãos. Esse gás é oriundo da degradação dos tecidos pelas bactérias
putrefativas.

5. 12. Maceração
Maceração é o desprendimento das mucosas dos órgãos por ação de enzimas proteolíticas
geradas pela proliferação bacteriana. A mucosa ruminal, mesmo sem a putrefação (a ação das
bactérias) já se desprende.

5. 13. Coliquação
Coliquação é a liquefação das vísceras, que ficam amorfas.

5. 14. Redução esquelética


Desintegração de tecidos moles

6. Fases de putrefação:

 Cromática ou coloração
 Gasosa
 Coliquativo
 Esqueletização

6. 1. Fase cromática ou coloração (12 - 20 horas):


Afora os livores, aparecerão outros tipos de manchas, verdes.

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6. 2. Fase Gasosa (2º- 8º dia):
A ação bacteriana produzirá muitos gases e o cadáver flutuará.

6. 3. Fase Coliquativa (1ª semana - meses):


Na pele se formam os liquitemas, com material necrótico dentro e mal cheiroso. Esse
liquitema irá se romper. Pode ocorrer a contaminação do lençol freático, pois a chuva lavará o
cadáver e acabará em referido lençol.

6. 4. Fase da Esqueletização (1º mês – anos... 3 anos):


Perda completa de partes moles.

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