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CRÉDITO E RISCO1

Alcinea Portugal Cataca Mascarenhas2


Daniel Antônio de Castro3
RESUMO
Sabe-se que uma das estratégias governamentais para conter a circulação de dinheiro é baixar a
inflação e aumentar a taxa de juros, bem como o aumento ou redução do percentual de depósito
compulsório que essas instituições devem recolher ao Banco Central. Por outro lado, quando quer
aquecer a economia reduz as taxas facilitando o acesso às linhas de crédito, o que produz resultado
imediato. Com o aumento da procura por crédito, cabe às IF - Instituições Financeiras oferecê-los
com qualidade, já que essas operações constituem seu próprio negócio. Mas o que as instituições
fazem para minimizar os riscos do não recebimento desses recursos disponibilizados? E quais os
fatores relevantes de inadimplência no mercado financeiro no Brasil? O objetivo deste trabalho é
informar o que as Instituições Financeiras fazem para se prevenir dos riscos de credito, através de
procedimentos criteriosos, mas que precisam ser adaptados de acordo com os cenários micro e
macro econômico, e da política de crédito previamente definida pelo banco.

Palavras-chave: Crédito. Risco. Qualidade


ABSTRACT
It is known that one of the government strategies to curb the circulation of money and lower inflation is
to increase the rate of interest as well as the increase or decrease the percentage of reserve
requirements that these institutions should collect the Central Bank. On the other hand, when you
want to boost the economy will reduce the rate facilitating access to credit lines, which produces
immediate results. With increased demand for credit, it is the institutions offering them quality as these
operations are their own business, but what institutions do to minimize the risks of not receiving these
funds available? And what are the factors relevant default in financial markets in Brazil? The objective
of this study is to inform the financial institutions do to prevent credit risks through careful procedures,
however changeable according to the micro and macro economic scenarios, and credit policy
previously set by the bank.

Keywords: Credit - Risk - Quality.

INTRODUÇÃO
Atualmente, a dinâmica dos mercados, somada ao interesse governamental
em diminuir o mercado informal e a facilidade de acesso às informações em geral,
tornam a procura pelo crédito uma realidade. As Instituições Financeiras – IF são,
em resumo, entidades voltadas para a atividade de intermediação financeira,
captando recursos dos poupadores e investidores e emprestando a quem tem
interesse, seja pessoa física ou jurídica. Por esse motivo, as IF são os agentes que
mais correm risco de não receber o valor emprestado.
Amparados e normatizados pelo Conselho Monetário Nacional, e seguindo
diretrizes do Banco Central, as Instituições Financeiras estão utilizando-se de
metodologias extremamente sofisticadas, que visam medir e administrar a exposição

1
Artigo científico apresentado ao curso de Ciências Contábeis como requisito parcial para obtenção
do título de Bacharel.
2
Discente do curso de Ciências Contábeis da FATEC
3
Docente Orientador do Curso de Ciências Contábeis da FATEC
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de risco de crédito.
O presente trabalho tem como objetivo mostrar algumas ferramentas
empregadas pelas instituições para minimizar os riscos envolvidos numa operação
de crédito. Essas etapas vão desde a colheita das primeiras informações, passando
pela análise das demonstrações financeiras, finalizando nas classificações dos
riscos até os percentuais das provisões de crédito de liquidação duvidosa.
O modelo proposto para a análise de crédito, utilizado neste trabalho, não é
um modelo padrão, pois difere em razão da política de crédito de cada entidade. É,
portanto, um resumo dos passos que deverão ser seguidos a fim de minimizar os
possíveis riscos inerentes à atividade de intermediação financeira.

1 CRÉDITO E RISCO
Teoricamente todas as pessoas físicas e jurídicas estão aptas a conceder
crédito, pois o mesmo traduz-se na disponibilidade de recursos, mediante uma
promessa de pagamento futuro, de acordo com o perfil e a necessidade do
requerente. O crédito em questão são aqueles concedidos por Instituições
Financeiras, já que os bancos na realidade são intermediadores de recursos, que
são captados através de depósitos à vista e a prazo, CDBs, cadernetas de
poupanças etc., e realizam a aplicação em empréstimos, financiamentos e outras
aplicações com características de operações de crédito, que representam uma fonte
de receita com rentabilidade.
Os bancos que possuem carteiras que operam na intermediação de recursos
enfrentam um dilema: a busca pela maximização dos lucros versus o retorno dos
recursos emprestados, que pode ser representado pela segurança nas operações.
Nesse sentido, cabe ao gestor financeiro equilibrar essa desafiadora tarefa,
considerando, ainda, a política de crédito da Instituição Financeira, a qual está
suscetível à influência dos cenários nacional e internacional, bem como a medidas
de regulação impostas pelo Governo Federal.
Comumente, a falência de bancos está relacionada, em maior ou menor
escala, a problemas existentes na carteira de crédito, sobretudo pelo índice de
inadimplência acima das respectivas provisões. Essa constatação denota a
relevância de uma competente gestão da carteira de crédito para as Instituições
Financeiras.
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Ratificando o acima exposto, cumpre registrar os ensinamentos do Prof. Raul


Dória: “O banco é uma instituição de crédito que, de modo geral, tem por fim a
produção e a circulação dos capitais, servindo de intermediário entre aqueles que
dispõem de capitais e aqueles que deles precisam”.
O crédito é hoje um instrumento importante na vida das pessoas e das
empresas, porquanto possibilita a realização de um objetivo a ser alcançado, quer
de curto, médio ou longo prazo, tais como: a compra de casas; automóveis;
consultórios; construção e instalações de estabelecimentos comerciais e industriais;
financiamento de novos equipamentos, aumentando e estimulando suas atividades.
Por esses exemplos, pode-se afirmar que a concessão de crédito cumpre uma
função social. Diante desse rol de possibilidades e os vários produtos oferecidos
pelos bancos, é importantíssimo que a Instituição reduza a incerteza e minimize os
riscos inerentes à sua atividade fim.

1.1 Risco
A fim de propiciar um melhor entendimento sobre o tema objeto do presente
trabalho, cumpre, inicialmente, discorrer, mesmo que sucintamente, sobre a
estrutura e o funcionamento do Sistema Financeiro Brasileiro - SFN, onde se
encontram as organizações que oferecem crédito e que “administram” a variável
risco.
O mencionado Sistema, em razão da sua relevância, encontra previsão legal
na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 192, que assim dispõe:
O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o
desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da
coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as
cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que
disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas
instituições que o integram.

No Sistema Financeiro Nacional a seguinte estrutura:


a) Órgãos Normativos, também denominados de Autoridades Monetárias:
a.1 - Conselho Monetário Nacional – CMN: é o órgão normativo mais
importante do SFN, tem como objetivo principal formular a política da moeda e do
crédito, tais como as diretrizes gerais das políticas monetárias, cambial e creditícia;
a.2 Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP: é o órgão responsável
por fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados;
a.3 Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC: tem a função
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de regular o regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas


de previdência complementar (fundos de pensão).
b) Entidade Supervisoras:
b.1 - Banco Central do Brasil – BACEN: é o principal responsável por
executar as orientações do Conselho Monetário Nacional (CMN);
b.2 Comissão de Valores Mobiliários – CVM: é o órgão responsável por
regulamentar, desenvolver, controlar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários do
país.
b.3 Superintendência de Seguros Privados – SUSEP: tem a atribuição de
controlar e fiscalizar os mercados de seguros, previdência privada aberta,
capitalização e resseguro.
b.4 Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC: é
responsável por fiscalizar e supervisionar as atividades das entidades fechadas de
previdência complementar (fundos de pensão) e pela execução das políticas para o
regime de previdência complementar.
c) Instituições Operadoras:
Complementando esse amplo Sistema, conforme acima exposto, estão as
Instituições Operadoras, dentre as quais figuram os Bancos (múltiplos com carteira
comercial e os comerciais), que são instituições financeiras (privadas ou públicas)
captadoras de depósito a prazo e à vista. São elas que fazem, dentre outras
atividades, a intermediação entre os poupadores e os tomadores de crédito.
É justamente nessa atividade dos bancos que as variáveis crédito e risco
(tema deste artigo) se evidenciam.
É bastante complexo definir o que é risco no mercado financeiro, já que eles
envolvem inúmeros enfoques distintos de acordo com o contexto envolvido. O
Global Derivatives Study Group (grupo de estudo ligado ao G30) divide o risco em
quatro grandes grupos: Risco de Mercado, Operacional, Legal e de Crédito. Esses
quatro grandes grupos englobam todos os tipos de risco aos quais as instituições
Financeiras estão sujeitas. No sentido simplista da palavra, risco é a probabilidade
de algo dar errado. Tudo que fazemos em nossas vidas está sujeito a riscos. No
caso do risco de crédito não poderia ser diferente, pois se trata da possibilidade de o
Banco ter perdas financeiras em função do tomador de um determinado empréstimo
ou financiamento não honrar o crédito, inadimplindo.
A função do analista do crédito, que normalmente se organiza em comitês, é
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justamente se precaver da possibilidade de ocorrência de riscos sob condições de


incerteza, pois a mesma difere do risco porque há indisponibilidade de dados
históricos acerca de um fato. O risco de crédito que é o quarto item do grupo de
risco do mercado financeiro divide-se em:
Filgueira (2007, p. 20)
a) Risco cliente: Risco assumido pelo Banco quando decide por conceder
um limite de crédito. Este risco perdura durante todo o período da operação,
até que o crédito concedido e/ou encargos tenha sido pagos, nas datas
pactuadas.
b) Risco de Inadimplência – Risco pelo não pagamento por parte do
tomador de um empréstimo/financiamento, contraparte de um contrato ou
emissor de um título. Este risco é presente durante todo o período da
operação.
c) Risco de Concentração de Crédito: Risco da concentração de
empréstimos e financiamentos em determinado setores da economia,
classes de ativos, clientes, grupo econômico, etc;
d) Risco de Desvio de Crédito: Risco do tomador de um financiamento não
aplicar o valor recebido de acordo com o projeto, ocorrendo perda de
receitas e o não pagamento da obrigação;
e) Risco de Degradação de Garantias: Risco das garantias oferecidas por
um tomador deixarem de cobrir o valor de suas obrigações junto à
Organização, por desvalorização do bem no mercado, depreciação,
deterioração ou dilapidação do patrimônio empenhado, pelo tomador.
f) Risco de Garantias Inadequadas: Risco de o Banco aceitar garantia de
aval ou fiança, de clientes cuja capacidade econômico-financeira é
insuficiente para suportar a responsabilidade assumida, ou ainda quando
admite garantia real exeqüível.

É fato que as instituições realizam alguns procedimentos no processo de


concessão de crédito que complementam os princípios fundamentais do risco. Esses
procedimentos são de responsabilidade do analista de risco e do gestor concessor,
os quais se utilizam das informações disponíveis para identificar ameaças e estimar
os riscos.
É certo, contudo, que a atitude frente ao risco é diferente para cada pessoa,
ela é inerente à personalidade e mutável com o tempo. As instituições financeiras
seguem diretrizes do Banco Central e acatam algumas medidas de acordo com sua
politica de crédito no processo de minimização dos riscos. Em geral, os bancos já
aplicam a análise há muito tempo, por orientação da Comissão de Crédito da
Federação Brasileira de Bancos – FEBRABAN, 0s “4C” como base primária para
concessão de crédito (análise subjetiva). No mercado bancário, os “4C”
correspondem as iniciais: Condições, Caráter, Capacidade e Capital. São também
utilizados os “C” de Conglomerado (grupo empresarial) e Colateral (garantia). A
análise desses “C” está inserida na nas etapas de análise de crédito abaixo
descritas:
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Caráter:
O “C” caráter está associado à idoneidade do cliente no mercado de crédito.
Para a análise desse critério, é indispensável que os credores disponham de
informações históricas de seus clientes (internas e externas), que evidenciem a
intencionalidade e pontualidade na amortização de dívidas, as informações
históricas internas são extraídas de relatórios gerenciais do credor, onde constam
registros de pontualidade, atrasos, renegociações e perdas financeiras resultantes
da inadimplência do cliente. Já as informações históricas externas são extraídas de
arquivos de dados de empresas especializadas em coleta, armazenamento e
comercialização de informações relacionadas à idoneidade do cliente no mercado de
crédito. Os credores verificam nos arquivos de empresas de gerenciamento de risco
de crédito (exemplo: Serasa) se existem informações desabonadoras dos clientes,
tais como as decorrentes da existência de ações executivas, cheques devolvidos,
protestos, falências requeridas, etc. O contato com outras empresas concessoras de
financiamentos também se constitui em importante alternativa para a coleta de
informações sobre a idoneidade do cliente no mercado de crédito. Essas
informações são coletadas no cadastro.
 Cadastro: a primeira atitude da concedente é conhecer o tomador do
crédito, pois ninguém confia em desconhecidos, e para que isso aconteça são
necessárias basicamente duas coisas: tempo e informação, no segundo caso pode-
se iniciar na elaboração do cadastro. É com base nas informações cadastrais que se
concede ou se nega crédito a uma pessoa, pois esse conjunto de informações é a
base que assegura qualidade e segurança às decisões. Segundo Santos,
(2003,p.47) "O levantamento e a análise das informações básicas de crédito são
requisitos fundamentais para a determinação do valor do crédito, prazo de
amortização, taxas de juros e, se necessário reforço ou vinculação de novas
garantias." É através da ficha cadastral que a concedente colhe as primeiras
informações que se refere aos dados de identificação do cliente, restritivas e sócio-
econômicas, em que ramo a empresa atua, quem são seus sócios e
administradores, quanto tempo atua no mercado, relacionamento, patrimônio, e
sensibilidade. Essas informações devem espelhar quem é o cliente. Por outro lado, o
concessor deve estar atento às possibilidades de mudanças no decorrer da
proposta. O quadro abaixo retrata bem as etapas das análises tanto para pessoas
físicas.
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Análise Cadastral
Análise de Idoneidade
Análise Financeira
Análise de Relacionamento
Análise Patrimonial
Análise de sensibilidade
Análise de negócio

Capacidade:
O “C” capacidade refere-se ao julgamento subjetivo do analista quanto à
habilidade dos clientes no gerenciamento e versão de seus negócios em receita.
Usualmente, os credores atribuem à renda de pessoas físicas ou à receita de
empresas a denominação de “fonte primaria de pagamento” e principal referencial
para verificar se o cliente tem capacidade de honrar a divida.
Condições:
Este “C” está relacionado à sensibilidade da capacidade de pagamento dos
clientes à ocorrência de fatores externos adversos ou sistemáticos, tais como os
decorrentes de aumento de taxas de inflação, taxa de juros e paridade cambial; e de
crises em economias de países desenvolvidos e emergentes, que mantém
relacionamento com o Brasil. A atenção nessa informação é de extrema importância
para a determinação do risco total de crédito, uma vez que, dependendo da
importância do fator sistemático - exemplo típico de situação recessiva com aumento
da taxa de desemprego e redução do nível de atividade econômica, o credor poderá
enfrentar sérias dificuldades para receber o crédito. Essas informações poderão ser
encontradas na análise do cliente.
 Análise do cliente: logo após a conclusão do cadastro, o segundo
passo é a análise do cliente, que deve ser feita minuciosamente, pois
se caracteriza em um processo de investigação das informações
obtidas, em que se observarão as condições e capacidade de
pagamento do cliente conforme acima exposto, que poderá ser feita
através da visita in loco, quando poderão ser observadas suas
instalações – essa visita poderá ser feita tanto para pessoa jurídica
quanto física, no caso de financiamento, mas não será necessária na
hipótese de empréstimos pessoais.
Capital:
O capital é medido pela situação financeira do cliente, levando-se em
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consideração a composição (quantitativa e qualitativa) dos recursos, onde são


aplicados e como são financiados. Segundo Santos (2003),” as fontes usuais para
avaliação do capital de empresas e pessoas físicas são os Demonstrativos
Contábeis e a Declaração do Imposto de Renda, respectivamente”. Em decorrência
dos significativos investimentos realizados pela Receita Federal para qualificar seus
procedimentos de análise da Declaração do Imposto de Renda de empresas e
pessoas físicas, e das pesadas multas cobradas contra fraudadores, deve-se
destacar que tais fontes cada vez mais apresentam informações que se aproximam
da real situação financeira dos clientes. Por isso, recomenda-se que sejam
requisitadas pelos credores para análise do risco total de crédito. Essas informações
são obtidas através da análise Financeira:
 Análise Financeira: É através da análise financeira que o analista
poderá embasar-se para a fixação do limite de crédito.
Blatt (1999, p,105)
Em relação à análise financeira, explica que a mesma é primordial para a
determinação das forças e fraquezas financeiras do cliente, a partir das
informações das demonstrações financeiras do mesmo. A análise da renda
total do cliente e posterior análise de compatibilidade com os créditos
pretendidos é uma fase de vital importância no processo de análise dos
riscos de crédito.

A análise econômica e Financeira é essencial em qualquer situação para


qualquer pleito, que no caso de pessoa física é realizado através da declaração do
imposto de renda, no caso de pessoa jurídica o Balanço Patrimonial e
Demonstração de Resultado do Exercício constituem as principais “matérias-primas”
para análise, que, como mencionado na citação acima, vai determinar as forças e
fraquezas financeiras do cliente, implicando no processo de análise dos riscos de
crédito. Costuma-se afirmar que a contabilidade é a radiografia da empresa. Ela
converte as diversas atividades empresariais em um conjunto de números objetivos
que representam as informações sobre o desempenho da empresa, os seus
problemas e as suas perspectivas. É lógico que essa análise é realizada pelo
contador da instituição, que analisará, dentre outros: o Balanço Patrimonial, a
Demonstração de Resultado do Exercício – DRE e a Demonstração do Fluxo de
Caixa – DFC.
Colateral:
O “C” colateral refere-se à riqueza patrimonial dos clientes composta por bens
(móveis e imóveis) e aplicações financeiras. No mercado de crédito, esse “C” recebe
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a denominação de “garantia acessória”, ou seja, garantia secundária vinculada aos


contratos de crédito para proteger os credores de situações adversas decorrentes da
perda de capacidade dos clientes (parcial ou total).
Para a realização de adequada análise de riqueza patrimonial, Santos (2003)
“fundamenta que o analista consiga a abertura da composição do patrimônio do
cliente, além de identificar a situação dos ativos em termos de liquidez, existência de
ônus e valor de mercado”.
Embora os credores reconheçam as dificuldades de conversão de garantias
acessórias (bens móveis e imóveis) em caixa, a vinculação de patrimônio material
aos contratos de crédito constitui-se em prática comum para inibir inadimplência.
 A análise Patrimonial, a qual engloba a análise das garantias, é
realizado em algumas instituições pelo setor jurídico, nas demais, o próprio analista
da operação é que irá analisá-la e vincular de acordo com o projeto. Dentre as
garantias destacam-se: as garantias reais e fidejussórias. No caso de garantia real,
alguns bens são destacados para responderem pela dívida. Cria-se, nesse caso, um
vínculo real com o bem e é ele que irá garantir a dívida, levando-se em conta a
preferência de determinado credor sobre todos os demais credores. Para o Direito
Civil são consideradas garantias Reais: hipoteca penhor, anticrese e alienação
fiduciária, No entanto, podem surgir algumas garantias em contratos comerciais e
bancários que são consideradas garantias reais. Nas garantias pessoais ou
fidejussórias são encontrados o Aval e a Fiança, ambos são garantias de pagamento
do título de crédito, assumida por terceiros mediante assinaturas do título. O aval
apresenta, aparentemente, semelhança com a fiança, na medida em que tanto o
avalista como o fiador se obriga a satisfazer ou cumprir a obrigação caso o devedor
principal (avalizado ou afiançado) não o faça. Entretanto, apesar de apresentarem
alguns pontos em comum, o aval e fiança são institutos que não se confunde em
virtude das características peculiares a cada um.
Após comprida essa etapa, pode-se reduzir a incerteza e com dados
históricos em mãos trabalhar os níveis de risco da operação e clientes, segundo a
resolução abaixo:
Res. CMN/BACEN 2.682/99 - Res. - Resolução CONSELHO MONETÁRIO
NACIONAL - CMN (BACEN) nº 2.682 de 21.12.1999
D.O.U.: 23.12.1999
Dispõe sobre critérios de classificação das operações de crédito e regras para
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constituição de provisão para créditos de liquidação duvidosa


O BANCO CENTRAL DO BRASIL, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595, de 31
de dezembro de 1964, torna público que o CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL,
em sessão realizada em 21 de dezembro de 1999, com base no art. 4º, incisos XI e
XII, da citada Lei, resolveu:
Art. 1º Determinar que as instituições financeiras e demais instituições
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil devem classificar as
operações de crédito, em ordem crescente de risco, nos seguintes níveis:
I - nível AA;
II - nível A;
III - nível B;
IV - nível C;
V - nível D;
VI - nível E;
VII - nível F;
VIII - nível G;
IX - nível H.
Art. 2º A classificação da operação no nível de risco correspondente é de
responsabilidade da instituição detentora do crédito e deve ser efetuada
com base em critérios consistentes e verificáveis, amparada por
informações internas e externas, contemplando, pelo menos, os seguintes
aspectos:
I - em relação ao devedor e seus garantidores:
a) situação econômico-financeira;
b) grau de endividamento;
c) capacidade de geração de resultados;
d) fluxo de caixa;
e) administração e qualidade de controles;
f) pontualidade e atrasos nos pagamentos;
g) contingências;
h) setor de atividade econômica;
i) limite de crédito;
II - em relação à operação:
a) natureza e finalidade da transação;
b) características das garantias, particularmente quanto à suficiência e
liquidez;
c) valor.

Obedecendo as diretrizes do Banco Central - BACEN - que norteiam e


embasam todo o sistema de risco, analisada toda documentação (análise objetiva)
pode utilizar-se do programa oferecido pelo Banco Central, no qual a avaliação e a
classificação de risco são emitidas mediante preenchimento de alguns itens que já
são do conhecimento do analista. Essas classificações como se pode notar acima,
significa que se um cliente é risco “A”, é que a probabilidade de esse cliente deixar
de pagar um empréstimo é mínima, logo sua taxa de juro é diferenciada. Já um
cliente risco “H” oferece uma probabilidade de perda tão alta que não compensa
correr o risco, mesmo cobrando uma alta taxa de juro que supostamente daria um
“ganho maior”. Essas classificações têm que ser revistas periodicamente:
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mensalmente, por ocasião dos balancetes e balanços, e em função dos atrasos


conforme a classificação dos riscos, podendo sofrer alterações. Ex: uma operação
que antes representava risco “A” poderá transforma-se em risco “B”, se estiver em
atraso entre 15 e 30 dias.
Através dessas classificações o banco poderá calcular a provisão para os
créditos de liquidação duvidosa – PCLD. A norma anterior, a Resolução CMN
1.748/90, determinava que a provisão fosse constituída em função do vencimento e
das garantias da operação. Aguardava-se que as operações apresentassem indícios
de perdas, ou seja, operações vencidas acima de 60 dias, para constituir a provisão
mínima requerida. Posteriormente, com o início da vigência da norma atual, a
Resolução CMN 2.682/99, ocorreu uma mudança significativa nos procedimentos
anteriormente adotados.
A Resolução determina a classificação das operações de crédito por nível de
risco, que considera e avalia vários aspectos, tais como: devedor, garantidor,
operação, atraso, entre outros. A provisão para operações de crédito consiste numa
conta redutora do ativo, que pretende representar a melhor estimativa para as
perdas prováveis de uma instituição financeira, deverá ser mensal, não podendo ser
inferior ao somatório decorrente da aplicação dos percentuais a seguir:
Manual de normas e procedimentos do Banco da Amazônia S/A:
0,5% sobre operações classificadas como risco: A
1% sobre operações classificadas como risco: B
3% sobre operações classificadas como risco: C
10% sobre operações classificadas como risco: D
30% sobre operações classificadas como risco: E
50% sobre operações classificadas como risco: F
70% sobre operações classificadas como risco: G
100% sobre operações classificadas como risco: H

Esses percentuais significam que quanto menor o risco, menos dinheiro a


instituição terá que provisionar para uma eventual perda financeira, aumentando seu
percentual de empréstimos. Neste contexto o registro da provisão para operações
de crédito representa um valor que é uma expectativa de perda futura decorrente da
provável falta de pagamento do montante principal ou dos encargos da operação.
Ao final dessa análise o cliente e gestor do crédito têm em mãos uma
consultoria da empresa que poderá ser bem utilizada por ambas às partes. Bem
sucedida essas etapas, o projeto ou a proposta poderá ser analisada pelo
departamento de liberação e acompanhamento de crédito, até a liberação do valor.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Respeitada as particularidades de cada Operador Financeiro, basicamente
essas são as etapas a serem cumpridas para amenizar os riscos de crédito que as
instituições estão sujeitas, pois a exposição ao risco é inerente às atividades fins das
instituições financeiras em geral.
O objetivo é mostrar que é possível mensurar os riscos e consequentemente
minimizá-lo através das diversas e criteriosas análises que não é tão somente mais
uma ferramenta e sim um fator de sobrevivência.
Buscou-se através de metodologia descritiva coletar informações qualitativas
e quantitativas referentes ao cotidiano, normas, políticas e procedimentos que são
realizados nas instituições com a cooperação e participação de praticamente todos
os profissionais que vão desde primeiros contatos no atendimento passando pela
área da análise e finalizando na concessão de crédito. Os procedimentos foram
intercalados com o apanhado de bibliografias utilizadas neste trabalho. Concluiu-se
a importância de um processo eficaz e ágil de análise de concessão de crédito. Pois
um equívoco na decisão do crédito pode trazer dois tipos de prejuízo: a perca de um
provável bom negócio, em caso de recusa indevida, e um prejuízo caso a concessão
seja um equívoco.
Foi percebido que apesar dos responsáveis pela liberação do crédito
seguirem todas as etapas conforme as normas internas e externas há uma falha na
de comunicação entre o departamento de crédito e o setor comercial, que estão em
contato constante com os clientes neste caso os responsáveis pelas captações de
negócios, mostrarem de forma prática e objetiva os passos da análise, concessão e
documentação dos clientes. Demonstrando todo o processo os colaboradores
envolvidos na obtenção das informações para análise de crédito, assim estarão
estreitando o relacionamento junto ao departamento de crédito. E dando o suporte
necessário para que o analista descarte a hipótese de recusa e se cerquem de
informações mais seguras. O objetivo das instituições é oferecer o máximo de
recurso dentro de um limite aceitável de segurança e posteriormente ter que fazer
uso da utilização das PCLD ou das garantias.
AGRADECIMENTOS
Meus agradecimentos ao Banco da Amazônia e a Caixa Econômica Federal
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REFERÊNCIAS
FILGUEIRAS, Claudio. Manual de Contabilidade Bancária.1 ed.Campus,2007.

SANTOS, José Odálio dos, Análise de crédito: empresas e pessoas físicas, São
Paulo,Atlas, 2003.

BLATT, Adriano. Avaliação de Risco e Decisão de Crédito um Enfoque


Prático,ed.Nobel, 1999.

Banco Central do Brasil, www.bcb.gov.br, 2011.

Manual de Normas e procedimentos do Banco da Amazônia S/A.

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