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Os três gêneros literários que são classificadas como líricos épicos e

dramáticos têm a sua base na obra “A República” de Platão e “A arte poética” de


Aristóteles. Segundo Anatol Rosenfeld (2011, p.17) “não existe pureza de gêneros
em sentido absoluto. [...] Há, no entanto, razões mais profundas para a adoção do
sistema de gêneros”. Com base nessa afirmação o autor resume os traços
substantivos e adjetivos que se pode observar em tais gêneros literários.

O gênero lírico caracteriza-se pela palavra cantada, o eu em primeira pessoa,


e a expressão de sentimentos, por exemplo, as poesias; o gênero épico ou
narrativo é caracterizado por narrador, enredo, personagem, espaço e tempo, os
exemplos mais antigos de textos épicos são as fábulas, as narrativas histórico-
literárias, como os mitos; por fim o gênero dramático envolve o teatro, cenas,
diálogos caracterizam-se por envolver autor, texto e público, por exemplo, as
tragédias gregas, as comédias encenadas.

Contudo apesar de cada gênero literário possuir características próprias o


autor afirma que é não há problemas em fazer distinção ao substantivar com o
artigo definido os gêneros como A Lírica, O Épico, A Dramática, no entanto, é
complicado comparar substantivamente os gêneros literários quando tais gêneros
assumem característica adjetivas.

Os traços adjetivos em que o autor se refere se dá por um entrelaçamento com


os gêneros entre si, mais especificamente ele define como “traços estilísticos.”
(ROSENFELD, 2011, p.18). Os traços estilísticos podem ser observados quando
alguns gêneros possuem características do outro, ou seja, haverá gêneros
dramáticos com aspectos líricos e épicos, e gêneros líricos com aspectos
dramáticos ou épicos. O autor afirma que tais diferenças ganham amplitudes
extraliterárias quando imaginamos situações do tipo: “noite lírica, banquete, épico,
jogo de futebol dramático.” (ROSENFELD, 2011, p.18).

O autor Rosenfeld descreve os traços adjetivos de cada gênero literário,


porém, não se devem atribuir valor á eles, o autor cita Shakespeare, por exemplo,
que é uma referência na dramaturgia teatral e encontramos em seus textos
aspectos épicos e líricos, ao ponto de não haver prejuízo da própria Dramática.
Essas influências acontecem decorrentes das particularidades de cada autor,
conforme Rosenfeld (2011, p. 23) define como “visão de mundo, correntes
históricas, e temáticas do estilo da época ou do país”.

Na Lírica o autor afirma que o texto ao ganhar personagens adquire traços


descritivos ou narrativos implicando no que ele definiu inicialmente como “pureza
dos gêneros”. Marcado por expressão de sentimentos e emoções, ao fundir alma e
mundo ocorre uma aproximação entre sujeito e objeto, ou seja, o mundo, a
natureza e os deuses, quando nomeados ou evocados pelo eu lírico expressam
tristeza, solidão, alegria e esse processo pode acontecer de forma narrativa
conforme o IV soneto de Vinícius de Moraes descrito no texto.1

Segundo o autor gênero Épico está preocupado em narrar seres, lugares e


personagens, porém ganha traços líricos quando o narrador conta uma estória que
aconteceu com ele mesmo, quando narra acontecimentos que presenciou de
outros personagens ou quando descreve o íntimo dos personagens de uma estória.
Tal lirismo pode ser notado nos textos épicos quando o narrador imita vozes,
gestos e expressões, porém sempre permanece sendo o narrador que mostra e
ilustra a estória. (ROSENFELD, 2011, p 25).

No gênero na Drámatica o autor afirma que não há oposição entre sujeito-


objeto, o mundo aqui é autônomo e absoluto, o narrador é emancipado seja épico
ou lírico, podendo assim também desaparecer de cena totalmente. A união épica e
lírica na Dramática é percebida quando podemos ouvir a narração e sua origem de
uma expressão. A ausência de um narrador ou de um eu lírico na Dramática coloca
o papel nas mãos do acontecimento, da situação ou dos personagens, conforme o
autor concorda com Lessing ao afirmar que o “dramaturgo não é um historiador; ele
não relata o que se acredita haver acontecido.”. (ROSENFELD, 2011, p 31).

O autor descreve também que as unidades do drama como o coro, o prólogo e


o epílogo contidos no gênero dramático se manifestam de forma lírico-narrativa, o

1 MORAES, VINICIUS. LIivro dos Sonetos, IV Soneto. São Paulo. p. 29


espaço-tempo também pressupõe que é o narrador que monta as cenas a serem
apresentadas. (ROSENFELD, 2011, p. 33). Por fim o autor finaliza as
características épico-líricas no gênero dramático quando estas ganham formas nos
elementos coreográficos, pantomímicos e musicais inseridos nos diálogos
declamados no teatro, uma vez que o teatro depende do público e das forças
advindas da plateia. (ROSENFELD, 2011, p.35).

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