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Henrique dos Santos Martins

HOSPITAL OFTALMOLÓGICO DE BURITAMA


BURITAMA-SP

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para


obtenção do grau de bacharel no curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro
Universitário Toledo, sob a orientação da Profa. Ms. Ana Paula Cabral Sader.

Centro Universitário Toledo


Araçatuba
2017
COMISSÃO EXAMINADORA

Profa. Ms. Ana Paula Cabral Sader


Centro Universitário Toledo

Prof. Esp. Sérgio Carlos Ballassoni


Centro Universitário Toledo

Vânia Esbizaro Rodrigues


Arquiteta e Urbanista

Araçatuba, 06 de dezembro de 2017


DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha mãe Maria Isabel, meu pai


Itamar, minha irmã Daiane, meu cunhado David e minha
avó Inésia, que sempre estiveram presentes e não mediram
esforços quando mais precisei. Dedico também a todos
meus amigos que me ajudaram nesses cinco anos de
caminhada, sem vocês nada seria.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a DEUS pelo fôlego de vida, e


por ter dado forças para chegar até neste momento.
Aos meus pais por não terem medidos esforços, me
ajudando, animando e quando vinha pensamentos
negativos eles estavam ali, me motivando a seguir em
frente.
A minha irmã Daiane, por sempre se fazer presente na
minha vida, em todos os momentos me ajudando a ter um
pensamento positivo e ver o lado bom da vida.
A minha avó Inésia, minha segunda mãe, meu exemplo a ser
seguido, aquela que com uma voz mansa e humilde, sem a
necessidade de muitas palavras acalma qualquer
tempestade.
À minha orientadora, professora e amiga Ana Paula
Cabral Sader, pela paciência, e pelos imensos conselhos
nestes longos cinco anos de jornada.
Em geral gostaria de agradecer a todos os professores
que com muito carinho compartilharam seus
conhecimentos, que foram de suma importância para a
minha formação.
A todos meus amigos, em especial ao Wallace e o Igor, que
me ajudaram na etapa final do trabalho final de
graduação.
Agradeço a todos que contribuíram diretamente ou
indiretamente para a concretização deste sonho.
Só há duas maneiras de viver a vida: a primeira é vivê-la como
se os milagres não existissem. A segunda é vivê-la como se tudo
fosse milagre.
Albert Einstein
RESUMO

A proposta consiste na elaboração do projeto


arquitetônico de um Hospital Oftalmológico no município
de Buritama - SP, propondo a substituição do atual
Departamento de Oftalmologia da Santa Casa de
Buritama, o único da região de Araçatuba - SP na
esp eci a li d a d e d e o f t a lm o lo g i a. O co n fo r t o, a
sustentabilidade e a ambiência, juntamente com as normas
da RDC - 50, foram essenciais para a elaboração do
programa de necessidades. O projeto arquitetônico
atenderá às necessidades médicas, levando em
consideração aspectos importantes da arquitetura
hospitalar, como a setorização, funcionalidade,
acessibilidade, uso das adequadas cores e formas.
O projeto conta também com uma praça, para usofruto dos
pacientes do hospital e para a população em geral.

Palavras-Chave: Arquitetura Hospitalar; Oftalmologia;


Sustentabilidade; Buritama.
ABSTRACT

The proposal consists in the elaboration of the architectural


design of an Ophthalmological Hospital in the city of
Buritama - SP, proposing the replacement of the current
Department of Ophthalmology of the Santa Casa de
Buritama, the only one in the region of Araçatuba - SP in the
specialty of ophthalmology. Comfort, sustainability and
ambience, together with the RDC - 50 standards, were
essential for the development of the needs program. The
architectural design will meet medical needs, taking into
account important aspects of hospital architecture, such as
sectorization, functionality, accessibility, use of appropriate
colors and shapes.
The project also has a square, for fruit use of the patients of
the hospital and for the population in general.

Keywords: Hospital Architecture; Ophthalmology;


Sustainability; Buritama.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Temperatura e tonalidades de lâmpadas 19 Figura 26 - Mapa topográfico Buritama - SP 52


Figura 2 - Exemplos de ventilação 21 Figura 27 - Orientação solar / Ventos dominantes 53
Figura 3 - Material absorvente 23 Figura 28 - Climograma de Buritama 53
Figura 4 - Material refletor 23 Figura 29 - Sistema viário 54
Figura 5 - Painéis rede sarah por Athos Bulcão 26 Figura 30 - Córrego palmeirinha 57
Figura 6 - Localização Buritama 30 Figura 31 - Implantação somente com árvores existentes 58
Figura 7 - Vista frontal Instituto de Olhos 31 Figura 32 - Implantação completa 59
Figura 8 - Vista lateral esquerda Instituto de Olhos 31 Figura 33 - Setorização e fluxo 62
Figura 9 - Hospital Sarah Kubitscheck, Salvador, Brasil 34 Figura 34 - Fluxograma 68
Figura 10 - Sheds metálicos 01 35 Figura 35 - Área limpa / Área suja 69
Figura 11 - Sheds metálicos 02 35 Figura 36 - Circulação definida por eixos 70
Figura 12 - Planta nível semi-enterrado 36 Figura 37 - Paleta de cores 71
Figura 13 - Entrada das galerias 37 Figura 38 - Projeto Nemesi e Partners iActive COAT 72
Figura 14 - Painel por Athos Bulcão 38 Figura 39 - Fachada Palazzo Itália 73
Figura 15 - Karolinska Solna University Hospital 39 Figura 40 - Perspectiva 01 entrada lateral HOB 74
Figura 16 - Imagem aérea Karolinska Solna University 40 Figura 41 - Perspectiva 02 entrada lateral HOB 75
Figura 17 - Recepção cardiologia New karolinska 41 Figura 42 - Passarela de transição HOB / Praça 76
Figura 18 - Fachada principal - CBV 42 Figura 43 - Perspectiva praça 01 77
Figura 19 - Marquise e espelho d’água CBV 43 Figura 44 - Perspectiva praça 02 78
Figura 20 - Visadas / Instituições de saúde 47 Figura 45 - Vista lanchonete 79
Figura 21 - Uso e ocupação do solo 48 Figura 46 - Perspectiva praça 03 80
Figura 22 - Cheios e Vazios 49
Figura 23 - Gabarito de Altura 50
Figura 24 - Vegetação 51
Figura 25 - Topografia 52
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Programa de necessidades: Hospital 63


Tabela 2 - Programa de necessidades: Setor Administrativo 65
Tabela 3 - Programa de necessidades: Lanchonete 66
Tabela 4 - Programa de necessidades: Guarita 66
LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas


APP - Área de Preservação Permanente
CAPS - Centro de Atenção Psicossocial
NBR - Normas Brasileiras Regulamentadoras
RDC - Resolução da Diretoria Colegiada
SAME - Serviço de Arquivo Médico e Estatística
UBS - Unidade Básica de Saúde
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 14
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 16
1.1 Conforto ambiental 18
1.1.1 Iluminação 18
1.1.2 Ventilação 20
1.1.3 Acústica 22
1.2 Cores e percepção ambiental 23
2 A CIDADE DE BURITAMA E O INSTITUTO DE OLHOS 29
3 REFERÊNCIAS PROJETUAIS 33
3.1 Hospital Sarah Kubitschek, Salvador, Brasil 34
3.2 Karolinska Solna University Hospital, Estocolmo, Suécia 38
3.3 Centro Brasileiro de Visão, Brasília, Brasil 42
4 ANÁLISES E DIAGNÓSTICOS 45
4.1 Visadas / Instituições de saúde 46
4.2 Uso e ocupação do solo 48
4.3 Cheios e vazios 49
4.4 Gabarito de altura 50
4.5 Vegetação 51
4.6 Topografia 52
4.7 Ventos dominantes / Orientação solar 53
4.8 Sistema viário 54
5 O PROJETO 55
5.1 Reformulação espacial 56
5.2 Concepção da implantação 58
5.3 Partido arquitetônico 60
5.4 Caracterização do público alvo 61
5.5 Setorização, acessos e programa de necessidades 61
5.6 O projeto 67
5.6.1 Hospital Oftalmológico de Buritama + Setor administrativo 67
5.6.2 Praça + Lanchonete 77
CONSIDERAÇÕES FINAIS 81
REFERÊNCIAS 83
PRANCHAS 86
PRANCHA 1 - Análises + Justificativa
PRANCHA 2 - Implantação + Partido + Princípios norteadores
PRANCHA 3 - Planta baixa
PRANCHA 4 - Planta de cobertura
PRANCHA 5 - Cortes
PRANCHA 6 - Fachadas
INTRODUÇÃO
O Hospital Oftalmológico de Buritama-SP, conta com infraestrutura para receber os pacientes dos 40 municípios per-
tencentes ao DRS2 - Araçatuba. O programa de necessidades foi pré estabelecido a partir das normas e exigências
da área hospitalar, o reduzido número de leitos está relacionado à baixa permanência necessária para convales-
cença nas cirurgias dos olhos.

O projeto tem como objetivo a substituição do atual departamento de oftalmologia da Santa Casa de Buritama - SP
mais conhecido como Instituto de Olhos, o único da região nessa especialidade médica.

O projeto conta com estacionamento privativo para pacientes, médicos e funcionários, lanchonete e uma ampla pra-
ça contemplativa para usofruto da população.

O atual departamento de oftalmologia da santa casa de Buritama (Instituto de Olhos), segundo uma estimativa le-
vantada pela própria Santa Casa de Buritama (2012) o número de atendimentos girava em torno de 10 mil pacien-
tes. Em meados de 2013 e 2014 o Ministério da Saúde realizou alguns cortes de verbas que eram direcionadas ao
instituto onde ocasionou a saída de vários médicos e uma queda drástica na qualidade do serviço prestado.

Os hospitais especializados mais próximos que atendem a um grande número de pacientes estão na cidade de São
José do Rio Preto que fica a 101 km de Buritama, e Bauru, que fica a 217 km.

15
1 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Quando se trata de um ambiente hospitalar é de suma importância levar em consideração os fatores da iluminação
natural / artificial, mobiliário, conforto térmico, acústico, cor dentre outras. Góes (2010, p. 48) acredita que é dever
do arquiteto que for projetar uma unidade de saúde, pensar que a permanência por si só já é angustiante e, estan-
do-se doente, o quadro é mais sério ainda.

O uso da cor em ambientes hospitalares vai além do fator estético, existem vários pesquisadores realizando estudos
sobre como a cor pode afetar nossa mente e nossas emoções. Segundo Frank H. Mahnke Apud João Carlos de Oli-
veira César a forma com que entendemos as questões das percepções cromáticas em sendo a cor como uma forma
de energia que afeta nosso funcionamento e também influi na mente e nas emoções.

O projeto foi iniciado a partir dos levantamentos de dados físico climáticos do local a ser implantado, aproveitando
a topografia, árvores já existentes, luz natural e os ventos dominantes, alguns ambientes que requer tratamentos es-
peciais como os centros cirúrgicos e áreas de descontaminação foram necessário o uso de recursos artificiais.

Corbella (2011, p. 32) define:


“Um bom projeto de Arquitetura Bioclimática deverá levar em conta todos os aspectos (con-
forto térmico, luminoso e acústico). O projetista deve trabalhar tendo como referência tudo
o que acontece no meio ambiente externo. Não tem sentido projetar com um bom conforto
térmico se, como consequência, haverá um desconforto visual ou acústico. As ações a ado-
tar devem ser integradas a fim de propiciar um bom nível de conforto ambiental”.

17
1.1. – CONFORTO AMBIENTAL

Segundo Oscar Corbella (2011, p. 25) “pode-se dizer que uma pessoa está confortável com relação a um ambiente
quando pode percebê-lo sem incômodo" para tanto é papel de o arquiteto conhecer o clima do local e como cada
material reage do ponto de vista térmico, lumínico e acústico. Oscar trata o externo de um edifício como uma
«membrana» que é utilizada para conseguir um ambiente interno mais confortável.

Assim Corbella (2011, p. 25 e 26) define:


“O bem-estar (ou ‘estar bem’) tem relação com as sensações do corpo humano quando
variam os seguintes parâmetros físicos: a radiação solar, a temperatura do ar, a temperatura
resultante média, a umidade relativa, o movimento do ar, o nível geral de iluminação, o brilho
e o ruído”.

Seguindo estes conceitos, e se bem trabalhados conseguimos chegar o mais próximo possível do conforto ambiental.

1.1.1 - Iluminação
A iluminação é de suma importância quando se trata de um ambiente hospitalar, ela pode trazer para os pacientes
vários benefícios, ela pode trazer sensações positivas e negativas, tudo vai depender de como ela será trabalhada,
isso é definido a partir da tonalidade da luz, a luz fria (tonalidade azul) faz com que o ambiente torne-se de curta
duração, a luz quente (tonalidade amarela) são para ambientes de longa permanência, pois acalmam e trazem a
sensação de relaxamento como mostra na figura abaixo.
18
Figura 1 – Temperaturas e tonalidades de lâmpadas

As principais temperaturas Lâmpadas de diferentes


de cor usadas em lâmpadas tonalidades aplicadas a um
convencionais (escala Kelvin). ambiente para fins comparativos

Fonte: Site Philuz, modificado pelo Autor, (2017).1


Segundo a RDC n° 50 (ANVISA, 2002, p.95) ambientes como salas de observação, quartos, enfermarias e áreas cole-
tivas necessitam de luz de fonte natural no ambiente, ao contrario das salas de exames oftalmológicos que carecem
de condições especiais de iluminação, pois necessitam de obscuridade. A RDC diz que as normas a serem seguidas
1 - Disponível em: <http:www.philuz.com.br/lampadas-led-como-as-temperaturas-das-cores-influenciam-o-ambiente. Acesso em: 3 abril 2017. 19
em relação a conforto luminoso são a NBR 5413 - Iluminância de interiores, a qual fornece a medida em lux necessá-
ria para cada um dos ambientes, cada um em sua peculiaridade.

A respeito da incidência solar no projeto de arquitetura, existem várias estratégias para obtenção de luz natural,
desde que levando em consideração as especificidades locais de cada proposta. A orientação do edifício em rela-
ção á trajetória solar; a criação de pátios, praças e jardins; controle e proteção de aberturas laterais com uso de
janelas, brises e vegetação, são algumas das estratégias que podem ser pensadas pelos arquitetos.

Segundo Costa (2010), a luz natural em obras arquitetônicas é capaz de promover a reação do olhar e do sensiti-
vo, transformando edificações em espaços marcantes. Nesse sentido, Costa (2010, p. 02) afirma:
“Cada momento que a luz natural penetra no espaço é único. Ela nos leva a apreciar
o interior, transformando-o em espaço vivo, com fluidez e identidade própria. (...) Co-
mo parte de um espaço contemporâneo, dinâmico, que permite evoluções e alternân-
cia na sua percepção, a luz deve contribuir para uma linguagem que pode seduzir
que pode revelar um espaço circunstancial, efêmero, e que pode parecer imutável,
mas que se apresenta em constante movimento”.

1.1.2 – Ventilação
A ventilação natural é uma das soluções mais importantes que determinam o conforto ambiental térmico para o clima
subtropical de Buritama SP. Utiliza-se uma estratégia de resfriamento através da perda de calor por meio da renova-
ção do ar. A ventilação natural pode ser obtida de várias formas, dentre elas a unilateral; quando só possui uma
20
abertura, cruzada; quando o ambiente possui aberturas em faces diferentes ou por efeito chaminé; acontece quando
há diferença de temperatura no ar de um cômodo. O ar em contato com as superfícies se aquece e sobe, havendo
uma abertura mais baixa e outra mais alta, o ar quente tende a sair por esta e é renovado por outro a mais frio, que
entra pela abertura inferior, como pode ser observado na figura abaixo.
Figura 2 – Exemplos de Ventilação

Fonte: Elaborado pelo Autor, (2017).

O desempenho da ventilação depende de dois fatores, o primeiro é o fator fixo que está diretamente relacionado à
forma e as características construtivas da edificação; a forma e a posição dos edifícios e espaços abertos do entor-
no; à localização e orientação do edifício; e a posição, tamanho e tipo de abertura, o segundo fator está relacio-
nado à direção, velocidade e a frequência dos ventos e à diferença de temperaturas internas e externas.
21
Algumas soluções que contribuem para a permeabilidade das correntes de ar é a integração dos espaços por meios
de praças e jardins, a utilização de grandes aberturas (em faces que possuem grande incidência solar, utilizar
métodos para amenizar como cobogós, brises e arborização).

1.1.3 – Acústica
As questões relacionadas ao conforto acústico se apresentam como um dos principais fatores determinantes para um
bom projeto arquitetônico, que muitas vezes as escolhas de materiais e técnicas construtivas estão diretamente
ligadas.

O conforto acústico acontece quando o ambiente permite uma boa fala e a ausência de sons indesejáveis no
ambiente (ruídos). Um ambiente pode depender de uma boa absorção sonora, de um eficaz isolamento acústico ou
ambos simultaneamente.

Segundo Solon do Valle (2009, p. 216), “condicionamento acústico consiste em criar uma sonoridade agradável
dentro de um ambiente, controlando a reverberação e os ecos, consertando problemas modais e promovendo uma
resposta frequente adequada no tipo de utilização”. Ainda neste contexto outro fator para trabalhar é o tempo de
reverberação ótimo (Tro), onde define qual o tempo de reverberação adequado para cada ambiente e atividade,
a reverberação é medida em segundos e busca o equilíbrio entre os materiais absorventes (figura 3) que servem
para reduzir a energia do som refletido por uma superfície do mesmo ambiente e os refletores (figura 4) que são
placas rígidas e planas que refletem sem absorver; podem ser considerados “espelhos” para a reflexão do som.

22
Figura 3 – Material absorvente. Figura 4 – Material Refletor

Fonte – http://skumacustics.com (acesso em 22 set. 2017) Fonte – http://scielo.br (acesso em 22 set. 2017)

Existem outros métodos para trabalhar com paredes, pisos e tetos, a escolha dos materiais influencia na qualidade
do isolamento do ambiente como também na estética, devemos trabalhar sempre com a relação custo-benefício.

Em relação a ruídos, devem ser seguidas as normas da NBR 10152 – níveis de ruído para conforto acústico e a NBR
12179 – tratamento acústico em recintos fechados, onde nos disponibilizam os coeficientes de absorção de cada
material.

1.2 – CORES E PERCEPÇÃO AMBIENTAL

23
Teóricos como Newton e Goethe afirmam que cor é um fenômeno que esta diretamente relacionado à existência da
luz, ou seja, se a luz não existisse, não existiriam as cores. Um simples exemplo é a cor preta que é percebida quando
algo absorve praticamente toda a luz (ausência de cores), e o branco já é percebido em algo que reflete
praticamente todas as faixas de luz (todas as cores).

O uso de cores em ambientes hospitalares podem provocar diversas sensações nos pacientes, visitantes e
funcionários, não somente como fator decorativo, a cor tem poder de mudar um ambiente e o modo como as pessoas
o veem, ela pode ser trabalhada na parede, no teto, no chão, nas vestimentas e nos móveis. Hoje vários
pesquisadores estão estudando a maneira com que cada pessoa se comporta em relação à determinada cor.

Para João Carlos de Oliveira César (2003, p. 167):


“As áreas destinadas ao tratamento da saúde sempre foram alvos de estudos ligados
ao uso da cor. Inicialmente associados aos tratamentos que utilizam a cor como
elemento participante no processo da cura, diretamente, e posteriormente na busca
de criação de ambientes que caracterizassem a atividade ali exercida, ou que
denotassem aspectos de limpeza ou simplesmente que facilitassem a manutenção”.

Segundo Matarazzo (2010, p. 24), afirma que um dos maiores problemas para a recuperação de saúde dos
pacientes é o stress hospitalar, e o ambiente físico é responsável pelo seu agravamento. O bem-estar mental é
necessário para o bem-estar fisiológico, portanto o ambiente físico se bem planejado e executado colabora para a
cura. A cor hoje deve ser trabalhada como um elemento importante ao se projetar ambientes hospitalares, pois ela
pode proporcionar tranquilidade e bem-estar e, se não for usada adequadamente, pode transmitir sensações
erradas como inquietação e estresse para o espaço.
24
Luiz Cláudio Rezende Cunha (2004, p. 58) afirma que:
“O ser humano possui facilidade para se adaptar às mais diversas situações
ambientais, por isso, em muitos hospitais, o que acontece é uma aceitação dos
funcionários e pacientes às instalações, mesmo não contando com o auxílio destas
para o desempenho de suas atividades, o que provoca uma queda na
produtividade. Portanto, nos hospitais, onde pessoas são por diversas vezes,
atendidas com risco de vida, as equipes trabalham sobtensão, e os fatores ambientais
não podem ser mais um motivo de estresse”.

Apesar de alguns profissionais da área de saúde questionar os efeitos que as cores podem proporcionar para os
pacientes, vários arquitetos e urbanistas já utilizam técnicas para humanizar os ambientes hospitalares como exemplo,
o arquiteto João Filgueiras Lima, mais conhecido como Lelé, responsável pelos projetos dos hospitais da rede Sarah
Kubitschek, presente em várias capitais brasileiras, ele utiliza desde o início do projeto materiais e técnicas que
ajudam na iluminação e ventilação natural, amplos espaços verdes, além de utilizar painéis coloridos como, por
exemplo, o do artista plástico Athos Bulcão (figura 5) não somente como fator estético, mas pensando na
setorização, na qualidade do espaço e na cura.

25
Figura 5 - Painéis rede sarah por Athos Bulcão

Fonte: http://www.archdaily.com.br

Para João Carlos de Oliveira Cesar (2003) afirma que, os dois aspectos são fundamental na definição de uma pale-
ta cromática nas áreas de tratamento de saúde, é a manutenção e a assepsia. A manutenção é definida pelo menor
número de cores de preferência apenas um, facilitando a aquisição do produto e a realização do serviço, a assep-
sia produz uma necessidade visual de ser utilizado somente cores claras proporcionando uma uniformização dos es-
paços, como pisos, paredes, e tetos com tons próximos. 26
Segundo Isadore Rosenfeld (apud João Carlos de Oliveira Cesar, p. 179) descreve assim o uso do branco nas áreas
de tratamento de saúde:
“Superfícies em hospitais costumam ser de um branco ‘proverbial’ tanto quanto o
branco pode ser, de forma que a sujeira se mostra e pode ser prontamente removida.
A limpeza em hospitais manifesta-se de diversas formas e o branco é seu símbolo.

Algumas das perdas com preocupação com limpeza são louváveis, mas não a perda
do mortalmente branco o qual tem sido associado com hospitais, com seus ‘homens de
branco’. Esses ‘homens de branco’ tradicionalmente persistem, até o dia de hoje, mas
nas primeiras décadas desde o século (XX), o branco nas paredes foi substituído por
um bege (straw-tan). Essa cor dizia-se ser salubre, por que lembrava a cor do sol. A
luz da cor ‘straw-tan’ das paredes dos hospitais também concorria com grande
entusiasmo com o ultravioleta, ‘sleeping porches’ e exposição à face sul”.

Ainda sobre a questão do branco João Carlos de Oliveira Cesar (2003 p. 180) defende:
“Os arquitetos sensíveis de hoje passam muito tempo estudando luz natural, artificial e
cores adequadas a todas as situações do hospital. Ao mesmo tempo eles mantém em
mente a necessidade de se manter o todo sinfônico do hospital numa chave
harmônica”.

Segundo Frank H. Mahnke (apud João Carlos de Oliveira César, p. 182) é considerado um erro o uso do branco
denotando higiene e limpeza, segundo ele o branco não tem efeito psicoterapêutico, nos leva a pensar numa
prática médica sem emoção, ao invés de um cuidado humano envolvente, ele conclui dizendo “vida é cor – não
isolamento”.
27
[...] a cor exerce uma função tríplice: a de impressionar, a de expressar e a de
construir. A cor é vista: impressiona a retina. E sentida: provoca uma emoção. É
construtiva, pois, tendo significado próprio, tem valor de símbulo e capacidade,
portanto, de construir uma linguagem própria que comunique uma idéia”.

No Brasil para a elaboração de projetos de iluminação em ambientes hospitalares, o profissional deve estar atento às
recomendações da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), através da NBR 5413 Iluminância de interiores,
no item 5.3.28 Hospitais.

28
2 - A CIDADE DE BURITAMA E O INSTITU-
TO DE OLHOS
Figura 6 – Localização Buritama
Buritama (figura 6), município localizado a aproximadamente 542 km da capital, conta
com uma área de 326,638 km² e 16.449 habitantes segundo dados do IBGE (2016). O
nome Buritama teve origem do vocabulário indígena “terra dos buris” devido a grande
quantidade de palmeiras buriti encontradas na região por volta de 1892, pelas famílias
colonizadoras provindas de Minas Gerais atraídas pelo solo fértil e pelos lençóis de
águas, somente em 1948 passou a ser município e em 2017 ganhou o status de municí-
pio de interesse turístico.

O Departamento de Oftalmologia da Santa Casa de Buritama (figura 7 e 8), mais co-


nhecido como Instituto de Olhos. É o único da região de Araçatuba e atende aproxi-
madamente 40 municípios como Santo Antônio do Aracanguá, Santópolis do Aguapeí,
Votuporanga, Andradina, Pereira Barreto dentre outras que buscam tratamento na ci-
dade. Atualmente o hospital oferece cirurgias de cataratas, pterígio, plástica oftalmoló-
gica, calázio e oferece o tratamento clínico de consultas e exames que tratam princi-
palmente da glaucoma, retinopatia diabética dentre outras patologias que, se não tra-
tadas levam a cegueira permanente.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017


30
Figura 7 - Vista Frontal Instituto de Olhos Figura 8 – Vista Lateral Esquerda Instituto de Olhos

Fonte: Acervo Autor (2017) Fonte: Acervo Autor (2017)

Segundo dados da Folha da Região1 (2007), em fevereiro de 2006 o governo federal fez uma readequação no sis-
tema de cirurgias eletivas (quando se pode escolher a melhor data para a realização da cirurgia, após a realiza-
ção de vários exames), durante o período de 8 meses os atendimentos foram suspensos para a elaboração e apre-
sentação do projeto que foi realizado pela direção do hospital, sendo assim o ministério da saúde reduziu de 140
cirurgias mensais de cataratas para 48 cirurgias mensais, uma redução de 66%, e de 180 cirurgias de retinopatia
diabética para 58 cirurgias mensais, uma redução de 68%.
2
Segundo dados da santa casa de Buritama (...) em julho de 2013 o Ministério da Saúde editou a portaria GM/MS
1.554 que passou a responsabilidade de entrega dos colírios do glaucoma para a Secretaria do Estado da Saúde
1 - Disponível em: <http://http://www.folhadaregiao.com.br/2.633/fila-do-instituto-de-olhos-tem-4-5-mil-1.76006> Acesso em: 3 abril 2017.
2 - Disponível em: <http://www.santacasaburitama.com.br/noticia.php?id=551> Acesso em: 3 abril 2017.

31
impossibilitando o Departamento de Oftalmologia da Santa Casa de Buritama continuasse a entrega dos medica-
mentos para quase 4.000 pacientes portadores de glaucoma.

O Instituto Oftalmológico oferecia o tratamento de glaucoma e a entrega dos colírios desde 2002 a partir de uma
decisão da CIB – Comissão Intergestores Biparte, as Secretaria de Estado de São Paulo em abril de 2014 a santa
casa não poderia mais autorizar o Departamento de Oftalmologia atender os portadores de glaucoma para entre-
ga dos colírios, de abril a novembro foi concedido uma liminar via judicial para que continuasse a distribuição, porem
em novembro a Secretaria de Estado de São Paulo cancelou a liminar.

Com a diminuição da quantidade de cirurgias mensais, o corte de verbas destinadas à distribuição de colírios, oca-
sionou a saída de vários médicos, e um aumento considerável na fila de espera para consultas e consequentemente
cirurgias, em 2007 foi criado a Unidade Móvel Oftalmológica, um trailer adaptado pertencente ao Instituto Oftalmo-
lógico de Buritama que realizou quase dez mil atendimentos em oito meses de funcionamento na cidade de Araçatu-
ba.

Segundo dados da Folha da Região (2007) desde 1998, quando o ministério da saúde criou a Campanha Nacional
de Cirurgias Eletivas, o instituto de olhos de Buritama já realizou 100 mil consultas e 30 mil cirurgias de catarata, hoje
este número é muito maior, em 2002 foi credenciado como Centro de Referência em Oftalmologia pelo Ministério da
Saúde o que possibilitou a oferecer tratamento de portadores de glaucoma e a distribuição gratuita de medicamen-
tos.

32
3 - REFERÊNCIAS PROJETUAIS
3.1 – HOSPITAL SARAH KUBITSCHECK, SALVADOR, BRASIL.

Ficha Técnica:

Arquiteto: João Filgueiras Lima (Lelé)


Ano: 1994
Tipo de Projeto: Hospitalar
Status: Construído
Materialidade: Metal
Estrutura: Aço
Localização: Salvador, Brasil.
Implantação no terreno: Isolado

Figura 9 – Hospital Sarah Kubitschek Salvador, Brasil.


Fonte: Archdaily (acesso em 14 fev. 2017)

Projeto elaborado por João Filgueiras Lima mais conhecido como Lelé, que ficou conhecido especialmente pelo con-
junto de hospitais para a Rede Sarah Kubitschek, o arquiteto se familiarizou com o uso de técnicas construtivas in-
dustrializadas, econômicas e de fácil manipulação, é muito comum em seus projetos o uso da argamassa armada e
peças metálicas que se repetem ao longo do projeto, o seu primeiro projeto da Rede Sarah foi o de Brasília – DF em
1994, e oito anos depois foi projetado o de Salvador – BH (figura 9), neste momento já possuía sua própria fábrica

34
de peças pré-fabricadas possibilitando a plasticidade, tanto nos desenhos dos sheds (figura 10 e 11), muros e
outros componentes.
Figuras 10 e 11 – Sheds Metálicos

Fonte: archdaily (acesso em 14 fev. 2017)

A Implantação define-se a partir de vários estudos de insolação e principalmente ventilação natural, ao longo do
tempo Lelé desenvolveu várias técnicas para solucionar tal problema.

35
A ventilação natural Lelé trabalha além dos sheds, com galerias semi-enterradas (figura 12 e 13), as aberturas estão
orientadas no sentido dos ventos dominantes (nordeste), e na ausência dos ventos, ventiladores nas entradas das
galerias são acionados.
Figura 12 – Planta nível semi-enterrado

Fonte: archdaily (acesso em 14 fev. 2017)

36
Figura 13 – Entrada das galerias

Fonte: archdaily (acesso em 14 fev. 2017)

O que define a volumetria do hospital basicamente é a horizontalidade e os sheds repetidos em varias linhas para-
lelas, o projeto esta situado em uma área de mata atlântica nativa, e lelé trouxe esta forte referência para adentro
do projeto, com uso de jardins que entrelaçam setores e corredores. O projeto também conta com várias obras do
artista plástico Athos Bulcão, responsável por vários painéis (figura 14) e pinturas externas (figura 10).

37
Figura 14 – Painel por Athos Bulcão

Fonte: archdaily (acesso em 14 fev. 2017)

A escolha do projeto como referência projetual deu-se pela utilização de elementos pré-moldados, a utilização de
pátios e jardins que entrelaçam o projeto tanto interno quanto externo, a iluminação e ventilação natural e a utili-
zação de cores.

3.2 – REFERÊNCIA PROJETUAL 2 – KAROLINSKA SOLNA UNIVERSITY HOSPITAL, ESTOCOLMO,


SUÉCIA.
38
Figura 15 - Karolinska Solna university hospital
Ficha Técnica:

Projeto: White Tengbom Team


Cliente: SHC (Scandinavian Hospital Partner)
Início / fim do projeto: 2010-2018
Área / Área: 330 000 m2 (9-12 andares)
Apartamentos / Quartos: Aprox. 600 camas de internação, 100
quartos para creche e 100 quartos no Patient Hotel.
Custo: 14,5 milhões SEK (excluindo equipamento)
Cidade: Estocolmo, Suécia.
Certificação: LEED Gold e Miljöbyggnad Gold

Um dos maiores projetos em construção na Europa, a reforma do


prédio de 70 anos do Karolinska Hospital está orçada em 1,8 bilhões
de Euros. Inaugurado em 2016, ele é considerado o hospital mais
sustentável do mundo, pois metade da energia elétrica será
produzida por painéis solares e turbinas de vento.
No ano de 2006 em uma competição dura, o escritório White
juntamente com o escritório Tengbom formaram a White Tengbom Team
on- 39
de foram os vencedores do concurso de design para o novo hospital. Um dos principais objetivos deste projeto é
reforçar a interação entre cuidados, investigação e formação. O novo hospital é chamado de New Karolinska Solna
uma instalação hospitalar ultramoderna que será aberta para negócios em 2016.
Por tratar-se de um Hospital Universitário com uma escala elevada com relação ao hospital Karolinska atual que es-
ta situado no centro da cidade de Estocolmo, Muitos estudos foram realizados em relação ao ambiente externo, de-
vido a escala e a existência de um parque universitário que faz a união entre os hospitais (figura 16).
Figura 16 – Imagem aérea Hospital Karolinska e New Karolinska Solna University Hospital

Fonte: http://en.white.se (acesso em 18 fev. 2017). 40


Figura 17 – Recepção Cardiologia New Karolinska Solna University Hospital
A entrada principal do parque universitário recebe
os visitantes generosamente proporcionando um
hall de entrada e convidando os pacientes e visi-
tantes a adentrarem, nele também contem informa-
ções primárias para os visitantes. Os materiais utili-
zados nos ambientes públicos são atemporais -
pedra natural, vidro, aço com elementos em madei-
ras claras, dentre outras. O conceito de cor e ma-
terial, em combinação com a sinalização, a ilumi-
nação e a interpretação artística, é um instrumento
importante para facilitar a orientação das pessoas
e dirigir a atenção para a importância do ambien-
te para uma recuperação mais rápida (figura 17).
Fonte: http://en.white.se (acesso em 18 fev. 2017).

O hospital foi projetado para atingir a mais alta classificação de Eco construção, e é conhecido por ser o primeiro
hospital a alcançar o certificado LEED Gold.
A escolha do projeto como uma referência projetual se da principalmente pela a forma e utilização das cores não
somente como setorização, como também participante no processo da cura, a maneira como a acessibilidade foi

41
desenvolvida com a utilização de rampas com inclinação abaixo do exigido pelas normas locais e por último e não
menos importante a setorização e a sustentabilidade.

3.3 - REFERÊNCIA PROJETUAL 3 – CBV – CENTRO BRASILEIRO DE VISÃO, BRASÍLIA, BRASIL.

O Hospital de Olhos CBV (figura 18), está localizado na Avenida L2 Sul (próximo à Esplanada dos Ministérios e do
Aeroporto Internacional de Brasília) o projeto foi elaborado com tecnologia de ponta e dentro dos padrões técni-
cos. O terreno possui 12.500 m², dentre eles mais de 6000m² são de construção.

Figura 18 – Fachada principal CBV – Centro Brasileiro de Visão

Fonte: http://www.cbv.med.br (acesso em 26 de março de 2017).


42
Figura 19 – Marquise e espelho d’água CBV – Centro Brasileiro de Visão
O projeto foi dividido em três blocos
diferentes que são interligados por
passarelas, átrios, praças e marquises
(figura 19), que acompanham a plas-
ticidade do projeto.
O projeto arquitetônico, elaborado
por Marcos Queiroz, teve como con-
ceito principal a sintonia entre paci-
ente, médico, o edifício e a qualida-
de do serviço. O desenho do edifício
e os materiais utilizados em sua cons-
trução traduzem a filosofia essencial
para um centro médico que aplica os
últimos avanços em medicina da visão
no tratamento de seus pacientes.
Fonte: http://www.cbv.med.br (acesso em 26 de março de 2017).

Os ângulos fortes da composição arquitetônica reproduzem o dinamismo e modernidade da capital federal. Tradu-
zindo inovação e tecnologia, a construção está de acordo com a ecologia local, amenizando os efeitos do clima

43
seco característico da região, combinando brises em chapas de aço perfuradas, alvenarias duplas com tijolos
aparentes, espelhos d’água e panos de vidro.
Os distintos volumes horizontais têm sua uniformidade atenuada pela inserção de aberturas verticais nas lajes, que
permitem uma comunicação espacial, no sentido horizontal, entre os três volumes. Os prédios de consultórios, exames
complementares e hospital e serviços de apoio.
O hospital é equipado com aparelhos de última geração, para garantir mais qualidade, segurança e eficiência nos
serviços prestados.
Apesar de toda a área técnica, dispõe de estacionamento para 300 carros, anfiteatro com 70 lugares e cyber
café.
O projeto foi certificado de Acreditação nível 3 (Excelência), concedido pela ONA – Organização Nacional de
Acreditação, que promove a implantação de um processo permanente de avaliação e de certificação da
qualidade dos serviços de saúde.
Trata-se de uma referência por ser um dos melhores Hospitais Oftalmológicos do país, e a maneira como a
setorização foi resolvida interligando praças, jardins, marquises e espelhos d’água entre os três blocos.

44
4 - ANÁLISES E DIAGNÓSTICOS
A análise e diagnóstico do entorno auxiliaram no entendimento das características físico climáticos relevante na
área de estudo, levantando as condicionantes, deficiências e potencialidades, contudo será possível conhecer o
terreno e analisar as deficiências e planejar soluções.

4.1 – Visadas / Instituições de saúde

Podemos analisar no mapa (Figura 20) a existência três UBS (unidades básicas de saúde), distribuídas de modo que
cada uma beneficie um bairro diferente, o mesmo pode dizer para as unidades educacionais, temos um único CAPS
(Centro de Atenção Psicossocial) para atendimento de toda a população e o Hospital Municipal que possui dois
anexos, a Santa Casa de Misericórdia e o Departamento de Oftalmologia de Buritama, mais conhecido como
Instituto de Olhos.
Foram realizadas varias visitas de campo, para um melhor entender do funcionamento do Departamento de
Oftalmologia e Buritama, foi analisado que os ônibus chegam aproximadamente às 7 horas da manhã e muitas das
vezes ficam até o período da tarde, hoje em dia, nenhum dos três (Hospital Municipal, Santa Casa e o Instituto
Oftalmológico) oferece o serviço de alimentação (somente para os funcionários e para os internos), nem tem a
disposição uma lanchonete, é incomodo para os pacientes a necessidade de locomoção para o centro da cidade
para se alimentarem.

46
Figura 20 – Visadas / Instituições de saúde

3 - UBS II - Família Nicola


Lavechia

2 - UBS III - Jaime Pinto Cunha

Fonte: Autor, 2017.


Fonte: Autor, 2017.
2 5
A

5 - CAPS I - Maria Margarita


Tonchis Capelari

1
4

1 - Hospital Municipal de Buritama/


Instituto de Olhos
Fonte: Autor, 2017.

4 - UBS I - Ana Ferreira de Jesus

Fonte: Autor, 2017.


Principais Instituições de Saúde
A Escolas
Área do Projeto
Praças
0m 150m 300m 600m Fonte: Autor, 2017.
Prefeitura/Câmara/Almoxarifado

Fonte: Google Earth Pro (2017), Modificado pelo autor.


47
4.2 – Uso e ocupação do solo
Figura 21 – Uso e ocupação do solo

No mapa de uso e ocupação do solo (figura 21) por se


tratar de uma área próxima ao centro da cidade constata-
se que o entorno é de uso misto (comercial e residencial),
vale salientar que o terreno está localizado em uma área
de expansão e já possui projetos de loteamentos em fase
de análise próxima a área de intervenção.

a
lmeid
Rua
Gen

de A
eral
Glicé
rio

into
no P
cilia
Pres
Rua
A
Área do Projeto
Comercial
0m 50m 100m 200m
Residencial
Fonte: Google Earth Pro (2017), Modificado pelo autor.

48
4.3 - Cheios e vazios
Figura 22 – Cheios e vazios

Buritama não conta com muitos vazios urbanos, porem, de-


vido o terreno estar localizado em uma área de expansão
e dá-se a impressão de ser um grande vazio urbano dentre
a malha urbana, a leste do terreno existe poucos lotes va-
zios, pois se trata da área central da cidade.

A
Área do Projeto
Cheios
0m 50m 100m 200m
Vazios
Fonte: Google Earth Pro (2017), Modificado pelo autor.
49
4.4 – Gabarito de altura
Figura 23 – Gabarito de altura

Buritama possui construções com gabarito altura padrão, a


maior parte da cidade é composta por residências térreas
e algumas assobradadas (figura 23) em uma análise geral
da cidade ela possui apenas três edificações com no máxi-
mo três pavimentos.

A
Área do Projeto
1 Pavimento
0m 50m 100m 200m
2 Pavimentos
Fonte: Google Earth Pro (2017), Modificado pelo autor.
50
4.5 – Vegetação
Figura 24 – Vegetação

A vegetação localizada no lado oeste/noroeste do terreno


é bastante densa (figura 24), por conta da APP (área de
preservação permanente) do córrego palmeiras localizado
próximo a área de intervenção, dentre a malha urbana pos-
sui pouca vegetação, em média, uma árvore por residência.

A
Área do Projeto
0m 50m 100m 200m Manchas de vegetação

Fonte: Google Earth Pro (2017), Modificado pelo autor.


51
4.6 – Topografia
Figura 25 – Topografia
Buritama é uma cidade considerada plaina, porem, devido 370 m
369 m
367 m

ao terreno estar próximo a um córrego ele tem um declive 371 m


368 m

373 m
375 m 376 m
374 m

considerável de onze metros com relação à rua e o córrego 374 m


386 m
387 m

378 m
379 m 376 m

(figura 25 e 26). 387 m


388 m

389 m

380 m
369 m 377 m
378 m
385 m
379 m 392 m
377 m
369 m
370 m 384 m

381 m
393 m
376 m 394 m
378 m 372 m

382 m 369 m 383 m

Figura 26 – Mapa topográfico Buritama – SP 381 m 370 m

372 m
A 376 m
375 m 378 m
382 m
379m
371 m 374 m
377 m
378m

370 m 373 m 379 m


389 m
390 m

374 m

379 m 370 m

366 m
367 m
365 m 364 m

368 m 365 m 386 m

399 m

385 m
384 m
369 m
386 m

365 m 397 m
366 m
367 m

A
Área do Projeto
0m 50m 100m 200m

Fonte: pt-br.topographic-map.com/places/Buritama-2773873/ Fonte: Google Earth Pro (2017), Modificado pelo autor.
(Acesso em 07 set. 2017). 52
4.7 – Orientação solar / Ventos dominantes
Figura 27 – Orientação solar / Ventos dominantes

Buritama, esta localizada em uma região considerada tropi-


cal, pois chove mais no verão que no inverno (figura 28), o
mês mais quente do ano é Janeiro, com uma temperatura
média de 25.1 °C, a temperatura média mais baixa refere-se
ao mês de Agosto, que é também o mês mais seco. Os ven-

O L
tos predominantes (figura 27) vêm do noroeste e tem veloci-
dade média de 5,4km/h. A
Figura 28 – Climograma de Buritama

A
Área do Projeto
Sentido dos Ventos
0m 50m 100m 200m
Dominantes

Fonte: pt.climate-data.org/location/34923/ (cesso em 07 set. 2017) Fonte: Google Earth Pro (2017), Modificado pelo autor.
53
4.8 – Sistema viário
Figura 29 – Sistema viário

A área de implantação do projeto está localizada a


uma das três vias de acesso a Araçatuba-SP, a Rua

as
Rua

ereir
Barão
do R
io Bran
co

General Glicério (figura 29) que da acesso a rodovia

os P
SP – 461 uma importante ligação da região, a Rodo- Rua

Rua D
Flor
iano

a
Peixo

lmeid
via Deputado Roberto Rollemberg, passa por Buritama, t o

de A
criando um elo entre o Sul e o Norte do Rio Tiête, in-

iras
Rua
rui B

to
arbo
terligando as cidades de Araçatuba e Votuporanga. A

Pere
s a

o Pin
Os sentidos das vias próximo ao terreno são todas de Rua

Dos

ilian
Gen. Rua
Maria
Glic Flor
ério

Rua
inda

c
sentido duplo com exceção das Ruas Floriano Peixoto

Pres
Rua

Bráz
Gen.
Glic
e Rui Barbosa, que são as duas principais ruas do ério

slau

Rua
Rua

iras

e
Gen.

Venc
Glic
centro da cidade. ério

Pere

Rua
Dos
Rua
XV d

Rua
e No
ve mbro

Rua
Afo
nso
Pena

Ruas Principais:
A Vias de Duplo Sentido Rua Presciliano P. de
Área do Projeto
0m 50m 100m 200m
Almeida
Vias de Sentido Único Rua General Glicério
Fonte: Google Earth Pro (2017), Modificado pelo autor.
54
5 - O PROJETO
Para projeto ser elaborado, primeiro foram realizadas todas as análises das condicionantes, deficiências e poten-
cialidades do entorno, a elaboração dos princípios norteadores de projeto e o acompanhamento diário do funcio-
namento do atual Instituto Oftalmológico, foi essencial para a elaboração do programa de necessidades e do pro-
jeto.
O projeto baseou-se também no conforto ambiental, com ênfase no conforto acústico e térmico, buscando alternati-
vas para um projeto mais sustentável.

5.1 - Reformulação espacial


A localização do terreno é privilegiada, uma vez que esta situado próximo ao Córrego Palmeirinha (figura 30), no
qual possui um valor histórico para a cidade, quando as famílias santos e Teixeira povoaram as terras as margens
do rio tietê, ele passou a ser utilizado como aterro sanitário por muitos anos, hoje, peixes e aves já fazem parte da
sua identidade novamente. Como podemos analisar (figura 30), em amarelo existe uma antiga casa que pertencia a
um senhor Antônio José Alves de 87 anos que faleceu em agosto de 2016, desde então o local tornou-se lugar pa-
ra crianças passarem o dia brincando, o local possui farta gama de árvores frutíferas como de manga, tamarindo,
acerola, pitanga, cajá-manga e dentre outras. A população residente nas proximidades tem o cuidado de realizar
a manutenção do local limpando e aguando as árvores diariamente, podemos observar claramente na implantação
(figura 31) somente as árvores já existentes, ainda sem a implantação das novas espécies. Durante a elaboração do
projeto a casa foi removida devido à construção estar totalmente degradada e em seu lugar foi realizado um pro-
jeto paisagístico para o plantio de novas espécies de árvores frutíferas.

56
Figura 30 – Córrego palmeirinha

Fonte: Google Earth / Modificado pelo Autor, (2017).


57
5.2 Concepção da implantação

O fator determinante para o desenho


da implantação foi à topografia do
local, principalmente para o desenho
da praça. O Hospital fica na parte
privilegiada do terreno, entre a Rua
dos Pereiras e a Rua General Glicério,
propositalmente para ele ficar em evi-
dência.
A praça tem como referência as es-
cadarias romanas e o seu principal
objetivo foi de não fazer alterações
na topografia existente, o único modo
para que isso não ocorresse foi proje-
tar a praça de modo que ela acom-
panhasse a topografia já existente no
terreno.
Figura 31 – Implantação somente com árvores existentes
Fonte: Elaborado pelo Autor, (2017).
58
Figura 32 - Implantação Completa

378

Rua dos Pereiras


I = 10%
378 378

376 m 378 m
369 m
5 377 m 379 m
378

370 m 2 375 m

3 374 m

373 m 1
371 m
372 m

370 m

Rua General Glicério


1 Hospital Oftalmológico 4 Estacionamento
0 40 80 160

Fonte - Elaborado pelo Autor, (2017).


2 Passarela
3 Lanchonete / Bar
5 Praça
59
5.3 - Partido arquitetônico

O partido arquitetônico do projeto foi norteado pela hospitalidade, pois se documenta "hospital” no vocábulo
português pela influência da língua francesa “hôpital” que foi derivado da forma culta do latim “hospitale”,
diretamente relacionado à hóspede. O hospital vai trabalhar este conceito de várias formas, o primeiro está no
próprio significado da palavra, hospitalidade no dicionário define como receber ou cuidar de alguém que não
pertence aquele ambiente, o projeto trouxe o uso das cores de modo deixar o ambiente mais aconchegante e
também para auxiliar no processo da cura, no interior do edifício, foi trabalhado com jardins que conectam os
ambientes, deixando-os mais arejados e confortáveis.
A praça entra como um fator importante para o partido arquitetônico, uma vez que os pacientes que buscam
tratamentos oftalmológicos tendem a vir acompanhados, e por passarem uma boa parte do dia esperando pelo
atendimento a praça entra como um lugar para distração e contemplação para aliviar as longas horas de espera.

60
5.4 - Caracterização do público alvo

Em relação ao Hospital, o público alvo é bastante variado, segundo estatísticas do IBGE (Instituto Brasileiro de Ge-
ografia e Estatística) de 2010 a deficiência que mais afeta os brasileiros é a visual, atinge cerca de 35,8 milhões de
brasileiros e que é 35% mais frequente nas mulheres, a faixa etária predominante é de 20 até 48 anos.
Já a praça e juntamente com a lanchonete são disponíveis para usufruto de toda população.

5.5 - Setorização, acessos e programa de necessidades

De forma geral o complexo divide-se em quatro construções: A primeira construção, o Hospital Oftalmológico; A se-
gunda construção, o Setor administrativo, que faz conjunto com o Hospital; A terceira construção, a lanchonete, que
está localizada dentro da praça e a quarta construção a pequena guarita. Os acessos aos edifícios foram ilustra-
dos na figura 33 a seguir:

61
Figura 33 – Setorização e fluxo
0 40 80 160

1 Hospital Oftalmológico
2 Passarela
3 Lanchonete / Bar
4 Estacionamento
378

5 Praça
Acesso Estacionamento
Acesso hospital
Acesso Praça / Lanchonete
4

Rua dos Pereiras


378

5
2
3
1

Rua General Glicério

Fonte: Elaborado pelo Autor (2017) 62


Os ambientes que constituem a primeira construção, (Hospital) foi dividido em três partes:
· Espaços públicos: é a espera, recepção e sanitários.
· Espaços semipúblicos: são os arquivos médicos, salas de exames coletivos e individuais, posto de enfermagem,
apartamentos, roupa limpa, roupa suja, DML, lavagem e descontaminação, parametração e sanitários.
· Espaços privados: é toda a área considerada limpa como esterilização e centro cirúrgicos.
O programa de necessidades pode ser observado na Tabela 1, a seguir:

Tabela 1 – Programa de necessidades: Hospital

HOSPITAL OFTALMOLÓGICO
AMBIENTE ÁREA M² ÁREA MÍN. M² (SEG. RDC-50) OBSERVAÇÕES
Espera / Recepção 213.16m² 64.00m² -
W.C 27.73m² 2.88m² 1 por sexo
Same - arquivo 1 16.80m² 15.00m² -
Same - arquivo 2 20.70m² 15.00m² -
Salas de exames coletivos 31.50m² A depender do equipamento utilizado 2 unidades
Salas de exames individuais 28.80m² A depender do equipamento utilizado 7 unidades
Espera / Observação 94.05m² 64.00m² -
Posto de Enfermagem + W.C + -
71.89m² 6.00m² 1 para cada 12 leitos
Farmacia
Apartamentos 1 leito 30.37m² 10.00m² 6 unidades
Apartamentos 2 leitos 44.17m² 14.00m² 5 unidades
Roupa limpa 11.55m² --- - 63
Roupa Suja 13.36m² --- -
Dep. limp. / utilidades 20.13m² 7.20m² -
Estar médico + W.C 37.47m² 19.76m² -
Lavagem e descontaminação 21.80m² 4.80m² + 1.20m² por torneira -
DML (dep. mat. de limpeza) 6.60m² 3.60m² -
Esterilização 21.80m² --- -
W.C Feminino 30.90m² 2.88m² -
W.C Masculino 23.34m² 2.88m² -
Utilidades 27.64m² 14.00m² -
Área de escovação 27.64m² 4.80m² + 1.20m² por torneira -
Centro cirúrgico 26.16m² 20.00m² 4 unidades
Observação / posto de enfer. 126.90m² --- -
Fonte: Elaborado pelo Autor, (2017).

Os ambientes que constituem a segunda construção, (Setor administrativo) foi divididos em duas partes:
· Espaços públicos: a espera e recepção.
· Espaços semipúblicos: SAME, administração geral, sala de reuniões, recursos humanos, sala do diretor e a
copa.
O programa de necessidades pode ser observado na Tabela 2, a seguir:

64
Tabela 2 – Programa de necessidades: Setor administrativo

SETOR ADMINISTRATIVO
AMBIENTE ÁREA M² ÁREA MÍN. M² (SEG. RDC-50) OBSERVAÇÕES
Espera / Recepção 55.00m² --- -
Arquivo 18.90m² --- -
Administração geral 80.00m² 5.50m² por pessoa -
Recursos humanos 25.60m² 12.00m² -
Diretor 12.16m² 12.00m² -
Copa 14.56m² 5.76m² -
Sala de reuniões 19.32m² 2.00m² por pessoa -
Fonte: Elaborado pelo Autor, (2017).

Os ambientes que constituem a terceira construção, (Lanchonete) foi dividido duas partes:
· Espaços públicos: área livre e sanitários.
· Espaços privados: caixa, câmera fria, cozinha e depósito.
O programa de necessidades pode ser observado na Tabela 3, a seguir:

65
Tabela 3 – Programa de necessidades: Lanchonete

LANCHONETE
AMBIENTE ÁREA M² ÁREA MÍN. M² (SEG. RDC-50) OBSERVAÇÕES
Área livre 296.03m² --- -
Caixa 23.00m² --- -
Câmera Fria p/ bebidas 7.50m² --- -
Cozinha 36.80m² --- -
Depósito 12.00m² --- -
W.C 24.67m² --- 1 por sexo
Fonte: Elaborado pelo Autor, (2017).

O ambiente que constitui a quarta construção, (Guarita) foi estabelecida como espaço privado:
· Espaço privados: banheiro unitário, guarita.
O programa de necessidades pode ser observado na Tabela 4, a seguir:

Tabela 4 – Programa de necessidades: Guarita

GUARITA
AMBIENTE ÁREA M² ÁREA MÍN. M² (SEG. RDC-50) OBSERVAÇÕES
Guarita + W.C 28.49m² --- W.C unitário
Fonte: Elaborado pelo Autor, (2017).
66
5.6 – O projeto
O projeto foi realizado para melhor receber os pacientes e visitantes, ele conta com o Hospital Oftalmológico de
Buritama junto com o setor administrativo, e a Praça, que conta com uma lanchonete, ambas para usufruto de toda
população.

5.6.1 - Hospital Oftalmológico de Buritama + Setor administrativo

O projeto possui total infraestrutura para atender a todos de modo eficaz, o paciente ao chegar ao hospital en-
contra uma ampla sala de recepção com total o conforto e comodidade para a espera do atendimento, na recep-
ção se encontra os sanitários masculino e feminino e dois SAMES (serviço de arquivo médico e estatística). Após o
paciente fazer um prévio cadastro ele aguarda ser chamado para a sala de consulta coletiva, onde será analisa-
da a questão sobre lentes e pingar colírios, depois encaminhados para os consultórios individuais onde serão diag-
nosticados, após esta etapa se houver necessidade de uma intervenção cirúrgica o paciente aguarda em uma sala
de observação (existe um acesso direto da recepção para pacientes que já possuem cirurgias marcadas), desta
sala temos acesso a três áreas diferentes, o primeiro vai para as salas de roupa limpa, roupa suja e um DML (depósi-
to de material de limpeza), o segundo vai para o posto de enfermagem e para os apartamentos e o terceiro para
os centros cirúrgicos como podemos observar melhor no fluxograma (figura 34).

67
Figura 34 - Fluxograma

Fonte: Elaborado pelo Autor, (2017). 68


Figura 35 – Área limpa / Área suja
Em qualquer ambiente de saúde
quando se realiza cirurgias existe a
área considerada limpa e a área
considerada suja (figura 35), isso é
feito para evitar qualquer tipo de
contaminação. Na parte suja en-
contra-se todo o corpo do hospital,
e a principal a sala para a transi-
ção da área suja para a área lim-
pa é a sala de lavagem e descon-
taminação, nesta sala que é consi-
derada como área suja os médicos
irão lavar seus aparelhos e passar
por um “pass trought” que deve ser
mantida fechada para a sala de
esterilização, neste momento o mé-
dico entra para uma área chamada
área de parametração, onde vai
colocar as vestimentas lavar os bra-
Fonte: Elaborado pelo Autor, (2017). 69
Figura 36 – Circulação definida através dos eixos
ços etc só assim podem entrar
para a área considerada lim-
pa, ou seja, os centros cirúrgi-
cos.
O hospital não possui serviço
de lavanderia, todo o proces-
samento de roupas é terceiri-
zado, a lavanderia entrega as
roupas limpas e recolhem as
sujas, o hospital também não
conta com um setor para a
realização de remédios mani-
pulados, todo o medicamento
necessário é terceirizado.
A circulação do projeto foi
definida através do estudo
dos eixos principais (figura 36)
para facilitar a locomoção
dos pacientes.
Fonte: Elaborado pelo Autor, (2017).
70
Figura 37 – Paleta de cores
A elaboração da paleta de cores (figura
37) foi um fator determinante para a ela-
boração do projeto, cada cor será utili-
zada por um motivo, não somente pelo
fator estético.

Fonte: Elaborado pelo Autor, (2017).


71
A sustentabilidade foi trabalhada com a utilização de louças sanitárias com temporizador, placas fotovoltaicas pa-
ra captação da energia solar, captação de águas pluviais por meio de cisternas, que será reutilizada para irriga-
ção da praça e jardins internos do hospital, iluminação LED e a utilização em todas as fachadas do Hospital, um
produto novo no mercado chamado iActive COAT, ele foi criado pela Italcementi Group com a proposta de trans-
formar superfícies em elementos ativos, ao combinar a ação da luz, com a tecnologia fotocatalítica TX Active, as
superfícies tratadas com o COAT i active podem decompor micro-organismos produzidos por instalações industriais,
Figura 38 – Projeto Nemesi e Partners fachada com iActive COAT
veículos motorizados dentre outros, tornando assim o
edifício mais limpo e melhorando a qualidade do ar.
Ele é um revestimento baseado em cimento e possui
diferentes tamanhos de partículas uma das alternativas
de aplicação é o spray, garantindo um acabamento
superficial suave e uma grande qualidade estética.
O escritório de arquitetura Nemesi e Partners desen-
volveu um projeto (figura 38) de um prédio na Itália,
com a proposta de purificar o ar, ele foi apresentado
durante a Expo Milano de 2015, sua volumetria (figura
39) foi concebida a partir do conceito de árvore le-
vando em consideração a maneira com que ela filtra

Fonte: http://casa.abril.com.br/casas-apartamentos/milao-tera-mega-predio-que-promete-limpar-o-ar/ Acesso em 5 de maio de 2017


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o nosso ar.
A fachada externa de nove mil metros quadrados vai receber mais de 900 painéis a revestidos do iActive COAT,
que em contato com a luz solar a substancia ativa presente no material “captura” os poluentes, e depois libera no-
vamente o ar puro.
Figura 39 - Fachada Palazzo Itália

Fonte: http://casa.abril.com.br/casas-apartamentos/milao-tera-mega-predio-que-promete-limpar-o-ar/ Acesso em 5 de maio de 2017


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Sendo assim o projeto ficou idealizado como mostra as figuras 40, 41e 42.
Figura 40 – Entrada Lateral HOB – Hospital Oftalmológico de Buritama

Fonte: Elaborado pelo Autor, (2017).


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Figura 41 - Entrada Lateral HOB – Hospital Oftalmológico de Buritama

Fonte: Elaborado pelo Autor, (2017).

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Figura 42 – Passarela de transição Hospital / Praça

Fonte: Elaborado pelo Autor, (2017).

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5.5.1 – Praça + Lanchonete

Figura 43 – Perspectiva praça 01


A iniciativa da elaboração do projeto da praça juntamente com
a lanchonete surgiu após a análise dos pacientes que frequentam
o atual Departamento de Oftalmologia da Santa Casa de Burita-
ma, mais conhecido como Instituto de Olhos, a infraestrutura ofere-
cida hoje não disponibiliza uma área destinada a convívio dos
pacientes, que muitas das vezes são obrigados a se locomoverem
ao centro da cidade para realização de uma refeição.
O processo criativo da praça teve como principal objetivo o man-
timento do declive existente no terreno, para isso obtivemos forte
referência nas escadarias romanas para o desenho da praça, que
a cada nível percorrido encontra uma surpresa diferente.
Sendo assim o projeto ficou idealizado como mostra as figuras 43,
44, 45 e 46.

Fonte: Elaborado pelo Autor, (2017).


77
Figura 44 – Perspectiva praça 02

Fonte: Elaborado pelo Autor, (2017).

78
Figura 45 – Vista Lanchonete

Fonte: Elaborado pelo Autor, (2017).

79
Figura 46 – Perspectiva praça 03

Fonte: Elaborado pelo Autor, (2017).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao Propor a construção de um novo Hospital Oftalmológico para a substituição do antigo Instituto de Olhos, foram
analisados os aspectos técnicos das normas pensando sempre no conforto dos pacientes que irão utilizar os serviços.
O principal objetivo foi restaurar o antigo prestígio do Instituto, antes dos cortes de verbas, para isso foi pensado na
questão da hospitalidade, o projeto visa amenizar o desconforto e o medo causado ao paciente. Assim o ambiente
hospitalar deve ser aconchegante.

Quando se trata de um projeto hospitalar, não devemos pensar que necessariamente sua arquitetura seja fechada,
escura e com tons pastéis, hoje no Brasil contamos com vários arquitetos que vem mudando esta triste realidade, co-
mo um ícone neste sentido tem o Lelé, que trata seus ambientes hospitalares como únicos, fazendo o uso de novos
métodos construtivos e utilizando a cor não somente denotando a setorização, e sim como um fator determinante no
processo da cura.

As diretrizes projetuais e a fundamentação teórica nortearam o projeto, para que ele atendesse e respeitasse, tanto
as normas existentes, quanto o entorno do projeto.

Os objetivos de projeto foram alcançados, no projeto do HOB (Hospital Oftalmológico de Buritama) e também na
praça, que foi de suma importância para a concretização do partido arquitetônico, deixando o ambiente mais “hos-
pitaleiro” para quem irá frequentar.

Vale salientar que novos projetos podem ser feitos de modo aprofundar ainda mais o tema.

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REFERÊNCIAS
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PRANCHAS

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