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'Direito de consertar': por que cresce a pressão por


eletrodomésticos mais duráveis e fáceis de reparar
14 janeiro 2019

GETTY IMAGES

Comprar um eletrodoméstico novo para substituir o que quebrou gera liberação de gases do
efeito estufa durante o processo de produção

É frustrante. Você compra um novo eletrodoméstico e, logo depois da garantia


expirar, ele quebra. Você não consegue consertar e também não encontra
ninguém que consiga fazer o serviço por um preço decente.

Então, você é praticamente forçado a comprar outro novo, enquanto o objeto se


junta à montanha global de lixo. Isso acaba dando combustível à mudança
climática , devido ao consumo de recursos e à liberação de gases do efeito
estufa durante o processo de produção do novo eletrodoméstico.

Mas em breve isso deve mudar, pelo menos na União Europeia e em partes dos
Estados Unidos. Em breve, seus cidadãos devem ganhar o "direito de
consertar".

Na União Europeia, ministros para meio ambiente estão introduzindo normas


para forçar fabricantes a produzir bens que durem mais e que sejam mais
fáceis de reparar. As propostas englobam artigos para iluminação, televisões e
eletrodomésticos de grande porte (como geladeiras, fogões, lava-louças e
máquina de lavar).
Já nos Estados Unidos, pelo menos 18 Estados estão considerando adotar leis
similares, em uma enorme reação contra produtos que não oferecem
suprimento de peças separadas ou que não podem ser desmembrados porque
suas partes são coladas - se uma pequena parte quebra, você não tem outra
opção a não ser comprar o produto inteiro de novo.

Os planos europeus e americanos são complexos e controversos. Os


fabricantes dizem que as regras propostas sobre conserto de produtos são
muito estritas e que inibirão inovação.

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Fabricantes podem ter que fazer alterações na produção dos eletrodomésticos

Já no Brasil, não há propostas para facilitar o conserto de eletrodomésticos. De


qualquer forma, o Código de Defesa do Consumidor já estabelece que produtos
que saem de linha devem manter peças de reposição no mercado por um prazo
razoável - porém, não diz qual seria a duração desse prazo razoável.

Além disso, há um projeto de lei na Câmara para proibir a obsolescência


programada - a fabricação de produtos que duram menos, para forçar que os
consumidores tenham que comprar outros novos.

"No Brasil, a questão do conserto tem mais a ver com a obsolescência


programada. Temos um grande problema com isso. Muitos produtos, como
eletrodomésticos e celulares, são feitos para durarem menos e estimular o
consumo ", afirma Livia Coelho, advogada e representante da Proteste,
organização de defesa do consumidor.

"Há dois fatores que incidem (na obsolescência programada). Primeiro, a


empresa não disponibiliza peças de reposição. Segundo, o consumidor tem o
impulso de adquirir um produto novo. Isso acaba contribuindo com problemas
ligados ao meio ambiente", continua Coelho.

Como o 'direito de consertar' vai ajudar o meio ambiente?

Na Europa, consumidores fizeram campanhas para reclamar que a União


Europeia permitiu que empresas mantivessem controle sobre o processo de
reparo dos eletrodomésticos, ao insistirem que alguns produtos só poderiam
ser consertados por determinados profissionais - a assistência técnica
autorizada.

A Agência Europeia do Ambiente, por exemplo, afirmou: "Isso faz com que as
pessoas que fazem consertos de forma independente tenham acesso restrito a
peças e informações - e isso limita o escopo e a disponibilidade dos serviços
de reparo". O órgão também quer que outros produtos, como smartphones e
impressoras, sejam incluídas nas novas regras.

Grupos ambientalistas dizem que as novas propostas de legislação da Europa e


dos Estados Unidos representam um progresso na redução das emissões de
carbono e no uso mais racional dos recursos naturais.

Libby Peake, do grupo Green Alliance, afirmou à BBC News: "As novas regras
são um progresso definitivo. Nós achamos que poderia ser melhor, mas é uma
boa notícia que pelo menos os políticos estejam despertando para um tema
que a sociedade recolhece como um problema há muito tempo. As novas
regras vão beneficiar o meio ambiente e economizar recursos".

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O que motivou as iniciativas de mudança na Europa e nos Estados


Unidos?

As mudanças foram impulsionadas por algumas estatísticas:

- Um estudo mostrou que, entre 2004 e 2012, a proporção de grandes


eletrodomésticos que deixaram de funcionar dentro de 5 anos aumentou de
3,5% para 8,3%.

- Uma análise de máquinas de lavar jogadas em um centro de reciclagem


mostrou que mais de 10% tinham menos de cinco anos.

- Outro estudo estimou que, por causa do CO2 emitido no processo de


produção, uma máquina de lavar que dura bastante tempo vai gerar, ao longo
de duas décadas, 1,1 tonelada a menos de CO2 do que um modelo que dure
pouco tempo.
É melhor se desfazer de um eletrodoméstico velho e comprar um mais
eficiente?

Essa não é uma pergunta simples. Especialistas em recursos naturais explicam


que, em geral, se o seu eletrodoméstico é velho e tem uma baixíssima
eficiência energética, pode valer a pena substituí-lo por um novo modelo que
gasta menos energia. Mas, na maioria dos casos, ficar com o modelo velho
gera menos emissões do que produzir um novo.

Há outro debate sobre quão prontamente os consumidores deveriam poder


consertar os eletrodomésticos. O movimento Direito ao Conserto quer a
produção de aparelhos que possam sejam totalmente desmembrados e
reparados com peças de reposição e informações fornecidas pelos fabricantes.

Alguns fabricantes temem que o reparo feito em casa, no estilo "faça você
mesmo", possa danificar os equipamentos e potencialmente representar um
risco físico.

Uma das empresas, a Digital Europe, disse: "Nós entendemos o desejo político
de integrar a eficiência energética e de recursos, mas estamos preocupados
que alguns requisitos sejam inviáveis ou não geram nenhum valor adicional. As
propostas de regulações limitam o acesso ao mercado, se desviam das
melhores práticas reconhecidas internacionalmente e comprometem a
propriedade intelectual".

*Com reportagem de Roger Harrabin (@rharrabin), especialista em meio ambiente


da BBC.

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