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Poder Judiciário

Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-RR-3888-36.2016.5.10.0802

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001F449970122CBE8.
A C Ó R D Ã O
2ª Turma
GMJRP/msc/pr/li

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA


VIGÊNCIA DAS LEIS Nº 13.015/2014 E
13.467/2017 E REGIDO PELO CPC/2015 E
PELA INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 40/2016 DO
TST.

DIFERENÇAS DE COMISSÕES. PAGAMENTO À


VISTA E PAGAMENTO A PRAZO.
O artigo 2º, caput, da Lei nº 3.207/57,
que regulamenta as atividades dos
empregados vendedores, assim dispõe: “O
empregado vendedor terá direito à comissão avençada
sobre as vendas que realizar. No caso de lhe ter sido
reservada expressamente, com exclusividade, uma zona
de trabalho, terá esse direito sobre as vendas ali
realizadas diretamente pela empresa ou por um preposto
desta”. Como se nota, a lei não faz
distinção entre o preço à vista e o preço
a prazo para o fim de incidência de
comissões sobre vendas, tampouco
considera relevante ter havido contrato
de financiamento, ou não, entre o
consumidor e a empresa nas vendas a
prazo. Portanto, somente se assim
expressamente acordado entre empregado
e empregador é que poderia o pagamento
das comissões das vendas a prazo ser
efetuado com base no valor à vista do
produto vendido. No caso, no entanto,
não há registro de acordo entre as
partes, e é incontroverso que a
reclamada não computava, no cálculo das
comissões pagas ao reclamante, o valor
acrescido dos juros decorrentes de
financiamento ao consumidor em vendas
efetuadas a prazo. Salienta-se, ainda,
que a aquisição de produtos a prazo
decorre de opção da própria empresa como
forma de incrementar seu faturamento,
não podendo o empregado suportar
prejuízo em razão dessa prática, com a
artificial redução da verdadeira base
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de cálculo de suas comissões, pois
estaria indevidamente suportando os
riscos do empreendimento em afronta ao
disposto no artigo 2º da CLT. Nesse
contexto, prevalece o entendimento de
que incidem comissões também sobre o
valor do financiamento nas vendas
feitas a prazo, sendo, portanto,
devidas ao reclamante as respectivas
diferenças (precedentes).
Recurso de revista conhecido e provido.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso


de Revista n° TST-RR-3888-36.2016.5.10.0802, em que é Recorrente CARLOS
ROBERTO VIANA GOMES e Recorrida VIA VAREJO S.A.

O Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região deu


parcial provimento ao recurso ordinário do reclamante e negou provimento
ao recurso ordinário da reclamada.
O reclamante interpõe recurso de revista com
fundamento nas alíneas "a" e "c" do artigo 896 da CLT, em que pretende
a reforma da decisão.
O recurso foi admitido às págs. 1.005-1.013.
Contrarrazões pela reclamada às págs. 1.011-1.382.
Os autos não foram remetidos ao Ministério Público do
Trabalho, em razão do disposto no art. 95 do RITST.
É o relatório.

V O T O

DIFERENÇAS DE COMISSÕES. PAGAMENTO À VISTA E PAGAMENTO


A PRAZO

I - CONHECIMENTO

Eis os fundamentos da decisão recorrida, na fração de


interesse:
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“DIFERENÇA DE COMISSÕES EM RAZÃO DA
MAJORAÇÃO VALOR INICIAL PELOS JUROS E VENDAS NÃO
FATURADAS
O Juízo indeferiu o pedido neste particular por entender que o
fato de o valor de uma venda haver sido majorado, em razão da
incidência de juros, decorrentes da compra a prazo, não gera diferenças
de comissão, por participação também nos juros. Quanto às vendas não
faturadas, disse que o fato de o preposto ter admitido o não pagamento de
comissões nos casos em que a compra não fora realizada, não geraria
automaticamente o direito ao Autor, até porque não houve prova de que este
fizesse jus, efetivamente à parcela.
No recurso o Autor busca a reforma do julgado alegando que houve
confissão da Ré quanto a este aspecto, visto que não contestou
especificamente o pedido. No mais, insiste na tese de que, uma vez majorado
o valor do produto pela incidência de juros, esta diferença deve ser
reconhecida para efeitos de pagamento das comissões.
O pedido obreiro carece de respaldo legal, contratual ou normativo.
Trata-se apenas de uma construção financeira pessoal, decorrente de uma
exegese particular da Parte em relação a uma matéria que não encontra
qualquer previsão jurídica.
Por esta razão, o fato de não haver contestação específica sobre o fato
não é de molde a fazer com o que o direito seja logo reconhecido.
Quanto às vendas não faturadas, o pedido é inespecífico, visto que o
Reclamante apenas alega que os valores recebidos a tal título eram
incorretos, mas não demonstrou, por qualquer meio, qual seria o efetivo
valor devido, transferindo, assim, tal responsabilidade à Ré e ao próprio
Judiciário. Ocorre que, a violação de um direito somente pode ser verificada
quando efetivamente demonstrado, por meio de provas tal circunstância. Se
ele foi capaz de identificar as supostas irregularidade, por certo que também
saberia, minimamente, demonstrar onde estaria o suposto equívoco patronal
que teria gerado a indicação obreira. Não ocorrendo nenhuma destas
hipótese, concordo com o Juízo sentenciante no que indeferiu o pedido por
ausência de provas.
Nego provimento.” (págs. 923-924, grifou-se e
destacou-se)

Em razões de recurso de revista, o reclamante afirma,


em síntese, que “os juros e encargos cobrados no parcelamento integram o preço final da
mercadoria, de modo que a comissão do vendedor deve incidir também sobre eles” (pág. 975),
motivo pelo qual devem ser deferidas as diferenças de comissão
pleiteadas.

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Aduz que “a comissão é salário e o critério adotado pela Recorrida de não
efetuar o pagamento da comissão com base no preço em que o produto efetivamente foi vendido, já que
descontava os juros e demais encargos financeiros decorrentes das vendas a prazo, para somente então
efetuar o cálculo e consequente pagamento da comissão do vendedor, constitui um desconto indevido
do salário o que é vedado pela constituição da República, a qual como explicitado acima, insere como
um dos direitos sociais dos trabalhadores a proteção ao salário, violando ainda os artigos 464 e 457 da
CLT” (pág. 975).
Indica violação dos artigos 457 e 464 da CLT e 7º,
inciso X, da Constituição Federal, além de divergência jurisprudencial.
O recorrente logra demonstrar conflito pretoriano, na
medida em que apresenta, à pág. 975 dos autos (pág. 4 do recurso de
revista), tese diametralmente oposta àquela explicitada pela Corte a quo,
em julgado oriundo do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, no
sentido de que “as comissões sobre as vendas a prazo devem incidir sobre o preço final da
mercadoria, neste incluídos os encargos decorrentes da operação de financiamento” (pág. 975).
Conheço do recurso de revista por divergência
jurisprudencial.

II - MÉRITO

A discussão dos autos refere-se à incidência de


comissões sobre o valor das vendas efetuadas a prazo, em que se embutem
os juros de financiamento.
O artigo 2º, caput, da Lei nº 3.207/57, que
regulamenta as atividades dos empregados vendedores, assim dispõe:

“Art 2º O empregado vendedor terá direito à comissão avençada sobre


as vendas que realizar. No caso de lhe ter sido reservada expressamente, com
exclusividade, uma zona de trabalho, terá esse direito sobre as vendas ali
realizadas diretamente pela empresa ou por um preposto desta.”

Como se nota, a lei não faz distinção entre o preço


à vista e o preço a prazo para o fim de incidência de comissões sobre
vendas e nem tampouco considera relevante ter havido, ou não, contrato
de financiamento entre o consumidor e a empresa nas vendas a prazo.

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Portanto, somente se assim expressamente acordado
entre empregado e empregador é que poderia o pagamento das comissões das
vendas a prazo ser efetuado com base no valor à vista do produto vendido.
No caso, no entanto, não há registro desse acordo, e
é incontroverso que a reclamado não computava no cálculo das comissões
pagas ao reclamante o valor acrescido dos juros decorrentes de
financiamento ao consumidor em vendas efetuadas a prazo.
Salienta-se, ainda, que a aquisição de produtos a
prazo decorre de opção da própria empresa como forma de incrementar seu
faturamento, não podendo o empregado suportar prejuízo em razão dessa
prática, com a artificial redução da verdadeira base de cálculo de suas
comissões, pois, com isso, estaria indevidamente suportando os riscos
do empreendimento, o que afronta ao disposto no artigo 2º da CLT.
Nesse contexto, deve prevalecer o entendimento de que
incidem comissões também sobre o valor do financiamento nas vendas feitas
a prazo, sendo, portanto, devidas ao reclamante as respectivas
diferenças.
Nesse sentido, os seguintes precedentes desta Corte:

“DIFERENÇAS DE COMISSÕES. PAGAMENTO À VISTA E


PAGAMENTO A PRAZO.
O artigo 2º, caput, da Lei nº 3.207/57, que regulamenta as atividades
dos empregados vendedores, não faz distinção entre o preço à vista e o preço a
prazo para o fim de incidência de comissões sobre vendas, tampouco considera
relevante ter havido ou não contrato de financiamento entre o consumidor e a
empresa nas vendas a prazo. Portanto, somente se assim expressamente
acordado entre empregado e empregadora é que poderia o pagamento das
comissões das vendas a prazo ser efetuado com base no valor à vista do produto
vendido. No caso, no entanto, não há registro desse acordo e é incontroverso
que a reclamada não computava no cálculo das comissões pagas ao
reclamante o valor acrescido dos juros decorrentes de financiamento ao
consumidor em vendas efetuadas a prazo. Nesse contexto, deve prevalecer o
entendimento de que incidem comissões também sobre o valor do
financiamento nas vendas feitas a prazo, sendo, portanto, devidas ao
reclamante as respectivas diferenças. Agravo de instrumento desprovido”
(AIRR-10759-96.2016.5.03.0052, Relator Ministro:
José Roberto Freire Pimenta, data de julgamento:
29/05/2018, 2ª Turma, data de publicação: DEJT
08/06/2018).

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“PROCESSO ANTERIOR À LEI Nº 13.467/2017. RECURSO EM
FACE DE DECISÃO PUBLICADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEI Nº
13.015/2014. I - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE
REVISTA DA EMPRESA. DIFERENÇAS DE COMISSÕES.
REVERSÃO. APURAÇÃO DAS COMISSÕES EXCLUSIVAMENTE
COM BASE NO VALOR DA VENDA À VISTA,
INDEPENDENTEMENTE DO MONTANTE EFETIVAMENTE PAGO
PELO CLIENTE. IMPOSSIBILIDADE. O art. 2º da CLT prevê que
"considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo
os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação
pessoal de serviço". O dispositivo em questão positiva um dos requisitos para
a configuração da relação empregatícia, qual seja, a alteridade. Nesse
contexto, tem-se que o empregado é aquele que trabalha para outra pessoa,
para alguém que assume os riscos da atividade econômica, mas também
aufere os lucros do empreendimento. Dessa forma, não se afigura razoável
que o empregado que não participa da distribuição dos lucros do negócio
arque com os seus riscos e, consequentemente, com eventuais prejuízos ou
diferenças nos rendimentos que daí possam advir. Nessa esteira, é imperioso
concluir que, no cálculo das comissões, não é lícito o desconto dos encargos
financeiros incidentes sobre as vendas parceladas, aí incluída a taxa devida à
administradora de cartão de crédito, porquanto tal prática configura
transferência do ônus do empreendimento aos empregados. Para a hipótese
dos autos, o Regional evidencia que a trabalhadora "foi contratada para
receber remuneração mensal à base de comissões, não havendo previsão
contratual para que, nas hipóteses de vendas a prazo, aptas a gerar encargos
para empresas de financiamento ou que administram cartão de crédito,
as comissões seriam calculadas de forma a incluir valores de encargos
financeiros sobre a venda", ou seja, as comissões da autora eram calculadas
com base no valor da venda à vista. Ora, se a empresa optou por
disponibilizar aos clientes alternativas de pagamento que não à vista, deve
arcar com o ônus de sua escolha, sendo-lhe defeso repassá-lo ao empregado,
ante o comando do já mencionado art. 2º da CLT. Precedentes. Incidem a
Súmula 333 do TST e o art. 896, §7º, da CLT. Agravo de instrumento
conhecido e desprovido. (...)” (ARR-429-49.2014.5.03.0007,
Data de julgamento: 12/09/2018, Relator Ministro:
Alexandre de Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, data de
publicação: DEJT 14/09/2018).

“DIFERENÇAS DE COMISSÕES. PAGAMENTO À VISTA E


PAGAMENTO A PRAZO. O artigo 2º, caput, da Lei nº 3.207/57, que
regulamenta as atividades dos empregados vendedores, não faz distinção
entre o preço à vista e o preço a prazo para o fim de incidência de comissões
sobre vendas, tampouco considera relevante ter havido ou não contrato de
financiamento entre o consumidor e a empresa nas vendas a prazo. Portanto,
somente se assim expressamente acordado entre empregado e empregadora é
que poderia o pagamento das comissões das vendas a prazo ser efetuado com
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desse acordo e é incontroverso que a reclamada não computava no cálculo
das comissões pagas ao reclamante o valor acrescido dos juros decorrentes
de financiamento ao consumidor em vendas efetuadas a prazo. Nesse
contexto, deve prevalecer o entendimento de que incidem comissões também
sobre o valor do financiamento nas vendas feitas a prazo, sendo, portanto,
devidas ao reclamante as respectivas diferenças. Agravo de instrumento
desprovido.” (AIRR-10138-78.2015.5.03.0135. Data de
julgamento: 29/11/2017, Relator Ministro: José
Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, data de publicação:
DEJT 1º/12/2017)

“RECURSO DE REVISTA NÃO REGIDO PELA LEI 13.015/2014.


1. DIFERENÇAS DAS COMISSÕES. CÁLCULO COM DESCONTO DE
ENCARGOS FINANCEIROS. IMPOSSIBILIDADE. O Tribunal Regional
condenou a Reclamada ao pagamento das diferenças de comissões, que
devem passar a ser calculadas sobre o valor efetivamente pago pelos clientes.
A jurisprudência deste TST, ao interpretar o disposto no artigo 2º da Lei
3.207/1957, tem se posicionado no sentido de que a norma não faz qualquer
distinção entre preço à vista e o preço a prazo para fins de cálculo das
comissões sobre vendas, não havendo, pois, falar em restrição em relação à
dedução de juros e multas, em caso de vendas parceladas. Desse modo,
entende-se que o cálculo das comissões deve incidir sobre o valor final pago
pelo cliente, exceto se houver sido pactuado entre as partes que as comissões
serão pagas sobre o valor à vista. Precedentes. Recurso de revista não
conhecido. [...]” (RR-136800-45.2009.5.12.0039. Data de
julgamento: 21/6/2017, Relator Ministro: Douglas
Alencar Rodrigues, 7ª Turma, data de publicação: DEJT
23/6/2017”

“RECURSO DE REVISTA. [...] COMISSÕES PELAS VENDAS A


PRAZO. DIFERENÇAS DEVIDAS. A respeito das comissões, a Lei
3.207/57, que regulamenta as atividades dos empregados vendedores,
estabelece em seu art. 2º, que "O empregado vendedor terá direito à comissão
avençada sobre as vendas que realizar." A referida norma não faz distinção
entre o preço à vista e o preço a prazo para o fim de incidência de comissões
sobre vendas. A norma tampouco faz menção ao contrato de financiamento
havido entre o consumidor e a empresa nas vendas a prazo. Desse modo, a
forma de remuneração efetuada sem o pagamento de comissões sobre a
parcela do preço relativa ao financiamento, para prevalecer, deveria ter sido
expressamente acordada entre empregado e empregadora. Não tendo sido tal
forma de pagamento ajustada quando da contratação, prevalece o
entendimento de que incidem comissões sobre o financiamento nas vendas
feitas a prazo. A forma de aquisição de produtos a prazo decorre de opção da
própria empresa, como forma de incrementar o seu faturamento, do que
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decorre não poder o empregado suportar prejuízo em razão dessa prática,
com a redução da base de cálculo de suas comissões, sob pena de se transferir
a ele os riscos do empreendimento (art. 2º da CLT). Recurso de revista
conhecido e provido.” (RR-10837-04.2015.5.01.0207. Data de
julgamento: 7/6/2017, Relator Ministro: Aloysio
Corrêa da Veiga, 6ª Turma, data de publicação: DEJT
9/6/2017)

"RECURSO DE REVISTA. RECLAMANTE. LEI Nº 13.015/2014.


DIFERENÇAS DE COMISSÕES. VENDAS REALIZADAS A PRAZO.
DESCONTOS INDEVIDOS. ENCARGOS FINANCEIROS. 1 - Recurso de
revista interposto na vigência da lei nº 13.015/2014. 2 - Foram preenchidos
os requisitos previstos no art. 896, § 1º-A, da CLT. 3 - Esta Corte Superior
vem se posicionando no sentido da impossibilidade de descontos nas
comissões devidas aos empregados, em virtude de encargos financeiros
decorrentes de vendas a prazo, a exemplo das taxas devidas às operadores de
cartões de crédito, pois conclusão contrária implicaria transferência indevida
dos riscos empresariais. Julgados nesse sentido. 4 - Nesse contexto, não cabe
à reclamante responder pelos riscos inerentes ao exercício da atividade
econômica e por obrigações e dívidas exclusivas da reclamada, a quem cabe
a responsabilidade pelos juros e taxas devidos às administradoras dos cartões
de crédito sobre as vendas efetuadas pela reclamante. 5 - Recurso de revista
de que se conhece e a que se dá provimento."
(...)(RR-742-48.2012.5.04.0008 , Relatora Ministra:
Kátia Magalhães Arruda, data de julgamento:
30/11/2016, 6ª Turma, data de publicação: DEJT
2/12/2016)

“RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE. DIFERENÇAS DE


COMISSÕES. PAGAMENTO À VISTA E PAGAMENTO A PRAZO. O
artigo 2º, caput, da Lei nº 3.207/57, que regulamenta as atividades dos
empregados vendedores, assim dispõe: "O empregado vendedor terá direito à
comissão avençada sobre as vendas que realizar. No caso de lhe ter sido
reservada expressamente, com exclusividade, uma zona de trabalho, terá
esse direito sobre as vendas ali realizadas diretamente pela empresa ou por
um preposto desta." Como se vê, a lei não faz distinção entre o preço à vista e
o preço a prazo para o fim de incidência de comissões sobre vendas e nem
tampouco, considera relevante ter contrato de financiamento havido ou não
entre o consumidor e a empresa, nas vendas a prazo. Portanto, somente se
assim expressamente acordado entre empregado e empregadora é que
poderia o pagamento das comissões das vendas a prazo ser efetuado com
base no valor à vista do produto vendido. No caso, no entanto, não há registro
desse acordo, e é incontroverso que a reclamada não computava no cálculo
das comissões pagas ao reclamante o valor acrescido dos juros decorrentes
de financiamento ao consumidor em vendas efetuadas a prazo. Salienta-se,
ainda, que a aquisição de produtos a prazo decorre de opção da própria
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empresa como forma de incrementar seu faturamento, não podendo o
empregado suportar prejuízo em razão dessa prática, com a artificial redução
da verdadeira base de cálculo de suas comissões, pois estaria indevidamente
suportando os riscos do empreendimento em afronta ao disposto no artigo 2º
da CLT. Nesse contexto, prevalece o entendimento de que incidem
comissões também sobre o valor do financiamento nas vendas feitas a prazo,
sendo, portanto, devidas ao reclamante as respectivas diferenças.
Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido.”(ARR-
592-97.2012.5.03.0007, Relator Ministro: José
Roberto Freire Pimenta, data de julgamento: 3/6/2015,
2ª Turma, data de publicação: DEJT 12/6/2015)

“RECURSO DE REVISTA. COMISSÕES PELAS VENDAS A


PRAZO. DIFERENÇAS DEVIDAS. A respeito das comissões, a Lei
3.207/57, que regulamenta as atividades dos empregados vendedores,
estabelece em seu art. 2º, que O empregado vendedor terá direito à comissão
avençada sobre as vendas que realizar.- A referida norma não faz distinção
entre o preço à vista e o preço a prazo para o fim de incidência de comissões
sobre vendas. A norma tampouco faz menção ao contrato de financiamento
havido entre o consumidor e a empresa nas vendas a prazo. Desse modo, a
forma de remuneração efetuada sem o pagamento de comissões sobre a
parcela do preço relativa ao financiamento, para prevalecer, deveria ter sido
expressamente acordada entre empregado e empregadora. Não tendo sido tal
forma de pagamento ajustada quando da contratação, prevalece o
entendimento de que incidem comissões sobre o financiamento nas vendas
feitas a prazo. A forma de aquisição de produtos a prazo decorre de opção da
própria empresa, como forma de incrementar o seu faturamento, do que
decorre não poder o empregado suportar prejuízo em razão dessa prática,
com a redução da base de cálculo de suas comissões, sob pena de se transferir
a ele os riscos do empreendimento (art. 2º da CLT). Recurso de revista
conhecido e desprovido.” (RR-2485- 75.2011.5.12.0018 ,
Relator Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga, data de
julgamento: 8/5/2013, 6ª Turma, data de publicação:
10/5/2013)

“DIFERENÇAS DE COMISSÕES. Conforme registrado no v.acórdão


regional, a redução do valor de incidência do percentual de comissões para as
vendas à prazo, importou em redução salarial, configurando alteração
contratual lesiva e, portanto, nula, nos termos do artigo 468 da CLT.
Violação dos artigos 5º, II, e 7º, VI, da Constituição Federal e 468 da CLT e
divergência jurisprudencial não demonstradas. Recurso de revista não
conhecido.” (RR-122800-97.2006.5.04.0029, Relator
Ministro: Guilherme Augusto Caputo Bastos, data de
julgamento: 19/9/2012, 2ª Turma, data de publicação:
28/9/2012)
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“AGRAVO DE INSTRUMENTO - COMISSÕES - VENDA A
PRAZO - DIFERENÇAS DEVIDAS. O Regional deferiu diferenças de
comissões sobre vendas, indistintamente, fossem elas à vista ou a prazo, pois
não existia previsão contratual alguma nesse sentido. O trabalho do
empregado também vendia ou intermediava operação financeira, conexa à
comercial. Neste quadro, impossível reconhecer violação direta ao artigo 2º
da Lei 3.207/57, o qual, simplesmente, assegura ao empregado vendedor as
comissões sobre vendas, sem qualquer exclusão, por isso que ao reclamado
era vedado abater do preço da venda juros de venda parcelada e financiada.
Agravo de instrumento não provido.” (AIRR -
517-59.2011.5.03.0018 , Relator Desembargador
Convocado: José Pedro de Camargo Rodrigues de Souza,
data de julgamento: 5/6/2012, 1ª Turma, data de
publicação: 8/6/2012)

Pelo exposto, dou provimento ao recurso de revista


para condenar a reclamada ao pagamento das diferenças de comissões sobre
vendas financiadas.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Segunda Turma do Tribunal


Superior do Trabalho, por unanimidade, conhecer do recurso de revista
por divergência jurisprudencial e, no mérito, dar-lhe provimento para
condenar a reclamada ao pagamento das diferenças de comissões sobre as
vendas financiadas, conforme se apurar em liquidação de sentença.
Acresce-se à condenação o valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), com
custas também acrescidas de R$ 40,00 (quarenta reais).
Brasília, 27 de fevereiro de 2019.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)


JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA
Ministro Relator

Firmado por assinatura digital em 28/02/2019 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP
2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

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