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Eficiência Energética
Comparativo dos Programas França x Brasil
__________________________________________
Eficiência Energética
Comparativo dos Programas França x Brasil
BANCA EXAMINADORA:
ORIENTADOR: __________________________________________
Prof. Leimar de Oliveira
CONVIDADO: __________________________________________
II
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE ENGENHARIA ELÉTRICA E INFORMÁTICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
__________________________________________
Eficiência Energética
Comparativo dos Programas França x Brasil
BANCA EXAMINADORA:
ORIENTADOR: __________________________________________
Prof. Leimar de Oliveira
CONVIDADO: __________________________________________
III
Agradecimentos
IV
Sumário
V
Lista de Figuras
VI
Lista de Tabelas
VII
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
VIII
CAPÍTULO 1
1. Introdução
1
consciente de sua importância para economia do país, para o meio-ambiente e,
portanto, para toda a sociedade. Com esse propósito, é preciso que sistemas,
metodologias, tecnologias, materiais e equipamentos, sejam conhecidos por
professores e alunos do ensino superior, principalmente os de engenharia e os de
arquitetura, os quais estão diretamente conectados à parte técnica do tema.
Usar bem a energia é uma forma inteligente de gerir adequadamente as
demandas e melhorar a produtividade em qualquer contexto, com benefícios
ambientais e econômicos, tanto em escala local como para toda a nação.
A crise energética vivida no Brasil em 2001, popularmente conhecida como
“apagão”, a despeito das práticas de racionamento adotadas, mostrou que o fomento
a eficiência ou a conservação de energia, contribuiu, efetivamente, com o esforço
de se manter o equilíbrio oferta-demanda de energia elétrica.
No passado a eficiência energética era tratada, basicamente, sob o aspecto
técnico, ou seja, a economia de energia era conseguida por meio do emprego de um
equipamento mais eficiente ou de uma nova tecnologia agregada ao próprio
equipamento ou processo. Recentemente, reconhecendo o papel dos consumidores,
os aspectos comportamentais e os atos de motivação e marketing, atrelados as
questões ambientais, tem sido cada vez mais valorizados. Com efeito, resultados
significativos na economia de energia podem ser conseguidos mediante a simples
sensibilização dos usuários assegurada pela correta informação. Sem dúvida, para o
bom uso da energia, é necessário difundir informação e o conhecimento aplicado.
Seja qual for a motivação, promover a eficiência energética é
essencialmente usar o conhecimento de forma aplicada, empregando os conceitos
da engenharia, da economia e da administração aos sistemas energéticos.
No capítulo 2 será explicitado o tema sobre qualidade da energia elétrica
(QEE) e seus efeitos. No capítulo 3 será abordado um dos assuntos chaves deste
trabalho, a Eficiência Energética na França, bem como no capítulo 4 a Eficiência
Energética no Brasil. Por fim, no capítulo 5, um comparativo entre os dois modelos
referenciados. O Capítulo 6 é conclusivo
Este trabalho teve por objetivo realizar um estudo comparativo sobre o
modelo de eficiência energética aplicado entre a França e o Brasil.
2
CAPÍTULO 2
QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA
3
CAPÍTULO 2
4
Figura 1 – Forma de onda de um sinal elétrico (carga linear).
Fonte: PROCEL
5
2.1. Medidas técnicas de eliminação de alguns distúrbios da QEE
6
CAPÍTULO 3
A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
NA FRANÇA
7
CAPÍTULO 3
3. A Eficiência Energética na França
8
Figura 3 – Índice de Participação de Eficiência Energética em todos os Setores – França e
União Européia.
Fonte: ODYSSEE MURE, 2009.
9
Figura 5 – Índice de Participação de Eficiência Energética no Setor Industrial.
Fonte: ODYSSEE MURE, 2009.
10
A participação da eletricidade no consumo final de energia passou de 18%
em 1990 para 24% em 2007 (Figura 7). A participação do gás natural aumentou de
16% em 1990 para 21% em 2007. O carvão regrediu de 4% do consumo final em
2007 contra 7% em 1990. A participação do petróleo diminuiu ligeiramente de 51%
para 44% em 2007. Já a biomassa (principalmente os derivados da madeira) se
manteve estável, no mesmo período em cerca de 7%. O que evidencia uma queda
na participação dos combustíveis fósseis, principais emissores de gases do efeito
estufa.
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A receita da ADEME provém de três fontes principais:
- Dotações orçamentárias do Governo;
- Receita de 4 taxas coletadas e administradas pela ADEME: Taxa
Municipal sobre resíduos sólidos, taxa sobre a poluição atmosférica, taxa sobre a
poluição sonora causada por aviões e taxa sobre o descarte de óleos.
- Fundos oriundos de serviços prestados no exterior e vendas de suas
publicações.
A ADEME possui três linhas de atuação prioritárias, nas quais se baseia a
maioria dos seus programas/projetos e que vêm de encontro à busca do
desenvolvimento sustentável naquele país: desenvolvimento de uma economia de
dejetos, visando à melhoria ambiental; construção de uma matriz energética de base
sustentável; melhoria do desempenho do setor de transportes com respeito à
redução da poluição atmosférica causada por estes.
No âmbito da União Européia, a ADEME coordena o projeto ODYSSEE,
em operação desde 1992 e que visa estabelecer indicadores de eficiência energética
para os vários setores da economia, com intuito de monitorar os progressos
realizados tanto em relação ao aumento de eficiência energética, quanto à redução
de emissões de gases de efeito estufa.
Uma lei de energia foi adotada em 2005, incluindo várias medidas e metas
relacionadas à eficiência energética.
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A Lei de Energia foi concluída pelo Plano Climático, que reforçou os
programas nacionais contra as alterações climáticas de 2004 e 2006.
Em janeiro de 2000 foi implementado um Programa Nacional visando a
diminuição das mudanças climáticas (Programme National de Lutte Contre le
Changement Climatique). Este Programa instituiu medidas técnicas e fiscais
envolvendo todos os setores que vinham causando impactos no curto e no médio
prazo e ampliou a atuação da ADEME.
13
Eis os objetivos do grupo de trabalho:
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Vale detalhar tais programas e o que é feito em setores como o
residencial/comercial, industrial, de transportes bem como outros tipos de
programas.
RESIDENCIAL
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Exceto para o aquecimento das residências (mais dominante), todos os
consumos finais aumentaram. A maior taxa de crescimento foi do consumo de
eletricidade para uso final em aparelhos elétricos e de iluminação (80%).
Em 2007, nenhuma evolução especial pôde ser observada, exceto para o
aparelho elétrico, como citado anteriormente.
Entretanto, a parcela do consumo de energia, para uso final em aquecimento
caiu de 77% em 1990 para 70% em 2007. Ao contrário, a tendência dos aparelhos
elétricos aumentou em 5% (Figura 9).
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Figura 10 – Participação no consumo de aparelhos.
Fonte: ODYSSEE MURE, 2009.
- Diagnósticos energéticos:
A ADEME passou a realizar, a partir de 1999, diagnósticos energéticos subsidiados
em 50% do custo real e ainda pré-diagnósticos que visam orientar as comunidades a
diminuir o consumo de energia.
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- Edificações e desenvolvimento urbano:
Os programas da ADEME nessa área se concentram na eficiência energética e na
qualidade ambiental nas edificações, no planejamento urbano e a infra-estrutura, e
no gerenciamento municipal de lixo urbano.
INDUSTRIAL
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estrutural, a produtividade energética da indústria piorou em 2007 em comparação a
2006.
Outras atividades são aplicadas no setor industrial, entre elas:
SERVIÇOS
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Fonte: ODYSSEE MURE, 2009.
O setor dos serviços registrou um forte crescimento da atividade. Desde
1990, o valor aumentou em 43%, o emprego cresceu 28%, a construção aumentou
34% e a produtividade do trabalho (valor acrescentado dividido pelos empregados)
aumentou em 12%.
TRANSPORTES
1990 2007
Estrada 87% 83%
Ferrovia 3% 3%
Aérea 10% 15%
Marítimo 0% 0%
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Tabela 2 - Tendência de consumo por veículo rodoviário.
1990 2007
Carros 61% 57%
Motos 1% 1%
Ônibus 2% 2%
Veículos leves 14% 19%
Caminhões 22% 22%
OUTROS PROGRAMAS
- Etiquetagem e marketing:
A ADEME emite selos de eficiência energética para a maioria dos
eletrodomésticos, também atua em conjunto com a Eletricité de France (EDF),
empresa estatal de energia, para promover campanhas sobre esses produtos.
21
- Produção de eletricidade a partir de fontes renováveis de energia;
Incentivos fiscais:
22
- Redução de impostos: redução no imposto de renda para investimentos em
isolamento térmico, melhorias nas instalações de aparelhos de aquecimento.
Incentivos financeiros:
- Incentivos financeiros para aquecedores de água residenciais eficientes em
prédios;
- Financiamento de diagnósticos energéticos – a partir de 1999 a ADEME
passou a financiar 50% do custo de diagnósticos energéticos nos setores
residenciais e comerciais;
- Setor industrial: Desde 1983 a ADEME provê apoio financeiro de 50% do
custo para as indústrias que realizam diagnósticos/auditorias energéticas.
A ENERGIA TÉRMICA
- Madeira
Em 2004, o aproveitamento da biomassa para fins energéticos (principalmente
madeira) representa 9,18 milhões de tep. Em 2015, ele poderia representar 14-18
Mtep. A Tabela 3 explicita a situação.
23
Fonte: ADEME, 2009.
- O biogás
0,814 milhões de tep de energia térmica produzida em 2004 por incineração, 50%
do que é a partir da biomassa. 0,006 milhões de tep de energia térmica produzida
em 2004, utilizando o biogás a partir de centros de armazenagem de resíduos
domésticos.
Unidades existentes no final de 2004: 660.000 m2, dos quais 30% estão nos
departamentos franceses ultramarinos, usado para aquecimento de piscina,
produção doméstica de água quente e aquecimento individual, em grupo e setores
de serviços.
Dados de 2004: Equivalente a 150 mil casas aquecidas. Adicional de 2.000 a 3.000
lares por ano, ou seja, 400.000 t de CO2 evitadas por ano (ADEME, 2009).
A ELETRICIDADE
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Capacidade total instalada de 20 MW no final de 2004, dois terços dos quais nos
departamentos franceses ultramarinos e na Córsega, repartidos da seguinte forma:
11 MW em locais dispersos e 9 MW conectados a uma rede.
25
OS BIOCOMBUSTÍVEIS E BIOPRODUTOS
26
CAPÍTULO 4
A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
NO BRASIL
27
CAPÍTULO 4
28
principalmente, à falta de um crescimento econômico significativo no País,
associado ao uso de tecnologias mais eficientes. A previsão para o período 2000-
2004, segundo o MME (Ministério de Minas e Energia), é que o crescimento da
demanda de energia permanecesse maior do que o crescimento do PIB, mesmo
após a crise de energia de maio de 2001 e as ações de eficiência energética que se
seguiram após a mesma.
Nesse contexto, as ações de eficiência energética aparecem como forte
alternativa, ao diminuir o desperdício de energia, otimizar a sua produção e uso e
promover uma utilização da energia existente de forma mais racional e eficiente.
Bem como, evita ou adia a necessidade de produção extra de energia e
conseqüentemente novos investimentos, minimizando, ainda os impactos
ambientais negativos da expansão da produção.
O uso eficiente da energia propicia, ainda, benefícios relacionados à
diminuição da poluição atmosférica - provocada por equipamentos e/ou máquinas
ineficientes, como o caso dos veículos e motores movidos a diesel e gasolina - a
emissão de gases do efeito estufa, a melhoria da saúde e a geração de empregos.
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Figura 15 - Consumo de Energia Elétrica no Brasil por Setor da Economia.
Fonte: EPE.
30
desenvolvimento de sistemas de informação computadorizados;
projetos de Gerenciamento pelo Lado da Demanda (GLD);
programas de redução de perdas na oferta;
atuação no uso final (residencial, industrial, comercial, rural e público).
SETOR RESIDENCIAL
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Foram eleitas quatro áreas de atuação como maior capacidade de economia
de consumo de energia elétrica: refrigeração, iluminação, aquecimento solar e
projetos com comunidades de baixa renda.
O Programa Nacional de Eficientização de Prédios Públicos - PNEPP tem
como meta reduzir o desperdício de energia elétrica nos prédios, promovendo a
otimização dos gastos de energia, principalmente pelo uso da iluminação e
refrigeração eficientes e pela orientação aos funcionários quanto ao uso racional
dos recursos (PROCEL, 2006).
SETOR INDUSTRIAL
SETOR COMERCIAL
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eficiência energética nos seus respectivos segmentos, e são amplamente divulgados
para possibilitar a implementação em outros empreendimentos. O Programa
também inclui atividades nas áreas de treinamento Técnico e Gerencial,
objetivando capacitar profissionais nas empresas comerciais, nos agentes
financeiros e nas empresas de consultoria.
A Tabela 5 apresenta alguns exemplos de opções tecnológicas que podem e
são utilizadas na gerência pelo lado da demanda pelo PROCEL.
33
Até este momento, este era um setor monopolizado pelo estado, e no
período 1995-2000, passou por profundas mudanças, sendo as principais:
34
Figura 16 – Recursos e reservas energéticas brasileiras.
Fonte: BEN, 2005.
35
O Brasil, comparado à maioria dos demais países, apresenta uma condição
energética singular e que evoluiu de forma distinta. Do lado dos combustíveis
líquidos, nosso país progressivamente passa de importador de volumes
significativos de petróleo para um quadro de auto-suficiência, explorando suas
importantes reservas, contudo a custos e preços elevados, que recomendam o uso
criterioso dos combustíveis.
Quanto à eletricidade, os enormes potenciais de hidroeletricidade
impuseram investimentos elevados para seu desenvolvimento, como os efetuados
na segunda metade do século passado e ocasionando, às vezes, crises setoriais.
Em outros termos, é preciso conhecer, diagnosticar a realidade energética,
para então estabelecer as prioridades, implantar os projetos de melhoria e de
redução de perdas e acompanhar seus resultados, em um processo contínuo. A
Figura 17 representa as etapas de um programa de uso racional de energia.
37
Figura 18 - Etapas de uma Auditoria Energética.
Fonte: PROCEL.
38
4.3. Sistemas de selos e padrões de eficiência para
eletrodomésticos
39
estabelecerem padrões dinâmicos é relacionando-os aos eletrodomésticos mais
eficientes do mercado.
4.4. Vantagens e benefícios da Eficiência Energética
4.4.1. Na Sociedade:
Mais benefícios para a população, pois haverá maior disponibilidade de
energia;
O Estado evitará o desperdício de energia e, dessa forma, obterá mais
recursos para investir na área social.
40
Produtividade e competitividade das empresas;
A otimização energética muitas vezes pode ser um ponto de partida para a
modernização tanto de instalações prediais como de processo industriais,
aumentando o volume de produção com o mesmo consumo de energia.
Melhoria do ambiente de trabalho e da segurança.
Incremento da motivação e participação dos colaboradores devido à
melhoria do ambiente, com adequação de instalações e equipamentos aos
novos processos de trabalho.
4.4.4. No Estado:
Menos investimentos em usinas hidrelétricas e termelétricas,
contribuindo para o menor endividamento e ganho de competitividade;
Atração de novos investimentos e geração de emprego e renda;
Garantia do suprimento de energia elétrica.
41
CAPÍTULO 5
COMPARATIVO – EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA FRANÇA x BRASIL
42
CAPÍTULO 5
43
Quadro 5.1 - Matriz comparativa de eficiência energética dos países estudados.
FRANÇA BRASIL
Agências Estaduais
Regionais
Descentralizadas Municipais
Vinculação a órgão
ADEME ____
Ambiental
2001-Lei de
Legislação 1996 Eficiência
Energética
Programa Nacional de National Programme Against ____
Mudanças Climáticas Climate Change
- Redução consumo energético
- Melhoria da qualidade do ar Residenciais
- Gestão ambiental urbana Comerciais
- Otimização da gestão de Industriais
Principais programas de resíduos Prédios públicos
eficiência energética e -Setor residencial/comercial Edificações
gestão ambiental (5) Iluminação Pública
-Setor industrial (8) Comunidades de
- Transportes (3) baixa renda
- Programas interdisciplinares Hospitais
(5 projetos)
Etiquetagem Obrigatória Sim Não
Padrões mínimos de
Eficiência Energética Sim Não
para equipamentos
Padrões de eficiência
Sim Não
para edificações
Incentivos econômicos Sim Não
Programas de educação Sim Sim
Programas voluntários Sim Não
ONG‟s, Empresas Privadas,
Parcerias fabricantes de equipamentos, Empresas Públicas
ESCO´s
Fonte: ADEME, PROCEL.
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A eficiência energética pode ser um poderoso instrumento de política
ambiental, como é verificado nos países estudados. Ela reduz as perdas na
distribuição de energia e, por outro lado, torna mais eficiente o consumo de energia,
permitindo elevar a capacidade instalada sem construir usinas, evitando-se assim,
ações como o alagamento de terras e o remanejamento de populações e, em nível
global, as emissões de gases de efeito estufa.
Ao longo dos anos, estudando a prática das instituições de eficiência
energética, nota-se que a preocupação com as questões ambientais foram se
acentuando, tanto nos seus objetivos quanto nos seus programas, como os de
combustíveis limpos, energias renováveis, diminuição de emissão de gases de efeito
estufa, entre outros (MENKES, 2004).
Agências e programas de eficiência energética vêm sendo vinculados a
órgãos ambientais, a exemplo da ADEME na França. Isso ocorre para que haja o
cumprimento do acordo de mudanças climáticas e do Protocolo de Kyoto, que
fazem parte de políticas ambientais.
As empresas geradoras e distribuidoras de energia são incentivadas a
economizar energia, diminuindo as perdas na distribuição e na transmissão, bem
como o consumidor é incentivado a gastar o mínimo possível de energia, por meio
de taxação. Pode ser também incentivado, por meio de estímulos financeiros, a
comprar equipamentos eficientes mais baratos do que utilizar a energia de forma
mais eficiente.
A maioria dos programas de eficiência energética, em países desenvolvidos,
descentralizou suas ações, responsabilizando os governos locais em planejar, impor
metas e estipular orçamentos para a melhoria das ações.
O mercado de eficiência energética amplia-se, gradativamente, em todos os
países. Além da ampliação do próprio mercado, o que se verifica é que se está
utilizando cada vez mais os padrões de desempenho energético para edificações
(Energy Performance Standard), e estes são utilizados em conjunto com os padrões
de eficiência energética existentes para materiais e/ou equipamentos (insolação,
janelas).
Uma grande evolução nos índices de eficiência energética foi a introdução
dos certificados de eficiência para edificações. Estes possuem uma semelhança com
os selos de eficiência para equipamentos e eletrodomésticos, porém mais
complexos, ou seja, com maior número de itens para serem avaliados e aprovados.
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Esta avaliação por sua vez, levou à introdução de outro padrão de certificação, o
green building, que associam índices de eficiência energética a padrões de
sustentabilidade ambiental. Esses padrões são relacionados à utilização de água de
forma eficiente; utilização de materiais menos impactantes ao meio ambiente;
adaptação de edificações existentes ao invés de novas construções; otimização do
uso de material evitando o desperdício, entre outros.
Desta forma, ações pontuais de eficiência energética foram se juntando a
outras ações que visam à sustentabilidade ambiental, constituindo-se um universo
de ações mais elaboradas que beneficiam o meio ambiente e a sociedade.
Cabe ressaltar que entre os dois países estudados, os programas de
eficiência energética da França (ADEME) são os mais abrangentes, e compreendem
uma grande quantidade de ações envolvendo questões ambientais que vão muito
além de uma simples estratégia para tratar das questões energéticas associadas ao
aquecimento global.
Vale salientar que os programas e ações, nos países desenvolvidos, são
constantemente acompanhados e avaliados, para que se possa checar a eficiência e
os resultados alcançados. A partir dessas avaliações, são planejadas as próximas
metas e ações dos programas assim como quais inovações serão necessárias para a
melhoria do processo e se necessário, introduzidos novos instrumentos legais,
administrativos e/ou econômicos.
Os programas franceses mesmo, vinculados à eficiência energética, atuam
em áreas maiores de problemas ambientais, como a qualidade do ar, gestão de
resíduos sólidos domésticos e industriais, desenvolvimento urbano, poluição
sonora, entre outros.
A eficiência energética no Brasil ainda não está voltada para o meio
ambiente, as ações se encontram restritas a um programa dentro do
MME/Eletrobrás (PROCEL), as ações são trabalhadas desvinculadas dos
departamentos de meio ambiente e não se tem em vista implementar, em curto ou
médio prazo, uma política de eficiência energética que a meta seja maximizar os
ganhos ambientais.
Após a crise energética que se instalou no Brasil em 2001, alguns indícios
de mudanças vieram a ocorrer, como por exemplo, a criação de comitês que
tratavam de questões relacionadas à eficiência energética.
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Mas algumas dessas ações foram interrompidas em 2002 (mudança de
governo), tais como:
47
Fazendo uma análise comparativa entre o Brasil e a França, nota-se que
aqui, os programas estão fortemente ligados a variáveis políticas e econômicas.
Com as eleições, surge um novo governo e as ações recomeçam, aparentando o
início de um novo programa. Já a França, por exemplo, têm os programas e
instituições mais consolidadas, servindo de modelo energético.
Já no processo de inserção da eficiência energética, entre a França e o
Brasil, existe uma diferença que são as parcerias existentes do setor público com o
privado em prol de ações eficientes. Tal fato permite um aumento de recursos
financeiros e mão de obra mais eficaz para os programas e ações implementadas.
Outro fator importante que difere as ações entre França e Brasil é que essas
foram introduzidas no país face às exigências de alguns órgãos competentes, que só
fariam empréstimos a programas de eficiência energética que fossem voltados à
sustentabilidade ambiental.
O Brasil apresenta avanços em ações de eficiência energética, mesmo que
não se possa considerar da mesma magnitude das implantadas em países como a
França. A regulamentação da eficiência energética sofreu um atraso em torno de
dez anos, tendo como consequência índices de eficiência energética bem abaixo dos
estipulados, menos diagnósticos energéticos, treinamentos e assessorias.
A relação entre investimentos e retornos referentes à eficiência energética
varia entre 1:2,5 nos EUA e mais de 1:9 no Brasil, de acordo com os dados oficiais
do EERE (Energy Efficiency and Renewable Energy) e do PROCEL.
Em números, investimentos em eficiência energética trazem retornos de 10
a 25% acima dos recursos investidos, tem-se a economia de energia e de meio
ambiente, ou seja, menos poluição e menor emissão de gases de efeito estufa.
França e Brasil vêm implementando programas setoriais de eficiência energética, e
em sua maioria vinculados a programas de mudanças climáticas.
O setor ambiental brasileiro precisa adotar as ações de eficiência energética
como parte de sua política, pois somente assim o permanente conflito entre
produzir energia e otimizar o seu uso será possivelmente resolvido (MENKES,
2004).
Por fim, conclui-se que o modelo político, ambiental e energético, pode
chegar aos dois extremos, seja de cooperação ou conflito. Trabalhar visando
somente interesse próprio atrapalha a tendência de organização e trabalho conjunto,
para resolver este problema é preciso vontade política e mobilização social.
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CAPÍTULO 6
CONSIDERAÇÕES FINAIS
49
CAPÍTULO 6
6. Considerações Finais
50
CAPÍTULO 7
BIBLIOGRAFIA
51
CAPÍTULO 7
7. Bibliografia.
52