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PROTEÇÃO DE NASCENTES EM PROPRIEDADES RURAIS NO

BIOMA CERRADO: técnica solo-cimento.

Palavras-Chave: Nascentes; Cerrado; Propriedade.


INTRODUÇÃO
O presente resumo trata-se da primeira atividade do projeto: Proteção de Nascentes em
Propriedades Rurais no Bioma Cerrado. O início deste projeto aconteceu no segundo semestre de
2018, com a participação de alunos do curso de Engenharia Ambiental e professores dos cursos de
Engenharia Ambiental, Administração e Direito da Universidade de Rio verde – Campus Caiapônia
(UniRV). A ideia surgiu devido à preocupação com a falta de água nas propriedades rurais, diante
deste fato a importância da recuperação das nascentes em propriedade rurais para a oferta
permanente de água. Por isso este projeto visa demostrar aos proprietários rurais técnicas para
captação e escoamento da água de nascentes, através da contenção/barramento em sua base,
utilizando cimento de secagem rápida e solo, de modo a provocar o mínimo impacto possível. Em
conjunto são desenvolvidas atividades de cunho educativo e informativo, visando a preservação e
recuperação dessas nascentes.
Os envolvidos no projeto compartilham da preocupação do aumento do desmatamento no cerrado e
sua relação com a crise hídrica. Sabe-se que os níveis dos rios e córregos vem apresentando
reduções nos últimos anos e que a retirada da vegetação de uma determinada área pode ocasiona o
surgimento do processo erosivo, perca da biodiversidade e em determinadas condições físicas e
antrópicas dificulta que água das chuvas infiltre e promova o recarregando dos lençóis e aquíferos.
Posto que, quando não ocorre a recarga destes, não só os níveis dos rios e córregos reduz, mas pode
acarretar na seca de nascentes. Acrescentando a problemática do desmatamento tem-se a livre
circulação do gado e/ou de maquinas em áreas de nascentes.
Segundo Pregelli et al (2008) um dos fatores a se observar são os fluxos das nascentes que pode
apresentar baixas devido à falta de água nos lençóis. As nascentes são pontos de afloramento do
lençol onde se deve dar importâncias, pós a partir delas que são formados os córregos e rios.
Partido desta analise conceitual das nascentes e sua importância para o uso do homem, a busca por
meios que possa proteger ou recuperar sua integridade torna-se imprescindível. A proteção de uma
nascente com sua vegetação nativa proporciona uma melhor qualidade e disponibilidade de água.
O projeto visa usar metodologias existentes e/ou ainda adaptá-las para recuperar e proteger as
nascentes no bioma Cerrado. Buscando conservar e restaurar a sua integridade, garantindo o acesso
a água de qualidade além de preservar o meio ambiente. Deste modo, contribuindo para que se
efetive o desenvolvimento sustentável. O projeto busca ainda aproximar os produtores rurais da
Universidade. Sendo objetivo geral: Promover a proteção de nascentes através da disseminação dos
aspectos legais e práticos, demonstrando e aplicando em conjunto com os proprietários rurais
técnicas de baixo custo é de fácil implementação e acessíveis financeiramente. De modo mais
específico : a) Recuperar e proteger as nascentes que apresenta estado de degradação; b) Melhorar
a qualidade da água disponibilizada para o produtor rural; c)Utilizar tecnologias e metodologia de
ensino para conscientizar o produtor sobre a importância da proteção dos recursos hídricos; d)
Aplicar o conhecimento teórico e prático de métodos de conservação e proteção das nascentes.
Neste texto está descrito os resultados obtidos na primeira ação em campo do projeto, realizada na
fazenda Encantado, de propriedade da Sr.ª Oelia Faria da Silva. Com trinta e seis hectares a
pequena propriedade está localizada no município de Palestina de Goiás – GO, na qual a
proprietária deseja preservar e recuperar as nascentes existentes. Nesta oportunidade foram
convidados vizinhos da propriedade para abranger a comunidade, e demostrar a estes a importância
do trabalho de proteção, participaram três famílias todas com propriedades próximas.
METODOLOGIA
A metodologia empregada tem sua base na técnica: Proteção de nascentes à base de solo-cimento,
utilizado Costa Alemão (2015), mas com algumas adaptações técnicas as condições locais.
As ações do projeto aconteceram em duas etapas, na primeira ocorreu a apresentação dos aspectos
legais das legislações vigentes: novo código florestal Lei nº.12.651/2012, que dispõe sobre a
proteção da vegetação nativas e a Lei n°. 9.433/1997, chamada de “Leis das Águas” que gerencia e
regulamenta os recursos hídricos. Demostrando in loco características das Áreas de Preservação
Permanente (APP) em especial as nascentes, os dimensionamentos necessários para sua proteção,
indicando espécies nativas e formas de plantio para reflorestamento das áreas de nascentes, por fim
esclareceu as eventuais dúvidas dos participantes.
A segunda etapa executada foi predominantemente prática, sendo realizada no entorno da nascente
a serem recuperada. O trabalho iniciou com a localização exata da nascente e a limpeza das áreas
próximas da mesma, seguido da drenagem da água e construção da barragem de contenção com
solo-cimento, instalação dos canos de limpeza, captação e esgotamento, seguido do calçamento
com rochas (pedras) é a finalização com a cobertura de Geomembrana. Os materiais e ferramentas
necessários para realização do projeto na propriedade estão listados nas tabelas 1 e 2
Tabela 1 – Materiais utilizados para construção da proteção das nascentes.

MATERIAIS UNIDADE
Cimento de secagem rápida Quilo (kg)
Impermeabilizante Litro (l)
Cano de PVC soldável 100 mm Metro (m)
Cano de PVC soldável 50 mm Metro (m)
Cano de PVC soldável 25 mm Metro (m)
Tampão (cape) para cano PVC 100 mm Unidade (Un)
Tela plástica (tipo mosquiteiro) Metro (m)
Água sanitária Litro (l)
Luva soldável com rosca Unidade (Un)
Adaptador com Rosca 25 mm Unidade (Un)
Rochas (Pedras) Metros cúbicos (m³)
Solo Metros cúbicos (m³)
Geomembrana 1000 Micras Metro (m²)
Fonte: próprio Autores (2018)

Para execução da atividade utilizou-se ferramentas usadas construções de alvenarias, mas que
facilmente são encontras em propriedades rurais, todavia e indicado verificar junto ao proprietário
da área a disponibilidade destas ferramentas. Portanto a sugestão é sempre organizar todas as
ferramentas com antecedência para evitar perca de tempo.
Tabela 2 – Ferramentas necessária para construção da barragem ao entorno das nascentes

FERRAMENTAS
Enxadas
Peneiras para areia
Colheres de pedreiro
Baldes plástico
Pás
Fonte: próprio Autores (2018)

Quanto aos custos dos materiais representados na tabela 1, pode haver variação de gastos de acordo
com a quantidade de nascentes a ser recuperada, estima-se que os gastos com esses materiais
fiquem entorno de R$ 100,00 reais por nascente. A quantidade de ferramentas dispostas na tabela 2,
dependerá da quantidade de pessoas envolvidas diretamente.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos indicam que a implementação da técnica solo-cimento na nascente trará
recuperação da nascente a longo prazo se o cercamento e o plantio das espécies indicadas for
realizado, de imediato tem potencial de fornecimento de água em quantidade considerável para
atender a demanda da família residente na propriedade através de uma captação sustentável
proporcionada por meio de uma técnica simples e econômica. Houve a percepção que após as
instruções os participantes tornaram-se aptos a implementa-la ou ainda adaptá-la de acordo com
suas necessidades e disponibilidade financeiras. Não menos importante acredita-se que exposição
dos elementos teóricos e práticos apresentados contribui para ampliação do senso de
responsabilidade com o meio ambiente. E por fim, que à ação resultou em aproximação entre
comunidade e universidade.
Na figura 1, tem-se a reprodução de atividades teóricas e práticas. Na foto (A) é o registro do
momento da exposição dos aspectos legais, enquanto que na foto (B) trata-se da demarcação do
raio com qual se deve cercar a nascente em questão.

Figura 1 - Exposição dos aspectos legais e determinação da área a ser cercada

A B

Fonte: Autores (2018).


Conforme observar-se na figura 2, a instalação é simples e requer poucos materiais e recursos
financeiros. Foram utilizadas rochas (pedras) encontradas na própria propriedade, isto reduz o
custo. Outro fato é que os todos participantes auxiliarão na execução, deste modo não existe custo
com mão de obra. É importante ressaltar que na foto (C) tem-se a instalação da barragem e da
encanação, sendo o cano de 100 mm na parte inferior para a realização de limpeza futuras na
nascente, o cano de 25 mm ao centro é utilizado na captação, ou seja é neste cano que se realizou a
encanação até o local de armazenamento, enquanto que na foto (D) compreende calçamento com
rochas (pedras) para posteriormente a finalização com a cobertura de Geomembrana.
Figura 2- Montagem do sistema Solo-Cimento e calcamento com pedras

C D C D

Fonte: Autores (2018).

Na figura 3, tem-se o resultado final da implantação da técnica solo-cimento, restando apenas a


instalação da encanação até a caixa d’água, realizado no dia posterior pela proprietária. Todo esse
processo foi realizado em um dia e meio. Mas dependendo das condições e do número de
indivíduos pode ser realizado tranquilamente em um dia. É interessante ressaltar que à
disponibilização do material próxima à nascente otimiza o processo.

Figura 3 – Resultado após a implementação da técnica solo-cimento

Fonte: Autores (2018).


O desenvolvimento do projeto demostrou resultados satisfatórios, pois a barragem de contenção
desempenhou o seu papel de retenção da água até o nível desejado, não havendo nenhum
vazamento no momento da construção da barragem. Após o termino da implementação da técnica
obteve-se a vazão de 2 litros em 4 minutos que corresponde a 0,0083 litros por segundos, que
equivale a 30 litros/hora. Fazendo uma correlação com caixa de água de 1.500 litros seriam
necessários entorno de 48 horas (02 dias) para sua completa recarga. O resultado foi considerado
satisfatória pelos presentes, ocorrendo até mesmo à intenção por parte dos presentes ao constatar o
potencial de água desta nascente em desenvolver a técnica em outras nascentes.
Entretanto no decorrer dos dias, observou-se que o afloramento ocorrera abaixo da barragem de
contenção, possivelmente existe uma relação direta com o tipo de solo encontrado no local, trata-se
de um solo arenoso, o que indica alta taxa de infiltração. Este fato chamou atenção para a busca de
soluções ou até mesmo a compreensão da existência de restrições de aplicação da técnica solo-
cimento. Ao certo é que será necessário ampliar os estudos a respeito da ocorrência desta situação.
Mas de modo geral, os resultados são satisfatórios, pois ao menos nesta nascente se seguido todas
as orientações para serem realizados posteriormente (reflorestamento e cercamento) a nascente
estará protegida e em alguns anos recuperada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo demostrou resultados satisfatórios é a viabilidade de ser realizado por pequenos,
médios e grandes proprietários preocupados em recuperar e preservar as nascentes. Acredita-se que
foi possível demostrar através da práxis a importância de ações que visem proteger as nascentes e
ainda ressaltar a acuidade da educação ambiental nesse processo.
Embora tenha ocorrido o afloramento da nascente abaixo da barragem em condição de solo
arenoso, isto não foi considerado como insucesso ou fracasso da ação, mas apenas revelou a
necessidade de estudos mais aprofundados sobre sua construção nesse tipo de solo, tornando-se um
desafio para todos os participantes do projeto. Há um entendimento por parte dos participantes que
o resultado da ação foi positivo, pois por meio desta foi possível demostrar aos proprietários rurais
o emprego de uma técnica de baixo custo de fácil implementação e acessível que viabiliza a
captação de água para os mais diversos fins.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Presidência da República. Lei n. 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Institui a Política
Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos,
regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de
13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Diário oficial
[da] República Federal do Brasil, Brasília, DF, 9 de jan. 1997. Não paginado. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9433.htm>. Acesso em: 22 fev. 2019.
BRASIL. Presidência da República. Lei n. 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção
da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro
de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de
1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001;
e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26
mai. 2012. Não paginado. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2012/lei/l12651.htm>. Acesso em: 22 fev. 2019.
COSTA ALEMÃO, Alfredo Braz da. Proteção de Nascentes à Base de Solo Cimento. Curitiba:
Instituto Emater, 2015. Disponível em:
<http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/folheto_Protecao_Nascentes.pdf>. Acesso em: 14 set.
2018.
PREGELLI, D. R. et al. Recuperação de nascentes em área de Cerrado, Embrapa gado de corte,
Campo Grande, Brasil. In.: IX Simpósio Nacional do Cerrado: Desafios e estratégias para o
equilíbrio entre sociedade, agronegócio e recursos naturais, p. 1-7, 2018. Brasília-DF, Anais
Eletrônicos. Brasília-DF. Disponível
em:<https://www.researchgate.net/profile/Rodiney_Mauro/publication/262178462_Recuperacao_d
e_Nascentes_em_Area_de_Cerrado_Embrapa_Gado_de_Corte_Campo_Grande_Brasil/links/0f317
536ceaa5da2f8000000/Recuperacao-de-Nascentes-em-Area-de-Cerrado-Embrapa-Gado-de-Corte-
Campo-Grande-Brasil.pdf>. Acesso em: 12 set. 2018

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