Вы находитесь на странице: 1из 5

1 – O método de Marx consiste em descer do concreto aparente (abstrato) do

objeto de estudo, aquilo que se mostra, até atingir o concreto (pensado) que é obtido
através de um processo de análise do materialismo histórico e dialético, reproduzindo as
conexões internas do objeto, suas relações, revelando seu movimento representado por
suas relações internas e externas, suas contradições, suas condições históricas reais, as
conexões essenciais que o compõem. O concreto pensado não é mais o aparente. É a
compreensão da realidade nos seus nexos internos, fazendo parte de um todo; situando o
objeto isolado dentro de uma totalidade.

2 - Mercadoria é um objeto exterior, uma coisa que, por suas características,


atende às necessidades humanas de qualquer natureza (valor de uso) e pode obter outras
mercadorias (valor de troca). Sob o ponto de vista da teoria do valor de Marx, encontra-
se no cerne dessas relações sociais a obtenção do lucro por parte de quem detém os
meios de produção. Isso se faz devido à característica peculiar que as mercadorias
possuem: além do valor de uso, como há em qualquer produto, há o valor de troca. O
valor de uso seria tão-somente a utilidade ou propriedade material que um produto
possui para satisfazer as necessidades humanas: o objeto externo da mercadoria. O valor
de troca, por sua vez, seria uma relação quantitativa de troca de valores de usos
diferentes que abstrai esses valores. Abstração essa que ocasiona uma camuflagem no
modo operacional das relações de produção, pois se vê menos a complexidade do que a
simplificação do processo de produção e de consumo das mercadorias. A esse caráter de
predominância do valor de troca, pela qual se opera a exploração do trabalho alienado e
desse modo a obtenção do lucro por parte do capitalista, sobre o valor de uso e,
consequentemente, a ocultação do mediato pelo imediato, Marx chama de fetichismo.

3 - A segunda e a terceira geração de intelectuais que repensaram o marxismo


interpõem-se entre a primeira geração constituída por Marx e Engels, e o chamado
marxismo ocidental que abarca diversos autores dentre os principais ressaltamos
Gramsci, Lukacs e Korsh. Caracterizamos a segunda geração principalmente pelo fato
da busca pela sistematização do materialismo histórico que passaria então a abranger a
teoria do homem e da natureza amplificando assim a visão dos movimentos operários,
contextualizando também as obras marxistas com o momento histórico vivido por esses
autores que são: Labriola, Mehring, Kautsky, e Plekhanov. A terceira geração se
encontrava em meio á uma nova fase do capitalismo, onde este efetuava novas medidas
a fim de perpetuar-se como sistema político econômico e social. Dentre essas medidas
destacamos o imperialismo, que buscava a colonização de novos mercados
possibilitando fontes alternativas de matéria prima e mercados consumidores. Outro
fator digno de nota eram os movimentos sociais que eclodiam neste contexto, e
inclusive alguns autores como Rosa Luxemburgo e Lênin viam-se efetivamente
envolvidos neste contexto beligerante que gerava uma forte adjecção entre teoria e
prática. Uma das grandes preocupações desses autores era decifrar a obra marxista“O
Capital” defronte a essa nova conjuntura de fatores históricos obviamente análogos á
contextura de Marx. Estava colocada assim a grande questão para estes autores da
terceira geração: como superar esse novo capitalismo que se reinventou?

4 – Na afirmação de Perry Anderson, o autor coloca, de forma direta e resumida,


como o texto discorrerá com o marxismo ocidental, tema aqui em questão. Para ele, o
marxismo ocidental, em si, já indica tempo preciso, mesmo sendo historicamente difícil
marcar o começo e o término do marxismo no ocidente. Apesar das contradições e
divergências dos marxistas ocidentais, havia uma unidade do pensamento marxista entre
eles, uma tradição intelectual comum. A segunda e a terceira gerações de marxistas
eram de ativistas, extremamente ligados à política e aos movimentos sociais operários,
tentavam aplicar a teoria marxista e preocupavam-se de fato em constituir uma
revolução da classe operária; já os marxistas ocidentais não possuíam uma hegemonia,
esse marxismo fica centralizado nas universidades e está mais preocupado e atento aos
escritos de Marx filósofo, onde ele trabalhará com textos voltados ao campo da
ideologia. Assim, os textos econômicos de Marx ficam em segundo plano. Passam
(ocidentais) pela forte influência do fascismo/nazismo e stalinismo, marcos históricos
que acabam apagando os movimentos operários, gerando um distanciamento entre
teoria e prática política. Voltam-se mais para escritos onde Marx discute a
superestrutura, e abordam temas como cultura, música, arte; abordando, também, as
diferentes interpretações dadas à Marx. Restrito às universidades, a linguagem torna-se
mais acadêmica. Perry Anderson dirá que o que faltou aos marxistas ocidentais foi uma
internacionalização.

5 – O marxismo ocidental, crítico, deu ênfase para a cultura, a filosofia e a arte;


afastando-se da economia política e do Estado, pondo em questão o marxismo soviético
que representava as conquistas da revolução Russa. Assumiu uma forma filosófica,
onde a política se combinava com a filosofia, analisando as derrotas revolucionárias na
Europa no século XX. Os marxistas ocidentais fizeram uma releitura de Marx dando
particular atenção às categorias de cultura, consciência de classe e subjetividade;
argumentam que Marx não propôs apenas uma teoria mais avançada da economia
política, mas sobretudo uma crítica. Nessa análise, encontra-se o papel do fascimo e do
nazismo sobre as classes operárias e explicando o motivo das derrotas dos movimentos
nos países onde essas ideologias foram implantadas. Além de um natural sufocamento e
perseguição aos líderes revolucionários, uma crise econômica aguda (por quais
passaram Itália e Alemanha, pós 1ª Guerra Mundial) pode promover (e foi o caso) não
só o maior radicalismo da classe trabalhadora (contingente militar para a 2ª Guerra)
como também o rápido desenvolvimento de movimentos políticos de direita.

6 – Gramsci rompe com tradição academicista, apresentando o bloco histórico


onde a estrutura e a superestrutura se situam. Concorrendo, dentro da superestrutura,
estão a sociedade civil e a sociedade política, o Estado. Em Gramsci, a ideologia surge
como papel norteador para formar aquilo que denomina Hegemonia que se dará na
sociedade civil, garantindo assim o processo de superação. À sociedade política cabe o
papel de coerção, para que seja mantido o sistema vigente.

7 – Para Gramsci, a ideologia é a concepção de mundo da classe dirigente que


deve ser difundida por toda sociedade. Distingue os diversos graus de ideologia nas
camadas sociais. A filosofia corresponde à visão de mundo mais elaborada; o menos
elaborado é o folclore; e, em nível intermediário, a religião e o senso comum. O filósofo
não somente possui maior coerência, rigor lógico e espírito sistemático que os outros
homens; ele também conhece toda a história e evolução do pensamento; sendo,
portanto, considerado como um especialista em pensamento. Para Gramsci, a filosofia
histórica deve se prolongar através do senso comum. Por mais elaborado que seja o
pensamento filosófico histórico, deve sempre permanecer em contato com as camadas
populares, afim de estudar e até de resolver os problemas encontrados nessas camadas.
Esse vínculo entre filosofia e senso comum é garantido, inclusive, pela política. O senso
comum é uma mistura de diversas ideologias tradicionais e da ideologia da classe
dirigente. É constituído pelas ideologias tradicionais e pelas religiões que vêm de
crenças passadas. Não existe uma única religião ou senso comum. O folclore se situa no
mais baixo bloco ideológico, sendo uma concepção de mundo formada a partir de
fragmentos de concepções de mundo e da vida transcorridas na história. Trata-se de um
fenômeno permanente; sendo que a ciência e o pensamento lhe fornecem novos
elementos. Trata-se, a partir de Gramsci, de uma religião popular. A esfera ideológica
estende-se a todos as estratificações sociais da estrutura do bloco histórico.

8 - Gramsci utiliza a analogia entre “guerra de movimento” e “guerra de


posições ou de trincheiras” para demonstrar os efeitos de cada uma, contrastando assim
sua posição quanto ao desenvolvimento do processo revolucionário. A guerra de
movimento caracteriza-se pelo tomada repentina e atroz do poder estatal, que nos
termos gramscianos, faz referencia a sociedade civil. Em contrapartida a guerra de
trincheiras faz referencia a um processo revolucionário paulatino, onde gradualmente
instaura-se uma hegemonização cultural, ou ideológica na sociedade nos diversos
estratos sociais, levando assim ao longo do tempo o consentimento social para a tomada
do Estado, de forma que este último ato configure-se numa consequência oriunda da
hegemonização ideológica baseando-se no assentimento e não na coação.

9 - A concepção de bloco histórico faz referencia á algo homogêneo e localizado


em determinado momento da história, com determinada configuração entre estrutura e
superestrutura, que se encontram articuladas, ou mais especificadamente dialeticamente
relacionadas. Os intelectuais tem papel fundamental nesta articulação que se mantém
pela hegemonia da ideologia de forma que esse conjunto de relações sociais e
econômicas continue a se reproduzir da forma desejada pela classe dominante.

10 - Hegemonia é a direção cultural e ideológica de uma sociedade, e tem como


função manter a coesão do bloco histórico (estrutura e superestrutura). Para pensar na
superação do capitalismo o operariado necessita pensar em alianças de classes com
demais grupos subalternos, atendendo assim interesses desses outros grupos a fim de
garantir uma maior base hegemônica solida e ampla, sobrepujando sempre a direção
ideológica que satisfaz os interesses no caso dessa classe operaria.

11 - O papel dos intelectuais para Gramsci é produzir uma nova concepção de


mundo contrastante com o regime capitalista e que possibilite a superação do mesmo,
propagando-a para todas as camadas sociais através da mídia, opinião pública, arte,
literatura, garantindo assim a hegemonia ideológica; e como falado na questão nove, os
intelectuais tem fundamental importância na articulação do bloco histórico, estrutura e
superestrutura, correspondência entre as relações econômicas e essa ideologia. Sendo
assim cada grupo social criará seus intelectuais a fim de garantir sua dominação como
no caso dos capitalistas os economistas, os juristas, o técnico da indústria, enfim,
intelectuais com o objetivo de fazer com que o sistema funcione.

12 - Para Gramsci a partir do momento em que a ideologia difundida pelos


intelectuais estiver demasiadamente disseminada pelos estratos da sociedade ao ponto
de se atingir um alto nível de hegemonia, a sociedade política perde sua importância
visto que a coerção torna-se desnecessária. Assim sendo a sociedade civil engloba a
sociedade política visto que ela supera o Estado não por força (o que ele classifica como
“guerra de movimento”), mas por um processo lento e processual que ele denomina
“guerra de trincheiras”.

Вам также может понравиться