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A Dinâmica dos Bairros de Goiânia (GO) como Apoio ao Estudo do Crescimento

Urbano do Município.

Rubia Nara Silva Martins1


rubianara00@hotmail.com
Ivanilton José de Oliveira2
ivanilton.oliveira@gmail.com
Instituto de Estudos Socioambientais-UFG

INTRODUÇÃO

Goiânia teria sua dinâmica localizada no centro original da cidade (ARRAES


2006, p.106). Entretanto, com o passar das décadas, a cidade foi constituindo-se de
outras centralidades. O município desenvolveu-se pela infraestrutura e serviços. Assim,
com a expansão da zona comercial deslocada para outros setores da cidade a população
acompanhou essa estrutura. Deve-se destacar neste caso que Goiânia integra-se a uma
região metropolitana, da qual fazem parte outros municípios vizinhos. Parte da
população dos municípios vizinhos se desloca diariamente para Goiânia para trabalhar,
estudar ou para praticar algum lazer, retornando ao final do dia a seus respectivos
municípios. Trata-se, portanto de movimentos pendulares.
A desigualdade socioespacial e segregação urbana em Goiânia vem sendo
discutida já há algum tempo. Autores como CHAVEIRO (2007); MOYSÉS (2005);
OLIVEIRA (2005); ARRAES (2006) e BERNARDES; MOYSÉS (2005) destacam esse
fenômeno em Goiânia e em sua Região Metropolitana. Nesse sentido, a visualização
dos dados de população e renda do espaço goianiense reflete a infraestrutura do mesmo.
Outro fator importante é o uso do solo urbano em Goiânia, pois remete a sua
valorização financeira, e esta, com o tipo de estrutura que está em voga. Ainda, segundo
Carlos (2007, p. 45) O uso do solo urbano advém de momentos ligados ao processo de
produção de relações capitalistas e que esse determina o modo de ocupação da cidade.
Ainda a autora afirma que tal processo possui três determinantes: a forma de ocupação,
o valor, e as localizações. A forma de ocupação é a produção espacial no cotidiano das
pessoas; o valor é o pagamento para o acesso a determinada área e as localizações são
os resultados das contradições do capitalismo.
A verticalização do município é um dos pontos chaves para que seja alcançado o

1
Licenciada em Geografia – UFG.
2
Professor Doutor do Instituto de Estudos Sociambientais – UFG.

Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3

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entendimento de que a cidade cresce horizontalmente e verticalmente, e como isso
estaria espacializado no município.
OBJETIVOS
Assim, o presente trabalho teve como objetivo analisar o crescimento e o perfil
dos bairros de Goiânia, bem como a aproximação desses com os municípios vizinhos,
como Aparecida de Goiânia, Senador de Canedo e Trindade, ou seja, a descentralização
desses bairros, bem como relacionar o crescimento desses municípios vizinhos em torno
de seus limites com Goiânia. Delinearam-se como objetivos específicos estabelecer a
correlação dos bairros de Goiânia com o número de população e renda e localização dos
mesmos.
METODOLOGIA
A metodologia consistiu em uma revisão bibliográfica acerca do tema, bem
como a existência de dados socioeconômicos e produtos cartográficos referentes à área
de estudo. Em um segundo momento foi realizado o levantamento do crescimento
urbano município de Goiânia, no intervalo de 2000 a 2008, com base na análise dos
dados dos censos dos respectivos anos. Como produtos auxiliares foram utilizadas duas
imagens Landsat 5 Sensor TM , sendo uma referente ao ano de 2000 e outra referente ao
ano de 2008. Também foram utilizados dados dos censos de 1980, 1991 e 2000.
Os procedimentos de análise para esse caso foram a correlação das áreas
urbanizadas durante os anos de 2000 e 2008 anos, bem como os sentidos tomados por
essa urbanização, aqui chamados de vetores de expansão urbana. Inicialmente, notou-se
esse fenômeno devido o grande aumento do número de bairros e loteamentos nesse
período.
Em seguida fez-se a correlação destes com as áreas urbanizadas representadas na
imagem referente ao ano de 2008. A última etapa consistiu em analisar os dados do
número de apartamentos, renda e população do ano de 2000 por bairros espacializados
em formato de mapas, como indicativo do perfil dos moradores dos bairros de Goiânia.

RESULTADOS
Segundo Arraes (2006), o município de Aparecida de Goiânia foi favorecido
pela expansão horizontal de Goiânia, já que entre os dois municípios não há grandes
espaços vazios e seus sistemas de transporte coletivo estão interligados. Ainda segundo
dados dos censos de 1980 a 2000, a população de Aparecida de Goiânia sofreu um
aumento de quase 700%, o que corresponde a um salto de 42.627 em 1980 para 336.392

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habitantes no ano de 2000.
Em comparação com o crescimento de Goiânia, esse crescimento foi
consideravelmente superior. Os vetores de expansão de Goiânia culminam, em certa
parte, com a relação de sua vizinhança com os municípios do entorno. O vetor sul de
Goiânia, como mencionado anteriormente, culmina com sua vizinhança com o
município de Aparecida de Goiânia. O vetor leste culmina com o município de Senador
Canedo. Deve-se também citar o vetor noroeste e sua proximidade com o município de
Trindade. Além disso, pode-se comprovar essa relação de expansão quando se compara
a taxa de crescimento geométrico dos três municípios de 1991 a 2008 (Tabela 01).
TABELA 01: Taxa geométrica de crescimento de Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Trindade e
Goiânia.
MUNICÍPIO 1991 1996 2000 2005 2006 2007 2008
Aparecida de Goiânia 13,9 8,3 7,3 5,29 5,09 5,06 4,94
Senador Canedo - 13,11 9,27 6,1 5,85 4,14 4,46
Trindade 5,31 4,86 4,66 4,03 3,89 2,6 2,96
Goiânia 2,31 1,67 1,91 1,9 1,85 1,87 1,85
Fonte: IBGE/SEPIN, 2009.
Todos os quatro municípios cresceram em número de população, principalmente
Aparecida de Goiânia e Senador Canedo. É claro que esses dois últimos municípios
levam consigo sua própria organização econômico-social, porém seu crescimento
também está relacionado a organização espacial de Goiânia.
Observou-se que existem muitos loteamentos e bairros sendo formados ao
longo das principais vias de acesso, evidenciando que houve e está havendo expansão
em direção a maioria dos municípios do entorno. Em relação aos municípios vizinhos
no ano de 2008, evidenciou-se um crescimento de bairros, pertencentes ao município de
Goiânia, próximos aos limites de Trindade e Senador Canedo.
No ano de 2000 ocorria justamente o contrário, ou seja, eram esses municípios
que cresciam próximos aos limites com Goiânia (Carta-Imagem 01). Por meio da
comparação temporal das imagens, foi possível visualizar o crescimento desses bairros e
sua respectiva expansão urbana do município de Goiânia. Também foi possível
evidenciar que a população de baixa renda fica literalmente as margens do município
neste momento, com rara exceção dos condomínios fechados.
O estudo aqui realizado consistiu em analisar os 353 bairros do ano 2000, já que
com esses dados foi possível gerar informações mais concisas. A primeira análise feita
foi o aumento de bairros que houve entre os anos 2000 e 2008, o que culminou com a
espacialização da mancha urbana, tanto de 2000 como a de 2008. Como verificado

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anteriormente, houve um grande aumento de bairros na porção leste do município e um
espacialização da mancha urbana, tanto de 2000 como a de 2008 (Carta-Imagem 02).

Carta- Imagem 01:- Carta-imagem da urbanização de Goiânia até o de 2000.

Como verificado anteriormente, houve um grande aumento de bairros na


porção leste do município e um aumento acentuado na porção norte. Diante dessa
visualização cartográfica, há tendência do crescimento de bairros nesses sentidos.

Carta-Imagem 02: Carta-imagem da urbanização de Goiânia até o ano 2008.

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O procedimento após a visualização espacial desses bairros e compreensão da
sua dinâmica junto aos outros municípios vizinhos foi verificar como a população
residente está distribuída em cada bairro.
Percebe-se que os bairros mais populosos estão distribuídos nas regiões sul e
central, alguns dispersos na região leste e oeste e outros na região noroeste. Com
exceção dos Bairros Jardim Novo Mundo e Conjunto Vera Cruz, percebe-se que há
contigüidade entre os bairros mais populosos de Goiânia. Os bairros mais populosos,
são os que fazem limites entre si, tais como o Jardim América, o Setor Bueno, o Setor
Bela Vista, o Setor Oeste, o Setor Pedro Ludovico e o Setor Central. Portanto, nota-se
que existiam dois tipos de adensamento populacional em Goiânia no ano de 2000. O
primeiro corresponde àquele concentrado nas partes sul e central, compreendendo os
bairros com maior infraestrutura urbana - algo que pôde ser constatado com a
comparação dos dados espacializados. Na parte sul e central, onde estão 8 dos 10
bairros mais populosos do município, verifica-se a presença das principais vias arteriais
da cidade, que dão acesso a todas as direções do município, o que facilita a mobilidade
da população (Mapa 01).

Mapa 01: População Residente por Bairros, segundo o Censo de 2000.

Tal situação não é encontrada nos bairros das regiões norte e noroeste. As
áreas, nas quais esses bairros estão localizados fazem parte da boa infraestrutura que o
município dispõe. Além disso, os prédios, também estão nas áreas que a população

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possui a maior renda do município (Mapa 02). Ou seja, há um acúmulo de privilégios,
ou os privilégios que atraem os acúmulos? Nesse sentido, há uma nova possibilidade de
crescimento não só de novos loteamentos em áreas grandes, na forma de condomínios
horizontais, mas também de pequenos bairros, com casas “empilhadas”. Porém, não são
simplesmente casas, são casas com conforto, distando cinco minutos de qualquer
supermercado ou parque, sendo assim divulgados pelo grande mercado imobiliário
crescente em Goiânia.

Mapa 02 - Chefes de Família com renda de ½ a 1 salário mínimo, de acordo com o Censo 2000.

A espacialização do número de apartamentos por bairros demonstra uma clara


concentração do processo de verticalização nos setores de maior poder aquisitivo, que
se encontram nas regiões central e sul da Capital (Mapa 03).
Contudo, configura-se também certa dispersão, mesmo que incipiente, a oeste e
ao norte. Exemplo recente disso é o boom de empreendimentos imobiliários já iniciados
ou planejados para bairros como o Goiânia II e outros da região norte. O grande
problema é que essas novas “frentes de expansão” dos condomínios verticais repetem os
mesmos erros do passado, isto é, não são precedidas de investimentos na melhoria da
infraestrutura viária e sequer planejam o impacto do adensamento populacional em
relação à oferta de serviços públicos ou privados. Conforme a espacialização da renda
dos bairros de Goiânia, percebeu-se que a população de baixa renda, está localizada em

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sua grande maioria nas “franjas” da zona de expansão do município.

Mapa 03: Número de apartamentos em Goiânia, segundo Censo 2000.

O que contraditoriamente acontece com as famílias com alta renda (Mapa 04)
do município.

Mapa 04 – Chefes de Família com renda de mais de 20 salários mínimos, de acordo com o Censo 2000.
A grande maioria concentra-se na porção central e Sul do município,
conseqüentemente os melhores serviços urbanos também estão concentrados nessas
porções de Goiânia. Ou seja, a verticalização na forma de prédios com apartamentos de

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luxo, como dito anteriormente, acomete no mesmo local. O mesmo não acontece com
os serviços considerados básicos, como educação e saúde. Estes se concentram na
porção sul e central, onde estão localizados os bairros com a maior concentração de
renda.
A descentralização dos serviços de infraestrutura deveria acontecer de modo
centrifugo. Porém, o município atualmente se planeja por meio da regionalização.
Entretanto, a região está levando em consideração apenas a organização e não a
integração ou a adequação da realidade local, já que as regiões possuem problemas
diferentes.
Não se deve regionalizar um município apenas por localização ou proximidade,
mas sim, levar em consideração o perfil dos bairros que o compõe. O espaço dos bairros
é extremamente dinâmico e a principal função de uma cidade dinâmica é a previsão de
cenários, deve-se considerar então o planejamento territorial. Pois, as previsões de
cenários equivalem, a saber, o perfil dos bairros e conseqüentemente como devem ser
planejados e respectivamente geridos.
Um município não deve ficar a mercê das escolhas econômicas com dois
aspectos de bairros: Um bairro com uma infraestrutura básica garantida, ou um segundo
modelo de bairro a mercê da especulação imobiliária, com lotes vagos, ruas sem asfalto,
e a população insatisfeita.
Para concluir, a análise da espacialização dos aspectos demográficos, sociais e
culturais, torna-se imprescindível para qualquer município que planeja seu espaço
urbano com uma infraestrutura de boa qualidade para todos os seus cidadãos. Deve
trazer para o planejamento e gestão urbana ferramentas que evidenciem ao máximo essa
realidade geográfica, sendo possível que se obtenha a racionalização no uso de recursos
e na definição de políticas públicas e ações administrativas, tomadas em conjunto com a
sociedade civil, administrativa e privada.

Referências Bibliográficas

ARRAES, Tadeu A. Geografia Contemporânea de Goiás. Goiânia: Vieira, 2004.

BRASIL. Relatório Censo Demográfico 2000. Fundação Instituto Brasileiro de


Geografia e Estatística. 2009.

CARLOS, Ana Fani Alessandri. A Cidade. 8. ed. São Paulo: Contexto, 2007.

MOYSÉS, Aristides. Pesquisa “Metrópoles, Desigualdades Sociespaciais e

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Governança Urbana’’: A Inserção da Região Metropolitana de Goiânia. In:
MOYSÉS, Aristides (org.). Cidade Segregação Urbana e Planejamento. Goiânia: UCG,
2005. p. 13-44.

MOYSÉS, Aristides e BERNARDES, Genilda D’arc. Segregação Urbana e


Desigualdade Social em Goiânia: Estado, Mercado Imobiliária e Dinâmica
Socioespacial. In: MOYSÉS, Aristides (org.). Cidade Segregação Urbana e
Planejamento. Goiânia:UCG, 2005. p. 173-204.

CHAVEIRO, Eguimar Felício. Goiânia, travessias sociais e paisagens cindidas.


Goiânia: Ed. UCG, 2007.

OLIVEIRA, Adão Francisco de A Reprodução do Espaço Urbano de Goiânia: Uma


Cidade para o Capital. In: MOYSÉS, Aristides (org.). Cidade Segregação Urbana e
Planejamento. Goiânia: UCG, 2005. p. 13-44.

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