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BINGO DA CÉLULA: FERRAMENTA PEDAGÓGICA PARA O ENSINO DE

CITOLOGIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

BARBALHO, Silzinei Pereira Guedes1


COSTA, Reginaldo da Silveira2

RESUMO

Este artigo apresenta o resultado de uma pesquisa desenvolvida no Grupo de Estudos em


Pesquisa – Mestrado em Educação, na Faculdades Integradas de Goiás – FIG, na disciplina As
Tecnologias e o Ciberespaço, e tem como objetivo verificar a eficácia de uma ferramenta –
bingo da célula – desenvolvida para o ensino e como instrumento de socialização, em uma
turma que apresenta dificuldades de relacionamento e aprendizagem. Para a realização deste
trabalho fez-se necessário uma observação da turma e aplicação de questionário
semiestruturado para coleta de dados. A investigação teve enfoque qualitativo. O resultado do
trabalho foi muito satisfatório, pois mostrou que o bingo como atividade lúdica nas aulas de
citologia promove entre os alunos, desafio e competição saudáveis e melhora a compreensão
do conteúdo e integração entre os alunos.

Palavras-chaves: Educação. Biologia. Citologia.

ABSTRACT

This article presents the results of a research for the discipline of The Technology and
Cyberspace, and aims to determine the effectiveness and socialization and learning tool in a
class that has relationship difficulties and learning. For this work, it was necessary an
observation class and application of semi-structured questionnaire to collect data. The research
was qualitative approach. The result of this research was very satisfactory, as it showed that
bingo game as playful activity in cytology classes promotes among student’s healthy challenge
and competition and a better understanding of its content and integration among students.

Keywords: Education. Biology. Cytology.

1
Grupo de Estudos em Pesquisa, Mestranda em Educação, professora de Biologia,
silziguedes@yahoo.com.br
2
Grupo de Estudos em Pesquisa, Professor Msc em Ciência da Informação, UnB; Bacharel em Sociologia;
Pós-Graduado em Intelig Competitiva e Educação Física, Membro do Grupo de Pesquisas REGIIMENTO,
Arquitetura da Informação & Multimodalidade, reginaldosilveiracosta@gmail.com
1 INTRODUÇÃO
Promover o envolvimento do aluno e garantir sua concentração em
atividades de sala e extraclasse é um grande desafio para professores
(Rossetto, 2010).
Esse envolvimento faz-se ainda mais importante para os alunos da
Educação de Jovens e Adultos (EJA) que, por diferentes razões, não tiveram
oportunidade de acesso ou continuidade dos estudos na educação básica e
muitas vezes apresentam dificuldade em acompanhar aulas demasiadamente
expositivas.
Geralmente os alunos da EJA são pessoas que vivenciam preconceitos,
discriminações, cansaço de um dia inteiro de trabalho, dentre outros. E que
possuem uma grande dificuldade em acompanhar o ritmo das aulas, que são
na maior parte das vezes expositivas, pouco estimulantes e desligadas da
realidade dos alunos. Além disso, pesa o fato da escola não contar com um
laboratório de ciências para estudo de citologia.
Agrava o fato o estudo da Biologia ser de difícil acesso e ser somente
ministrado em etapas mais avançadas da educação, vindo a constituir-se uma
verdadeira novidade quando é introduzido no universo dos alunos.
Hoje necessita-se buscar novas formas de ensinar. O papel do professor
é de fundamental importância para a motivação dos alunos no aprendizado,
cabendo-lhe buscar soluções para assegurar o interesse e aprendizado do
aluno.
A atividade lúdica pode vir a ser uma das opções do educador, como
orientam Fernándes et al. (2012, p. 15):
[...] as atividades lúdicas são apenas um entre os muitos
recursos que estão à disposição do professor, para introduzir,
explicar ou fazer os alunos praticarem um determinado assunto
ou habilidade linguística. (FERNÁNDES et al. 2012, p.15).

Nesse sentido, as aulas de biologia para a EJA podem ser agraciadas


com o uso de atividades lúdicas, como o Bingo da Célula, o qual proporcionará
diversão e prazer em aprender o conteúdo ensinado, promovendo a
participação e interação dos alunos e ampliando as possibilidades de
aprendizado.
A partir da necessidade de proporcionar aos alunos situações que
favoreçam a compreensão e o trabalho em grupo, desenvolveu-se a presente
proposta com o objetivo de elaborar, confeccionar e desenvolver um jogo
didático denominado “Bingo da Célula”, em uma turma de ensino médio da
Segunda Etapa da EJA da EEEFM Mangue Branco, localizada no município
de Guarapari/ES. O jogo aborda conteúdos de citologia e pretende-se, com sua
aplicação, verificar sua eficácia como instrumento de socialização e
aprendizagem.
Segundo Kishimoto (1996) o jogo permite a socialização do
conhecimento e aumenta as relações de proximidade entre os indivíduos e a
percepção de regras, fundamentais para a vida em sociedade.
Ensinar Biologia por meio do jogo permite aproximar os alunos do
conteúdo, tornar o aprendizado acessível e interessante.

2 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO – METODOLOGIA


O jogo foi elaborado baseado na literatura existente sobre jogos e
pretendeu trabalhar de forma simples conceitos básicos de citologia. Foi
desenvolvido em uma turma da segunda etapa da EJA da EEEFM Mangue
Branco, situada na Rua Cachoeiro no município de Guarapari/ES.
A turma, extremamente heterogênea, é composta por quarenta e dois
alunos. Metade da turma é bem jovem, porém com muitos alunos mais velhos
o que torna o relacionamento entre eles um pouco conturbado. Muitos são
casados, pais ou mães de família, enquanto outros ainda são jovens e sem
muito interesse.
São na maioria alunos que pararam de estudar devido a problemas
familiares e ou por necessidade de trabalhar. A sala nitidamente possui quatro
grupos que raramente se socializam. É a sala considerada pelos professores
como a mais complicada da escola, com muitos problemas de indisciplina. A
equipe pedagógica e o corpo docente vêm procurando encontrar maneiras de
melhorar o convívio entre eles e entre eles e os professores.


Nome fictício para preservar a identidade da escola e dos alunos.
Para coleta dos dados sobre a turma, foram aplicados questionários
semiestruturados para os alunos e a professora.
Os alunos aceitaram participar desse estudo, tendo resguardado seu
anonimato, por meio de um termo de consentimento livre e esclarecido, que
ficará de posse dos pesquisadores responsáveis.
O jogo foi montado com 25 perguntas sobre citologia e 14 cartelas de
bingo, confeccionadas em papel A4, onde constam as respostas. Também
foram confeccionadas cartelas pequenas numeradas de 1 até 14 (três cartelas
para cada número) que foram distribuídas aleatoriamente para que os alunos
procurassem os colegas que apresentavam o mesmo número, formando assim
os grupos. O objetivo desse trabalho também foi de melhorar a convivência
entre os alunos. Como prêmio foram montadas três sacolinhas com bombons,
para o primeiro, segundo e terceiro lugares.
Após a escolha aleatória de cada cartela enumerada os alunos
procuraram os números iguais, formando 14 grupos. Cada grupo recebeu uma
cartela do jogo. Alguns alunos, como era esperado, reclamaram por não
estarem juntos daqueles com quem estão habituados.
À medida que a professora ia cantando as perguntas, os alunos do
grupo iam marcando em sua cartela. Ganhava o grupo que primeiro marcasse
toda a cartela.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A aplicação da atividade do “bingo de citologia” contou com a
participação de 40 alunos, em que a maioria demonstrou interesse pela
atividade lúdica proposta.
Logo no início, alguns alunos pareciam descrentes com a atividade, pois
se tratava de algo novo para eles. Reclamaram e não queriam ficar em grupos
separados do que já estavam acostumados durante as aulas. Mas com o
passar do tempo, mudaram de postura diante do jogo.
Mas segundo escreve Candeias et al apud Sanmarti (2002b):
Um jogo explora o trabalho em grupo possibilita que
cada um de seus membros aprenda a integrar-se em um
coletivo, a compartilhar ocupações, a coordenar esforços, a
encontrar vias para solucionar problemas e a exercer
responsabilidades, tudo com a finalidade de que seja possível
a troca e a construção intelectual para todos (SANMARTÍ,
2002b).

Todos os alunos participaram da atividade até o fim, indicando que o


desafio e a competição saudável podem ser grandes aliados do professor em
turmas heterogêneas e com problemas de convivência.
Segundo a avaliação feita após o desenvolvimento da atividade lúdica,
percebeu-se que o jogo serviu para promover uma melhor compreensão dos
conteúdos e integração entre os alunos. E segundo relato do aluno A1: “foi
legal pois podemos ficar juntos com os colegas que não estamos acostumados.
Já o aluno A2 opina que: “deveria existir mais vezes atividades desse porte, a
gente fica menos cansado”.
Para Santos, (apud FRIEDMAN,1996):
Os jogos lúdicos permitem uma situação educativa
cooperativa e interacional, ou seja, quando alguém está
jogando está executando regras do jogo e ao mesmo tempo,
desenvolvendo ações de cooperação e interação que
estimulam a convivência em grupo.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a aplicação do jogo na turma, constatou-se a importância do lúdico
na sala de aula porque despertou interesse em boa parte dos alunos sobre o
tema abordado e a interação do grupo para o desenvolvimento do trabalho.
Também se verificou que é possível tornar as aulas mais dinâmicas e
agradáveis sem grandes gastos financeiros.
Observou-se ainda que estimular a competição de forma saudável em
sala de aula favorece o interesse do aluno e também a cooperação.
Dessa forma considera-se que o Bingo favoreceu o aprendizado dos
conteúdos relacionados ao tema citologia, criando um clima adequado para a
investigação e a busca de soluções em uma sala de aula da EJA.
O jogo torna a aprendizagem instigante e interessante, pois permite
divertir e aprender e ensinar ao mesmo tempo. Desenvolve o espírito
construtivo, a imaginação e a capacidade de interagir socialmente. Desenvolve
ainda o respeito mútuo, a cooperação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CANDEIAS, João Manuel Grisi; HIROKI, Kátia Aparecida Nunes; CAMPOS,
Luciana Maria Lunardi. A utilização do jogo didático no ensino de
microbiologia no ensino fundamental e médio. Disponível em:
http://www.unesp.br/prograd/PDFNE2005/artigos/capitulo%2010/autilizacaodoj
ogo.pdf. Acesso em 18 nov. 2014, 20:20.
FERNÁNDEZ, Gretel Eres; CALLEGARI, Marília Vasques; RINALDI, Simone.
Atividades lúdicas para aulas de língua estrangeira: espanhol:
considerações teóricas e propostas didáticas. São Paulo: IBEP, 2012.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação.
São Paulo: Cortez, 183p. 1996.
MARANDINO, Martha; SELLES, Sandra Escovedo; FERREIRA, Marcia Serra.
Ensino de biologia: histórias e práticas em espações educativos. São
Paulo: Cortez, 2009.
ROSSETO, Estela Sousa. Jogo das organelas: o lúdico na biologia para o
ensino médio e superior. Revista Iluminart do IFSP Volume 1 número 4.
Acesso em 21/09/2014. Disponível em:
http://www.cefetsp.br/edu/sertaozinho/revista/volumes_anteriores/volume1num
ero4/ARTIGOS/12.pdf. Acesso 20 nov. 2014.
SANTANA, Eliana Moraes de. A influência de atividades lúdicas na
aprendizagem de conceitos químicos. Disponível em:
http://www.senept.cefetmg.br/galerias/Arquivos_senept/anais/terca_tema1/Terx
aTema1Artigo4.pdf. Acesso 25 nov. 2014.
SANTOS, Élia Amaral do Carmo. O lúdico no processo ensino-
aprendizagem. Disponível em: http://need.unemat.br/4_forum/artigos/elia.pdf.
Acesso nov. 2014.
ANEXOS

Fonte: elaborado pela autora


Fonte: elaborado pela autora
Fonte: arquivo da autora

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