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Introdução
5. Antropologia e Antropogénese
este espaço de liberdade desse Outro que nos é entregue há ainda que
possuir uma orientação valorativa de toda a acção pedagógica-educativa.
6. Teleologia e Axiologia
Neste sentido poder-se-ía dizer que não ficaria mal o conhecimento da Ética
a Nicómaco como manual de formação dos
pedagogos/educadores/professores… Educar pela virtude e para a virtude
seria um óptimo projecto axiológico para os nossos tempos.
É de grande utilidade o conjunto das três regras propostas pelo autor para a
relação entre a Filosofia e as Ciências da Educação: “respeitar a coerência
dentro do discurso filosófico; não contradizer as aportações das ciências e
das tecnologias; servir para iluminar a peripécia do Homem, tanto a
colectiva como a individual”. Seguindo estas orientações encontra-se
caminho seguro para uma cooperação científica entre Filosofia e Ciências
da Educação, fazendo emergir assim a Filosofia da Educação. A postura
filosófica possui esta virtualidade em si, de ser um olhar aberto ao
desconcerto, ao inquietante, ao problemática. A insatisfação permanente
com o que já se sabe não pode levar à recusa nem do que as outras
ciências humanas e sociais produzem, nem dos contributos das novas
tecnologias para a produção desse conhecimento. Mas também não pode
conduzir a uma aceitação acrítica, imprópria da Filosofia. Porque “os
processos da educação desembocam espontaneamente nos caminhos da
Filosofia”, cabe à Filosofia da Educação uma reflexão cada vez mais
apurada, aprofundada, sobretudo em tempo de crise, sobre o que se quer
para o humano, que é o mesmo que dizer, sobre como vamos projectar o
nosso futuro.
Não vejo grande mal, que sendo herdeira de uma visão inicialmente
religiosa, a Filosofia da Educação tenha beneficiado no mundo ocidental de
uma perspectiva do humano na linha da auto-transcendência, porque afinal
o que é que nós, enquanto educadores e pedagogos desejamos, se não que
os nossos educandos ultrapassem os seus próprios limites e se superem no
caminho do Bem, do Belo e do Verdadeiro, para mais e melhor poderem ser
efectivamente livres? Ou será que pode haver o exercício da liberdade
quando não se sabe para onde ir? Ao Homem não basta dizer “Só sei que
não vou por aí”, como grita o poeta. Bem cedo na sua existência mundana
e situada, o Homem tem de decidir “Vou por aqui” e saber “porquê”.