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Referência Bibliográfica:

LEHER, Roberto. Universidade e heteronomia cultural no capitalismo dependente; um


estudo a partir de Florestan Fernandes. – Rio de Janeiro: Consequencia, 2018.

Fragmento e/ou comentário Observações


INTRODUÇÃO
Um aspecto notório da financeirização da educação superior se dá no fato de Capital monopolista na
a maior parte dos estudantes estarem em universidades particulares educação superior.
controladas pelo capital monopolista.

Desde 2008 o mercado do ensino superior tem sido alvo da ação dos grupos
de investimento formando, progressivamente, por meio de sucessivas Continuação Krotton vs
aquisições um mercado altamante monopolizado. O próprio CADE precisou Estácio exemplo.
intervir e barrar a aquisição da Estácio participações pelo grupo KROTON.

Embora seja um tema axial, este não é o escopo do livro, analise presente
busca entender os nexos entre a universidade e a heteronomia cultural no
capitalismo dependente, no qual : “a monopolização sob predominância Escopo do livro.
financeira da educação superior é a expressão da heteronomia cultural
elevada à enésima potência”(p.11).

É preciso interpelar os significados da vertiginosa queda nos gastos públicos


com ciência e tecnologia e com as universidades públicas, concomitantemente Nova conjuntura
ao processo de financeirização da educação superior privada- a partir da
indução estatal pelo Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), especialmente
a partir de 2010. A combinação do garroteamento das verbas públicas com a
hipermercantilização da educação superior privada produz uma realidade que IPC/NB
não está em continuidade linear com o período 1960-2014. A particularidade da
situação atual somente pode ser apreendida em sua complexidade por meio de
ferramentas teóricas que possibilitem compreender, interpretar e explicar a
particularidade do capitalismo dependente”. (p.11)

O impeachment sofrido por Dilma Rousseff acelerará um processo de ataques


aos direitos sociais e a precarização da relação de trabalho numa velocidade TEMER
impressionante. “de modo acelerado e com impressionante apoio das frações Contrarreformas e
burguesas o seu governo [Michel Temer] vem empreendendo contrarreformas autocracia burguesa
estruturais que conformam um quadro com forte similaridade com a descrição
florestaniana da autocracia burguesa.”(p.12)

Os corolários da referida emenda[EC 95/2017] são, por conseguinte, a asfixia


das verbas para as universidades e para a grande área da ciência, tecnologia e
inovação; o fim da universalidade do Sistema Único de Saúde, as mudanças na Efeitos da EC 95/2017
legislação socioambiental e no conceito de função social da terra; a
devastadora reforma da previdência, as privatizações de empresas públicas e a IPC/NB
flexibilização do conteúdo local nos processos produtivos de petróleo e gás.
(12-3)

A lei das terceirizações, a reforma trabalhista, a anuência do judiciário com os


interesses patronais ao interditarem e ressignificarem o direito a greve, o Ataque aos
avanço de movimentos de ultra direita como o “ESP” já tem tido claros efeitos trabalhadores e ao
na educação e conjugam para as expropriações secundárias e na radical trabalho
intensificação da exploração sobre o trabalho, “os pilares da conceituação de Capitalismo dependente.
capitalismo dependente em Florestan Fernandes” (p. 13)

As atuais medidas regressivas que corroem a democracia desmentem a crença


Referência Bibliográfica:
LEHER, Roberto. Universidade e heteronomia cultural no capitalismo dependente; um
estudo a partir de Florestan Fernandes. – Rio de Janeiro: Consequencia, 2018.

de que, com a chamada redemocratização do final dos anos 1970, o país


seguiria trilhando inexoravelmente em direção à democracia e aos avanços dos
direitos sociais cujo ponto alto seria a constituinte “para colocar um ponto final Ataques a democracia
na ditadura empresarial-militar”. Com efeito, a Constituição de 1988 fortaleceu
importantes pilares do Estado Democrático de Direito, mas, desde a sua
promulgação, a história recente do país foi marcada por sinais de que a IPC/NB
democracia e a própria constituição estavam sendo erodidas. Poucos analistas
dimensionaram os significados do uso das forças armadas na segurança
interna; da Lei antiterrorismo; da quase soberania de cada um dos membros do
Ministério Público; do monitoramento dos movimentos sociais pela Agência
Brasileira de Inteligência (ABIN) e da adoção de políticas focalizadas na forma
de bolsas (que tornam os seus beneficiários reféns de operativos políticos)
apassivadoras das lutas sociais, bem como o sentido da ação empresarial, com
predominância bancária, em prol da reforma da Constituição Federal, o que foi
alcançado sobretudo a partir do governo Fernando Henrique Cardoso, após
1994. (p.15)

As movimentações desses aparelhos privados de hegemonia foram guiadas


pela constatação de que o governo Dilma Rousseff não reunia meios políticos
para conduzir as (contra) reformas por eles exigida- a despeito de ela ter
incorporado no núcleo duro de seu governo um ministro da fazenda indicado IPC/NB
pelos bancos, Joaquim Levy. A ação dos referidos aparelhos hegemônicos Golpe, adaptação as
busca adaptar as relações de produção às profundas mudanças na economia mudanças e assalto ao
global acentuando a superexploração do trabalho, promovendo novas fundo público.
expropriações, extinguindo estruturantes direitos estabelecidos na Constituição
de 1988 e hiperdimensionando a canalização do fundo público para atender aos
interesses econômicos do bloco de poder. (p. 16)

CAPÍTULO 1- CLASSES SOCIAIS E EDUCAÇÃO NO BRASIL


CONTEMPORÂNEO

Nesse significativo período- 2003 a 2014-, o bloco de poder logrou importante


coesão em torno da sua agenda educacional, o que possibilitou um inédito
enraizamento destas políticas educacionais no Estado, por meio de Decretos
muito abrangentes, como o Plano de Desenvolvimento da Educação- Plano de
Metas Compromisso Todos Pela Educação (Decreto Nº 6094/2007), como por
meio de leis, como as que instituem o Plano Nacional de Educação (Lei Nº Agenda empresarial para
13005/2014), a que redefine o Financiamento Estudantil (Lei Nº12212/2010) e a educação
a que possibilita maior isenção tributária às corporações educacionais por meio Políticas educacionais e
do Programa Universidade Para Todos (Lei Nº11096/2005). O fim do governo financeirização da
Dilma Rousseff não acarretou o estancamento dessas políticas- longe disso- educação
que seguem absorvendo enorme soma de verbas públicas em detrimento do
orçamento das universidades e institutos tecnológicos federais. (p. 20)
IPC/NB
Nas perspectivas do fim do trabalho, o leitmotiv do fim das classes teria sido a
chamada revolução tecnológica a partir dos anos 1970. Em virtude do
determinismo tecnológico dos processos históricos, os temas do conhecimento
e da educação passaram a constituir papel causal no fim das classes. E esta
concepção foi incorporada de distintos modos no campo educacional. A IPC/NB
vertente conservadora se apropriou desse debate a partir do prisma da
Administração (revolução organizacional, flexibilização, criatividade, cujo Fim do trabalho e
expoente é Peter Drucker, mas cujo fundamento pode ser encontrado na implicações para a
chamada teoria do capital humano de Theodore Schultz e de seus discípulos na educação
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Universidade de Chicago), confluindo novos aportes para sustentar o foco na


educação para a competitividade. (23)

Na área da educação, a desconexão educação-classe social provada pelo


management pode ser encontrada em focos como “aprender a aprender”, como Continuação agenda
sublinhado por Newton Duarte, competências, gestão e empreendedorismo. empresaria para a
Tais formulações foram difundidas também parao proletariado mais educação
expropriado e explorado, por meio de uma miríade de programas educacionais.
Desde meados dos anos 1990, o empresariado exerceu hegemonia, difundindo
IPC/NB
a ideologia de que o desemprego dos jovens resulta da falta de qualificação dos
mesmo e que o melhor antídoto para o desemprego é a oferta de cursos
“profissionalizantes” de curtíssima duração (23)

A prioridade conferida pelo governo federala tais opções [programas


segmentários voltado ao jovem trabalhador, com alta taxa de financeirização e
bolseamento] mostra a preocupação com o “mercado de trabalho” e, em
conexão com este, com o aprofundamento das contradições do capital (exército Educaçaõ superior EIR e
industrial de reserva, precarização, desemprego dos jovens) e seus reflexos na financeirização
governabilidade. Conjugando ao busca pela governabilidade dos “de baixo”
com sopros de democratização do acesso (por meio do Programa Universidade
Para Todos- ProUni e do Programa de Financiamento Estudantil- FIES) e com IPC/NB
os interesses do setor financeiro, os governo Lula da Silva e Dilma Rousseff
efetivamente ampliaram as matrículas da educação superior- corroborando a
crença de que seus governos tinham compromisso com a democratização do
acesso ao ensino superior. No entanto, não pelo acesso prioritário ás
instituições universitárias e tecnológicas públicas, mas, principalmente, por
meio de repasse de verbas públicas para corporações do setor educacional
(sobretudo organizações financeiras) por meio dos referidos FIES e ProUni que
serão discutidos adiante. (24)

O presente estudo propugna que os trabalhadores precarizados não são


reminiscências pré-capitalistas ou sinais de atraso, visto que inscritos nos
circuitos econômicos em que o país exibe suas vantagens comparativas. Crítica ao dualismo
Ademais, é preciso considerar que as fronteiras entre o setor ativo da força de
trabalho (que, na análise marxiana compreende também os trabalhadores
precários, mas com atividades regulares) e o Exército Industrial de Reserva
(EIR) não são rígidas a ponto de conformar duas realidades distintas. (28)

Na análise marxiana, as duas dimensões compõem uma totalidade e, por isso, a


investigação da educação capitalista não pode prescindir de examinar os EIR e EPA limites tênues
programas voltados para o EIR, pois estes possuem particularidades que devem
ser seriamente consideradas. (28-9)

A situação do trabalho no Brasil corrobora a analise marxiana. Os dados da


Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho, Ciclo expansivo e
conforme estudo do DIEESE, registraram crescimento do mercado formal de aumento do trabalho
trabalho no Brasil na última década e relativa melhoria da renda dos formal
trabalhadores (o que teria lastreado a ideologia neodesenvolvimentista). (29)

Entre os demais jovens que estão sem nenhuma ocupação sistemática e que
compõem o EIR (41% dos desempregados tem até 24 anos, CAGED- cadastro
Geral de Empregados e Desempregados no Ministério do Trabalho: afere Composição da
apenas os trabalhadores com carteira assinada-, PNAD/IBGE), muitos juventude/ escola/
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frequentam cursos ditos profissionalizantes, a maioria de curta duração, em trabalho/ desemprego


alguns casos percebendo bolsas irrisórias, em torno de R$ 100, 00 a R$ 150, 00
mensais. Na faixa etária de 15 a 29 anos, somente estudam 21,6%; estudam e
trabalham 13,6%; apenas trabalham 45,2% e não estudam nem trabalham 19,6
%, Este último grupo está concentrado principalmente na faixa etária de 25 a
29 anos, totalizando 21,6% dos jovens (PNAD/IBGE). (30-1)

Com a simplificação das cadeias produtivas, a expansão das commodities e o


crescimento do setor de serviços de baixa qualificação, o contingente da força
Determinações
de trabalho que demandaria formação complexa foi proporcionalmente
reduzido. Mas o problema, como assinalado, não se restringe aos que econômicas para a
comporão o EIR flutuante: os chamados sobrantes (EIR estagnado e latente) formação para o trabalho
precisam ser “socializados” tanto para buscarem empregos assalariados em simples.
contextos expansivos (sem o que os salários dos já empregados poderiam IPC/NB
subir) como para que a ordem do capital não seja tensionada pela violência ou
pelas revoltas e protestos populares. Para estes estratos, a opção disponível é o
empreendedorismo popular. (31)

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