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Transformadores

Teoria – Parte I

OBJETIVOS

 Apresentar ao aluno a definição de transformador e sua importância


 Apresentar seu princípio de funcionamento
 Introduzir o modelo de um transformador ideal
 Apresentar o modelo de um transformador real (linear!) e seu circuito equivalente
 Apresentar a metodologia experimental de determinação de parâmetros de circuito equivalente
 Apresentar as características de desempenho de transformadores: conceitos de regulação e
rendimento

MOTIVAÇÃO

O estudo de transformadores permite compreender como a energia elétrica pode ser transportada de um
circuito elétrico a outro através do acoplamento de um campo magnético variável no tempo, estando os
dois circuitos isolados eletricamente.
Além de transferir energia, esse dispositivo permite transformar (abaixar ou elevar) tensões, correntes e
impedâncias.

TÓPICOS

 Introdução
o Lei de Faraday e indução
o Lei de Lenz
o F.E.M. variacional e a ação transformadora
 Transformadores
o O Transformador ideal
o O Transformador ideal em regime permanente senoidal
 Valores Nominais e Dados de Placa

1. INTRODUÇÃO

1.1 Lei de Faraday e indução

1
PEA3311 - 2016 Transformadores – Teoria

A principal diferença entre campos variáveis e não variáveis no tempo está no processo de indução. Um
campo variável no tempo produz um campo elétrico, ou uma força eletromotriz, f.e.m. que, por sua vez,
induz corrente elétrica em materiais condutores. Essa indução é fundamental no funcionamento dos
transformadores.

Há basicamente dois mecanismos de indução: um é devido a um fluxo magnético variável no tempo; o


outro é devido ao movimento de um campo magnético. Vamos nos concentrar no primeiro caso que
constitui a base do funcionamento de um transformador.

Essa lei foi formulada em 1831 por Michael Faraday após uma série de experimentos. Faraday observou
que ao se mover um condutor formando um laço fechado, ou seja, uma espira em curto circuito, através de
um campo magnético produzido por um ímã, ou vice-versa (movendo-se um ímã, enquanto a espira
permanece estacionária), flui uma corrente pelo condutor. Essa corrente não é devida a nenhuma fonte
externa, mas sim, induzida no condutor pela variação do campo magnético. Faraday também descobriu
que essa corrente era proporcional à taxa de variação no tempo do fluxo magnético.

Na verdade essa corrente é devida a uma tensão induzida no condutor, tensão essa chamada de força
eletromotriz induzida, ou f.e.m. A f.e.m. produzida nesse experimento pode ser escrita como:

df
f.e.m. = - ,
dt

sendo f o fluxo através da espira condutora. A situação física é mostrada na Fig 1. Em geral o condutor é
uma bobina de mais de uma espira; então uma forma mais geral para a f.e.m., e(t), é dada por:

df
e ( t ) = -N [V] , (1)
dt

sendo N o número total de espiras da bobina.

S S

v parado

N N
- -
  v
parado
i i

(a) (b)

Fig. 1 – Representação esquemática do fenômeno de indução – Lei de Faraday.

1.2 Lei de Lenz

Na equação (1) o sinal negativo indica que: se o fluxo magnético que atravessa a bobina aumenta, a f.e.m.
produz uma corrente cujo fluxo se opõe ao aumento do fluxo que atravessa a bobina; se o fluxo diminui, a
f.e.m. produz corrente que aumenta o fluxo que atravessa a bobina. Esse processo é ilustrado na Fig. 2.

2
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bobina 1 B2
bobina 1
e2
i1+Δi
i1 cte. -e
2

i2
i2
i2 =0
bobina 2
bobina 2 B1+ΔB bobina 2
B1 cte.
(b) (c)
(a)

Fig. 2 – Representação da Lei de Lenz. (a) Fluxo gerado por uma corrente constante na bobina 1 de uma espira; (b) F.e.m.
induzida numa bobina 2 devido à variação de fluxo produzido por 1; (c) Fluxo na bobina 2, devido à corrente em 2, que se opõe
ao fluxo indutor de 1.

Usando a regra da mão direita para determinar o sentido do fluxo gerado pela corrente i1 da bobina 1, um
aumento na corrente ocasiona um aumento no fluxo através das bobinas 1 e 2. A bobina 1 é então a fonte
de fluxo. A f.e.m. é gerada na bobina 2, mas como essa bobina está em circuito aberto não há corrente nela
e, portanto, nenhum fluxo devido a essa bobina.
Agora considere a situação da figura 2.b onde, novamente usando a regra da mão direita, um aumento no
fluxo devido à bobina 1 produz uma f.e.m. negativa na bobina 2. Isso corresponde à Lei de Faraday. Essa
f.e.m. induzida, mostrada na Fig. 2.c, pode ser vista como uma fonte de um fluxo que está na direção
oposta ao fluxo da figura 2a. Então, a f.e.m. induzida produz um fluxo que se opõe ao fluxo que gerou a
f.e.m.
Essa relação entre f.e.m. induzida e acoplamento de fluxo magnético é definida pela Lei de Lenz, como
segue:

“A direção da f.e.m. é tal que o fluxo gerado pela corrente induzida se opõe à mudança no fluxo.”

Como conseqüência direta da Lei de Lenz, o fluxo acoplado a um circuito tende a manter seu valor
(magnitude e direção) anterior, resistindo a toda mudança. Embora a Lei de Faraday trate da f.e.m. num
circuito, independentemente do fato desse circuito estar aberto ou fechado, a aplicação da Lei de Lenz
pressupõe a existência de uma corrente e, portanto, um circuito fechado.

O significado do sinal negativo da expressão (1) indica que a f.e.m. é considerada como uma fonte de
tensão (agindo na direção de uma corrente positiva). Caso se omita o sinal negativo de (1), a tensão
induzida é considerada uma queda de tensão (em oposição a uma corrente positiva). Em outras palavras, a
presença ou ausência do sinal negativo em (1) depende da convenção na escolha da referência para a
tensão (gerador/fonte ou receptor/carga).

1.3 F.E.M. variacional e a ação transformadora

Na apresentação da Lei de Faraday foi apresentada a f.e.m. produzida por um fluxo variável no tempo, a
qual se denomina f.e.m. variacional. Essa denominação existe para distingui-la da f.e.m. gerada pela
movimentação relativa entre a fonte de fluxo e condutor, que é chamada de mocional.

Se o circuito elétrico é fechado, haverá corrente nesse circuito e essa corrente produzirá uma densidade de
fluxo de acordo com a Lei de Lenz.

Qualquer circuito fechado submetido a um fluxo magnético variável será sede de correntes ocasionadas
pela f.e.m. induzida nele.

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2. TRANSFORMADORES

Um transformador é um dispositivo destinado a transformar tensões, correntes e impedâncias. Trata-se de


um dispositivo de corrente alternada que opera baseado nos princípios da Lei de Faraday.

Aspectos construtivos

Um transformador consiste de duas ou mais bobinas e um "caminho", ou circuito magnético, que "acopla"
essas bobinas, conforme esquematizado na Fig. 3. Nessa figura, o transformador possui apenas duas
bobinas, ou enrolamentos, e o núcleo não possui entreferros, correspondendo a um circuito magnético
fechado. Essa corresponde à configuração clássica para estudo de transformadores monofásicos e será a
adotada neste curso.

Na Fig. 3, ainda, o enrolamento conectado à fonte (cujas grandezas levam o índice 1) é denominado, por
convenção, de enrolamento primário. Já o enrolamento que é conectado à carga (e cujas grandezas levam
o índice 2) é denominado de enrolamento secundário.

i2
iC

primário secundário

Fig. 3 – Representação de um transformador monofásico ideal, com permeabilidade do núcleo infinita.

Transformadores de potência são destinados primariamente à transformação de tensão e operam com


correntes relativamente altas. O circuito magnético é constituído de material ferromagnético, como aço, a
fim de produzir um caminho de baixa relutância para o fluxo gerado (Fig. 3). Geralmente o núcleo de aço
dos transformadores é laminado para reduzir a indução de correntes no próprio núcleo, já que essas
correntes contribuem para o surgimento de perdas por aquecimento devido ao efeito Joule. Em geral se
utiliza aço-silício com o intuito de se aumentar a resistividade e diminuir ainda mais essas correntes
parasitas.
Transformadores para casamento de impedâncias são em geral destinados a aplicações de baixa potência.
Há outros tipos de transformadores, alguns com núcleo ferromagnético, outros sem núcleo, ditos
transformadores com núcleo de ar, e ainda aqueles com núcleo de ferrite.

3. O TRANSFORMADOR IDEAL

Um transformador ideal é aquele em que o acoplamento entre suas bobinas é perfeito, ou seja, todas
concatenam, ou “abraçam”, o mesmo fluxo, o que vale dizer que não há dispersão de fluxo. Isso implica
assumir a hipótese de que a permeabilidade magnética do núcleo ferromagnético é alta ou, no caso ideal,
infinita, e o circuito magnético é fechado. Além disso, admite-se que o transformador não possui perdas de
qualquer natureza, seja nos enrolamentos, seja no núcleo.

As Fig. 4a e 4b mostram uma representação esquemática de um transformador ideal. Em 6a o


transformador está com o circuito secundário em aberto, enquanto que em 6b o secundário está
alimentando uma carga. As seguintes hipóteses serão adotadas:

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1 – Correntes positivas são aquelas que estabelecem fluxos positivos;


2 – Os pontos nos terminais superiores dos enrolamentos primário e secundário correspondem às suas
marcas de polaridade, ou seja, corrente entrando pelo ponto estabelece um fluxo positivo no núcleo.

Primário Secundário Primário Secundário


i1 f i1 f


 i2
 
v2
e2 e2 v2 Zc
v1 e1 v1 e1

ic
N1 N2
 N1 N2
NÚCLEO DE FERRO NÚCLEO DE FERRO

Fig. 4 (a) Transformador ideal em vazio; (b) idem, alimentando carga Zc.

Polaridade
Em corrente alternada a definição de polaridade de um enrolamento de transformador monofásico, em
relação à polaridade do outro enrolamento desse mesmo transformador, resume-se em saber se as tensões
neles induzidas pelo fluxo mútuo, e observadas entre seus terminais, estão em plena concordância ou
plena oposição de fases. Entretanto, o fato de elas estarem ou não em fase será decorrência única e
exclusivamente da maneira como se aplica a tensão em um deles e como se utiliza a tensão induzida entre
terminais do outro.

4. TRANSFORMADOR EM VAZIO

Considerando o transformador ideal mostrado na Fig. 6, sendo o fluxo total, f o mesmo em ambas as
bobinas, já que se desprezam os fluxos dispersos e o núcleo tem  , as f.e.m.’s, e1 e e2, induzidas
nessas bobinas (adotando a convenção receptor), escrevem-se como:

df
v1 = e1 = N1 [V] (2)
dt
e
df
v2 = e2 = N 2 [V] . (3)
dt

Dividindo-se v1 por v2 chega-se à relação de tensões entre primário e secundário:

e1 v1 N1
= = = a, (4)
e2 v2 N 2

sendo a denominada relação de espiras ou relação de transformação. Esta é a primeira propriedade do


transformador que é a de transferir ou refletir as tensões de um lado para outro segundo uma constante a.

5. TRANSFORMADOR EM CARGA

Ao se acoplar uma carga a esse transformador ideal, como esquematizado na Fig. 6b, circulará uma
corrente de carga pelo enrolamento secundário, ic, dada por:
e
ic = -i2 = 2 . (5)
Zc

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Essa corrente ic = -i2 produzirá uma força magnetomotriz (f.m.m.), c, dada por:

c = N 2ic Þ c = - N 2i2 = - 2 [Ae]. (6)

que, pela Lei de Lenz, tende a se opor, ou desmagnetizar o núcleo. Por outro lado, o fluxo tem que se
conservar, uma vez que é imposto pela tensão aplicada v1 = e1, de acordo com a Lei de Faraday. Para que o
fluxo permaneça invariante, o primário reage, absorvendo uma corrente i1, tal que

1 = N1i1 = f1Ânucleo . (7)

Como, para um transformador ideal, f1=f2=f, tem-se que

2ic = -2i2 = f2 Ânucleo=f1 Ânucleo=f Ânucleo =1i1 (8)

ou seja,

1i1= -2i2, (9)

ou ainda,

i1 N 1
=- 2 =- . (10)
i2 N1 a

Outra maneira de se chegar a esse resultado é através do circuito elétrico análogo ao circuito magnético
da Fig. 4b, mostrado na Fig.5. O fluxo magnético nesse circuito pode ser calculado por:

Ânucleof = (N1 i1 + N2 i2). (11)


f

+ Ânucleo = 0 -

N1 i1 N2 i2
- 

Fig. 5 – Circuito elétrico análogo ao circuito magnético do transformador ideal.

ATENÇÃO! “ANÁLOGO” “EQUIVALENTE”÷


Não confunda circuito elétrico “análogo ao circuito magnético” com circuito elétrico
“equivalente” do transformador, que será estudado mais adiante.

Como o núcleo é feito de material com alta permeabilidade, assume-se que   e, portanto, Ânucleo 0,
o que permite escrever:

(N1 i1 + N2 i2) = Ânucleof  0, (12)

conduzindo à mesma relação para as correntes de primário e secundário (10). Pode-se verificar que, com o
secundário em circuito aberto (ou em vazio), i1 = i2 = 0, o que significa que o transformador ideal não
absorve corrente para magnetizar seu núcleo (para produzir f).

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Além da transformação de tensões ou correntes, os transformadores também alteram a impedância do


circuito, como mostrado a seguir.

A impedância do circuito primário é dada pela relação entre e1 e i1, como segue:

e1 e
Z1 = = a ic 2 = a 2 Z 2 , (13)
i1 a

ou, considerando que Z2 = Zc é a impedância de carga,

Z1 = a2 Zc. (14)

A impedância Z1 é, na verdade, a impedância real “vista” pela fonte, ou seja, o primário “enxerga”
qualquer carga Zc conectada aos terminais do secundário multiplicada pelo quadrado da relação de
transformação.
Em alguns casos o casamento de impedâncias é a principal função de um transformador. Entretanto,
independentemente de sua aplicação, a impedância “vista” pelo primário, ou a impedância efetiva do
circuito primário, depende da relação de espiras ao quadrado e da impedância do secundário.

6. POTÊNCIA ELÉTRICA

Se calcularmos as potências elétricas de primário e secundário, teremos:

p1 = v1 i1  p2 = v2 i2 = v1/a . (-i1.a) = -p1 (15)

A expressão acima confirma as hipóteses estabelecidas para um transformador ideal, ou seja, ausência de
perdas. Toda potência que entra pelo primário, sai pelo secundário. O sinal negativo acima indica que o
sentido do fluxo de potência é distinto para primário e secundário, ou seja, a potência positiva entra pelo
primário (convenção receptor) e a potência negativa sai pelo secundário (convenção gerador).

Embora um transformador real esteja sujeito a perdas devido à resistência de condutores, correntes
induzidas no núcleo e correntes necessárias para magnetizar seu núcleo (bem como perdas capacitivas), a
principal hipótese considerada na definição de um transformador ideal foi a adoção de uma
permeabilidade infinita do núcleo, o que implica uma relutância nula para esse circuito magnético.
Todavia, em algumas aplicações práticas e para alguns transformadores, essa hipótese raramente ou nunca
se aplica, como é o caso de transformadores com núcleo de ar.
Em muitos transformadores as perdas são relativamente pequenas (às vezes menores que 1%) e as
aproximações acima são razoáveis. No entanto, em transformadores de baixa potência, as perdas podem
ser elevadas com relação à potência total do transformador.

7. TRANSFORMADOR IDEAL EM REGIME PERMANENTE SENOIDAL

Quando uma tensão senoidal de frequência angular  igual a


ω = 2  f, (16)

sendo f a frequência em Hz, é aplicada ao enrolamento primário de um transformador e o enrolamento


secundário é mantido em circuito aberto, a tensão primária é balanceada por uma f.e.m., induzida pela taxa
de variação do fluxo concatenado com o enrolamento primário, 1, dado por:

1 = N1 f, (17)

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sendo f o fluxo no núcleo do transformador, que também possuirá variação temporal senoidal, como
segue,

f=fmax sen t. (18)

Dessa maneira, a tensão primária se escreve como:

d 1 df
v1 = e1 = = N1 = N1fmax cos t , (19)
dt dt

cujos valores máximo (ou de pico) e eficaz (ou r.m.s.) valem

e1max= N1fmax, (20),


1
E1 = N1 2f fmax , (21)
2
ou ainda

(22)

Em notação fasorial essa tensão se escreve:

Ê1 = jN1fˆ . (23)

Esses resultados se aplicam tanto a materiais magnéticos como não magnéticos.


 O fluxo estabelecido num núcleo depende da tensão (forma de onda, magnitude e frequência)
aplicada e do número de espiras da bobina de excitação.
 Ao contrário do que ocorre no caso de estruturas excitadas com corrente contínua, nem a natureza
do material, nem as dimensões do núcleo afetam o valor do fluxo.

Conclusões importantes:
 Características de um transformador ideal: 1) núcleo de permeabilidade infinita (relutância nula);
2) perdas nulas; 3) sem dispersão de fluxo.
 Relações importantes de um transformador ideal:
v1/v2 = N1/N2 = a, i1/ i2 = -1/a, Z1/ Z2 = a2, p2 = -p1.
 A equação E=4,44fNfmax é uma das relações mais importantes na teoria de todos os dispositivos
eletromagnéticos de corrente alternada, pois ela relaciona o projeto do enrolamento (N, número de
espiras) ao carregamento magnético do núcleo (fmax) quando se especifica uma condição de operação
elétrica (E e f). É a relação geral entre o valor eficaz (ou r.m.s.) da tensão gerada por um fluxo de
variação senoidal e o máximo valor desse fluxo.

 O valor do fluxo, dado por fmax= E/(4,44fN), é independente das dimensões e da qualidade do
núcleo magnético. A dimensão e as características do núcleo, no entanto, determinam o valor da
corrente de excitação (I = Âf/N), ou corrente de magnetização.

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8. DETERMINAÇÃO DA POLARIDADE DE BOBINAS

8.1 Método 1 – Usando fonte CA e voltímetro

A convenção usualmente adotada para a polaridade de um enrolamento


está relacionada com a regra da mão direita como indicado na Fig. 6. Fig. 6 Convenção para a polaridade
Entretanto, nem sempre temos acesso visual ao enrolamento (a não ser de uma bobina.
o construtor do equipamento).

No caso de dois ou mais enrolamentos, a polaridade é tratada sempre


de forma relativa. Arbitra-se a polaridade de um dos enrolamentos e
determinam-se as polaridades dos enrolamentos restantes em relação a
este.

Considere a Fig. 7. Como determinar a polaridade da bobina 2?


Sabemos que o fluxo que atravessa a bobina 1 é o mesmo que atravessa
a bobina 2, mas não sabemos em qual direção. Um dos possíveis
métodos de determinação da polaridade pode ser compreendido
fazendo-se uso da Fig. 8 e dos passos a seguir.
Fig. 7 Diagrama que mostra o
a) A marcação dos terminais da bobina 1 é arbitrária. Adota-se uma problema da determinação da
polaridade relativa entre bobinas.
marcação qualquer para os terminais da bobina 2.
b) Associam-se as bobinas de acordo com o esquema da figura ao lado.
c) Alimenta-se a bobina 1 com uma tensão V1.
d) Mede-se a tensão entre os terminais da associação série das 2
bobinas.

Caso a leitura do voltímetro seja maior do que a tensão aplicada (se


N1=N2 seria o dobro), a polaridade adotada para a bobina 2 está correta.
Caso a leitura seja menor do que a tensão aplicada (se N1=N2 seria nula)
a polaridade estabelecida para a bobina 2 deve ser invertida, pois o
Fig. 8 Diagrama para a
ponto estaria no outro terminal. determinação da polaridade
relativa entre bobinas.
8.2 Método 2 - Usando baterias

Outra maneira de determinar a polaridade de um enrolamento pode ser


compreendida através do diagrama mostrado na Fig. 9. Este
procedimento é de "baixo custo", dispensando o uso da fonte CA.
A fonte DC é uma bateria de baixa
tensão (por exemplo, 9 VDC) e baixa
corrente. O detetor de corrente é
composto de 2 LEDs (Light Emitting
Diodes) em anti-paralelo. Quando a
corrente sair pelo ponto, o LED
vermelho acenderá (quando entrar, o
LED verde acenderá).
O resistor serve apenas para limitar a Fig. 9 Determinação de polaridade
usando bateria e LEDs.
corrente que passa através dos LEDs.
O conjunto resistor +LEDs poderia ser
substituído por um amperímetro de
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ponteiro central.

Exercício 1

Um transformador ideal com N1=500 espiras e N2=250 espiras alimenta uma carga resistiva de resistência 10 (Fig. 10). O
primário é alimentado por uma fonte de tensão senoidal dada por: v1 (t ) = 2 200 cos 377t V . Determine:

Fig. 10 - Exercício 1
a) a tensão no secundário;
b) a corrente na carga;
c) a corrente no primário;
d) a potência aparente fornecida ao primário;
e) a potência aparente consumida pela carga.
OBS.: Resolva o exercício utilizando notação complexa.

Solução:
Vˆ1
a) Lembrando que = a e sendo Vˆ1 = 200 0o V resulta:
ˆ
V2
200 0o
= 2 ou Vˆ2 = 100 V
Vˆ 2

b) A corrente na carga é obtida a partir da aplicação da Lei de Ohm, isto é:

ˆ Vˆ2 ˆ 100 0o
IL = ou I L = = 10 0oA
R 10

c) A corrente no primário é obtida a partir da relação:


Iˆ1 1 10 0o
= ou Iˆ1 = = 5 0o A
IˆL a 2

d) A potência aparente fornecida ao primário é dada por:


Sˆ1 = Vˆ1.Iˆ1* = 200 0o .5 0o VA = 1000 0o VA

e) A potência aparente fornecida à carga é dada por:

SˆL = Vˆ2 .IˆL* = 100 0o .10 0o = 1000 0o VA

OBS.: A potência aparente fornecida ao primário e a consumida pela carga são iguais pelo fato do
transformador ser ideal.

Exercício 2

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Um transformador monofásico ideal como ilustrado na Fig. 11, cujos valores nominais de tensão são 13.800/440 V, alimenta
uma carga indutiva de impedância ZˆL = 3  j 4  conectada no lado da BT (baixa tensão). Determine:

Fig. 11 - Exercício 2

a) a corrente na carga quando o primário é alimentado por tensão nominal;


b) a corrente no primário;
c) a impedância “vista” pela rede;
d) a potência ativa consumida pela carga.

Nota: Nos transformadores a relação de transformação é fornecida através da relação entre as tensões nominais do primário e
secundário.

Solução:

a) Adotando Vˆ1 = 13800 0o V resulta Vˆ2 = 440 0o V , então:



IˆL = 2 = 88 -53,13° A
ZˆL

b) Corrente no primário:
Iˆ1 440 440
= , portanto I&1 = 88 -53,13° = 2, 8 -53,13° A
ˆ
I L 13800 13800

c) Impedância “vista” pela rede:


Vˆ 13800 0°
ZˆL = 1 = = 4, 93 53,13° k
Iˆ1 2, 8 -53,13°
ou alternativamente,
2
13800 ö
ZˆL = æç ÷ 5 53,13° = 4, 93 53,13° k
è 440 ø

d) Potência ativa consumida pela carga:


PL = V2I L cos j = 440.88.cos 53,13 = 23,2 kW

Exercício 3

Um amplificador de som apresenta “impedância de saída” de natureza resistiva igual a 8 . Este amplificador alimentará uma
caixa de som de impedância de entrada, também de natureza resistiva, de 10 . Para transferir a máxima potência do
amplificador para a caixa acústica, utiliza-se um transformador acoplador para o casamento de impedâncias. Qual deve ser a
relação de transformação do transformador de acoplamento?

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Fig. 12 Exercício 3

Solução

A condição de máxima potência transferida ocorre quando a resistência “vista” pelo amplificador é igual a sua impedância de
saída. Com a inserção do transformador acoplador, a resistência “vista” pelo amplificador será tal que:

Fig. 13 Impedância vista pelo amplificador

A condição procurada será tal que:


10 a 2 = 8 , ou ainda a = 0, 89 .

9. VALORES NOMINAIS DOS TRANSFORMADORES REAIS

Tensões nominais do primário e do secundário: Tensões para as quais o transformador foi


dimensionado para operação contínua durante toda a sua vida útil. Nas placas de identificação estas
tensões são apresentadas na forma da relação VNOM1 / VNOM 2 que é igual à relação de transformação do
transformador.
As tensões nominais são tais que, alimentando-se qualquer um dos lados pela sua tensão nominal, resulta
também tensão nominal no outro lado com o transformador em aberto.

Potência Nominal: Potência aparente para a qual o transformador foi dimensionado para operação
contínua em toda a sua vida útil. Na placa de identificação estas grandezas são fornecidas em VA ou
múltiplos, tais como kVA (103 VA) e MVA (106 VA).

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Correntes Nominais: São as correntes que circulam nos enrolamentos quando submetidos a tensões
nominais e potência nominal, isto é,
S NOM S
I NOM 1 = [A] e I NOM 2 = NOM [A] ,
VNOM 1 VNOM 2
sendo S NOM =Potência Aparente Nominal.

Vida útil: Tempo estimado de durabilidade dos materiais (principalmente isolantes) utilizados na
confecção do transformador. Este tempo é da ordem de 30 anos quando o transformador opera nas suas
condições nominais, podendo atingir idade bem superior a esta.
É importante destacar que, operando fora das suas condições nominais, a vida útil do transformador é
reduzida sensivelmente.

Exercício 4

Determine as correntes nominais de um transformador de potência monofásico de 20 MVA, 325/88 kV, 60 Hz.

Solução:

20 × 106 20 × 10
6
I = = 61, 5 A I NOM 2 = = 227, 3 A
NOM 1 325 × 103 88 × 10
3

10. BIBLIOGRAFIA

[1] Magnetic Circuits and Transformers, A first course for Power and Communication Engineers – Principles of
Electrical Enginnering Series, Members of the Staff of Department of Electrical Enginnering, Massachusets Institute of
Technology, John Wiley & Sons Inc. New York, 1944.
[2] Conversión de Energia Electromecánica, V. Gourishankar, México, 1975, R. S. I.
[3] Conversão Eletromecânica de Energia, Vol I, A.G. Falcone, Edgar Blücher, S.Paulo,1985.
[4] Transformadores, Rubens Guedes Jordão, SK&C.
[5] Apostila do curso Eletrotécnica Geral – 6.Transformadores, J. R. Cardoso, M. R. Gouvêa, EPUSP

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