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Aula 02

Português p/ TJ-PE (Com videoaulas)


Professores: Janaína Efísio, Rafaela Freitas
Língua Portuguesa p/ TJ-PE
Analista e Técnico Judiciário
Teoria e Questões Comentadas
Profª Rafaela Freitas Aula 02

AULA 02
FLEXÃO NOMINAL E VERBAL. EMPREGO DE TEMPOS E
MODOS VERBAIS. VOZES DO VERBO.

Olá, queridos alunos! Vamos começar bem animados a nossa aula 03!
É hora de estudar morfologia!! Falaremos bastante sobre a flexão dos
nomes e dos verbos! É um prazer estar com vocês mais uma vez!

SUMÁRIO
FLEXÃO NOMINAL E VERBAL – INTRODUÇÃO............................................02
FLEXÃO NOMINAL.................................................................................03
FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS.................................................................03
FLEXÃO DOS ADJETIVOS........................................................................08
FLEXÃO VERBAL....................................................................................12
VOZES DO VERBO.................................................................................15
HORA DE PRATICAR...............................................................................19
LISTA DE EXERCÍCIOS COMENTADOS NESTA AULA....................................47
GABARITO............................................................................................68
MEU ATÉ BREVE....................................................................................68

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"Sempre há o que aprender, ouvindo, vivendo e, sobretudo, trabalhando. Mas


só aprende quem se dispõe a rever suas certezas."
(Darcy Ribeiro)

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FLEXÃO NOMINAL E VERBAL - INTRODUÇÃO

Quando morfemas são colocados no final das palavras chamamos


de flexão verbal ou nominal.

As flexões podem ser:

 Nominais: indicam gênero e número de nomes (substantivos,


adjetivos, pronomes, numerais).
Ex.: casa – casas (flexão de número), gato – gata (flexão de gênero).

 Verbais: indicam número (plural/singular), pessoa (1ª, 2ª e 3ª), modo


(subjuntivo, imperativo e indicativo) e tempo dos verbos (pretérito, presente e
futuro).

Existem dois tipos de desinências verbais: desinências modo-temporal


(DMT – indicam modo e tempo) e desinências número-pessoal (DNP –
indicam número e pessoa).

Ex.:
Nós corremos, se eles corressem (DNP);
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Se nós corrêssemos, tu correras (DMT)

 Verbo-nominais: indicam as formas nominais dos verbos (infinitivo,


gerúndio e particípio).
Ex.: beber (infinitivo), correndo (gerúndio), partido (particípio)

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FLEXÃO NOMINAL (substantivos e adjetivos)

PRINCIPAIS DESINÊNCIAS NOMINAIS

Gênero masculino (-o)


feminino (-a)

Número singular (não há)


plural (-s)

Os substantivos e os adjetivos são as classes nominais que mais sofrem


flexões. Vamos estudar cada uma separadamente.

1. FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS:

FLEXÃO DE GÊNERO:

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a) Masculino e Feminino: algumas palavras possuem apenas o masculino


ou o feminino, não tendo, portanto, o gênero oposto correspondente. Veja:

O cometa A libido
O champanha A alface
O clã A apendicite
O dó A cal
O herpes A comichão

O cometa é sempre masculino. A alface é sempre feminino.

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b) Biformes: são aqueles substantivos que têm o correspondente do outro


gênero, com palavras que possuem o mesmo radical.
O pardal = A pardoca
O judeu = A judia
O herói = A heroína
O sargento = A sargenta
O cachorro = A cachorra

Dentro dos biformes, temos ainda os heterônimos:

O cavaleiro - A amazona
O zangão - A abelha
O pai - A mãe
O boi – A vaca

Observe que são formas correspondentes, mas não possuem o mesmo


radical.

c) Uniformes


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Epicenos: usados para animais

O Jacaré
A cobra MACHO
O peixe ou
A mosca FÊMEA

Observe que são dois vocábulos, apenas um designa macho e fêmea.

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 Sobrecomuns: usados para pessoas


A pessoa
O sósia
A mascote
A vítima
O algoz

Também não possuem uma forma para o masculino e outra para o


feminino. A pessoa, por exemplo, é sempre um vocábulo feminino, referindo-
se tanto a um homem quanto a uma mulher.

 Comuns-de-dois: a mudança do determinante (artigo, adjetivo ou


pronome) vai distinguir o gênero do vocábulo.

O / A estudante
Bom / Boa ciclista
Meu / Minha colega
O / A rival

FLEXÃO DE NÚMERO:

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Plural dos Compostos

Para entender o plural dos compostos, é importante relembrar quais são


as classes gramaticas variáveis e quais são as classes invariáveis:
Variáveis: substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome e verbo
Invariáveis: advérbio, preposição, interjeição e conjunção

a) Em palavras compostas, ambos se flexionam se o vocábulo for


composto por:

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- Substantivo + Substantivo = COUVES – FLORES


- Substantivo + Adjetivo = BOIAS – FRIAS
- Adjetivo + Substantivo = PUROS – SANGUES
- Numeral + Substantivo = TERÇAS – FEIRAS

b) Somente o primeiro elemento varia se for composto por:

- Substantivo + Substantivo (o segundo determinando, especificando o


primeiro) = POMBOS – CORREIO
PEIXES – ESPADA

- Substantivo + preposição + Substantivo =


ÁGUAS – DE – COLÔNIA
MULAS – SEM – CABEÇA

c) Somente o segundo elemento varia se for composto por:

- Verbo (o verbo não vai para o plural) + Substantivo = ARRANHA –


CÉUS

Guarda – noturno > Guardas – noturnos


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(substantivo + adjetivo)
Nesse caso, o guarda vai para o plural porque não é o verbo, é o
substantivo, significa a pessoa que trabalha de guarda.

- Advérbio + Adjetivo = ALTO – FALANTES

- Prefixo + Substantivo = VICE – DIRETORES

- Grão / Grã / Bel + substantivo = GRÃO – DUQUES

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GRÃ – DUQUESAS

- Onomatopeias = TIQUE – TAQUES

- Palavras repetidas = RECO – RECOS

As palavras a seguir merecem atenção especial

 Bem – te – vi > Bem – te – vis


 Bem – me – quer > Bem – me – queres

d) Invariáveis (vocábulos que nunca mudam, o que vai variar é o


determinante que vier antes):

 Verbo + Advérbio = O /OS BOTA-FORA


 Verbos Antônimos = O /OS SENTA–LEVANTA
 Frases Substantivas = O / OS DEUS–NOS–ACUDA
O / OS LOUVA–A–DEUS
 Verbo + Subst. Plural = O / OS CONTA–GOTAS

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e) Substantivos que admitem dois plurais:

 salvo – conduto > salvos – condutos


salvo – condutos

 padre – nosso > padres – nossos


padre – nossos

 pisca – pisca > Pisca – piscas / Piscas – piscas

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 xeque – mate > xeques – mates


xeques – mate

 fruta – pão > frutas – pães


frutas – pão

 guarda – marinha > Guardas – marinhas


Guardas – marinha

ATENÇÃO! Variação menos importante para concurso com relação


aos substantivos:

GRAU:
A) Aumentativo: Analítico: Casa grande
Boca enorme
Sintético: Casarão / Bocarra

B) Diminutivo: Analítico: Casa pequena


Porta mínima
Sintético: Casebre ou Casinha
Portinhola ou Portinha
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FLEXÃO DOS ADJETIVOS

Acompanham os substantivos e flexionam em número, gênero e grau para


fazer a concordância com eles.

Ex.: Roupa bela, locais proibidos, visita agrabilíssima

FLEXÃO DOS ADJETIVOS COMPOSTOS:

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Regra geral:

Somente o último elemento (se for ADJETIVO) do composto pode


flexionar--se em gênero e número.

Ex.: Instrumento médico–cirúrgico


Sala médico–cirúrgica
Trauma afetivo–emocional
Traumas afetivo–emocionais

 Invariáveis: azul–marinho / azul–celeste


 Flexionam-se ambos os termos: surdo(a) (s) – mudo(a) (s)
 Se o último elemento for SUBSTANTIVO, o composto fica
INVARIÁVEL

Ex.: Bandeira (s) azul – turquesa


Camisa (s) cor – de – abóbora
Fita (s) rosa

GRAU: flexão importante com relação aos adjetivos


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I . COMPARATIVO:

a) Igualdade (tão / tanto ... como / quanto)

Ex.: Os alunos eram tão dedicados como / quanto os


mestres.

b) Inferioridade (menos ... (do) que)

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Ex.: O salário era menos interessante (do) que o trabalho.

c) Superioridade (mais ... (do) que)

Ex. : Perla era mais feia (do) que sua irmã.

II. SUPERLATIVO:

a) Relativo de Inferioridade: (o menos ... de)


Ex.: Seu chute era o menos confiável do time.

b) Relativo de Superioridade: (o mais ... de)


Ex.: O brasileiro tem sido o mais confiante dos homens.

c) Absoluto Analítico: (com auxílio de advérbio)


Ex.: Os concursos têm sido extremamente difíceis.

d) Absoluto Sintético: (com auxílio de sufixos)


Ex.: Aquelas modelos são magríssimas. (vernáculo)
Aquelas modelos são macérrimas. (erudito)
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A lista a seguir é para marcar a diferença do superlativo erudito daquele


que usamos em nosso cotidiano.

 Amargo – amaríssimo
 Áspero – aspérrimo
 Célebre – celebérrimo
 Cristão – cristianíssimo
 Cruel – crudelíssimo
 Doce – dulcíssimo

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 Fiel – fidelíssimo
 Frio – frigidíssimo
 Humilde – humílimo
 Íntegro – integérrimo
 Magro – macérrimo
 Negro – nigérrimo
 Pobre – paupérrimo
 Sagrado – sacratíssimo

Usam-se as formas mais bom, mais mau, mais grande e mais


pequeno quando se comparam qualidades do mesmo ser!

Ex.: Aquele aluno é mais bom que inteligente.


Esta sala é mais grande do que confortável.

No mais, usam-se as formas sintéticas MELHOR, PIOR, MAIOR e MENOR.


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Ex.: João é menor que seu irmão. (mais pequeno)

João é MAIS grande QUE forte.

Duas características comparadas em um mesmo ser, ok!

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FLEXÃO VERBAL

Um verbo pode flexionar-se em:

Pessoa – Indica as três pessoas relacionadas ao discurso, representadas


tanto no modo singular, quanto no plural.
1ª pessoa: emissor
2ª pessoa: receptor
3ª pessoa: assunto

Número – Representa a forma pela qual o verbo refere-se a essas


pessoas gramaticais, no plural ou no singular.

MODO - são três.

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- Indicativo: apresenta o fato de maneira real, certa de acontecer, indica


certeza.

Caminho todas as manhãs

- Subjuntivo: apresenta o fato de maneira duvidosa, hipotética, uma


possibilidade.

Ele quer que eu estude muito (não é certo que irá estudar...)

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- Imperativo: apresenta o fato como ordem, pedido, um desejo, uma


súplica.
Saia agora e não olhes para trás.

TEMPO: são três.

- Presente: fato corrido no momento da fala, corriqueiro, constante,


futuro próximo, presente histórico

Espero por você (momento da fala)


Caminho sempre (corriqueiro)
Deus é pai (constante)
Amanhã viajo (futuro próximo)
Em 1500, Cabral descobre o país (presente histórico)

- Pretérito:
Perfeito – Ação pontual no passado.

Vendi meu carro

Imperfeito – Ação duradoura no passado.


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Escrevia uma carta...

Mais-que-perfeito – passado distante


Ele fizera tudo na vida

- Futuro:

Futuro do presente – futuro certo


Farei uma viagem

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Futuro do pretérito – futuro condicionado ao passado


Esperaria se pudesse

Vejamos o modo indicativo do verbo cantar:

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VOZES DO VERBO

A voz verbal caracteriza a ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito,


classificada em:

Voz ativa – o sujeito é o agente da ação verbal.

Os professores aplicaram as provas.

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Sujeito: os professores
Agente da ação: os professores.

Voz passiva – o sujeito sofre a ação expressa pelo verbo.

As provas foram aplicadas pelos professores.


Sujeito PACIENTE: as provas.
Agente da passiva: professores.

Voz reflexiva – o sujeito, de forma simultânea, pratica e recebe a ação


verbal.

O garoto feriu-se com o instrumento.


Sujeito ATIVO e PACIENTE ao mesmo tempo: o garoto.

Voz reflexiva recíproca – representa uma ação mútua entre os


elementos expressos pelo sujeito.

Os formandos cumprimentaram-se respeitosamente.


Sujeito ATIVO e PACIENTE ao mesmo tempo: os formandos. A diferença
para a voz reflexiva é que na recíproca um pratica a ação para com outro, não
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para ele próprio.

Formação da Voz Passiva

São dois os processos pelos quais formamos a voz passiva: analítico e


sintético. Vejamos cada um deles.

- Voz Passiva Analítica:

Formação: Verbo SER + particípio do verbo principal.

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Por exemplo:
A escola será pintada. (será + pintada)
O trabalho é feito por ele. (é + feito)

O agente da passiva geralmente é acompanhado da preposição por,


mas pode ocorrer a construção com a preposição de.
Por exemplo:
A casa ficou cercada de soldados.

Sendo “de soldado” o agente da passiva, ou seja, aquele que praticou a


ação de cercar a casa). “A casa” é o sujeito paciente.

- Pode acontecer ainda que o agente da passiva não esteja explícito na


frase.

Por exemplo:
A exposição será aberta amanhã.
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Quem abrirá? Não está explícito.

FLEXÃO VERBAL NA VOZ PASSIVA: A variação temporal é indicada


pelo verbo auxiliar (SER), pois o particípio é invariável. Observe a
transformação das frases seguintes:

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a) Ele fez o trabalho. (Pretérito perfeito do indicativo)


O trabalho foi feito por ele. (Pretérito perfeito do indicativo)
b) Ele faz o trabalho. (Presente do indicativo)
O trabalho é feito por ele. (Presente do indicativo)
c) Ele fará o trabalho. (Futuro do presente)
O trabalho será feito por ele. (Futuro do presente)

E nas frases com locuções verbais? O verbo SER assume o mesmo tempo
e modo do verbo principal da voz ativa. Observe a transformação da frase
seguinte:

O vento ia levando as folhas. (Locução no gerúndio)


As folhas iam sendo levadas pelo vento. (Locução ainda no gerúndio)

Obs: é menos frequente a construção da voz passiva analítica com outros


verbos que podem eventualmente funcionar como auxiliares.

Por exemplo:
A moça ficou marcada pela doença.

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Voz Passiva Sintética

A voz passiva sintética ou pronominal é formada com o verbo na 3ª


pessoa, seguido do pronome apassivador SE.

Por exemplo:
Abriram-se as inscrições para o concurso.
Destruiu-se o velho prédio da escola.
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Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva sintética.

Conversão da voz ativa em voz passiva

Observem que o sujeito da voz ativa passa a ser o agente da passiva e o


objeto direto da voz ativa para a ser o sujeito paciente.

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Prazer sem humilhação

O poeta Ferreira Gullar disse há tempos uma frase que gosta de repetir: “A
crase não existe para humilhar ninguém”. Entenda-se: há normas gramaticais
cuja razão de ser é emprestar clareza ao discurso escrito, valendo como

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ferramentas úteis e não como instrumentos de tortura ou depreciação de


alguém.
Acho que o sentido dessa frase pode ampliar-se: “A arte não existe para
humilhar ninguém”, entendendo-se com isso que os artistas existem para
estimular e desenvolver nossa sensibilidade e inteligência do mundo, e não
para produzir obras que separem e hierarquizem as pessoas. Para ficarmos no
terreno da música: penso que todos devem escolher ouvir o que
gostam, não aquilo que alguém determina. Mas há aqui um ponto crucial, que
vale a pena discutir: estamos mesmo em condições de escolher livremente as
músicas de que gostamos? Para haver escolha real, é preciso haver opções
reais.
Cada vez que um carro passa com o som altíssimo de graves repetidos
praticamente sem variação, num ritmo mecânico e hipnótico, é o caso de se
perguntar: houve aí uma escolha? Quem alardeia os infernais decibéis de seu
som motorizado pela cidade teve a chance de ouvir muitos outros gêneros
musicais? Conhece muitos outros ritmos, as canções de outros países, os
compositores de outras épocas, as tendências da música brasileira, os
incontáveis estilos musicais já inventados e frequentados? Ou se limita a
comprar no mercado o que está vendendo na prateleira dos sucessos,
alimentando o círculo vicioso e enganoso do “vende porque é bom, é bom
porque vende”?
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Não digo que A é melhor que B, ou que X é superior a todas as letras do


alfabeto; digo que é importante buscar conhecer todas as letras para escolher.
Nada contra quem escolhe um “batidão” se já ouviu música clássica, desde que
tenha tido realmente a oportunidade de ouvir e escolher compositores clássicos
que lhe digam algo. Não acho que é preciso escolher, por exemplo, entre os
grandes Pixinguinha e Bach, entre Tom Jobim e Beethoven, entre um forró e a
música eletrônica das baladas, entre a música dançante e a que convida a uma
audição mais serena; acho apenas que temos o direito de ouvir tudo isso antes
de escolher. A boa música, a boa arte, esteja onde estiver, também não existe
para humilhar ninguém.

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(João Cláudio Figueira, inédito)

01. (TCM-GO – 2015 - Auditor Controle Externo - Jurídica – FCC)


Em qualquer época, ...... que se ...... ao grande público o melhor que os
artistas ......, as formas “é preciso”, “ofereça” e “produzam” completam
respectivamente as lacunas de maneira correta.
Haverá plena correlação entre tempos e modos verbais na frase acima
preenchendo-se as lacunas, respectivamente, com
a) era preciso - oferecia - produzem
b) será preciso - oferecesse – produziriam
c) é preciso - oferecesse - produzissem
d) seria preciso - ofereça - têm produzido
e) é preciso - ofereça - produzam

Comentário: observa-se que a estrutura a frase pede verbos no presente


como algo habitual. É preciso está no presente do indicativo, enquanto
ofereça e produzam estão no imperativo.
GABARITO: E

Não há hoje no mundo, em qualquer domínio de atividade artística, um


artista cuja arte contenha maior universalidade que a de Charles Chaplin. A
razão vem de que o tipo de Carlito é uma dessas criações que, salvo
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idiossincrasias muito raras, interessam e agradam a toda a gente. Como os


heróis das lendas populares ou as personagens das velhas farsas de
mamulengos.
Carlito é popular no sentido mais alto da palavra. Não saiu completo e
definitivo da cabeça de Chaplin: foi uma criação em que o artista procedeu por
uma sucessão de tentativas erradas.
Chaplin observava sobre o público o efeito de cada detalhe.
Um dos traços mais característicos da pessoa física de Carlito foi achado

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casual. Chaplin certa vez lembrou-se de arremedar a marcha desgovernada de


um tabético. O público riu: estava fixado o andar habitual de Carlito.
O vestuário da personagem - fraquezinho humorístico, calças lambazonas,
botinas escarrapachadas, cartolinha - também se fixou pelo consenso do
público.
Certa vez que Carlito trocou por outras as botinas escarrapachadas e a
clássica cartolinha, o público não achou graça: estava desapontado. Chaplin
eliminou imediatamente a variante. Sentiu com o público que ela destruía a
unidade física do tipo. Podia ser jocosa também, mas não era mais Carlito.
Note-se que essa indumentária, que vem dos primeiros filmes do artista,
não contém nada de especialmente extravagante. Agrada por não sei quê de
elegante que há no seu ridículo de miséria. Pode-se dizer que Carlito possui o
dandismo do grotesco.
Não será exagero afirmar que toda a humanidade viva colaborou nas salas
de cinema para a realização da personagem de Carlito, como ela aparece
nessas estupendas obras-primas de humor que são O garoto, Em busca do
ouro e O circo.
Isto por si só atestaria em Chaplin um extraordinário discernimento
psicológico. Não obstante, se não houvesse nele profundidade de pensamento,
lirismo, ternura, seria levado por esse processo de criação à vulgaridade dos
Aqui é que começa a genialidade de Chaplin. Descendo até o público, não
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só não se vulgarizou, mas ao contrário ganhou maior força de emoção e de


poesia. A sua originalidade extremou-se. Ele soube isolar em seus dados
pessoais, em sua inteligência e em sua sensibilidade de exceção, os elementos
de irredutível humanidade. Como se diz em linguagem matemática, pôs em
evidência o fator comum de todas as expressões humanas.
(Adaptado de: Manuel Bandeira. “O heroísmo de Carlito”.Crônicas da província do
Brasil. 2. ed. São Paulo, Cosac Naify, 2006, p. 219-20)

... ela destruía a unidade física do tipo.

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02. (SEFAZ-PE 2014 - Auditor Fiscal do Tesouro Estadual - Conhecimentos

Gerais FCC) O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o verbo

grifado acima está em:


a) ... toda a humanidade viva colaborou nas salas de cinema para a
realização da personagem de Carlito...
b) Como se diz em linguagem matemática...
c) Isto por si só atestaria em Chaplin um extraordinário discernimento
psicológico.
d) ... um artista cuja arte contenha maior universalidade que a de Charles
e) Chaplin observava sobre o público o efeito de cada detalhe.

Comentário: o verbo destruía está na terceira pessoa do singular do


pretérito imperfeito do indicativo, bem como o observava. Este tempo verbal
indica uma ação duradoura no passado.
GABARITO: E

03. (TRF - 1ª REGIÃO – 2014 - Analista Judiciário - Área de Apoio


Especializado – FCC) No período É possível que eu o diga de um modo que
provavelmente pareça patético, o autor utiliza os verbos dizer e parecer no
presente do subjuntivo. Encontram-se estes mesmos tempo e modo verbais
em:
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a) é a criação poética, ou o que chamamos de criação.


b) mistura de esquecimento e lembrança do que lemos.
c) quero que seja uma confidência.
d) com uma letra gótica que não posso ler.
e) uma felicidade de que dispomos.

Comentário: o modo subjuntivo indica uma hipótese, algo que poderá


acontecer, mas que não é certo. Indica uma incerteza, como é o caso de

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“quero que seja uma confidência”, na alternativa C, espera-se que seja uma
confidência, mas não é certo.
GABARITO: C

04. (TRF/2ª região – 2012 - Analista Judiciário – Taquigrafia –


FCC) Flexiona-se de maneira idêntica a lugares-comuns a palavra
a) ave-maria
b) amor-perfeito.
c) salário-maternidade.
d) alto-falante.
e) bate-boca.

Comentário: para que uma palavra composta faça o plural como lugares-
comuns, é preciso ser formada por substantivo + adjetivo, pois as duas
classes permitem flexão.
- em Ave-maria, temos plural ave-marias, apenas o segundo elemento vai
para o plural, pois a palavra é formada por prefixo (latino) + substantivo.
- em amor-perfeito, temos plural amores-perfeitos, pelo mesmo motivo
de lugares-comuns.
- em salário-maternidade, temos plural salários-maternidade, já que o
segundo substantivo determina o primeiro.
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- em alto-falante, o plural o é alto-falantes, pois alto é advérbio e, por


tanto, invariável.
- em bate-boca, temos plural bate-bocas, pois o primeiro elemento é
verbo (não flexiona em compostos)
GABARITO: B

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05. (TRT - 2ª REGIÃO (SP) – 2014 - Analista Judiciário - Área


Judiciária – FCC) Observadas as orientações da gramática normativa, é
pertinente o seguinte comentário:
a) (linha 18) No segmento submetidos aos tiranos, tem-se exemplo de
emprego de particípio atribuindo à frase valor temporal.

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b) (linhas 16 a 21) Tanto em ele comenta, quanto em Por aí se vê,


observa-se o emprego do tempo presente pelo pretérito (presente histórico),
para dar vivacidade a fatos ocorridos no passado.
c) (linhas 4 e 5) Outra redação para independentemente dos benefícios
concretos que a sua fruição pode trazer aos homens estará clara e correta se
tiver a formulação "em nada dependendo dos benefícios concretos que podem
advirem da sua fruição aos homens".
d) (linhas 7 a 9) Em E, efetivamente, que valor teriam a descoberta da
verdade (...) ou a realização da justiça, o valor da sequência implica uma
vírgula obrigatória depois da conjunção “ou”.
e) (linha 8) Se as normas preveem a possibilidade de ocorrer o verbo no
singular no caso de haver uma sucessão de substantivos que indicam gradação
de um mesmo fato, seria correto empregar "teria", em vez de teriam.

Comentário: a alternativa A é a correta. Vejamos os erros das outras:


b) (linhas 16 a 21) Tanto em ele comenta, quanto em Por aí se vê,
observa-se o emprego do tempo presente pelo pretérito (presente histórico),
para dar vivacidade a fatos ocorridos no passado. – Apenas em ele comente
temos o presente histórico.
c) (linhas 4 e 5) Outra redação para “independentemente dos benefícios
concretos que a sua fruição pode trazer aos homens” estará clara e correta
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se tiver a formulação "em nada dependendo dos benefícios concretos que


podem advirem da sua fruição aos homens". – o correto seria podem advir,
pois o verbo auxilia é que recebe flexão em uma locução verbal.
d) (linhas 7 a 9) Em E, efetivamente, que valor teriam a descoberta da
verdade (...) ou a realização da justiça, o valor da sequência implica uma
vírgula obrigatória depois da conjunção “ou”. – Não justifica-se a vírgula
depois de “ou”.
e) (linha 8) Se as normas preveem a possibilidade de ocorrer o verbo no
singular no caso de haver uma sucessão de substantivos que indicam gradação
de um mesmo fato, seria correto empregar "teria", em vez de teriam. – O

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verbo ter poderia sim estar no singular, mas pra concordar apenas
com o elemento mais próximo: que valor teria a descoberta da
verdade.
GABARITO: A

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06. (PGE-BA – 2013 - Analista de Procuradoria - Área de Apoio


Jurídico – FCC) Levando em conta o valor expressivo do segmento
destacado, afirma-se com correção:
a) (linhas 11 e 12) tampouco a regimes populistas ou "movimentistas"
que se apresentem como democráticos - exprime noção de desejo.
b) (linhas 25 e 26) para usar outra expressão norte-americana / exprime
noção de finalidade. c) (linhas 26 e 27) Arquitetados para moderar conflitos
entre partidos / exprime o estado resultante de uma ação acabada.
d) (linhas 28 a 31) tais freios devem ser também entendidos como parte
de uma concepção mais ampla das relações entre Estado e sociedade /
exprime probabilidade, como em "Depois desse treino, ele deve estar
cansado".
e) (linhas 38 e 39) O rousseauísmo, como diversos intérpretes têm
assinalado, é um plebiscitarismo / exprime ação totalmente circunscrita a um
certo momento do passado.

Comentário:
a) (linhas 11 e 12) tampouco a regimes populistas ou "movimentistas"
que se apresentem como democráticos - exprime noção de desejo. – NÃO, o
verbo no subjuntivo exprime ideia de hipótese, algo incerto.
b) (linhas 25 e 26) para usar outra expressão norte-americana / exprime
noção de finalidade. – NÃO, a ideia dizer algo de outra maneira.
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c) (linhas 26 e 27) Arquitetados para moderar conflitos entre partidos /


exprime o estado resultante de uma ação acabada. - CORRETO
d) (linhas 28 a 31) tais freios devem ser também entendidos como parte
de uma concepção mais ampla das relações entre Estado e sociedade /
exprime probabilidade, como em "Depois desse treino, ele deve estar
cansado". – NÃO, para indicar probabilidade o verbo deve estar no
modo subjuntivo, o que não é o caso.
e) (linhas 38 e 39) O rousseauísmo, como diversos intérpretes têm
assinalado, é um plebiscitarismo / exprime ação totalmente circunscrita a um

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certo momento do passado. – NÃO, a forma verbal têm assinalado


demonstra algo que está acontecendo em tempo presente.
GABARITO: C

TEXTO BASE PARA A QUESTÃO 07: Prazer sem humilhação, da questão


01.
07. (TCM-GO – 2015 - Auditor Controle Externo - Jurídica - FCC)
Transpondo-se para a voz passiva a frase Eles alardeavam o insuportável
som instalado nos carros, obtém-se a forma verbal era alardeado.
a) fora alardeado.
b) era alardeado.
c) tinha sido alardeado.
d) têm alardeado.
e) eram alardeados.

Comentário: na voz passiva, o oração ficaria: O insuportável som


instalado nos carros era alardeado por eles. O verbo ser deve concordar no
singular com o núcleo do sujeito paciente (som) e permanecer no pretérito
imperfeito, como na oração em voz ativa.
GABARITO: B

08. (TRT - 1ª REGIÃO (RJ) – 2014 - Analista Judiciário - Tecnologia


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da Informação - FCC) Transpondo-se para a voz passiva o segmento


sublinhado na frase os partidários de quem subjuga acabam por
demonizar a reação do subjugado, ele deverá assumir a seguinte forma:
a) acabam demonizando.
b) acabam sendo demonizados
c) acabará sendo demonizada.
d) acaba por ter sido demonizado.
e) acaba por ser demonizada.

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Comentário: na voz passiva temos: a reação do subjugado acaba por ser


demonizada/ acaba sendo demonizada por partidários de quem subjuga.
GABARITO: E

Nosso jeitinho

Um amigo meu, estrangeiro, já há uns seis anos morando no Brasil,


lembrava-me outro dia qual fora sua principal dificuldade - entre várias - de se
adaptar aos nossos costumes. “Certamente foi lidar com o tal do jeitinho”,
explicou. “Custei a entender que aqui no Brasil nada está perdido, nenhum
impasse é definitivo: sempre haverá como se dar um jeitinho em tudo, desde
fazer o motor do carro velho funcionar com um pedaço de arame até conseguir
que o primo do amigo do chefe da seção regional da Secretaria de Alimentos
convença este último a influenciar o Diretor no despacho de um processo”.
Meu amigo estrangeiro estava, como se vê, reconhecendo a nossa
“informalidade” - que é o nome chique do tal do jeitinho. O sistema - também
batizado pelos sociólogos como o do “favor” - não deixa de ser simpático,
embora esteja longe de ser justo. Os beneficiados nunca reclamam, e os que
jamais foram morrem de inveja e mantêm esperanças. Até o poeta Drummond
tratou da questão no poema “Explicação”, em que diz a certa altura: “E no fim
dá certo”. Essa conclusão aponta para uma espécie de providencialismo
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místico, contrapartida divina do jeitinho: tudo se há de arranjar, porque Deus


é brasileiro. Entre a piada e a seriedade, muita gente segue contando com
nosso modo tão jeitoso de viver.
É possível que os tempos modernos tenham começado a desfavorecer a
solução do jeitinho: a informatização de tudo, a rapidez da mídia, a divulgação
instantânea nas redes sociais, tudo se encaminha para alguma transparência,
que é a inimiga mortal da informalidade. Tudo se documenta, se registra, se
formaliza de algum modo - e o jeitinho passa a ser facilmente desmascarado,
comprometido o seu anonimato e perdendo força aquela simpática
clandestinidade que sempre o protegeu. Mas há ainda muita gente que acha

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que nós, os brasileiros, com nossa indiscutível criatividade, daremos um jeito


de contornar esse problema. Meu amigo estrangeiro, por exemplo, não perdeu
a esperança.
(Abelardo Trabulsi, inédito)

09. (TCE-RS – 2014 - Auditor Público Externo - Engenharia Civil -


Conhecimentos Básicos – FCC) Transpondo-se para a voz passiva o
segmento sublinhado em É possível que os tempos modernos tenham
começado a desfavorecer a solução do jeitinho, a forma obtida deverá
ser:
a) tenha começado a ser desfavorecida.
b) comecem a desfavorecer.
c) terá começado a ser desfavorecida.
d) comecem a ser desfavorecidos.
e) estão começando a se desfavorecer.

Comentário: a oração toda na voz passiva, respeitando o tempo e o modo


verbal, além da concordância com o sujeito paciente é: É possível que a
solução do jeitinho tenha começado a ser desfavorecida pelos tempos
modernos.
GABARITO: A
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Da utilidade dos prefácios

Li outro dia em algum lugar que os prefácios são textos inúteis, já que em
100% dos casos o prefaciador é convocado com o compromisso exclusivo de
falar bem do autor e da obra em questão. Garantido o tom elogioso, o prefácio
ainda aponta características evidentes do texto que virá, que o leitor poderia
ter muito prazer em descobrir sozinho. Nos casos mais graves, o prefácio
adianta elementos da história a ser narrada (quando se trata de ficção), ou
antecipa estrofes inteiras (quando poesia), ou elenca os argumentos de base a

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serem desenvolvidos (quando estudos ou ensaios). Quer dizer: mais do que


inútil, o prefácio seria um estraga-prazeres.
Pois vou na contramão dessa crítica mal-humorada aos prefácios e
prefaciadores, embora concorde que muitas vezes ela proceda - o que não
justifica a generalização devastadora. Meu argumento é simples e pessoal: em
muitos livros que li, a melhor coisa era o prefácio - fosse pelo estilo do
prefaciador, muito melhor do que o do autor da obra, fosse pela consistência
das ideias defendidas, muito mais sólidas do que as expostas no texto
principal. Há casos célebres de bibliografias que indicam apenas o prefácio de
uma obra, ficando claro que o restante é desnecessário. E ninguém controla a
possibilidade, por exemplo, de o prefaciador ser muito mais espirituoso e
inteligente do que o amigo cujo texto ele apresenta. Mas como argumento final
vou glosar uma observação de Machado de Assis: quando o prefácio e o texto
principal são ruins, o primeiro sempre terá sobre o segundo a vantagem de ser
bem mais curto.
Há muito tempo me deparei com o prefácio que um grande poeta, dos
maiores do Brasil, escreveu para um livrinho de poemas bem fraquinhos de
uma jovem, linda e famosa modelo. Pois o velho poeta tratava a moça como
se fosse uma Cecília Meireles (que, aliás, além de grande escritora era também
linda). Não havia dúvida: o poeta, embevecido, estava mesmo era prefaciando
o poder de sedução da jovem, linda e nada talentosa poetisa. Mas ele
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conseguiu inventar tantas qualidades para os poemas da moça que o prefácio


acabou sendo, sozinho, mais uma prova da imaginação de um grande gênio
poético.
(Aderbal Siqueira Justo, inédito)

10. (TRT - 16ª REGIÃO (MA) – 2014 - Analista Judiciário -


Contabilidade – FCC) Transpondo-se para a voz passiva a frase vou glosar
uma observação de Machado de Assis, a forma verbal resultante deverá ser
a) terei glosado
b) seria glosada

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c) haverá de ser glosada


d) será glosada
e) terá sido glosada

Comentário: mantendo a locução verbal no futuro do presente e fazendo


concordância com o sujeito paciente no feminino singular temos: uma
observação de Machado de Assis será glosada por mim. Atenção: por mim é
agente da passiva, enquanto uma observação de Machado de Assis é o
sujeito paciente.
GABARITO: D

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11. (TRT - 16ª REGIÃO (MA) – 2014 - Técnico Judiciário -


Administrativa – FCC) O trecho que admite transposição para a voz passiva
encontra-se em:
a) ... que estão no nível dos olhos do comprador...
b) ... o consumidor já não precisa do vendedor...
c) ... na história houve tal concentração de imagens...
d) ... as mercadorias são não apenas visíveis...
e) ... a publicidade invadiu as revistas...

Comentário: só é possível formar voz passiva com verbo transitivo direto


(VTD), como o verbo invadir, na alternativa E, que na voz passiva ficaria: as
revistas foram invadidas pela publicidade. O objeto direto para a sujeito
paciente e o sujeito ativo para a agente da passiva.
GABARITO: E

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12. (TRT - 16ª REGIÃO (MA) – 2014 - Técnico Judiciário -


Administrativa – FCC) Está correta a seguinte flexão para o plural:
a) Trata-se de um vocábulo: Tratam-se de vocábulos.

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b) o meio digital privilegia as mensagens diretas e não tem tempo a


perder: os meios digitais privilegiam as mensagens diretas e não tem tempo a
perder.
c) é casca-grossa por natureza: são casca-grossas por natureza
d) o substantivo [...] existe acima de qualquer dúvida: os substantivos
existem acima de qualquer dúvidas.
e) se extraiu o substantivo: se extraíram os substantivos

Comentário: vejamos cada alternativa:


a) Trata-se de um vocábulo: Tratam-se de vocábulos. – ERRADO. O
verbo “tratar” é transitivo indireto no sentido usado (seria transitivo
direto no sentido de tratar alguém ou alguma doença). Rege a
preposição “de”. Estamos diante de um sujeito indeterminado, sendo
assim, o verbo deverá permanecer no singular.
b) o meio digital privilegia as mensagens diretas e não tem tempo a
perder: os meios digitais privilegiam as mensagens diretas e não tem tempo a
perder. – ERRADA. Faltou o acento em têm para marcar o plural na
concordância com o sujeito os meios digitais.
c) é casca-grossa por natureza: são casca-grossas por natureza –
ERRADO. Formado por substantivo + adjetivo, os dois elementos
devem ir para o plural.
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d) o substantivo [...] existe acima de qualquer dúvida: os substantivos


existem acima de qualquer dúvidas. – ERRADO. Os substantivos existem
acima de qualquer dúvida ou quaisquer dúvidas.
e) se extraiu o substantivo: se extraíram os substantivos. – CORRETA.
Voz passiva! Sujeito vai para o plural, o verbo deve acompanhar! Os
substantivos faram extraídos.
GABARITO: E

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Maias usavam sistema de água eficiente e sustentável

Um estudo publicado recentemente mostra que a civilização maia da


América Central tinha um método sustentável de gerenciamento da água. Esse
sistema hidráulico, aperfeiçoado por mais de mil anos, foi pesquisado por uma
equipe norte-americana.
As antigas civilizações têm muito a ensinar para as novas gerações. O
caso do sistema de coleta e armazenamento de água dos maias é um exemplo
disso. Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores fizeram uma escavação
arqueológica nas ruínas da antiga cidade de Tikal, na Guatemala.
Durante o estudo, coordenado por Vernon Scarborough, da Universidade
de Cincinnati, em Ohio, e publicado na revista científica PNAS, foram
descobertas a maior represa antiga da área maia, a construção de uma
barragem ensecadeira para fazer a dragagem do maior reservatório de água
em Tikal, a presença de uma antiga nascente ligada ao início da colonização da
região, em torno de 600 a.C., e o uso de filtragem por areia para limpar a
água dos reservatórios.
No sistema havia também uma estação que desviava a água para diversos
reservatórios. Assim, os maias supriam a necessidade de água da população,
estimada em 80 mil em Tikal, próximo ao ano 700, além das estimativas de
mais cinco milhões de pessoas que viviam na região das planícies maias ao sul.
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No final do século IX a área foi abandonada e os motivos que levaram ao


seu colapso ainda são questionados e debatidos pelos pesquisadores. Para
Scarborough é muito difícil dizer o que de fato aconteceu. “Minha visão pessoal
é que o colapso envolveu diferentes fatores que convergiram de tal modo
nessa sociedade altamente bem-sucedida que agiram como uma ‘perfeita
tempestade’. Nenhum fator isolado nessa coleção poderia tê-los derrubado tão
severamente”, disse o pesquisador à Folha de S. Paulo.
Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a ruína dessa
sociedade, uma vez que eles dependiam muito dos reservatórios que eram
preenchidos pela chuva. É provável que a população tenha crescido muito além

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da capacidade do ambiente, levando em consideração as limitações


tecnológicas da civilização. “É importante lembrar que os maias não estão
mortos. A população agrícola que permitiu à civilização florescer ainda é muito
viva na América Central”, lembra o pesquisador.
(Adaptado de Revista Dae, 21 de Junho de 2013,
www.revistadae.com.br/novosite/noticias_interna.php?id=8413)

13. (SABESP – 2014 - Analista de Gestão - Administração – FCC)


Considerada a substituição do segmento grifado pelo que está entre
parênteses ao final da transcrição, o verbo que deverá permanecer no
singular está em:
a) ... disse o pesquisador à Folha de S. Paulo. (os pesquisadores)
b) Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a ruína dessa
sociedade... (as mudanças do clima)
c) No sistema havia também uma estação... (várias estações)
d) ... a civilização maia da América Central tinha um método sustentável
de gerenciamento da água. (os povos que habitavam a América Central)
e) Um estudo publicado recentemente mostra que a civilização maia...
(Estudos como o que acabou de ser publicado)

Comentário: na alternativa A, B, D e E o verbo deverá concordar no plural


com o sujeito, o que não ocorre na alternativa C, pois o verbo haver no
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sentido de existir é impessoal, ou seja, não possui sujeito, permanecendo no


singular.
GABARITO: C

A narrativa medieval descreve essa "doença do pensa- mento, do espírito"


como um modo de obsessão que ...... o homem e a mulher, fazendo com que
...... presos no desejo de estar um com o outro e atormentados quando não
podem se encontrar.
A estrutura ideal ...... o amor impossível.

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14. (TRT - 18ª Região (GO) – 2013 - Analista Judiciário -


Tecnologia da Informação – FCC) Preenchem corretamente as lacunas da
frase acima, na ordem dada:
a) arrastaria - ficassem – suponha
b) arrastava - ficam – supôs
c) arraste - ficassem – suponha
d) arrastaria - ficariam – supunha
e) arrasta - fiquem - supõe

Comentário: o pequeno texto começa assim: “A narrativa medieval


descreve essa”, com verbo no presente do indicativo. Os verbos que irão
preencher as lacunas precisam estar em conformidade com ele.
GABARITO: E

O dia começava a clarear quando terminei de transportar para a pauta o


primeiro movimento duma sonata. Atirei-me na cama tão extenuado, que ......
imediatamente. Quando despertei, o sol ...... já no zênite. ...... à mente os
acontecimentos do dia anterior e eu disse para mim mesmo: “Foi tudo um
sonho.” Mas não! Encontrei sobre o peito papel pautado com o primeiro
movimento da sonata.
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(Erico Verissimo. Sonata. Contos. 10.ed. Rio de Janeiro: Globo, 1987. p.74)

15. (DPE-RS – 2013 - Técnico de Apoio Especializado -


Administrativo - FCC) Preenchem corretamente as lacunas do trecho acima
transcrito, na ordem dada,
a) dormiria - estivera - Viera-me
b) dormia - estivera - Viram-me
c) dormi - estivesse - Viriam-me
d) dormi - estava - Vieram-me
e) dormia - esteve - Viram-me

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Comentário: observe os verbos no início do texto: “terminei”, “atirei-


me”... os verbos que irão preencher as lacunas devem estar também no
pretérito para ter correlação com eles.
GABARITO: D

16. (PGE-BA – 2013 - Analista de Procuradoria - Área de Apoio


Jurídico – FCC) É procedente afirmar que, na primeira frase do texto,
a) a forma de os afilhados saberem não é condizente com a norma padrão
escrita, que preconiza unicamente a forma "dos afilhados saberem".
b) a palavra litígio está inadequadamente grafada, pois a forma correta é
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"letígio".
c) a sequência depois de viver a intensa experiência do coma apresenta
equívoco quanto ao gênero do substantivo coma.
d) há equívoco quanto ao emprego da forma verbal reteram, pois a forma
correta é "retiveram".
e) há equívoco na grafia da palavra reivindicar, pois a forma correta é
"reinvindicar".

Comentário:

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a) a forma de os afilhados saberem não é condizente com a norma padrão


escrita, que preconiza unicamente a forma "dos afilhados saberem". –
ERRADA, antes de sujeito usa-se a forma separada: preposição de +
artigo os.
b) a palavra litígio está inadequadamente grafada, pois a forma correta é
"letígio". – ERRADA. Está grafada corretamente.
c) a sequência depois de viver a intensa experiência do coma apresenta
equívoco quanto ao gênero do substantivo coma. – ERRADO. Coma é
sempre masculino, o coma.
d) há equívoco quanto ao emprego da forma verbal reteram, pois a forma
correta é "retiveram". CORRETO. Não existe a conjugação reteram para o
verbo reter. O ideal na oração é usar retiveram, no pretérito perfeito
do indicativo.
e) há equívoco na grafia da palavra reivindicar, pois a forma correta é
"reinvindicar". – ERRADA. Está grafada corretamente.
GABARITO: D

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17. (TST – 2012 - Técnico Judiciário - Área Administrativa – FCC) O


verbo empregado no plural que também poderia ter sido flexionado no
singular, sem prejuízo para a correção, está em:
a) Para o domínio desse jogo, especialistas dão instruções sobre ...
b) Todos os jogos se compõem de duas partes ...
c) As vitórias no jogo interior talvez não acrescentem novos troféus...
d) Mas, por algum motivo, a maioria das pessoas têm mais facilidade para
...
e) ... todos os hábitos da mente que inibem a excelência do desempenho.

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Comentário: a única alternativa que admite o verbo no singular ou no


plural é a D, pois o verbo ter poderia concordar com a maioria (no singular)
ou com pessoas (no plural).
GABARITO: D

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18. (Câmara Municipal de São Paulo - SP – 2014 - Procurador



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Legislativo FCC) Todas as formas verbais estão corretamente


empregadas, grafadas e flexionadas na frase:
a) O autor do texto parece considerar que já está para se proscrever a
validade do livro convencional.
b) Um direito que não se pustula, como o da alfabetização, é um direito
que se fragiliza.
c) Foi grande sua emoção quando, alfabetizado, sentiu-se capaz de
destrinçar o sentido de um texto.
d) O prazer da leitura é um direito que poucos assessam nos países mais
pobres.

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e) Eles se absteram de votar porque achavam que encontrariam


dificuldade na leitura das instruções.

Comentário: a única alternativa correta é a C. Vejamos as outras:


a) O autor do texto parece considerar que já está para se proscrever a
validade do livro convencional. – proscrever não foi empregado
corretamente, pois significa banir, exilar, degredar, abolir, proibir. O
correto seria prescrever a validade, extinguir o direto.
b) Um direito que não se pustula, como o da alfabetização, é um direito
que se fragiliza. – Pústula é uma proparoxítona e deve ser acentuada.
Significa ferida no contexto.
d) O prazer da leitura é um direito que poucos assessam nos países mais
pobres. - acessam
e) Eles se absteram de votar porque achavam que encontrariam
dificuldade na leitura das instruções. – abstiveram.
GABARITO: C

Sabia-a culta e boa, Rachel de Queiroz me afirmara a grandeza moral


daquela pessoinha tímida...

19. (TRT - 19ª Região (AL) – 2014 - Analista Judiciário - Área


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Administrativa FCC)
Atribuindo-se caráter hipotético ao trecho acima, mantém- se a correção
gramatical substituindo-se os elementos grifados pelo que se encontra em:
a) Saberia-a - tinha-me afirmado
b) Tê-la-ia sabido - teria-me afirmado
c) Sabê-la-ia - me afirmaria
d) Saberia-a - ter-me-ia afirmada
e) Sabê-la-ia - me teria afirmado

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Comentário: para um caráter hipotético, os verbos precisam estar no


modo subjuntivo.
GABARITO: E

Apoio ao transporte urbano

O BNDES tem um programa de apoio a projetos de transportes públicos,


abrangendo todos os investimentos necessários à qualificação do espaço
urbano no entorno do empreendimento. O apoio pode se dar visando a forma
de operação específica, sempre com a preocupação de mirar os seguintes
objetivos: a) racionalização econômica, com redução dos custos totais do
sistema; b) privilégio do transporte coletivo sobre o individual; c)integração
tarifária e física, com redução do ônus e do tempo de deslocamento do
usuário; d) acessibilidade universal, inclusive para os usuários com
necessidades especiais; e) aprimoramento da gestão e da fiscalização do
sistema; f) redução dos níveis de poluição sonora e do ar, do consumo
energético e dos congestionamentos; g) revalorização urbana do entorno dos
projetos.
O BNDES admite um nível de participação em até 100%, no caso de
municípios de baixa renda ou de média renda inferior localizados nas regiões
Norte e Nordeste.
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(Baseado em informações do site oficial do BNDES)

20. (METRÔ-SP – 2010 - Analista - Administração – FCC) O verbo


indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do singular para
preencher corretamente a lacuna da frase:
a) A lista de itens que representam os objetivos do BNDES ...... (dizer)
respeito ao apoio aos projetos de transporte urbano.
b) Caso não se ...... (levar) em conta os objetivos do BNDES, nenhum
projeto de transporte urbano contará com o apoio desse órgão.

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c) Não ...... (faltar) a essa relação de objetivos, como é óbvio, os que se


apresentam intimamente associados à preservação do meio ambiente.
d) A cada objetivo ...... (corresponder), é claro, medidas específicas de
gerenciamento e fiscalização das iniciativas a serem tomadas.
e) No caso de ...... (ocorrer) quaisquer irregularidades na implementação
de um projeto, o apoio do BNDES estará suspenso, até que tudo se apure.

Comentário: vamos preencher cada alternativa com os verbos


adequadamente flexionados:
a) A lista de itens que representam os objetivos do BNDES diz respeito ao
apoio aos projetos de transporte urbano. – concorda no singular com a
lista.
b) Caso não se levem em conta os objetivos do BNDES, nenhum projeto
de transporte urbano contará com o apoio desse órgão. – verbo no plural
para concordar com os objetivos.
c) Não faltam a essa relação de objetivos, como é óbvio, os que se
apresentam intimamente associados à preservação do meio ambiente. –
verbo no plural para concordar com os que se apresentam...
d) A cada objetivo correspondem é claro, medidas específicas de
gerenciamento e fiscalização das iniciativas a serem tomadas. – verbo no
plural para concordar com medidas.
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e) No caso de ocorrerem quaisquer irregularidades na implementação de


um projeto, o apoio do BNDES estará suspenso, até que tudo se apure. –
verbo no singular para concordar com quaisquer irregularidades.
GABARITO: A

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LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

Prazer sem humilhação

O poeta Ferreira Gullar disse há tempos uma frase que gosta de repetir: “A
crase não existe para humilhar ninguém”. Entenda-se: há normas gramaticais
cuja razão de ser é emprestar clareza ao discurso escrito, valendo como
ferramentas úteis e não como instrumentos de tortura ou depreciação de
alguém.
Acho que o sentido dessa frase pode ampliar-se: “A arte não existe para
humilhar ninguém”, entendendo-se com isso que os artistas existem para
estimular e desenvolver nossa sensibilidade e inteligência do mundo, e não
para produzir obras que separem e hierarquizem as pessoas. Para ficarmos no
terreno da música: penso que todos devem escolher ouvir o que
gostam, não aquilo que alguém determina. Mas há aqui um ponto crucial, que
vale a pena discutir: estamos mesmo em condições de escolher livremente as
músicas de que gostamos? Para haver escolha real, é preciso haver opções
reais.
Cada vez que um carro passa com o som altíssimo de graves repetidos
praticamente sem variação, num ritmo mecânico e hipnótico, é o caso de se
perguntar: houve aí uma escolha? Quem alardeia os infernais decibéis de seu
som motorizado pela cidade teve a chance de ouvir muitos outros gêneros
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musicais? Conhece muitos outros ritmos, as canções de outros países, os


compositores de outras épocas, as tendências da música brasileira, os
incontáveis estilos musicais já inventados e frequentados? Ou se limita a
comprar no mercado o que está vendendo na prateleira dos sucessos,
alimentando o círculo vicioso e enganoso do “vende porque é bom, é bom
porque vende”?
Não digo que A é melhor que B, ou que X é superior a todas as letras do
alfabeto; digo que é importante buscar conhecer todas as letras para escolher.
Nada contra quem escolhe um “batidão” se já ouviu música clássica, desde que

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tenha tido realmente a oportunidade de ouvir e escolher compositores clássicos


que lhe digam algo. Não acho que é preciso escolher, por exemplo, entre os
grandes Pixinguinha e Bach, entre Tom Jobim e Beethoven, entre um forró e a
música eletrônica das baladas, entre a música dançante e a que convida a uma
audição mais serena; acho apenas que temos o direito de ouvir tudo isso antes
de escolher. A boa música, a boa arte, esteja onde estiver, também não existe
para humilhar ninguém.
(João Cláudio Figueira, inédito)

01. (TCM-GO – 2015 - Auditor Controle Externo - Jurídica – FCC) Em


qualquer época, ...... que se ...... ao grande público o melhor que os artistas
......
Haverá plena correlação entre tempos e modos verbais na frase acima
preenchendo-se as lacunas, respectivamente, com
a) era preciso - oferecia - produzem
b) será preciso - oferecesse – produziriam
c) é preciso - oferecesse - produzissem
d) seria preciso - ofereça - têm produzido
e) é preciso - ofereça - produzam

Não há hoje no mundo, em qualquer domínio de atividade artística, um


artista cuja arte contenha maior universalidade que a de Charles Chaplin. A
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razão vem de que o tipo de Carlito é uma dessas criações que, salvo
idiossincrasias muito raras, interessam e agradam a toda a gente. Como os
heróis das lendas populares ou as personagens das velhas farsas de
mamulengos.
Carlito é popular no sentido mais alto da palavra. Não saiu completo e
definitivo da cabeça de Chaplin: foi uma criação em que o artista procedeu por
uma sucessão de tentativas erradas.
Chaplin observava sobre o público o efeito de cada detalhe.
Um dos traços mais característicos da pessoa física de Carlito foi achado

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casual. Chaplin certa vez lembrou-se de arremedar a marcha desgovernada de


um tabético. O público riu: estava fixado o andar habitual de Carlito.
O vestuário da personagem - fraquezinho humorístico, calças lambazonas,
botinas escarrapachadas, cartolinha - também se fixou pelo consenso do
público.
Certa vez que Carlito trocou por outras as botinas escarrapachadas e a
clássica cartolinha, o público não achou graça: estava desapontado. Chaplin
eliminou imediatamente a variante. Sentiu com o público que ela destruía a
unidade física do tipo. Podia ser jocosa também, mas não era mais Carlito.
Note-se que essa indumentária, que vem dos primeiros filmes do artista,
não contém nada de especialmente extravagante. Agrada por não sei quê de
elegante que há no seu ridículo de miséria. Pode-se dizer que Carlito possui o
dandismo do grotesco.
Não será exagero afirmar que toda a humanidade viva colaborou nas salas
de cinema para a realização da personagem de Carlito, como ela aparece
nessas estupendas obras-primas de humor que são O garoto, Em busca do
ouro e O circo.
Isto por si só atestaria em Chaplin um extraordinário discernimento
psicológico. Não obstante, se não houvesse nele profundidade de pensamento,
lirismo, ternura, seria levado por esse processo de criação à vulgaridade dos
Aqui é que começa a genialidade de Chaplin. Descendo até o público, não
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só não se vulgarizou, mas ao contrário ganhou maior força de emoção e de


poesia. A sua originalidade extremou-se. Ele soube isolar em seus dados
pessoais, em sua inteligência e em sua sensibilidade de exceção, os elementos
de irredutível humanidade. Como se diz em linguagem matemática, pôs em
evidência o fator comum de todas as expressões humanas.
(Adaptado de: Manuel Bandeira. “O heroísmo de Carlito”.Crônicas da província do
Brasil. 2. ed. São Paulo, Cosac Naify, 2006, p. 219-20)

... ela destruía a unidade física do tipo.

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02. (SEFAZ-PE 2014 - Auditor Fiscal do Tesouro Estadual - Conhecimentos

Gerais FCC) O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o verbo

grifado acima está em:


a) ... toda a humanidade viva colaborou nas salas de cinema para a
realização da personagem de Carlito...
b) Como se diz em linguagem matemática...
c) Isto por si só atestaria em Chaplin um extraordinário discernimento
psicológico.
d) ... um artista cuja arte contenha maior universalidade que a de Charles
e) Chaplin observava sobre o público o efeito de cada detalhe.

03. (TRF - 1ª REGIÃO – 2014 - Analista Judiciário - Área de Apoio


Especializado – FCC) No período É possível que eu o diga de um modo que
provavelmente pareça patético, o autor utiliza os verbos dizer e parecer no
presente do subjuntivo. Encontram-se estes mesmos tempo e modo verbais
em:
a) é a criação poética, ou o que chamamos de criação.
b) mistura de esquecimento e lembrança do que lemos.
c) quero que seja uma confidência.
d) com uma letra gótica que não posso ler.
e) uma felicidade de que dispomos.
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04. (TRF/2ª região – 2012 - Analista Judiciário – Taquigrafia –


FCC) Flexiona-se de maneira idêntica a lugares-comuns a palavra
a) ave-maria
b) amor-perfeito.
c) salário-maternidade.
d) alto-falante.
e) bate-boca.

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05. (TRT - 2ª REGIÃO (SP) – 2014 - Analista Judiciário - Área


Judiciária – FCC) Observadas as orientações da gramática normativa, é
pertinente o seguinte comentário:
a) (linha 18) No segmento submetidos aos tiranos, tem-se exemplo de
emprego de particípio atribuindo à frase valor temporal.
b) (linhas 16 a 21) Tanto em ele comenta, quanto em Por aí se vê,
observa-se o emprego do tempo presente pelo pretérito (presente histórico),
para dar vivacidade a fatos ocorridos no passado.
c) (linhas 4 e 5) Outra redação para independentemente dos benefícios
concretos que a sua fruição pode trazer aos homens estará clara e correta se
tiver a formulação "em nada dependendo dos benefícios concretos que podem
advirem da sua fruição aos homens".
d) (linhas 7 a 9) Em E, efetivamente, que valor teriam a descoberta da
verdade (...) ou a realização da justiça, o valor da sequência implica uma
vírgula obrigatória depois da conjunção “ou”.
e) (linha 8) Se as normas preveem a possibilidade de ocorrer o verbo no
singular no caso de haver uma sucessão de substantivos que indicam gradação
de um mesmo fato, seria correto empregar "teria", em vez de teriam.

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06. (PGE-BA – 2013 - Analista de Procuradoria - Área de Apoio


Jurídico – FCC) Levando em conta o valor expressivo do segmento
destacado, afirma-se com correção:
a) (linhas 11 e 12) tampouco a regimes populistas ou "movimentistas"
que se apresentem como democráticos - exprime noção de desejo.
b) (linhas 25 e 26) para usar outra expressão norte-americana / exprime
noção de finalidade. c) (linhas 26 e 27) Arquitetados para moderar conflitos
entre partidos / exprime o estado resultante de uma ação acabada.
d) (linhas 28 a 31) tais freios devem ser também entendidos como parte
de uma concepção mais ampla das relações entre Estado e sociedade /
exprime probabilidade, como em "Depois desse treino, ele deve estar
cansado".
e) (linhas 38 e 39) O rousseauísmo, como diversos intérpretes têm
assinalado, é um plebiscitarismo / exprime ação totalmente circunscrita a um
certo momento do passado.

TEXTO BASE PARA A QUESTÃO 07: Prazer sem humilhação, da questão


01.
07. (TCM-GO – 2015 - Auditor Controle Externo - Jurídica - FCC)
Transpondo-se para a voz passiva a frase Eles alardeavam o insuportável
som instalado nos carros, obtém-se a forma verbal
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a) fora alardeado.
b) era alardeado.
c) tinha sido alardeado.
d) têm alardeado.
e) eram alardeados.

08. (TRT - 1ª REGIÃO (RJ) – 2014 - Analista Judiciário - Tecnologia


da Informação - FCC) Transpondo-se para a voz passiva o segmento
sublinhado na frase os partidários de quem subjuga acabam por
demonizar a reação do subjugado, ele deverá assumir a seguinte forma:

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a) acabam demonizando.
b) acabam sendo demonizados
c) acabará sendo demonizada.
d) acaba por ter sido demonizado.
e) acaba por ser demonizada.

Nosso jeitinho

Um amigo meu, estrangeiro, já há uns seis anos morando no Brasil,


lembrava-me outro dia qual fora sua principal dificuldade - entre várias - de se
adaptar aos nossos costumes. “Certamente foi lidar com o tal do jeitinho”,
explicou. “Custei a entender que aqui no Brasil nada está perdido, nenhum
impasse é definitivo: sempre haverá como se dar um jeitinho em tudo, desde
fazer o motor do carro velho funcionar com um pedaço de arame até conseguir
que o primo do amigo do chefe da seção regional da Secretaria de Alimentos
convença este último a influenciar o Diretor no despacho de um processo”.
Meu amigo estrangeiro estava, como se vê, reconhecendo a nossa
“informalidade” - que é o nome chique do tal do jeitinho. O sistema - também
batizado pelos sociólogos como o do “favor” - não deixa de ser simpático,
embora esteja longe de ser justo. Os beneficiados nunca reclamam, e os que
jamais foram morrem de inveja e mantêm esperanças. Até o poeta Drummond
tratou da questão no poema “Explicação”, em que diz a certa altura: “E no fim
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dá certo”. Essa conclusão aponta para uma espécie de providencialismo


místico, contrapartida divina do jeitinho: tudo se há de arranjar, porque Deus
é brasileiro. Entre a piada e a seriedade, muita gente segue contando com
nosso modo tão jeitoso de viver.
É possível que os tempos modernos tenham começado a desfavorecer a
solução do jeitinho: a informatização de tudo, a rapidez da mídia, a divulgação
instantânea nas redes sociais, tudo se encaminha para alguma transparência,
que é a inimiga mortal da informalidade. Tudo se documenta, se registra, se
formaliza de algum modo - e o jeitinho passa a ser facilmente desmascarado,

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comprometido o seu anonimato e perdendo força aquela simpática


clandestinidade que sempre o protegeu. Mas há ainda muita gente que acha
que nós, os brasileiros, com nossa indiscutível criatividade, daremos um jeito
de contornar esse problema. Meu amigo estrangeiro, por exemplo, não perdeu
a esperança.
(Abelardo Trabulsi, inédito)

09. (TCE-RS – 2014 - Auditor Público Externo - Engenharia Civil -


Conhecimentos Básicos – FCC) Transpondo-se para a voz passiva o
segmento sublinhado em É possível que os tempos modernos tenham
começado a desfavorecer a solução do jeitinho, a forma obtida deverá
ser:
a) tenha começado a ser desfavorecida.
b) comecem a desfavorecer.
c) terá começado a ser desfavorecida.
d) comecem a ser desfavorecidos.
e) estão começando a se desfavorecer.

Da utilidade dos prefácios

Li outro dia em algum lugar que os prefácios são textos inúteis, já que em
100% dos casos o prefaciador é convocado com o compromisso exclusivo de
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falar bem do autor e da obra em questão. Garantido o tom elogioso, o prefácio


ainda aponta características evidentes do texto que virá, que o leitor poderia
ter muito prazer em descobrir sozinho. Nos casos mais graves, o prefácio
adianta elementos da história a ser narrada (quando se trata de ficção), ou
antecipa estrofes inteiras (quando poesia), ou elenca os argumentos de base a
serem desenvolvidos (quando estudos ou ensaios). Quer dizer: mais do que
inútil, o prefácio seria um estraga-prazeres.
Pois vou na contramão dessa crítica mal-humorada aos prefácios e
prefaciadores, embora concorde que muitas vezes ela proceda - o que não

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justifica a generalização devastadora. Meu argumento é simples e pessoal: em


muitos livros que li, a melhor coisa era o prefácio - fosse pelo estilo do
prefaciador, muito melhor do que o do autor da obra, fosse pela consistência
das ideias defendidas, muito mais sólidas do que as expostas no texto
principal. Há casos célebres de bibliografias que indicam apenas o prefácio de
uma obra, ficando claro que o restante é desnecessário. E ninguém controla a
possibilidade, por exemplo, de o prefaciador ser muito mais espirituoso e
inteligente do que o amigo cujo texto ele apresenta. Mas como argumento final
vou glosar uma observação de Machado de Assis: quando o prefácio e o texto
principal são ruins, o primeiro sempre terá sobre o segundo a vantagem de ser
bem mais curto.
Há muito tempo me deparei com o prefácio que um grande poeta, dos
maiores do Brasil, escreveu para um livrinho de poemas bem fraquinhos de
uma jovem, linda e famosa modelo. Pois o velho poeta tratava a moça como
se fosse uma Cecília Meireles (que, aliás, além de grande escritora era também
linda). Não havia dúvida: o poeta, embevecido, estava mesmo era prefaciando
o poder de sedução da jovem, linda e nada talentosa poetisa. Mas ele
conseguiu inventar tantas qualidades para os poemas da moça que o prefácio
acabou sendo, sozinho, mais uma prova da imaginação de um grande gênio
poético.
(Aderbal Siqueira Justo, inédito)
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10. (TRT - 16ª REGIÃO (MA) – 2014 - Analista Judiciário -


Contabilidade – FCC) Transpondo-se para a voz passiva a frase vou glosar
uma observação de Machado de Assis, a forma verbal resultante deverá ser
a) terei glosado
b) seria glosada
c) haverá de ser glosada
d) será glosada
e) terá sido glosada

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11. (TRT - 16ª REGIÃO (MA) – 2014 - Técnico Judiciário -


Administrativa – FCC) O trecho que admite transposição para a voz passiva
encontra-se em:
a) ... que estão no nível dos olhos do comprador...
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b) ... o consumidor já não precisa do vendedor...


c) ... na história houve tal concentração de imagens...
d) ... as mercadorias são não apenas visíveis...
e) ... a publicidade invadiu as revistas...

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12. (TRT - 16ª REGIÃO (MA) – 2014 - Técnico Judiciário -


Administrativa – FCC) Está correta a seguinte flexão para o plural:
a) Trata-se de um vocábulo: Tratam-se de vocábulos.
b) o meio digital privilegia as mensagens diretas e não tem tempo a
perder: os meios digitais privilegiam as mensagens diretas e não tem tempo a
perder.
c) é casca-grossa por natureza: são casca-grossas por natureza
d) o substantivo [...] existe acima de qualquer dúvida: os substantivos
existem acima de qualquer dúvidas.
e) se extraiu o substantivo: se extraíram os substantivos

Maias usavam sistema de água eficiente e sustentável

Um estudo publicado recentemente mostra que a civilização maia da


América Central tinha um método sustentável de gerenciamento da água. Esse
sistema hidráulico, aperfeiçoado por mais de mil anos, foi pesquisado por uma
equipe norte-americana.
As antigas civilizações têm muito a ensinar para as novas gerações. O
caso do sistema de coleta e armazenamento de água dos maias é um exemplo
disso. Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores fizeram uma escavação
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arqueológica nas ruínas da antiga cidade de Tikal, na Guatemala.


Durante o estudo, coordenado por Vernon Scarborough, da Universidade
de Cincinnati, em Ohio, e publicado na revista científica PNAS, foram
descobertas a maior represa antiga da área maia, a construção de uma
barragem ensecadeira para fazer a dragagem do maior reservatório de água
em Tikal, a presença de uma antiga nascente ligada ao início da colonização da
região, em torno de 600 a.C., e o uso de filtragem por areia para limpar a
água dos reservatórios.
No sistema havia também uma estação que desviava a água para diversos
reservatórios. Assim, os maias supriam a necessidade de água da população,

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estimada em 80 mil em Tikal, próximo ao ano 700, além das estimativas de


mais cinco milhões de pessoas que viviam na região das planícies maias ao sul.
No final do século IX a área foi abandonada e os motivos que levaram ao
seu colapso ainda são questionados e debatidos pelos pesquisadores. Para
Scarborough é muito difícil dizer o que de fato aconteceu. “Minha visão pessoal
é que o colapso envolveu diferentes fatores que convergiram de tal modo
nessa sociedade altamente bem-sucedida que agiram como uma ‘perfeita
tempestade’. Nenhum fator isolado nessa coleção poderia tê-los derrubado tão
severamente”, disse o pesquisador à Folha de S. Paulo.
Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a ruína dessa
sociedade, uma vez que eles dependiam muito dos reservatórios que eram
preenchidos pela chuva. É provável que a população tenha crescido muito além
da capacidade do ambiente, levando em consideração as limitações
tecnológicas da civilização. “É importante lembrar que os maias não estão
mortos. A população agrícola que permitiu à civilização florescer ainda é muito
viva na América Central”, lembra o pesquisador.
(Adaptado de Revista Dae, 21 de Junho de 2013,
www.revistadae.com.br/novosite/noticias_interna.php?id=8413)

13. (SABESP – 2014 - Analista de Gestão - Administração – FCC)


Considerada a substituição do segmento grifado pelo que está entre
parênteses ao final da transcrição, o verbo que deverá permanecer no
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singular está em:


a) ... disse o pesquisador à Folha de S. Paulo. (os pesquisadores)
b) Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a ruína dessa
sociedade... (as mudanças do clima)
c) No sistema havia também uma estação... (várias estações)
d) ... a civilização maia da América Central tinha um método sustentável
de gerenciamento da água. (os povos que habitavam a América Central)
e) Um estudo publicado recentemente mostra que a civilização maia...
(Estudos como o que acabou de ser publicado)

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A narrativa medieval descreve essa "doença do pensa- mento, do espírito"


como um modo de obsessão que ...... o homem e a mulher, fazendo com que
...... presos no desejo de estar um com o outro e atormentados quando não
podem se encontrar.
A estrutura ideal ...... o amor impossível.

14. (TRT - 18ª Região (GO) – 2013 - Analista Judiciário -


Tecnologia da Informação – FCC) Preenchem corretamente as lacunas da
frase acima, na ordem dada:
a) arrastaria - ficassem – suponha
b) arrastava - ficam – supôs
c) arraste - ficassem – suponha
d) arrastaria - ficariam – supunha
e) arrasta - fiquem - supõe

O dia começava a clarear quando terminei de transportar para a pauta o


primeiro movimento duma sonata. Atirei-me na cama tão extenuado, que ......
imediatamente. Quando despertei, o sol ...... já no zênite. ...... à mente os
acontecimentos do dia anterior e eu disse para mim mesmo: “Foi tudo um
sonho.” Mas não! Encontrei sobre o peito papel pautado com o primeiro
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movimento da sonata.
(Erico Verissimo. Sonata. Contos. 10.ed. Rio de Janeiro: Globo, 1987. p.74)

15. (DPE-RS – 2013 - Técnico de Apoio Especializado -


Administrativo - FCC) Preenchem corretamente as lacunas do trecho acima
transcrito, na ordem dada,
a) dormiria - estivera - Viera-me
b) dormia - estivera - Viram-me
c) dormi - estivesse - Viriam-me

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d) dormi - estava - Vieram-me


e) dormia - esteve - Viram-me

16. (PGE-BA – 2013 - Analista de Procuradoria - Área de Apoio


Jurídico – FCC) É procedente afirmar que, na primeira frase do texto,
a) a forma de os afilhados saberem não é condizente com a norma padrão
escrita, que preconiza unicamente a forma "dos afilhados saberem".
b) a palavra litígio está inadequadamente grafada, pois a forma correta é
"letígio".
c) a sequência depois de viver a intensa experiência do coma apresenta
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equívoco quanto ao gênero do substantivo coma.


d) há equívoco quanto ao emprego da forma verbal reteram, pois a forma
correta é "retiveram".
e) há equívoco na grafia da palavra reivindicar, pois a forma correta é
"reinvindicar".

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17. (TST – 2012 - Técnico Judiciário - Área Administrativa – FCC) O


verbo empregado no plural que também poderia ter sido flexionado no
singular, sem prejuízo para a correção, está em:
a) Para o domínio desse jogo, especialistas dão instruções sobre ...
b) Todos os jogos se compõem de duas partes ...
c) As vitórias no jogo interior talvez não acrescentem novos troféus...

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d) Mas, por algum motivo, a maioria das pessoas têm mais facilidade para
...
e) ... todos os hábitos da mente que inibem a excelência do desempenho.

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18. (Câmara Municipal de São Paulo - SP – 2014 - Procurador


Legislativo – FCC) Todas as formas verbais estão corretamente
empregadas, grafadas e flexionadas na frase:
a) O autor do texto parece considerar que já está para se proscrever a
validade do livro convencional.

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b) Um direito que não se pustula, como o da alfabetização, é um direito


que se fragiliza.
c) Foi grande sua emoção quando, alfabetizado, sentiu-se capaz de
destrinçar o sentido de um texto.
d) O prazer da leitura é um direito que poucos assessam nos países mais
pobres.
e) Eles se absteram de votar porque achavam que encontrariam
dificuldade na leitura das instruções.

Sabia-a culta e boa, Rachel de Queiroz me afirmara a grandeza moral


daquela pessoinha tímida...

19. (TRT - 19ª Região (AL) – 2014 - Analista Judiciário - Área


Administrativa FCC)
Atribuindo-se caráter hipotético ao trecho acima, mantém- se a correção
gramatical substituindo-se os elementos grifados pelo que se encontra em:
a) Saberia-a - tinha-me afirmado
b) Tê-la-ia sabido - teria-me afirmado
c) Sabê-la-ia - me afirmaria
d) Saberia-a - ter-me-ia afirmada
e) Sabê-la-ia - me teria afirmado
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Apoio ao transporte urbano

O BNDES tem um programa de apoio a projetos de transportes públicos,


abrangendo todos os investimentos necessários à qualificação do espaço
urbano no entorno do empreendimento. O apoio pode se dar visando a forma
de operação específica, sempre com a preocupação de mirar os seguintes
objetivos: a) racionalização econômica, com redução dos custos totais do
sistema; b) privilégio do transporte coletivo sobre o individual; c)integração
tarifária e física, com redução do ônus e do tempo de deslocamento do

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usuário; d) acessibilidade universal, inclusive para os usuários com


necessidades especiais; e) aprimoramento da gestão e da fiscalização do
sistema; f) redução dos níveis de poluição sonora e do ar, do consumo
energético e dos congestionamentos; g) revalorização urbana do entorno dos
projetos.
O BNDES admite um nível de participação em até 100%, no caso de
municípios de baixa renda ou de média renda inferior localizados nas regiões
Norte e Nordeste.
(Baseado em informações do site oficial do BNDES)

20. (METRÔ-SP – 2010 - Analista - Administração – FCC) O verbo


indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do singular para
preencher corretamente a lacuna da frase:
a) A lista de itens que representam os objetivos do BNDES ...... (dizer)
respeito ao apoio aos projetos de transporte urbano.
b) Caso não se ...... (levar) em conta os objetivos do BNDES, nenhum
projeto de transporte urbano contará com o apoio desse órgão.
c) Não ...... (faltar) a essa relação de objetivos, como é óbvio, os que se
apresentam intimamente associados à preservação do meio ambiente.
d) A cada objetivo ...... (corresponder), é claro, medidas específicas de
gerenciamento e fiscalização das iniciativas a serem tomadas.
e) No caso de ...... (ocorrer) quaisquer irregularidades na implementação
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de um projeto, o apoio do BNDES estará suspenso, até que tudo se apure.

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1) E 11) E
2) E 12) E
3) C 13) C
4) B 14) E
5) A 15) D
6) C 16) D
7) B 17) D
8) E 18) C
9) A 19) E
10) D 20) A

Alunos, chegamos ao final desta aula. Espero que tenham gostado!


Para dúvidas, esclarecimentos, sugestões, entre em contato:
professorarafaelafreitas@gmail.com ou fórum de dúvidas.
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Até a próxima aula!


Rafaela Freitas

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