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Ipatinga
2015
O PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA EM FACE DAS
TENSÕES DO ENSINO DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA:
REFLEXÕES SOBRE A ATUAÇÃO DO DOCENTE
Aprovada em ____/____/_____.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
Profa. Dra. Edna Cristina Muniz da Silva
_________________________________________________
Profa. Msc. Maria Marlene Rodrigues da Silva
_________________________________________________
Profa. Msc. Elizabete Nepomuceno Raiol Lopes
Aos incansáveis professores de Língua
Portuguesa, destinados continuamente à
reflexão de suas práticas de ensino, na busca
da melhor contribuição para a o ensino
eficaz na pós modernidade.
AGRADECIMENTOS
À minha esposa Débora e a minha filha Gabriella que são contínuas inspirações na
jornada acadêmica;
À professora Ana Lúcia Pena, ex-tutora presencial da UAB-UNB polo Ipatinga, MG,
incansável e exímia em sua dedicação aos alunos;
Às escolas citadas neste trabalho que cederam o tempo de seus professores para as
entrevistas, compreendendo sobretudo o valor da pesquisa acadêmica.
“É preciso, pois, estar consciente das
opções que fazemos ou fizemos em todos os
níveis, ao estruturar e realizar o ensino de
Português para os falantes dessa língua...”
Luiz Carlos Travaglia
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 10
Referencial Teórico .................................................................................................... 12
Metodologia ................................................................................................................ 12
1. O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA NA PERSPECTIVA
VARIACIONISTA .................................................................................................... 12
2. O PAPEL DO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA ............................ 14
3. A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NA PRÁTICA DOCENTE EM IPATINGA..16
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................21
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................24
APÊNDICES ...............................................................................................................26
Apêndice A - Questionário para pesquisa de campo....................................................26
Apêndice B - Transcrições de entrevistas.....................................................................27
Apêndice C - Transcrições de questionários.................................................................32
RESUMO
INTRODUÇÃO
Uma vez que a língua é comumente tida como um sistema homogêneo, há forte
tendência de valorização da norma culta, e com isso a gramática tradicional assume papel
determinante, assim Gorski e Coelho (2009), afirmam que a abordagem didática no
ensino gramatical, não pode ser classificatória e desvinculadas do seu uso real; mais do
que ensinar regras, o professor de Língua Portuguesa precisa levar em consideração a
Variação Linguística e a educação linguística.3
1
Termo utilizado pela Sociolinguística e descrito por Wiedemer (2009), que introduziu uma nova
abordagem gramatical da língua, mostrando a variação sistemática que ocorre em situações sociais e
linguísticas.
2
Silva (2009, p.40) ao mencionar a concepção de língua, que orientou a pedagogia do vernáculo Brasil-
Colônia e o ensino no século XX, diz que a clientela atendia a uma concepção de ensino para a elite e que
o objeto de estudo era a gramática latina, portuguesa e/ou histórica (“purismo linguístico” ou
“protecionismo linguístico”) que preconiza que os idiomas deveriam ser protegidos de línguas "mais
fortes".
3 “Educação linguística”, de acordo com BAGNO e RANGEL(2005), abrange um conjunto de fatores
socioculturais, que durante toda a vida do indivíduo, que lhe possibilitam ampliar, adquirir e desenvolver
o conhecimento de sua língua. Algo muito mais do que um sistema a ser ensinado ou aprendido em sala
de aula.
11
Possenti (2000), destaca em seu livro Por Que (Não) Ensinar Gramática na
Escola, que pesquisadores ao falarem a professores de Língua Portuguesa, apresentam
programas de ensino que funcionem, contudo os professores esperam que os especialistas
apresentem propostas que lhes sejam “práticas”, porém o autor afirma que isso não
acontece, na verdade os métodos não são funcionais se ocorrer apenas remendos. Propõe
uma revolução no ensino de Língua Portuguesa.
Diante destes aspectos, ressalta-se que nas décadas de 1980 e 1990, a concepção
de linguagem foi modificada e de muitas formas influencia o ensino de Língua Portuguesa
até hoje. Estudos da sociolinguística são amplamente aplicados ao ensino da Língua
Portuguesa. O ensino da disciplina de Língua Portuguesa foi muito influenciado pelas
teorias da linguística, da sociolinguística e da psicolinguística (SILVA, 2009). Esses
conceitos estão refletidos nos PCNs de Língua Portuguesa, e marcam no ensino da Língua
quando conceitua: “a variação é constitutiva das línguas humanas, ocorrendo em todos os
níveis. Ela sempre existiu e sempre existirá, independentemente de qualquer ação
normativa” (BRASIL, 1998a, p. 29). Desta forma, os PCNs foram elaborados para nortear
o ensino de Língua Portuguesa, e o trabalho do professor, deixando claro os objetivos
gerais para o ensino, no qual o aluno seja capaz de aprender e ter domínio da linguagem,
como atividade discursiva e cognitiva, portanto há uma orientação legal para que os
docentes e discentes da disciplina de Língua Portuguesa identifiquem as variações
linguísticas, compreendendo o regionalismo, as diferenças dos falares.
Quanto ao conceito de Análise Linguística, Silva (2008), afirma que é uma das
principais perspectivas teórico-metodológicas, contrapostas ao ensino da gramática
tradicional, que é definida como uma prática muito pouco assumida entre os docentes.
Pontuando alguns aspectos do ensino, com ênfase na gramática tradicional, (RIBEIRO,
2001 p.146), faz perguntas muito pertinentes ao professor. As respostas devem levar o
professor a reflexões e a novos posicionamentos: que objetivo(s) se tem com a proposição
do ensino da gramática na escola, do nível fundamental ao superior? Que concepção de
linguagem subjaz às teorias propostas? Que tipo de ensino é enfocado? Qual é o público
a que se dirige o aprendizado da gramática?
o ensino da Variação Linguística, como estratégica para uma educação linguística, livre
de programas pré-fabricados, e assim Sírio Possenti (2000), defende o ensino de Língua
Portuguesa livre de receitas e de formas pré-formatadas, esclarece contudo, que sua
afirmação quanto a isto é para alunos que já escrevem e leem minimamente. Para ele “o
que já é sabido não precisa ser ensinado.” (p. 46), grifo meu. Segundo esse linguista
trata-se de um ensino voltado para a realidade do aluno, e não para o programa, ensino
partindo do que o aluno já sabe, e o faz considerando um levantamento estratégico de
dados, e uma investigação, livre da tradição. É nesta direção que o professor de Língua
Portuguesa, precisa ter bem definido o seu papel, para o ensino da Variação Linguística
tendo em vista a educação linguística.
Tais definições garantem que o professor desenvolva uma linha de trabalho, uma
fundamentação filosófica para o desempenho de seu papel, bem como a sua prática
pedagógica. Neste sentido a missão educacional é maior do que propriamente ensinar uma
regra. O papel do professor é apresentar aos alunos que existem modos de falar a mesma
língua, e que isso é apenas diferente e não deficiente, levando o aluno a valorizar sua
variação linguística apreendida junto à família, comunidade ou região, contudo existem
tensões que podem elevar ainda mais o comprometimento do ensino da Variação
Linguística e a educação linguística.
d) O preconceito linguístico
unidade surpreendente”. Para ele, esse é “o maior e mais sério dos mitos” e “como
(pre)conceito irreal” (p.18).
e) Senso Comum
4
Para efeito de apresentação dos sujeitos da pesquisa serão especificadas as escolas, mas não os docentes,
sendo estes indicados com nomes fictícios.
17
5
Ver questionário em Apêndices.
18
sido influenciado pela leitura e pela palavra, e o terceiro inspirou-se em professores que
teve.
A quarta pergunta – O professor traz para a sala de aula suas crenças e atitudes
linguísticas. O professor acredita que isso pode influenciar a maneira como ensina, e a
20
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Outro fato demonstrado como tensão na prática docente, pôde ser parcialmente
confirmado, pois a maioria dos professores das escolas estaduais, negaram existência do
preconceito linguístico em sala de aula, porém os docentes das escolas particulares o
22
Confirma-se que a maioria absoluta dos docentes percebe que suas crenças e
atitudes linguísticas, exercem influência decisiva sobre como ensinam a língua, e sobre
como os alunos aprendem, comprovando que é fator de tensão, comprovando que quem
sabe mais e domina melhor as regras, influencia ensinando o que se crê, promovendo a
sabotagem do ensino da Variação Linguística.
Constatou-se algo que precisa ser superado, tanto pelos docentes como pelos
alunos, que é a efetividade do senso comum, que estabelece uma relação entre a língua e
seus falantes, criando e fortalecendo o mito, que a Língua Portuguesa é difícil, levando o
professor a uma acomodação às regras gramaticais em face ao ensino linguístico, pois
todos os docentes apenas dissuadem a si mesmos e os alunos desta ideia, crendo que o
certo é ensinar a norma culta.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAGNO, Marcos. Estética da criação verbal. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997
_______. Preconceito lingüístico – o que é, como se faz. 15 ed. Loyola: São Paulo, 2002.
ILARI, Rodolfo. Lingüística e ensino da língua portuguesa como língua materna. In:
Reunião promovida pela APEOESP-Campinas, 1995. Disponível
em<http://www.museudalinguaportuguesa.org.br/files/mlp/texto_3.pdf>. Acesso em 13
set. 2014.
MENDONÇA, Maria Célia. O Senso Comum Sobre Língua: Notas Sobre um Discurso
Marcado Pelo Outro. Coleção Mestrado em Linguística (Unifran), Volume 2. Franca,
São Paulo, 2007. Disponível em
25
<http://publicacoes.unifran.br/index.php/colecaoMestradoEmLinguistica/article/view/40
2/329>. Acesso em 05 dez. 2014.
POSSENTI, Sírio. Gramática na Cabeça. Revista Língua Portuguesa. São Paulo, ano 5,
nº67,p.16-17.2011. Disponível em
<http://revistalingua.uol.com.br/textos/67/artigo249093-1.asp>. Acesso em 13 set. 2014.
____________. Por Que (não) Ensinar Gramática na Escola. Coleção Leituras no Brasil.
Campinas, São Paulo. Ed. Unicamp, 2000.
SILVA, V.; CYRANKA, L.F. A Língua Portuguesa na Escola: Ontem e Hoje. Linhas
Críticas. Revista da Faculdade de Educação. UNB, Brasília, v. 15, n. 29 p. 271-287,
jul./dez. 2009. Disponível em
<http://periodicos.unb.br/index.php/linhascriticas/article/view/7484 >. Acesso em 13 set.
2014.
APÊNDICES
Nome:
Escola:
1. O Ensino de Língua Portuguesa mudou muito desde a sua formação escolar Como
foi a sua experiência de aprendizado escolar da “Norma Culta”, e o que o motivou a
ser um professor de Língua Portuguesa?
2. Considera a formação adequada para lidar com a Variação Linguística?
Sim ; Não ; Não, mas preparo-me estudando; Não, mas a instituição investe em minha
formação visando este ensino.
3. Acredita existir preconceito linguístico em sala de aula (por parte dos alunos ou do
professor? Caso sim, como o professor administra isso?
4. Crer levar para sala crenças e atitudes linguísticas. Acredita que isso pode influenciar
a maneira como ensina, e a maneira como os alunos aprendem?
5. A Língua Portuguesa é muito difícil, cheia de truques e malícias (só os mais espertos
conseguem aprendê-la). Como o professor consegue vencer esta “pecha” que há sobre
a Língua Portuguesa e seu ensino-aprendizagem?
PERGUNTAS/RESPOSTAS
1 – O Ensino de Língua Portuguesa mudou muito desde a sua formação escolar. Como foi
a sua experiência de aprendizado escolar da “Norma Culta”, e o que o motivou a ser um
professor de Língua Portuguesa ?
O ensino de LP é como muitos professores ainda trabalham: ensinar a norma culta. Os vestibulares
da época era norma culta. Era decorar as regras. Quem soubesse decorar as regras dominava a
Língua Portuguesa. Sempre houve uma aptidão para ensinar. Na região só havia 3 opções: ou
pedagogia, matemática ou letras na época. Saiu da faculdade certa que ia dar aula de literatura,
mas aconteceu do professor de literatura ser o de português. Ama ensinar. Mudou muito o trabalho
com a língua, desde que estudou.
Ao se formar em 93, não havia a variação linguística. Foi deparar-se com a VL de acordo com o
material didático , em pesquisas. Hoje trabalha na Faculdade Pereira de Freitas com o curso de
Letras. Teve que tomar conhecimento da VL por conta própria.
3 - Acredita existir preconceito linguístico em sala de aula (por parte dos alunos ou do
professor ?). Caso sim, como o professor administra isso?
Existe preconceito linguístico por parte do aluno, família e escola. A Coordenação da escola
acredita que o ensino de LP é o ensino de gramática. Se ao chegar em casa os pais percebem que
não há ensino de gramática, irão questionar que tipo de ensino é dado aos filhos ? É como se o
professor não tivesse ensinado. O aluno acredita que o professor tem que falar 100% padrão. Se
na sala de aula usa uma variação, os alunos observam. O professo de LP não tem o direito de usar
a VL. E não só o professor, mas o aluno está avaliando de acordo com a VL. Há um conflito. Os
alunos já trazem de casa a seguinte cobrança: o seu professor de LP não está te ensinando
gramática não? A família e a escola cobram.
4 - Crer levar para sala crenças e atitudes linguísticas. Acredita que isso pode influenciar a
maneira como ensina, e a maneira como os alunos aprendem ?
Eu assumi uma postura. O ensino é muito maior do que a gramática normativa. O ambiente da
escola é o ambiente do aprendizado. O aluno já traz a VL, e apresenta ao aluno que as situações
de uso da língua. Ainda existe uma ideia na cabeça do aluno que existe uma norma padrão.
5 – A Língua Portuguesa é muito difícil, cheia de truques e malícias (só os mais espertos
conseguem aprendê-la). Como o professor consegue vencer esta “pecha” que há sobre a
Língua Portuguesa e seu ensino-aprendizado?
Eu tento mostrar pro menino que ele já sabe a LP. Esta língua não é difícil. Eu pergunto pra ele
se ele já sabe o português. Eu entendo que estou me comunicando com você. Ele não domina um
padrão consagrado, e muitas vezes este consagrado tem falhas, então ele diz... ah eu sei o
português, por isso eu digo que ele já sabe o português, mas não domina uma regra, e que o
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português é muito mais do que a regra. Aí eu ensino que o padrão .... E muitas vezes o aluno me
diz. Tá vendo como a língua é difícil. É um trauma. A família acredita nisso, a escola acredita
nisso.
PERGUNTAS/RESPOSTAS
1 - O Ensino de Lingua Portuguesa mudou muito desde a sua formação escolar .Como foi a
sua experiência de aprendizado escolar da “Norma Culta” , e o que o motivou a ser um
professor de Língua Portuguesa ?
Adequada? só a formação não. Temos que buscar muito. Trabalhei muito em pesquisa fora da
faculdade. Buscando e se informando. Estudamos um livro da IRANDÉ. Muito além da
gramática. A comunicação se faz da mesma maneira. Temos que ler, mas não estão ao alcance de
todos. Se tiver que extrapolar o livro didático, o professor não sabe fazer o ENEM. A origem do
problema está lá dentro da faculdade. O PROFESSOR tem que ir além da faculdade. Não é ali
que ele se desperta para o conhecimento. Se ali ele não for estimulado, não vai fazer mais nada
não.
3 - Acredita existir preconceito linguístico em sala de aula (por parte dos alunos ou do
professor ?). Caso sim, como o professor administra isso ?
Sim. O professor tem que ter um cuidado muito grande. Ele é um espelho. Nas primeiras séries,
nas fundamentais, ele influencia muito. O aluno ainda olha para o professor como modelo. O
professor é o responsável pelo preconceito linguístico. Existe forma errada de falar ou de escrever
? Se você não reestruturar a sua frase, você está agindo com preconceito. Ele é mais sério quando
parte do professor para o aluno.
4 - Crer levar para sala crenças e atitudes linguísticas. Acredita que isso pode influenciar a
maneira como ensina, e a maneira como os alunos aprendem ?
Muito. O conhecimento puro quanto a vivência de mundo. Se ele não souber colocar isso, vai
trabalhar o aluno de forma muito.
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5 – A Língua Portuguesa é muito difícil, cheia de truques e malícias (só os mais espertos
conseguem aprendê-la). Como o professor consegue vencer esta “pecha” que há sobre a
Língua Portuguesa e seu ensino-aprendizado?
A Lígia Fagundes Teles, fala sobre o poema de BILAC, e perguntou para o Pai, como a LP pode
ser sepultura ? O pai responde. Espero que você escreva em LP, e este poema é muito bonito.
Lígia Fagundes aprendeu a valorizar muito a língua. Se a gente não gosta, não aprende. Ela não é
difícil, é complexa.
PERGUNTAS/RESPOSTAS
1 - O Ensino de Lingua Portuguesa mudou muito desde a sua formação escolar .Como foi a
sua experiência de aprendizado escolar da “Norma Culta” , e o que o motivou a ser um
professor de Língua Portuguesa ?
A minha formação como discente, foi no rigor na norma culta. Não havia esta noção de VL. A
interpretação ficava subjacente ao domínio da Norma Culta. Eu me destaquei muito no CDP da
Usiminas. E o contato com a pastoral , e o gosto pela pessoa me fez migrar de professor. O meu
descontentamento teve sua base como educador em minha comunidade religiosa. A educação
religiosa, me ajudou. Eu usava muito o poder da linguagem para promover reflexões, o que me
despertou o gosto pela educação.
A VL não foi um objeto de estudo acadêmico no ensino superior. Algumas reflexões apenas. Não
houve reflexão aprofundada no tema. Foi uma formação no rigor da língua. Não teria condição
de dar aula hoje. Se saísse da faculdade hoje e tivesse que dar aula, não teria nenhuma condição,
pelas mudanças acentuadas que ocorreram.
3 - Acredita existir preconceito linguístico em sala de aula (por parte dos alunos ou do
professor ?). Caso sim, como o professor administra isso ?
A Língua de Eulália é bem interessante. É de bom tom que o professor ministre a aula no
acedemicismo, e em linguagem mais acadêmica possível. Há uma linguagem em sala de aula. Há
pouco minimamente o preconceito linguístico. O professor diz que se a comunicação aconteceu
está ok. Errado é não se comunicar. Nas situações do dia a dia. Quando acontece alguém de fora
dar uma palestra, os alunos comentam, outros por curiosidade e outros por preconceito linguístico.
O meu aluno conseguiu hoje perceber o diferente.
4 - Crer levar para sala crenças e atitudes linguísticas. Acredita que isso pode influenciar a
maneira como ensina, e a maneira como os alunos aprendem?
Inevitavelmente somos indivíduos com realidades linguísticos, sou mineiro mas com uma
influência nordestina. Temos uma linguagem oriundo de uma comunidade religiosa. O professor
de LP, tem que abrir mão disso para auxiliar, que os contextos é que influenciam a forma como
me comunico. A realidade sócio cultural linguística influencia o professor, mas ele precisa ser
plural.
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5 – A Língua Portuguesa é muito difícil, cheia de truques e malícias (só os mais espertos
conseguem aprendê-la). Como o professor consegue vencer esta “pecha” que há sobre a
Língua Portuguesa e seu ensino-aprendizado?
Eu costumo dizer para os meus alunos que uma criancinha consegue dominar a LP. Há um
diagnóstico que não conseguimos atuar muito ele, pois há uma prova e logo vem o segundo
bimestre. O aluno sabe que a LP é um entrave, mas acredito que o problema não está na língua e
sim como se trabalha a língua. Vale a pena pensar se a língua tem que traduzir o que ele diz, de
forma muito rápida A leitura dos clássicos é uma dificuldade muito grande. Temos alunos que
não assistem notícias, que não leem jornais, por isso um entrave. As vezes na avaliação ele
transcreve a sua oralidade. Ele não percebe qual linguagem usar em cada ambiente.
PERGUNTAS/RESPOSTAS
1 - O Ensino de Lingua Portuguesa mudou muito desde a sua formação escolar. Como foi a
sua experiência de aprendizado escolar da “Norma Culta” , e o que o motivou a ser um
professor de Língua Portuguesa ?
Na minha época o ensino da Norma Culta era através das regras da gramática. Foi o ensino
pautado nessas regras. Se não adequasse a essas regras estava fora do esquema. Regras de crase,
de uso de pronome, tudo decorado. Meu pai era professor, e tive opção de ir para um centro maior,
mas foi uma opção mesmo estudar letras.
A minha formação foi adequada para trabalhar com as regras gramaticais. As mudanças ocorrendo
tiveram que ser incorporadas. Se vivermos num meio cultural maior teremos que lidar com isso.
3 - Acredita existir preconceito linguístico em sala de aula (por parte dos alunos ou do
professor ?). Caso sim, como o professor administra isso ?
A nossa escola aqui, agente lida com crianças que vem de um meio cultural e social mais elevado.
Essa variação linguística, ocorre de forma com o meio dele. Caso observado alguma variação que
ele traz, usamos isso para adequar. O reforço desta ideia de preconceito é mais acentuado até
mesmo por isso.
4 - Crer levar para sala crenças e atitudes linguísticas. Acredita que isso pode influenciar a
maneira como ensina, e a maneira como os alunos aprendem ?
Influencia na medida em que o aluno vê isso como uma outra possibilidade de registro. O aluno
faz uma avaliação em cada situação comunicativo vai usar um registro diferente.
5 – A Língua Portuguesa é muito difícil, cheia de truques e malícias (só os mais espertos
conseguem aprendê-la). Como o professor consegue vencer esta “pecha” que há sobre a
Língua Portuguesa e seu ensino-aprendizado?
Agente só consegue vencer isso a medida que ensinamos para o menino que a sociedade vai cobrar
isso dele. Se ele tem textos jornalísticos tem que fazer, se tem que fazer uma redação, vai ter que
usar. Dependendo de uma situação. Pedimos sempre que eles mostrem que existem placas em
desacordo com a norma culta. Não dizemos que existem erros, mas que não estão adequadas a
norma culta. O próprio livro traz isso. E questionamos o porquê que eles escrevem do jeito que
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falam. No meio escolar temos que trabalhar os enunciados, pois o mineiro diminui a língua. E
ensinamos que existem muito mais palavras dissílabas do que monossílabas.
PERGUNTAS/RESPOSTAS
1 - O Ensino de Lingua Portuguesa mudou muito desde a sua formação escolar .Como foi a
sua experiência de aprendizado escolar da “Norma Culta” , e o que o motivou a ser um
professor de Língua Portuguesa ?
A minha formação foi basicamente na norma culta. Quis muito dar aula por causa da literatura. A
leitura me levou a interessar-me ao ensino.
A formação de faculdade ? Ah... já tem tento tempo né ? O que me ajuda mesmo é a experiência
de sala de aula e o estudo diário.
3 - Acredita existir preconceito linguístico em sala de aula (por parte dos alunos ou do
professor ?). Caso sim, como o professor administra isso ?
Na escola pública sim. Eles zoam, mas aqui não. Há mais bullying, e é com tudo.
4 - Crer levar para sala crenças e atitudes linguísticas. Acredita que isso pode influenciar a
maneira como ensina, e a maneira como os alunos aprendem ?
Sim. Influencia
5 – A Língua Portuguesa é muito difícil, cheia de truques e malícias (só os mais espertos
conseguem aprendê-la). Como o professor consegue vencer esta “pecha” que há sobre a
Língua Portuguesa e seu ensino-aprendizado?
Outro dia um aluno me disse. Professora... Eu quero falar CA Alba. Agente não fala CA Alba, e
sim estamos o tempo todo corrigindo. Ensinamos sempre que a língua falada é diferente da língua
escrita, e é lógico que temos a nossa programação. Outro dia vimos escrito em Uberlandia uma
propaganda Venha Disfrutar, ao invés de desfrutar e um aluno outro dia me perguntou se eu tenho
whatsapp, e queria saber como é que eu escrevo, então eu expliquei que eu uso sim o “tb” e que
existem formas comunicativas que são próprias. O meu aluno me pediu meu whatsapp, e eu
mando algumas coisas pra ele. Eu falo com eles que a linguagem rápida é real mas que existe a
culta. Tenho percebido muito que os alunos no estado não estão conseguindo distinguir “estar de
está”. Temos que passar a pronunciar melhor. É necessário transcrever.
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PERGUNTAS/RESPOSTAS
1 - O Ensino de Lingua Portuguesa mudou muito desde a sua formação escolar .Como foi a
sua experiência de aprendizado escolar da “Norma Culta” , e o que o motivou a ser um
professor de Língua Portuguesa ?
O meu contato com a norma culta se deu por meio da escola, uma vez que meus pais tinham pouca
formação acadêmica, e por gostar muito dos meus antigos professores e consequentemente da
matéria, me tornei professora de LP.
Sim
3 - Acredita existir preconceito linguístico em sala de aula (por parte dos alunos ou do
professor ?). Caso sim, como o professor administra isso ?
4 - Crer levar para sala crenças e atitudes linguísticas. Acredita que isso pode influenciar a
maneira como ensina, e a maneira como os alunos aprendem ?
Com certeza, os alunos se espelham no professor. Cabe ao professor conduzir, filtrar e eliminar
alguns pontos negativos.
5 – A Língua Portuguesa é muito difícil, cheia de truques e malícias (só os mais espertos
conseguem aprendê-la). Como o professor consegue vencer esta “pecha” que há sobre a
Língua Portuguesa e seu ensino-aprendizado?
Como professora, tento mostrar aos meus alunos que existem convenções linguísticas e que porá
sermos aceitos em determinados meios sociais temos que ater a estas convenções, portanto
devemos aprende-las e usá-las quando se fizer necessário.
PERGUNTAS/RESPOSTAS
1 - O Ensino de Lingua Portuguesa mudou muito desde a sua formação escolar .Como foi a
sua experiência de aprendizado escolar da “Norma Culta” , e o que o motivou a ser um
professor de Língua Portuguesa ?
Meu aprendizado da “norma culta” foi muito bom, sempre gostei de aprender a forma “correta”
de falar e escrever e sempre li muito. O gosto pela leitura e pelas palavras me motivou a escolher
essa disciplina para ensinar.
Sim.
3 - Acredita existir preconceito linguístico em sala de aula (por parte dos alunos ou do
professor ?). Caso sim, como o professor administra isso ?
Às vezes isso acontece. Procuro mostrar aos alunos que a língua tem como finalidade a
comunicação e a língua oral permite variações.
4 - Crer levar para sala crenças e atitudes linguísticas. Acredita que isso pode influenciar a
maneira como ensina, e a maneira como os alunos aprendem ?
Sim. O professor acaba imprimindo em suas aulas as suas crenças, as suas atitudes e isso pode
tornar mais fácil a aprendizagem do aluno, depende da forma como ele consegue transmitir os
conhecimentos.
5 – A Língua Portuguesa é muito difícil, cheia de truques e malícias (só os mais espertos
conseguem aprendê-la). Como o professor consegue vencer esta “pecha” que há sobre a
Língua Portuguesa e seu ensino-aprendizado?
Tenho mostrar aos meus alunos a aplicação da língua, das regras no seu dia-a-dia. Mostro a eles
a importância de escrever bem e como isso interfere em sua vida escolar e profissional.
PERGUNTAS/RESPOSTAS
1 - O Ensino de Lingua Portuguesa mudou muito desde a sua formação escolar .Como foi a
sua experiência de aprendizado escolar da “Norma Culta” , e o que o motivou a ser um
professor de Língua Portuguesa ?
Como aluna do Ensino Fundamental, sofri um aprendizado cheio de traumas, observações de que
“não conhecia “ a língua, uma desvalorização sistemática da bagagem linguística do aluno. Já na
universidade, conheci a visão dos gramáticos e dos linguistas e me identifiquei com a visão da
sociolinguística.
Sim.
3 - Acredita existir preconceito linguístico em sala de aula (por parte dos alunos ou do
professor ?). Caso sim, como o professor administra isso ?
4 - Crer levar para sala crenças e atitudes linguísticas. Acredita que isso pode influenciar a
maneira como ensina, e a maneira como os alunos aprendem ?
Claro que o professor tem influencia sobre seus alunos, mas temos que ter consciência e tentar
fazer com que os alunos exerçam a liberdade de pensar, e exercitem suas argumentações.
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5 – A Língua Portuguesa é muito difícil, cheia de truques e malícias (só os mais espertos
conseguem aprendê-la). Como o professor consegue vencer esta “pecha” que há sobre a
Língua Portuguesa e seu ensino-aprendizado?
PERGUNTAS/RESPOSTAS
1 - O Ensino de Lingua Portuguesa mudou muito desde a sua formação escolar .Como foi a
sua experiência de aprendizado escolar da “Norma Culta” , e o que o motivou a ser um
professor de Língua Portuguesa ?
Nunca tive problemas com o uso da norma culta, pois sempre fui uma boa leitora e a aprendizagem
foi ocorrendo automaticamente. Minha motivação a ser professora de LP veio exatamente da
facilidade em aprende-la.
3 - Acredita existir preconceito linguístico em sala de aula (por parte dos alunos ou do
professor ?). Caso sim, como o professor administra isso ?
Não. Nunca presenciei momentos preconceituosos em sala de aula no que tange o emprego da
língua.
4 - Crer levar para sala crenças e atitudes linguísticas. Acredita que isso pode influenciar a
maneira como ensina, e a maneira como os alunos aprendem ?
Com certeza. Da interação entre professor e aluno ocorre sempre mudança de paradigma.
5 – A Língua Portuguesa é muito difícil, cheia de truques e malícias (só os mais espertos
conseguem aprendê-la). Como o professor consegue vencer esta “pecha” que há sobre a
Língua Portuguesa e seu ensino-aprendizado?
PERGUNTAS/RESPOSTAS
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1 - O Ensino de Lingua Portuguesa mudou muito desde a sua formação escolar. Como foi a
sua experiência de aprendizado escolar da “Norma Culta” , e o que o motivou a ser um
professor de Língua Portuguesa ?
Sim. Mudou muito. Minha experiência com relação ao aprendizado não foi boa, não se ensinava
como hoje. Me motivei a ser professora pelo amor à literatura e a própria LP.
Sim.
3 - Acredita existir preconceito linguístico em sala de aula (por parte dos alunos ou do
professor ?). Caso sim, como o professor administra isso ?
Sim.
4 - Crer levar para sala crenças e atitudes linguísticas. Acredita que isso pode influenciar a
maneira como ensina, e a maneira como os alunos aprendem ?
Sim.
5 – A Língua Portuguesa é muito difícil, cheia de truques e malícias (só os mais espertos
conseguem aprendê-la). Como o professor consegue vencer esta “pecha” que há sobre a
Língua Portuguesa e seu ensino-aprendizado?