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Turma: TJ-SP 188 - 1ª Fase (Reta Final)
Material: Rodada 13
MATERIAL DE APOIO
1
(Rodada 13)
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
SUMÁRIO
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA RODADA
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1. DIREITO CIVIL (conteúdo atualizado em 24-10-2018)
APRESENTAÇÃO
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1.1. DOUTRINA (RESUMO)
1.1.1. SUCESSÕES
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(iii) enfiteuse (art. 692, III, do CC/16);
(iii) ao testamenteiro;
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(iv) a pessoa de confiança do juiz, na falta ou escusa das
indicadas nos incisos antecedentes, ou quando tiverem de ser
afastadas por motivo grave levado ao conhecimento do juiz.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser
chamados a suceder:
II - as pessoas jurídicas;
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo
testador sob a forma de fundação.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
A regra é que o próprio herdeiro manifeste sua aceitação em relação à herança.
Não obstante, o CC apresenta hipóteses em que a aceitação poderá ser feita por
terceiro. São elas:
Espécies de Renúncia:
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
parte à pessoa específica, configurando verdadeira cessão de
direitos hereditários, razão pela qual haverá incidência do
imposto de transmissão.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
como consequência a perda do direito subjetivo de receber o patrimônio transferido em
razão do óbito do titular da herança.
1.1.1.1.5.1. Indignidade
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou
obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens
por ato de última vontade.
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• Efeitos da Indignidade
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
• Restituição dos Frutos e Rendimentos pelo Excluído - art. 1.817, parágrafo
único do CC - O excluído da sucessão é obrigado a restituir os frutos e rendimentos que
dos bens da herança houver percebido, mas tem direito a ser indenizado das despesas
com a conservação deles.
1.1.1.1.5.2. Deserdação 14
Hipóteses de Deserdação:
I - ofensa física;
II - injúria grave;
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave
enfermidade.
I - ofensa física;
II - injúria grave;
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Embora tenham características semelhantes, não se deve confundir os
institutos da deserdação e da indignidade, cujas principais distinções estão elencadas a
seguir:
Deserdação Indignidade
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
a incidência de um testamento válido, ou ainda em concorrência com o testamento,
ante os limites da disposição testamentária.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
vocação hereditária indireta (em razão de direito alheio), assim
através da representação (ex.: neto herda do avô).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ii) Existência de Parentes do Morto Prematuramente - O morto
deve possuir herdeiros autorizados a representar;
a) Dos Descendentes;
IV - aos colaterais.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
descendentes
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(i) participação final nos aquestos;
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
bis in idem caso o cônjuge/companheiro(a), além da meação,
recebesse a herança sobre toda a fatia patrimonial.
Outra questão a ser enfrentada é o teor da Súmula 377 do STF, que assim
dispõe: “No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na
constância do casamento”. Percebe-se que, na prática, a Súmula acaba por estabelecer
regime de comunhão parcial onde deveria vigorar a separação legal, motivo pelo qual
sofre enormes críticas por parte da doutrina.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Objetivando afastar tal consequência, alguns estados, através de provimentos,
permitem que as partes estabeleçam a incomunicabilidade absoluta dos bens através
de pacto antenupcial, afastando a incidência da Súmula 377. Assim, o regime de bens
será o da separação legal, com expressa disposição através de pacto antenupcial de
separação total de bens, com afastamento da Súmula 377.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1ª C) Deve-se considerar todos os descendentes como se fossem
comuns e manter a reserva da quarta parte ao cônjuge;
O Enunciado 527 do CJF, por sua vez, assim estabelece: “Na concorrência entre
o cônjuge e os herdeiros do de cujus, não será reservada a quarta parte da herança para
o sobrevivente no caso de filiação híbrida”. Portanto, houve aí a adoção da segunda
corrente.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha
paterna herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna. Além disso, os
ascendentes arrecadam por cabeça.
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Não havendo ascendentes ou descendentes (art. 1.829, III, CC), ao cônjuge
caberá a totalidade da herança, qualquer que seja o regime de bens, inclusive se o
regime for o de separação de bens (legal ou convencional).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Uma primeira corrente entende que a Lei não subsiste ante o texto
constitucional, aplicando, por analogia o direito real de moradia, lastreado na própria
Constituição; em sentido diverso apenas quanto ao fundamento, uma segunda corrente
entende pela inconstitucionalidade da Lei, mas defende a aplicação analógica do Código
Civil à hipótese.
De acordo com o Enunciado 271 das Jornadas de Direito Civil, o cônjuge pode
renunciar ao direito real de habitação nos autos do inventário ou por escritura pública,
sem prejuízo de sua participação na herança. Ressalta-se que parte da doutrina discorda
desta posição, pois afirma tratar-se o direito de habitação de direito fundamental e
irrenunciável. O STJ, por esta mesma razão, entende que o bem de família é
irrenunciável.
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1.1.1.2.7. Sucessão dos colaterais
O inciso IV do art. 1.829 trata dos colaterais, que somente serão chamados a
suceder, até o 4º grau, na ausência de descendentes, ascendentes ou cônjuge, segundo
a regra de que os mais próximos excluirão os mais remotos.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Concorrência de Irmãos Unilaterais e Bilaterais - art. 1.841 do CC -
Concorrendo à herança do falecido irmãos bilaterais com irmãos unilaterais, cada um
destes herdará metade (1/2) do que cada um daqueles herdar.
O CC não traz regras a respeito da sucessão dos colaterais de quarto grau. Pode-
se concluir, em relação a tais parentes, que herdam sempre por direito próprio. Ato
contínuo, como são parentes de mesmo grau um não exclui o direito do outro.
Vale lembrar que, para excluir da sucessão os herdeiros colaterais, basta que o
testador disponha de seu patrimônio sem os contemplar (art. 1.850, CC). Isto se dá
porque os colaterais compõem a única classe de herdeiros legítimos, mas não
necessários (facultativos).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1.2. LEGISLAÇÃO
LIVRO V
TÍTULO I
Da Sucessão em Geral
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros
legítimos e testamentários.
Art. 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade.
Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da
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abertura daquela.
Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos herdeiros
legítimos; o mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem compreendidos no
testamento; e subsiste a sucessão legítima se o testamento caducar, ou for julgado nulo.
I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei
for atribuída ao filho;
III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança;
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança.
CAPÍTULO II
Art. 1.791. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os
herdeiros.
Art. 1.792. O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança;
incumbe-lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse,
demostrando o valor dos bens herdados.
Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-
herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública.
Art. 1.794. O co-herdeiro não poderá ceder a sua quota hereditária a pessoa estranha à
sucessão, se outro co-herdeiro a quiser, tanto por tanto.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(Comentários: A lei 11.441, de 2007, ao tratar do inventário extrajudicial modificou
regras do Código de Processo Civil referentes à modalidade judicial, estabelecendo o
prazo de sessenta dias. Posteriormente, com o NCPC, o prazo passou a ser de 2 (dois
meses, conforme art. 611).
III - ao testamenteiro;
CAPÍTULO III
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Da Vocação Hereditária
I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas
estas ao abrir-se a sucessão;
II - as pessoas jurídicas;
III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo testador sob a forma de
fundação.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
§ 2º Os poderes, deveres e responsabilidades do curador, assim nomeado, regem-se
pelas disposições concernentes à curatela dos incapazes, no que couber.
§ 4º Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for concebido o herdeiro
esperado, os bens reservados, salvo disposição em contrário do testador, caberão aos
herdeiros legítimos.
II - as testemunhas do testamento;
III - o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de
fato do cônjuge há mais de cinco anos;
Art. 1.802. São nulas as disposições testamentárias em favor de pessoas não legitimadas
a suceder, ainda quando simuladas sob a forma de contrato oneroso, ou feitas mediante
interposta pessoa.
Art. 1.803. É lícita a deixa ao filho do concubino, quando também o for do testador.
CAPÍTULO IV
Art. 1.804. Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde a
abertura da sucessão.
Parágrafo único. A transmissão tem-se por não verificada quando o herdeiro renuncia à
herança.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 1.805. A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por declaração escrita;
quando tácita, há de resultar tão-somente de atos próprios da qualidade de herdeiro.
Art. 1.808. Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob condição ou a
termo.
Art. 1.810. Na sucessão legítima, a parte do renunciante acresce à dos outros herdeiros
da mesma classe e, sendo ele o único desta, devolve-se aos da subseqüente.
Art. 1.811. Ninguém pode suceder, representando herdeiro renunciante. Se, porém, ele
for o único legítimo da sua classe, ou se todos os outros da mesma classe renunciarem
a herança, poderão os filhos vir à sucessão, por direito próprio, e por cabeça.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 1.812. São irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia da herança.
CAPÍTULO V
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança
de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 1.817. São válidas as alienações onerosas de bens hereditários a terceiros de boa-
fé, e os atos de administração legalmente praticados pelo herdeiro, antes da sentença
de exclusão; mas aos herdeiros subsiste, quando prejudicados, o direito de demandar-
lhe perdas e danos.
Art. 1.818. Aquele que incorreu em atos que determinem a exclusão da herança será
admitido a suceder, se o ofendido o tiver expressamente reabilitado em testamento, ou
em outro ato autêntico.
CAPÍTULO VI
Da Herança Jacente 33
Art. 1.819. Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo
notoriamente conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a
guarda e administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente
habilitado ou à declaração de sua vacância.
Art. 1.821. É assegurado aos credores o direito de pedir o pagamento das dívidas
reconhecidas, nos limites das forças da herança.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Parágrafo único. Não se habilitando até a declaração de vacância, os colaterais ficarão
excluídos da sucessão.
Art. 1.823. Quando todos os chamados a suceder renunciarem à herança, será esta
desde logo declarada vacante.
CAPÍTULO VII
Da petição de herança
Art. 1.825. A ação de petição de herança, ainda que exercida por um só dos herdeiros,
poderá compreender todos os bens hereditários.
Art. 1.826. O possuidor da herança está obrigado à restituição dos bens do acervo,
fixando-se-lhe a responsabilidade segundo a sua posse, observado o disposto nos arts.
1.214 a 1.222.
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Parágrafo único. A partir da citação, a responsabilidade do possuidor se há de aferir
pelas regras concernentes à posse de má-fé e à mora.
Parágrafo único. São eficazes as alienações feitas, a título oneroso, pelo herdeiro
aparente a terceiro de boa-fé.
Art. 1.828. O herdeiro aparente, que de boa-fé houver pago um legado, não está
obrigado a prestar o equivalente ao verdadeiro sucessor, ressalvado a este o direito de
proceder contra quem o recebeu.
TÍTULO II
Da Sucessão Legítima
CAPÍTULO I
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso
Extraordinário nº 646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694) – Comentários:
Conforme entendimento do STF, onde se lê “cônjuge”, deve-se ler “cônjuge ou
companheiro(a)”.
IV - aos colaterais.
Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge
quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior
à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer.
Art. 1.833. Entre os descendentes, os em grau mais próximo excluem os mais remotos,
salvo o direito de representação.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 1.836. Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes, em
concorrência com o cônjuge sobrevivente.
§ 1º Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distinção
de linhas.
Art. 1.837. Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cônjuge tocará um terço
da herança; caber-lhe-á a metade desta se houver um só ascendente, ou se maior for
aquele grau.
Art. 1.838. Em falta de descendentes e ascendentes, será deferida a sucessão por inteiro
ao cônjuge sobrevivente.
Art. 1.839. Se não houver cônjuge sobrevivente, nas condições estabelecidas no art.
1.830, serão chamados a suceder os colaterais até o quarto grau.
Art. 1.840. Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos, salvo o
direito de representação concedido aos filhos de irmãos.
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Art. 1.841. Concorrendo à herança do falecido irmãos bilaterais com irmãos unilaterais,
cada um destes herdará metade do que cada um daqueles herdar.
Art. 1.842. Não concorrendo à herança irmão bilateral, herdarão, em partes iguais, os
unilaterais.
Art. 1.843. Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes e, não os havendo, os tios.
Art. 1.844. Não sobrevivendo cônjuge, ou companheiro, nem parente algum sucessível,
ou tendo eles renunciado a herança, esta se devolve ao Município ou ao Distrito Federal,
se localizada nas respectivas circunscrições, ou à União, quando situada em território
federal.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
CAPÍTULO II
Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da
herança, constituindo a legítima.
Art. 1.847. Calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes na abertura da
sucessão, abatidas as dívidas e as despesas do funeral, adicionando-se, em seguida, o
valor dos bens sujeitos a colação.
Art. 1.848. Salvo se houver justa causa, declarada no testamento, não pode o testador
estabelecer cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade, e de incomunicabilidade,
sobre os bens da legítima.
§ 2º Mediante autorização judicial e havendo justa causa, podem ser alienados os bens
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gravados, convertendo-se o produto em outros bens, que ficarão sub-rogados nos ônus
dos primeiros.
Art. 1.849. O herdeiro necessário, a quem o testador deixar a sua parte disponível, ou
algum legado, não perderá o direito à legítima.
Art. 1.850. Para excluir da sucessão os herdeiros colaterais, basta que o testador
disponha de seu patrimônio sem os contemplar.
CAPÍTULO III
Do Direito de Representação
Art. 1.851. Dá-se o direito de representação, quando a lei chama certos parentes do
falecido a suceder em todos os direitos, em que ele sucederia, se vivo fosse.
Art. 1.852. O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas nunca na
ascendente.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 1.854. Os representantes só podem herdar, como tais, o que herdaria o
representado, se vivo fosse.
[...]
CAPÍTULO X
Da Deserdação
Art. 1.961. Os herdeiros necessários podem ser privados de sua legítima, ou deserdados,
em todos os casos em que podem ser excluídos da sucessão.
Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos
descendentes por seus ascendentes:
I - ofensa física;
II - injúria grave; 38
III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto;
Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos
ascendentes pelos descendentes:
I - ofensa física;
II - injúria grave;
Art. 1.964. Somente com expressa declaração de causa pode a deserdação ser ordenada
em testamento.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Parágrafo único. O direito de provar a causa da deserdação extingue-se no prazo de
quatro anos, a contar da data da abertura do testamento.
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1.3. JURISPRUDÊNCIA
SÚMULAS DO STF
Enunciado 267 – A regra do art. 1.798 do Código Civil deve ser estendida aos embriões
formados mediante o uso de técnicas de reprodução assistida, abrangendo, assim, a
vocação hereditária da pessoa humana a nascer cujos efeitos patrimoniais se submetem
às regras previstas para a petição da herança.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Enunciado 268 – Nos termos do inc. I do art. 1.799, pode o testador beneficiar filhos de
determinada origem, não devendo ser interpretada extensivamente a cláusula
testamentária respectiva.
Enunciado 269 – A vedação do art. 1.801, inc. III, do Código Civil não se aplica à união
estável, independentemente do período de separação de fato (art. 1.723, § 1º).
Enunciado 529 – O fideicomisso, previsto no art. 1.951 do Código Civil, somente pode
ser instituído por testamento.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Enunciado 641 – A decisão do Supremo Tribunal Federal que declarou a
inconstitucionalidade do art. 1.790 do Código Civil não importa equiparação absoluta
entre o casamento e a união estável. Estendem-se à união estável apenas as regras
aplicáveis ao casamento que tenham por fundamento a solidariedade familiar. Por outro
lado, é constitucional a distinção entre os regimes, quando baseada na solenidade do
ato jurídico que funda o casamento, ausente na união estável.
Enunciado 644 – Os arts. 2.003 e 2.004 do Código Civil e o art. 639 do CPC devem ser
interpretados de modo a garantir a igualdade das legítimas e a coerência do
42
ordenamento. O bem doado, em adiantamento de legítima, será colacionado de acordo
com seu valor atual na data da abertura da sucessão, se ainda integrar o patrimônio do
donatário. Se o donatário já não possuir o bem doado, este será colacionado pelo valor
do tempo de sua alienação, atualizado monetariamente.
JULGADOS DO STJ
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
646.721 e 878.694), entendimento esse perfilhado também pela Terceira Turma desta
Corte Superior (REsp 1.332.773-MS, rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, DJe 1/8/2017 –
Informativo 609). Além disso, a Quarta Turma, por meio do REsp 1.337.420-RS, rel. Min.
Luis Felipe Salomão, DJe 21/9/2017 (Informativo 611), utilizou como um de seus
fundamentos para declarar a ilegitimidade dos parentes colaterais que pretendiam
anular a adoção de uma das herdeiras que, na falta de descendentes e de ascendentes,
o companheiro receberá a herança sozinho, exatamente como previsto para o cônjuge,
excluindo os colaterais até o quarto grau (irmãos, tios, sobrinhos, primos, tios-avôs e
sobrinhos-netos). Nesse sentido, os parentes até o quarto grau não mais herdam antes
do companheiro sobrevivente, tendo em vista a flagrante inconstitucionalidade da
discriminação com a situação do cônjuge, reconhecida pelo STF. Logo, é possível
concluir, com base no artigo 1.838 e 1.839, do CC/2002, que o companheiro, assim como
o cônjuge, não partilhará herança legítima, com os parentes colaterais do autor da
herança, salvo se houver disposição de última vontade, como, por exemplo, um
testamento. (REsp 1.357.117-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade,
julgado em 13/03/2018, DJe 26/03/2018). 43
Parentes colaterais não são legitimados ativos para a ação de anulação de adoção
proposta após o falecimento do adotante, em virtude da inconstitucionalidade do art.
1.790 do Código Civil declarada pelo Supremo Tribunal Federal. Inicialmente¸ cumpre
destacar que o Plenário do Supremo Tribunal Federal, por meio do RE 878.694-MG
(Tema 809 de Repercussão Geral) e do RE 646.721-RS (Tema 498), declarou que "o art.
1.790 do Código Civil de 2002 é inconstitucional, porque viola os princípios
constitucionais da igualdade, da dignidade da pessoa humana, da proporcionalidade na
modalidade de proibição à proteção deficiente e da vedação ao retrocesso". Com efeito,
extrai-se do voto proferido pelo Ministro Luís Roberto Barroso que o Código Civil, ao
diferenciar o casamento e as uniões estáveis no plano sucessório, promoveu um
retrocesso e uma inconstitucional hierarquização entre as famílias, ao reduzir o nível de
proteção estatal conferido aos indivíduos somente pelo fato de não estarem casados,
violando a igualdade, a dignidade da pessoa humana, a proporcionalidade, e
contrariando, ademais, a vedação à proteção insuficiente, bem como a proibição ao
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
retrocesso. Ainda quanto ao assunto, cumpre registrar que a presente controvérsia foi
julgada de forma semelhante pela Terceira Turma do STJ, no julgamento do REsp
1.332.773-MS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, DJe 1/8/2017, conforme divulgação
do Informativo de Jurisprudência n. 609 (13/9/2017). No caso dos autos, porém, o art.
1.790, III, do CC/2002 foi invocado para fundamentar o direito de sucessão afirmado
pelos recorridos (irmãos e sobrinhos do falecido) e consequente legitimidade ativa em
ação de anulação de adoção. É que, declarada a nulidade da adoção, não subsistiria a
descendência, pois a filha adotiva perderia esse título, deixando de ser herdeira, e,
diante da inexistência de ascendentes, os irmãos e sobrinhos seriam chamados a
suceder, em posição anterior à companheira sobrevivente. Nessa linha, considerando
que não há espaço legítimo para o estabelecimento de regimes sucessórios distintos
entre cônjuges e companheiros, a lacuna criada com a declaração de
inconstitucionalidade do art. 1.790 do CC/2002 deve ser preenchida com a aplicação do
regramento previsto no art. 1.829 da atual legislação civil, que estabelece a seguinte
ordem de sucessão: I- descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente; II-
ascendentes, em concorrência com o cônjuge; III- cônjuge sobrevivente e; IV- colaterais. 44
Considerando a ordem de vocação engendrada para o casamento, verifica-se que tanto
a sucessão de cônjuges como a sucessão de companheiros devem seguir, a partir da
decisão do STF, o regime atualmente traçado no art. 1.829 do CC/2002 (RE 878.694/MG,
Rel. Min. Luis Roberto Barroso). Desse modo, na falta de descendentes e de
ascendentes, o companheiro receberá a herança sozinho, exatamente como previsto
para o cônjuge, excluindo os colaterais até o quarto grau (irmãos, tios, sobrinhos,
primos, tios-avôs e sobrinhos-netos). (REsp 1.337.420-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
por unanimidade, julgado em 22/8/2017, DJe 21/9/2017)
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
julgado da sentença que julgou a ação de inventário. A petição de herança, objeto dos
arts. 1.824 a 1.828 do CC, é ação a ser proposta por herdeiro para o reconhecimento de
direito sucessório ou a restituição da universalidade de bens ou de quota ideal da
herança da qual não participou. Trata-se de ação fundamental para que um herdeiro
preterido possa reivindicar a totalidade ou parte do acervo hereditário, sendo movida
em desfavor do detentor da herança, de modo que seja promovida nova partilha dos
bens. A teor do que dispõe o art. 189 do CC, a fluência do prazo prescricional, mais
propriamente no tocante ao direito de ação, somente surge quando há violação do
direito subjetivo alegado. Assim, conforme entendimento doutrinário, não há falar em
petição de herança enquanto não se der a confirmação da paternidade. Dessa forma,
conclui-se que o termo inicial para o ajuizamento da ação de petição de herança é a data
do trânsito em julgado da ação de investigação de paternidade, quando, em síntese,
confirma-se a condição de herdeiro. REsp 1.475.759-DF, Rel. Min. João Otávio de
Noronha, julgado em 17/5/2016, DJe 20/5/2016.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
de bens singularmente considerados, motivo pelo qual não haverá alteração na situação
fática dos bens, que permanecerão em condomínio pro indiviso. Assim, caso não se
questione a fração atribuída à meeira, eventual procedência do pedido em nada a
alterará. Ressalte-se que diversa seria a situação se os bens houvessem sido repartidos
entre meeira e herdeiros de forma desigual, e o autor da ação se insurgisse contra a
avaliação e especificação dos bens atribuídos à meeira, alegando prejuízo à metade
destinada aos herdeiros. REsp 1.500.756-GO, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em
23/2/2016, DJe 2/3/2016.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
restritiva sobre o quinhão da herdeira, de incomunicabilidade, inalienabilidade e
impenhorabilidade, o falecimento dela não afasta a eficácia da disposição
testamentária, de sorte que procede o pedido de habilitação, no inventário em questão,
dos sobrinhos da de cujus" (REsp 246.693-SP, DJ 17/5/2004). Ressalte-se, contudo, que
a jurisprudência mais recente do STJ, seguindo a doutrina e a jurisprudência do STF,
voltou a orientar-se no sentido de que "a cláusula de inalienabilidade vitalícia tem
vigência enquanto viver o beneficiário, passando livres e desembaraçados aos seus
herdeiros os bens objeto da restrição" (REsp 1.101.702-RS, Terceira Turma, DJe
9/10/2009). Por outro lado, a linha exegética segundo a qual a incomunicabilidade de
bens inerente ao regime de bens do matrimônio teria o efeito de alterar a ordem de
vocação hereditária prevista no CC/2002 não encontra apoio na jurisprudência
atualmente consolidada na Segunda Seção (REsp 1.472.945-RJ, Terceira Turma, DJe
19/11/2014; REsp 1.382.170-SP, Segunda Seção, DJe 26/5/2015; AgRg nos EREsp
1.472.945-RJ, Segunda Seção, DJe 29/6/2015). REsp 1.552.553-RJ, Rel. Min. Maria Isabel
Gallotti, julgado em 24/11/2015, DJe 11/2/2016.
47
No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do
casamento, desde que comprovado o esforço comum para sua aquisição. STJ. 2ª Seção.
EREsp 1.623.858-MG, Rel. Min. Lázaro Guimarães (Desembargador Convocado do TRF
5ª Região), julgado em 23/05/2018 (Info 628).
JULGADOS DO STF
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
de um novo e autonomizado núcleo doméstico”, aplicando-se a união estável entre
pessoas do mesmo sexo as mesmas regras e mesas consequências da união estável
heteroafetiva (ADI 4277 e ADPF 132, Rel. Min. Ayres Britto, j. 05.05.2011). 2. Não é
legítimo desequiparar, para fins sucessórios, os cônjuges e os companheiros, isto é, a
família formada pelo casamento e a formada por união estável. Tal hierarquização entre
entidades familiares é incompatível com a Constituição de 1988. Assim sendo, o art.
1790 do Código Civil, ao revogar as Leis nº 8.971/1994 e nº 9.278/1996 e discriminar a
companheira (ou o companheiro), dando-lhe direitos sucessórios bem inferiores aos
conferidos à esposa (ou ao marido), entra em contraste com os princípios da igualdade,
da dignidade humana, da proporcionalidade como vedação à proteção deficiente e da
vedação do retrocesso. 3. Com a finalidade de preservar a segurança jurídica, o
entendimento ora firmado é aplicável apenas aos inventários judiciais em que não tenha
havido trânsito em julgado da sentença de partilha e às partilhas extrajudiciais em que
ainda não haja escritura pública. 4. Provimento do recurso extraordinário. Afirmação,
em repercussão geral, da seguinte tese: “No sistema constitucional vigente, é
inconstitucional a distinção de regimes sucessórios entre cônjuges e companheiros, 48
devendo ser aplicado, em ambos os casos, o regime estabelecido no art. 1.829 do
CC/2002”. (RE 646721, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min.
ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 10/05/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO
DJe-204 DIVULG 08-09-2017 PUBLIC 11-09-2017)
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1.4. QUESTÕES
1. (Ano: 2017; Banca: VUNESP; Órgão: TJ-SP; Prova: Juiz Substituto) Pedro casa-se com
Maria, pelo regime da comunhão parcial de bens, e com ela tem três filhos: Paulo,
Luciana e João. Após ficar viúvo, Pedro se casa com Luísa, pelo regime da comunhão
universal, e com ela tem um filho: Antônio. Pedro e Luísa morrem. Em momentos
posteriores, morrem Paulo e Luciana e, depois, Antônio, cada qual deixando dois
filhos. Último dos irmãos a morrer, João era solteiro, não vivia em união estável e não
deixou filhos.
b) Os filhos de Paulo, Luciana e Antônio herdarão por cabeça, mas aos de Antônio, por
ser irmão unilateral, caberá a metade dos demais.
2. (Ano: 2017; Banca: VUNESP; Órgão: TJ-SP; Prova: Juiz Substituto) Arlindo casa-se
com Joana pelo regime da comunhão universal de bens e com ela tem dois filhos,
Bruno e Lucas, ambos solteiros e sem conviventes em união estável. Arlindo e Lucas
morrem em um mesmo acidente de trânsito, tendo Lucas deixado um filho menor. Dos
atestados de óbito, consta que o falecimento de Arlindo ocorreu cinco minutos antes
do de Lucas.
a) Os bens deixados por Arlindo serão transmitidos a Joana, Bruno e ao filho de Lucas.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
b) Em razão dos falecimentos no mesmo acidente, a presunção é a de que a morte do
mais velho precede a do mais jovem, o que faz com que a herança do filho de Lucas fique
restrita à parte em que seu pai sucederia, se vivo fosse.
3. (Ano: 2015; Banca: VUNESP; Órgão: TJ-SP; Prova: Juiz Substituto) Acerca do Direito
das Sucessões, assinale a alternativa correta.
c) É eficaz a cessão, pelo coerdeiro, de seu direito hereditário sobre bem da herança
singularmente considerado.
4. (Ano: 2013; Banca: VUNESP; Órgão: TJ-SP; Prova: Juiz Substituto) Assinale a
alternativa correta.
a) Somente ofensa física que resulte em lesão grave autoriza a deserdação de herdeiro
necessário em testamento.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
c) A exclusão de herdeiro ou legatário da sucessão nos casos de indignidade deverá
sempre ser declarada por sentença.
d) Uma vez excluído da sucessão por motivo de indignidade determinado herdeiro, seus
descendentes também não sucedem.
5. (Ano: 2013; Banca: VUNESP; Órgão: TJ-SP; Prova: Juiz Substituto) Relativamente à
ordem da vocação hereditária, assinale a alternativa correta.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1.5. GABARITO COMENTADO
1. B
A questão se resolve pela aplicação do CC, art. 1.843, caput e parágrafos. Senão,
vejamos:
Art. 1.843. Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes e, não os havendo, os tios.
2. C 52
A questão se resolve pela aplicação do CC, art. 1.829, I. Senão, vejamos:
Registre-se que, em razão do regime de bens, a esposa não será herdeira, mas sim
meeira.
3. D
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ALTERNATIVA B: INCORRETA. Conforme entendimento do STJ (REsp 260004/SP):
COMERCIAL. TÍTULOS DE CRÉDITO. AVALISTA. ÓBITO ANTES DO VENCIMENTO.
OBRIGAÇÃO NÃO PERSONALÍSSIMA. TRANSMISSÃO AOS HERDEIROS. I - O aval, espécie
de obrigação cambial, é autônomo em relação à obrigação do devedor principal e se
constitui no momento da aposição da assinatura do avalista no título de crédito. II -
Existente a obrigação desde a emissão do título, o avalista era devedor solidário no
momento do óbito, constituindo o transcurso da data do vencimento apenas requisito
para a exigibilidade do montante devido. III - A morte do responsável cambiário é
modalidade de transferência anômala da obrigação que, por não possuir caráter
personalíssimo, é repassada aos herdeiros, mesmo que o óbito tenha ocorrido antes
do vencimento do título. IV - Nos termos do artigo 255, § 2º, do RISTJ, a divergência
jurisprudencial deve ser demonstrada por meio do cotejo analítico, com transcrição de
trechos dos acórdãos recorrido e paradigma que exponham a similitude fática e a
diferente interpretação da lei federal. Recurso especial conhecido e provido.
ALTERNATIVA C: INCORRETA. Conforme CC, art. 1.793. § 2º. É ineficaz a cessão, pelo co-
herdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem da herança considerado 53
singularmente.
ALTERNATIVA D. CORRETA. Conforme CC, arts. 1.794 c/c 1.795: “Art. 1.794. O co-
herdeiro não poderá ceder a sua quota hereditária a pessoa estranha à sucessão, se
outro co-herdeiro a quiser, tanto por tanto” e “Art. 1.795. O co-herdeiro, a quem não se
der conhecimento da cessão, poderá, depositado o preço, haver para si a quota cedida
a estranho, se o requerer até cento e oitenta dias após a transmissão. Parágrafo único.
Sendo vários os co-herdeiros a exercer a preferência, entre eles se distribuirá o quinhão
cedido, na proporção das respectivas quotas hereditárias”. Em acréscimo, o art. 520
assim estabelece: “Art. 520. O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos
herdeiros”.
4. C
ALTERNATIVA A: INCORRETA. Conforme CC, arts. 1.962 e 1.963: “Art. 1.962. Além das
causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos descendentes por seus
ascendentes: I - ofensa física; II - injúria grave; III - relações ilícitas com a madrasta ou
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
com o padrasto; IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave
enfermidade” e “Art. 1.963. Além das causas que enumeradas no art. 1.814, autorizam
a deserdação dos ascendentes pelos descendentes: I - ofensa física; II - injúria grave; III
- relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou com o marido
ou companheiro da filha ou o da neta; IV - desamparo do filho ou neto com deficiência
mental ou grave enfermidade.
Em complemento, o art. 1.814 assim estatui: “Art. 1.814. São excluídos da sucessão os
herdeiros ou legatários: I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de
homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu
cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente; II - que houverem acusado
caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua
honra, ou de seu cônjuge ou companheiro; III - que, por violência ou meios fraudulentos,
inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de
última vontade”.
5. A
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ALTERNATIVA C: INCORRETA. Conforme CC, art. 1.835. Na linha descendente, os filhos
sucedem por cabeça, e os outros descendentes, por cabeça ou por estirpe, conforme se
achem ou não no mesmo grau.
55
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
2. DIREITO DO CONSUMIDOR (conteúdo atualizado em 26-10-2018)
APRESENTAÇÃO
Caros alunos,
Bons estudos.
Beatriz Fonteles. 56
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
2.1. DOUTRINA (RESUMO)
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
2.1.1.1.3. Princípio da interpretação mais favorável ao consumidor (art. 47)
Trata-se de previsão mais ampla do que a do art. 423 do Código Civil, que
estabelece a interpretação mais favorável ao aderente apenas nos contratos de adesão
e quando houver cláusulas ambíguas ou contraditórias.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Para resguardar o consumidor, o CDC dotou-os de força vinculativa, a teor do
art. 48.
59
OBSERVAÇÃO: Para a doutrina, jurisprudência e para as bancas de concursos, as vendas
feitas pela internet consideram-se como “fora do estabelecimento comercial”, haja vista
que o termo “especialmente” usado pelo dispositivo legal tem sentido meramente
exemplificativo, e permitem a invocação do direito de arrependimento.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento
comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ATENÇÃO! O Poder Judiciário pode impor multa ao fornecedor nos casos de atraso na
entrega de mercadoria ou restituição decorrente de arrependimento?
- No pacto entre o consumidor e a operadora de cartão por ele escolhida não se pode
cogitar de desequilíbrio contratual, uma vez que a cobrança de encargos moratórios é
contrapartida contratual e legalmente prevista diante da mora do consumidor, que
obteve o crédito de forma fácil e desembaraçada, sem prestar garantia adicional alguma 61
além da promessa de pagar no prazo acertado.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
2.1.1.1.6. Da garantia contratual (art. 50)
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Complementaridade da garantia contratual – já se sabe que a garantia
contratual é complementar à legal. Mas o que isso significa?
Importante ter cuidado com o fato de que a vedação prevista na súmula é limitada às
cláusulas abusivas insertas em contratos bancários. Para outros contratos, é permitida
a sua declaração de ofício, tal qual se extrai do teor do caput do art. 51 do CDC.
Em que pese as duras críticas doutrinárias ao enunciado acima, o STJ continua a aplicar
a referida súmula em julgados recentes (ex vi AgRg no REsp 1403056/RS, Rel. Min.
Maria Isabel Gallotti, T4, DJe 07/03/2016).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Vale destacar que o rol de cláusulas abusivas constante do art. 51 do CDC é
meramente exemplificativo (numerus apertus), como bem denota o caput ao
prescrever que “são nulas de pleno direito, entre outras”.
Com relação aos efeitos, o reconhecimento da nulidade é feito por uma decisão
de cunho declaratório, que, como tal, produz efeitos ex tunc (ou seja, retroagem ao
nascedouro do contrato).
A lei veda que o fornecedor tente se eximir da sua responsabilidade por vícios
de produtos ou serviços. Não importa que seja exoneração ou mera diminuição da
responsabilidade.
Ex: Súmula 302 do STJ. É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que
limita no tempo a internação hospitalar do segurado.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
2.1.2.2.2. Cláusulas que subtraiam do consumidor a opção de reembolso da quantia já
paga (inciso II)
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
- restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à
natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou
equilíbrio contratual (inciso II);
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
possibilidade de abuso” (REsp 1189050/SP, Rel. Ministro LUIS
FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 01/03/2016, DJe
14/03/2016).
Esta regra se refere aos negócios que já foram firmados. Assim, não é possível
a modificação unilateral, após ter-se efetuado a transação.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
2.1.2.2.10. Cláusulas que autorizem o fornecedor a cancelar o contrato
unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor (inciso XI)
Observe, porém, que o dispositivo faz uma ressalva: se igual direito for
garantido ao consumidor, a cláusula será possível e lícita.
68
O CDC não veda a estipulação que impõe ao consumidor o pagamento das
despesas de cobrança em decorrência do inadimplemento, mas apenas determina que
esse direito seja uma via de mão dupla; ou seja, somente será válida a cláusula se constar
do mesmo modo contra o fornecedor.
OBSERVAÇÃO: Súmula 565 do STJ - A pactuação das tarifas de abertura de crédito (TAC)
e de emissão de carnê (TEC), ou outra denominação para o mesmo fato gerador, é válida
apenas nos contratos bancários anteriores ao início da vigência da Resolução-CMN n.
3.518/2007, em 30/4/2008.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ATENÇÃO! Informativo 611 STJ (REsp 1.361.699/MG): Não há abusividade na cláusula
contratual que estabeleça o repasse dos custos administrativos da instituição
financeira com as ligações telefônicas dirigidas ao consumidor inadimplente.
Por fim, a necessidade de reposição integral dos danos causados por um dos
contratantes ao outro decorre do sistema jurídico, por extensão legal conferida pelo art.
51, XII, do CDC, de modo que a garantia da reparação total valerá tanto para o
fornecedor quanto para o consumidor, independentemente de expressa previsão
contratual.
69
REsp 1.361.699-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em
12/9/2017, DJe 21/9/2017.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Diante da sua abrangência difusa, a proteção do meio ambiente envolve
igualmente a celebração de contratos. Nesse contexto, pode-se afirmar que o
instrumento que viola valores ambientais é nulo por desrespeito à função social do
contrato.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Assim, em primeiro lugar, o intérprete deve, por meio de esforços de
integração, tentar salvar o contrato, isolando a cláusula abusiva e mantendo o restante
do acordo, desde que mantido o equilíbrio material entre as prestações.
Recorde-se, por fim, que o art. 6o, V, do CDC, prevê como um dos direitos
básicos do consumidor “a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam
prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as
tornem excessivamente onerosas”. Desse modo, abrem-se duas possibilidades diante de
uma cláusula abusiva:
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
O dispositivo acima, é importante advertir, não estabelece uma legitimidade
exclusiva do Ministério Público para a propositura de demandas que visem ao
reconhecimento da abusividade de uma cláusula inserida em contrato de consumo. Visa
apenas a reforçar a possibilidade de o órgão ministerial adotar providências visando ao
ingresso com ações para combater a abusividade, em especial de cunho coletivo.
72
ATENÇÃO! Validade (não abusividade) da cláusula de tolerância nos contratos de
compra e venda de imóvel (até 180 dias):
Informativo 612 STJ (REsp 1.582.318/RJ): Não é abusiva a cláusula de tolerância nos
contratos de promessa de compra e venda de imóvel em construção que prevê
prorrogação do prazo inicial para a entrega da obra pelo lapso máximo de 180 (cento
e oitenta) dias – chamada de cláusula de tolerância.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
negativamente a construção de edificações e onerar excessivamente seus atores, tais
como intempéries, chuvas, escassez de insumos, greves, falta de mão de obra, crise no
setor, entre outros contratempos.
REsp 1.601.149-RS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas
Bôas Cueva, Segunda Seção, por maioria, julgado em 13/06/2018, DJe 15/08/2018
(Tema 960).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
EREsp 1.378.938-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, por unanimidade, julgado em
20/06/2018, DJe 27/06/2018
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ou demitido sem justa causa como beneficiário, salvo
disposição contrária expressa prevista em contrato ou em
acordo/convenção coletiva de trabalho, não caracterizando
contribuição o pagamento apenas de coparticipação, tampouco
se enquadrando como salário indireto.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
o responsável pela orientação terapêutica adequada ao
paciente.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
boa-fé – pois a indicação da enfermidade objeto de tratamento
constitui elemento intrínseco à relação estabelecida entre o
paciente, o médico e a própria operadora.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
empregados em atividade. (REsp 1.539.815-DF, Rel. Min. Marco
Aurélio Bellizze, por unanimidade, julgado em 7/2/2017, DJe
14/2/2017).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
essência do risco assumido, devendo ser decretada sua nulidade.
(REsp 735.750/SP, T4, Rel. Ministro Raul Araújo, DJe
16/02/2012).
Há, por outro lado, situações outras em que NÃO existe, pelo menos prima
facie, abusividade. Vejamos os casos emblemáticos:
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
b) O aumento da idade do segurado implica a necessidade de
maior assistência médica. Em razão disso, a Lei n. 9.656/1998
assegurou a possibilidade de reajuste da mensalidade de plano
ou seguro de saúde em razão da mudança de faixa etária do
segurado. Essa norma não confronta o art. 15, § 3º, do Estatuto
do Idoso, que veda a discriminação consistente na cobrança de
valores diferenciados em razão da idade. Discriminação traz em
si uma conotação negativa, no sentido do injusto, e assim é que
deve ser interpretada a vedação estabelecida no referido
estatuto.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
SÚMULAS DO TJ/SP SOBRE CLÁUSULAS ABUSIVAS EM CONTRATOS DE PLANOS DE
SAÚDE:
Súmula 90: Havendo expressa indicação médica para a utilização dos serviços de
“home care”, revela-se abusiva a cláusula de exclusão inserida na avença, que não pode
prevalecer.
Súmula 92: É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita o tempo de
internação do segurado ou usuário (Súmula 302 do Superior Tribunal de Justiça).
Súmula 94: A falta de pagamento da mensalidade não opera, per si, a pronta rescisão
unilateral do contrato de plano ou seguro de saúde, exigindo-se a prévia notificação do
devedor com prazo mínimo de dez dias para purga da mora.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
igualmente, limitação expressa dos juros remuneratórios.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
independem de expressa pactuação, pois são decorrentes da lei. Assim, são exigíveis
ainda que não haja previsão expressa no contrato (REsp 1.431.572/SC, T3, Rel. Ministro
Ricardo Villas Bôas Cueva, DJe 20/06/2016).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
O último enunciado acima transcrito quer dizer que não há necessidade de o
contrato bancário prever expressamente a expressão “capitalização de juros”. É
suficiente, para que esta seja exigível, que sejam previstas as taxas de juros mensal e
anual e, da análise desta, a constatação de os juros serem capitalizados (faz-se a
seguinte operação matemática: se a taxa anual de juros for superior à multiplicação da
taxa mensal por 12, é porque há capitalização).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
consumidores com outras entidades financeiras ou
mantenedoras de cadastros positivos e negativos de
consumidores, sem que seja dada opção de discordar daquele
compartilhamento.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
mercantil, qual seja: é uma modalidade mista de contrato, que se inicia como forma de
locação de determinado bem, mas que, ao final do pagamento das parcelas da locação,
concede-se ao arrendatário/consumidor a opção de adquirir o bem, mediante o
pagamento da importância denominada Valor Residual Garantido (VRG). O tema diz
respeito justamente aos casos em que o consumidor pretende não esperar o término
das parcelas do leasing, de modo a se antecipar na sua liquidação.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
crédito ou concessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre
outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre:
Limite da cláusula penal ou multa moratória - art. 52, § 1°, do CDC - As multas
de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo não poderão ser
superiores a dois por cento (2%) do valor da prestação.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Trata-se de norma de ordem pública, sendo nula por abusividade a cláusula
contratual que estabeleça limite maior para a multa moratória. Todavia, em casos de
excesso, na esteira da melhor jurisprudência e em prestígio ao princípio da preservação
do contrato, deve ocorrer a redução do negócio jurídico até o patamar considerado
como válido pela legislação consumerista.
A definição do fenômeno, trazida pela doutrina de Cláudia Lima Marques, é que se trata
da impossibilidade global do devedor pessoa física, consumidor, leigo e de boa-fé, de
pagar todas as suas dívidas atuais e futuras de consumo.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
– quando, imbuído de má-fé, contrai dívidas superiores à possibilidade de pagamento,
com a intenção deliberada de fraudar credores; ii) inconsciente – não há intuito
deliberado do consumidor, mas um agir imprudente, impulsivo, em análise da real
possibilidade de gastos.
A jurisprudência admite a retenção de parte dos valores pagos para fazer frente
a determinadas despesas:
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DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS),
TERCEIRA TURMA, julgado em 06/10/2009, DJe 21/10/2009).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
O direito a desistência do consórcio é um direito potestativo do consorciado.
Nesse contexto, entende-se abusiva a cláusula que afasta do consumidor o direito de
desistir do contrato de consórcio antes do encerramento do grupo.
Em relação ao montante do valor pago pelo consorciado que pode ser retido
pela empresa que administra o consórcio, esse também deve abranger a taxa de
administração.
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Súmula 159 - É incabível a condenação da vendedora ao pagamento de multa ajustada
apenas para a hipótese de mora do comprador, afastando-se a aplicação da penalidade
por equidade, ainda que descumprido o prazo para a entrega do imóvel objeto do
compromisso de venda e compra. Incidência do disposto no artigo 411, do Código Civil.
Súmula 161 - Não constitui hipótese de caso fortuito ou de força maior, a ocorrência de
chuvas em excesso, falta de mão de obra, aquecimento do mercado, embargo do
empreendimento ou, ainda, entraves administrativos. Essas justificativas encerram “res
inter alios acta” em relação ao compromissário adquirente.
Súmula 164 - É válido o prazo de tolerância não superior a cento e oitenta dias, para
entrega de imóvel em construção, estabelecido no compromisso de venda e compra,
desde que previsto em cláusula contratual expressa, clara e inteligível (posição recente
do Superior Tribunal de Justiça).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Assim, esse contrato é aquele imposto por um órgão, seja ele público ou
privado, geralmente o detentor do domínio ou poderio contratual.
Admite-se, pois, uma condição resolutiva expressa, desde que esta não traga
uma desvantagem excessiva ao consumidor.
O preceito está em sintonia com o art. 46 do CDC, que prevê a nulidade das
cláusulas ininteligíveis ou incompreensíveis. 93
4. Inaplicabilidade da norma do art. 54, § 3º, do CDC ao contexto dos anúncios, sem
prejuízo do controle da prática enganosa com base em outro fundamento”. (REsp
1602678/RJ, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado
em 23/05/2017, DJe 31/05/2017).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Destaque das cláusulas limitativas – art. 54, § 4°, do CDC - As cláusulas que
implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com destaque,
permitindo sua imediata e fácil compreensão.
Deve ficar claro que esse preceito não descaracteriza a eventual abusividade
de determinada cláusula, nos termos do art. 51 do CDC.
94
O art. 81 do Código de Defesa do Consumidor prevê:
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim
entendidos os decorrentes de origem comum.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
b) Interesses ou direitos coletivos (stricto sensu) – são aqueles
objetivamente indivisíveis, de que seja titular grupo, classe ou
categoria de pessoas, ligadas entre si ou com a parte contrária
por um vínculo jurídico base e, por tal razão, determináveis.
Observe-se que, assim como os direitos difusos, são indivisíveis, mas seus
titulares são determináveis, por integrarem determinado grupo, classe ou categoria de
pessoas. Note-se, ademais, que aqui as circunstâncias que unem os titulares são
jurídicas, e não de fato.
A coisa julgada referente aos direitos coletivos stricto sensu, em razão de sua
indivisibilidade e determinabilidade de seus titulares, é ultra partes, ou seja, uma 96
sentença de procedência beneficiará todas as pessoas que estejam na mesma situação
jurídica base que fundamentou a sentença.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Os seus traços característicos, por conseguinte, são: a divisibilidade e a
determinabilidade dos titulares (são direitos individuais múltiplos enfeixados para uma
defesa coletiva), em razão de uma causa de origem comum.
ATENÇÃO! O STJ entende que essa homogeneidade, para estar presente, demanda um
número razoável de consumidores (o que será analisado no caso concreto, vez que não
foram fixados parâmetros quantitativos no julgado - REsp 823.063/PR, Rel. Ministro
RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 14/02/2012, DJe 22/02/2012).
97
Difusos Coletivos Individuais
homogêneos
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
de direitos coletivos ou abordam determinado caso hipotético para enquadrá-lo na
modalidade correta.
Para finalizar o estudo do art. 81, é importante ter-se em mente que um mesmo
episódio ou contexto pode dar ensejo ao nascimento de interesses difusos, coletivos
stricto sensu e individuais homogêneos.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
OBSERVAÇÃO: Há, porém, uma situação excepcional envolvendo as associações, já que
não são substitutas processuais. Veremos com calma a seguir.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
homogêneos relacionados a um determinado tema; está autorizado à defesa de direitos
transindividuais de qualquer temática, incluída a consumerista.
Nesse sentido:
Novidade 2018 – Súmula 601 do STJ. O Ministério Público tem legitimidade ativa para
atuar na defesa de direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos dos
consumidores, ainda que decorrentes da prestação de serviço público.
O Ministério Público possui legitimidade ativa para postular em juízo a defesa de direitos
transindividuais de consumidores que celebram contratos de compra e venda de
100
imóveis com cláusulas pretensamente abusivas.
(...)
Daí porque se firmou a compreensão de que, para haver legitimidade ativa do Ministério
Público para a defesa de direitos transindividuais não é preciso que se trate de direitos
indisponíveis, havendo de se verificar, isso sim, se há "interesse social" (expressão
contida no art. 127 da Constituição) capaz de autorizar a legitimidade do Ministério
Público.
OBSERVAÇÃO: Antes da edição da Súmula 601, havia alguns julgados do STJ que não
reconheciam a legitimidade ativa do Ministério Público para pleitear em nome de
interesses – especialmente individuais homogêneos – de consumidores. Todavia, a
questão vem se pacificando a partir da edição do mencionado verbete. Prova disso é o
julgado acima, em sede de Embargos de Divergência na Corte Especial. Na origem, a 4 a
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Turma do STJ não havia reconhecido a legitimidade ativa do MP, o que foi revertido em
sede de EREsp.
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ATENÇÃO! Novidade 2018 – Informativo 626 STJ. Município tem legitimidade ad
causam para ajuizar Ação Civil Pública em defesa de direitos consumeristas
questionando a cobrança de tarifas bancárias.
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Em razão disso, admite-se que órgãos de defesa do consumidor
despersonalizados – como os PROCONs – manejem ações coletivas em prol de direitos
dos consumidores.
Após uma posição inicial restritiva, recentemente o STJ, por sua Corte Especial,
reinterpretou o conceito de “necessitados”, não o limitando aos carentes de recursos
econômicos, mas estendendo-o aos juridicamente necessitados (ou
“hipervulneráveis”), isto é, os socialmente estigmatizados ou excluídos, as crianças, os
idosos, as gerações futuras. No caso concreto, admitiu a legitimidade da Defensoria para
“promover ação civil pública em defesa de interesses individuais homogêneos de
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
consumidores idosos que tiveram plano de saúde reajustado em razão da mudança de
faixa etária, ainda que os titulares não sejam carentes de recursos econômicos” (EREsp
1.192.577/RS, Corte Especial, rel. Min. Laurita Vaz, j. 21.10.2015, DJe 13.11.2015).
2.1.3.2.5. As associações
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ope judicis). Ademais, pode ser fundamentada em duas situações alternativas:
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de admitirmos a criação de uma associação civil para a defesa de qualquer interesse,
o que desnaturaria a exigência de representatividade adequada do grupo lesado’.
(REsp 1213614/RJ, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
01/10/2015, DJe 26/10/2015).
“Com efeito, contanto que não seja exercido de modo a ferir a necessária imparcialidade
inerente à magistratura, e sem que decorra de análise eminentemente subjetiva do juiz,
ou mesmo de óbice meramente procedimental, é plenamente possível que, 106
excepcionalmente, de modo devidamente fundamentado, o magistrado exerça,
mesmo que de ofício, o controle de idoneidade (adequação da representatividade)
para aferir/afastar a legitimação ad causam de associação. (REsp 1213614/RJ, Rel.
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 01/10/2015, DJe
26/10/2015).
O CDC, na parte final do inciso IV do art. 82, prevê que para a associação atuar
como legitimada ativa está “dispensada a autorização assemblear”. Poder-se-ia, em
princípio, acreditar que referida previsão legal dispensaria as associações de autorização
dos seus associados (em verdadeira substituição processual). Mas não é nesse sentido
que a jurisprudência dos Tribunais Superiores se firmou.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
A diferenciação parte da própria previsão constitucional sobre as associações,
nos seguintes termos: “as entidades associativas, quando expressamente autorizadas,
têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente” (art. 5o,
XXI, da CF/88).
107
- declaração individual; ou
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ajuizamento da ação de conhecimento – REsp 1.468.734/SP, Rel.
Ministro Humberto Martins, T2, j. em 1o/03/2016;
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associativo que, no curso da ação, veio a se dissolver (no caso, inclusive, por
deliberação de seus próprios associados). Sob o aspecto da representação, afigura-se,
pois, inconciliável a situação jurídica dos então representados pela associação
dissolvida com a dos associados do "novo ente associativo", ainda que, em tese, os
interesses discutidos na ação coletiva sejam comuns aos dois grupos de pessoas.
* Não seria aplicável o par. 3o do art. 5o da LACP, que prevê, em caso de desistência
infundada ou abandono da ação pela associação legitimada, a assunção da legitimidade
ativa pelo Ministério Publico ou outro legitimado?
O art. 83 não oferece maiores dificuldades e deixa claro que, para a defesa dos
direitos do consumidor – seja no plano individual ou no coletivo -, são cabíveis todas as
espécies de ação para a efetiva tutela dos seus direitos, sejam de conhecimento –
declaratórias, constitutivas, condenatórias, mandamentais, executivas etc., previstas ou
não no CDC. Para a doutrina, referido dispositivo consagra o princípio da atipicidade
das ações coletivas (ou seja, pode se fazer uso de quaisquer tipos de ações, previstas
em diplomas legais diversos, desde que preenchidos seus requisitos próprios).
Passa-se então à análise do art. 84 do CDC, este sim alvo de muitas questões e
assertivas em provas de concursos públicos de magistratura, em sua maior parte,
cobrando a literalidade de suas disposições.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
O art. 84 diz respeito às ações de obrigação de fazer e não fazer, tratando dos
meios à disposição para se obter a tutela específica da obrigação ou que assegurem o
resultado prático equivalente ao do adimplemento.
A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (par. 2 o). Ou seja, o
pagamento de perdas e danos não exime o infrator do pagamento de multa nem vice-
versa.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
2.1.3.3.1. A multa (astreinte)
Uma das abordagens mais frequentes com relação à multa é quanto à previsão
de que pode ser imposta independentemente de pedido do autor. Ou seja, o
magistrado pode fixá-la inclusive de ofício. São variadas as questões e alternativas –
incorretas – que atrelam a imposição de multa à necessidade de formulação de pedido
pela parte autora.
O juiz poderá, de ofício, não somente fixar a multa, mas majorá-la, reduzi-la,
excluí-la, alterar sua periodicidade etc., tudo de forma que seja suficiente para sua
finalidade coercitiva, em parâmetros razoáveis. 111
A multa, por possuir função coercitiva (e não reparatória), é cumulável com
eventual indenização por perdas e danos (art. 84, par. 2o).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
- Quanto à condenação da parte autora nos ônus da
sucumbência → o CDC faz menção expressa apenas à associação
autora.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
O direito de regresso pode ser exercido, processualmente: a) nos mesmos
autos; b) em processo autônomo. Cabe ao interessado optar pelo meio que lhe seja
mais conveniente.
NÃO!
** Sabe-se que o art. 13 do CDC refere-se à responsabilidade pelo fato do produto (“o
comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior”).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Todo o Capítulo (inaugurado pelo art. 91 e até o art. 100) refere-se às ações
coletivas para a tutela de direitos individuais homogêneos.
114
Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará
sempre como fiscal da lei.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
II – no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para
os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras
do Código de Processo Civil aos casos de competência
concorrente.
Por fim, o dano ou ameaça de dano de âmbito nacional será aquele que
abranger diversas localidades/comarcas em mais de um Estado da Federação. Há quem
defenda que, além da abrangência, o dano ou ameaça deve ter impacto relevante para
o País. Nesse caso, haveria competência territorial concorrente entre o foro das Capitais
dos Estados envolvidos ou do Distrito Federal.
Essa é uma sistematização para explicar o dispositivo legal, que diz menos do
que deveria:
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
OBS: para parcela da doutrina, pode ser
inclusive em Estados vizinhos.
OBS: para parcela da doutrina, pode ser atingido ou do DF, se este estiver
A fim de propiciar tal intervenção, deve ser publicado edital no órgão oficial,
havendo estímulo legal para que a divulgação seja a mais ampla possível.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
De acordo com a previsão literal do CDC, trata-se de litisconsórcio ulterior.
Parte da doutrina entende que a hipótese mais se aproxima de uma assistência
litisconsorcial. De todo modo, para provas de concurso, o melhor é considerar a
literalidade do CDC (a menos que a questão faça expressa referência à posição da
doutrina).
Para o STJ, não há nulidade no caso de não ser publicado o edital previsto no
art. 94 (REsp 205.481/MG, DJ 01/08/2005).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso
de execução individual;
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
“em ações coletivas, é suficiente para a caracterização do
interesse de agir a descrição exemplificativa de situações
litigiosas de origem comum (art. 81, III, do CDC), que precisam
ser solucionadas por decisão judicial” (REsp 1395875/PE, Rel.
Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
20/02/2014, DJe 07/03/2014).
No que tange à execução coletiva, serão por ela abrangidas aquelas situações
individuais que já tiverem sido fixadas as respectivas liquidações. O manejo da execução
coletiva para as liquidações individuais já realizadas até então não impede outras
execuções posteriores (ou anteriores).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Execução individual Execução coletiva
- da ação condenatória.
120
“a liquidação e a execução individual de sentença genérica
proferida em ação civil coletiva pode ser ajuizada no foro do
domicílio do beneficiário, porquanto os efeitos e a eficácia da
sentença não estão circunscritos a lindes geográficos, mas aos
limites objetivos e subjetivos do que foi decidido, levando-se em
conta, para tanto, sempre a extensão do dano e a qualidade dos
interesses metaindividuais postos em juízo (arts. 468, 472 e 474,
CPC e 93 e 103, CDC)” - REsp 1243887/PR, Rel. Ministro LUIS
FELIPE SALOMÃO, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/10/2011, DJe
12/12/2011.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
A fim de finalizar o Capítulo II (“Das ações coletivas para a defesa de interesses
individuais homogêneos”), precisamos estudar os arts. 99 e 100 do CDC:
121
Apesar da redação um pouco obscura, o dispositivo trata de concurso de
créditos, estabelecendo a prioridade de pagamento quando se tem, de um lado, um
mesmo devedor/condenado, e, de outro, múltiplos direitos a serem ressarcidos
(difusos, coletivos e individuais homogêneos, por exemplo). O que o artigo estabelece é
a preferência de pagamento das indenizações individuais (ou seja, os danos de sujeitos
individualmente determináveis – direitos individuais homogêneos).
No que tange aos direitos difusos e coletivos (que são expressamente previstos
na LACP), havendo condenação em dinheiro (por exemplo, dano moral coletivo), a regra
é a destinação do valor a um fundo (Fundo de Direitos Difusos – FDD), cujos recursos
têm destinação vinculada à reconstituição dos bens lesados (art. 13 da LACP).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
assim, a preferência estabelecida no caput do art. 99). A exceção ao sobrestamento é o
caso de o patrimônio do devedor ser manifestamente suficiente para responder pela
integralidade das dívidas.
Ocorre que esse valor residual executado não reverte diretamente para as
vítimas do evento, e sim para o fundo criado pela LACP (no seu art. 13 e acima
mencionado) – Fundo de Direitos Difusos, cuja finalidade é a reconstituição dos bens
lesados (de forma difusa ou coletiva). A essa forma de reparação/execução a doutrina
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
atribuiu o nome de fluid recovery, haja vista que o benefício às vítimas determináveis
ocorrerá apenas de forma indireta, difusa, fluida.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
composição, estrutura, fórmula ou acondicionamento de
produto, cujo uso ou consumo regular se revele nocivo ou
perigoso à saúde pública e à incolumidade pessoal.
STJ: “O magistrado pode, de ofício, declinar de sua competência para o juízo 124
do domicílio do consumidor, porquanto a Jurisprudência do STJ reconheceu que o
critério determinativo da competência nas ações derivadas de relações de consumo é
de ordem pública, caracterizando-se como regra de competência absoluta” (REsp
1032876/MG, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, QUARTA TURMA, julgado em
18/12/2008, DJe 09/02/2009).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
“No seguro de responsabilidade civil facultativo, não cabe o
ajuizamento de ação pelo terceiro prejudicado direta e
exclusivamente em face da seguradora do apontado causador
do dano”.
O art. 102 prevê uma forma de tutela essencialmente preventiva (de cunho
inibitório), visando compelir o Poder Público competente a proibir, em todo o território
nacional, a produção, divulgação, distribuição ou venda de produto caso o uso ou
consumo regular se revelar nocivo ou perigoso à saúde pública e à incolumidade
pessoal, ou a determinar a alteração na composição, estrutura, fórmula ou
acondicionamento desse tipo de produto.
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença
fará coisa julgada:
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
se de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do
art. 81 [direitos e interesses difusos];
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não
beneficiarão os autores das ações individuais, se não for
requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da
ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
- Sentença de improcedência, por qualquer motivo: coisa
julgada, mas não erga omnes. O impedimento será apenas para
a propositura de nova ação coletiva pelos legitimados coletivos,
sendo possível o manejo de ações individuais propostas por cada
lesado.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
b) Coisa julgada secundum eventum probationis – é aquela que
se produz a depender da cognição exauriente das provas sobre
determinado caso. Aqui, faz fundamental diferença a
improcedência por insuficiência de provas e a improcedência à
vista de provas suficientes. Só haverá coisa julgada em caso de
improcedência se tiverem sido esgotados todos os meios de
prova; a improcedência por insuficiência de provas, por outro
lado, não gerará coisa julgada material.
Não impede a
propositura de
ação individual
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(desde que o
consumidor não
tenha atuado como
litisconsorte ativo
na demanda
julgada
improcedente).
Sentença de Não faz coisa Não faz coisa Faz coisa julgada
improcedência por julgada material julgada material material em
insuficiência de (coisa julgada (coisa julgada relação aos
provas secundum eventum secundum eventum legitimados
probationis). probationis). coletivos e
Não impede a
propositura de
ação individual
(desde que o
consumidor não
tenha atuado como
litisconsorte ativo
na demanda
julgada
improcedente).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
OBSERVAÇÃO: O STJ, interpretando o art. 103, inciso III e seu par. 2o (que tratam da
coisa julgada nas ações coletivas em que se visa a tutelar direitos individuais
homogêneos), chegou às seguintes conclusões.
- não cabe a repropositura de nova ação coletiva mesmo que por outro legitimado
coletivo (não importa se ele participou ou não da primeira ação; não pode nova ação 131
coletiva).
1. Cinge-se a controvérsia a definir se, após o trânsito em julgado de decisão que julga
improcedente ação coletiva para a defesa de direitos individuais homogêneos, é
possível a repetição da demanda coletiva com o mesmo objeto por outro legitimado
em diferente estado da federação.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
3. Nas ações coletivas intentadas para a proteção de interesses ou direitos individuais
homogêneos, a sentença fará coisa julgada erga omnes apenas no caso de procedência
do pedido. No caso de improcedência, os interessados que não tiverem intervindo no
processo como litisconsortes poderão propor ação de indenização a título individual.
Transporte da coisa julgada in utilibus (art. 103, par. 3o) – a coisa julgada
procedente (ou seja, favorável) proferida em ações coletivas pode ser aplicável a quem
não foi parte no processo, desde que esse terceiro invoque o direito, proceda à
liquidação e execução do respectivo crédito.
No CDC, a coisa julgada criminal só serve para o cível quando for in utilibus
(sentença condenatória). Na liquidação, é necessário comprovar o montante do prejuízo
sofrido bem como a condição de vítima.
O art. 104, por sua vez, preceitua que não há litispendência entre ação
individual e ação coletiva. Dessa regra, ressai que a ação individual pode ter curso
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independente da ação coletiva e que só poderá ser suspensa por iniciativa do seu autor,
bem como que, se não houver pedido voluntário de suspensão pelo autor da ação
individual à vista da ação coletiva, aquela não sofre nenhum efeito decorrente do
julgamento desta, ainda que procedente (posição do STJ: CC 47731/DF, DJ 05/06/2006).
Ou seja, para a Corte Cidadã, se não for cumprido o expediente para a ciência,
na ação individual, acerca da propositura da ação coletiva, os autores daquela poderão
se beneficiar dos efeitos positivos desta.
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2.2. LEGISLAÇÃO
TÍTULO I
Dos Direitos do Consumidor
CAPÍTULO VI
Da Proteção Contratual
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua
assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação
de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial,
especialmente por telefone ou a domicílio.
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo
escrito.
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entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento,
acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso do produto em linguagem
didática, com ilustrações.
SEÇÃO II
Das Cláusulas Abusivas
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que:
V - (Vetado);
VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo
consumidor;
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XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem
que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor;
§ 3° (Vetado).
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IV - número e periodicidade das prestações;
§ 3º (Vetado).
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante pagamento
em prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas
de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em
benefício do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução do contrato
e a retomada do produto alienado.
§ 1° (Vetado).
137
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a compensação ou a
restituição das parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá descontada, além da
vantagem econômica auferida com a fruição, os prejuízos que o desistente ou
inadimplente causar ao grupo.
§ 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo serão expressos em moeda corrente
nacional.
SEÇÃO III
Dos Contratos de Adesão
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela
autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de
produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar
substancialmente seu conteúdo.
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§ 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a alternativa,
cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior.
§ 5° (Vetado)
138
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2.3. JURISPRUDÊNCIA
NOVIDADE 2018 (Informativo 892 STF): No julgamento da ADPF 165, o Plenário do STF
admitiu a possibilidade de celebração de associações privadas celebrarem acordos em
ações coletivas, a despeito da redação literal do art. 5o, par. 6o, da LACP.
A Suprema Corte entendeu que a ausência de previsão legal não configura impedimento
para tanto. O fato de o par. 6o do art. 5o da LACP mencionar apenas “órgãos públicos
legitimados” dá-se porque os entes públicos somente podem fazer o que a lei
determina, ao passo em que aos entes privados é dado fazer tudo o que a lei não proíbe.
Para o Ministro Relator, outrossim, não faria sentido prever um modelo que autoriza a
justiciabilidade privada de direitos e, simultaneamente, deixar de conferir aos entes
privados as mais comezinhas faculdades processuais, tais como a de firmar acordos.
139
A eficácia subjetiva da coisa julgada formada a partir de ação coletiva, de rito ordinário,
ajuizada por associação civil na defesa de interesses dos associados, somente alcança os
filiados, residentes no âmbito da jurisdição do órgão julgador, que o fossem em
momento anterior ou até a data da propositura da demanda, constantes da relação
jurídica juntada à inicial do processo de conhecimento. STF. Plenário. RE 612043/PR, Rel.
Min. Marco Aurélio, julgado em 10/5/2017 (repercussão geral) (Info 864). Sobre o
mesmo tema, veja também: STF. Plenário. RE 573232/SC, rel. orig. Min. Ricardo
Lewandowski, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, julgado em 14/5/2014
(repercussão geral) (Info 746).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1.348.532-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 10/10/2017,
DJe 30/11/2017)
140
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
2.4. QUESTÕES
a) improcedente, pois não há abusividade na cláusula contratual que limita o tempo de 141
internação hospitalar; a reconvenção é procedente, pois o ilícito contratual foi praticado
por Joana, que está obrigada ao pagamento das mensalidades do plano de saúde, com
acréscimo da multa contratual de mora.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
pagamento das mensalidades do plano de saúde, mesmo diante da recusa de cobertura,
mas a multa contratual não pode exceder 2% (dois por cento).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
empreendimento, há, comumente, cláusula de prorrogação excepcional do prazo de
entrega da unidade ou de conclusão da obra, que varia entre 90 (noventa) e 180 (cento
e oitenta) dias: a conhecida cláusula de tolerância. Considerando isso, assinale a
alternativa correta.
b) Não se trata de cláusula abusiva, diante dos costumes do mercado imobiliário, que
pode paralisar a obra se houver alguma necessidade financeira.
d) Trata-se de cláusula abusiva, pois condiciona a entrega do produto sem justa causa
ou limites quantitativos.
a) não têm direito de serem mantidos nesse plano, pois as condições dos planos
coletivos impedem novos integrantes sem vínculo com a empresa.
b) não têm direito de serem mantidos nesse plano, por não pertencerem mais aos
quadros da empresa.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
d) não têm direito de serem mantidos nesse plano, desde que tenham sido asseguradas
a eles as mesmas condições de cobertura assistencial proporcionadas aos empregados
ativos.
e) têm direito a serem mantidos no plano anterior, com as mesmas condições, por
abusividade da nova contratação.
b) Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o
juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que
assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.
Com referência a essa situação hipotética, assinale a opção correta de acordo com o
tratamento dispensado pelo CDC à defesa do consumidor em juízo.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
a) O foro competente para a propositura da ação coletiva em questão é o da sede da
empresa requerida.
c) Por se tratar de ação coletiva não proposta pelo MP, a atuação deste no processo é
desnecessária.
e) O juiz deverá extinguir o processo sem análise do mérito, pois o PROCON não possui
legitimidade para o ajuizamento de ação coletiva.
d) Em ação judicial proposta pelo consumidor que tenha por objeto o cumprimento de
obrigação de fazer, é vedado ao magistrado conceder medida diversa da requerida pelo
consumidor, sob pena de se configurar julgamento extra petita.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
e) A desconsideração da personalidade jurídica deve ser requerida em ação judicial
autônoma, sendo vedado ao consumidor requerer a responsabilização do sócio de
forma incidental em ação ajuizada somente contra o fornecedor pessoa jurídica.
8. (TJPR – Juiz Substituto – 2017 - CESPE). Determinada empresa que fabrica cervejas
divulgou propaganda de sua nova bebida, de cor escura, e estampou uma mulher
negra no anúncio, associando seu corpo às características do produto. O MP ajuizou
ACP pleiteando a alteração do anúncio, sob o argumento de que ele era racista e
sexista e que sua propagação violaria os direitos dos consumidores. Nessa ação,
também foi requerido que o magistrado fixasse dano moral coletivo.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
2.5. GABARITO COMENTADO
1. D
Súmula 302 do STJ. É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no
tempo a internação hospitalar do segurado.
No que tange à multa contratual, vale ressaltar que o art. 52, par. 1o, do CDC estabelece
o limite de 2% (dois por cento) sobre o valor da(s) prestação(ões) em atraso. Como visto
nesta Rodada, a despeito de o dispositivo em questão estar inserido topologicamente
no art. 52, que trata dos contratos de outorga de crédito ou concessão de
financiamento, há uma tendência de estendê-lo para as relações consumeristas em
147
geral (julgados do STJ apresentados acima). Esse entendimento é, inclusive, considerado
correto em provas de concursos públicos.
2. C
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
em caso de culpa exclusiva do promitente vendedor/construtor, ou parcialmente, caso
tenha sido o comprador quem deu causa ao desfazimento.
3. C
Informativo 612 STJ (REsp 1.582.318/RJ): Não é abusiva a cláusula de tolerância nos 148
contratos de promessa de compra e venda de imóvel em construção que prevê
prorrogação do prazo inicial para a entrega da obra pelo lapso máximo de 180 (cento
e oitenta) dias – chamada de cláusula de tolerância.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
para fins de mora contratual, nenhuma desvantagem exagerada em desfavor do
consumidor, o que comprometeria o princípio da equivalência das prestações
estabelecidas. Tal disposição contratual concorre para a diminuição do preço final da
unidade habitacional a ser suportada pelo adquirente, pois ameniza o risco da
atividade advindo da dificuldade de se fixar data certa para o término de obra de
grande magnitude sujeita a diversos obstáculos e situações imprevisíveis.
4. D
Nesse sentido, aliás, a Quarta Turma do STJ (REsp 531.370-SP, DJe 6/9/2012) decidiu
que, embora seja garantida aos empregados demitidos sem justa causa e aos
aposentados "a manutenção no plano de saúde coletivo nas mesmas condições de
assistência médica e de valores de contribuição, desde que assuma o pagamento
integral desta", os valores de contribuição poderão "variar conforme as alterações
promovidas no plano paradigma, sempre em paridade com os que a ex-empregadora
tiver que custear". De fato, pela exceção da ruína - instituto que, conforme definição
doutrinária, representa a circunstância liberatória decorrente da "situação de ruína em
que o devedor poderia incorrer, caso a execução do contrato, atingida por alterações
fáticas, não fosse sustida" -, o vínculo contratual original pode sofrer ação liberatória e
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
adaptadora às novas circunstâncias da realidade, com a finalidade de manter a relação
jurídica sem a quebra do sistema, sendo imprescindível a cooperação mútua para
modificar o contrato do modo menos danoso às partes. É por isso que, nos contratos
cativos de longa duração, também chamados de relacionais, baseados na confiança, o
rigorismo e a perenidade do vínculo existente entre as partes podem sofrer,
excepcionalmente, algumas flexibilizações, a fim de evitar a ruína do sistema e da
empresa, devendo ser respeitados, em qualquer caso, a boa-fé, que é bilateral, e os
deveres de lealdade, de solidariedade (interna e externa) e de cooperação recíprocos.
Além do mais, ressalte-se que a onerosidade excessiva é vedada tanto para o
consumidor quanto para o fornecedor, nos termos do art. 51, § 2º, da Lei 8.078/1990.
Cumpre destacar, também, que a função social e a solidariedade nos planos de saúde
coletivos assumem grande relevo, tendo em vista o mutualismo existente,
caracterizador de um pacto tácito entre as diversas gerações de empregados passados,
atuais e futuros (solidariedade intergeracional), trazendo o dever de todos para a
viabilização do próprio contrato de assistência médica. Desse modo, na hipótese em
apreço, não há como preservar indefinidamente a sistemática contratual original se 150
verificada a exceção de ruína.
5. D
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
6. B
A hipótese, pois, subsume-se à previsão do art. 81, parágrafo único, III, do CDC.
ALTERNATIVA D – INCORRETA: o erro da assertiva reside na sua parte final “ainda que
tenha integrado a demanda como litisconsorte”. Os efeitos da sentença de
151
improcedência nas ações coletivas que visem a tutelar direitos individuais homogêneos
abrangem os litisconsortes. Segundo o art. 103, par. 2o, apenas aqueles que não tiverem
intervido no processo como litisconsortes é que poderão propor ação de indenização a
título individual.
7. A
ALTERNATIVA A – CORRETA.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
A permissão para ingresso como litisconsorte ativo está prevista no art. 94 do CDC e a
vinculação ao resultado do processo, seja de procedência ou de improcedência, ressai
do art. 103, par. 2o, do CDC.
ALTERNATIVA B – INCORRETA.
Não há qualquer previsão nesse sentido no CDC. Somente é nula de pleno de direito a
cláusula contratual que imponha a arbitragem de forma compulsória.
ALTERNATIVA C – INCORRETA.
O consumidor pode optar pelo foro de seu domicílio (art. 101, I). Trata-se de uma
152
faculdade/opção, e não imposição. Nada obsta, por exemplo, que o consumidor abra
mão dessa prerrogativa e opte por foro de eleição previsto contratualmente, conforme
sua conveniência. O STJ também já entendeu desse modo: “Se a autoria do feito
pertence ao consumidor, contudo, permite-se a escolha do foro de eleição contratual,
considerando que a norma protetiva, erigida em seu benefício, não o obriga quando
puder deduzir sem prejuízo a defesa dos seus interesses fora do seu domicílio” (CC
107.441/SP, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em
22/06/2011, DJe 01/08/2011).
ALTERNATIVA D – INCORRETA.
O magistrado pode conceder, inclusive de ofício, medidas que visem à tutela específica
ou ao resultado prático equivalente. A mais notória delas é a possibilidade de imposição
de multa diária, independentemente de pedido da parte, conforme previsto no art. 84,
par. 4o, do CDC.
ALTERNATIVA E – INCORRETA.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Admite-se, com tranquilidade, a desconsideração da personalidade jurídica nos próprios
autos da ação de execução, sendo permitido ao consumidor requerer a
responsabilização do sócio de forma incidental em ação ajuizada somente contra o
fornecedor pessoa jurídica.
8. A
ALTERNATIVA A – CORRETA.
ALTERNATIVA B – INCORRETA.
Não se sabe (nem há condições de saber) todos que vieram ou virão a ser atingidos por
essa publicidade (indeterminabilidade dos sujeitos).
Dessa forma, tratam-se de direitos difusos em jogo, eis que presentes suas
características principais conforme art. 81, parágrafo único, I, do CDC. Observe-se que,
nesta Rodada, apresentamos como exemplo de direitos difusos exatamente a
publicidade enganosa. O mesmo aplica-se à abusiva.
ALTERNATIVA D – INCORRETA.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
O dano moral coletivo atinge direitos da personalidade do grupo massificado, sendo
desnecessária a demonstração de que a coletividade sinta a dor, a repulsa, a indignação,
tal qual fosse um indivíduo isolado. Essa é a posição do STJ.
154
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.