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Aplicação de medidas de
Gestão da Demanda de Água
(GDA) em entidades públicas

Tibério Gomes Diniz


Luis R. Rosales Montero
1

APLICAÇÃO DE MEDIDAS DE GESTÃO DA DEMANDA


DE ÁGUA (GDA) EM ENTIDADES PÚBLICAS

Tibério Gomes Diniz1


Luis Reyes Rosales Montero2
1Graduando do curso de Engenharia Civil;

tiberio.engcivil@gmail.com
2
Professor da Unidade Acadêmica de Engenharia Elétrica da
UFCG, professorluisreyes@hotmail.com
2

Primera Edicion 2015 Brasil


tiberio.engcivil@hotmail.com
Ficha catalográfica

M778p
R789p
O Uso Racional dos Recursos Hídricos com base na Gestão
de Demanda de Água - GDA/ Tibério Gomes Diniz;
Alfredo Hilário Escobar Rosaval Campina Grande – Pb:
Graficam.2015.

.
3

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pelas bênçãos concedidas, aos


meus pais pelos ensinamentos e a à disciplina de Eletrotécnica
pelo aprendizado nesse período letivo.
4

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO --------------------------------------------------6
2. USO SUSTENTÁVEL DA ÁGUA-------------------------7
3. DEFINIÇÕES PARA GESTÃO DE DEMANDA DE
ÁGUA --------------------------------------------------------------- -9
4. FORMAS DE GERENCIAMENTO DE DEMANDA DE
ÁGUA --------------------------------------------------------------- 12
5. MEDIDAS QUE VISAM O USO RACIONAL DE
ÁGUA --------------------------------------------------------------- 14
6. EXPERIÊNCIAS COM PROGRAMAS DE USO
RACIONAL DE ÁGUA EM ENTIDADES PÚBLICAS-- 17

7. CONCLUSÕES------------------------------------------------- 22

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -------------------- 23


5

Apresentação

Um problema bastante discutido em âmbito global


atualmente é a preocupação com a disponibilidade dos recursos
hídricos em quantidade e qualidade suficientes para o uso
humano. A água é essencial à vida e indispensável a atividades
fundamentais exercidas pelo homem, portanto apresenta um
valor econômico, social e cultural.
Para tanto, é necessário que sejam tomadas medidas para
otimizar o consumo da água. Essas medidas variam de cunho
legal ou até de caráter tecnológico, econômico e educacional,
elas estão no âmbito da Gestão da Demanda de Água (GDA),
que exerce papel fundamental na melhoria das futuras
utilizações da água no nosso planeta.

Palavras-chave: gestão de demanda de água, uso racional da


água
6

1. INTRODUÇÃO

A escassez de água para consumo humano apresenta-se


como um dos principais problemas enfrentados pelo mundo na
atualidade, sendo agravado pela grande demanda e pelas perdas.
De acordo com Silva et al. (2008), no Brasil, são registradas
perdas de água em torno de 20 a 30% da quantidade produzida,
devido principalmente aos vazamentos. Verifica-se que o índice
de patologias dos sistemas prediais de água nas edificações
escolares é decorrente da falta de conscientização dos usuários,
a não responsabilidade pelo custo do consumo, a inexistência ou
ineficiência de um sistema de manutenção, a baixa qualidade
dos materiais e componentes empregados e a falta ou a pequena
quantidade de equipamentos poupadores (GONÇALVES et al.,
2005).
Diversas pesquisas têm se desenvolvido no sentido de
estudar as causas que levam aos elevados índices de consumo e
de perdas na distribuição para propor medidas que levem ao uso
racional da água nos mais diversos ambientes, visando também
propor medidas que auxiliem na Gestão da Demanda de Água
(GDA).
A GDA possui participação fundamental no que diz
respeito a melhorias nas futuras utilizações da água do nosso
planeta. Segundo Tate (2001), o gerenciamento da demanda
7

considera o uso da água como uma demanda que pode ser


alterada pela adoção de medidas, traduzindo-se em ações
socialmente benéficas e consistentes em relação à proteção e a
melhoria da qualidade da água, reduzindo o seu consumo. Tais
medidas variam desde aquelas de cunho legal até as de caráter
econômico, tecnológico ou educacional, com a sua seleção
dependendo das características geográficas, climáticas,
econômicas e culturais de cada local ou região (FAO, 2001).
Torna-se cada dia mais necessário realizar estudos visando
encontrar soluções para diminuir os desperdícios da água e,
consequentemente, a sua demanda, utilizando a gestão da
demanda de água como suporte.

2. USO SUSTENTÁVEL DA ÁGUA

Atualmente a preocupação com a disponibilidade dos


recursos naturais em todo mundo tem crescido
consideravelmente, em especial quando se trata da garantia
desses recursos para as futuras gerações (PROSAB, 2009).
Quando esses recursos são corrompidos pela ação antrópica,
suas fontes de renovação e disponibilidade são limitadas, ou
seja, um dia podem deixar de existir, em quantidade e qualidade
suficientes, e comprometer a vida daqueles que ainda estão por
vir.
Dentre esses recursos está a água, bem precioso e
imprescindível à vida. Sua escassez vem sendo um problema
8

bastante notório nos dias de hoje, impulsionada pela grande


demanda da população, principalmente devido à expansão
demográfica, ainda presente em nossos dias, e às mudanças
climáticas que intensificam a procura por este bem.
Um estudo sobre a avaliação dos recursos hídricos
disponíveis no mundo concluiu que mais da metade da água
renovável e acessível no mundo já foi alocada para uso humano
(GLEICK E PALANIAPPAN, 2010). Com isso, o sistema de
água se torna vulnerável a um desequilíbrio entre oferta e
demanda causado por mudanças nas condições climáticas e
aumento da população. Em períodos de longas estiagens a
demanda de água permanece constante enquanto a oferta
diminui o que causa um grande desequilíbrio (muitos usuários
brigando por pouco recurso). Isso é bem frequente em locais de
clima árido e semiárido, onde a chuva é escassa e os índices de
evaporação são elevados, diminuindo consequentemente a
disponibilidade hídrica.
Foi colocado na pauta da discussão mundial, o uso
sustentável da água, que é tido como um problema atual e que
pode se agravar nos próximos anos. No Brasil, é estabelecido o
seguinte objetivo na Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei
nº9. 433/97): “assegurar à atual e às futuras gerações a
necessária disponibilidade da água, em padrões de qualidade
adequados aos respectivos usos.” A determinação do objetivo
legal já é um importante passo na busca pelo uso sustentável,
9

mas é necessário que cada um faça sua parte para que este bem
seja garantido para nossa geração e para as gerações seguintes.
Para amenizar essa situação é necessário que seja feita uma
estimativa de demanda de água, ou seja, um planejamento para
reduzir o consumo através de informações acerca do possível
futuro (ODAN, 2010). O principal objetivo dessas informações
é sensibilizar as pessoas quanto ao problema que a cada dia que
passa agrava-se, através de números que quantificam o consumo
de água e mostram o quanto este vem aumentando nos últimos
tempos.

3. DEFINIÇÕES PARA GESTÃO DE DEMANDA DE


ÁGUA (GDA)

A gestão da demanda é entendida como toda e qualquer


medida voltada para reduzir o consumo de água final dos
usuários, sem prejuízo dos atributos de higiene e conforto dos
sistemas de abastecimentos originais. Essa redução pode ser
obtida através de mudanças de hábitos no uso da água ou
mediante a adoção de aparelhos ou equipamentos poupadores
(PNCDA, 2004).
Silva et al. (1999) afirmam que gerenciamento da
demanda representa uma nova abordagem à tradicional prática
da expansão contínua da oferta que busca o atendimento às
demandas apenas através da construção de obras, práticas que
em muitas regiões têm se mostrado não sustentáveis.
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Logo, o gerenciamento da demanda de água pode ser


uma alternativa viável para aprimorar o sistema de
abastecimento de água para atender as necessidades futuras,
sendo uma alternativa emergente em que vários estudos
demonstram sua eficácia, seja por meios tecnológicos,
campanhas educativas e atribuição de preço a água
(FRIEDMAN et al., 2011).
Segundo Brooks (2005) o gerenciamento da demanda de
água pode ser definido como qualquer método técnico,
econômico, administrativo, financeiro ou social que confira os
seguintes itens:
 reduzir a quantidade ou a qualidade de água necessária
para realizar uma tarefa específica;
 hierarquizar o uso da água, utilizando águas mais nobres
para atividades que exijam tal qualidade;
 Reduzir a perda de quantidade e qualidade da água na
fonte, no consumo e no descarte;
 Distribuir melhor o consumo para evitar picos de
demanda.
Neste sentido, a gestão da demanda de água (GDA) é
utilizada como uma ferramenta fundamental para o
gerenciamento dos recursos hídricos. A GDA tem como
objetivo reduzir futuros consumos e melhorar o nível de
atendimento atual, através do uso mais eficiente dos recursos
hídricos.
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As estratégias de gestão da demanda abrangem as


seguintes medidas (SAVENIJE; VAN DER ZAGG, 2002):
 medidas estruturais, onde a redução de consumo de água
é proporcionada pela adoção de alternativas
tecnológicas, podendo citar o controle de vazamentos,
adoção de aparelhos poupadores de água, medição
individualizada em edifícios, etc.;
 medidas não-estruturais, embasadas em incentivos
econômicos e legais à mudança de comportamento dos
usuários, entre estes pode-se destacar a outorga pelo
direito de uso da água, legislação que induza o uso
racional, cobrança pelo uso da água bruta, programas de
educação ambiental, entre outros (GUEDES, 2009).
Albuquerque (2004) pormenoriza as várias alternativas para
implantação da gestão da demanda de água, sendo elas:
 Ações tecnológicas: medição individualizada em
edifícios, instalações prediais que reduzam o consumo
(aparelhos poupadores), sistemas individuais ou
comunitários de captação de água de chuva, reuso de
água, micro e macro medição na rede, sistemas
automatizados de monitoramento e controle da rede de
distribuição, entre outros;

 Ações educacionais: incorporação da questão da água


aos currículos escolares, programas e campanhas de
educação ambiental, adequação dos currículos dos
cursos técnicos e universitários, entre outros;
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 Ações econômicas: estímulos fiscais para redução de


consumo e adoção de novos instrumentos tecnológicos,
tarifação que estimule o uso eficiente da água sem
penalizar os usuários mais frágeis economicamente,
cobrança pelo uso da água bruta, entre outros; e
 Ações regulatórias/institucionais: legislação que induza
o uso racional da água, regulamentação de uso da água
para usos externos, outorga pelo uso da água, criação de
comitês de bacias etc.

4. FORMAS DE GERENCIAMENTO DA DEMANDA DE


ÁGUA

Segundo Pedrosa (1999), as opções de gerenciamento da


demanda possuem o objetivo de reduzir futuros consumos e
melhorar o nível de entendimento atual, usando com eficiência
os recursos hídricos, bem como adiar a necessidade de novas
obras hídricas. A seguir são citadas algumas ferramentas
disponíveis para GDA:
 Campanhas públicas para educação dos consumidores,
modificando seus hábitos, de forma a reduzir o consumo;
 Promover ou obrigar o uso de aparelhos domésticos mais
eficientes no uso da água, como troca dos vasos
sanitários convencionais que utilizam 20 litros por
descarga, pelos mais eficientes de 13 até 6 litros por
descarga;
13

 Promover ou obrigar o uso de aparelhos mais eficientes


para rega de jardins, lavagem de ruas, e demais serviços
urbanos que utilizem água;
 Adoção de instrumentos econômicos, utilizando
alterações no preço para desencorajar o uso ineficiente
do recurso;
A gestão da demanda de água através do uso de
instrumentos econômicos é divida em três aspectos. O primeiro
trata o gerenciamento da água como um bem não econômico,
pois seu consumo não possui ligação com o gosto, moda ou
desejo, mas sim com a verdadeira necessidade de utilizá-la para
garantir a sobrevivência.
O segundo trata que seu consumo não seria ligado a preço,
visto que a água trata-se de uma necessidade, logo não teria
comportamento econômico normal, como também, o fato das
contas de água das residências serem parcelas insignificantes
dos rendimentos dos usuários. Entretanto o fato do aumento de
preço da água faz com que o consumidor a utilize menos.
O terceiro apresenta que as medidas de conservação
diminuiriam a receita dos sistemas de distribuição, o que
fortalece a tese de que a demanda pela água, que pode ser
entendida como uma ferramenta da análise financeira, é que
informa como varia a receita das atividades econômicas quando
ocorre variação no preço da mercadoria, no caso a água.
14

5. MEDIDAS QUE VISAM O USO RACIONAL DA ÁGUA

Equipamentos poupadores

Quando estamos tratando de gestão do consumo de água


em determinada localidade, devemos sempre conhecer o
consumo específico de cada ponto de utilização. É possível
identificar que, em geral, os banheiros são os principais
responsáveis pelos altos consumos, que são originados pelos
desperdícios de água observados em torneiras, chuveiros,
mictórios e bacias sanitárias, devido, principalmente, à vazão
excessiva, tempo de uso prolongado, entre outros. (GOMES,
2013)
Após essa conclusão são necessárias algumas medidas de
GDA para a diminuição do consumo da água nos banheiros.
Uma ação tecnológica de GDA para esse caso seria a troca dos
aparelhos hidrossanitários convencionais por aparelhos que
funcionem com vazão reduzida, diminuindo consequentemente
o consumo de água.
Alguns exemplos de aparelhos poupadores de água são:
bacia sanitária VDR (Volume de Descarga Reduzido) com caixa
acoplada, que trabalha com volume reduzido de água por
descarga; chuveiros com vazão reduzida, que podem ser com
acionamento hidromecânico, com acionamento de pedal, entre
outros; torneiras de baixo consumo, que podem ter seu tempo de
fluxo determinado, arejadores, pulverizadores, entre outras; e os
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mictórios, que podem ser com acionamento por sensor de


presença, com válvula de descarga temporizada ou até sem o uso
de água.
Segundo Albuquerque (2006), algumas experiências de
troca dos aparelhos convencionais por poupadores foram feitas
em todo mundo. Na Cidade do México, no México, 350.000
bacias sanitárias foram substituídas gratuitamente para
população em 1998; em Waterloo, no Canadá, foi implantado
em 1994 um programa de troca de bacias sanitárias por modelos
economizadores que consomem 6L/descarga e a economia foi
de 100L/dia a cada três sanitários trocados; em Joinville, Santa
Catarina - Brasil, a prefeitura instituiu uma lei que controla o
consumo de água através de equipamentos poupadores em
novos prédios públicos ou privados não residenciais, essa
iniciativa foi seguida por outras cidades brasileiras como
Aracaju (SE), Campo Grande (MS), entre outras.

Aproveitamento da água da chuva

A captação da água da chuva se apresenta como uma boa


alternativa, pois além da água captada poder ser utilizada para
outros fins, essa medida auxilia no combate às enchentes já que
o destino final são os reservatórios de captação e não mais as
redes de esgoto. Além dessas melhorias, a utilização da água da
chuva pode produzir resultados imediatos e os custos são
acessíveis.
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Após a captação pelo telhado através de tubos, a água é


direcionada para os reservatórios de armazenamento onde é feito
o descarte das primeiras águas e, após 45 segundos de
escoamento (equivalente a 0,5 mm de chuva após a eliminação),
pode-se verificar uma boa melhoria na qualidade da água que já
pode ser utilizada para os devidos fins (XAVIER, 2010).
Segundo Albuquerque (2006), algumas experiências de
captação e utilização de água da chuva foram feitas em todo
mundo: Em 1999 foi feita em um bairro de Berlim (Alemanha),
a captação de água da chuva em telhados e nas ruas para que a
água fosse utilizada principalmente em descargas de bacias e em
regas de jardim, a água de chuva era filtrada e desinfectada com
raios ultravioleta e usada em média 35L/pessoa/dia; em
Campina Grande-PB (Brasil), a fábrica de fechaduras Silvana
utiliza a água da chuva em toda a produção da fábrica e nos
outros compartimentos; na Universidade Federal de Campina
Grande (UFCG), os laboratórios de Hidráulica I e II captam
água da chuva para utilizá-la na realização dos experimentos.
Reuso da água

A reutilização da água é uma alternativa que vem se


consolidando nos últimos anos devido à preocupação com a
gestão e conservação dos recursos hídricos (NASCIMENTO,
2009). O reaproveitamento da água pode ser uma alternativa
para as demandas que não exijam água potável, como por
exemplo, as descargas sanitárias. A partir daí, podemos concluir
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que a água depois de utilizada pode ser reaproveitada em um


novo uso através de mecanismos e, em alguns casos, de um
tratamento adequado, colaborando assim para a racionalização
no consumo da água.
Segundo Gomes (2013), o reuso da água é uma prática
frequente em muitos países. Um exemplo é Israel, que em 2000
já reaproveitava 65% de seus efluentes, tendo a meta de atingir
em dez anos 90% de reuso. Na UFCG, o Laboratório de
Saneamento conta com uma caixa d’água com capacidade para
7.500 L para armazenar a água utilizada nos experimentos , a
mesma é reutilizada para rega das plantas que cercam o
laboratório.

6. EXPERIÊNCIAS COM PROGRAMAS DE USO


RACIONAL DA ÁGUA EM ENTIDADES PÚBLICAS

Devido à preocupação com a disponibilidade de recursos


hídricos algumas entidades públicas, em especial universidades,
resolveram lançar programas de uso racional da água para tentar
diminuir o consumo. Muitas obtiveram êxito, algumas delas
estão relacionadas a seguir.

Universidade de Wisconsin

No Campus Universitário de Wisconsin, na cidade de


Madison (Estados Unidos), foi feito o monitoramento do
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consumo de água de quatro mictórios de um banheiro com a


descarga aberta 24 horas através de um hidrômetro localizado na
entrada do banheiro. Logo depois, os aparelhos convencionais
foram substituídos por mictórios de acionamento eletrônico.
Após o monitoramento pelo hidrômetro de ambos os casos,
pode-se observar que ao substituir o aparelho convencional pelo
poupador obteve-se uma economia de 380L/dia, o equivalente a
uma redução de 50% do consumo.
O projeto envolveu não só a substituição dos mictórios,
mas também campanhas educativas através de cartazes
informando o novo funcionamento dos mictórios e a
consequente economia gerada (UNIVERSITY OF
WISCONSIN, 2013).

Universidade de Brasília (UnB)

A UnB (Universidade de Brasília) introduziu um


programa de redução do consumo hídrico visto que, feita uma
análise das faturas de água, a instituição estava consumindo
mensalmente 45.000 m3 de água, gerando um custo de R$ 2,9
milhões em seis meses. O projeto foi intitulado Programa de
Consumo Inteligente.
Inicialmente foi criada uma comissão para elaborar uma
avaliação técnica constituída de três etapas: determinação das
necessidades e possibilidades de redução do consumo,
levantamento do custo da instalação de novos hidrômetros e da
19

troca de aparelhos convencionais por poupadores e campanhas


educativas para racionalização do consumo. Foi feita a análise
também dos pontos de maior consumo na universidade. Feito
isso, em parceria com a Companhia de Saneamento Ambiental
do Distrito Federal (CAESB), a UnB desativou o hidrômetro
central e instalou um hidrômetro em cada edificação para,
posteriormente, fazer a medição setorizada. (UNIVERSIDADE
DE BRASÍLIA, 2006).

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Através de um projeto denominado PRÓ-ÁGUA,


desenvolvido em 19 edificações da UNICAMP, pôde-se detectar
os pontos de consumo de água e implantar um sistema de micro
medição, além de detectar e consertar os vazamentos existentes
e substituir os aparelhos convencionais por poupadores de água.
Feito isso, constatou-se que houve uma redução significativa de
20% no consumo mensal, mesmo com o aumento do número de
pessoas frequentando a instituição. Para dar continuidade ao
trabalho e impedir que o consumo suba novamente, é necessário
que se faça uma revisão periódica dos equipamentos hidráulicos,
para que qualquer problema seja sanado rapidamente sem que
haja tanto desperdício de água (OLIVEIRA, 2009).

Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC)


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O Hospital Universitário da cidade de Campina Grande-


PB fez uma grande reforma em suas instalações a fim de
substituir seu sistema hidrossanitário convencional por
equipamentos poupadores de água. Por meio de uma avaliação
econômica, pode-se constatar que o investimento nessa troca
teria um tempo de retorno de 12 meses, além disso o HUAC
obteve uma redução significativa de 25% no seu consumo de
água anual (GUEDES, 2009).

Universidade Federal da Bahia

Com o objetivo de possuir uma política de melhorias físicas


e ambientais, a Universidade Federal da Bahia (UFBA) criou o
seu Programa de Uso Racional da Água visando reduzir o
consumo de água a partir das perdas e implementar o uso
racional em toda a Instituição. As principais medidas de gestão
deste programa são: substituição de hidrômetros convencionais
e implantação de um sistema de telemedição computadorizada,
detecção de vazamentos na rede de distribuição e reservatórios,
identificação e correção das falhas nos pontos de consumo,
reciclagem da água de processos, estudo do perfil de uso da
água, além de campanhas educativas junto à comunidade
(MENDES, 2006).
Para a realização do programa foi firmada a parceria com a
Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. (EMBASA) que
se responsabilizou pela instalação e manutenção dos
hidrômetros, a Secretaria de Infra-Estrutura do Governo do
21

Estado da Bahia responsável pelo fornecimento dos hidrômetros


com telemetria e software para o sistema remoto de medição e a
Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão (FAPEX) que se
comprometeu com o gerenciamento dos recursos financeiros do
programa (UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA et al.,
2001).

Universidade de São Paulo (USP)

Em 1995, a partir do acordo entre a Escola Politécnica da


USP (Universidade de São Paulo), a Companhia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e o Instituto de
Pesquisas Tecnológicas (IPT), o Programa de Uso Racional da
Água (PURA) foi criado. Teve como ponto de partida para sua
implementação a fase de planejamento, que abrange a
motivação, os objetivos do programa, diagnóstico da situação e
a estruturação do mesmo.
Ao analisar o consumo de água da Universidade, onde foram
gastos mensalmente R$ 1,46 milhão referente a 150 mil m³ de
água, no ano de 1997, é que surge a principal motivação. Para a
Sabesp, a redução do consumo de uma de suas maiores
consumidoras implica na oferta de água para outros usuários.
Como objetivos principais têm-se a necessidade de reduzir o
elevado consumo, implantar um sistema estruturado e
permanente de GDA e ampliar a pesquisa para outros locais. No
diagnóstico da situação fez-se necessário o levantamento de área
construída, população, equipamentos existentes e atividades
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desenvolvidas buscando caracterizar cada setor a partir de suas


peculiaridades.
A implantação do programa é dividida em cinco etapas:
diagnóstico geral; redução de perdas físicas; redução de
consumo nos pontos de utilização; caracterização dos hábitos e
racionalização das atividades que consomem água; e divulgação
de resultados, seguida de campanhas de conscientização e
treinamentos para a equipe responsável pela manutenção.
Com todas as medidas em prática, a USP obteve uma
redução de 43% no consumo de água no período de 1998 a
2006, referente a 4,3 milhões de metros cúbicos poupados. Em
nove anos o beneficio econômico foi de R$ 114 milhões, o que
mostra o a importância da implantação deste programa em
entidades públicas (GONÇALVES, 2007).

7. CONCLUSÃO

A escassez de água vem se tornando crescente a cada dia


e a preocupação com a disponibilidade dos recursos hídricos em
quantidade e qualidade suficientes para uso humano tem
aumentado consideravelmente. A crise da água tem decorrido da
intensa urbanização, do estresse hídrico, da infraestrutura
precária das instalações hidráulicas e da falta de governabilidade
dos recursos hídricos.
No Brasil, grandes sistemas de abastecimento têm entrado
em exaustão, como é o caso do Sistema Cantareira, que abastece
23

8,8 milhões de pessoas na Região Metropolitana de São Paulo e


do Açude Epitácio Pessoa (Boqueirão) que abastece entre outros
municípios, Campina Grande-PB. A falta de gestão dos recursos
hídricos é apontada como a principal responsável pelo colapso
nesses reservatórios.
Nesse sentido, é necessário que sejam tomadas medidas para
otimizar o consumo da água. Essas medidas variam de cunho
legal ou até de caráter tecnológico, econômico e educacional,
elas estão no âmbito da Gestão da Demanda de Água (GDA),
que exerce papel fundamental na melhoria das futuras
utilizações da água.
É importante que sejam feitos estudos acerca do uso da água
para identificar perdas através do monitoramento do consumo,
visando encontrar soluções para os problemas enfrentados com a
escassez de água, tendo como suporte principal a Gestão de
Demanda de Água.

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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