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Quando vimos na aula passada que o homem é: substância vivente sensível racional, respondi à

questão quid sit esta coisa, que é o homem. Foi uma resposta. E como alcancei esta resposta? Por
abstração. Vimos que para responder à pergunta “quid sit esta coisa” era preciso afastar as
aparências sensíveis, os acidentes, as propriedades, e ficar com o essencial, com a quididade, que se
diz quididade exatamente porque responde a pergunta quid sit. Pois bem, isto de afastar as
aparências sensíveis, os acidentes, etc., e ficar apenas com o essencial, é uma abstração. Abstrair
quer dizer separar (como voltaremos a ver, repito). Separamos, então, no caso, o que é essencial de
tudo o mais, das aparências que se nos dão sensivelmente, dos acidentes, etc.

Pois bem. Isto mesmo que encontramos como resposta à questão “quid sit o homem”, ou seja,
repita-se, substância vivente sensível racional, é o que se chama definição. A resposta à questão
quid sit, que é quididade ou essência, se expressa pela definição, é significada, e para chegar à
definição procedemos por divisão.

Ora, se a lógica é a arte de conduzir a razão a seus fins, com ordem, com facilidade e sem erro, e a
divisão é um meio de alcançar a definição, que é aquilo que expressa a essência ou a quididade da
coisa, então é a lógica a arte que nos tem de ensinar a bem dividir para alcançar com facilidade,
com ordem, sem erro a definição.

Começamos pelo mesmo gênero supremo (alguns o chamam generalíssimo), e dividimos, na aula
passada, substância em vivente e não vivente. Por que o fizemos? Porque a boa divisão de um
gênero é aquela que o divide segundo o que é próprio dele mesmo, deste gênero. Repita-se, a boa
divisão de um gênero é aquela que o divide segundo aquilo que é próprio a este mesmo gênero.

O que é a substância? A substância é o suporte, o sustentáculo, o sujeito dos acidentes.

Se assim é aquilo que divide o gênero substância, tem de dividi-lo naquilo que lhe é próprio, ou
seja, com referência ao fato de que a substância é suporte de acidentes. E assim é na divisão vivente
e não viventes.

Não é difícil ver que os viventes são mais perfeitamente suportes de acidentes, são senhores de seus
acidentes, do que os não viventes. Os não viventes são suportes ao modo passivo, são passivos
nisso, não são senhores, não são donos, não têm senhoria de seus mesmos acidentes.

A divisão do gênero substância em viventes e não viventes se faz segundo aquilo que é próprio da
substância, e, os viventes são mais propriamente substância (mais propriamente suporte de
acidentes) do que o são os não viventes.

Lição importantíssima: quando dividimos um gênero, em gêneros subalternos ou espécies sempre


esta divisão se faz segundo perfeição e defeito.

Entendamo-lo perfeição pelo já dito, os viventes são mais perfeitamente substância porque mais
posse têm de seus mesmos acidentes que os não viventes, isso é uma perfeição; e os não viventes
têm defeito, entenda-se defeito (do latim defectus: defeito é carência).

Vivente é aquele que é dono, não só de seus acidentes com mais propriedade que os não viventes,
senão que é dono de seus atos. E dividimos o gênero vivente segundo perfeição e defeito, segundo
perfeição encontramos os sensíveis, os animais, e segundo defeito encontramos os vegetais. Por
quê? Porque obviamente os animais têm mais senhoria de seus atos do que o tem os vegetais.

DIVISÃO (< lat. divisio, divisionis): o modo de alcançar a definição.


ARS DEFFINITIVA: arte de definir, arte da definição. Cf. Thomas De Vio Cardinalis Caietanus,
Commentaria in Praedicamenta Aristotelis: * “A arte de definir não foi transmitida pelos antigos,
ou ao menos não nos chegou a nós. Pertenceria a esta arte determinar o que é a definição, de que
partes consta e como são, quais são suas propriedades, suas partes subjetivas [espécies], tal como
o faz com a demonstração o livro dos [Analíticos] Posteriores [de Aristóteles]”.

Pois bem, o que é a definição? Já vimos que a divisão existe para ser um meio de alcançar a
definição que é a maneira de expressar a essência ou quididade que responde a pergunta “quid sit
esta coisa?”. Já vimos que para alcançar a essência global de dada coisa, o homem, por exemplo,
dissemos: substância vivente sensível (ou animal) racional. E o que é cada uma destas palavrinhas?
É o signo de um aspecto quiditativo (ou essencial). Logo, a quididade ou essência global cabal de
dada coisa é o conjunto de seus aspectos essenciais. Ora, se se trata de um conjunto de aspectos, e
se não se dá a quididade global, senão mediante a reunião desses aspectos essenciais, e como
devemos expressá-lo mediante palavras, necessitamos então da definição. O que é a definição?
Justamente, a definição é uma oração que significa aquilo que a coisa é.

DEFINIÇÃO (< lat. definitio, definitionis): “Definição é uma oração que significa ‘aquilo que [a
coisa] é’” (“Definitio est oratio significans ‘quod quid est’”, Tomás de Aquino, In II Post. Analyt.
[Comentário aos Analíticos Posteriores de Aristóteles], lectio [lição] 2, n. 49).

ORAÇÃO (< lat. oratio, orationis): aqui, qualquer reunião de duas ou mais palavras. É o caso das
definições, como a de homem: SUBSTÂNCIA VIVENTE ANIMAL RACIONAL. Note-se que da
definição não faz parte o verbo ser. – A oração perfeita, porém, é a que contém verbo.

A oração de que se trata aqui -- ou seja, a que significa aquilo que a coisa é – é uma oração sem
verbo.

Tecnicamente, homem: substância vivente sensível racional. Esta é a definição. Pode também,
antecipe-se certa coisa, dar a definição resumidamente dizendo apenas que o homem é o animal
racional. Pois bem, o que é isso? É a definição pelo gênero próximo (animal), e pela diferença
específica.

Nem todas as coisas têm definição no sentido que se trata aqui; para que haja definição é preciso
que ela seja significada (significans) por uma oração, e uma oração é a reunião de duas ou mais
palavras. Como, ao dizer o que é a substância, não dividimos a substância, não damos vários
aspectos quididativos ou essenciais, senão que dissemos tão somente suporte de acidentes. Suporte
de acidentes é uma explicação nominal, é uma descrição nominal de substância, isso quer dizer que
substância não tem definição.

Outras coisas tão pouco terão definição propriamente dita, terão conceito, mas não definição. É o
caso dos análogos supremos ou transcendentais: coisa, algo, bom, verdadeiro, belo, uno.

Pois bem. Substância não tem definição. Para que haja definição é preciso que ela se expresse por
uma oração. Definição é uma oração, ou seja, uma reunião de duas ou mais palavras, que significa
aquilo que a coisa é. Se, para substância, não temos ainda nenhuma divisão, senão que ela é o
gênero supremo, em si mesma ela não tem definição, tem uma descrição nominal (suporte,
sustentáculo, sujeito de acidentes). Mas mais especialmente, a definição é aquela global, que
responde global e cabalmente a pergunta “quid est?” No caso do homem, já o encontramos.
Começamos do gênero supremo e fomos parar lá embaixo. Quando dizemos “racional” é a
diferença específica.
Encontrada a definição já se responde ao que é a coisa. É aquilo que expressa o que é a coisa.
Vários lógicos tentaram organizar o processo de divisão, que leva à definição, de maneira gráfica,
muitos deles fundados em Porfírio, é a chamada “Árvore de Porfírio”. Quem foi Porfírio? Porfírio
foi um filósofo pagão, anticristão radical, que hesitou entre o aristotelismo e o platonismo, tentou
conciliá-los; muitas de suas obras se perderam, só se tem notícia delas por referências; foi discípulo
de Plotino, e, apesar de tudo, deixou-nos uma obra imorredoura, chama-se “A Isagoge”.

Veja-se que não se pode ter a árvore de Porfírio por perfeita.

A ÁRVORE DE PORFÍRIO

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