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CAPÍTULO 3 - p. 83-110.
“Ou seja, repete-se o imaginário do ponto zero que teria o poder de estabelecer o
que é melhor para todo planeta.”
desenvolvidos/subdesenvolvidos
modernos/tradicionais
Para Escobar (1999, p. 42), há uma imaginação geopolítica que domina o significado
do “desenvolvimento”. Essa imaginação está ligada à produção de diferenças,
subjetividades e ordens sociais, uma relação entre história, geografia e modernidade
que perdura até hoje em relação ao “Terceiro Mundo” e que resiste a desintegrar-se
apesar das importantes mudanças proporcionadas pelas geografias pós-modernas.
2 O Multiculturalismo Oficial
Dessa forma a cultura tornou-se “um conceito estratégico central para a definição
de identidades e de alteridades no mundo contemporâneo, um recurso para a
afirmação da diferença e da exigência do seu reconhecimento e um campo de lutas
e de contradições” (SANTOS; NUNES, 2003, p. 28).
Para Hall (2003, p. 52), o multiculturalismo “não é uma única doutrina, não
caracteriza uma estratégia política e não representa um estado de coisas já
alcançado.” O multiculturalismo “descreve uma série de processos e estratégias
políticas sempre inacabados. Assim como há distintas sociedades multiculturais,
assim também há ‘multiculturalismos’ bastante diversos.”
Desse modo, existe pouca diferença entre cristianismo e direitos humanos, pois os
dois fazem parte do mesmo pacote cultural do Ocidente, agressivo e redentor ao
mesmo tempo.
Neste projeto, distinto do liberalismo clássico que procurou liberar o indivíduo dos
laços comunitários, a comunidade estaria encarregada de assumir as tarefas que o
estado neoliberal deixa de cumprir, sob a vigilância, por exemplo, das ONGs.
Podemos acrescentar que, neste contexto, os conceitos de “capital social”,
“empreendimento”, “autogestão” e “participação” têm um papel central (ASSIES,
2009, p. 96).