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PRAGAS AGROINDUSTRIAIS
PROMOÇÃO:
INSTITUTO BIOLÓGICO
RIBEIRÃO P RETO - SP
20 - 21 DE SETEMBRO DE 2005
i
REUNIÃO ITINERANTE DE FITOSSANIDADE DO INSTITUTO
BIOLÓGICO, 12. Ribeirão Preto, SP, 2005. Anais da XII Reunião Itinerante
de Fitossanidade do Instituto Biológico – Pragas Agroindustriais. Coordenada
por Ana Eugênia de C. de Campos-Farinha, Leila A. G. Barci, Marcos R.
Potenza, Amaury da S. dos Santos, José Roberto Scarpellini e Ana Maria de
Faria.
Ribeirão Preto, SP.
Instituto Biológico, 2005.
93p.
ii
XII REUNIÃO ITINERANTE DE FITOSSANIDADE DO INSTITUTO BIOLÓGICO
PRAGAS AGROINDUTRIAIS
Instituto Biológico
iii
Comissão Organizadora
Coordenadores
iv
AGRADECIMENTOS
A Comissão Organizadora externa seus agradecimentos a todos
aqueles que contribuíram para o êxito desta reunião. Aos palestrantes pelo
pronto atendimento aos nossos convites e a todos os participantes,
agricultores, técnicos de empresas e entidades oficiais, sem os quais este
encontro não faria sentido. Finalizando, agradecemos o apoio a todos os
colaboradores e patrocinadores do evento, sem o qual esta reunião não se
realizaria.
APOIO INSTITUCIONAL
FUNDAG
PRAGAS ON LINE
AEAARP
PRAVERP
SBVP
IRAC-BR
CREA-SP
APRAG
ADESP
PATROCINADORES
NOVARTIS
VITEX
SINDICATO RURAL DE RIBEIRÃO PRETO
SYNGENTA
GUARANY
SENAR
v
A redação e ortografia dos artigos são de inteira responsabilidade dos
respectivos autores.
vi
SUMÁRIO
1
As Reuniões Itinerantes de Fitossanidade do Instituto Biológico
4
Entre os dias 28 e 29 de maio de 2002 foi realizada a VII RIFIB com sede
na cidade de Indaiatuba e tendo como parceiro na organização o Sindicato Rural
daquela cidade. O evento reuniu 86 pessoas e os temas tratados focalizaram a
sanidade de fruteiras produzidas na região metropolitana de Campinas com
destaque para a mosca do figo e pragas, doenças fúngicas e bacterianas da
videira e do morango entre outros.
6
P RAGAS DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Tercio Barbosa de Campos
Eng° Agr° - Pesquisador Científico, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de
Sanidade Vegetal. Instituto Biológico.
Estima-se que no Brasil 20% da produção anual de grãos que está em torno
de 120 milhões de toneladas, se perde entre a colheita e o armazenamento e que
metade dessas perdas, é devido ao ataque de pragas durante o armazenamento
e com maior índice ao nível de fazenda, onde as instalações são mais rústicas.
7
Se tomarmos por base a estimativa de 10%, no Brasil há anualmente
perdas ao redor de 12 milhões de toneladas de grãos. Daí a importância do
controle de pragas no armazenamento.
8
Reconhecimento dos Prejuízos Causados pelas Pragas
9
b) Pragas secundárias – Aquelas que não conseguindo atacar grãos inteiros,
necessitam de uma abertura deixada pelas pragas primárias ou por avarias
ocasionadas na colheita e manuseio. Ex.: Tribolium castaneum Herbst,
Laemophloeus minutus (Olivier).
10
Principais Pragas que Atacam os Grãos Armazenados
11
mais claras e se estreitam acentuadamente em direção à extremidade. As fêmeas
ovipositam nos grãos ou próximos deles, podendo colocar em média 200 ovos
cada uma. Depois da eclosão, as lagartas penetram nos grãos, onde se
alimentam e completam o seu ciclo. São em geral de cor clara amarelada e
atingem 6mm de comprimento. É uma praga de superfície e como os carunchos,
tem a capacidade de infestação cruzada.
12
e. Plodia interpunctella (Huebner, 1813) – Traça dos cereais e farinhas.
O adulto é uma pequena mariposa com 16 a 18mm de envergadura. As
asas anteriores são de cor acinzentadas no terço basal e marrom avermelhada na
parte posterior. As lagartas são de coloração branca e tecem um casulo de seda
branca para empupar. A fêmea coloca em média 250 ovos sobre os grãos.
2. Café
a. Araecerus fasciculatus (De Geer, 1775) – Caruncho das tulhas
São pequenos besouros de corpo globoso, com aproximadamente 3mm de
comprimento, de coloração castanha variando para cinza escura, com manchas
amareladas no dorso. Esta praga é bastante disseminada em regiões tropicais em
muitos produtos armazenados, sendo seu alimento preferido o café, onde causa
sérios danos principalmente no litoral, onde as condições ecológicas de
13
temperatura e umidade são favoráveis. Além do café, atacam também milho,
cacau, amêndoas, amendoim, feijão, frutas, etc.
3. Feijão
a. Acanthoscelides obtectus (Say, 1831 ) – Caruncho
O adulto que mede de 2 a 4mm de comprimento tem a forma oval, cor
parda escura. As fêmeas são maiores que os machos e colocam os seus ovos em
grupos de até 10 de cor branca, sobre os grãos, podendo colocar em média 60
ovos. As larvas de 3 a 4mm de comprimento são de cor branca.
Medidas de Controle
14
Ø capacitação técnica das pessoas que direta ou indiretamente serão
responsáveis pela execução de todo processo de armazenamento, com
conhecimento abrangente sobre a unidade armazenadora;
Ø limpeza, higiene e preparo da unidade armazenadora, procurando
eliminar possíveis focos de infestação;
Ø secagem, pré-limpeza dos grãos e uso correto da aeração;
Ø conhecimento do potencial de destruição de cada praga e de sua
resistência aos inseticidas químicos;
Ø monitoramento de pragas, etapa de fundamental importância que, tem
como objetivo acompanhar o início e a evolução da infestação de pragas que
ocorrem da massa de grãos.
16
butóxido de piperonila a razão de 1:10. Em relação aos produtos comerciais
aplicados por via liquida, essa recomendação seria a seguinte:
Sumigran CE ( 500g/l) – 10 a 20 m l/ ton. grão
Actellic CE ( 500g/l ) – 10 a 20 ml/ ton. grão
K – Obiol ( 25g/l) - 20 a 40 ml / ton. grão
Ø Os piretróides fenvalerato, permetrina, e cipermetrina, também
apresentam exce lentes perspectivas nessa modalidade de tratamento de grãos
armazenados.
Ø Pulverização (atomização)
Os inseticidas são aplicados puros ou levemente diluídos sobre a superfície
da sacaria, paredes e ou de piso no armazém. Tem sido indicado os defensivos
deltametrina, pirimifós – metil e finitrotion. Para os produtos comerciais temos a
seguinte recomendação:
Ø Nebulização
Através desse tratamento o defensivo pode atingir as partes menos
acessíveis do armazém. A neblina é produzida por aparelhos nebulizadores sendo
o defensivo diluído em óleo mineral ou diesel. As portas e janelas do armazém
17
devem ser mantidas fechadas durante o tratamento, recomendando-se desligar
os circuitos elétricos. São utilizados os defensivos, deltametrina ou pirimifós –
metil.
Tratamento de Paióis
Como se teve oportunidade de assinalar, é bastante viável e recomendável
a fumigação prévia do milho não beneficiado antes do armazenamento no paiol.
Anteriormente ao recolhimento do material é aconselhável a limpeza e
pulverização das paredes, forros e piso do paiol com inseticidas, tais como
deltametrina, pirimifós – metil, fenitrotion.
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18
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19
RESISTÊNCIA A INSETICIDAS EM P RAGAS DE P RODUTOS ARMAZENADOS
Raul Narciso C. Guedes, Camila T. Santos & Alberto S. Corrêa
Setor de Entomologia, Departamento de Biologia Animal, Universidade Federal de
Viçosa, Viçosa, MG. CEP 36571-000
Bases gerais
20
inseticidas; 2) aumento da dose do produto aplicado e; 3) sua eventual
substituição por outro composto. Em termos econômicos, as perdas estimadas
em decorrência da resistência a inseticidas são assustadoras. Pimentel et al.
(1980), por exemplo, estimaram que as perdas advindas do fenômeno, ao nível
de fazenda, remontavam a US$ 118 milhões anualmente nos Estados Unidos.
Contudo, tais perdas transcendem o nível da fazenda e podem comprometer os
investimentos que variam de US$20 a 40 milhões para o isolamento, teste,
desenvolvido e comercialização de novos inseticidas organossintéticos (Knight &
Norton, 1989). Vale ressaltar que as vendas de inseticidas no Brasil movimentam
cerca de US$700.000,00 anualmente (Conceição, 2000), logo as perdas advindas
do fenômeno da resistência são também apreciáveis no nosso país, apesar de
inferiores aos patamares norte -americanos.
21
1999). Mecanismos comportamentais se referem àqueles através dos quais os
insetos são capazes de evitar doses letais do inseticida (Lockwood et al., 1984;
Hoy et al., 1998). Mecanismos fisiológicos incluem a menor penetração do
inseticida através da cutícula dos insetos e a reclusão dele em estruturas
insensíveis ou quimicamente inertes (Brattsten et al., 1986). Mecanismos
bioquímicos são mais freqüentes e de evolução rápida, sendo normalmente mais
relevantes na prática. Os mecanismos bioquímicos são subdivididos em dois
tipos: aumento da destoxificação metabólica e alteração no sítio de ação de
inseticidas (Soderlund & Bloomquist, 1990). As principais enzimas destoxificativas
envolvidas na resistência a inseticidas são: 1) monooxigenases dependentes de
citocromo P450; 2) esterases; 3) glutationa-S-transferases (Soderlund &
Bloomquist, 1990).
23
conduzidas co m Rhyzopertha dominica pelo grupo da UFV e pelo grupo da
EMBRAPA-Trigo, mostraram a existência de populações brasileiras desta espécie
que exibiam resistência a fosforados (Guedes et al., 1996) e piretróides (Lorini &
Galley, 1998 e 1999).
24
Resistência de Rhyzorpertha dominica a fosforados
25
devido a maior atividade destoxificativa de fosfotriesterases, impossibilita seu uso
no manejo da resistência a fosforados em R. dominica. O uso de carbofuram em
produtos armazenados é também inconcebível face a sua elevada toxicidade para
mamíferos, mas carbaril é um inseticida utilizado em outros países para o
controle de insetos de produtos armazenados (White & Leesch, 1996) e que
poderia ser uma ferramenta muito importante no manejo das populações
resistentes estudadas (Guedes e Zhu, 1998).
26
conduzindo à resistência a dois ou mais compostos distintos (Guedes, 1990). No
caso em questão, o uso intenso de DDT em armazéns de sementes de milho,
parece ter selecionado populações de S. zeamais com o sitio alterado de ação a
este inseticida, diminuindo drasticamente a eficiência dele e dos piretró ides, pois
este grupo de inseticida apresenta o mesmo sítio de ação do DDT (i.e., ligam-se
aos canais de Na + da membrana do axônio interferindo com o fechamento deles)
(Eto, 1990). O uso de piretróides, cuja resistência parece ser controlada por um
único a lelo recessivo ligado ao sexo (Guedes et al., 1994).
Considerações Finais
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33
BIOECOLOGIA E CONTROLE DE CUPINS
Marcos Roberto Potenza
Eng. Agrônomo/Pesquisador Científico. Instituto Biológico/APTA
potenza@biologico.sp.gov.br
Introdução
MITOS:
“Eles Não Comem Concreto”
“Pó de Cupim”
34
podem depositar de dezenas a centenas de ovos. Eles não causam dano muito
severo a madeira como os cupins, porém, se o controle não for realizado ao longo
dos anos a peça pode virar pó. Móveis e utensílios de bambu, vime, fibras
naturais e algodão cru podem ser infestados por estas brocas, algumas muito
pequenas, difíceis de se ver a olho nu. O pó de broca é muito confundido com
pequenos grânulos da coloração da madeira, que são as fezes do cupim de
madeira seca, expelidos das galerias realizadas.
VERDADES:
“Eles já estavam aqui muito antes de Colombo chegar”
Aspectos Bioecológicos
Organização Social
37
de fisogástrica. Uma rainha pode viver até vinte anos e alguns pesquisadores
estimam até 50 anos para algumas espécies.
Alimentação:
Importância Ecológica
38
anfíbios, lagartos, aves e mamíferos. Várias tribos indígenas utilizam cupins como
parte de sua alimentação.
39
1) Medidas Preventivas
a) Pré-construção
b) Fundações
41
e) Tratamento químico do solo
f) Tratamentos em madeiras
2) Medidas Curativas
a) Árvores
b) Pós construção
42
A afirmação: “cupim é uma praga de casa velha” entre outras, não é
verdadeira. É comum a constatação de infestação termítica em casa e edifícios
com apenas 1-2 anos, decorrente do abandono de madeiras ou raízes sob a
construção ou de infestações provenientes de “focos” (ninhos) localizados em
árvores.
c) Insuflação
d) Injeção:
e) Pincelamento
43
Após a limpeza da superfície da peça a ser tratada, o pincelamento é
empregado aplicando-se duas a três demãos. É um procedimento demorado e
com algumas limitações.
f) Imersão
44
g) Aspersão (pulverização)
h) Iscas
46
Nos Quadros 2 e 3 estão relacionadas algumas vantagens e desvantagens dos
métodos de controle químico convencional e com isca, atualmente disponíveis
para o controle de cupins.
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population and territory of the subterranean termite Coptotermes havilandi
(Isoptera: Rhinotermitidae) by the Triple Marked Recapture Method in an
urban area. ABSTRAT BOOK II - XXI International Congress of
Entomology, Brazil, Session 19. Social Insects and Sericulture. Symposium
and Poster Session. Summary 3506, 2000.
KRISHNA, K. & WEESNER F.M. (Eds.). 1969. Biology of Termites. New York:
Academic Press, 1969. v.1, 598 p.
KRISHNA K. & WEESNER F.M. (Eds.). 1970. Biology of Termites. New York:
Academic Press, 1970. V.2, 643 p.
POTENZA, M.R.; ZORZENON, F.J.; JUSTI JUNIOR, J.; ALMEIDA, S.L.de. Use of
above ground 0,5% hexaflumuron baits (Recruit* AG) in the control of
48
Coptotermes havilandi (Isoptera: Rhinotermitidae) in constructions located in
São Paulo, SP, Brazil. ABSTRAT BOOK II - XXI International Congress of
Entomology, Brazil, Session 19. Social Insects and Sericulture. Symposium
and Poster Session. Summary 3535, 2000.
ZORZENON, F.J. & POTENZA, M.R. 1995. Cupins: Pragas em Áreas Urbanas.
Boletim Técnico Instituto Biológico. n.10 (maio 1998), São Paulo, 40p.
ZORZENON, F.J., PONTEZA, M.R., JUSTI JUNIOR, J.; ALMEIDA, S.L.de. Field
evaluation of a 0,5% hexaflumuron bait (Recruit* II) for colony elimination of
subte rranean terminte Heterotermes tenuis (Isoptera: Rhinotermitidae).
ABSTRAT ERRATUM - XXI International Congress of Entomology , Foz
do Iguassú, Brazil. Erratum. Symposium and Poster Session. Summary.
Summary 1052, 2000.
49
ASPECTOS BIOECOLÓGICOS DAS BARATAS SINANTRÓPICAS
Marcos Roberto Potenza
Eng. Agrônomo/Pesquisador Científico. Instituto Biológico/APTA
potenza@biologico.sp.gov.br
Introdução
51
Biologia e Comportamento
52
O abdome é séssil, alargado e deprimido, apresentando em geral 10
segmentos. Apresenta um par de cercos no último urômero, acrescido de um par
de estilos nos machos.
A postura dos ovos é feita dentro de uma cripta genital em uma capsula
denominada ooteca.
Comportamento
Ø Excesso de população
Ø Falta de alimento ou água (stress)
Ø
Embora não sejam animais sociais, como as abelhas, cupins e formigas, as
baratas são gregárias, sendo comum ocorrerem em grupos.
Reprodução e desenvolvimento
53
auxílio da mandíbula materna. As formas jovens (ninfas) se parecem com as
adultas, menos por:
Ø Espécie;
Ø Condições de temperatura e umidade (alta temperatura e alta umidade
favorecem um menor tempo de desenvolvimento);
Ø Quantidade de alimento e teor de proteína disponível.
Métodos de Controle
54
a-) Identificar a espécie.
A correta identificação da identidade da espécie possibilita o acesso ao
acervo de informações técnicas e científicas.
55
d-) Analisar e determinar quais as condições locais propiciam o
desenvolvimento da infestação (abrigos, fontes de alimento, água e
umidade).
56
Quadro 3. Habitat
Periplaneta americana Blattella germanica
Caixas de esgoto e gordura. Cozinhas
Caixas d"água Depósitos de alimentos e embalagens
Quadros de energia elétrica e Fornos, estufas, geladeiras, freezers, coifas,
telefonia motores elétricos.
Galerias subterrâneas Dutos de eletricidade
Cisternas Sob pias e bancadas
Áreas de serviço Interior e sob moinhos, máquinas de refrigerante
e café, batedeiras.
Sanitários e vestiários Sanitários e vestiários
Porões, sótãos, forros Frestas na alvenaria
Jardins Gabinetes e armários embutidos
Áreas externas (onde ocorra Divisórias
acúmulo de materiais)
57
Realizar o monitoramento após a aplicação e se necessário adotar medidas
complementares, as quais devem ser previstas previamente. O monitoramento
pós-tratamento pode ser utilizado como um indicador de qualidade do controle.
58
Controle Integrado
Ø Inseticidas
• Pulverização
• Polvilhamento
• Iscagem
59
Ø Utilizar armadilhas adesivas.
Ø Verificar se o cliente está seguindo as orientações técnicas.
Ø Se necessário realizar aplicação de isca (gel).
60
Quadro 5. Alguns ingredientes ativos de uso profissional para o controle de
baratas.
Ingrediente Grupo químico Formulação
Ativo
Literatura Consultada
61
POMBOS URBANOS - COLUMBIA LIVIA – O DESAFIO DE CONTROLE EM ÁREAS URBANAS
Vania de Fátima Plaza Nunes
CRMV-SP-4119
Médica veterinária sanitarista,
Especialista em vigilância sanitária, saúde e educação ambiental
A problemática do controle
63
1- oferta abundante de abrigo: a arquitetura urbana de edifícios,
monumentos e obras de engenharia e arquitetura, oferecem uma quantidade
enorme de vãos, frestas e espaços que servem adequadamente para o pouso,
abrigo e formação de ninhos, protegendo os pombos das intempéries, mesmo
em locais onde a falta de verde é significativa.
64
Desenvolvimento de atividades de controle
Vale lembrar que muitas das atividades que devem ser desenvolvidas
necessitam ser discutidas em parcerias com outros setores, como agricultura
e meio ambiente, seja para que leis destes serviços sejam conhecidas e
compreendidas, seja para que de fato a aplicabilidade destas sejam efetivas e
seus resultados eficientes e duradouros.
65
As Empresas Particulares
66
Os principais riscos á saúde
Muitas vezes nos deparamos com cenas bucólicas de pessoas que diária
ou eventualmente alimentam os pombos em toda e qualquer localidade.
Muitas delas quer pela solidão, quer pela falta do acolhimento familiar,
encontram aí uma utilidade altamente questionável do ponto de vista biológico
e sanitário.
67
aerosóis ao manipular as fezes secas contaminadas por longos períodos ou
pela manipulação das aves.
68
Seu ambiente mais favorável para proliferação é em abrigos antigos de
fezes de pombos que são fechados. A infecção também ocorre pela inalação
de aerosóis que são liberados quando da manipulação inadequada das fezes,
este agente permanece por longo período quiescente no pulmão, os pacientes
só apresentam sintomas, quando este, tem queda da imunidade importante,
como no caso de indivíduos imunodeprimidos como no caso da AIDS, doentes
com câncer ou pacientes com enfermidades crônicas que necessitam ser
submetidos a terapias com corticosteróides de forma permanente.
Medidas de controle
69
Inúmeras são as ações que poderíamos listar como aplicáveis para
auxiliar na solução dos problemas causados pelos pombos. Para maior
facilidade agrupamos as mesmas em categorias:
a- de baixo impacto:
Ø emprego de espantalhos;
Ø tiros de ar comprimido.
Ø sonorizadores diversos;
Ø fogos de artifício;
Ø cercas eletrificadas;
c- medidas proibidas
Ø envenenamento;
d- medidas duráveis
Não esquecer que uma abordagem com a comunidade local seja ela fixa
ou eventual é fundamental para o sucesso das ações empregadas.
Vale ainda ressaltar que não apenas planos para minimizar riscos já
existentes devem empregados, mas medidas de prevenção devem ser
buscadas adaptando-se a cada nova realidade encontrada, ampliando a
discussão com os diversos setores de controle social que fazem parte do
71
nosso dia a dia quer como cidadão quer seja como funcionário público ou
particular.
Referências
72
MONITORAMENTO E CONTROLE DE FORMIGAS
73
na parte mais afilada do corpo. Após algumas mudas, que podem variar de
três a quatro, as larvas entram no estágio de pupa que pode ou não ser
envolvida por um casulo. Quando não possuem casulo as pupas assemelham-
se com adultos, porém são frágeis, brancas e não se movem nem se
alimentam. Quando uma colônia de formigas é perturbada, as operárias
podem ser vistas carregando ovos, larvas e pupas.
74
com as necessidades da colônia. Nos períodos de alta produção de ovos as
operárias procuram alimentos ricos em proteína para levar para a(s)
rainha(s). Em outras épocas elas procuram mais glicose ou óleo para suas
próprias necessidades energéticas ou para o crescimento das larvas. Os
adultos são incapazes de digerir alimento sólido, ingerindo apenas líquidos. As
larvas de ínstares mais avançados, de algumas espécies de formigas, são
capazes de digerir alimento sólido. O alimento trazido pelas operárias é
passado de boca a boca, por um processo chamado trofalaxia. Desta forma, o
alimento pode ser passado de operária para operária, operária para larva,
larva para operária e operária para rainha(s). A transferência de alimento ou
fluxo alimentar é sempre direcionada para as larvas e reprodutivos.
Monitoramento e Controle
Literatura Recomendada
76
FOWLER, H. G.; BUENO, O. C.; SATATSUME,T.; MONTELLI, A. C. Ants as potential
vectores of pathogens in hospital in state of SP, Brasil. Insect Sci. Applic.
1992. v.14, n.3, p.367-370.
FOWLER, H.G., BUENO, O.C. O avanço das formigas urbanas. Ciência Hoje. V.
23, n. 137, p. 71-73, 1998.
HÖLLDOBLER, B. & WILSON, E.O. The ants. Harvard University Press. 732 p.
1990.
77
MONITORAMENTO E CONTROLE DE MOSCAS DE IMPORTÂNCIA PARA A SAÚDE PÚBLICA EM
MUNICÍPIOS DO INTERIOR DO E STADO DE SÃO PAULO
Angela Mingozzi Martins dos Santos
Doutoranda no Departamento de Parasitologia do Instituto de Biologia da
UNICAMP. angela.mingozzi@gmail.com
1. Introdução
78
Como os demais dípteros muscóides (grupo no qual estão incluídas as duas
espécies), essas moscas se desenvolvem, após a eclosão do ovo, passando por
três estágios na forma de larva vermiforme, seguido por um estágio na forma de
pupa, a qual fica protegida por um invólucro (estojo marrom), denominado
pupário. Os adultos recém emergidos dos pupários, durante algumas poucas
horas, não apresentam a pigmentação típica e suas asas estão, ainda, dobradas.
Em conseqüência, em uma observação rápida não parecem moscas, mas
pequenos insetos rasteiros de cor esbranquiçada.
79
ambiente s, tais como: feiras livres, matadouros, abatedouros, domicílios
próximos às áreas de depósito de lixo dos municípios paulistas e de outros
ambientes similares.
Nas duas últimas décadas surgiram novas propostas, com base técnico-
científica, para as práticas de controle de moscas nas principais atividades
agropecuárias impactantes, em particular para granjas avícolas industriais.
Entretanto, nos municípios paulistas essas práticas são pouco usuais ou
implementadas apenas de forma parcial pelos responsáveis (ou proprietários) por
tais atividades. Em conseqüência, o resultado ainda não é satisfatório.
83
Pesquisadores brasileiros realizaram levantamento da fauna de moscas e de
seus predadores associada ao esterco acumulado sob as gaiolas das aves em
granjas industriais de produção de ovos, situadas em 16 municípios do Estado de
São Paulo e não registraram a ocorrência de C. megacephala, porém larvas de
outra espécie do mesmo gênero, C. putoria, foi abundante no esterco com
elevado teor de umidade (75 a 80% de umidade).
84
Após a saída do ovo, verificam se a passagem pelos três estágios larvais,
todos muito ativos, mas especialmente o terceiro, que se alimenta vorazmente,
contorcendo-se em massas agitadas. Indivíduos no terceiro estágio larval podem
migrar a vários metros do criadouro, procurando local seco e protegido para
interromperem a alimentação e iniciarem o processo de transformação em pupa.
85
Considerando-se o que foi exposto anteriormente sobre a importância
dessas espécies para a saúde pública, em particular na ve iculação de bioagentes
de doenças diarréicas, elaborou-se o texto a seguir a partir do original constante
em publicação da Organização Mundial de Saúde do ano de 1997, com o objetivo
de ratificar o ponto de vista de que o controle de moscas, em particular o de C.
megacephala e M. domestica deveria integrar as prioridades dos programas dos
gestores de saúde, naqueles municípios onde a história de elevada densidade de
moscas existe há décadas e está relacionada à proximidade de atividades
impactantes. Nessas situações faz falta a figura do gerente de programa de
controle de moscas em nível municipal. Algumas intervenções para o controle das
duas espécies deveriam integrar os Programas e treinamentos das equipes
municipais (agentes do programa de saúde da família, programas de saúde
infantil e membros da equipe de Vigilância Sanitária, e demais serviços
municipais como os relacionados ao meio ambiente e turismo, entre outros).
Também os responsáveis pelas atividades antrópicas com potencial de impacto
deveriam apresentar propostas de programa de controle, com bases técnico-
científicas e realizar a capacitação de seus funcionários quanto às práticas e
gerenciamento dos programas.
86
especiais), vacinação contra sarampo, melhoria do abastecimento de água e do
saneamento e promoção da higiene pessoal e doméstica.
87
5. Aspectos da Saúde ambiental (saneamento básico e manejo de
resíduos de origem animal) importantes para o controle de M. domestica
e C. megacephala.
Quanto ao destino final do lixo no país por município, consta que 63,6%
utilizam lixões e 32,2% aterros adequados (13,8% sanitários, 18,4%
controlados), sendo que 5% não informaram para onde vão seus resíduos. Esses
dados mostram-se mais favoráveis do que os obtidos para o levantamento
sanitário da PNSB 1989, segundo a qual, apenas 10,7% dos municípios vazavam
adequadamente seus resíduos.
88
No Estado de São Paulo, os agravos ao meio ambiente, entre outros
fatores, decorrem da produção de grande quantidade (toneladas/mês) de
resíduos orgânicos gerados ou acumulados em atividades de produção ou
processamento animal (secreções e excreções, esterco, vísceras, carcaças,
sangue ou soro misturados ao solo etc.) ou vegetal (vinhoto etc.) ou, ainda,
restos de alimentos.
89
II- formulação de política de saúde que leve em conta os fatores
econômicos e sociais, determinantes de doenças e outros
agravos à saúde;
90
Pode-se inferir que, atualmente, entre os serviços que continuam sendo um
desafio para a vigilância sanitária dos municípios do estado está o controle de
moscas de importância para a saúde pública nos assentamentos urbanos, tais
como M. domestica e C. megacephala.
6. Considerações finais
91
atividades que direta ou indiretamente prejudiquem a saúde,
a segurança e o bem estar da população” ou “afetem as
condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente, são
aplicáveis na questão de proliferação de moscas nos
assentamentos urbanos.
7. Bibliografia
93
GREENBERG, B. Flies and disease: Ecology, classification and biotic
associations. New Jersey: Princeton University Press, 1971. 856 p.
HOUSEFLIES in: Vector Control: Methods for use by individuals and communities.
WHO. 1997. Capitulo 5. Disponível em: <http:// www.
Who.int/docstore/water-sanitation-health/vectcontrol/ch 34-htm-3k>
Acessado em: 6 jan. 2005.
HOUSEFLIES in: Vector Control: Methods for use by individuals and communities.
94
NOVARTIS. Manual Novartis de Biologia e Controle de moscas em usinas
de álcool e açúcar. São Paulo. 31 p. [2002].
OLSEN, A. R. Regulatory action criteria for filth and other extraneus materials III.
Review of flies and foodborne enteric disease. Regulatory Toxicology and
Pharmacology, v. 28, n. 3, p. 199 - 211, 1988.
95
ASPECTOS BIOECOLÓGICOS DOS RATOS N O CAMPO E NA CIDADE
Introdução
Estes animais competem diretamente com o homem por alimentos uma vez
que atacam culturas e produtos armazenados, se estima uma perda anual de até
8% da produção mundial de cereais e raízes, estima-se que cada roedor consuma
por dia o equivalente a 10% de seu peso. As perdas ainda podem ser maiores se
considerarmos a contaminação dos alimentos por urina e fezes e o desperdício
pelo rompimento de sacarias e outras embalagens, o mesmo acontecendo com os
farelos e rações animais. Países importadores com rígidos níveis de fiscalização
podem condenar toneladas de alimentos pela simples presença de alguns poucos
montículos de excrementos, acarretando elevados prejuízos econômicos e a
imagem do exportador.
96
Os ratos são ainda responsáveis pela transmissão de diversas doenças ao
homem. A Organização Mundial de Saúde já catalogou cerca de 200 doenças
transmissíveis, destacando-se a leptospirose, tifo, peste bubônica, febre
hemorrágica, salmonelose, sarnas e micoses dentre outras. Os ratos urinam
várias vezes ao dia e em pequenas quantidades, aproximadamente 40 vezes.
Com esta informação e estes sendo vetores de doenças, podemos calcular
quantos possíveis focos de contaminação estariam disseminados pelo ambiente.
97
Biologia e Comportamento
A) Características sensoriais
B) Características físicas
C) Aspectos biológicos
Os ratos possuem hábito noturno, saindo de suas tocas a luz do dia quando
o nível populacional está muito elevado e o alimento disponível é insuficiente para
alimentar a colônia.
Estrutura Social
Ø Inspeção
Ø Manejo do ambiente
Ø Controle químico
Ø Controle mecânico
Ø Controle físico
Ø Monitoramento
Inspeção
103
Ø Distribuir em vários locais de fácil acesso aos roedores, recipientes bem
fixados com bordas elevadas (+ ou - 5 cm) contendo 30 g de cereais moídos.
104
Ø Acondicionamento do lixo em recipientes a prova de roedores, ou de difícil
acesso.
105
Manejo do Ambiente
Controle Químico
106
Ø Raticidas crônicos: de ação cumulativa, atuando por ingestão, podendo
ser aplicado no ambiente. Interferem no mecanismo de coagulação sanguinea,
provocando a morte por hemorragias, caso não haja intervenção de tratamento
com agente específico. Os raticidas crônicos são utilizados na área de Saúde
Pública devido ao menor risco oferecido à população e ao ambiente.
107
Ø Pó de contato: é formulado com um pó muito fino para ser polvilhado na
soleira de tocas, ao longo de trilhas e demais pontos frequentados pelos
roedores. Ratos e camundongos ao entrarem em contato com o pó, carregam
este aderido ao corpo até o ninho. Uma vez no ninho estes animais realizam a
limpeza habitual de seus corpos lambendo o pelame, ingerindo então
forçadamente o pó. Esta formulação não tem caráter de atratividade, uma vez
que o contato é desapercebido pelos roedores, não competindo com o hábito
alimentar já estabelecido destes animais. Esta formulação não deve ser aplicada
próxima a alimentos e em locais de trânsito de animais domésticos e pessoas,
sendo de venda exclusiva para empresas especializadas.
108
O raticida a ser utilizado deve ser tóxico, palatável, específico para a
espécie alvo, fácil formulação, degradável, quimicamente estável, de baixo custo,
sintomas não devem ser imediatos.
Ø Aplicação de Rodenticidas/Raticidas
Ø Iscas
ü Uma boa formulação de isca deve ter uma taxa de aceitação entre
70-80% e 100% de mortalidade.
109
Tabela 4. Indicações de uso para formulações de iscas raticidas.
Controle Mecânico
Armadilhas adesivas
Ø Vantagens:
Ø Desvantagens:
Ratoeiras
111
Controle Físico
Monitoramento
112
depósitos e garagens. A presença de ratos em nosso meio se deve muitas vezes
as condições favoráveis fornecidas pelo próprio homem.
População Pré-tratamento
Precauções
Medidas Legais
Medidas Educativas
Medidas Corretivas
Medidas de Antiratização
114
Ø Aplicação de obstáculos visando impedir o acesso dos roedores a
determinadas áreas ou edificações. Modificação do meio ambiente no sentido de
eliminar as condições favoráveis à atração e proliferação de roedores.
Medidas de desratização
Literatura Consultada
115