Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Introdução ..................................................................................................................................... 4
1. Turbinas a vapor ................................................................................................................... 5
2. Histórico ................................................................................................................................. 5
3. Elementos construtivos.......................................................................................................... 8
4. Classificação das turbinas a vapor ................................................................................. 10
4.2. Turbinas de acção......................................................................................................... 13
5. Estágio de uma turbina a vapor ......................................................................................... 19
6. Ciclos de funcionamento das turbinas a vapor ................................................................. 20
6.2. Ciclo com reaquecimento: ........................................................................................... 21
6.4. Ciclos combinados (Reaquecimento e Regeneração): ............................................... 22
6.4. Ciclos binários: ............................................................................................................. 23
6.5. Ciclos para produção de energia e vapor: ................................................................. 25
7. Operação de turbinas em regime de carga variável ......................................................... 27
7.1. Regulação da potência ................................................................................................. 27
7.1.1. Regulação por Estrangulamento (ou regulação Qualitativa): .......................... 27
7.1.2. Regulação por meio de Bocais (Regulação Quantitativa) ................................. 28
7.1.3. Regulação mista: ................................................................................................... 29
7.2. Regulação de velocidade: ............................................................................................. 30
7.3. Regulação de pressão: .............................................................................................. 32
8. Perdas, Potências e Rendimentos ....................................................................................... 34
8.1. Perdas: ........................................................................................................................... 34
8.2. Potencia: ........................................................................................................................ 34
8.3. Rendimento ................................................................................................................... 35
8.3.1. Rendimento interno da turbina a vapor: ............................................................ 35
8.3.2. Rendimento mecânica da turbina a vapor: ........................................................ 35
8.3.3. Rendimento global da turbina a vapor : ............................................................. 35
8.3.4. Rendimento para uma instalação de potência a vapor: .................................... 38
Bibliografia .................................................................................................................................. 40
1
Lista de Figuras
2
3
Introdução
4
1. Turbinas a vapor
Turbina é um dos mais difundidos tipos de motores no mundo. As mais amplamente utilizadas são
turbinas a vapor, turbinas a gás e turbinas hidráulicas.
Uma turbina a vapor é uma máquina térmica rotativa onde a energia térmica proveniente do vapor,
medida pela entalpia, é convertida em energia cinética em virtude de sua expansão. A energia é
então convertida em energia mecânica de rotação por meio da força que o vapor exerce nas pás
rotativas
Turbina a vapor é classificada como uma máquina de combustão externa uma vez que os gases
provenientes da combustão do combustível não entram em contacto directo com o fluído de
trabalho que flui interiormente na máquina e efectua os processos que convertem a energia do
combustível em potência de eixo. Em consequência disto, possuem uma alta flexibilidade em
relação ao combustível que pode ser utilizado.
Uma grande vantagem da turbina a vapor é que, através de extracções reguláveis na sua secção de
fluxo, é possível prover o calor com os parâmetros demandados pelo consumo externo. Diante
disso, o custo deste calor é menor, uma vez que nos sistemas de cogeração o vapor, antes de
abastecer um consumidor de calor, faz proveito de seu alto conteúdo de energia térmica na turbina
durante o processo que produz energia eléctrica.
2. Histórico
A pré-história das turbinas a vapor se remonta desde 175 a.C. quando Herón de Alexandría fez a
primeira descrição.
A turbina de Herón consistia de uma esfera que podia girar livremente em torno de um eixo
diametral, apoiada nos extremos dos mesmos, em dois suportes, por cujo interior fazia entrar, na
esfera, o vapor produzido por dois tubos diametralmente opostos e direccionados em sentido
5
contrário. A transformação de pressão em velocidade está totalmente ligada ao elemento móvel
(esfera ou "rodete").
Levando em conta a definição anterior de turbina a vapor, a conhecida “aeolipyle”, que foi
proposta por Hero, de Alexandria, ou a máquina a vapor equivalente, proposta por William Avery
(1831), não devem ser consideradas como turbinas a vapor pioneiras devido a não possuírem uma
parte integrante obrigatória em uma turbina as pás. A Figura 1 mostra a Aeolipyle de Hero.
O pesquisador italiano, Giovani de Branca, em 1629, foi o primeiro pesquisador a sugerir o uso de
jactos de vapor expelidos por meio de um dispositivo para a produção de rotação. A “roda de
vapor” de Branca possuía diversas limitações para a sua utilização prática, uma delas era as grandes
perdas que ocorriam na máquina, devido ao baixo desenvolvimento, circunstância que também
ocasionou a não implementação prática de diversas propostas posteriores. Na Figura 2 pode ser
visto um desenho que mostra a Turbina de Giovani de Branca.
6
Figure 2 Turbina de Giovani de Branca (Fonte: librosmaravillosos.com).
Por volta de 1780, James Watt desenvolveu a primeira máquina a vapor que possibilitava a sua
aplicação prática, e que viria a se tornar um dos principais impulsores da revolução industrial que
ocorreria no século posterior.
Ainda que existam vários outros engenheiros e cientistas que tenham seus nomes intimamente
ligados ao desenvolvimento das turbinas a vapor, coube a George Westinghouse (1846-1914), que
comprou os direitos sobre a turbina Parsons em 1895, o mérito de projectar e colocar em prática a
primeira turbina a vapor comercial com 400 kW de capacidade, que accionava um gerador
eléctrico. Outro pesquisador que vale se destacado é Aurel Stodola (1859-1942), da Eslováquia
que na prática estipulou os fundamentos teóricos das turbomáquinas e seu controle automático.
Desde o principio da aplicação de turbinas a vapor com o objectivo de gerar energia eléctrica, as
turbinas tiveram um aumento significativo de suas capacidades e eficiências tornando-se mais
complexas e sofisticadas.
7
Nos últimos 100 anos, o desenvolvimento técnico das turbinas a vapor acabou fazendo deste
accionador primário o equipamento principal em centrais de geração de energia eléctrica. Para o
aumento da eficiência térmica, foi incorporado, em 1930, o conceito de reaquecimento do vapor
durante a fase de expansão, e a sua aplicação foi muito comum até meados do século XX.
Com a necessidade cada vez maior de economia de escala dos equipamentos e ao mesmo tempo
em que se espera uma maior eficiência energética fizeram com que os projectistas aumentassem a
temperatura e a pressão de operação, somado ao aumento da potência das turbinas. Nos dias
actuais, a capacidade por unidade média instalada é de aproximadamente 600 MW, já na década
de 1920 estas potências não ultrapassavam 30 MW.
3. Elementos construtivos
8
Figure 3 Rotor forjado em uma peça com os discos de uma turbina a vapor de contrapressão de
25 MW.
9
Figure 6 Conjunto rotor-estator.
As turbinas a vapor podem ser classificadas seguindo alguns critérios. Levando em consideração
a sua finalidade, pode-se classificá-las em:
Com relação ao seu principio básico de funcionamento, podem ser classificadas em:
10
Turbinas de reacção – fazem o uso, simultaneamente, da pressão do vapor e da sua
expansão nas rodas móveis. Observe que o vapor não sofre expansão completa no
distribuidor, na verdade, o vapor continua a sofrer, na roda móvel, uma queda de pressão,
ao passo que sua velocidade também sofre uma queda graças à alta velocidade que palhetas
móveis se deslocam. Deste modo, o distribuidor converte apenas uma fracção da energia
térmica do vapor em energia cinética, enquanto que a outra fracção da energia térmica do
vapor será convertida em energia cinética na própria roda móvel. As turbinas de reacção
são qualificadas devido ao fato de que a roda móvel não utiliza o vapor com uma pressão
constante, mas sim, gradualmente variável, sofrendo uma queda de montante para jusante,
no que se refere ao percurso das palhetas.
Turbinas a vapor axiais: são aquelas que o vapor se move dentro do rotor em direcção
aproximadamente paralela ao eixo são as mais comuns;
Turbinas a vapor radiais: são aquelas em que o vapor se desloca aproximadamente em
sentido perpendicular ao eixo da turbina;
Turbinas a vapor tangenciais: são aquelas em que o vapor se desloca tangencialmente ao
rotor.
11
Quanto a condição do vapor de escape:
Turbinas a vapor de escape livre: nas quais o vapor sai directamente para a atmosfera.
Portanto a pressão de escape é igual a pressão atmosférica;
Turbinas a vapor de condensador: nas quais na saída existe um condensador onde o
vapor se condensa, diminuindo pressão e temperatura. A pressão de escape do vapor é
inferior a pressão atmosférica;
Turbinas a vapor de contrapressão: nas quais a pressão de escape do vapor é superior a
pressão atmosférica. O vapor de escape é conduzido a dispositivos especiais para sua
posterior utilização (ex: calefacção, alimentação de turbina de baixa pressão, etc).
Turbinas a vapor combinadas: nas quais uma parte do vapor é retirada da turbina antes
de sua utilização, empregando-se esta parte subtraída para calefacção e outros usos; o resto
do vapor continua a sua evolução normal no interior da turbina e, na saída, vai para a
atmosfera ou ao condensador.
12
trabalho mecânico enquanto que a segunda possui a função de redireccionar o fluxo e graças ao
seu formato transversal, o espaçamento entre elas forma um bocal convergente-divergente, e
devido a isto, existe a possibilidade de transformar uma fracção da energia térmica do fluxo que
escoa em energia cinética, elevando a velocidade do fluxo para a próxima palheta móvel. Deste
modo, as turbinas de acção podem ser classificadas, em conformidade com os arranjos dos
estágios, do seguinte modo:
4.2.Turbinas de acção
Turbina de acção simples ou de Laval
São formadas por um ou vários bocais fixos, que descarregam o vapor sobre uma fileira de palhetas
que são fixadas no contorno de um disco vinculado a um eixo, integrando o componente conhecido
como rotor.
Uma de suas características fundamentais é o fato de que a difusão do vapor ocorre integralmente
no bocal convergente-divergente, o que gera um fluxo de vapor com grande velocidade em sua
saída. Uma vez que as palhetas móveis não assimilam toda energia cinética, o vapor irá sair com
uma velocidade consideravelmente alta, e isso pode ser considerado como perda.
13
Turbina Curtis
O principal problema dos diversos estágios de velocidade é que, em virtude das altas velocidades
do vapor, as perdas por atrito aumentam, principalmente se o número de estágios for muito alto.
Deste modo, os estágios de velocidade são especialmente propícios para as turbinas de baixa e
média potência (até 4000 H.P.) que não necessitam de muitos estágios. Na Figura 8 segue um
diagrama de uma turbina Curtis.
14
Turbina Rateau
Conhecida também como turbina de Prazos. É equivalente a várias turbinas simples montadas num
mesmo eixo, uma em seguida da outra.
São turbinas a vapor com apenas um estágio de velocidade e vários estágios de pressão. Ao invés
da queda total de pressão do vapor, ou salto térmico total, acontecer em apenas um único conjunto
de bocais, a diminuição da pressão pode acontecer em duas ou mais fileiras de bocais, de modo a
se atingir um efeito equivalente ao que ocorreria em uma disposição de duas ou mais turbinas de
Laval arranjadas em série.
A principal vantagem está no fato de que se consegue atingir uma velocidade mais apropriada das
palhetas em termos de resistência dos materiais. No entanto, as turbinas podem atingir grandes
dimensões, caso o número de estágio Rateau seja elevado.
Uma vez que o volume específico do vapor cresce à medida que se passa de um estágio para o
outro, as seções por onde o vapor transita devem ir aumentando continuamente.
Outra característica importante se deve ao facto da variação de pressão usada nos diferentes
estágios ser reduzida, o que faz com que as velocidades adquiridas pelo vapor também sejam
pequenas, e desse modo às perdas por atrito serão reduzidas, possibilitando o uso de um maior
número de estágios. Na Figura 9 segue um diagrama de uma turbina de Rateau.
15
Turbina Curtis-Rateau
Esta turbina foi desenvolvida com o objectivo de se conseguir uma velocidade ideal nas pás, e,
portanto, um maior rendimento, fazendo o uso de uma combinação de estágio Curtis
(escalonamento de velocidade) com o estágio Rateau (escalonamento de pressão). O uso do estágio
Curtis provoca uma grande queda na pressão e na temperatura do vapor, o que possibilita a
utilização de materiais mais leves e baratos nos estágios Rateau seguintes.
4.3.Turbina de reacção
Um estágio de uma turbina de reacção é conhecido como estágio Parsons. Estas turbinas possuem
vários estágios, ou seja, são projectadas de modo que a diminuição de pressão, da admissão ao
escape, seja segmentada em quedas parciais através de sucessivas fileiras de palhetas móveis.
Deste modo, a queda de pressão em cada fileira de palhetas é baixa, ocasionando velocidades
baixas do vapor em cada um dos estágios.
Conforme o vapor sofre expansão, seu volume especifico cresce, motivo pelo qual as fileiras
sucessivas de palhetas possuem dimensões amplificadas gradativamente. No entanto, pelo fato de
o volume específico do vapor nos estágios de alta pressão ser pequeno, as palhetas necessitam ser
menor, o que resulta em folgas nos topos, resultando em uma demasiada fuga de vapor através
dessas folgas, provocando uma queda considerável no rendimento total da turbina. Assim sendo,
não se utiliza turbinas de reacção como turbinas de alta pressão. Segue na Figura 10 uma turbina
de reacção.
Ainda, com referencia aos diversos tipos de turbinas, pode-se subdividi-las em relação à descarga
de vapor. De acordo com esta classificação, tem-se
16
Turbina de contrapressão de fluxo directo
O termo contrapressão é utilizado para indicar que o vapor que saí da turbina possui uma pressão
maior ou igual, a ambiente, esta condição é necessária para suprir a demanda de calor quando se
tem temperaturas superiores a 100 °C. Normalmente possui dimensões menores do que uma
unidade de condensação similar e, geralmente, trabalha com uma maior velocidade de rotação
graças às considerações de eficiência.
Esse tipo de turbina é instalado nas indústrias onde existe necessidade do uso de vapor nos
processos de fabricação, onde abastecimento é assegurado com o vapor de exaustão da turbina
que, usualmente, trabalha com uma pressão constante do vapor de escape.
Quando o processo industrial carecer de uma quantidade de vapor maior do que é necessária para
gerar a energia elétrica que a indústria demanda, ou no caso de haver excesso de vapor para o
consumo da turbina, a quantidade de vapor necessário é então conduzida prontamente ao processo,
por meio de uma estação que reduz a pressão.
As turbinas com sangria ou extracção controlada são usadas quando se necessita de vapor em
diferentes faixas de pressão. Este tipo de turbina fornece uma fracção do vapor com média pressão
e outra fracção em baixa pressão.
Geralmente, se faz o uso de turbinas com sangria quando o volume de vapor de extracção (de
media pressão) é inferior ao volume de escape (de baixa pressão). Já as turbinas com extracções
controladas são usadas em ocasiões onde o fluxo de vapor de extracção (de media pressão) é maior
quando se compara com o fluxo de vapor de escape (de baixa pressão) e também quando a
demanda de vapor de média pressão é passível de flutuações relevantes. A pressão do vapor de
extracção, para esses casos, continua regular seja qual for a carga da turbina.
17
Turbina de condensação de fluxo directo
Turbina de condensação de fluxo directo fornece vapor para o condensador com uma pressão mais
baixa do que a pressão atmosférica, com o objectivo de amplificar a eficiência térmica do ciclo
por meio de um acréscimo máximo da queda de entalpia.
Este tipo de turbina tende a possuir dimensões maiores, assim como uma potência maior do que
as turbinas de contrapressão. No entanto, o rendimento total é menor do que o de uma instalação
de contrapressão, uma vez que uma fracção da energia presente no vapor é perdida por meio da
água de refrigeração que é utilizada no processo de condensação.
Turinas de condensação com extracção são, normalmente, utilizadas quando existe a necessidade
de uma quantidade maior de energia eléctrica do que se consegue Auto gerar com o calor gerado
pelo processo. O vapor excedente sofre ama expansão até chegar à condição de vácuo, provocando
um salto térmico maior. Mesmo que as turbinas de contrapressão sejam mais eficientes, em
diversas situações as turbinas de condensação com extracção se mostram mais vantajosas, entre
essas situações pode-se citar: compensação das oscilações de consumo de energia eléctrica e vapor
que são originados no processo; impede-se que o limite de potência contratado seja ultrapassado;
possibilita que o condensador absorva o excesso de vapor, quando ocorre a paralisação parcial do
processo.
Turbinas a vapor com extracção automática ou extracções reguláveis são arquitectadas para
possibilitar a retirada de uma quantidade variável de vapor mantendo uma pressão constante, em
um ou mais pontos de extracção. Já nas turbinas de extracção não regulável não existe o controle
da pressão do vapor extraído, sendo assim, o vapor sofre variação em função da carga.
O fluxo total de vapor é admitido no estágio de alta pressão. Nesse estágio o vapor sofre um
processo de expansão e então retorna a caldeira para ser reaquecido. Em seguida o vapor é
transferido para o estágio de pressão intermediária a partir de onde se expande entre os últimos
estágios até o escape. Algumas turbinas possuem também o reaquecimento duplo.
18
5. Estágio de uma turbina a vapor
As turbinas actuais presentes nas centrais termeléctricas a vapor são projectadas com múltiplos
estágios. Entretanto, o conceito de funcionamento e as principais partes que formam a turbina são
similares para cada um dos estágios.
Nos bocais, formadas pélas superfícies das palhetas fixas, realiza-se a expansão do vapor que
possui uma grande energia térmica. Parte dessa energia se transforma, nos bocais do estagio, em
energia cinética, e o vapor, em alta velocidade, incide sobre as palhetas moveis. Nas palhetas
moveis se produz a sua frenagem e, assim, a transformação da energia cinética em trabalho
mecânico que, através do disco, é transmitido ao eixo da turbina.
19
6. Ciclos de funcionamento das turbinas a vapor
6.1.Ciclo básico ideal (Rankine):
É um ciclo reversível teoricamente, realizado pela máquina em questão, cuja perfeição será tanto
maior quanto seu rendimento se aproxime mais do rendimento térmico deste ciclo ideal.
A figura 11 mostra uma instalação de potência que opera segundo o ciclo Rankine.
Como estamos considerando a hipótese de um ciclo ideal, todos os processos devem ser
reversíveis. As etapas básicas são as seguintes:
4-1: Troca de calor a P constante até geração de vapor saturado seco (CALDEIRA)
20
6.2.Ciclo com reaquecimento:
A figura anterior mostra uma instalação de potência a vapor com reaquecimento primário do vapor
para alimentação da turbina. Isso é feito para aumentar o rendimento da turbina a vapor, pois se a
umidade do vapor que flui na turbina for alta, haverá rápida deterioração das palhetas e bocais,
causando redução da eficiência interna relativa e consequentemente, redução do rendimento
térmico do ciclo como um todo.
Obs: assim, quando se fala em ciclo com reaquecimento estamos nos referindo ao reaquecimento
secundário.
Neste ciclo se utilizam turbinas a vapor de extracção. Se extrai da turbina uma parte do seu fluxo
de vapor em certos pontos da expansão e se utiliza o calor residual do vapor para pré-aquecer a
água de alimentação da caldeira. A água produzida por condensação do vapor nos pré-
aquecedores, geralmente se junta a água de alimentação, impulsionando-a por meio de bombas.
21
Figure 14 Ciclo de Rankine regenerativo.
Até agora temos falado somente de ciclos de funcionamento de uma só turbina, porém, em muitas
ocasiões, nas centrais eléctricas montam-se duas ou mais turbinas independentes que aproveitam,
escalonada mente, o vapor de escape das turbinas a vapor precedentes, com o que se aumenta o
rendimento do conjunto. A figura 15 mostra uma instalação de potência a vapor com ciclos
combinados.
22
Onde:
RP - reaquecedor primário;
RI – reaquecimento intermediário;
C - Condensador;
Nestes ciclos utilizam-se fluidos cujas pressões de vapor são distintas, de modo que a pressão de
saturação do denominado "fluido superior" coincida, aproximadamente, com a pressão de
vaporização do denominado "fluido inferior". Ou seja, que o condensador do fluido superior sirva
de caldeira para o fluido inferior.
23
Figure 16 Esquema do ciclo de funcionamento de uma turbina a vapor com condensador,
reaquecimento primário e recuperação.
Onde :
RP - reaquecimento primário;
RI - reaquecimento intermediário;
A - gerador eléctrico;
C - condensador;
O fluido superior é aquecido e evaporado na caldeira (G) e conduzido depois à turbina superior
(T1) na qual se expande seu vapor e se produz energia. O vapor de escape desta turbina é conduzido
a um condensador caldeira (C1), onde absorve o calor de condensação do fluido superior para a
evaporação do fluido inferior do ciclo.
24
O vapor condensado do fluido superior é bombeado (por B1) novamente a caldeira (G) e com isso
se completa o ciclo superior do ciclo binário.
O fluido inferior refrigera o vapor do fluido superior no condensador caldeira (C1), até sua
condensação. Ao mesmo tempo este fluido absorve o calor de condensação do fluido superior e se
vaporiza.
Depois de sua vaporização vai até a caldeira (G) para seu reaquecimento e chega posteriormente à
turbina inferior onde se expande e produz energia.
O vapor de escape se faz passar por um condensador (C2) e vai novamente para o condensador-
caldeira (C1), completando-se o ciclo inferior e também o ciclo binário.
Ainda que se tenha inventado muitos ciclos binários, o de maior importância técnica é o que utiliza
vapor de mercúrio como fluido superior e vapor d'água como fluido inferior.
Todas as instalações de potência a vapor apresentadas até o momento produziam apenas energia.
Isso por que o vapor que saia da turbina a vapor ia directo para o condensador.
A figura a seguir mostra uma instalação de potência a vapor para produção de energia e vapor.
25
Figure 18 Esquema do ciclo de funcionamento de uma turbina de contrapressão:
RP - reaquecedor primário;
CP - turbina de contrapressão;
A - gerador eléctrico;
Note que ela consta de uma turbina a vapor de contra pressão, que permite que o vapor que sai
dela, com certa pressão, seja usado para outros fins.
A instalação consta de uma caldeira (G), um reaquecimento primário(RP) de onde o vapor vai para
a turbina de contrapressão(CP), a qual acciona um gerador eléctrico(A). O vapor de escape sai
suficientemente aquecido e pode servir como um circuito de reaquecimento de um reaquecedor de
vapor(RV) de onde vai para um pré-aquecedor de água de alimentação(H) e daí ao trocador de
26
calor(IC), onde esquenta a água procedente do sistema de consumo; o vapor d'água obtido vai para
(RV) e depois se dirige ao circuito de utilização de vapor (CV).
A água que vem do vapor condensado neste circuito (CV) é impulsionada por uma bomba (B1)
até o (IC) de onde se reinicia o circuito secundário de vapor.
Em grande parte do tempo, as turbinas a gás trabalham com cargas que não são as cargas nominais,
esse fato está ligado com a falta de regularidade da demanda de energia eléctrica no sistema.
O dispositivo principal para a regulação da vazão de vapor necessário para a operação da turbina
como cargas diferentes da nominal é o sistema de distribuição de vapor que regula a potencia da
turbina. Hoje, em todo mundo, são usados quatro métodos a regulação de potência nas turbinas:
sistema de distribuição do vapor por estrangulamento, por bocais, por by-pass e por parâmetros
deslizantes.
Existem várias grandezas que devem ser controladas e reguladas para que as turbinas a vapor
funcionem normalmente; entre elas, as três mais importantes são:
Regulação da potencia;
Regulação da velocidade de rotação;
Regulação de pressão.
7.1.Regulação da potência
A quantidade de vapor que entra na turbina é regulada por meio de uma válvula de estrangulamento
situada na entrada da turbina.
27
Figure 19 Regulação qualitativa: esquema de regulação
É o mecanismo mais utilizado, sobretudo em turbinas de pequena e média potência, devido ao seu
baixo custo inicial já que seu mecanismo é simples.
Obs.: no processo de estrangulamento, todo o vapor perde pressão antes de alcançar a turbina,
quando esta trabalha com carga parcial.
As características desse método de distribuição são: simplicidade e segurança, além disso, quando
o sistema opera com potencia nominal, assegurando um elevado rendimento, uma vez que, a
válvula de regulação está completamente aberta e não ocorre o estrangulamento do vapor.
Consiste na utilização de uma série de válvulas de seta, uma para cada passagem de vapor que sai
da caldeira, quantas forem necessárias para satisfazer a demanda da carga, cada uma destas
passagens abastece uma bateria (câmara) de bocais.
28
Figure 20 Esquema de um regulador mecânico para turbinas a vapor, com controle de vapor por
meio de toberas.
As válvulas se abrem sucessivamente de acordo com um mecanismo exterior que está diretamente
relacionado com a velocidade da turbina.
A grande vantagem é que se permite utilizar o vapor a uma pressão praticamente igual a pressão
da caldeira, já que o estrangulamento do vapor acontece somente na válvula que estiver
parcialmente aberta, ao contrário da regulação por estrangulamento, na qual todo o vapor perde
pressão antes de chegar a turbina.
29
7.1.4. Regulação por by-passe
Ao aumentar a carga normal, a válvula (V2) se abre e assim entra vapor (depois de sofrer um
estrangulamento na válvula) em um ponto intermediário directamente sem passar por estágios
anteriores.
7.2.Regulação de velocidade:
É constituído por um par de massas esféricas ligadas de maneira articulada a um eixo (que gira
com a mesma velocidade de rotação que o rotor) sobre o qual atua um sistema de guia articulado
às esferas.
30
Figure 22Regulador de Watt.
Se a carga aumenta, a velocidade diminui, o que faz com que as esferas se aproximem, deslocando-
se a guia para baixo.
O movimento desta guia é que provoca a regulação, pois o mesmo pode atuar por meio de um
servo motor sobre uma válvula geral de admissão de vapor ou sobre as válvulas dos bocais, fazendo
com que a mesma feche quando há um aumento de velocidade e se abra quando há uma diminuição
de velocidade.
31
Existem outros tipos de reguladores (eléctricos, hidráulicos, etc.) cujo princípio de funcionamento
é basicamente o mesmo e, portanto, não serão apresentados.
Obs: Geralmente as turbinas a vapor são equipadas por um mecanismo de limitação de velocidade
que actua quando a velocidade excede uns 10%, aproximadamente, da velocidade normal, evitando
o "embalamento"
7.3.Regulação de pressão:
Geralmente, actua na entrada da turbina a vapor mantendo constante a pressão da caldeira, o que
é muito vantajoso para o funcionamento da mesma, cuja pressão não sofre, assim, oscilações com
a carga.
ciclo.
O sistema de regulação de pressão consiste basicamente de uma válvula que restringe a passagem
do vapor, alterando assim a pressão.
32
Figure 25 Regulador de pressão.1 - Elemento sensível à pressão; 2 - Tubo onde actua a pressão;
3 - Volante; 4 – Servomecanismo.
33
8. Perdas, Potências e Rendimentos
8.1.Perdas:
Podem ser do tipo:
Perda de energia nas válvulas reguladoras;
Perdas de energia nos bocais;
Perdas de energia nas palhetas;
Perdas de energia por atrito de disco e ventilação;
Perdas de energia por fuga de fluido de trabalho;
Perdas de energia por velocidade alta no escape;
Perdas de energia na tubulação de escape;
Perdas de energia por atrito mecânico.
8.2.Potencia:
Sendo:
𝑊 – potencia;
𝑢- velocidade de rotação ;
Ou de outro modo:
𝑊 = 𝑚𝑣 . ∆𝜂𝑖𝑠𝑜𝑒𝑚𝑡 . 𝜂
34
8.3.Rendimento
8.3.1. Rendimento interno da turbina a vapor:
∆𝜂𝑟𝑒𝑎𝑙
𝜂𝑖 =
∆𝜂𝑖𝑠𝑜𝑒𝑚𝑡
𝑊𝑢𝑡𝑖𝑙
𝜂𝑚 =
𝑊𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎
𝑊𝑢𝑡𝑖𝑙
𝜂= = 𝜂𝑖 . 𝜂𝑚
𝑊𝑖𝑠𝑜𝑒𝑛𝑡
O gráfico a seguir mostra os rendimentos termodinâmicos reais (rendimentos internos) das turbinas
a vapor comumente utilizadas (3000 rpm) nas centrais térmicas em função de sua potência e da
percentagem de carga considerada.
35
Figure 27 Factores de correcção por cargas parciais e por reaquecimento para a determinação
dos rendimentos termodinâmicos reais das turbinas a vapor.
Obs: Para o cálculo de ηi necessitamos de ∆h, que pode ser obtido a partir do diagrama de Mollier
para o vapor d’água mostrado a seguir:
36
Figure 28Diagrama de Mollier.
37
8.3.4. Rendimento para uma instalação de potência a vapor:
A figura apresentada a seguir, mostra um esquema geral de uma instalação de potência a vapor
para geração de energia e vapor.
Sendo:
V - Condensador;
VI - Misturador;
VII - Bomba;
X - Alternador.
38
Para este tipo de instalação o rendimento é definido como sendo:
(𝑃1 + 𝑃2 + 𝑄𝐼𝑉 ) 𝑃 ℎℎ . 𝑚ℎ
𝜂≅ = +
𝑄1 ℎ1 . 𝑚1 ℎ1 . 𝑚1
Sendo:
𝑚1 −massa de escoamento pela parte de alta pressão (massa de entrada na turbina a vapor);
Obs.: nesta equação foi desprezada a entalpia específica da água na entrada da caldeira.
Em uma instalação deste tipo é possível obter-se uma potência constante para uma gama bastante
grande de variação da massa 𝑚ℎ para o processo, o que muitas vezes é de grande interesse técnico-
econômico.
39
9. Bibliografia
40