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Encontro Nacional BETÃO ESTRUTURAL - BE2016

FCTUC – 2 a 4 de novembro de 2016

Novo Centro de Escritórios e Congressos em Lisboa –


Reconversão profunda a partir de um conjunto de edifícios de
betão armado existentes

Nuno Travassos1 João Sousa Dias2 Hugo Rodrigues3 Rui Pombo4 João Appleton5

Resumo

O novo centro de escritórios e congressos é instalado num conjunto de edifícios já existentes,


correspondentes a uma obra inacabada no final do século XX. Para estes havia sido projectado um
centro comercial, complementado nos pisos superiores por escritórios e habitação.

A obra de adaptação de estruturas concluída em 2015 materializou a reformulação profunda que foi
projectada para a ocupação destes edifícios.

Os 4 edifícios existentes, designados como edifícios 1 a 4, ocupam a totalidade de um lote de terreno


de largura variável, que se estende desde a Avenida da Republica até à Rua das Picoas, junto ao
Saldanha, em Lisboa.

A reformulação arquitectónica implicou modificações muito significativas na ocupação e


funcionamento dos edifícios. A estrutura dos edifícios originais, em betão armado, foi agora sujeita a
uma alteração significativa, correspondendo nalgumas zonas ao aproveitamento com adaptação da
estrutura existente e noutras recorrendo à demolição do existente seguida da reconstrução com
soluções de betão armado e betão armado pré-esforçado, implicando diversas situações de ligação de
betões com idades muito diferentes. A reformulação referida conduziu a situações que implicaram a
adição de um conjunto significativo de pilares e paredes novas, assim como novos pavimentos com
vãos até 26m, implicando por isso estruturas por vezes tão distintas que deram origem à opção de
demolição integral dos edifícios 1 e 3, assim como da demolição do edifício 2 acima do piso -1.

As intervenções realizadas nas estruturas assumiram um peso significativo no valor da obra, em face
da profunda reformulação funcional dos diversos espaços, mas também pela necessidade de conferir
aos edifícios a necessária resistência sísmica, deficitária antes desta intervenção no edifício 4, e
correcção de anomalias estruturais.

Palavras-chave: Reabilitação, Reforço, Betão Armado, Betão Armado Pré-Esforçado

1
A2P Consult Lda, Lisboa, Portugal; e-mail: nuno.travassos@a2p.pt
2
A2P Consult Lda, Lisboa, Portugal; e-mail: joao.sousadias@a2p.pt
3
A2P Consult Lda, Lisboa, Portugal; e-mail: hugo.rodrigues@a2p.pt
4
A2P Consult Lda, Lisboa, Portugal; e-mail: rui.pombo@a2p.pt
5
A2P Consult Lda, Lisboa, Portugal; e-mail: joao.appleton@a2p.pt
Travassos, Sousa Dias, Rodrigues, Pombo e Appleton

1. INTRODUÇÃO

O novo centro de escritórios e congressos é instalado num conjunto de edifícios já existentes,


correspondentes a uma obra inacabada no final do século XX. Para estes havia sido projectado um
centro comercial, complementado nos pisos superiores por escritórios e habitação.
A obra de adaptação de estruturas concluída em 2015 materializou a reformulação profunda que foi
projectada para a ocupação destes edifícios.
Os 4 edifícios existentes, designados como edifícios 1 a 4, ocupam a totalidade de um lote de terreno
de largura variável, que se estende desde a Avenida da Republica até à Rua das Picoas, junto ao
Saldanha, em Lisboa.
Os edifícios originais formam um conjunto contínuo, separados por juntas de dilatação. Dispõem de 5
caves comuns, as quais correspondem a 6 do lado da Rua das Picoas em face da diferença de cotas
entre as duas ruas. Sobre as caves desenvolviam-se volumes diferentes. Na Avenida da República
existiam 11 pisos elevados acima do nível térreo, destinados a escritórios. Na Rua das Picoas existiam
6 níveis elevados, destinados a habitações. Na zona central existiam apenas dois níveis elevados acima
do térreo, destinados a zonas comerciais. Todas as zonas térreas eram repartidas entre funções de
acesso (circulação pedonal ou estacionamento) e áreas comerciais (maioritárias). A futura ocupação
mantém o número de pisos em cada edifício.
A estrutura dos edifícios originais, em betão armado, foi agora sujeita a uma alteração significativa,
correspondendo nalgumas zonas ao aproveitamento com adaptação da estrutura existente e noutras
recorrendo à demolição do existente seguida da reconstrução com soluções de betão armado e betão
armado pré-esforçado, implicando diversas situações de ligação de betões com idades muito
diferentes.

2. DESCRIÇÃO E CONDICIONAMENTOS DO EXISTENTE

Os edifícios existentes apresentavam-se com a estrutura concluída, a qual era constituída por soluções
correntes em betão armado, com vãos regulares de 7 a 8m. Os pavimentos recorriam em geral a lajes
fungiformes aligeiradas com moldes de aligeiramento recuperáveis. Esta solução foi usada na
generalidade dos pisos de estacionamento, áreas comerciais e escritórios. Apenas nos pisos de
habitação foram utilizadas lajes maciças suportadas em alguns alinhamentos de vigas. As fundações
eram constituídas por sapatas.
Na envolvente do lote, as paredes de contenção fazem fronteira com logradouros vizinhos sem
construções ou com edifícios sem caves ou apenas uma cave. As paredes de contenção haviam sido
realizadas com ancoragens, mas as mesmas já haviam sido desactivadas. Esta situação condicionou as
intervenções de demolição abaixo do piso 0.

3. SOLUÇÃO ESTRUTURAL INERENTE À REFORMULAÇÃO

A reformulação arquitectónica implicou modificações muito significativas na ocupação e


funcionamento dos edifícios 1 a 3, das quais se destaca a alteração completa da geometria das rampas
de acesso entre pisos de estacionamento nas caves e dos pisos de habitação situados no edifício 1,
novos acessos verticais nos edifícios 1 a 3, relocalização e reformulação de zonas técnicas igualmente
nas caves e principalmente a introdução do centro de congressos no edifício 2 e de espaços
polivalentes no edifício 3. Estes caracterizam-se pelo requisito de vãos grandes e pés-direitos distintos
do existente, pelo que implicaram reformulações profundas nas estruturas originais.
Estas situações implicaram a adição de um conjunto significativo de pilares e paredes novas, assim
como novos pavimentos com vãos até 26m, implicando por isso estruturas por vezes tão distintas que
deram origem à opção de demolição integral dos edifícios 1 e 3, assim como da demolição do edifício
2 acima do piso -1.
A adopção de vãos grandes e consequente maior concentração de cargas num número mais limitado de
elementos verticais, assim como uma localização distinta das fundações existentes, implicou o recurso
a soluções de reforço com micro-estacas e prolongamento das fundações existentes e utilização de

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novas fundações. No caso dos reforços, sempre que as novas estruturas verticais coincidiam com
sapatas existentes, as novas cargas implicariam tensões no solo excessivas. Esta situação foi resolvida
com a adição de micro-estacas, ligadas às sapatas existentes em furos realizados por carotagem nas
mesmas, transformando-as em maciços de encabeçamento de estacas, tirando partido da espessura em
geral significativa das sapatas originais.
No edifício 4, as alterações de arquitectura foram mais limitadas, permitindo manter a estrutura na sua
quase totalidade. Contudo, neste edifício, foi necessário proceder a reforços associados a deficiências
de funcionamento estrutural e a situações mais pontuais decorrentes da nova arquitectura.

Figura 1 – Planta geral do piso -4 com a zonas completamente demolidas a cinza menos intenso e zonas
demolidas com preservação de armaduras a cinza mais escuro

Figura 2 – Corte longitudinal (projecto de arquitectura – RCA/SA)

3.1. Edifício 1

Este edifício é destinado a habitação acima do piso 2 inclusive (referido à Avenida da República),
acessos no piso 1 e estacionamento e acessos de viaturas no piso 0 e inferiores.
Era na parte destinada a habitação que se encontrava um número muito elevado de anomalias. A esta
situação acrescia a existência de um pé-direito muito baixo na generalidade destes pisos, situação que
o novo projecto de arquitectura pretendeu corrigir. Também os futuros pisos -2, -1, 0 e 1 necessitavam
de ser reposicionados altimetricamente de acordo com as funcionalidades previstas no projecto de
arquitectura. Os núcleos de escadas e elevadores tiveram de ser reformulados em todos os pisos de
acordo com o mesmo projecto, assim como as rampas dos restantes pisos de estacionamento.

Por estes motivos, tornou-se necessária a demolição integral do edifício incluindo todos os núcleos de
paredes em torno dos elevadores e escadas e ainda as lajes em rampa nas caves, mantendo-se apenas
as paredes de contenção no limite do lote. Foi prevista a relocalização de todos os pilares e núcleo de
escadas e elevadores. Esta demolição implicou a realização de novas ancoragens e escoras de canto
nas paredes de contenção para garantir a sua segurança na ausência das lajes que se demoliram.
As novas estruturas recorrem a soluções correntes de betão armado, com a utilização de espessuras de
lajes na ordem de 0.20m, apoiadas em faixas mais espessas com 0.32/0.36m conforme a grandeza dos
vãos.

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Tendo em conta que a arquitectura projectou uma reorganização significativa das cotas das lajes de
estacionamento, resultou deste processo a existência de situações em que o pé-direito final ficou muito
maior. Para esta nova situação, a parede de contenção deixou de verificar a segurança, razão pela qual
foi necessário adoptar novas lâminas de betão armado, pregadas às paredes originais, assegurando o
seu reforço para a fase de exploração do edifício.

Figuras 3 e 4 – Demolição do edifício 1, novas ancoragens na contenção existente e pregagens nas paredes para
adição de parede complementar para reforço da existente

3.2. Edifício 2

O novo projecto de arquitectura previu a transformação dos pisos -1 a 2 deste edifício, com a
instalação de um grande auditório nos pisos -1/0, salas de reuniões e 2 pequenos auditórios no piso 1,
respectivos espaços de apoio também nestes pisos, uma grande zona de acessos com duplo a triplo pé-
direito e reformulação da cobertura ao nível do piso 2. Nos pisos -2 e inferiores permaneceu a função
de estacionamento e acessos de viaturas.
As novas funcionalidades neste edifício acima do piso -1 não eram compatíveis com as estruturas
originais, pensadas para outra arquitectura que admitia um número de pilares muito mais significativo
por se desenvolver através de espaços muito mais pequenos. Deste modo foi prevista a demolição
integral da estrutura acima do piso -1, excepto as paredes da contenção e dos pilares até à cota da
bancada.
Surgiu assim a necessidade de criar uma laje em rampa de modo a servir de base à zona de bancada do
auditório grande e, sobre este, a necessidade de uma laje de grande vão com cerca de 21m. Sobre este
auditório localizam-se auditórios mais pequenos e salas de reuniões, para as quais se pretendeu um
nível de versatilidade elevado, implicando a mesma necessidade de ausência de pilares presente no
auditório grande. Deste modo a solução de laje que serve de tecto ao grande auditório é repetida no
piso acima.
As estruturas verticais que tiveram de ser criadas para suportar as novas lajes neste edifício, só
puderam ser implantadas nas paredes de contorno do auditório grande, as quais foram alinhadas com
as recíprocas no piso superior e compatibilizadas com os atravessamentos necessários às circulações e
acessos nos vários pisos, que implicaram um conjunto significativo de aberturas nestas paredes.
Concebeu-se uma solução constituída por paredes distribuídas por dois alinhamentos paralelos laterais
aos espaços indicados. Estas foram prolongadas até ao nível -5 onde foram fundadas no terreno. A sua
localização foi articulada com a disposição dos estacionamento nos pisos -2 a -5, sendo estas lajes
atravessadas pelas novas paredes, constituindo por isso um apoio suplementar para as mesmas. A
demolição necessária para estes atravessamentos teve um carácter local, na qual foram mantidas as
armaduras das lajes para sua ligação às novas paredes e pilares em betão armado.
A nova bancada do auditório grande foi realizada com uma solução tradicional em betão armado,
apoiada no topo recém-criado nos pilares existentes, nas novas paredes interiores e nas paredes de

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contenção. Os pavimentos ao nível dos pisos 1 e 2 têm vãos máximos de 21m, sendo os mesmos
constituídos por uma solução em betão armado pré-esforçado, com faixas mais espessas com 0.70m
onde se instalou o pré-esforço. De modo a tornar mais económica a solução, prolongou-se estas faixas
para além dos 21m, de modo a ir buscar um efeito de contrapeso, por intermédio de vãos adjacentes e
evitando vãos simplesmente apoiados. Entre estas faixas recorreu-se a lajes com 0.25/0.35m,
conforme as cargas e vãos em causa (3 a 8.3m entre faces das faixas com 0.70m).

Figuras 5 e 6 – Aspecto geral do edifício 1 e 2 em fases distintas da obra (demolições finalizadas à esquerda e
obra finalizada à direita)

Figuras 7 e 8 – Laje após demolições antes da adição de armadura de reforço em ambas as faces e nova
betonagem para criação de zona maciça (à esquerda) e armaduras de espera deixadas após demolição de zona a
reformular e a reconstruir em betão armado

Figura 9 – Prolongamento da parede de contenção acima do piso 0 nos edifícios 2 e 3

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Figura 10 – Aspecto do auditório e respectiva cobertura (piso 1), constituída por faixas com 0.70m em betão
armado pré-esforçado com 21m e parede de suporte

Figura 11 – Antevisão do auditório (imagem RCA)

Figura 12 – Uma das paredes de suporte das lajes do edifício 2 (localização de aberturas)

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Figura 13 – Aspecto do espaço polivalente no piso 1 (sobre o auditório) e respectiva cobertura (piso 2), com uma
solução estrutural idêntica do piso 1

Figura 14 – Piso 2 – Edifício 2 e 3 – Distribuição das faixas e vigas pré-esforçadas

3.3. Edifício 3

O novo projecto de arquitectura previu a transformação dos pisos -1 a 2 deste edifício, com a
instalação de espaços polivalentes no piso -1 e 0, sendo este último dotado de duplo pé-direito por
eliminação de grande parte do piso 1 neste edifício e reformulação da cobertura ao nível do piso 2.
Nos pisos -2 e inferiores permaneceu a função de estacionamento e acessos de viaturas, mas com a
eliminação do núcleo de escadas existente e reposicionamento de pilares. Todo o interior do edifício 3
original foi demolido mantendo-se apenas as paredes de contenção.
De acordo com o estabelecido com a arquitectura, o espaço polivalente de 500 m² no piso -1 pôde ter
pilares no interior, em face das dificuldades inerentes à implementação de solução de pré-esforço
decorrentes de este espaço estar quase totalmente rodeado de paredes de contenção. A disposição e
forma dos novos pilares foi ajustada à nova arquitectura, optando-se pela criação de um conjunto de
novos pilares desde a fundação, em substituição dos anteriores e em substituição do núcleo existente
nesta zona. O piso 0 tem um nível de importância funcional superior e por conseguinte só pode ter um
número de pilares muito reduzido, implicando, por conseguinte, um espaço amplo com cerca de 20m
por 26m sobre o mesmo. A solução prevista é similar à do edifício 2, sendo o pavimento do piso 2
constituído por uma solução em betão armado pré-esforçado, com faixas mais espessas com 0.70m
onde se instalou o pré-esforço. A largura destas faixas foi condicionada pela quantidade de pré-esforço

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necessário, tal como no edifício 2. Entre estas faixas recorreu-se a lajes com 0.25m. No piso 0
recorreu-se a lajes novas com 0.30m suportadas por bandas com 0.50m de espessura. No pisos -1 a -4
recorreu-se a lajes novas com 0.25m suportadas por bandas com 0.40m de espessura. Esta distinção
entre piso 0 e inferiores para efeito das lajes decorre de serem previstas cargas superiores na utilização
no piso 0. Estas bandas são apoiadas em paredes e novos pilares interiores, atrás referidos.

Figura 15 – Cobertura do edifício 3, constituída por faixas com 0.70m em betão armado pré-esforçado apoiadas
numa viga com 20m igualmente pré-esforçada

Figura 16 – Vista do piso 0, piso 1 e da face inferior da cobertura do edifício 3

Figura 17 – Perspectiva da sala polivalente no piso 0 do edifício 3

3.4. Edifício 4

O edifício 4 manteve a sua ocupação de escritórios acima do piso 2, mas houve uma reorganização das
couretes em lajes, com fecho de algumas e abertura de outras com dimensão relevante, situação que
implicou alguns reforços, bastante condicionados em resultado de estas situações se situarem em
zonas de laje aligeirada. Na fachada foram eliminados 2 pilares existentes em toda a altura do edifício.
Para compensar o aumento de vão nas lajes do piso 2 e seguintes para 13m, foi adoptada uma nova
viga em cada piso na fachada, reforçada uma faixa de laje adjacente à viga e reforçados por

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encamisamento com betão armado os 2 pilares próximos aos pilares removidos. As lajes do piso 1 e a
laje de cobertura foram integralmente reformuladas em conformidade com a nova arquitectura. No
caso da cobertura, foi utilizada uma solução pré-esforçada na consola com cerca de 5m em toda a
frente do edifício.
Verificou-se ainda a existência de desaprumos não desprezáveis nem resolúveis apenas por via de
cálculo nos pilares existentes neste edifício, em virtude da grandeza dos desaprumos e do nível de
cargas envolvidos nestes pilares inerente ao número elevado de pisos. Para a resolução desta situação,
previu-se o encamisamento dos pilares existentes com betão, com espessura adicionada variável à
volta do fuste dos pilares existentes, de modo a que a geometria final resultasse em pilares aprumados
de piso para piso.

Figuras 18 e 19 – Piso tipo de escritórios, planta de demolições (à esquerda) e planta final (à direita) com
localização a sombreado das zonas reforçadas com novas armaduras e betão

Figura 20 – Vista junto à fachada do edifício 4 – Picagem superficial das faces da laje junto ao bordo antes da
realização da nova viga e da remoção dos dois pilares circulares

Figuras 21 e 22 – Pilares resultantes do encamisamento dos pilares originais do edifício 4

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Figura 23 – Encamisamento de pilares existentes – Situação tipo

A análise sísmica global permitiu concluir a utilidade de adoptar vigas nos restantes lados dos pisos 2
e seguintes, melhorando dessa forma a ligação entre as lajes e a estrutura vertical. Ainda desta análise
e em face das armaduras efectivamente existentes nas lajes, foi necessário a adição de armaduras
complementares nos pisos 2 e seguintes, incluindo reforço à flexão em ambas as faces das lajes e ao
punçoamento. Para este efeito foram criados capiteis em betão armado, executados após a realização
de picagem superficial das superfícies existentes. Esta tarefa foi objecto de várias experiências em
obra para a escolha da técnica de execução mais adequada, tendo-se optado pela utilização de martelos
ligeiros apoiados em robots. O resultado final correspondeu a um pequeno ressalto em ambas as faces
das lajes, sendo estes ressaltos ocultados pelo pavimento técnico já previsto para os escritórios e pelos
tectos falsos correntes.

Figura 24 – Aspecto de um piso de escritórios do edifício 4 durante a intervenção (fachada principal do lado
esquerdo)

Figuras 25 a 28 – Execução de novos capiteis em betão armado no edifício 4 – Face superior e face
inferior com adição de armaduras de flexão e punçoamento

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A aplicação do betão foi feita de forma distinta, tendo-se recorrido a um betão moldado nas faces
superiores das lajes e a betão projectado na face inferior, com acabamento com talocha.

Figuras 29 e 30 – Fachada de tardoz do edifício 4 – novas vigas em betão armado no perímetro das lajes

Concluiu-se ainda, em virtude da acção sísmica, a necessidade de adoptar 4 novas paredes em betão
armado acima do piso 0, as quais foram localizadas nas empenas. Complementarmente, na fachada de
tardoz, a reformulação do núcleo de escadas na Arquitectura, implicou a reconstrução do mesmo, com
introdução de duas novas paredes em betão armado.

4. CONCLUSÕES

As intervenções realizadas nas estruturas assumiram um peso significativo no valor da obra, em face
da profunda reformulação funcional dos diversos espaços, mas também pela necessidade de conferir
aos edifícios a necessária resistência sísmica, deficitária antes desta intervenção no edifício 4, e
correcção de anomalias estruturais.

5. AGRADECIMENTOS

Os autores expressam o seu agradecimento à equipa de Arquitectura, ao Eng. Carlos Victorino


(representante do dono de obra), ao Eng. Lobato Braz e ao Eng. João Nunes (fiscalização) e ao Eng.
Hortas Pita e demais engenheiros da parte do construtor, assim como aos elementos da equipa que
ajudaram na realização desta obra. Os projectos realizados contaram ainda com a colaboração do Eng.
Marco Figueiredo, à data no A2P.

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