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nlSA IMASOTrOMANO
ELOISA BIASOTTO MANO
LIVRARIA
TRIÂNGULO
EDITORA
LTDA.
Art. 103 Quem editar obra literária, artística ou científica, sem autorização
do titular, perderá para este os exemplares que se apreenderem e
pagar-lhe-á o preço dos que tiver vendido.
Art. 104 Quem vender, expuser à venda, ocultar, adquirir, distribuir, tiver
em depósito ou utilizar obra ou fonograma reproduzidos com
fraude, com a finalidade de vender, obter ganho, vantagem, pro-
veito, lucro direto ou indireto, para si ou para outrem, será so-
lidariamente responsável com o contrafator, nos termos dos artigos
precedentes, respondendo como contrafatores o importador e o
distribuidor em caso de reprodução no exterior.
2- reimpressão - 2000
a — are
Á — Angstrom
ABNT — Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABS —terpolímero de acrilonitrila-butadieno-estireno [acry-
lonitrile-butadiene-styrene terpolymer}
AFNOR — Association Française de Normalisation
Al — alumínio
AN —acrilonitrila [ acrylonitrile]
ASA — copolímero de acrilonitrila-estireno-acrilato de alquila-
butadieno [acrylonitrile-styrene-alkyl acrylate-buta-
diene copolymer]
ASTM — American Standards for Testing and Materials
atm — atmosfera
h - boro
H - mistura [ blend\R - elastômero de butadien
BTU — unidade térmica britânica G — graft, enxerto
C — carbono AGm — energia livre de mistura
C — Coulomb gal — galão
Ca — cálcio gpm — galão por minuto
C AC — acetato de celulose [cellulose acetate] GRP — poliéster reforçado com fibra de vidro [fiberglass rein-
cal — caloria force dpoly ester ]
CIIR — elastômero de isopreno-isobutileno clorado [ chlorina-
ted isoprene-isobutylene rubber] h — hora
cm — centímetro AHm — entalpia de mistura
CM — carboxi-metil-celulose [carboxy methyl cellulose} ha — hectare
CN — nitrato de celulose [ cellulose nitrate] HDPE — polietileno de alta densidade [ high density polyethy-
CONMETRO — Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e lene}
Qualidade Industrial HDT — temperatura de distorção ao calor [ heat distortion
CPE — polietileno clorado [ chlorinated polyethylene] temperature]
CPVC — poli( cloreto de vinila) clorado [chlorinated poly(viny l HEC —hidroxi-etil-celulose [hydroxy ethylcellulose]
cbloride] Hg — mercúrio
Cr — cromo HIPS — poliestireno de alto impacto [ high impactpolystyrene]
CR — elastômero de cloropreno [ cbloroprene rubber\E hm
— polietileno cloro-sulfonado — hectometro
[ chlorosulfonated poly-
HP — cavalo de força
ethylene] IIR — elastômero de isopreno-isobutileno [ isobutylene-iso-
cv — cavalo-vapor prene rubber]
in — polegada
D — Debye INMETRO — Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e
dam — decametro
Qualidade Industrial
DIN — Deutsche Institut fíir Normung
IR — elastômero de isopreno [ isoprene rubber]
dm — decímetro
ISO — International Organization for Standardization
DNA — ácido desoxi-ribonucleico [ desoxyribonucleic acid]
IUPAC — International Union of Puré and Applied Chemistry
ER — resina epoxídica [epoxy resin] K — Kelvin
EPDM — elastômero de dieno-propileno-etileno [ ethylene-pro- kcal — quilocaloria
pylene-diene monomer rubber] kg — quilograma
EVA — copolímero de etileno-acetato de vinila [ ethylene-vi- kgf — quilograma-força
nyl acetate copolymer] km — quilómetro
kW — quilowatt
<|> , — fração volumétrica do componente i kWh — quilowatt-hora
FRP — poliéster reforçado com fibra de vidro [fiberglass rein-
f orce d poly éster] f — litro
ft - pé fb — libra
fbf — libra-força
K - grama fbm — libra-massa
— grat, enxerto LCP -polímero líquido-cristalino [liquidcrystalpolymer]
— polietilieno de baixa densidade [low density polyethy- PA — poliamida [polyamide]
lene] PA-6 — poliamida-6 [polyamide-6]
PA-6,6 —poliamida-6,6 \polyamide-6,6]
— metro PA-6,10 — poliamida-6,10 \polyamide-6,10}
— micron PA-11 — poliamida-11 \polyamide~l l ]
— acrilato de metila [ methyl acrylate] PABM — poli(amino-bis-maleimida) [poly(amino-bis-maleimi-
— anidrido maleico [ maleic ankydride\ copolímero de metacrilato de metila-butadieno-estire- de\I —poli(amida-imida) \poly(amide imide
— segundo
— entropia de mistura
— copolímero de estireno-acrilonitrila [síyrene-acryloni-
tríle copolymer]
— elastômero de butadieno-estireno \styrene-butadiene
rubber\ silício
- Sistema Internacional
— tonelada
ALFABETO GREGO
1. A a Alfa
2. B P Beta
3. r y Gama
4. A d Delta
5. E £ Épsilon
6. Z í Zeta
7. H n Eta
8. 0 e Teta
9. 1 t lota
10. K K Capa
11. A A Lambda
12. M M Mi
13. N v Ni
14. ^^ 1 Xi (es)
15. Õ 0 Ômicron
16. n TI Pi
17. p e Rô
18. s a Sigma
19. T T Tau
20. Y U Ipsilon
21. <J> # Fi
22. X X Ki
23. V V Psi
24. Q CU Ômega
ÍNDICE GERAL
Página
Capítulo l. Introdução l
Bibliografia recomendada 5
Capítulo 2. Propriedades que caracterizam os
materiais 7
l. Propriedades físicas 7
1.1. Propriedades mecânicas 8
1.1.1. Resistência à tração . x 9
1.1.2. Alongamento na ruptura 10
1.1.3. Módulo de elasticidade 11
l. l .4. Resistência à compressão 13
1.1.5. Resistência à flexão 13
1.1.6. Resistência à fadiga 16
1.1.7. Resistência ao impacto 16
1.1.8. Dureza..K 16
1.1.9. Resistência à fricção 18
1.1.10. Resistência à abrasão 18
1.2. Propriedades térmicas 18
1.2.1. Calor específico 19
1.2.2. Condutividade térmica 21
1.2.3. Expansão térmica 21
1.2.4. Fusão cristalina 23
1.2.5. Transição vítrea 25
1.2.6. Temperatura de distorção ao calor 25
Página Página
1.3. Propriedades elétricas 27 Bibliografia recomendada 129
1.3.1. Rigidez dielétrica 28
1.3.2. Resistividade volumétrica 29 Capítulo 4. Perfis de propriedades dos materiais 133
1.3.3. Constante dielétrica 30 Capítulo 5. Métodos para a avaliação das principais caracte-
1.3.4. Fator de potência 30 rísticas dos materiais 165
1.3.5. Resistência ao arco 31 1. Propriedades físicas 165
1.4. Propriedades óticas 32 1.1. Propriedades mecânicas 165
1.4.1. Transparência 32 1.2. Propriedades térmicas 166
1.4.2. índice de refração 32 1.3. Propriedades elétricas 166
1.5. Outras propriedades físicas 34 1.4. Propriedades óticas 167
1.5.1. Densidade 34 1.5. Outras propriedades físicas 167
1.5.2. Estabilidade dimensional 36 2. Propriedades químicas 167
2. Propriedades químicas 37 3. Propriedades físico-químicas 168
2.1. Resistência à oxidação 37
2.2. Resistência à degradação térmica 37 Capítulo 6. Interconversão de unidades de medida 169
2.3. Resistência à radiação ultravioleta 38 1. Comprimento 170
2.4. Resistência à água 39 2. Área 170
2.5. Resistência a ácidos 39 3. Volume 171
2.6. Resistência a bases 39 4. Massa 171
2.7. Resistência a solventes e reagentes 40 5. Força 172
2.8. Inflamabilidade 41 6. Velocidade 172
3. Propriedades físico-químicas 42 7. Pressão 172
3.1. Permeabilidade 42 8. Energia 173
Bibliografia recomendada 45 9. Potência 173
10. Temperatura 173
Capítulo 3. Materiais de engenharia 47 11. Ângulo 173
1. Materiais de engenharia clássicos 48 12. Massa específica 174
1.1. Madeiras 48 13. Vazão 174
1.2. Cerâmicas 51 14. Viscosidade 174
1.3. Vidros 54 15. Momento dipolar 174
1.4. Metais 58 16. Massa/comprimento do fio têxtil 174
2. Materiais de engenharia poliméricos sintéticos 59
2.1. Sistemas poliméricos simples 63 Bibliografia recomendada 175
2.1.1. Plásticos de engenharia de uso geral 82 índice de Quadros 177
2.1.2. Plásticos de engenharia de uso especial 93 índice de Figuras 179
2.2. Sistemas poliméricos mistos 111 índice de Assuntos . 182
2.2.1. Sistemas poliméricos miscíveis 113
2.2.2. Sistemas poliméricos imiscíveis 115
2.2.2.1. Compósitos 124
Capítulo l
INTRODUÇÃO
Quadro l. Evolução do uso de elementos estruturais pelo homem brimento do ferro, assim como o do cobre, deu-se em regiões <j
tintas e sem influência recíproca.
Evolução histórica Ano Material Na Idade Antiga, despontam as grandes civilizações dos f^,
25.000 AC Madeira cios, egípcios, gregos e romanos; estendeu-se até aproximadarr>e
3 ré-história Idade da Pedra até Pedra lascada te 500 DC, e foi marcada pela queda de Constantinopla. Por «ç.
6.500 AC Pedra polida
tempo, surgiu o vidro. Esse material de engenharia teve seu de^e
Cobre volvimento associado ao grande uso, na época, sob a forma de j
6.500 AC Estanho
5roto-história Idade dos Metais até Bronze dras preciosas artificiais e outras peças de adorno.
1.500 AC Ferro Na Idade Média, apareceram como materiais de engenharia c
Cerâmica trás ligas metálicas e na Idade Moderna, o concreto.
Idade Antiga 4.000 AC A Idade Contemporânea é a que vivemos, e tem sido marc;a
ou até Vidro por grandes inovações no que diz respeito aos materiais de er^
Antiguidade 500 AC
nharia, paralelamente ao vertiginoso desenvolvimento da tec:r
Idade Média 500
ou até Ligas metálicas
logia.
Historia Medieval 1.500 No início do século XX, surgiu um fato que marcou profun*c
1.500
mente a história da humanidade. Ficou provado que alguns rnai
Idade Moderna até Concreto riais, produzidos pela Química incipiente do final do século e q
1.800 até então eram considerados como colóides, consistiam na vê rd. a
1.800 de moléculas gigantescas, que podiam resultar do encadeam^r
Idade Contemporânea
até
Polímeros de 10.000 ou mais átomos de carbono. Esses produtos de sínt<
os dias
atuais
apresentavam repetição de pequenas unidades estruturais em s
longa cadeia principal, e assim foram denominados polímeros (
grego, "muitas partes"). Uma grande parte dos produtos enç0
truídos grandes monumentos funerários de pedra, conhecidos co- trados na Natureza é também constituída por imensas molécxi
mo monumentos megalíticos. — como a madeira, a borracha, a lã, o DNA e muitos outr<
A Pré-história teve duração muito maior do que as demais fases Quando suas estruturas químicas não apresentavam unidades
da existência do homem no planeta. Nem todos os povos atraves- truturais regularmente repetidas, essas moléculas foram cham^c
saram os mesmos estágios simultaneamente. O Egito vivia plena- macromoléculas. Os memoráveis trabalhos de Staudinger*, cori
mente nos tempos históricos, enquanto muitos países europeus se borados pelas investigações de outros pesquisadores, como Mark
achavam culturalmente na Pré-história. Ainda hoje, certos povos e Marvel* * *, comprovaram que a natureza dessas macromoléc\
não-civilizados estão em plena fase neolítica. era semelhante à das moléculas pequenas, já conhecidas, e pç>
A Idade dos Metais seguiu-se à Idade da Pedra. Caracterizou-se
pelo começo da substituição da pedra pelo metal. O primeiro me- Hermann Staudinger, nascido na Alemanha, 1881-1965; Prémio Nobel de Q\JÍ
tal empregado pelo homem foi o cobre, cujo uso começou no Egi- ca em 1953. É considerado o Pai dos Polímeros.
to, pouco depois de 4000 AC, estendendo-se pelo Oriente Próxi- Herman F. Mark, nascido na Áustria em 1895, renomado por seus trabalhos
ciência e tecnologia de polímeros.
mo; ligado ao estanho, deu origem ao bronze. O ferro foi usado Cari S. Marvel, nascido nos Estados Unidos, 1895-1988, notável por seus ruarti
primeiramente pelos hititas, a partir de 150 AC, e posteriormente sós trabalhos sobre síntese e constituição de polímeros e sobre polímeros ter JHOe
por outros povos orientais. Admite-se, no entanto, que o desco-
líl.OISA KIASOTTOMANO
POLÍMEROS COMO MATERIAIS DE i N c . l i N H A K I A
1. Propriedades físicas
As propriedades físicas são aquelas que não envolvem qualquer
modificação estrutural a nível molecular dos materiais. Dentre
elas, incluem-se as propriedades mecânicas, térmicas, elétricas e
óticas. Essas características são avaliadas por métodos clássicos,
muitas vezes empíricos, descritos em detalhes nas Normas de cada
país, quando existem.
As normas brasileiras são elaboradas pela Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT), e ainda são em número insuficiente
para todos os materiais poliméricos. As normas americanas, Ame-
rican Standards for Testing and Materials (ASTM), e britânicas,
Eritish Standards (BS), são bastante completas; as normas alemãs,
preparadas pela Deutsche Institut fúr Normung (DIN), francesas,
sob a responsabilidade de Association Française de Normalisation
(AFNOR), e internacionais, a cargo da International Organization
for Standardization (ISO), são também muito úteis. A caracteriza-
ção dos produtos brasileiros é encontrada, em geral, obedecendo
às normas ASTM.
KLOISA BIASOTTOMANC) l Ml l;i IS i ' 'M' iMATI Kl MS Dl l Nul.NHAKIA
As propriedades mecânicas compreendem a totalidade das pro- A resistência ã tração, ou resistência à tração na ruptura, ou te
priedades que determinam a resposta dos materiais às influências nacidade de um material, é avaliada pela carga aplicada ao mate
mecânicas externas; são manifestadas pela capacidade de esses ma- rial por unidade de área, no momento da ruptura. Na Figura 2
teriais desenvolverem deformações reversíveis e irreversíveis, e re- encontra-se a resistência à tração dos materiais poliméricos mai
sistirem à fratura. comuns, bem como de materiais de engenharia clássicos. Nota-s
Essas características fundamentais dos materiais são geralmente que os polímeros têm valores de resistência à tração todos muiti
avaliadas por meio de ensaios, que indicam diversas dependências baixos (abaixo de 10 kgf/mm 2 ), bem maiores quando se trata d
tensão-deformação. Entretanto, esses ensaios são insuficientes para fibras; os metais apresentam resistência muito elevada, até 10i
descrever completamente os materiais poliméricos também a nível kgf/mm 2 . Esses resultados são comumentes expressos, tanto na li
molecular. Assim, as características moleculares dos polímeros, que teratura como na indústria, em MPa, Pa, N / m 2 , kgf/mm 2 . O
se refletem nas suas propriedades mecânicas, podem ser quantifica- métodos ASTM D 412, D638 e D 882 descrevem os ensaios.
das através de métodos cujo empirismo é contrabalançando pelo ri-
gor das condições, estabelecidas nas normas técnicas de cada país.
As propriedades mecânicas mais importantes decorrem de pro- 125
cessos onde há grandes relaxações moleculares, como relaxação sob
tensão, escoamento sob peso constante e histerese. Essas relaxações
dependem muito da temperatura, da capacidade de desenvolver
deformações reversíveis pronunciadas, que são maiores em elastô- 100
meros vulcanizados, e da íntima correlação entre processos mecâ-
nicos e químicos, os quais se influenciam mutuamente de modo
iD)
ít
substancial.
75
Os polímeros com cadeias formadas por anéis aromáticos, inter-
ligados por um ou dois átomos pertencentes a grupos não-parafí- .TO
nicos, oferecem maior dificuldade à destruição da ordenação ma- TO
y
cro molecular, e assim apresentam propriedades mecânicas mais c 50
elevadas, as quais se mantêm ao longo de uma ampla faixa de
temperatura.
Serão abordadas as seguintes propriedades mecânicas: resistên-
cia à tração, alongamento na ruptura, módulo de elasticidade, re- 25
sistência à compressão, resistência à flexão, resistência à fadiga, re-
sistência ao impacto, dureza, resistência à fricção e resistência à
abrasão.
Os polímeros aos quais essas propriedades se referem estão repre- 12 10 12 1314 15 16 17 18192021 22
sentados por siglas; as informações foram colhidas na literatura,
procurando-se sempre os dados relativos aos materiais com o míni-
mo de aditivos e registrando-se as faixas de valores encontrados. Figura 2. Resistência à tração de diversos materiais a 20-25°C
10 ELOISAHIASOI K l MANO riillMI K t i M o M D M A l h U l A I S D I l NI ,l-Nl l ARI A
O alongamento na ruptura representa o aumento percentual do O módulo de elasticidade é medido pela razão entre a tensão
comprimento da peça sob tração, no momento da ruptura. Encon- deformação, dentro do limite elástico, em que a deformação é
tram-se na Figura 3 os alongamentos na ruptura dos materiais po- talmente reversível e proporcional à tensão. É chamado taml
liméricos mais comuns. Observa-se que grandes alongamentos na de módulo de Young, e se aplica tanto à tração quanto à comp
ruptura (até de 900%) são uma característica dos polímeros, em são, referindo-se à área transversal no início do ensaio. Os mó
geral, e das borrachas, em particular, especialmente a borracha na- los de elasticidade são ilustrados na Figura 4\e que os p
tural. Esse alongamento é muito pequeno nos metais e cerâmicas, meros de alta cristalinidade, ou aqueles que apresentam estruti
da ordem de algumas unidades. Os métodos de ensaio usados são rígidas aromáticas, ou ainda os polímeros reticulados, revê
os mesmos aplicados para a determinação da resistência à tração. módulo de elasticidade mais elevado. Os módulos dos polím
em geral não excedem 500 kgf/mm 2 , enquanto que, para a
bras, podem atingir 1500 kgf/mm 2 ; para os materiais cerâmi
1000, vítreos e metálicos, esses valores se encontram entre IO 3 —
kgf/mm 2 .
No caso de elastômeros vulcanizados, o alongamento ating
800
ainda na região elástica é muito grande, e assim a palavra ' 'mó
Io" é empregada tradicionalmente com outro significado: é a
ca calculada por unidade de área transversal inicial (tensão),
600 1
medida a determinadas deformações, que precisam ser explú
ro
C
B
o>
ro
400 1 l POLÍMEROS
1-LDPE
2 HDPE
3-PP
4-PS
5-PVC
das na informação (por exemplo, em borracha, módulo a 300
a tensão correspondente à tração, quando se atinge 300% de a
gamento). Os métodos de determinação do módulo de elastic
de são os mesmos já mencionados para resistência à tração.
Ul 6-PTFE
J
terial é muito cristalino, é também rígido e resiste mais à de
l
18 PR
19 UR
20 MR
21-PU mação; no entanto, sempre há uma perda de dimensão quand
22 NR
ultrapassa o limite elástico de cada material. Quando o políme
pouco cristalino, ou está acima da sua temperatura de transiçãc
23-Cerâmicas
24 Vidros
trea, há maior escoamento ("creep") e as peças sofrem defor
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1O 23 24 25 26 27
25- Alumínio
26-Cobre cão mais pronunciada, até mesmo por escoamento sob a açãc
27-Acos
seu próprio peso ("cold flow"). A recuperação é avaliada em
centual do valor da dimensão original. O método ASTM D
Figura 3. Alongamento na ruptura de diversos materiais a 20-25°C descreve a determinação da recuperação em polímeros.
12 Kl.OISA HIASOim MANO l'( II I M I - K i 'S ( ( )M( > M A I I - K I A I S l II l N( , 1 - N I I A K I A
i
2OOOO
A resiliência é determinada pela quantidade de energia dei
125OO da após a deformação, por aplicação de uma tensão. E medid
1-
8OOO
, ralmente em percentual da energia recuperada e fornece info
cão sobre o caráter elástico do material. O método ASTM D
70OO
descreve o procedimento.
50OO A histerese é um fenómeno observado em alguns materiais
qual certas propriedades, em determinado estado, dependei
3OOO estados anteriores; é comumente descrita como a memória do
• 4 r
terial para aquela propriedade.
145O O fato conhecido de algumas propriedades dos plásticos de
t derem do seu processamento (isto é, sua história térmica) è
manifestação usual da histerese. No caso de propriedades me
1OOO cãs, a histerese pode ser medida pela perda de energia durant<
, • f
-
7OO
dado ciclo de deformação e recuperação do material. Quanc
refere à resiliência, a determinação da histerese é feita pelo n
CM
•
1 do ASTM D 2231.
v^eoo -
Ê O desenvolvimento de ca/or("hezt build-up") designa o
»*-
•
1 gerado em uma sucessão de ciclos de deformação e recuper;
O)
^
1 pela transformação da energia, perdida por histerese, em en
1
térmica; essa energia devolvida causa o aumento de temper;
S 5OO 1 da peça, durante os ciclos, que é determinada pelo método A
ro
•a •
õ • POLÍMEROS
D 623, método A, e medida em °C.
•
§400 _ • 1 LDPE
2- HDPE
<U
3- PP 1.1.4. Resistência à compressão
• 4 PS
•0 5- PVC
^1
•
•_
13-GRP
14 PA 6 mativos da resistência à compressão de diversos materiais. Notí
2OO | •
| 15- PA -11
superioridade da resistência das resinas termorrígidas sobre a:
,_
16 -PA 6,6
17 PA 6,10
• 18- PR
19 UR
moplásticas, porém ainda muito inferiores à dos materiais de <
20 MR
21 PU
nharia convencionais. A medida é feita nas memas unidades u:
1OO -
—
22- NR
para a resistência à tração, pelo método ASTM D 695.
OUTROS
MATERIAIS
23 Cerâmicas
O l• ^_
"™" 24 Vidros 1 . 1 . 5 . Resistência à flexão
r
25- Alumínio
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17|18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 26- Cobre
l 27-AÇOS
A resistência à flexão representa a tensão máxima desenvo
Figura 4. Módulo de elasticidade de diversos materiais a 20-25 °C na superfície de uma barra quando sujeita a dobramento. Aj
14 I-.IOISA IIIAM MANO 1'ollMIKust O M O M A I I K I A I S I H I N i . I N H A R I A
11
TO
100 TO
n
u
r 35
IJU
3O
75
o
in
a 25
o
u
u
c 2O
50
01
Dí
POLÍMEROS
1-LDPE
2 HDPE
3 PP
4 PS
5-PVC
6 PTFE
7 PVAC
8-PMMA
9 PAN
10-ER
11- PET
l
12- PC
25 13 CRP
14- PA 6
15-PA 11
16-PA 6.6
17-PA 6.10
l
18-PR
19 UR
20- MR
21 PU
22-NR
23- Cerâmicas
24-Vidros
25-Alumínio 23 24 25 26 27
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 2O 21 22 26-CoOre
2324252627 27-Acos
* Não aplicável
Figura 5. Resistência à compressão de diversos materiais a 20-25°C Figura 6. Resistência à flexão de diversos materiais a 20-25°C
16 ELOISA BIASOTTO MANO 1'OllMI-KOSí MMoMAIIKlAIsniíl-.NUiNHARIA
1.1.8. Dureza
Não aplicável ; não quebra nas condições do ensaio.
A dureza mede a resistência ou à penetração, ou ao risco. As li-
gações cruzadas aumentam muito a dureza, e os plastificantes a Figura 7. Resistência ao impacto de diversos materiais a 20-25°C
18 ELOISABIASOTTOMANO POLÍMEROS COMO MATIÍKIAIS Dli ENGENHARIA
diminuem. Os materiais poliméricos são menos duros do que os rial; são maus condutores de calor. A capacidade de transferir
materiais cerâmicos, vítreos e metálicos. A dureza é medida em es- lor, isto é, conduzir calor, é medida pela condutividade e pela
calas arbitrárias pelos métodos ASTM D 785 e D 2240. fusibilidade térmicas. A capacidade de armazenar calor é avali;
pelo calor específico; as alterações de dimensão, devidas às n
danças de temperatura, são estimadas através da expansão téri
1.1.9. Resistência à fricção ca. Por outro lado, as modificações observadas nos materiais qu
do sujeitos a variações de temperatura são de grande importânc
A resistência à fricção , ou resistência ao deslizamento, é uma incluem as temperaturas de fusão cristalina, Tm , e de transição
propriedade importante para os materiais de engenharia. A força trea, \.
friccionai se opõe à força de deslizamento, e depende do acaba-
mento da superfície do material. Pode ser representada pelo coefi-
ciente de atrito, que é a razão entre a força de fricção e a carga 1 . 2 . 1 . Calor específico
aplicada normalmente à superfície de 2 placas superpostas entre as
quais se desenvolve o atrito. Para a maioria dos plásticos, o valor Calor específico é a quantidade de energia térmica requer
desse coeficiente está entre 0,2 e 0,8. O politetraflúor-etileno é o para elevar de 1°C a unidade de massa do material. Os me
único a exibir um coeficiente de fricção excepcionalmente baixo
(abaixo de 0,02) em quase todas as composições, independente da
adição, ou não, de lubrificante. As borrachas macias têm coefi- 0,6
ciente de fricção excepcionalmente alto (4 ou mais). É grandeza
adimensional, determinada pelos métodos ASTM D 1894 e D
3028. 0,5
tência à abrasão.
23 C
24 V
1.2. Propriedades térmicas 23242^26127
25- A
26 C
121314|15|16 17 18|19|20|21 27 - A
1
[3 t PS
>
5-PVC
6 PTFE
vem a sua determinação. Note-se que o ar, que é bom isolante tér-
3
D
7 PVAC
8 PMMA
mico, apresenta condutividade muito baixa (0,00006
3
- \ 1O L
9-PAN
10- ER cal/cm- s- °C); a porção de ar aprisionado em um material poroso
11- PET
12 PC diminui sua condutividade térmica e aumenta sua característica de
'.!
13 CRP
14- PA 6
15 PA 11
isolante ao calor.
16- PA 6,6
17- PA 6,10
18- PR
19- UR
20 MR
21 PU 1.2.3. Expansão térmica
••
•"•^^B
•- •- 22- NR
OUTROS
MATERIAIS
Expansão térmica é a propriedade que mede, ou traduz, o volu-
23 -Cerâmicas
o - me adicional necessário para acomodar os átomos e moléculas por
1 25 Alumínio
2 3 4 5 6 7 8 9 K) 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 26-CoDre
27-ACOS
estarem vibrando mais rápido e com maior amplitude, devido ao
aquecimento; é avaliada pelo coeficiente de dilatação térmica li-
near, que é o alongamento relativo da peça por unidade de tem-
Figura 9. Condutividade térmica de diversos materiais a 20°C peratura. É expresso em °C~ ' e pode ser determinado pelo meto-
22 P( H IMEROS COMO MATERIAIS DE ENGENHARIA
l II USA 111 AM ) | i i MANO
metálicas.
l
.£2,0! esferuliticos
i»re
O)
c POLÍMEROS
1 LDPE
2-HDPE
Figura 11. Estrutura cristalina dos polímeros
I 1-5 I 5 PP
í-PS
5 PVC
6-PTFE
O 7-PVAC
in
<j-
S PM MA
9 PAN
1.2.4. Fusão cristalina
ro 10- ER
11- PET
l 1,0
T3
12- PC
13-CRP Os polímeros fundem quando aquecidos, apresentando-s
, li
<D 14- PA 6
•D 15 PA 11
16 PA 6,6
geral como uma massa irregular, com as cadeias macromoleci
C
17- PA 6.10
18 PR
emaranhadas em maior ou menor grau. Quando essa massa
;ç 0,5
19 UR
20 MR xada em repouso, dependendo da velocidade de resfriameni
**-
iu
21-PU
22 NR cadeias assumem as conformações mais favoráveis, formand
o
u OUTROS
MATERIAIS
giões de estrutura ordenada, cristalina, descontínua, geraln
23-Cerâmicas
lamelar, interligadas por segmentos dessas cadeias. Isso poc
24 Vidros
25-Alumínio melhor compreendido pela representação vista na Figura 1
10 1213 14 151617 18192M21 22 23|24J25|26|27 26-Coore
27-ACOS vezes, formam-se esferulitos.
A temperatura de fusão cristalina, T m , é aquela em que
-giões ordenadas dos polímeros, isto é, os cristalitos e esferulifc
Figura 10. Coeficiente de dilatação térmica linear de diversos materiais a 20°C desagregam e fundem. A transição é de primeira ordem, end
-JJ500 COIIMIKOSI OMOM.AIIKI \ Ll I N l . l i N I I A K I A 25
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ti * ' . • r ' mica; envolve mudança de estado e está associada às regiões crista-
c 1100 _
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• linas. A Figura 12 mostra a temperatura de fusão relativamente
0
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•
elevada de polímeros de alta cristalinidade, quando comparada à
temperatura de fusão de polímeros predominantemente amorfos.
T3 • É tanto mais alta quanto maior for a estabilidade das regiões or-
C 700 _ •
2 Jf ' ( '
denadas da massa, sendo muito elevada nos materiais inorgânicos.
•
c Nos termoplásticos, a temperatura máxima de fusão é inferior a
Q 650 _
300°C; os plásticos termorrígidos não apresentam fusão, porém
E Jt i i•
ff sofrem carbonização por aquecimento. Os metais, de um modo
geral, têm temperaturas de fusão muito altas; no caso do ferro, é
da ordem de 1500°C. A temperatura de fusão cristalina é medida
300 - pelos métodos ASTM D 2117 e D 3418.
1 . 2 . 5 . Transição vítrea
250 •~ •
A transição vítrea está associada à região amorfa dos polímeros.
A transição é de segunda ordem e representa a temperatura em
" "~ que a mobilidade das cadeias moleculares, devido à rotação de
200 grupos laterais em torno de ligações primárias, se torna restrita pe-
la coesão intermolecular. Abaixo da temperatura de transição ví-
POLÍMEROS
• _ 1 -LDPE
trea, T , desaparece a mobilidade das cadeias macromoleculares, e
150
_
2-HDPE
3-PP
o material torna-se mais rígido. Todas as borrachas têm Tg abaixo
4-PS
5 PVC da temperatura ambiente; nos polímeros de uso geral, Tg não ul-
6-PTFE
7-PVAC
8-PMMA
trapassa 110°C, conforme a Figura 13 permite verificar. A razão
9 PAN
10-ER
entre Tg e Tm está entre 0,5 e 0,8. As ramificações da cadeia au-
100
11- PET
12- PC mentam a mobilidade e assim, abaixam a Tg. No HDPE, sem ra-
13 GRP
14- PA -6
15 PA 11
mificações, a T se refere a movimentos de segmentos da cadeia,
que somente ocorrem a temperaturas muito mais baixas, e das ex-
'
16-PA 6,6
17- PA 6,10
18- PR
19 UR
tremidades da macromolécula. O método ASTM D 3418 se refere
50 - 20-MR
à determinação dessa transição térmica.
21-PU
22-NR
OUTROS
MATERIAIS
23-Cerâmicas
1.2.6. Temperatura de distorção ao calor
0 * * * ** * * *
24-Vidros
25-Alumínio
1 2 3 4 5 6 7 8 910111213141516171819202122 23 24 25 26 27 26-Cobre
27-Aços A temperatura de distorção ao calor é aquela a partir da qual o
escoamento viscoso do polímero é mais pronunciado; é uma medi-
* Não aplicável da empírica. No entanto, é muito importante, porque permite
Figura 12. Temperatura de fusão cristalina de diversos materiais avaliar a adequação, ou não, do material para o artefato desejado.
Temperatura de transição vítrea |°c)
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28 v\I l , I M A N O Ml l« 'S ( ()M() M ATI-KI AIS Dl- I-NCI-NH ÁRIA 29
ternar-se em algum grau ao longo de uma faixa, ou podem mudar cos comuns. Observa-se a superioridade do polietileno sobre os
drasticamente, além da faixa crítica. demais polímeros, e também sobre as cerâmicas, no que diz res-
As principais características elétricas dos materiais poliméricos peito à rigidez dielétrica. Esta propriedade é avaliada segundo o
são: rigidez dielétrica, resistividade, constante dielétrica, fator de método ASTM D 149, e é normalmente expressa em V/mm. Não
potência e fator de dissipação, e resistência ao arco. se aplica aos metais, que são bons condutores de eletricidade; nos
polímeros, cerâmicas e vidro, os valores de rigidez dielétrica estão
1.3.1. Rigidez dielétrica na faixa de 10-40 V/mm.
A rigidez dielétrica indica em que grau um material é isolante; 1.3.2. Resistividade volumétrica
é medida pela tensão elétrica que o material pode suportar antes
da ocorrência de perda das propriedades isolantes. A falha do ma- A resistência de materiais isolantes à passagem da corrente elé-
terial é revelada pela excessiva passagem de corrente elétrica, com trica é medida como resistividade volumétrica entre as faces de
a destruição parcial da peça. É acompanhada de efeitos luminosos,
ruídos, interferência em transmissões de rádio e televisão, e des-
cargas parciais, indesejáveis em materiais isolantes. Ocorrem rea-
ções químicas, que acarretam o aparecimento de gases, com a de-
gradação do material sólido, destruindo o isolamento elétrico. A
Figura 15 mostra a rigidez dielétrica de alguns materiais poliméri-
POLÍMEROS
Sio14
1-lDPE
2-HOPE
3-PP 1 LOPE
E
4-PS
5-PVC
6-PTFE
lio12 l 2-HDPE
3-PP
4 PS
7-PVAC
S PM M A
9-PAN
10 ER
11 PET
S
re
l 5 PVC
6 PT FE
7 PVAC
8 PM MA
9 PAN
12 PC
T3 10-ER
13-ORP •>10 11- PET
14 PA 6 12 PC
15- PA 11 13 GRP
16 PA 6,6 14- PA 6
17-PA 6,10 15-PA-11
18-PR 16- PA 6.6
19-UR 17-PA 6,10
20-MR -4 18-PR
21-PU 1O 19- UR
22-NR 20 MR
21 PU
22 NR
OUTROS
MATERIAIS
23 Cerâmicas
,-6
10
24 Vidros
* * * 25-Alumínio
2 i 3|4jS1617|8|8 |12|13|14|1S|16|17|18|19|20,21|22| |23|24|25|26|27 26-Cobre
27 AÇOS
2 3 14 | 1 7[l8|l9|20|21 23 24 fa5 26
* Não aplicável
Figura 15. Rigidez dielétrica de diversos materiais a 20-25°C Figura 16. Resistividade volumétrica de diversos materiais a 20-25°C
30 ELOISABIASOTTOMANO |'0|.IMI'.R()SI OMO MATERIAIS Dl ENGENHARIA 31
uma unidade cúbica, para um dado material e uma dada tempera- 1.3.5. Resistência ao arco
tura. Os polímeros são maus condutores, oferecendo alta resistên-
cia. A Figura 16 mostra a resistividade volumétrica de alguns ma- Resistência ao arco è uma medida das condições de perda das
teriais, inclusive polímeros. É interessante observar que todos os propriedades dielétricas ao longo da superfície de um isolante,
polímeros considerados exibem resistividade volumétrica superior causada pela formação de caminhos condutivos na superfície do
a IO12 Q-cm; comportamento semelhante é mostrado pelas cerâ- material. Altos valores de resistência ao arco indicam maior resis-
micas e vidros. Quanto aos metais, os valores são muito pequenos, tência à falha elétrica. É avaliada pelo método ASTM D 495 e me-
da ordem de 10~6 Q- cm. A resistividade volumétrica é determina- dida em segundos. Está relacionada à rigidez dieletrica a altas
da pelo método ASTM D 257. Pode também ser avaliada pelo seu temperaturas.
inverso, a condutividade elétrica, e nesse caso é expressa em S/cm.
8,0
\ 234 567
1-LOPE
polímero de mais baixa constante dieletrica, em torno de 2,0. Esta 4,0 2 HDPE
3-PP
propriedade não se aplica aos metais. O método D 150 permite 4 PS
5-PVC
u
3,O • l 7 PVAC
8-PMMA
9 -PAN
10 ER
11 PET
1.3.4. Fator de potência 12- PC
13-GRP
14- PA-6
2,O 15-PA 11
Fator de potência é a razão entre a potência dissipada pelo ma- 16-PA 6.6
17-PA 6,10
25- Cerâmicas
usada como medida de qualidade do isolante. Fator de dissipação * * *
24-vidros
25-Alumínio
é a tangente do ângulo da perda dieletrica. Para baixos valores, o 23 24 25 26 27 26- Coore
27-ACOS
fator de potência e o fator de dissipação são praticamente iguais.
O fator de potência é determinado pelo método ASTM D 150 e * Não aplicável
medido em W/V. A. Figura 17. Constante dieletrica de diversos materiais a 20-25°C
32 ELOISAHIASOITOMANO 1'nllMI K I I S I OMOMATKRIAISDI-: l-NCil-NHARIA 33
1.4. Propriedades éticas mensional, é medido segundo o método ASTM D 542. A maioria
dos polímeros tem índice de refração na faixa 1,45-1,60; é interes-
As propriedades éticas dos polímeros podem informar sobre a sante observar o alto valor exibido pelo poli(tereftalato de etileno)
estrutura e ordenação moleculares, bem como sobre a exis- e o baixo valor encontrado para a borracha natural.
tência de tensões sob deformação. A birrefringência ocorre em materiais anisotrópicos e é a dife-
As principais propriedades éticas dos materiais poliméricos são: rença entre dois dos três índices de refração, segundo as três dire-
transparência, índice de refração, birrefringência e fotoelasticidade.
1.4.1. Transparência
1,8
' t
1
das permitem observar a distribuição das forças no interior de es-
truturas tensionadas, quando estas são transparentes. Esta proprie-
dade pode ser utilizada no estudo da distribuição de tensões em 2,2
1,8
1.5. Outras propriedades físicas
de muito maior, especialmente os metais (por exemplo, ferro tem Não há método de uso geral para a determinação dessa caracte-
densidade 7-8). rística. Uma indicação útil pode ser obtida através do método
A expressão densidade, ou densidade absoluta, pode ter diver- ASTM D 756.
sos significados; assim, a massa por unidade de volume, a uma
certa temperatura, é também chamada massa específica e é medida
usualmente nas unidades g/cm 3 , kg/m 3 , g /ml. Por outro lado, 2. Propriedades químicas
pode significar o quociente de duas massas específicas, sendo uma
delas tomada como padrão, e neste caso é chamada densidade re- Dentre as propriedades químicas mais importantes dos mate-
lativa, que é uma grandeza adimensional. Esses valores são pratica- riais poliméricos, diretamente relacionadas às suas aplicações, es-
mente iguais, e assim geralmente se emprega apenas o termo den- tão a resistência à oxidação, ao calor, às radiações ultravioleta, à
sidade. Os métodos ASTM D 792 e D 1895 descrevem a determi- água, a ácidos e bases, a solventes e a reagentes.
nação das diferentes densidades.
Não se deve confundir o significado da palavra "densidade",
usada normalmente para os materiais compactos, com a expressão 2.1. Resistência à oxidação
densidade aparente ("bulk density"), que se aplica a materiais
dispersos (pós, fragmentos) ou materiais celulares (cujo volume in- Uma propriedade bastante procurada nos polímeros é sua resis-
clui uma certa porção de ar). A densidade aparente é medida nas tência â oxidação. Esta resistência é mais encontrada nas macromo-
mesmas unidades que a absoluta. Quanto maior for a compacta- léculas saturadas (isto é, contendo apenas ligações simples entre
ção do material, menor será a diferença entre os valores das densi- átomos de carbono), como a das poliolefinas (polietileno, polipro-
dades aparente e absoluta. pileno, poliisobutileno). Nos polímeros insaturados (isto é, que
apresentam dupla ligação entre átomos de carbono), particular-
mente nas borrachas, a oxidação pode ocorrer através dessas insa-
1.5.2. Estabilidade dimensional turações, rompendo as cadeias, diminuindo seu tamanho e conse-
qiientemente, a resistência mecânica do material. A presença de
Quando o polímero é altamente cristalino, a sua estabilidade átomos de carbono terciário na cadeia, saturada ou insaturada,
dimensional é também elevada, pela dificuldade de destruição baixa a resistência à oxidação.
das regiões ordenadas, que resultam da coesão molecular.
O ataque químico pelo ar à macromolécula é mais pronunciado
A estabilidade dimensional è uma importante propriedade para em presença de ozônio, que se forma devido a centelhas elétricas,
aplicações técnicas, como por exemplo em engrenagens, peças de
nas imediações de tomadas, etc. Essa propriedade é medida atra-
encaixe, etc. É encontrada em polímeros sem grupos hidroxila ou
vés de ensaio de resistência às intempéries, descrita pelos métodos
amina, pois estes grupos favorecem a formação de pontes de hi-
ASTM D 1870, D 1920, D 1499, D 1435, D 756 e G 23; é medida
drogénio e, portanto, a variação nas dimensões da peça, conforme pela perda em uma determinada característica, geralmente mecâ-
o grau de umidade e de temperatura ambientes. A água absorvida nica.
aumenta o volume e o peso da peça, e a sua remoção, por modifi-
cação da umidade ou elevação da temperatura, provoca o apareci-
mento de vazios e microfraturas, que modificam as propriedades 2.2. Resistência à degradação térmica
do material. Se a cristalização do polímero ocorre muito devagar,
acontece paralelamente a compactação da peça moldada, modifi- A exposição de polímeros ao calor em presença de ar causa a sua
cando as dimensões originais. maior degradação, dependendo da estrutura do polímero; envolve
38 l l t i | s . \l \ MMANd l \ll m IS( < ' M ' > M M I K l A I s n i í l í N C . K N H A R I A 39
reações químicas às vezes bastante complexas. Essas reações são 2.4. Resistência à água
causadas pela formação de radicais livres na molécula, frequente-
mente com a interveniência do oxigénio, gerando radicais livres A resistência à água em polímeros é avaliada pela absorção de
pela ruptura das ligações covalentes dos átomos nas cadeias macro- umidade, que aumenta as dimensões da peça, o que prejudica a
moleculares insaturadas, ou nas cadeias contendo átomos de car- aplicação em trabalhos de precisão. Além disso, a variação do teor
bono terciário; nestes pontos, há maior facilidade de formação de de umidade pode provocar uma rede de microfraturas na superfí-
hidroperóxidos, de rápida decomposição, causando a cisão das li- cie dos artefatos, e altera suas propriedades elétricas e mecânicas.
gações covalentes carbono-carbono. Ao lado da alteração nas pro- A absorção de água é mais fácil quando a molécula do polímero
priedades, é comum ocorrer também mudança de coloração da pe- apresenta grupamentos capazes de formar pontes de hidrogénio.
ça, por oxidação. Por exemplo, peças de náilon, de celulose ou de madeira podem
Os polímeros clorados, como o poli(cloreto de vinila) e o absorver umidade, mudando de dimensões. Por outro lado, absor-
poli(cloreto de vinilideno), são muito sensíveis à degradação tér- ção da água pode aumentar muito o peso do material polimérico a
mica durante o processamento, devido à fácil ruptura das ligações ser adquirido, prejudicando o comprador, além do usuário do ar-
carbono-cloro. tefato. Os produtos que absorvem água exigem secagem prévia
Poliacetal (ou poliformaldeído) é suscetível de decomposição antes da moldagem.
térmica por despolimerização a aldeído fórmico, seu monômero. Essa sensibilidade à água permite ver o grau de cura de resinas
A resistência ao calor é estimada pelo método ASTM D 794, e me- fenólicas; por exemplo, no caso da cura incompleta, os laminados
dida conforme a propriedade focalizada. fenólicos em contato com a água incham, mudam de tamanho e
sofrem delaminação. Isso pode servir para verificar se as peças es-
tão mal curadas, pelo ensaio de absorção da água descrito nos mé-
todos ASTM E 96 e D 570; o que se mede é a percentagem do
aumento de peso da amostra.
2.3. Resistência às radiações ultravioleta
2.5. Resistência a ácidos
As macromoléculas de estrutura insaturada apresentam baixa
resistência às radiações ultravioleta, que são absorvidas, gerando O contato com ácidos em geral, em meio aquoso, pode causar a
facilmente radicais livres, os quais atuam de forma semelhante ao parcial destruição das moléculas poliméricas, se houver nelas gru-
que foi descrito no tópico anterior. Esse fenómeno ocorre na expo- pamentos sensíveis à reação com ácidos. Por exemplo, as resinas
sição de plásticos à luz solar. Por exemplo, a formação de fissuras e melamínicas e os produtos celulósicos sofrem alteração em meio
rachaduras, com a fragmentação do polipropileno ou do polietile- ácido, mesmo diluído. O método ASTM D 543 descreve a avalia-
no de baixa densidade, quando expostos prolongadamente à luz ção da resistência a ácidos de forma semi-quantitativa. O efeito do
do dia. meio de imersão pode ser também verificado pela aplicação do
Às vezes ocorre modificação das propriedades mecânicas pelo método ASTM C 581.
enrijecimento do material, devido à formação de ligações cruza-
das. Essa propriedade pode ser observada diretamente, pela expo- 2.6. Resistência a bases
sição ao sol, ou pelo ensaio de resistência à luz ultravioleta (méto-
do ASTM D 1148), medindo uma propriedade antes e após a ex- As soluções alcalinas (básicas), usualmente aquosas, em maior
posição. ou menor concentração, são bastante agressivas a polímeros cuja
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A permeabilidade de materiais poliméricos a gases e vapores é
uma propriedade importante para sua aplicação em embalagens.
>|>
E medida pela quantidade do material permeante transferida na
unidade de tempo e por unidade de área, através de uma camada
de espessura unitária, sendo 1 cmHg a diferença de pressão entre
as faces. A quantidade de material pode ser expressa em volume
-
(medido em condições normais de temperatura e pressão) ou em
01
massa.
Os polímeros exibem pequena permeabilidade a gases e vapo-
res, cujo transporte ocorre ou intersticialmente, através de poros
ro
permanentes ou transitórios da membrana, ou por um processo de
sorção ou dissolução, em um lado da barreira, seguido de difusão
através dela e posterior dessorção ou evaporação, no outro lado.
A permeação de moléculas pequenas através de materiais poli-
méricos se dá nas regiões amorfas, onde as cadeias macromolecula-
res estão mais afastadas. A presença de domínios cristalinos dimi-
nui bastante a permeabilidade. Por exemplo, a borracha butílica
(copolímero de isobutileno e isopreno) é mais impermeável a ga-
ses, sendo usada em câmaras de ar de pneus. Essa característica é
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devida à cristalinidade desenvolvida no material quando sujeito à
tração.
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As Figuras 20, 21 e 22 dão a permeabilidade dos polímeros mais
comuns a nitrogénio, a dióxido de carbono e a vapor dágua, res-
pectivamente. Nota-se a baixa permeabilidade dos plásticos e'a al-
ta permeabilidade das borrachas. Deve-se observar a capacidade
muito maior de permeação do dióxido de carbono em relação ao
nitrogénio.
Permeabilidade a dioxido de carbono (lO"10cm2lls.cmHg
21 u * .j 10 í u
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Capítulo 3
MATERIAIS DE ENGENHARIA
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ruptura (unidade arbitrária)
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HOISA l l I A S l l l h l MAN. l POLÍMEROS (.OMO M ATIÍKI AIS DE E N G E N H A R I A 51
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.(^) 1.2. Cerâmica
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peraturas elevadas, com ou sem pressão, de mistura de argilas com priedades do material cerâmico obtido. Assim, os minerais argilo-
óxidos de alguns metais. Argilas são silicatos de alumínio hidrata- sos exibem rede cristalina em lâminas ou em fibras, formadas por
dos, isto é, contendo principalmente óxidos de silício (sílica, SiO2) tetraedros de SiO 4 ' 4 . Macroscopicamente, são constituídos por
e de alumínio (alumina, A12 O 3 ), além de água e quantidades me- partículas de pequenas dimensões, com interstícios entre elas, os
nores de óxidos de outros metais. ouais lhes conferem porosidade e isolamento térmico. Essas carac-
Os silicatos são realmente a base sobre a qual as cerâmicas são terísticas, aliadas à grande resistência a altas temperaturas, permi-
estruturadas. A unidade fundamental dos silicatos é um tetraedro tem o seu uso em peças refratárias, em fornos industriais.
(Figura 27), com o átomo de silício no centro e 4 átomos de oxigé- Um material cerâmico pode ser um sólido cristalino, ou vítreo,
nio nos vértices. Devido aos átomos de oxigénio, esses tetraedros ou misto. Se seus átomos têm um arranjo ordenado linearmente,
podem apresentar disposições variáveis, que influenciam as pró- fila por fila, camada por camada, em "longas'' distancias (quando
comparadas com as distâncias interatômicas), o material apresenta
cristalinidade. As cerâmicas cristalinas incluem muitos óxidos sim-
v
ples tanto isolados como combinados, em misturas monofásicas,
primárias, ou polifásicas, isto é, binárias, ternárias, etc.
-^ Cerâmicas monofásicas cristalinas podem ocorrer como mono-
SiO á
cristais, com uma única orientação cristalográfka. Por exemplo a
eo "N)* Monossilicato safira, que é a forma cristalina do óxido de alumínio (A12 O,), de-
sienada por tf//#-alumina. . ..
As cerâmicas comuns são caracteristicamente massas policnstali-
eo oe nas com mudanças abruptas ocorrendo na orientação e composi-
Si.
ção em cada grão. Há, assim, uma descontmuidade brusca nos ar-
ranjos cristalinos de sítios atómicos e no caráter da ligação, e, por-
tanto nas propriedades da massa cerâmica. Essas regiões írontein
Dissilicato ças são termodinamicamente mais instáveis do quedos materiais
cristalinos adjacentes a elas. Cada propriedade da cerâmica depen-
V. ^0. -Oe de em algum grau, das quantidades relativas das fases presentes,
daVespectiva composição e estrutura, da sua disposição espacial, e
_-l
da forma, dimensão e orientação dos grãos e dos poros. Existe ou-
tra descontinuidade na superfície livre das cerâmicas, entre o soli-
do cerâmico e o ambiente externo. Muitas das propriedades das
./v Trissilicato
cerâmicas são sensíveis à superfície. A .
A estabilidade química em alto grau, encontrada nas cerâmicas, e
característica dos óxidos, e também dos nitretos, carbetos, boretos,
sulfetos etc.; estes compostos formam a base de todos os materiais
etc. cerâmicos Em particular, muitos dos óxidos são extremamente es-
táveis por longos períodos, em condições ambientais comuns, e
são resistentes a posterior oxidação, ou redução ^a suboxidos ou
Figura 27. Estrutura química dos silicatos
metais A estabilidade dos compostos cerâmicos e o resultado da
l'( )l IMH« >S < l "Mi i M Al l - R I A I S [)E ENGENHARIA
55
54 lil.OISA III ASO l H IMANO
1.3. Vidros
1.4. Metais vês do choque entre eles e os íons da rede cristalina Um cotndutor
metálico apresenta fluência de elétrons, devido às bandas esnergé-
Os metais, sob formas diversas, têm sido usados pelo homem ticas incompletamente preenchidas desses metais, que permaítem o
desde tempos pré-históricos. escoamento de elétrons na direção de um potencial aplicadio, des-
Quando os átomos, em número cada vez maior, se agrupam pa- locando-os para os níveis de energia mais altos não ocupados den-
ra formar "grandes" partículas (IO 4 — IO24 átomos), as proprieda- tro da banda.
des metálicas típicas começam a aparecer. Efeitos como resistência Há três estruturas cristalinas metálicas básicas, denom»inadas
mecânica, brilho, maleabilidade, ductibilidade, condutividade e empacotamento compacto cúbico, empacotamento compaocto he-
magnetismo, de intensidades variáveis, passam então a ser obser- xagonal e empacotamento cúbico de corpo centrado. Dessass estru-
vados. turas decorrem muitas das propriedades dos metais.
Quando o crescimento dessas partículas cessa espontaneamente, Em geral, os metais são usados em misturas ou ligas mettálicas.
formam-se bordas, cantos, degraus, dobras. Os menores encadea- Os principais materiais metálicos empregados emengenharria são:
mentos desses átomos têm pesos moleculares na faixa de IO 5 — IO6 ferro, aço, bronze, cobre, alumínio e estanho.
- que é justamente o máximo encontrado para peso molecular O ferro é o quarto elemento mais abundante na crosta terrrestre,
dos polímeros de importância industrial. Pode-se compreender sendo ultrapassado apenas por alumínio, silício e oxigénio. A civi-
que, se esses encadeamentos atómicos forem ainda maiores, com lização somente começou a se desenvolver quando o ruomem
pesos moleculares da ordem de IO26- IO 27 , conduzam a proprieda- aprendeu a extraí-lo de seus minérios. É empregado indiustrial-
des mecânicas muito mais exaltadas (encontradas nos metais) do mente sob a forma de ligas, das quais a mais importante é o aço.
que as dos polímeros sintéticos. Algumas dessas ligas se encontram relacionadas no Quadrco 3 •
As características típicas dos materiais metálicos são:
- Refletem a luz, e por isso têm aspecto brilhante;
Têm alta condutividade térmica e elétrica, sendo a condutivi- 2. Materiais de engenharia polimêricos sintéticos
dade elétrica desacompanhada de mudanças químicas detectá- Além das macromoléculas encontradas na natureza, miuitos
veis e diminuindo quando a temperatura aumenta; produtos químicos obtidos por via sintética podem apresem ar lon-
Têm alta densidade, o que indica empacotamento compacto gas cadeias. Neste caso, são geralmente denominados polímeros
de seus átomos; e sintéticos, e dentre eles se encontram importantes materiais de en-
- Apresentam grande resistência mecânica, sendo tanto maleá- genharia.
veis (isto é, podendo ser achatados), quanto dúcteis (quer di- As propriedades dos polímeros dependem bastante dos mate-
zer, transformáveis em fios). riais de partida (isto é, os monômeros), do tipo de reação empre-
É especialmente importante o fato de a estrutura cristalina dos gada na sua obtenção e também da técnica de preparação^
metais ser preservada sob deformações moderadas. Isto é devido às Há três tipos gerais de reação pelos quais se pode produzir um
fortes interações, conhecidas por ligações metálicas, que unem os polímero: a poliadição, a policondensação e a modificação cquími-
átomos dos metais uns aos outros e são decorrentes do desloca- ca de outro polímero. Conforme a natureza química do mojiôme-
mento de elétrons ao longo desses encadeamentos. Quanto mais ro, o tipo de reação visada e a aplicação desejada para o polHmero,
próximos estiverem os átomos metálicos, em função da sua estru- varia a técnica de sua preparação (em massa, em soluçã_o, em
tura eletrônica, mais fortes serão as interações entre eles, isto é, emulsão, em suspensão, interfacial).
maior será a resistência do material. Os elétrons são o meio de Na poliadição, os monômeros quase sempre apresentam «duplas
transmissão, tanto da eletricidade quanto do calor, neste caso atra- ligações entre átomos de carbono. Não há formação de subfprodu-
60 ELO1SA BIASOTTO MANO POLlMEROS COMO M A T K R I A I S DE ENGENHARIA 61
Quadro 3. Ligas de ferro de importância industrial Quadro 4. Polímeros industriais resultantes de reações de poliadição
Quadro 5. Polímeros industriais resultantes de reações de policondensação Quadro 6. Polímeros industriais resultantes de modificação química de outros
polímeros
Polímero Sigla
Poli(glicol etilênico) PEG Polímero Sigla
Poli(óxido de fenileno) PPO Nitrato de celulose CN
Poli(éter-éter-cetona) PEEK Acetato de celulose CAC
Resina epoxídica ER Metil-celulose MC
Poli(dimetil-siloxano) PDMS Hidroxi-etil-celulose HEC
Poli(tereftalato de etileno) PET Carboxi-metil-celulose CMC
Poli(tereftalato de butileno) PBT Poli( álcool vinílico) PVAL
Policarbonato PC Copoli(isobutileno-isopreno) clotado CIIR
Poli(ftalato-maleato de etileno)* PEPM Polietileno clorado CPE
Poliamida-6 PA-6 Polietileno cloro-sulfonado CSPE
Poliamida- 1 1 PA- 11 Poli(cloreto de vinila) clorado CPVC
Poliamida-66 PA-66 Observação: Nomenclatura aceita pela IUPAC.
Poliamida-610 PA-610
Poli(fenileno-tereftalamida)* * PPTA gredientes específicos, que lhes conferem características, como cor,
Polibenzimidazol PBI flexibilidade, resistência mecânica, resistência às intempéries,
Poli(amida-imida) PAI etc., adequadas ao artefato que se pretende fabricar. Esses aditivos
Poli(éter-imida) PEI são, por exemplo, os corantes, os pigmentos, os plastificantes, as
Poli-imida PI
cargas, os estabilizadores, os antioxidantes e os agentes de reticula-
Poli(sulfeto de fenileno)
ção.
PPS
No segundo caso, os sistemas poliméricos mistos, contendo
Poli(aril-sulfona) PÁS quantidades substanciais de cada componente, podem ser distri-
Polí(éter-sulfona) PÉS buídos em 2 grupos: aqueles que se apresentam como misturas
Resina de fenol-formaldeído PR miscíveis de diferentes polímeros, molecularmente homogéneas,
Resina de uréia-formaldeído UR que são também denominadas ligas poliméricas ("polymer
Resina de melamina-formaldeído MR alloys"), em analogia às ligas metálicas, e aqueles que compõem
misturas imiscíveis, macroscopicamente heterogéneas, que são ge-
Poli(óxido de metileno)* * * POM
nericamente denominados misturas poliméricas ("polymer
Poliuretano PU
blends").
* Poliéster insaturado
* * Poliamida aromática
*** Poliacetal 2.1. Sistemas poliméricos simples
Observação: Nomenclatura aceita pela IUPAC.
Os sistemas poliméricos simples encontrados nos materiais de
engenharia sintéticos são essencialmente constituídos pelos polí-
64 POLÍMEROS COM» MATERIAIS Dl- ENGENHARIA 65
KI.OISA HIASOTTO M A N O
meros já relacionados nos Quadros 4, 5 e 6. Podem ser divididos Quadro 7. Classificação dos plásticos quanto à sua aplicação
de diversas maneiras.
Aplicação Grupo Principais plásticos Sigla
Quanto ao seu comportamento ao calor, podem se apresentar
Polietileno PE
como termoplásticos ou termorrígidos, conforme já foi referido Polipropileno PP
anteriormente. Quanto à sua resistência mecânica, é comum Poliestireno PS
agrupá-los em borrachas ou elastômeros, plásticos t fibras. Quanto à Poliestireno de alto impacto HIPS
Copoli(estíreno-acrilonitrila) SAN
escala de fabricação, é frequente encontrar-se as expressões plásticos Copoli(acrilonitrila-butadieno-estireno) ABS
de comodidade ("commodities"), que representam a maior parte da Termoplástico
Copoli(etileno-acetato de vinila) EVA
produção total de plásticos no mundo, compreendendo polietile- Geral Poli(cloreto de vinila) PVC
no, polipropileno, poliestireno, etc., e plásticos de especialidade Poli( acetato de vinila) PVAC
Poli(acrilonitrila) PAN
("specialities"), como por exemplo o poli(óxido de metileno), o Poli(cloreto de vinilideno) PVDC
poli(cloreto de vinilideno), etc. Poli(metacrilato de metila) PMMA
Do ponto de vista de aplicação, os plásticos podem ser distribuí- Resina epoxídica ER
dos em 2 grandes grupos: plásticos de uso geral ç. plásticos de en- Resina de fenol-formaldeído PR
genharia (Quadro 7). Os plásticos de uso geral, por sua vez, po- Termorrígido Resina de uréia-formaldeído UR
Resina de melamina-formaldeído MR
dem ser distribuídos em termoplásticos e termorrígidos. Com o PU
Poliuretanos"
objetivo de complementar este livro, informações também são
Polietileno de altíssimo peso molecular UHMWPE
apresentadas sobre esses polímeros. São termoplásticos o polietile- Poli(óxido de metileno) POM
no (Quadro 8], o polipropileno (Quadro 9), o poliestireno (Qua- Poli(tereftalato de etileno) PET
dro 10), o poli(cloreto de vinila) (Quadro 11), o poli(acetato de vi- Uso geral
Poli(tereftalato de butileno) PBT
Policarbonato PC
nila)| (Quadro 12), a poli(acrilonitrila) (Quadro 13), o poli(cloreto PA
Poliamidas alifáticas
de vinilideno) (Quadro 14), e o poli(metacrilato de metila) (Qua- Poli(óxido de fenileno) PPO
dro 15). São termorrígidos a resina fenólica (Quadro 16), a resina Poli(fluoreto de viilideno) PVDF
ureica (Quadro 17), a resina melamínica (Quadro 18), a resina Engenharia Poli(tetraflúor-etileno) PTFE
epoxídica (Quadro 19), o poliéster insaturado (Quadro 20); os po- Poliarilatos PAR
Poliésteres líquido-cristalinos LCP
liuretanos, por sua vez, tanto podem ser termoplásticos quanto PA
Poliamidas aromáticas
termorrígidos (Quadro 21). Os plásticos de engenharia serão abor- Poli-imidas PI
dados com mais detalhe nos itens subsequentes. Uso especial Poli(amida-imida) PAI
A importância dos materiais poliméricos sintéticos na indústria Poli(éter-imida) PEI
Poli(éter-cetona) PEK
pode ser bem compreendida pelo volume de sua produção anual Poli(éter-éter-cetona) PEEK
que, no Brasil, em 1988, atingiu cerca de 3 milhões de toneladas Poli(éter-sulfona) PÉS
(Quadro 22). Por outro lado, para os termoplásticos, que repre- Poli(aril-sulfona) PÁS
Poli(sulfeto de fenileno) PPS
sentam 2 / 3 da produção nacional, o consumo anual nos países
mais adiantados é da ordem de 50 kg per capita, enquanto que no
Brasil não ultrapassa 10 kg — dados relativos ao ano de 1987
(Quadro 23}.
* Também podem ser termoplásticos.
66 ELOISABIASOTOMANO POLÍMEROS COMÍ > M ATIiRl AIS DE ENGENHARIA 67
Quadro 9. Polipropileno
Quadro 10. Poliestireno
Abreviação: PP
Abreviação: PS
Outra denominação: Polipropeno.
Monômero:
H V-c /H
"' 7p\: n1
(Ô)
H
estireno Jn
H \CH3 ÇH3
Monômero: c- c Polímero: _ — ci -C 1 Características do polímero:
*' XH i 1
H H Peso molecular, 300.000
propileno '• n
J
Densidade, 1,05-1,06
índice de refração, 1,59
T m ,235°C; T g , 100°C
Características do polímero: Cristalinidade, muito baixa
Peso molecular, 80.000-500.000 Termoplástico, incolor, transparente.
Densidade, 0,90 Propriedades marcantes:
índice de refração, 1,49 Rigidez; semelhança ao vidro; alta resistência química; baixa resistência a
T m , 165-175°C; T g , 4-12°C solventes orgânicos; baixa resistência às intempéries; menor custo.
Cristalinidade, 60-70%
Termoplástico, branco, opaco. Aplicações típicas:
Propriedades marcantes: Utensílios domésticos rígidos, transparentes ou não, de uso generalizado;
brinquedos; escovas; embalagens rígidas para cosméticos. Sob a forma ce-
Alta resistência química e a solventes; menor custo. lular, no isolamento ao frio, na embalagem de equipamentos, em pran-
Aplicações típicas: chas flutuadoras.
Parachoques de carros; carcaças de eletrodomésticos; recipientes; fitas pa- Produtos mais conhecidos:
ra lacre de embalagens; brinquedos; sacaria; carpetes; tubos para carga de
caneta esferográfica; bocal de pistolas para aplicação de aerossóis; material Nome comercial Fabricante Nome comercial Fabricante
hospitalar, seringas de injeção descartáveis.
Dylene Arco Polystyrol BASF
Produtos mais conhecidos: EDN EDN* Plystyrol BASF do Brasil*
Esbrite Sumitomo Proquigel Proquigel*
Lustrex Monsanto Styron Dow
Nome comercial Fabricante Nome comercial Fabricante Hammond
Lustrex Monsanto do Brasil* Superflo
Bapolene Bamberger Olemer Amoco NAS Richardson
Bicor Mobil Oppalyte Mobil
Bris-Fax
* No Brasil.
PPH* Pro-Fax Himont
Marlex Philips Prolen Polibrasil* Copolímeros industriais do estireno:
Moplen Sumitomo Propafilm ICI
MWB Hercules
— Copolímeros de estireno e butadieno (HIPS)
Propathene ICI — Copolímero de estireno e acrilonitrila (SAN)
Noblen Sumitomo Rexene El Paso
Norchem NPP Enron SB Hercules
— Copolímero de estireno, acrilonitrila e butadieno (ABS)
Novolen BASF Vestolen AP Huels — Copolímero de estireno, butadieno e metacrilato de media (MBS)
— Copolímero de estireno, butadieno, acrilonitrila e acrilato de alquila
No Brasil.
(ASA).
70
M i ' i Y \l v. MANO POLÍMEROS COMO MATliRIAIS DE ENGENHARIA 71
HN XH H H
Monômero HxC= C N C | Polímero: — -C- C- ^B
1 Polímero:
cloreto de vinila H Cl
n Monômero:
HN ,H H H
C= C 1 1
Monomero: „/ \=n Polímero: — ^ C -C
1 1 H Cl
H CE N l l
acrilonitrila n C-C-
C=C Polímero:
Monomero: / \ \\o de vinilideno
Características do polímero:
H Cl
n
Peso molecular, 50.000-100.000
Densidade, 1,18
índice de refração, 1,51-1,52
T m , 317°C; T g , 105°C
Cristalinidade, baixa; parcialmente cristalino após estiramento
Termoplástico, amarelado, transparente.
Propriedades marcantes: Características do polímero:
Alta resistência a solventes, alta resistência à tração após estiramento, bai- Geralmente copolímero com cloreto de vinila
xa estabilidade térmica. Peso molecular, 20.000-200.000
Aplicações típicas: Densidade, 1,67-1,71
índice de refração, 1,60-1,63
Fibras têxteis macias e leves como a lã; precursor para a fabricação de fi- T m , 210°C;T g ,- 17-- 18°C
bras de carbono. Cristalinidade, muito alta
Produtos mais conhecidos: Termoplástico, incolor, translúcido a transparente.
Abreviação: UR Abreviação: MR
Outras denominações: Resina ureica, resina aminada. Outras denominações: Resina melamínica, resina aminada.
Monômeros 8 II
0
Polímero
H2NX NNH2 H'S Monômeros (reticulado)
ureia aldeído fórmico
1
C=0
!
c=o \-
•NAr-N-CHj-N-CHj-N-CH2-N-CHj-l|l^~-
í
C=0 C=0
aldeído
» H/ H fórmico
Características do polímero: melamina
/
Peso molecular, imensurável (insolúvel)
Densidade, 1,50 (com carga celulósica)
Termorrígido, branco, opaco. Características do polímero (reticulado):
Propriedades marcantes: Peso molecular, imensurável (insolúvel)
Boa resistência mecânica e térmica, boa resistência química, dureza; Densidade, 1,50
menor custo. Termorrígido, branco, opaco.
Aplicações típicas: Propriedades marcantes:
Chapas de compensado para móveis, divisórias; acabamento de tecidos; Alta resistência mecânica, térmica e química; boa estabilidade dimensio-
vernizes para revestimento de soalho; adesivos para madeira; moldados nal; elevada dureza, boa resistência ao risco e à abrasão.
duros e resistentes à compressão e ao impacto. Aplicações típicas:
Produtos mais conhecidos: Peças moldadas duras e resistentes ao risco e ao impacto, em substituição
à louça; camada decorativa dos laminados fenólicos; vernizes, adesivos.
Nome comercial Fabricante
Beetle A. Cyanamid Produtos mais conhecidos:
Cascamite UF Alba*
Pollopas Kuhlmann Nome comercial Fabricante
Pollopas Ambalite* Cymel A. Cyanamid
Sinteko Madepan* Melchrome
No Brasil.
78 ELOISABIASOTTOMANO l'( II I M I Kl )S (:< ) M < ) M A I T K I AIS l )!• I'NC . I Í N H A R I A 79
epicloridrina 4,4' -difenilol-propano Monômeros anidrido itálico anidrido maleico glicol propilênico
Polímero
Polímero
(reticulado)
* Dióis do tipo éster são também usados. Quadro 22. Produção de polímeros sintéticos no Brasil*
** Conforme a funcionalidade dos monômeros e o emprego, ou não, de
agentes de cura, o polímero poderá ser termoplástico ou termorrígido. Produção no Brasil
Polímero
(ton/ano)
Características do polímero: Termoplásticos 2.000.000
Peso molecular, variável Termorrígidos 400.000
Densidade, 1,20-1,30; quando celular, até 0,01 Fibras 300.000
Termoplástico, ou termorrígido, amarelado, translúcido. Elastômeros 300.000
Total 3.000.000
Propriedades marcantes:
Excepcional resistência à abrasão. Facilidade de fabricação de peças de * Em 1988.
grandes dimensões e formas; menor custo de processamento.
Aplicações típicas:
Quadro 23. Consumo mundial per capita de termoplásticos*
Como termoplástico, em gachetas; diafragmas; peças flexíveis e resisten-
tes à abrasão, para uso em mineração, como peneiras, conexões, anéis de Consumo anual
vedação; juntas para trilho: parachoques de carro; correias transportado- País (kg/habitante)
ras; solados e saltos de calçado; rodas de "skate"'; vernizes para carro, mó-
EUA 60
veis e soalho; fibras. Como espumas flexíveis, para estofamento de móveis 44
Europa
e veículos; estrutura de bolsas; confecção de roupas; revestimento de
Japão 43
tapetes; painéis de proteção contra choques. Como espumas rígidas ou 10
Brasil
semi-rígidas, em moldura de quadros e espelhos; parte decorativa de
móveis. Em 1987.
82
ELOISA BIASOTTO M A N O 1'OIIMI-KOSC O M O M A I I K I . M M H l N t . l N I I A K I A 83
Poliamida-6
Monômero:
o
£-caprolactama
roupas; equipamentos para processamento de alimentos e de tecidos; es-
covas; fios de pescar; material esportivo como raquetes, bases de esqui,
rodas de bicicleta.
Produtos mais conhecidos:
H / \2) H._
Polímero: Tipo Nome comercial Fabricante
Akulon Akzo
Akulon Schulman
Amilan Toray
CRI Bemis
Monômeros: Capran Allied
ácido Capron Allied
adípico hexametilenodiamina Durethan Bayer
Poliamida-6,6 PA-6 Grilamid Mazzaferro*
Grilon Emser
Novamid Mitsubishi
Polímero: Nylon Corporation
Nycoa
Nytron Nitrocarbono*
Plaskon Allied
Características do polímero: Orgamid ATO
Sniamid Technopolimeri
PA-6 : Peso molecular, 10.000-30.000 Ube
Ube
Densidade, 1,12-1,14 Ultramid BASF
índice de refração, 1,54
T m , 215-220°C;T,, 50°C Akulon Schulman
Cristalinidade, ate 60% Celanese Celanese
Lcona Asahi
Termoplástico, amarelado e translúcido. ICI
Maranyl
PA-6,6 : Peso molecular, 10.000-20.000 Minlon DuPont
PA-6,6 Tcchnyl Rhône-Poulenc
Densidade, 1,13-1,15
índice de refração, 1,54 Technyl Rodhia*
Ultramid BASF
T m , 250-260°C; T,, 50°C Monsanto
Vydyne
Cristalinidade, ate 60% Zytel DuPont
Termoplástico, amarelado e translúcido.
* No Brasil.
Propriedades marcantes dos polímeros:
Resistência mecânica, à fadiga, a impacto repetido e à abrasão, baixo coe- Outras poliamidas alifáticas de uso especial:
ficiente de fricção, resistência a escoamento sob carga, boa resistência quí- Poliamida-11, Poliamida-12, Poliamida 6,10.
mica e a solventes não ácidos, alta absorção de umidade. É um dos 3 plás-
ticos de engenharia mais importantes (os demais são: POM e PC).
90 ELOISA BIASOTTO MANO POLÍMEROS COMO MATERIAIS DE ENGENHARIA 91
Monômero: Polímero: H F
H\ = C /F 1
Monômero: N Polímero: -C -C- —^™««»
H' 1
H F
2,6-dimetil-fenol fluoreto de vinilideno • n
Características do polímero:
Peso molecular, 25.000-60.000
Densidade, 1,06
índice de refração, —
T m , 257°C; T g , 210°C Características do polímero:
Cristalinidade, até 50% } Peso molecular, 500.000-1.200.000
Termoplástico, âmbar, transparente a opaco. r Densidade, 1,75-1,80
| índice de refração, 1,42
Propriedades marcantes: l T m , 160-200°C; T g , - 40°C
Muito baixo coeficiente de expansão térmica, alta resistência mecânica e Cristalinidade, 68%
térmica, prolongada retenção das propriedades mecânicas em ambientes Termoplástico, incolor, translúcido a opaco.
aquecidos; resistência a bases e ácidos, porém atacado por hidrocarbone-
tos aromáticos e halogenados. Em mistura com PS ou PA, boa processabi- Propriedades marcantes:
lidade. Piezoeletricidade, grande resistência à tração, ao desgaste, ao impacto, ao
escoamento sob carga, a produtos químicos corrosivos e às intempéries.
Aplicações típicas:
Geralmente modificado com poliestireno e poliamidas. Pás de bomba, Aplicações típicas:
filtros de máquina de lavar, carcaças de desumidificador; como substi- Transdutores mecano-elétricos; isolamento de fios usados em computado-
tuintes de placas metálicas, em chassis e outras partes internas de carros, res e na indústria aeronáutica; luvas termo-contráteis para indústrias ele-
como painéis de instrumento, encosto de banco, e externas, como para- trônica, aeronáutica e aeroespacial; na indústria química, para embala-
choques, calotas; cabeçotes de chuveiro elétrico, enroladores de cabelo, gem de produtos químicos corrosivos, em diafragma de válvulas, em tu-
passadeiras a vapor para roupas; em equipamentos de telecomunicações; bulações, bombas, dutos; em vernizes e tintas de alta durabilidade a in-
em recipientes para fornos de micro-ondas. tempéries, para metais.
Produtos mais conhecidos: Produtos mais conhecidos:
Nome comercial Fabricante Nome comercial Fabricante
PPO GE Floraflon Atochem
Kynar Pennwalt
Neoflon Daikin
OBS.: Misturas comerciais de PPO e outros polímeros se encontram nos Quadros 40 e Solef Solvay
41.
92 ELOISA H I A S O I T O M A N O 1 ' i i l l M I K i i s i O M K M A I I U I A I S D I I.N< ,i:NM A K I A 93
Quadro 31. Poli(tetraflúor-etileno) Esses plásticos tradicionais de engenharia podem ser listados,
em ordem decrescente de consumo mundial, da seguinte forma:
Abreviação: PTFE
poliamidas; poliacetal; policarbonato; poli(óxido de fenileno);
poli(tereftalato de etileno); e poli(tereftalato de butileno).
/ \
/ /^~N \/ / ~\_ / ~\-
Polímero: "^
O 3
n (Durei)
Características do polímero:
Peso molecular, 10.000
Densidade, 1,21 ácido p-hidroxi-benzóico ácido teraftálico
índice de refração, 1,61
T m ,-;T g 188°C
Cristalinidade, muito baixa Monômeros
Termoplástico, amarelado, transparente.
Propriedades marcantes: HO
Transparência, resistência térmica, auto-retardamento de chama; baixa ácido ácido 6-hidroxi-
contração no molde, sem empenamento; boa estabilidade dimensio- 2,6-naftaleno-dicarboxílico 2-naftaleno-carboxílico
nal; baixa absorção de água; alta resistência à oxidação e às radiações ul-
travioleta; alta resistência mecânica mesmo a temperaturas elevadas; alta
resistência ao impacto; alta temperatura de processamento (305°C): exce-
lentes propriedades dielétricas.
Aplicações típicas:
Na indústria automobilística, como bases de farol, de lanterna e de espe- 4,4'-di-hidroxi-bifenila 2,6-di-hidroxi-naftaleno
lho, maçanetas de porta, colchetes de pressão, lentes para farol e sinal de
trânsito; capacetes e escudos contra fogo. Na indústria eletro-eletrônica,
como revestimentos de fusível, caixas para relê, bobinas. Painéis transpa-
rentes para teto em construções; luminárias e globos de iluminação de
rua. ' ^^s ^
Produtos mais conhecidos:
Polímero
(Kevlar)
99
98 EI.OISA Hl AM 11 K ) MANO POLlMKROSCOMO MAU Kl AIS DE ENGENHARIA
Polímeros
n (Kapton)
PAI
(Torlon)
100 ELOISA BIASOTTO M A N O I'OI.IMI;K< is < < >MI i M AI i - K I A I S ni; ENGENHARIA 101
Aplicações típicas:
Usado em compósitos de alto desempenho com até 40% de fibra. Partes
de automóvel; placas de compressor; partes estruturais de aeronave; cabos
para nave espacial; conectores em planta de energia nuclear; filmes para
circuito impresso flexível e termo-resistente; revestimento de cabos; vál-
vulas e bombas para líquido corrosivo.
PÁS
Polímeros PÉS
(Udel)
104 EL01SA BIASOTTO MANO l'OllMI-:K()SC()M<)MATi:KIAISI)l' I-NCI-NHARIA 105
grupos não parafínicos, sem ramificações pendentes na cadeia cânicas, o que é uma característica muito importante exigida em
principal. Essa condição acarreta destruição difícil da ordenação materiais especiais, de alto desempenho. Essa propriedade é en-
macromolecular e, portanto, responde por propriedades mecâni- contrada quando as cadeias são formadas por anéis aromáticos li-
cas em alto grau. As ramificações afastariam as macromoléculas gados por um ou dois átomos, em grupos não parafínicos, de pou-
umas das outras, e assim diminuiriam a sua interação, redu- ca flexibilidade (ver Cap. 2, itens 2.1, 2.2, 2.3).
zindo a resistência mecânica (ver Cap. 2, item 1.1).
• Resistência às intempéries e à oxidação
• Resistência a temperaturas elevadas
A inexistência de insaturação nos segmentos que ligam os anéis
A resistência térmica está associada a estruturas aromáticas como aromáticos para formar as cadeias macromoleculares dos polímeros
parte integrante da longa cadeia polimérica. de alto desempenho, bem como a ausência de carbono terciário
A estabilidade à degradação de um polímero pelo calor é funda- nesses segmentos, acarretam uma grande resistência desses mate-
mentalmente relacionada à energia de ligação dos átomos que for- riais às intempéries e à oxidação (ver Cap. 2, item 2.1).
mam a cadeia polimérica. Assim, a ligação C—C em anéis aromá-
ticos exige uma energia de 520 kj/mol para a sua ruptura, que é • Auto-retardamento da chama e pouca fumaça
muito mais elevada do que a energia requerida pela ligação C—C
alifática, de 335 kj/mol. Este é um dos fatores que tornam os polí- O elevado percentual de estruturas aromáticas nas macromolé-
meros de engenharia de alto desempenho tão superiores às polio- culas, que confere resistência a temperaturas elevadas aos políme-
lefinas e outros polímeros vinílicos, quanto à prolongada resistên- ros de alto desempenho, associado à ausência de cadeias parafíni-
cia a temperaturas elevadas. Mesmo quando a cadeia macromole- cas, garante o retardamento da chama. Há evolução de pouca fu-
cular é parafínica, a resistência à degradação pelo calor pode ser maça durante a queima, e tendência à formação de resíduo negro,
melhorada, pela substituição de átomos de hidrogénio (energia de grafítico, de difícil combustão. Os plásticos que contêm grupa-
ligação C—H: 410 kj/mol) por átomos de flúor (energia de ligação mentos éster ou cetona tendem a liberar vapores de dióxido de car-
C—F: 500 kj/mol), ou reduzida, se o substituinte for o cloro bono, que abafam a chama, extinguindo-a (ver Cap. 2, item 2.8).
(energia de ligação C—Cl: 340 kj/mol). No entanto, os átomos de
H, F e Cl são mono valentes e não geram cadeias poliméricas. • Resistência a solventes e reagentes
Por aquecimento ao ar, os anéis aromáticos da cadeia tendem a O tipo de estrutura química encontrado nos polímeros de alto
sofrer condensações, formando macromoléculas cada vez mais desempenho responde pela grande resistência a reagentes e a sol-
compactadas e estáveis ao calor. A estrutura de carbono condensa- ventes, tal como ocorre com os polímeros de engenharia de uso ge-
da ao máximo é encontrada no grafite, que é uma forma alotrópica ral (ver Cap. 2, itens 2.4, 2.5, 2.6 e 2.7).
do carbono, com cristais lamelares, anisométricos, cuja elevada re-
sistência à degradação térmica é bem conhecida e aplicada indus- • Boa estabilidade dimensional
trialmente na confecção de cadinhos e moldes metalúrgicos (ver A estabilidade dimensional está relacionada à rigidez perma-
Cap. 2, item 2.2).
nente do material, que não deve apresentar escoamento significa-
• Propriedades mecânicas mantidas em latga faixa de temperatu- tivo. A dilatação, ou encolhimento, da peça prejudica o desempe-
ra nho em muitos casos. O polímero deve ter elevada temperatura de
A difícil destruição da ordem macromolecular, apesar da eleva- transição vítrea e alta cristalinidade. Sua estrutura química não de-
ção de temperatura, permite a manutenção das propriedades me- ve favorecer a absorção de umidade ambiental, que faz variar o vo-
108 ELOISA BIAS01TOMANO n H IMliROS COMO M A T I Í K I A I S 1 ) 1 : I - N G K N H A R 1 A 109
lume da peça; deve ser resistente à degradação térmica e química, • Resistência à abrasão
que também causam a modificação de volume.
Os átomos ou grupos que ligam esses anéis para formar a cadeia O termo abrasão refere-se comumente a um processo de desgas-
macromolecular, como átomos de oxigénio, de enxofre ou grupos te em que a remoção de material de uma superfície ocorre durante
carbonila, têm importância fundamental nas propriedades e nas seu deslocamento contra partículas ou protuberâncias rígidas. Em
características de processamento. A distorção ao calor depende da polímeros rígidos, a resistência à abrasão pode ser associada à reti-
mobilidade da^cadeia polimérica. A presença de anéis rígidos aro- culação molecular do material, através de ligações químicas cova-
máticos ou heterocíclicos volumosos prejudica essa mobilidade e lentes (ligações cruzadas), ou à existência de ligações físico-quími-
aumenta a temperatura de amolecimento, porque dificulta ou im- cas fortes, como pontes de hidrogénio, ou de outras interações
pede o deslisamento das cadeias, umas sobre as outras, e também moleculares, e é mais pronunciada em polímeros termorrígidos e
restringe a rotação livre dessas cadeias em torno de seu eixo. Esse polímeros termoplásticos altamente cristalinos (ver Cap. 2, item
mesmo efeito é ainda causado por áreas cristalinas. Além disso, 1.1.10).
nos materiais cristalinos, anisométricos, poderá ocorrer o empena-
mento da peça por mudar de dimensões conforme a orientação das • Baixo coeficiente de expansão térmica
macromoléculas na fase cristalina, o que não ocorre na fase amorfa O baixo coeficiente de expansão térmica, isto é, a maior resis-
(ver Cap. 2, item 1.1.3.). tência a expandir a organização macromolecular, é encontrado nos
Todas essas características estruturais são extremamente impor- polímeros de alta cristalinidade, onde ocorre também a anisome-
tantes para a estabilidade ao calor por tempos prolongados, porém tria nas propriedades. Os valores determinados para a avaliação
reduzem a processabilidade. Para desempenho de alta responsabi- dessas características variam conforme a direção em que é feita a
lidade, o material não deve conter plastifícantes ou outros aditivos medida. Quando os polímeros são amorfos, apresentam isometria,
voláteis, os quais podem ser gradualmente removidos da peça du- isto é, os valores são os mesmos, qualquer que seja a direção da
rante o uso. medida.
Um interessante conjunto de propriedades é encontrado nos po-
• Resistência às radiações eletromagnéticas límeros líquido-cristalinos, que apresentam excepcional resistência
mecânica e química quando sólidos e mostram, no estado fundido
Os polímeros que apresentam estruturas sem conjugação (isto é, ou dissolvido, uma certa ordenação molecular. Durante o processo
sem alternância de ligações químicas insaturadas), ou com pouca de moldagem, assumem uma estrutura cristalina, contínua, auto-
conjugação, não absorvem radiações do espectro eletromagnético reforçadora, completamente diferente da estrutura cristalina la-
na região do visível, e o polímero é incolor. Se há oxidação da mo- melar, descontínua (Figura 11), encontrada nos demais polímeros
lécula, durante o processamento ou sob a ação dos raios ultraviole- de alta cristalinidade.
ta solares, o produto se torna amarelado; conforme o grau de oxi- O tipo de ordenação macromolecular pode variar conforme o
dação, resultam trechos conjugados que causam o escurecimento solvente — neste caso, o material líquido-cristalino é denominado
do produto, em maior ou menor grau. liotrópico — ou a temperatura — designado termotrópico. As es-
Quando os polímeros são muito cristalinos, o material se tor- truturas contínuas nemãtica, esmética ou colestérica, encontradas
na opaco, pelas difrações sucessivas quê o raio de luz sofre ao atra- nesses materiais, são ilustradas na Figura 30.
vessar as diversas regiões ordenadas do material. Quando o polí- Todos os plásticos de alto desempenho são opacos, com exceção
mero é predominantemente amorfo, o material é transparente apenas das poli-sulfonas e dos poliarilatos, que são transparentes,
(ver Cap. 2, item 1.4). devido à sua estrutura predominantemente amorfa.
110 ELOISA BIASOTTO M A N O POLÍMEROS COMO M ATI K I A I S Ml h N í i l í N I I A R I A 111
Quadro 39 - Classificação dos sistemas polimcricos mistos 2.2.1. Sistemas poliméricos mistíveis
Miscibilidadc Compati- Natureza dos Designação Exemplo" No equilíbrio, uma mistura de 2 polímeros amorfos pode existir
bilidade componentes
de duas maneiras: como uma solução dos componentes macromo-
Polímero / polímero
Mistura poli-
mérica ou liga
PPO/PS, PVC/NBR
PVC/MBS
leculares em uma fase única, em que os segmentos poliméricos estão
Miscívcl
Total polimérica intimamente misturados, em solução mútua; ou então separados
(unifásico)
Mistura aditi- PVC/DOP em duas fases distintas, cada uma constituindo fundamentalmen-
Polímero / não-polímero
Sistema
vada te um componente individual.
poli- Mistura poli- PI/EPDM A miscibilidade de dois componentes poliméricos quaisquer é
mérico mérica PA/EPDM
misto Imiscívcl Interfacial
Polímero/polímero função de 3 parâmetros: sua compatibilidade, a proporção relativa
(multifásico)
Compósito PEEK/PA
em que se encontram, e as condições de temperatura e pressão a
Polimero/não-polímero Compósito SI /Acido silícico que estão submetidos, ao longo de determinados tempos. O ter-
Polímero /polímero Mistura poli- BR/NBR mo compatibilidade se refere à natureza química; o termo misci-
mérica incom-
Inexistente Polímero/ não-polímero
patível
SBR/CaCOj bilidade, à dispersão estável. A dispersão em seu grau máximo, a
Ver Quadros 40, 41, 42, 43 c 44. nível molecular, acarreta a miscibilidade dos polímeros. A mistura
de dois homopolímeros miscíveis é monofásica e muito semelhan-
te em propriedades e processamento ao copolímero aleatório cor-
respondente.
Quando dois polímeros são compatíveis, podem tornar-se inter-
cuias dispersas do outro componente; o sistema se apresenta como dispersos, formando uma fase homogénea. Não há indícios gros-
uma mistura polimérica. Exemplos de sistemas em que há incom- seiros de segregação de fase. Sua compatibilidade pode ser obser-
patibilidade são as misturas com carga inerte. vada pelo índice de refração, e, portanto, pela transparência ou
Os sistemas poliméricos mistos têm permitido aos plásticos apli- translucidez da mistura, tal como ocorre com líquidos miscíveis,
cações que antes decorriam exclusivamente de homopolímeros e ou ainda pela ocorrência de uma temperatura de transição vítrea
de copolímeros, além de empregos completamente novos, em de- única, intermediária entre as dos componentes poliméricos isola-
corrência da capacitação técnica e criatividade dos especialistas. O dos. Se forem modificadas as condições de temperatura e pressão,
objetivo da mistura de polímeros é melhorar propriedades como a .essa miscibilidade pode desaparecer. As propriedades da mistura
rigidez, resistência ao impacto a baixas temperaturas, estabilidade versus composição podem ser representadas em gráficos (Figura
dimensional a altas temperaturas, resistência às intempéries, resis- 31), para os polímeros A ç. B.
tência a rachaduras provocadas por tensão, resistência à chama, O equilíbrio de fases do sistema é traduzido pela energia livre
processabilidade e resistência ao envelhecimento. Dessas proprie- de mistura, AG m , que é determinada pela bem conhecida Equa-
dades, as mais comumente requeridas para materiais de engenha- ção de Gibbs:
ria são: resistência ao impacto, resistência mecânica e resistência à
chama. AGm = AHm - TASm
Muitas vezes, é possível combinar algumas dessas qualidades,
inclusive aquelas que são aparentemente conflitantes, como, por onde AHm e ASm são, respectivamente, a entalpia e a entropia de
exemplo, aumento da resistência ao impacto ou da resistência me- mistura, eYa temperatura em que ocorre o processo. A energia li-
cânica, mantendo a maleabilidade e a estabilidade dimensional. vre de mistura é afetada pela composição dessa mistura e pela tem-
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da resistência ao impacto, a forma de partículas
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para uso exte poderá atender melhor aos objetivos, pela dispersão de
no.
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IfH s -I .s
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tica cm painé
que.iriaSeeletro-e
mais macios na massa, que absorvem a energia do cho-
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conveniente,
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fato.gueiras,
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matricial depende da grandeza da área de contato e da afini-
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ii-s
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(sistema miscível), ou interagir somente na interface — ocorrendo
mais de uma fase (sistema imiscível), com compatibilidade par-
c u
s cial, ou ainda apenas coexistir, havendo incompatibilide. Quando
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L. ff C « S
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a afinidade química é muito pequena, a adição de um terceiro
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componente de ação compatibilizante é fundamental.
S 'i -S >A o. 1 -§ A compatibilidade entre os componentes das misturas poliméri-
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cas imiscíveis é de grande importância para o desempenho da mis-
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O-, 1 Z que a resistência à tração cai pronunciadamente na mistura vulca-
nizada. Já se o segundo componente for compatível, como no caso
do sistema SBR-negro de fumo, as propriedades tênseis da mistura
vulcanizada tornam-se muito melhoradas, e a carga é dita reforça-
dora. Nos sistemas imiscíveis polímero-polímero, efeito semelhan-
te é observado.
IIH
KI.OISA HIASOTTOMANO 1'OI.IMI KC 'S ( ( >M' i M A U K l A i s Dl- I - N < U N H A R I A 119
No entanto, mesmo com a compatibilidade em seu grau máxi- dades da mistura são melhoradas, ao mesmo tempo que outras são
mo, encontrada em sistemas unitários, quando o polímero é alta- pioradas, porém não linearmente, ao contrário do que se observa
mente cristalino pode ocorrer a imiscibilidade da fase cristalina na nas misturas miscíveis já discutidas (Figura 31). O diagrama de
fase amorfa. Isto pode ser resumido na afirmativa de que a compa- propriedade versus composição pode apresentar forma sigmóide,
tibilidade é condição necessária, mas não suficiente para que ocor- totalmente diferente conforme a propriedade considerada. Por
ra a miscibilidade. exemplo, uma mistura de A com B pode apresentar o máximo de
Em misturas amorfas binárias imiscíveis, a rigidez, a resistência resistência ao impacto, e o mínimo de rigidez, a x% de A. Nas
mecânica e a temperatura de distorção ao calor do componente misturas de importância industrial, os componentes escolhidos ge-
principal determinam em alto grau as propriedades da mistura. ralmente possuem características bem diferentes, e a variação das
Em contraste com a dependência linear mostrada por composições propriedades pode ser marcante.
amorfas binárias miscíveis, há algumas vantagens em obter mistu- Nas misturas imiscíveis, as dimensões das partículas e o grau de
ras imiscíveis. Baixo alongamento e propriedades insatisfatórias de dispersão de uma fase na outra são de grande importância para o
resistência ao impacto estão relacionadas à má transferência das desempenho tecnológico. É frequente tentar-se melhorar a resis-
forças entre as fases da mistura imiscível. Como a imiscibilidade tência ao impacto de polímeros rígidos que já têm uma série de ca-
está relacionada a fracas interações a nível molecular, é de se espe- racterísticas convenientes, exceto a fragilidade. Para isso, dispersa-
rar que as forças de adesão entre as fases sejam muito precárias nes- se no polímero rígido um componente macio, borrachoso, cujas
sas misturas, e causem falha prematura, sob tensão. partículas atuam como regiões de distribuição de tensões, por sub-
O processamento tem grande papel na distribuição das fases e divisão da força aplicada em forças menores, evitando que as fra-
nas propriedades das misturas polimeriças imiscíveis. Baixa difusão turas maiores se propaguem, aumentando, assim, a resistência ao
segmentai é consequência de imiscibilidade; daí resultam interfa- impacto. Outro fator a ser considerado é a ancoragem de cada fa-
ces definidas e pouca resistência na junção entre a matriz e as par- se, uma na outra, causada pela adesão interfacial. Este efeito pode
tículas dispersas. A estabilização da morfologia das fases nas mis- ser conseguido de diversas maneiras. Uma delas é a adição de urna
turas imiscíveis é conseguida pela adição de um compatibilizante. substância que tenha afinidade química por ambas as fases da mis-
Do ponto de vista de aplicação prática, as misturas poliméricas tura polimérica. Este compatibilizante pode ser ou não de nature-
imiscíveis são as mais importantes. za macromolecular. Quando polimérico, pode resultar da copoli-
Nas misturas miscíveis de dois polímeros predominantemente merização aleatória dos monômeros correspondentes aos políme-
amorfos, as propriedades variam progressivamente com a compo- ros que irão compor a liga polimérica, com as considerações de ca-
sição da mistura. Essa variação corresponde ao esperado de uma ráter económico daí decorrentes. A adesão interfacial de dois polí-
solução de um componente em outro. Se pelo menos um dos polí- meros também pode resultar de incorporação à massa de políme-
meros é predominantemente cristalino, as regiões ordenadas se ros que tenham em sua estrutura segmentos em bloco de cada um
comportam como componentes imiscíveis, e se revelam a partir de dos tipos de mero, tanto na cadeia principal quanto sob a forma
certos limites, que dependem da história térmica decorrente do de ramificações pendentes ("grafts"). A Figura $2 permite visua-
processamento da mistura. Mesmo quando se trata de apenas um lizar as diversas maneiras de melhorar a adesão interfacial. Exem-
polímero, porém de alta cristalinidade, as regiões cristalinas na plos de compatibilizantes não-poliméricos são os emulsificantes.
massa criam heterogeneidade, fazendo com que esse material se As principais misturas poliméricas imiscíveis industriais são
comporte como se as duas fases, amorfa e cristalina, fossem dois apresentadas no Quadro 41, no qual não estão incluídas as mistu-
componentes diferentes, resultando mistura imiscível. ras elastoméricas (como borrachas termoplásticas). Nota-se que os
Quando os componentes da mistura polimérica são imiscíveis, polímeros dominantes mais comuns são PVC, PC e PA, e os polí-
uma situação totalmente diferente é criada. Algumas das proprie- meros modificadores, em menor proporção na mistura, são os ma-
120 ELOISAB1ASOTTOMANO I>(>I.|MEROS(:OMOMATI;KIAISI)I;I;NGENHARIA 121
Componentes
poliméricos Mistura polimérica compatibilizada .3 .f
incompatíveis
a
i "i
s < -2 r-
Compatibilizante Ní Í"
não-polimérico MM"**
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Compatibilizante
polimérico
«TN e á * .S
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(c) 3
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E
(a) Copolímero aleatório
(b) Copolímero em bloco
(c) Copolímero enxertado ou graftizado
_
j
Cu
i
Figura 32. Representação gráfica da compatibilização interfacial a nível
molecular
Quadro 41. Principais misturas poliméricas imiscíveis industriais (continuação)
Característica visada para modificação, comparada a do polímero principal
Polímero Pofímero Maior rc- Melhor Melhor Menor Melhor Melhor
principal modifica- wtenda processj- rewtên- custo resistên- resistên- Melhor Maior Nome Fabricante Aplicações especiais Obcervaçôes
cm maior dor (em ao im- bilidade da a rea- cia às in- cia à estabili- tempera- comercial
proporção menor pacto a gentes c tempérie* abrasão dade di- tura de
propo- baixai solventes menrio- distorção
í*>) tempcra- nal ao calor
turai
PC x X Xenoy GE ~ -
Elasrô- x Gaftuf GAF - -
Pocan Mobay
teriais elastoméricos EPDM e BR, e ABS. Na maioria dos casos, o se descaracterizam completamente; apesar disso, atuam concerta-
objetivo é elevar a resistência ao impacto, especialmente a baixas damente, e as propriedades do conjunto são superiores às de cada
temperaturas. Outras qualidades também visadas para valorização componente individual. A interface entre eles tem influência do-
são: melhoria da processabilidade, aumento da resistência a in- minante sobre as suas características. São em geral empregados co-
tempéries e menor custo. mo materiais de engenharia, formados por elementos de reforço
Quando os componentes da mistura imiscível apresentam gru- em grau variável de ordenação, que se distribuem em uma matriz
pamentos éster ou amida, durante o processamento podem ocor- flexível.
rer reações de transesterifícação, transamidação ou transamido-es- Os principais componentes dos compósitos empregados como
terifícação, resultando produtos mais firmemente interligados, materiais de engenharia são apresentados no Quadro 42.
pela formação de ligações químicas covalentes entre os diversos
componentes da mistura. Essas reações favorecem a miscibilidade,
e a mistura pode passar a monofásica. Também pela exposição ao
calor durante o processamento, pode resultar a formação de liga- Quadro 42. Principais componentes dos compósitos empregados como
ções cruzadas, tornando-se a massa insolúvel e infusível, antes de materiais de engenharia
assumir a forma final da peça — assim, inadequada à moldagem e
insersível. Componente Natureza Exemplos
As misturas poliméricas têm vantagens significativas, tanto para Fibra de poliamida aromática
materiais de uso geral quanto para a valorização técnica dos polí- Fibra de carbono
meros, singularizando o seu perfil de propriedades, de modo a Fibra de boro
Contínua Fibra de vidro
permitir o atendimento de conjuntos muito especiais de qualifica- Fibra de carboneto de silício
ções. Fibrosa Fibras metálicas (alumínio,
A tentativa de substituir materiais de engenharia tradicionais, Estrutural tungsténio, aço)
encontrados na natureza, por produtos sintéticos de propriedades Fibra de cerâmica
engenhosamente projetadas, visando benefícios de custo e man- Fibra de grafite
Descontínua
tendo a confiabilidade, motivou o desenvolvimento dos compósi- Fibras metálicas (ferro, cobre)
tos poliméricos. Fibras monocristalinas ("whiskers")
Negro de fumo
Pulverulenta
Sílica
2.2.1. Compósitos Poliamidas alifáticas
Policarbonato
Poli(sulfeto de fenileno)
Os compósitos representam um caso de particular importância Termoplástica Poli(óxido de metileno)
dentro do grupo das misturas poliméricas imiscíveis. De uma for- Poli-sulfonas
ma bastante abrangente, pode-se dizer que os compósitos consti- Matricial Policetonas
tuem uma classe de materiais heterogéneos, multifásicos, poden- Poli(tereftalato de butileno)
do ser ou não poliméricos, em que um dos componentes, descon- Resina epoxídica
tínuo, dá a principal resistência ao esforço (componente estrutu- Termorrígida
Resina fenólica
ral), e o outro, contínuo, é o meio de transferência desse esforço Poliéstc.r insaturado
(componente matricial). Esses componentes não se dissolvem ou Poli-imidas
126 ELOISA BIASOTTOMANO POLlMHROS COMO MATERIAIS DE ENGENHARIA 127
O componente estrutural pode ser um material orgânico ou Quadro 43. Características das principais fibras empregadas em compósitos
inorgânico (metálico ou cerâmico), de forma regular ou irregular,
fibroso (tecido ou não-tecido) ou pulverulento (esférico ou cristali- Densidade
Resistência Módulo de Temperatura
no), com os fragmentos achatados (como flocos) ou como fibras Fibra à tração elasticidade de fusão
(g/cm 3 )
(GPa) (GPa) (°Q
muito curtas, de dimensões quase moleculares, de material mono-
cristalino ("whisker"). Quando combinados com polímeros de al- Vidro 2,5-2,6 3,5-4,5 73-87 > 700
ta resistência ao calor, as temperaturas de aplicação desses compó- Cerâmica 2,5-4,0 2,4-20,0 430-450 Infusível
sitos podem chegar a 900°C, enquanto que, com os materiais ter- Carbono 1,7-1,9 2,1-2,8 230-400 Infusível
moplásticos comuns, essas temperaturas não ultrapassam 100°C, e' Poliamida
com os termorrígidos, 300°C. 1,4-1,5 2,7-3,5 60-130 Infusível
aromática
Os materiais estruturais devem ter resistência, rigidez e malea- Aço 7,7 4,4 2.000 1.400-1.500
bilidade, que geralmente se encontram nas fibras. O seu papel é Boro 2,6 3,9 410 2.300
suportar as cargas máximas e impedir que as deformações ultrapas-
sem limites aceitáveis. Quando associados a componentes resino-
sos, resultam materiais que apresentam resistência mecânica mui-
to elevada. Em relação ao peso, os compósitos revelam proprieda-
des mecânicas que podem exceder consideravelmente às dos me-
tais. As características das fibras de maior importância industrial
em compósitos especiais estão relacionadas no Quadro 43.
O componente matricial é quase sempre um polímero orgânico
macio ou duro, termoplástico ou termorrígido. O papel da matriz
é manter a orientação das fibras e seu espaçamento, transmitir as
forças de cisalhamento entre as camadas de fibras (para que o com-
pósito resista a dobras e a torções) e proteger a fibra de danos su-
perficiais.
Quanto à interface, de importância fundamental nos compósi-
tos, devem ser lembradas as considerações já anteriormente feitas.
E comum melhorar a interface através do tratamento do compo-
nente estrutural com um agente compatiblizante. Por exemplo,
fibras de vidro são tratadas usualmente com silanos, para melhor
compatibilização às matrizes de poliéster ou de resina epoxídica.
Dentro desse contexto, o corpo humano pode ser considerado
um compósito de extrema complexidade, constituído de múltiplos
componentes estruturais — ossos, dentes, músculos — e diversos
componentes matriciais — gorduras, proteínas. Da mesma forma,
os demais seres vivos, animais e vegetais, também podem ser vistos
como materiais compósitos. Afigura 33 mostra uma parte do cau-
le de uma palmeira, em que se destaca a estrutura de resistência, Figura 33. Compósito natural — Parte do caule de uma palmeira
POLÍMEROS COMO MATERIAIS DE ENGENHARIA 129
128 ELOISA BIASOTTOMANO
já seca, em cujos interstícios havia o componente matricial, forma- engenharia. Um exemplo típico desse sistema é o poliéster reforça-
do por material polissacarídio geleificado, em meio aquoso. do com fibra de vidro, que é o compósito mais comum, denomi-
Também sistemas totalmente inorgânicos podem ser incluídos nado abreviadamente GRP ("glass reinforced polyéster"). O
entre os compósitos: por exemplo, um poste de concreto, cujo Quadro 44 apresenta os principais reforços e matrizes empregados
componente estrutural é representado pela armação metálica, e o nos compósitos.
componente matricial, pela massa de cimento. Destaque especial deve ser dado às fibras de carbono e de polia-
Para as propriedades mecânicas dos compósitos contribuem as midas aromáticas (Aramid, Kevlar). Essas fibras trazem aos com-
duas fases: a fase estrutural, geralmente com módulo alto e eleva- pósitos uma série de qualidades: maior rigidez, maior resistência
da resistência mecânica, representada por um material fibroso, e a mecânica, menor peso, maior resistência à fadiga, menor expansão
fase matricial, com módulo baixo e grande alongamento, tipica- térmica, maior condutividade térmica e elétrica, melhor blinda-
mente constituída de um material plástico, não quebradiço. A gem eletromagnética; como inconvenientes, apresentam alto cus-
combinação de excelentes propriedades mecânicas e leveza estru- to e limitação de cor.
tural torna os compósitos interessantes materiais de aplicação em Resinas epoxídicas são compatíveis com todas as fibras e são as
mais comumente empregadas em compósitos dos quais é exigido
Quadro 44. Principais compósitos poliméricos de aplicação em engenharia alto desempenho.
Os compósitos são principalmente usados nas seguintes indús-
Componente trias: mecânica de precisão (relógios, máquinas de costura), auto-
Aplicações típicas mobilística (peças que se movem com alta velocidade e têm conta-
Estrutural Matricial
(fibra) (resina) to com metais, para evitar aglomeração de poeira resultante do
Vidro Poliéster insaturado Telhas corrugadas, carcaças de desgaste dos metais), aeronáutica, aeroespacial, ótica, médica e de
carro, cascos de barco, piscinas, material esportivo (equipamentos de pesca, peças para esqui, ra-
tanques, silos, reatores de pres- quetes de ténis).
são
Vidro Resina epoxídica Circuitos impressos, componen-
tes para a indústria eletrônica Bibliografia recomendada
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Capítulo 4
PERFIS DE PROPRIEDADES DOS POLÍMEROS
Figura
Código Propriedades Unidade
(Ni)
1 Resistência à tração kgf/mm 2
2 Alongamento na ruptura % 3
3 Módulo de elasticidade kgf/mm 2 4
4 Resistência à compressão kgf/mm 5
5 Resistência à flexão kgf/mm 2 6
6 Resistência ao impacto kgf-mm/mm 7
7 Calor específico cal/(g-°C) 7
8 Condutividade térmica 10" 4 cal/(cnvs-°C) 9
9 Coeficiente de expansão térmica linear 10~ 4 /°C 10
10 Temperatura de fusão cristalina (Tm) "C 11
11 Temperatura de transição vítrea (TR) "C 12
12 Temperatura de distorção ao calor (HDT) °C 13
13 Rigidez dielétrica kV/mm 14
14 Elétricas Resistívidade volumétrica Ohm-cm 15
15 Constante dielétrica — 16
16 Õticas índice de refração — 17
17 Densidade — 18
18 Permeabilidade ao nitrogénio (10~ 10 cm 2 )/s-cmHg) 19
Outras
19 Permeabilidade ao dióxido de carbono (1(T 10 cm 2 )/s-cmHg) 20
20 Permeabilidade a vapor dágua (10~ 1 0 g)/(cnrs-cmHg) 21
7 8 9 1O 11 12 13 14 15 16 17 18 19 2O
* Não aplicável
HDPE PP
1 2 3 4 5 6 7 8 9 MO 11 12 13 14 15 16 17 18 19 2O 5 l 6 10 12 13 14 15 16 17 18 19 2O
pvc
6 7 8 9 1O 11 12 13 14 15 16 17 18 19 2O
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1O 11 12 13 14 15 16 17 18 19 2O 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1O 11 12 13 14 15 16 17 18 19 2O
* Não aplicável
PAN
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1O 11 12 13 14 15 16 17 18 19 2O
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1O 11 12 13 14 15 16 17 18 19 2O
PET
ER
* * * 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1O 11 12 13 14 15 16 17 18 19 2O
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1O 11 12 13 14 15 16 17 18 19 2O
Não aplicável
PC CRP
* * * * * *
1O 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 2O
* Não aplicável
PA-11
2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 l 1O | 11 l 12 l 13 l 14 l 15 l 16 l 17 l 18 l 19 l 2O 1 l 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 l 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 | 20
PA-6,6 PA-6,10
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1O 11 12 13 14 15 16 17 18 19 2O 2 3 4 5 6 7 8 9 1O 11 12 13 14 15 16 17 18 19 2O
PR
* * * * * *
1 2 3 5 6 7 8 9 1O 11 12 18 19 2O
MR PU
* * * *
18
*
19
*
20
* * *
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1O 11 12 13 14 15 16 17 18 19 2O
13 14 15 16 17 18 19 2O
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1O
AC OS
* * *
* * * * * 17
1 2 3 4 8 9 K> 11 12 13 14 15 16 18 19 2O
Iodos os valores lançados nesses gráficos foram retirados dos limi- aplicações de engenharia em substituição a metais, em casos muito
tes superiores dos dados correspondentes a cada propriedade, específicos.
apresentados anteriormente nas Figuras 2 a 21. Considerando ainda outras características, pelos Perfis de Pro-
Quanto às propriedades mecânicas consideradas (resistência à priedade, pode-se desde logo verificar que a densidade é muito
iração, alongamento na ruptura, módulo de elasticidade, resistên- menor nos polímeros do que nos materiais inorgânicos. Isto signi-
:ia à compressão, resistência à flexão e resistência ao impacto), no- fica baixar substancialmente o peso das peças tradicionais — de
ta-se a flagrante superioridade dos materiais clássicos sobre os sin- igual volume — e assim permitir-lhes usos mais diversificados. A
téticos de uso geral — porém essa restrição é bem menos significa- permeabilidade a gases e vapores, muito diferente nos diversos po-
tiva quando o polímero é orientável, como no caso de poliamidas e límeros, é inexistente nos vidros e metais; nas madeiras e nas cerâ-
poliésteres. A melhoria dessas características tem sido obtida atra- micas, a estrutura mais ou menos porosa de cada material impede
/és da síntese de novos materiais poliméricos, de estrutura quími- condições para comparação. Nota-se que, entre os gases considera-
:a especialmente escolhida para apresentação de maior organiza- dos, o dióxido de carbono é aquele de permeação mais fácil, em
ção molecular e, portanto, maior resistência mecânica. Ao lado grau muito superior ao encontrado para o nitrogénio e o vapor
desta característica, surgem outras igualmente importantes, como dágua.
i estabilidade à degradação. A observação minuciosa dos Perfis de Propriedades dos políme-
Em relação às principais propriedades térmicas (calor específico, ros permite extrair uma série de informações muito interessantes e
:ondutividade térmica, coeficiente de dilatação térmica linear, valiosas. No entanto, o estudo detalhado desses gráficos foge ao
:emperatura de fusão cristalina, temperatura de transição vítrea e caráter introdutório e geral deste livro; é sugerido àqueles que se
:emperatura de distorção ao calor), pode-se observar nos Perfis de dedicam ao desenvolvimento de novos materiais, destinados a
Propriedades que os polímeros sintéticos, como substâncias orgâ- áreas de aplicação específica e pouco comum.
licas, são todos menos resistentes ao calor do que os materiais tra-
dicionais inorgânicos, como as cerâmicas, vidros e metais. Nos po-
ímeros termorrígidos, que são infusíveis, a consequência do aque-
:imento ao ar além de certos limites é a carbonização do material,
íista limitação intrínseca dos polímeros para aplicação em enge-
lharia tem sido contornada pela procura de monômeros que tra-
gam à cadeia macromolecular a estabilidade térmica não oferecida
:>elas cadeias parafínicas encontradas nos polímeros mais comuns,
ie uso geral. A formação de dupla cadeia macromolecular, que ca-
•acteriza os polímeros escalares, e a condensação de anéis aromáti-
:os, resultando em estruturas compactadas, polinucleares, são os
•ecursos que os químicos têm utilizado em suas pesquisas, com
Dons resultados — porém os custos elevados dos monômeros e a
dificuldade de processamento dos polímeros são obstáculos a ven-
:er.
Em relação às propriedades elétricas (rigidez dielétrica, resistivi-
iade volumétrica e constante dielétrica), verifica-se que todos os
polímeros, de uso geral ou especial, são isolantes elétricos. A asso-
:iação da característica de condutor de eletricidade às qualidades
ípicas dos polímeros vem sendo buscada pelos pesquisadores para
Capítulo 5
MÉTODOS PARA A AVALIAÇÃO DAS PRINCIPAIS
CARACTERÍSTICAS DOS MATERIAIS
l. Propriedades físicas
1.1. Mecânicas
165
166 ELOISA BIASOTTO MANO POLÍMEROS COMO MATERIAIS DE ENGENM H HARII
C 177 — "Steady state heat flux measurements and thermal D 792 — "Specific grav^.vitymd èsirry çy of
transmission properties by means of the guarded- cernem"
hot-plate apparatus" D 1895 — "Apparent dJL»_ensirí, bulfaoctctor j
C 351 — "Mean specrfic heat of thermal insulation" plastic matéria ials"
D 648 — "Deflexion temperature of plastics under flexural
load"
D 696 — "Coefflcient of linear thermal expansion of plas- 2. Propriedades químicas
tics"
D 2117 — "Melting point of semicrystalline polymers by the D 581 — "Chemical resssistuce cdheiírmrmos
hot-stage microscopy method" in glass fiber reiércedstruuoxctun
D 3418 — "Transition temperatures of polymers by thermal quid service'n "
analysis" D 543 "Resistance cix>f plistics iich-teoemic
D 4351 — "Measuring the thermal conductivity of plastics by D 568 "Rate of burri-nin|ind/«exi»{t»Gtent
the evaporation calorimetric method" ning to flexihoole plistics"
D 570 '' Water absotrrptk of plttio esc: s"
D 756 "Determinat-iiionif weijlt : aicand
1.3.- Elétricas plastics undei r» aderatdserrvdrvice;
D 794 '' Determinig 7 pemnerfebos et oJ|
D 149 — "Dielectric breakdwon voltage and dielectric D 1148 "Rubber dettiterkioii- H Heal
strength of solid electrical insulating materiais at light discolor-ssatioiof lijk-ccoloolorèj
commercial power frequencies" D 1435 "Outdoor weE^atttiing «Iplaas-ustics
D 150 — "A-C Loss characteristics and permittivity (dielec- D 1499 Operating ligtand nteer-i:r- ex| l
tric constant) of solid electrical insulating (carbon-arc tvjs^pcjbr ej|»suiireire of '
materiais" D 1870 "Elevated terTraípcnure afing: u xisiq
D 257 — "D-C Resistance or conductance of insulating ma- D 1920 "DeterminiriA^g lijht dagee s in!
teriais" aging appara-.otus'
D 495 — "High-voltage, low current, dry are resistance of D 2843 — "Density of ss^mokfronks H • buri
solid electrical insulation" sition of plas-.tatics'
166
ELOISA BIASOTTO MANO POLÍMEROS COMO MATERIAIS DE ENGENHARIA 167
C 177 — "Steady state heat flux measurements and thermal D 792 — "Specific gravity and density of plastP by displa-
transmission properties by means of the guarded- cement"
hot-plate apparatus" D 1895 — "Apparent density, bulk factor and p-°%ability of
C 351 — "Mean specific heat of thermal insulation" plastic materiais"
D 648 — "Deflexion temperature of plastics under flexural
load"
D 696 — "Coefficient of linear thermal expansion of plas- 2. Propriedades químicas
tics"
D 2117 — "Melting point of semicrystalline polymers by the D 581 — "Chemical resistance of thermosettin^ *esins used
hot-stage microscopy method" in glass fiber reinforced structures ii for li-
D 3418 — "Transition temperatures of polymers by thermal quid service"
analysis" D 543 ' 'Resistance of plastics to chemical r
D 4351 — "Measuring the thermal conductivity of plastics by D 568 "Rate of burning and/or extent and of bur-
the evaporation calorimetric method" ning to flexible plastics"
D 570 "Water absorption of plastics"
D 756 "Determination of weight and shap£ ^hanges of
1.3-- Elétricas plastics under accelerated service concr ons
D 794 ''Determinig permanent effect of heat.0*1 plastics''
D 149 — "Dielectric breakdwon voltage and dielectric D 1148 "Rubber deterioration — Heat anA Ultraviolet
strength of solid electrical insulating materiais at light discoloration of light-colored sur^ ^es
commercial power frequencies" D 1435 "Outdoor weathering of plastics"
D 150 — "A-C Loss characteristics and permittivity (dielec- D 1499 "Operating light-and-water-exposur^. apparatus
tric constant) of solid electrical insulating (carbon-arc type) for exposure of plasi^ J
materiais" D 1870 "Elevated temperature aging using a ti/1 blar oyen"
D 257 — "D-C Resistance or conductance of insulating ma- D 1920 "Determining light dosage in carboluarc light
teriais" aging apparatus"
D 495 — "High-voltage, low current, dry are resistance of D 2843 — "Density of smoke from the burning ^rdecompo-
solid electrical insulation" sition of plastics"
168 ELOISA BIASOTTO MANO
3. Propriedades físico-químicas
169
170
171
ELOISA BIASOTTO MANO POLÍMEROS COMO MATERIAIS DE ENGENHARIA
l denier = 1,111 x 1 0 ~ 4 g / m