PROCESSO X PROCEDIMENTO
PROCEDIMENTAL
PROCESSO - o instrumento através do qual se obtém
a prestação jurisdicional.
PROCEDIMENTO - o modo em que se executa estes
atos processuais.
TIPOS DE PROCESSO
PROCESSO DE CONHECIMENTO - pelo qual se
busca a certeza do direito (existência e extensão) por
meio da averiguação e da resolução do mérito; crise
jurídica de certeza
PROCESSO DE EXECUÇÃO - por meio da qual a
certeza do direito já́ foi preestabelecida em lei,
servindo o processo como forma de compelir a parte
devedora da obrigação a cumprir o constante do
título executivo; crise jurídica de satisfação
TIPOS DE PROCEDIMENTO
PROCEDIMENTO COMUM
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
TEORIA GERAL DOS PROCEDIMENTOS
Regra Geral – Procedimento Comum.
Exceção - Procedimento Especial.
Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento
comum, salvo disposição em contrário deste Código ou de
lei. Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se
subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e
ao processo de execução.
TÉCNICAS LEGISLATIVAS DE ESPECIALIZAÇÃO REQUISITOS PROCESSUAIS – estão relacionados aos
requisitos que condicionam a forma e o
desenvolvimento do processo. A falta desses
Segundo Humberto Theodoro Júnior (2016), requisitos conduz à ineficácia da relação processual
além de ter como objetivo conferir proteção e à sua extinção prematura, sem julgamento de
especial a determinadas relações jurídicas do mérito. Exemplo: Ação de consignação em
direito material, o legislador utilizou-se de pagamento, em que o autor não promove o depósito
outras técnicas de especialização, sendo elas: no prazo legal, ou na ação monitória, quando o
Simplificação e agilização (trâmites processuais) : promovente não exibe, com a inicial, a prova escrita
liminares, redução de prazos; do direito exercitado contra o réu.
Delimitação do tema: deduzível na inicial e
CLASSIFICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS
contestação;
ESPECIAIS
Explicitação dos requisitos (materiais e
processuais): eficácia; JURISDIÇÃO CONTENCIOSA - Existe litígio (conflito);
Fusão das providências de natureza cognitiva, Existem partes adversárias (Autor x Réu); Juiz decide
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA - Existe crise jurídica;
executiva e cautelar : despejo, mandado de
Existem interessados (não existem adversários);
segurança;
Juízo chancela a vontade das partes
PRESSUPOSTOS DOS PROCEDIMENTOS
PERGUNTAS / RESPOSTAS
ESPECIAIS: adequação da forma ao objeto.
Por que procedimentos especiais? Por que não
REQUISITOS MATERIAIS - a pretensão de direito
só um modelo procedimental (o procedimento
material deve corresponder ao rito. Não
comum) que pudesse abarcar todas as
correspondendo o procedimento eleito ao
situações no processo? Para estabelecer
respectivo direito material, o juiz concederá prazo
para a respectiva adequação (emenda da inicial),
procedimentos que atendam as especificidades
antes de oferecida a contestação. Art. 321, CPC;
do direito material posto em juízo, visando a
Exemplo: Não dispondo de prova escrita sem
simplificação do processo, que está ligada a sua
eficiência.
eficácia de ti ́tulo executivo, o autor
equivocadamente ajui ́za Ação Monitória (Art. 700),
quando deveria ajuizar ação de cobrança
(procedimento comum).
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
CONCEITO – O pagamento em consignação é uma
das formas de pagamento e extinção da obrigação;
PREVISÃO NO DIREITO MATERIAL – Considera-se
pagamento, e extingue a obrigação, o depósito
judicial ou em estabelecimento bancário, nos casos
e formas legais (Art. 334, CC).
QUEM PODE E O QUE PODE: o devedor ou terceiro
de uma obrigação de dar coisa ou pagar quantia em
favor do credor, nas hipóteses previstas em lei civil
(Art. 539 CPC).
A AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO é o
procedimento especial que visa permitir a realização
desse instituto de direito material, por meio do qual
o autor da ação (devedor), se procedente o pedido,
obterá uma sentença de natureza declaratória
extinguindo a obrigação em razão do seu
cumprimento.
PRINCIPAIS REQUISITOS: recusa injusta do credor
ou existência de dúvida sobre a quem se deve pagar.
Art. 335 C.C. A consignação tem lugar:
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar
receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no
lugar, tempo e condição devidos;
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido,
declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de
acesso perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente
receber o objeto do pagamento; V - se pender litígio sobre
o objeto do pagamento
CONSIGNAÇÃO EXTRAJUDICIAL - Art. 539
O devedor / terceiro pode consignar extrajudicialmente o
valor devido (DINHEIRO) depositando em estabelecimento
bancário oficial como alternativa ao ingresso imediato em
juízo, cientificando-se o credor por carta com aviso de
recebimento, assinalado o prazo de 10 (dez) dias para a
manifestação de recusa. (§1º e 2º, Art. 539 do C PC)
ACEITAÇÃO TÁCITA OU EXPRESSA: o devedor é
liberado da obrigação, ficando à disposição do credor
a quantia depositada. (§2º, do Art. 539 do CPC)
CREDOR
RECUSA EXPRESSA DO CREDOR: poderá ser proposta
Ação de Consignação em Pagamento, no prazo de 1
(um) mês, instruindo-se a Petição Inicial com a prova
do depósito e da recusa. (§3º, do Art. 539 do CPC).
1
Obs : Havendo a recusa expressa + não propositura da
ação no prazo de 1 (um) mês o valor poderá ser levantado
pelo depositante.
Obs2 : prazo de 1 (um) mês para ajuizamento da ação de
consignação em pagamento (conversão a partir da
consignação extrajudicial), é apenas para que o devedor
não sofra os efeitos da mora. Ultrapassado tal prazo o
ajuizamento continua possível, desde que o valor
principal seja acrescido de juros e correção. CONTADOS
DE QUANDO? Do vencimento da obrigação.
ASPECTOS RELEVANTES DA CONSIGNAÇÃO
EXTRAJUDICIAL:
- deve se tratar de obrigação em dinheiro
- sem participação do poder judiciário
- é procedimento optativo
- é feito em estabelecimento bancário oficial (ou
particular nos locais onde não existe oficial)
- conhecimento do endereço do credor (para fins de
notificação);
- é forma alternativa de resolução de conflitos
NÃO CABE CONSIGNAÇÃO EXTRAJUDICIAL SE:
a) O credor é desconhecido;
b) Houver dúvida quanto a quem é o credor;
c) O credor for incapaz (não poderá receber ou dar
quitação);
d) O credor for insolvente ou falido (nesses casos o
crédito pertence às massas falidas);
e) Existir demanda judicial tendo por objeto a dívida
que se pretende consignar.
CONSIGNAÇÃO JUDICIAL
As obrigações de pagar quantia ou coisa (certa ou
incerta, fungível ou infungível, móvel ou imóvel)
podem autorizar o pagamento por consignação. Não
podem ser objeto desta ação as obrigações
negativas.
LEGITIMIDADE:
Passiva: Quem o devedor alega que seja o credor -
Se houver dúvida > litisconsórcio necessário (citação
dos possíveis credores para provarem seu direito) –
art. 547, CPC.
Ativa: Devedor ou terceiro interessado (fiador,
sócio, devedor solidário) ou não interessado (CPC
539 CPC)
COMPETÊNCIA:
A consignação (judicial ou extrajudicial) será
requerida no lugar do pagamento. (Arts. 540, CPC, e
337 e 341, ambos do CC,)
QUAL O LUGAR DO PAGAMENTO?
- Domicilio do devedor - Dívida quesível (cabe ao
credor ir cobrar)
- Domicilio do credor - Dívida portável (cabe ao
devedor dirigir-se ao domicílio do credor para se
isentar da obrigação, por convenção das partes ou
2. POSSÍVEIS AÇÕES DO REQUERIDO APÓS CITADO
por imposição legal).
- Escolha do devedor - Lugar do pagamento
inacessível / difícil acesso ou perigoso
Obs: Havendo foro de eleição, deve ser respeitado.
PROCEDIMENTO DA AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM
PAGAMENTO
1. PETIÇÃO INICIAL
 Requisitos do art. 319 do CPC +
requerimento de depósito da quantia ou coisa
devida (na hipótese de não ter havido prévia
consignação extrajudicial) + pedido de citação do
requerido para levantar o depósito ou oferecer
resposta;
Obs: o requerimento de depósito será dispensado
se houve prévia consignação extrajudicial; neste
caso, a Inicial deverá ser instruída com a cópia do
comprovante de depósito + manifestação da
recusa do credor (art. 539, §3º);
 Se deferido o requerimento de realização de - levantar o depósito, liberando o autor
depósito o devedor/autor deverá realizar em parcialmente da obrigação, prosseguindo o
5 dias contados do deferimento, SOB PENA DE processo quanto à parte controvertida. (§1º art.
EXTINÇÃO SEM RESOLUÇÃO. 545);
 Prazo para realização do depósito > 5 dias
contados da intimação da decisão acima;  Será aberto prazo de 10 dias para o autor
 Se não for feito > extinção SEM resolução de completar o valor (caput, art. 545):
mérito Se completar o depósito > sentença de procedência,
 Se for feito > o juiz determinará a citação do declarando extinta a obrigação. Obs: o autor
(vencedor) deverá pagar as custas e os honorários do
requerido PARA LEVANTAR O DEPÓSITO OU
réu (vencido) por ter dado causa à recusa.
CONTESTAR.
Se não completar o depósito > sentença apontará o
montante devido e valerá como título executivo,
facultado ao credor o cumprimento nos mesmos
autos (§2º do art. 545) – caráter dúplice da
a) Levantamento da quantia ou da coisa
consignação.
depositada, dando quitação/ reconhecimento
jurídico do pedido – art. 546, p.ú., CPC.
3. SENTENÇA
b) Contestar: prazo de 15 dias
 O que pode ser alegado (quanto ao mérito) na REGRA GERAL > natureza declaratória
contestação? – art. 544, CPC EXCEÇÃO: Se acolher o pedido do requerido de
- Que não houve recusa ou mora em receber insuficiência do depósito > natureza condenatória:
a quantia ou coisa devida. Determinará o montante devido > será título
- Que foi justa a recusa. executivo judicial > possibilita o cumprimento nos
- Que o depósito não se efetuou no prazo ou mesmos autos – art. 545, § 2º.
no lugar do pagamento.
- Que o depósito não é integral (devendo o réu
indicar o montante devido);
 Se a contestação do Réu for sustentada na
alegação de depósito insuficiente – art. 545:
O réu pode:
- formular pedido em seu favor, requerendo o
pagamento da diferença (que ele deve indicar o
montante) pelo consignante;
AÇÃO DE EXIGIR CONTAS
PREVISÃO LEGAL: Arts. 550 a 553, NCPC
CONCEITO: Refere-se ao dever de prestar contas,
previsto em lei ou em contrato, por aquele que
administra bens, valores ou interesses alheios.
Prestar contas significa apresentar a relação
detalhada das receitas e despesas.
Obs. O CPC/2015 prevê esse procedimento especial
somente para a Ação de Exigir Contas, não existindo
mais a previsão de rito especial para a antiga Ação de
Prestação de Contas, prevista no CPC/73.
LEGITIMIDADE ATIVA: Titular do direito de exigir
contas (arts. 550 CPC);
Obs. O condômino individualmente não tem o direito
de exigir contas, apenas a Assembleia . (REsp
1.046.652-RJ, rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,
julgado em 16-9-2014. (Informativo n. 549 do STJ).
LEGITIMIDADE PASSIVA: Aquele que tem o dever
(legal ou contratual) de prestar contas da
administração de bens, valores ou interesses alheios.
Exemplos: > Mandatário (art. 668 do CC) > Síndico de
condomínio (art. 1.348 do CC) > Banco, administrador
judicial, tutor, curador, sócio gerente, etc.
COMPETÊNCIA: Art. 52, IV, alínea b do CPC: do lugar
do ato ou do fato para ação em que for o réu
administrador ou gestor de negócios alheios.
Portanto, a competência é do local de cumprimento
da obrigação.
Obs: por se tratar de típica ação de direito pessoal,
normalmente é proposta no domicílio do réu.
Havendo contrato com cláusula de eleição de foro,
em regra deverá ser respeitada (salvo contratos por
adesão com cláusula abusiva).
PROCEDIMENTO: Composto por 02 (duas) fases com
objetivos distintos:
 1ª Fase: Verificação do direito à exigência das
contas; discute-se apenas a existência da relação
de direito material e a respectiva obrigação ou
não de prestar contas; e em caso de positivo
seguirá com a 2ª fase;
 2ª Fase: Análise e apuração das contas e, caso
seja verificada a existência de saldo devedor,
haverá condenação ao pagamento da quantia
apurada.
1º FASE
1. PETIÇÃO INICIAL
Requisitos do Art. 319 (exceto inciso VII) + 320 e Art.
550.
 Art. 550, § 1o - Na petição inicial, o autor
especificará, detalhadamente, as razões pelas
quais exige as contas, instruindo-a com
documentos comprobatórios dessa necessidade,
se existirem.
 A petição inicial conterá 02 (dois) pedidos
cumulados: a) pedido determinado: reconhecer
a existência da relação de direito material
condenando o réu a prestar contas – obrigação
de fazer; b) pedido genérico (art. 324, § 1º, III):
condenar o réu a pagar o saldo residual em valor
a ser apurado – obrigação de pagar quantia.
2. POSSÍVEIS POSTURAS DO RÉU APÓS A CITAÇÃO
(1ª FASE)
 Prestar as contas e não contestar => trata-se de
hipótese de reconhecimento jurídico do pedido
do autor; será concedido prazo de 15 dias para
o autor se manifestar (art. 550, §2º), seguindo o
julgamento antecipado (art. 550, §4º) com
decisão de mérito que dará início a 2ª fase;
 Contestar e não prestar contas => será
concedido prazo de 15 dias para o autor se
manifestar sobre a contestação, seguindo o
procedimento comum para instrução.
Concluída a instrução será proferido um dos
seguintes pronunciamentos: decisão de mérito
dando início à 2ª fase; sentença de
improcedência; ou extinção sem resolução com
fundamento no art. 485);
 Contestar e prestar contas => será concedido
prazo de 15 dias para o autor se manifestar (art.
550, §2º), seguindo o procedimento comum
para instrução. Concluída a instrução será
proferida decisão de mérito dando início à 2ª
fase;
 Não contestar e não prestar contas (revelia -
§4º) => o juiz decreta a revelia e julga
antecipadamente proferindo: decisão de
mérito dando início à 2ª fase; ou sentença de
improcedência; ou extinção sem resolução com
fundamento no art. 485);
1ª FASE - SE ENCERRA COM:
a) Decisão interlocutória de mérito: quando
reconhecer a existência do dever de prestar contas
 (condenação em obrigação de fazer), seguindo a 2ª
fase. Recorrível por agravo de instrumento;
Enunciado 177 FPPC: A decisão interlocutória que
julga procedente o pedido para condenar o réu a
prestar contas, por ser de mérito, é recorrível por
agravo de instrumento. (Grupo: Procedimentos
Especiais) Fundamento do AI: 1.015, II, do NCPC.
b) Sentença de improcedência: quando reconhecer
a inexistência do dever de prestar contas. Recorrível
por Apelação;
c) Extinção sem resolução do mérito: quando ocorrer
uma das situações previstas no art. 485. Recorrível
por Apelação.
2º FASE
 Haverá diante de decisão de mérito proferida na
1ª fase, reconhecendo a existência do dever de
prestar contas
Art. 550 §5º: Intimação do réu para apresentação
das contas em 15 dias (nos moldes do art. 551), sob
pena de não poder impugnar as contas que forem
prestadas pelo autor.
Obs: não haverá essa intimação se na 1ª fase o réu
já prestou contas. Nesse caso, a 2ª fase será para
analisar as contas que já foram prestadas.
Se o réu apresentar as contas: o autor terá 15
(quinze) dias para se manifestar (impugnação
específica nos termos do §3º).
Se o réu não apresentar as contas: o autor
apresentá-las-á no prazo de 15 (quinze) dias,
podendo o juiz determinar a realização de exame
pericial, se necessário. Nesse caso o réu não poderá
impugnar as que o autor apresentar.
 DOS REQUISITOS PARA APRESENTAÇÃO DAS
CONTAS:
Art. 551. As contas do réu serão apresentadas na
forma adequada, especificando-se as receitas, a
aplicação das despesas e os investimentos, se
houver.
§1º Havendo impugnação específica
fundamentada pelo autor, o juiz estabelecerá prazo
razoável para que o réu apresente os documentos
justificativos dos lançamentos individualmente
impugnados.
§2º As contas do autor, para os fins do art. 550,
§ 5, serão apresentadas na forma adequada, já
instruídas com os documentos justificativos,
especificando-se as receitas, a aplicação das
despesas e os investimentos, se houver, bem como
o respectivo saldo.
 DECISÃO DA 2ª FASE
Art. 552. A sentença apurará o saldo e constituirá
título executivo judicial.
Obs1: Embora o pedido tenha sido genérico, a
sentença deverá ser líquida, já que se trata uma
obrigação de pagar quantia certa.
Obs2: A sentença apontará o saldo credor ou
devedor (natureza dúplice da ação) e servirá de
título executivo judicial. Gerado tal título executivo
judicial, a parte credora poderá desde logo proceder
o cumprimento de sentença.
O ART. 553 PREVÊ FORMA ESPECIAL DE PRESTAÇÃO
DE CONTAS PELOS ADMINISTRADORES JUDICIAIS:
“As contas do inventariante, do tutor, do curador, do
depositário e de qualquer outro administrador serão
prestadas em apenso aos autos do processo em que
tiver sido nomeado.” Parágrafo único. Se qualquer
dos referidos no caput for condenado a pagar o saldo
e não o fizer no prazo legal, o juiz poderá destituí-lo,
sequestrar os bens sob sua guarda, glosar o prêmio
ou a gratificação a que teria direito e determinar as
medidas executivas necessárias à recomposição do
e prejuízo.
2º FASE SE ENCERRA COM: Sentença com
fundamento no art. 485 (extinção sem resolução) ou
no art. 487 (julga as contas e fixa do saldo credor –
condenação em obrigação de pagar quantia).
Recorrível por Apelação.
EM SUMA:
O procedimento da ação de exigir contas apresenta
fases distintas:
1ª: declara-se a existência ou a inexistência do dever
de prestar contas;
2ª: prestam-se as contas devidas (art. 551, CPC), e
Pode-se falar em uma 3ª fase, em que se executa
(art. 552, CPC), mediante cumprimento de sentença
(art. 523, CPC), o saldo eventualmente apurado,
servindo a sentença como título executivo judicial.
ATENÇÃO
Cabe Ação de Exigir Contas em face de instituição
financeira tendo por objeto contrato de
financiamento?
Na Ação de Exigir Contas é possível cumular pedidos
de prestação de contas e revisão contratual?
Vide Informativos: 558 e 592 do STJ
AÇÕES POSSESSÓRIAS
Teorias da Posse
 Subjetiva (Savigny) – posse é o poder de
dispor fisicamente de uma coisa, combinado
com a convicção do possuidor de que tem
esse poder (VONTADE).
Elementos: Corpus (poder de fato sobre a
coisa); Animus (propósito de ter a coisa
como sua).
 Objetiva (Ihering) – adotada pelo Código
Civil (art. 1.196), que define ser a posse,
como o poder de fato sobre a coisa.
Elemento Relevante: Corpus (poder de fato
sobre a coisa), e affectio tenendi (a vontade
de proceder, independente de querer ser
dono). Ex: Locatário.
FINALIDADE : permitir o exercício dos direitos
materiais do possuidor de ser mantido na posse em
caso de turbação, restituído no caso de esbulho, e de
impetrar mandado proibitório que o deixe
resguardado de violência iminente – (CC, art. 1210).
Portanto, pressupõe a existência de posse anterior!
Obs: Servem para proteger propriedade? Em regra
não, salvo se, na demanda que se discute a posse, o
fundamento, tanto do autor quanto do réu, se
sustenta na alegação de propriedade (domínio).
SÚMULA 487 DO STF: Será deferida a posse a quem,
evidentemente, tiver o domínio, se com base neste
for ela disputada.
FUNGIBILIDADE DAS POSSESSÓRIAS: Art. 554 caput
Trata-se de exceção ao princípio da congruência
(adstrição) previsto no art. 492 do CPC.
Razões para a fungibilidade:
 Todas as possessórias apresentam a mesma
função: a proteção possessória;
 A situação possessória pode se modificar no
decurso da ação (uma ameaça pode virar
uma turbação que pode virar um esbulho);
 Dificuldade em definir com exatidão a
espécie de violação está caracterizada no
caso concreto.
PROCEDIMENTO em relação ao tempo da posse.
 Ação de força nova: Ação proposta dentro
de ano e dia contado da data da ofensa à
posse; Seguirá o procedimento especial,
conforme previsto no art. 558 CPC;
 Ação de força velha: ação proposta após ano
e dia contado da data da ofensa à posse;
Seguirá o procedimento comum.
Competência:
 Coisas móveis: Regra Geral: Art. 46
CPC/2015 – Domicilio do réu;
 Coisas imóveis – foro da situação da coisa
Art. 47 do CPC – competência territorial
ABSOLUTA. art. 47§2º do CPC.
Legitimidade Ativa:
Arts. 1.196 e 1.210 do CC – Do POSSUIDOR (aquele
que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum
dos poderes inerentes à propriedade);
Art. 1.197 do CC – defesa pelo possuidor direto
(locação, usufruto, penhor, comodato etc);
Obs: contra moléstia de estranhos são LEGÍTIMOS o
possuidor direto e indireto;
Art. 1.998 do CC – NÃO TEM LEGITIMIDADE quem
detém em nome do verdadeiro possuidor e em
cumprimento de ordens ou instruções suas;
Art. 1.208 do CC - NÃO TEM LEGITIMIDADE o simples
detentor que ocupa coisa alheia por mera permissão
ou tolerância do verdadeiro possuidor.
Legitimidade Passiva: Agente do ato representativo
da moléstia à posse.
Atenção: não pode ser ajuizada contra o empregado,
aquele que age em nome do patrão.
Multiplicidade de invasores (litisconsórcio
multitudinário) Art. 554, § 1º :
Citação pessoal (dos ocupantes que forem
encontrados no local: o oficial de justiça irá ao local
por 2 vezes, em d66ias distintos, no intervalo de 5
dias) + citação por edital (dos demais) + intimação do
MP ( fiscal da ordem jurídica)+ intimação da
Defensoria Pública (para defesa dos ocupantes em
situação de hipossuficiência econômica).
Ampla publicidade - Art. 554, § 3º : Anúncios em
jornal ou rádio locais, publicação de
cartazes na região do conflito e de outros meios.
ENUNCIADO 63 FPPC - (art. 554) No caso de ação
possessória em que figure no polo passivo grande
número de pessoas, a ampla divulgação prevista no
§ 3º do art. 554 contempla a inteligência do art. 30,
com a possibilidade de determinação de registro de
protesto para consignar a informação do litígio
possessório na matricula imobiliária respectiva.
(Grupo: Procedimentos Especiais)
Possibilidade de Cumulação de pedidos:
EXIGÊNCIA: cumprimento dos requisitos do Art.
327, § 1º
O que é possível cumular com o pedido possessório?
 condenação em perdas e danos;
 indenização dos frutos (redundância:
indenização dos frutos é perdas e danos);
 imposição de medida necessária e adequada
a fim de evitar nova turbação ou novo
esbulho; (uso de medidas de execução
indireta; ex: multa)
 imposição de medida a fim de se fazer
cumprir tutela provisória ou final. Ex:
desfazimento de construção ou plantação.
Defesa do Réu – Art. 556 do NCPC
Na Contestação (15 DIAS), o réu poderá formular
pedido de proteção possessória (incluindo
indenização) em seu favor contra o autor (trata-se
de pedido contraposto):
CARÁTER DÚPLICE das possessórias ????
ATENÇÃO – caráter dúplice: STJ, RMS
20.626/PR,2009: a proteção possessória do réu
depende de seu pedido expresso em contestação e
acolhimento expresso pelo juiz, pois a mera
improcedência do pedido do autor não lhe é
suficiente.
DANIEL NEVES ENTENDE QUE NÃO SE TRATA DE
AÇÃO DE NATUREZA DÚPLICE, VISTO QUE A
IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO DO AUTOR NÃO
ENTREGA O OBJETO, DE FORMA AUTOMÁTICA,
PARA O RÉU, DENPENDENDO DE PEDIDO
CONTRAPOSTO FORMULADO EXPRESSAMENTE POR
ESTE!
Das ações possessórias pelo procedimento com o propósito de evitar a realização da constrição,
especial conforme exp
Requisitos da Petição inicial - Art. 319, 320 e 561 CPC
O autor deverá provar: NATUREZA JURÍDICA
I - a sua posse (duração e objeto); Possui natureza jurídica híbrida: declaratória, em
II - a turbação ou esbulho praticado pelo réu (no caso torno da ilegitimidade do ato constritivo impugnado;
de reintegração ou manutenção), ou a ameaça (no (des)constitutiva, pois, reconhecido o direito do
caso de interdito proibitório – art. 568); embargante, o ato judicial que atingiu ou ameaçou
III - a data do ato de ofensa à posse; atingir seus bens será revogado; executividade, pois
IV - a continuação da posse, embora turbada, na permite a doção de medidas executivas para
ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação cumprimento da decisão.
de reintegração; (ou ainda, a ameaça à posse no caso
de interdito - art. 568).
como provar a posse?
Meios de prova documental
a) pagamento de imposto (IPTU ou ITR);
b) pagamento de consumo de luz, esgoto,
condomínio ou taxas de manutenção;
c) Fotos e vídeos;
d) declarações de confrontantes;
e) ata notarial (art. 384, CPC).
EMBARGOS DE TERCEIRO
Conceito: Ação de conhecimento de rito especial de
que dispõe o terceiro ou a parte a ele equiparada,
sempre que sofrer constrição (embargos
repressivos) de um bem do qual tenha posse (como
senhor ou possuidor) em razão de decisão judicial
proferida num processo do qual não participe.
Objetivo: é desconstituir a constrição judicial com a
consequente liberação do bem. Também pode ser
utilizada preventivamente (embargos preventivos),