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Edvaldo de Farias
2008
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© 2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por
escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.
ISBN: 978-85-387-0076-0
CDD 658.3124
Diagnóstico de necessidades
e as demandas por conhecimento..................................... 41
Conceitos, características e objetivos do diagnóstico de necessidades................ 41
Hierarquia das demandas de conhecimento nas organizações............................... 44
Estratégias para diagnóstico de demandas empresariais........................................... 46
Avaliação em educação
empresarial com foco nos resultados................................ 89
Objetivos da avaliação em programas de educação empresarial............................ 89
Níveis da avaliação nos programas de educação empresarial.................................. 94
Estratégias de avaliação nos programas de educação empresarial......................... 98
Gabarito......................................................................................107
Referências.................................................................................113
Edvaldo de Farias
Competitividade empresarial
no mundo contemporâneo
Pensar no desenvolvimento profissional, considerando as mudanças
de paradigma presentes na modernidade, tornou-se condição essencial
para a manutenção da competitividade empresarial. Da mesma forma,
as exigências para com os trabalhadores e sua capacitação para o traba-
lho, independente do nível de sua formação e da complexidade de suas
atividades, tornaram-se vantagens competitivas mais poderosas que o
próprio capital financeiro. Com um mercado cada vez mais dinâmico, se-
guido de uma crescente interdependência global, a demanda por flexi-
bilidade na performance e na estrutura organizacional passou a compor
o rol de características básicas das empresas que pretendem sobreviver
nesse processo.
Diversos autores afirmavam, desde o final do século XX, que esse novo
ambiente corresponderia também a um novo paradigma, entendendo pa-
radigma como um esquema modelar destinado à descrição, à explicação
e à compreensão da realidade. Já no campo da administração empresarial,
uma mudança de paradigma deveria ser igualmente relacionada às trans-
formações da própria natureza do trabalho, à coexistência entre trabalha-
dores e empresários e ao papel a ser desempenhado pelas empresas, do
ponto de vista de suas modificações estruturais e de seu relacionamento
com a sociedade. Jean-Pierre Lehmann, professor de Política Econômica
do International Institute for Management Development, na Suíça, relata-
va, na última década do século XX, que
um elemento importante da mudança de paradigma entre o regime capitalista
tradicional e a Era atual da revolução da globalização é que enquanto os perdedores
do passado reclamavam que eram explorados, os perdedores de hoje reclamam que
são excluídos. O problema atual que se tornará cada vez maior no futuro, não será o
desemprego, mas sim a falta da empregabilidade.
Por outro lado crescia, sobretudo no âmbito das grandes organizações, a per-
cepção da necessidade de uma perspectiva empresarial na qual o resgate da
humanização no trabalho fizesse com que o ser humano fosse valorizado por
sua complexidade e singularidade, fazendo com que essa visão se convertesse
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O cenário competitivo e a educação empresarial
em condição sine qua non no redesenho de uma sociedade que, de tão comple-
xa, alienava-se da própria razão de ser e existir, levando a reboque seu próprio
sujeito, o homem.
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Pedagogia na Empresa
Baseado nesse quadro, e em acordo com o que nos dizem Guillon e Mirshawka
(1994), observamos que há sinais no mercado de trabalho emergente de novas
concepções da formação e desenvolvimento profissional, mais globalizan-
te, pautada em novos paradigmas e com uma abordagem mais pedagógica e
menos adestradora para a mera execução de tarefas, onde a incorporação de
valores como ética, parceria, respeito, flexibilidade, visão sistêmica, pensamen-
to estratégico, visão de negócio e autoempreendimento são vistos agora como
imprescindíveis à manutenção da saúde, tanto das empresas como de seus co-
laboradores. Em síntese, é a educação do trabalhador para o trabalho ganhando
espaços ocupados antes pelos programas de mera preparação operacional.
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O cenário competitivo e a educação empresarial
Com isso o autor sinaliza para uma concepção de que há um patrimônio não
tangível, composto por matéria intelectual do qual são ingredientes o conhe-
cimento, a informação, a propriedade intelectual e a experiência, todos intrin-
secamente articulados para gerar o que chamamos de riqueza corporativa. É a
capacidade mental coletiva, de difícil mensuração, mas, que uma vez identifica-
da e potencializada, leva, inexoravelmente, a resultados de sucesso empresarial.
Por outro lado, Edvinsson e Malone (1998) apresentam uma visão processual de
capital intelectual que pode ser resumida pelas características: coletivo, humano
e estrutural. Coletivo porque não diz respeito apenas a uma pessoa, e sim ao
conjunto delas e que constitui mais que seu simples somatório, constitui a sua
síntese. Humano, pois é constituído exclusivamente por aspectos relacionados
às pessoas, distanciando-se totalmente da visão material e tangível que apare-
ce nos Balanços Patrimoniais convencionais. Estrutural, pois compõe a estrutura
da empresa, o que significa dizer que perpassa todos os setores e ações dela.
Em síntese, envolve o não-mensurável, relacionando-se mais a componentes
subjetivos do que as coisas ou objetos. É um recurso renovável e que, portan-
to, sua renovação precisa ser providenciada continuamente. Assim, e rompendo
de forma radical com o paradigma patrimonial tradicional das empresas, o mo-
mento demanda a percepção de que, na medida em que os investimentos em
Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) assumem papel mais relevante em grandes
corporações quando comparados com os investimentos em recursos materiais,
ultrapassando-os até mesmo em montantes financeiros, estamos assistindo às
empresas deixarem de ser um local de produção para se transformarem em um
local no qual se pensa, fazendo com que sejam polos geradores de riqueza ma-
terial e conhecimento.
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Pedagogia na Empresa
As demandas empresariais
por conhecimento e educação continuada
Ainda é recente a percepção das empresas brasileiras quanto ao fato de que o
ser humano é o seu principal ativo e isso tem garantido que muitas façam inves-
timentos expressivos em treinamento e desenvolvimento. Segundo Farias (1999),
numa sociedade onde a acelerada evolução tecnológica acompanha um ritmo
que há muito deixou de ser linear, saber aprender e manter-se atualizado, tanto
nos conhecimentos gerais quanto naqueles voltados para o desempenho profis-
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O cenário competitivo e a educação empresarial
sional, são, sem dúvida, requisitos imprescindíveis para profissionais que atuam no
mercado ou mesmo para aqueles que desejam nele inserir-se e lograr sucesso.
Com isso, fica evidente que um dos grandes desafios do mundo contem
porâneo é, ao lado do chamado desenvolvimento sustentável, a transformação
do conhecimento em riqueza, ou, em outras palavras, transformar, agregar valor
ao conhecimento de modo a criar mais valor econômico e social. Responder a
essa pergunta significa aceitar o que poderíamos chamar de desafio tecnológico.
Para enfrentar tal desafio, peculiar ao que se convencionou chamar economia ou
sociedade do conhecimento, deveríamos estar preparados, entre outras coisas,
para cumprir todo um ciclo de evoluções e de transformações do conhecimento,
que vai da pesquisa básica, produzida nas universidades e nas instituições afins,
passando pela pesquisa aplicada e resultando em inovação tecnológica capaz
de agregar valor comercial, isto é, produção de produtos ou serviços demanda-
dos pelo mercado.
Texto complementar
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O cenário competitivo e a educação empresarial
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Pedagogia na Empresa
Atividades
1. Qual a relação entre competitividade empresarial e a necessidade de capaci-
tação profissional contínua?
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O cenário competitivo e a educação empresarial
Dicas de estudo
O livro Educação Corporativa: a gestão do capital intelectual através das univer-
sidades corporativas, de Jeanne C. Meister descreve as razões e os desafios que
levaram as empresas a implementar o conceito e as práticas das universidades
corporativas. Apresenta e discute as mudanças no ambiente de negócios, sua
estrutura, os passos para sua implantação e ainda os conceitos e pressupostos
que estão por trás do conceito de educação empresarial.
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Pedagogia na Empresa
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Fundamentos da
pedagogia empresarial
Conceituação, caracterização e
objetivos da pedagogia empresarial
Com a supressão das fronteiras comerciais, fenômeno conhecido
popularmente como globalização, a economia, a informação e, sobretudo,
os saberes produzidos pela humanidade deixaram de localizar-se isolada
e restritamente para apresentarem-se como disponíveis ao simples clicar
dos dedos. As empresas brasileiras, tal qual em todos os demais países,
vivem hoje uma urgente necessidade de definir e viabilizar mecanismos
eficazes que garantam a atualização de seus métodos, processos, produtos
e serviços pela via da qualificação continuada das pessoas que os operam.
Não fazê-lo pode criar defasagens, que crescentes tornam-se rapidamen-
te insanáveis, comprometendo a existência da própria empresa.
Não é por mero acaso que nos dias de hoje nos deparamos com um quadro
paradoxal: por um lado, uma grande massa de pessoas à procura de emprego
e trabalho e, por outro lado, empresas com grandes dificuldades de encontrar
profissionais com habilidades e competências mínimas para o desenvolvimento
de tarefas onde a análise diferenciada de circunstâncias, a interpretação da reali-
dade e a tomada de decisões façam parte do acervo pessoal dessas pessoas. Em
síntese, temos pessoas dispostas a trabalhar, mas sem empregabilidade.
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Fundamentos da pedagogia empresarial
Mas afinal o que é pedagogia empresarial? Qual a diferença entre esse con-
ceito e a capacitação profissional tradicional? Responder a tal questionamen-
to passa primeiramente por entender que a Pedagogia, em seu sentido mais
tradicional, corresponde a uma área de conhecimento que se dedica ao estudo
e compreensão do conjunto de ações e estratégias voltadas ao entendimento,
gestão e controle da aprendizagem humana no ambiente escolar. Nas palavras
de Vieira e Maron (2002), é a ciência da educação ou, melhor dizendo, da prática
educativa, que tem como objetivo a reflexão, a crítica, a ordenação e a sistema-
tização do processo educativo. O objeto de estudo da Pedagogia é, portanto, o
entendimento do fenômeno educativo e, assim, toda a estrutura de formação
teórico-prática do pedagogo que está orientada para dar conta desse processo,
de modo a gerar como resultado a transmissão de informações e a produção ou
construção de conhecimento.
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Pedagogia na Empresa
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Fundamentos da pedagogia empresarial
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Pedagogia na Empresa
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Fundamentos da pedagogia empresarial
Mas, se por um lado é fato concreto que as demandas por conhecimento são
crescentes no contexto empresarial deste início de século, por outro, percebe-se
que não há unanimidade no mundo corporativo quanto à necessidade de inves-
tir nesta perspectiva. Vieira e Maron (2002) enfatizam que, exatamente pelo fato
de haver poucos empresários dotados dessa consciência, o que se assiste ainda
hoje é uma visão mais utilitarista, na qual profissionais de educação e pedagogos
são chamados, apenas e tão-somente quando, por estrita e imperiosa necessi-
dade, suas empresas implantam programas de escolarização supletiva para que
seus funcionários deem continuidade aos seus estudos formais, desconhecendo,
portanto, a necessidade de adotar uma postura pró-ativa em relação à aprendiza-
gem de seus funcionários, quer seja nas atividades cotidianas da empresa ou em
momentos formais organizados pelos setores de gestão de pessoas.
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Pedagogia na Empresa
O Método D.P.E.C.A e
suas características pedagógicas
Tudo que podemos adjetivar como fator causal das mudanças verificadas no
cenário empresarial foi, até aqui, apresentado em relação às novas formas de
atuar profissionalmente que a modernidade demandou. Mas, efetivamente, o
que gerou definitivas alterações no modo de pensar e agir das pessoas, crian-
do com isso um novo padrão de exigências, foi a intangibilidade das variáveis
inerentes aos produtos e serviços disponibilizados na sociedade, que passaram
a diferenciar-se por criar percepções muito mais do que a própria qualidade do
produto ou serviço em si.
Mas para isso, mais do que elaborar e aplicar métodos de trabalho, o que ca-
racterizava o paradigma industrial, foi preciso desenvolver estratégias, dentro
das quais a educação corporativa passaria a direcionar o desenvolvimento das
pessoas na empresa, canalizando seus talentos e competências na direção do ne-
gócio e fazendo com que um “princípio de adequação” fosse transformado em
diretriz corporativa. Para tornar tal orientação viável, era preciso desenvolver uma
estratégia dentro de uma perspectiva processual, com fases interdependentes,
de forma que a cada uma delas correspondesse um resultado esperado e que for-
necesse à sua subsequente as condições de fazê-lo evoluir. Tal evolução levaria ao
surgimento do que Davel e Vergara (2001) chamaram de “ideal de pessoa no con-
texto das organizações”, composto de atributos essenciais que providenciariam a
devida aproximação entre o desenvolvimento das competências pessoais e seus
objetivos em uma estreita relação com os negócios da corporação.
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Fundamentos da pedagogia empresarial
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Pedagogia na Empresa
Texto complementar
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Fundamentos da pedagogia empresarial
Hoje esse quadro está mudado. Desde dezembro de 97, através da Lei
9.528, os valores despendidos com a instrução dos funcionários não são mais
levados em conta para cálculo de contribuição social, desde que a empresa
estenda o benefício a todos os empregados. Alívio para aqueles que enca-
ram a educação como fundamental. Porém, com ou sem esse “apoio” do go-
verno, as empresas investem praticamente os mesmos valores de antes em
formação de sua mão-de-obra, já que a maioria delas custeia os cursos sem
que seu funcionário receba o valor em dinheiro. “Esse problema foi enfren-
tado por aquelas empresas que ofereciam bolsas de estudo. Para nós não
houve nenhuma dificuldade, uma vez que o empregado não recebe nada
além de seu salário”, afirma José Emídio Teixeira, gerente de relações sociais
e educação da Rhodia.
Contratar pessoal sem o 1.º grau já é quase uma raridade, e isso tem ajuda-
do a aumentar o número de matrículas e reduzir a evasão de alunos, informou
o ministro da educação, Paulo Renato de Souza, durante o seminário “Brasil
500 – Como se muda um país através da educação”, realizado em meados de
abril, em São Paulo, pela Rede Globo. Segundo dados do Ministério da Educa-
ção e Cultura (MEC), o Brasil tem hoje algo em torno de 51,5 milhões de estu-
dantes, o equivalente a um terço de sua população, distribuídos da seguinte
maneira: 34,2 milhões no Ensino Fundamental (antigo 1.º grau); 5,7 milhões
na pré-escola ou em classes de alfabetização; 6,4 milhões no Ensino Médio
(antigo 2.º grau); 2,9 milhões no Ensino Supletivo; 1,9 milhão no Ensino Supe-
rior e 300 mil na Educação Especial (pessoas portadoras de deficiências).
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Pedagogia na Empresa
com que elas busquem soluções das mais diversas na resolução dos mesmos.
A crise da sala de aula não será apenas resolvida na sala de aula, mas sim atra-
vés das escolas públicas e privadas e de toda a comunidade”, enfatiza.
Puryear destacou como uma das saídas para esse problema que assume
proporções gigantes, a parceria entre empresas e governo em prol da me-
lhora do ensino. A ajuda que as organizações podem oferecer é simples.
Segundo ele, a ideia, que já funciona nos Estados Unidos há algum tempo,
é de que as empresas colaborem na reforma do processo educacional, me-
lhorando a habilidade dos professores, promovendo cursos de reciclagem e
discutindo novos métodos de ensino. Não basta que as empresas ofereçam
ajuda financeira às escolas. Elas também podem contribuir com a sua expe-
riência no processo educacional e influenciar pessoas envolvidas na área a
longas discussões. [...]
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Fundamentos da pedagogia empresarial
percentual dos anos 60. O alto índice de repetência é um dos piores proble-
mas com o qual o governo brasileiro se defronta diariamente e que atinge
30% dos alunos matriculados no Ensino Fundamental. De cada 100 alunos
matriculados na 1.ª série, apenas 35 concluem a 8.ª série. É por esse motivo
que empresas como a Volkswagen, Perdigão, Método, Cheques-Cardápio,
Rhodia e centenas de outras, de várias partes do País, estão investindo na
formação de seus empregados.
Mas ainda existem boas notícias a serem dadas. Segundo o MEC, de 1991
a 1995, o número de alunos que concluíram o Ensino Fundamental cresceu
61,9%, e os que terminaram o Ensino Médio (2.º grau), foi 45,9% maior. “Além
de agregar valor à mão-de-obra, vemos melhorar no processo de crescimen-
to natural da organização e na própria qualidade de vida de cada funcionário
quando investimos no seu potencial. As pessoas precisam apenas de oportu-
nidades”, acredita Carlos Augusto Costa da Silva, supervisor de planejamento
de pessoal da Volkswagen. Tanto que Toffler acredita que a ausência da edu-
cação ou mesmo a educação incorreta pode condenar uma criança à miséria
e, em consequência, ao atraso das nações. [...]
Atividades
1. Qual a relação entre o surgimento de novas ofertas de atividades profissio-
nais e o aumento dos índices de subemprego e desemprego no mundo con-
temporâneo?
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Pedagogia na Empresa
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Fundamentos da pedagogia empresarial
Dicas de estudo
O livro Treinamento e Desenvolvimento na Capacitação Profissional: erros, acer-
tos e soluções, de Antonio Walter apresenta uma série de situações e soluções
práticas a partir da análise objetiva de erros e acertos na atividade de desen-
volver e capacitar pessoas nas empresas. São soluções de caráter prático que,
estando relacionadas diretamente aos resultados esperados, destinam-se a ofe-
recer subsídios para o processo de desenvolvimento das pessoas e das organiza-
ções, de forma integrada.
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Diagnóstico de necessidades e as
demandas por conhecimento
Conceitos, características e
objetivos do diagnóstico de necessidades
Conhecida anteriormente como levantamento de necessidades, ou
Levantamento de Necessidades de Treinamento (LNT), a identificação
das demandas empresariais em termos de conhecimento a ser construí-
do por intermédio de ações em educação profissional não modificou-se
apenas em nome, mas também em relação ao foco, transformando-se
em importante ferramenta do aumento da eficiência empresarial e do
atingimento dos objetivos corporativos. Com isso, passou a determinar
diretrizes para a melhoria contínua, estabelecendo eficientes sistemas
de identificação de demandas por uma aprendizagem progressivamente
maior e mais diversificada.
autor, todos nós somos detentores de um portfólio pessoal em cada uma dessas
dimensões. Essa é a bagagem individual de CHA. As empresas, por sua vez, pre-
cisam criar processos e estratégias para potencializar todas essas bagagens in-
dividuais de forma unidirecional e sincronizada, de modo a fazer com que o
desenvolvimento delas em cada um de seus colaboradores construa uma baga-
gem de CHA corporativa, que será o resultado não somente do somatório, mas
da síntese dos portfólios individuais. Assim, o eixo norteador para essa cons-
trução deve ser sempre o foco do negócio dessa empresa, explicitado em seu
planejamento estratégico.
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Diagnóstico de necessidades e as demandas por conhecimento
Pressupostos teóricos
Todo processo de capacitação profissional envolve mudanças nas pessoas
em relação ao que elas fazem e, portanto, deve prever resistência delas ao
longo do seu desenvolvimento.
Pressupostos metodológicos
O diagnóstico de necessidades, independente da metodologia e das es-
tratégias adotadas para realizá-lo, deve levar em conta três dimensões
de demandas da empresa: pessoal (mudanças nas habilidades, compor-
tamentos e atitudes dos profissionais), resultados (efeitos das mudanças
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Pedagogia na Empresa
Dessa forma, e sob o ponto de vista da gestão de pessoas nas empresas, essa
fase constitui a primeira dentro do processo de potencialização, considerando
que antes dela os processos de recrutamento e seleção dizem respeito à cap-
tação de profissionais no mercado. Assim, o DN precisa ser capaz de identificar
demandas por conhecimentos em dois níveis diferenciados e complementares,
que Marras (2000) classificou como reativo e prospectivo.
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Diagnóstico de necessidades e as demandas por conhecimento
seu capital intelectual, e o fazemos por uma razão muito simples: empresas são
constituídas por pessoas e, pessoas, por definição, são seres incompletos e por
isso mesmo em constante processo evolutivo, sobretudo se considerarmos tal
afirmativa na perspectiva do conhecimento. Assim, ao tratarmos das demandas
por evolução do capital intelectual corporativo, é preciso considerar que a exis-
tência de uma mesma empresa faz com que ela transite entre três dimensões
tão distintas quanto interligadas, criando com isso um elo de interdependência
entre elas. Muito mais do que a antiga exclusividade dos resultados financeiros,
toda e qualquer organização deve considerar que a interface das pessoas que
nela atuam, os resultados que geram e ainda o posicionamento mercadológico
da organização face à concorrência e aos clientes soa, na verdade, como “faces
de uma mesma pirâmide”, condicionando, portanto, as ações em educação em-
presarial a uma necessidade intrínseca de atender a todas elas como forma de
transformar em sucesso o investimento realizado.
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Pedagogia na Empresa
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Diagnóstico de necessidades e as demandas por conhecimento
Numa segunda estratégia, o mesmo autor propõe o que chamou de uma re-
troação direta, a partir daquilo que os profissionais visualizassem como neces-
sidades de capacitação para o trabalho. Tal inventário seria gerado a partir de
depoimentos pessoais sobre suas demandas profissionais em termos de conheci-
mentos, habilidades ou atitudes que os mesmos julgassem necessários para que
suas atividades fossem desempenhadas com um padrão superior de atuação.
aplicação de questionários;
aplicação de testes;
Texto complementar
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Diagnóstico de necessidades e as demandas por conhecimento
Assim, foi criada a Rede de Televisão Aetna, que liga 235 escritórios de
campo com o home office de cada vendedor de seguros. Ela permite que a
companhia estenda seus programas de treinamento para todo o país, tor-
nando-os disponíveis a cada vendedor de seguros. Cerca de 3 000 funcio-
nários participaram do novo programa. O treinamento via televisão ganhou
popularidade no mundo todo, pois permite programas de treinamento ex-
tremamente flexíveis. O mesmo workshop pode ser visto em qualquer lugar
do país por empregados, dentro ou fora da companhia, ao mesmo tempo,
ou em diferentes horários programados. A tendência do uso da TV como ve-
ículo para disseminar e aumentar a qualidade dos treinamentos deve conti-
nuar a crescer no futuro.
Atividades
1. Qual a diferença entre o Diagnóstico Reativo e Diagnóstico Prospectivo pro-
posto por Marras (2000) para os programas de educação empresarial?
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Pedagogia na Empresa
Dicas de estudo
O livro Planejamento e Gestão da Carreira Profissional: ferramentas e ações
para o sucesso, de Edvaldo de Farias apresenta uma visão da carreira profissio-
nal numa perspectiva biológica, considerando-a como um ser vivo possuidor de
um ciclo de vida. Sugere ainda algumas ações para o delineamento da carreira
profissional estabelecendo associações entre as iniciativas das empresas e dos
profissionais.
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Diagnóstico de necessidades e as demandas por conhecimento
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Pedagogia na Empresa
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Planejamento em
educação empresarial
Características e objetivos do
planejamento em educação empresarial
Planejar é, antes de mais nada, uma necessidade da vida humana. Em
nosso dia-a-dia estamos constantemente planejando, ainda que nem
sempre tenhamos a visão de que o fazemos. Quer seja sob o ponto de vista
financeiro, material, profissional ou até mesmo afetivo, somos especialis-
tas em fazer planos. Planejar é, em síntese, algo inerente à nossa espécie.
Willian Calvin (1996), renomado neurofisiologista da Washington Univer-
sity, definiu planejamento como uma característica inerente à inteligência
humana, pois o fato das outras espécies animais não serem capazes de
fazer planos, mas apenas agir por determinismo biológico, faz com que a
inteligência seja o fator diferenciador. Para esse cientista, essa inteligên-
cia era definida como uma capacidade de agir, reagir ou pró-agir diante
de desafios intelectuais, fazendo com que sejamos capazes de “antecipar
futuros”, planejamento puro, o que é diferente de “prever futuros”. Assim,
essa capacidade está muito mais relacionada à elaboração de cursos de
ação inéditos dentro da própria cabeça para, a partir de processos decisó-
rios pessoais, agir em deteminada direção.
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Planejamento em educação empresarial
CONHECIMENTO
CRITÉRIOS
NECESSIDADES
CONTEÚDOS
MÉTODOS
RESULTADOS
TÉCNICAS
CLIENTES
OBJETIVOS
RECURSOS EMPRESA
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Planejamento em educação empresarial
Pressupostos do planejamento
em educação empresarial
Da mesma forma que na fase diagnóstica das demandas por conhecimentos,
habilidades e atitudes que devem ser atendidas pelos programas de educação
corporativa, na fase do planejamento há, também, pressupostos, que visam dar
sustentação tanto às ações quanto às suas consequências, o que as transforma
em pré-requisito para o desenvolvimento dos referidos programas.
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Pedagogia na Empresa
soas e dos seus talentos. Esse pressuposto recomenda, portanto, que diferentes
instâncias sejam contempladas pelos programas de desenvolvimento profissio-
nal, deixando de lado, assim, a dimensão técnica como única demanda a ser
atendida. Sobre isso, Chiavenato (2004) apresenta-nos um interessante estudo
desenvolvido pela Cornell University, junto a 30 empresas de grande porte e
em diferentes segmentos de negócio. Nessa pesquisa foram identificadas as es-
tratégias adotadas e as dimensões abordadas em seus programas de educação
corporativa. O resultado, apresentado imediatamente a seguir, demonstra clara-
mente a preocupação com uma abrangência além da dimensão técnica, o que
representa uma visão muito clara da percepção dessa necessidade por parte dos
gestores dessas empresas.
Metodologia e estratégias no
planejamento da educação empresarial
Desenvolver os objetivos e todos os demais detalhes de um programa de
educação empresarial, baseados nos dados advindos do diagnóstico das de-
mandas profissionais em termos de capacitação é, na verdade, sinônimo de
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Planejamento em educação empresarial
Mas planejar não é algo que se faça de uma única forma e, assim, depen-
dendo de como for desenvolvido em um programa de educação empresarial, os
resultados desse planejamento podem, ou não, estabelecer relação direta com
o sucesso das ações empreendidas. Tal afirmativa significa dizer que, mais que
simplesmente planejar, é preciso pensar de forma estratégica, empreendedora
e, porque não dizer, ousada, no desenho das ações de desenvolvimento. Essas
são, na verdade, materializações da empresa no amanhã, formuladas a partir das
ações de hoje, buscando assim a sintonia entre os meios e os fins das ações de
desenvolvimento do capital intelectual da organização.
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Pedagogia na Empresa
(FARIAS, 2002)
Fluxograma do desenvolvimento de
um projeto de educação empresarial
Demandas
Diagnóstico
Solução é educacional?
Sim Não
Planejamento Fechamento
BUSCA
Anteprojeto SOLUÇÃO
Não Sim
Aprovação
Programa Resultados
Não Sim Piloto
Avaliação
ENCERRA Validação
PROCESSO
Execução e controle
Não Sim
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Planejamento em educação empresarial
Como pode ser visto no quadro, a primeira questão a ser respondida na for-
mulação de um planejamento em educação empresarial é: por que educar? Ao
buscar resposta para essa questão-norteadora o planejador definirá com exatidão
qual é o problema diante do qual a empresa se encontra e que julgou passível de
resolver com uma ação educacional. É importante observar que nesse caso um
problema não representa, necessariamente, um déficit de desempenho, mas sim
algum gap entre o status existente e aquele com o qual a empresa espera contar
para viabilizar sua sobrevivência ou evolução no mercado em que atua.
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Planejamento em educação empresarial
No que diz respeito à escolha dos docentes que responderão pela condu-
ção do programa, é importante observar que há duas possibilidades diferen-
ciadas, e estas não são uma questão de mera escolha: o consultor interno e o
consultor externo à empresa. Dependendo das necessidades diagnosticadas
anteriormente e da natureza do programa a ser desenvolvido é, muitas vezes,
mais adequado utilizar alguém devidamente preparado que faça parte do corpo
funcional da empresa, enquanto em outros casos tal escolha pode ser totalmen-
te desaconselhada. Sobretudo nos programas de educação empresarial onde o
foco da necessidade está localizado em mudanças de hábitos, valores, crenças
ou ainda na implantação de algo novo na empresa, é mais recomendado que
se adotem consultores externos a ela. Já no caso de programas de capacitação
com propósitos de uniformização de procedimentos, disseminação de práticas
ou mesmo a formação em alguma área onde haja expertise na empresa, torna-se
mais aconselhável a adoção de pessoas que detenham este conhecimento. A
decisão entre quem deve conduzir é função dos profissionais que atuam dire-
tamente na gestão de pessoas e depende inclusive de um registro atualizado e
detalhado dos talentos que a empresa possui. É o seu portfólio de competências
atuando para aumentá-lo ainda mais.
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Pedagogia na Empresa
da avaliação, indicadores estes que, por sua vez, devem estar atrelados às mu-
danças pretendidas em termos tanto de procedimentos pessoais quanto de re-
sultados observáveis.
Texto complementar
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Planejamento em educação empresarial
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Pedagogia na Empresa
Atividades
1. O que significa conferir tangibilidade às ações de educação empresarial?
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Planejamento em educação empresarial
Dicas de estudo
O livro A Prática do Planejamento Participativo, de Danilo Gandin apresenta de
forma simples e objetiva a prática do planejamento tanto na esfera educacional
como também em instituições de outra natureza, indo desde grupos e movimen-
tos culturais até a esfera política e os projetos de caráter social. Em todos eles,
o autor discute os pressupostos essenciais à prática do planejamento e assim
contribui com a construção de processos, instrumentos, modelos e estratégias
metodológicas para o ato de planejar com foco em resultados concretos, o que
é, em síntese, a função principal do planejamento na educação empresarial.
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Pedagogia na Empresa
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Execução e controle nos
programas de educação empresarial
Esta cadeia criou, de certa forma, uma nova dinâmica para este quadro em-
presarial, fazendo com que as práticas de Treinamento & Desenvolvimento
(T&D) deixassem de ser vistas como um dos produtos da área de Gestão de Pes-
soas para constituir-se num processo que permeia toda a empresa, cujos seus
resultados geram novas necessidades de aquisição de novas competências e
habilidades, que consequentemente, geram novos investimentos em educação
empresarial, elevando de forma contínua o desempenho profissional, que por
sua vez demanda desempenhos progressivamente mais sofisticados tanto em
quantidade quanto em qualidade.
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Execução e controle nos programas de educação empresarial
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Execução e controle nos programas de educação empresarial
Sob esse ponto de vista, Marras (2000), corroborando Boog (2000), relata que
os setores corporativos que respondem pela gestão dos programas de educação
empresarial devem ter sua atenção voltada para dois aspectos essenciais, sem os
quais esses programas deixam de ter sentido:
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Pedagogia na Empresa
Metodologia e estratégias
de execução e controle nos
programas de educação empresarial
Em relação à execução propriamente dita dos programas de educação cor-
porativa, podemos afirmar que são práticas eminentemente pedagógicas vol-
tadas para adultos, ou seja, nelas se pratica a andragogia. Como tal, essas prá-
ticas têm, características específicas, como a autoavaliação, visto que ao adulto
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Execução e controle nos programas de educação empresarial
Com isso, da mesma forma que profissionais são, em linhas gerais, ávidos por
aprender e melhorar seu portfólio de habilidades, competências e atitudes, re-
jeitam de forma veemente programas que os levem à mera repetição de tarefas
definidas por alguém, memorização de procedimentos sem o devido entendi-
mento, passividade e impessoalidade, o que significa dizer que os processos de
educação corporativa devem estar sempre sustentados, em termos de sua exe-
cução, numa abordagem significante e relacionada àquilo para o que foi desti-
nada, conforme sintetizado no quadro abaixo:
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Pedagogia na Empresa
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Execução e controle nos programas de educação empresarial
recursos disponíveis;
Exposição – talvez essa seja a estratégia mais utilizada, tanto nos meios aca-
dêmicos quanto empresariais. Consiste sumariamente na explanação oral, pelos
docentes, dos conteúdos a serem desenvolvidos. Pode ser feita de forma unidi-
recional, sem a participação dos educandos, como também pode ser dialogada,
na qual os educandos interagem com o docente, participando mais do proces-
so de construção do conhecimento coletivo. Tem como vantagem favorecer a
transmissão de informações a um número maior de pessoas de forma organiza-
da e num tempo definido; mas, apresenta como limitação, o fato de poder gerar
passividade nos educandos, o que pode criar limitações no aprofundamento
dos temas abordados pela falta de questionamentos. Por tratar-se de uma me-
todologia na qual audição e visão predominam como fonte de absorção dos
conteúdos, nem sempre gera a aplicação imediata nas atividades profissionais.
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Execução e controle nos programas de educação empresarial
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Execução e controle nos programas de educação empresarial
ração diferenciada, tanto das pessoas quanto dos materiais, para interagirem
agora em um contexto virtual, garantindo que o ensino a distância atinja
plenamente seus objetivos, tal qual o ensino presencial. Desse modo, a pe-
dagogia empresarial mostra-se como decisiva, na medida em que é capaz
de preservar os princípios da aprendizagem de adultos aplicáveis agora em
uma outra interface, mas com o mesmo propósito de produzir saberes e
competências múltiplas.
Texto complementar
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Execução e controle nos programas de educação empresarial
não pode ser feito da mesma forma que era feito antes. Até mesmo porque,
as coisas acontecem tão rápido que, como dizem os impacientes, “se demo-
rar muito, nem precisa mais!”.
A interação entre o RH e as áreas que atende pode ser feita pela presença
mais intensiva dos analistas de T&D nas áreas, pela inserção de ex-emprega-
dos das áreas na equipe de T&D ou por meio da criação de funções de apoio ao
treinamento com empregados na própria área. Esses, além das atribuições
normais, exerceriam um papel de “antena”, servindo de interface para os
temas relacionados ao desenvolvimento de pessoas. A abordagem interativa
não é apenas uma opção para ser considerada, mas a única saída para que
as pressões existentes sobre a atividade de treinamento possam ser alivia-
das, os resultados possam ser alcançados, mesmo com as restrições que são
típicas nessa área.
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Pedagogia na Empresa
Atividades
1. Em função das novas demandas por aprendizagem no âmbito dos progra-
mas de educação empresarial, que fatores sofreram maiores níveis de modi-
ficação na execução desses programas?
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Execução e controle nos programas de educação empresarial
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Pedagogia na Empresa
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Execução e controle nos programas de educação empresarial
Dicas de estudo
Um livro que mesmo com uma defasagem temporal, ainda se mostra atual
pelo fato de apresentar uma abordagem prática e de fácil assimilação sobre as
fases que compõem um programa de educação empresarial. Assim é a obra Como
Treinar sua Equipe, de Yara Barreto, que tem seu foco maior na definição das fases
destes programas e sua leitura leva a compreender como, de forma prática, se
pode desenvolver um programa de capacitação de característica educacional.
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Pedagogia na Empresa
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Avaliação em educação
empresarial com foco nos resultados
Objetivos da avaliação em
programas de educação empresarial
A capacitação profissional sempre foi uma preocupação e um conse-
quente e crucial problema inerente à gestão das empresas. Ao mesmo
tempo constituiu-se, desde há muito tempo, numa questão relevante nas
ciências do comportamento, a partir do que a Administração e a Psicolo-
gia acabaram por estabelecer uma parceria que buscasse, fundamentada
nas ciências do comportamento e da gestão, responder às indagações
inerentes ao cotidiano das organizações.
pregado. Podemos afirmar, com base nesses dados que já na década de 1920
o treinamento empresarial constituía-se como uma instituição tradicional, pas-
sando a evoluir continuamente a partir daí e intrinsecamente ligado a um siste-
ma educacional regular.
A atenção maior, que até então era dedicada à habilitação profissional numa
concepção mais restrita, foi potencializada pelo significativo crescimento do tra-
balho e das mudanças radicais pelas quais ele passou a partir deste período.
Para atender a essa nova demanda, agora mais focada na especialização e na
sofisticação dos conhecimentos, a atividade de treinamento empresarial passou
a ser sistematizada tanto em sua integração com os demais processos das em-
presas como também internamente, em termos de metodologias próprias de
planejamento, execução, controle e avaliação, assemelhando-se cada vez mais
aos processos educacionais formais.
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Avaliação em educação empresarial com foco nos resultados
Sobre tal aspecto, Chiavenato (2004) e Marras (2000) são unânimes em afir-
mar que a avaliação dos programas de capacitação profissional, como última
fase do processo de qualificação e potencialização do capital intelectual das
organizações, tem o propósito de verificar sua eficácia, o que representa veri-
ficar se atenderam às necessidades e às expectativas das pessoas, da organi-
zação e dos clientes. Segundo ele, como estes programas representam inves-
timentos financeiros, de tempo e de recursos materiais, requerem um retorno
positivo, aferindo, em síntese, se atenderam as especificidades para as quais
foram desenhados.
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Pedagogia na Empresa
Com isso, fica evidente que o processo de avaliação dos programas de educa-
ção empresarial depende de uma consistente e detalhada formulação anterior
dos objetivos de cada ação educativa, na medida em que é em função deles que
será possível verificar os resultados gerados por elas.
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Avaliação em educação empresarial com foco nos resultados
domínio de conteúdos;
criatividade;
autopercepção;
heteropercepção.
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Pedagogia na Empresa
Pacheco et al. (2005) relatam que são numerosas as ferramentas para ava-
liar programas em educação empresarial criados ao longo das últimas déca-
das. Essa variação, segundo esses autores, evoluiu na mesma proporção que
evoluíram os modelos de estrutura organizacional e seus respectivos sistemas
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Avaliação em educação empresarial com foco nos resultados
de gestão. É natural, portanto, que nos dias de hoje a avaliação esteja passan-
do por um “tratamento pedagógico” nunca experimentado antes, pelo único e
simples motivo de que nunca se demandou tanto uma prática educacional no
âmbito empresarial como vemos hoje, consequência direta da mudança do ce-
nário competitivo e da migração do capital financeiro para o intelectual como
diferencial competitivo.
Por outro lado, Hamblin (apud FARIAS, 1999 p. 65) afirmava que se quisésse-
mos avaliar um treinamento, sem que fosse adotado o critério do “puro palpite”,
teríamos que obter certas informações específicas sobre as mudanças provoca-
das por ele. Para fazer isso, sistematicamente, precisaríamos refletir sobre que
tipos de efeitos cada ação educativa proporcionaria, se obtivesse sucesso, e a
sequência na qual esses efeitos ocorreriam.
reação;
aprendizagem;
comportamento;
impactos na organização.
Cada uma delas era composta por um conjunto de critérios e informações es-
pecíficas a serem obtidas mediante a aplicação de técnicas e instrumentos des-
tinados a verificar os ganhos gerados pelas ações educativas em questão. Suas
diferenças em termos de características são apresentadas adiante.
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Pedagogia na Empresa
Percebemos, portanto, que todos esses autores, cada um ao seu jeito, suge-
rem que a avaliação em programas de educação empresarial deve ser desenvol-
vida por fases, isto é, de maneira parcial e seletiva, e de acordo com os patamares
estabelecidos pelo programa em questão. Este mesmo autor afirmava, ainda,
quanto aos resultados gerados a partir de programas de treinamento profissio-
nal, nem sempre o aprendizado se dava de forma unificada e simultânea. Tal qual
na educação formal, independente do nível de escolarização, é fato que toda a
aprendizagem, para que se torne consistente e tenha realmente gerado a pro-
dução do conhecimento pelo educando, depende de um certo período ao qual
chamamos de “maturação e metabolismo intelectual”, parafraseando a Biologia,
sem as quais estaríamos falando apenas de mera instrução voltada para tarefas
específicas. Tal fato nos leva à compreensão de que esse aprendizado efetivo
nem sempre acontece de imediato, podendo ser gradativo, e as mudanças na
organização, por consequência, também.
A fase avaliação
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Avaliação em educação empresarial com foco nos resultados
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Pedagogia na Empresa
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Avaliação em educação empresarial com foco nos resultados
Dinâmicas de grupo Atividades grupais para captação das reações dos edu-
específicas candos, em forma de feedback, em relação às aulas.
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Pedagogia na Empresa
Roteiros de observação.
Habilidades Jogos com simulação de fatos concretos.
Experimentação prática assistida.
Fichas de observação.
Atitudes Feedback dos pares e gerentes.
Jogos de empresa e simulações.
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Avaliação em educação empresarial com foco nos resultados
Texto complementar
Avaliação de programas em
educação empresarial
(FARIAS; VILLAÇA, 2008)
[...]
A maioria dos profissionais concorda que existem boas razões para a rea-
lização da avaliação:
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Pedagogia na Empresa
(1) reação: onde se procura verificar a reação dos treinandos com relação
aos conteúdos desenvolvidos, aos métodos utilizados, à atuação do
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Avaliação em educação empresarial com foco nos resultados
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Atividades
1. Baseado na metodologia de desenvolvimento e capacitação profissional
proposto por Farias (1999), qual o objetivo principal da avaliação dos resul-
tados nos programas de educação empresarial?
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Avaliação em educação empresarial com foco nos resultados
Dicas de estudo
Manual de Treinamento e Desenvolvimento do Potencial Humano, de Roberto
Kanaane e Sandra Aparecida Formigari Ortigoso, é um livro que foi desenvolvido
com o propósito de discutir e apresentar ao mundo corporativo a necessidade, e
possibilidade, de criar um diferencial a partir do desenvolvimento do capital que
o século XXI tem produzido de mais valioso, o infinito potencial humano.
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Pedagogia na Empresa
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Gabarito
Diagnóstico de necessidades
e as demandas por conhecimento
1. Enquanto o Diagnóstico Reativo tem o propósito de verificar os déficits de
desempenho relacionados à ação atual dos profissionais que atuam em uma
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Gabarito
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Pedagogia na Empresa
Avaliação em educação
empresarial com foco nos resultados
1. Em relação aos seus objetivos, a avaliação dos programas de qualificação
profissional destina-se primordialmente à aferição dos resultados obtidos
pelas ações educativas, comparando sempre os desempenhos obtidos com
aqueles anteriores à ação educativa, comparando, em síntese, o que fora pla-
nejado e o que fora efetivamente obtido em termos de alterações de conhe-
cimentos, habilidades ou atitudes.
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Referências
FRANCISCO, Antonio Carlos de; OLIVEIRA, Antonella Carvalho de. Educação Cor-
porativa Baseada em E-learning: uma ferramenta para a gestão do conheci-
mento empresarial. In: I Encontro Paranaense de Engenharia de Produção, 2005,
Ponta Grossa. Anais do I Encontro Paranaense de Engenharia de Produção. Ponta
Grossa, 2005.
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Referências
PRAHALAD, C.; HAMEL, G. Competindo pelo Futuro. Rio de Janeiro: Campus, 1995.
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