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Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Educação: Conhecimento e Inclusão Social
Av. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha - Belo Horizonte MG - Brasil
e-mail: souzacosta@terra.com.br
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Doutora em Filosofia, pela Universidade de Provence – França. Orientadora do Programa de Pós-
Graduação em Educação: Conhecimento e Inclusão Social
Av. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha - Belo Horizonte MG - Brasil
e-mail: daisycunha@uol.com.br
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relações mais sutis entre os homens, aquilo que constitui a “história se fazendo”. Por
mais que se tente enquadrar a tarefa, que se tente planejar e cercar todos os
imprevistos, sempre haverá algo que não se poderá evitar jamais, ou seja, a infiltração
da vida, que derruba todas as previsões e planejamentos estabelecidos.
Essa consciência, esse entendimento é que permite compreender o
trabalhador como o gestor de suas situações de trabalho e que define suas
competências, ou seja, sua capacidade de traduzir o que se pede, o que é solicitado a
ele, seja num procedimento ou planejamento de trabalho, aplicando-o e obtendo os
resultados esperados em ambientes humanos e materiais diversificados que
apresentam mudanças permanentes.
Trabalhar é mais que aplicar procedimentos baseados em lógicas exatas. O
trabalho é um momento da vida onde o homem se envolve, se cria, se constrói, se
reconstrói, se relaciona com outros homens e com os meios, se constitui. A crença de
que a técnica em toda sua amplitude (procedimentos, automação, robótica, etc.)
reduziria e até eliminaria a intervenção humana na efetivação do trabalho é
desmistificada com a intervenção da Ergonomia que provou o valor das relações
humanas como chave do sucesso nas relações industriais.
A EXPERIÊNCIA NO TEMPO
Os nossos ritmos e padrões são regidos pelo “tempo dos relógios” que
expressam nossas práticas e experiências, frutos de uma caracterização coletiva e
normativa de uma sociedade. Compreender a experiência no tempo interagindo as
práticas sociais com o desenvolvimento da natureza em todos os seus ciclos,
demonstra a multiplicidade da noção de tempo, dialeticamente diversificada e singular,
histórica e socialmente construída.
O tempo como experiência pessoal (uso de si) e coletiva (interações e
articulações) com os outros nas mais variadas instâncias, sejam elas institucionais,
oficiais ou mesmo na coletividade informal, permite uma elasticidade entre as
possibilidades expostas pelo passado, presente e futuro, o que permite a construção
de uma proposta histórica diversificada.
O que nos interessa e permite uma reflexão provocativa, é a relação
contraditória entre o controle e a organização do tempo mercantil característico dos
contextos industriais e organizacionais do capitalismo, que busca uma uniformização,
racionalização e apropriação dos tempos para teoricamente alcançar resultados
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REFERÊNCIAS