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▮ Este artigo examina o lugar ocupado pelo novo meio de comunicação dentro das
ações idealizadas pelo governo para construir uma imagem do país diante da
comunidade internacional;
▮ A Exposição Internacional do Centenário da Independência do Brasil foi o primeiro
evento deste tipo feito depois da Primeira Guerra Mundial;
▮ O espaço urbano da então capital da República (Rio de Janeiro) sofreu uma
incisiva intervenção, que tinha como objetivo abrir avenidas e erguer pavilhões para
receber os representantes de diferentes países;
▮ A Exposição Universal de 1900, realizada em Paris, foi a primeira feira mundial
que se notabilizou pela presença significativa do cinema entre suas atrações (a
partir daí, explodiram novas exposições);
▮ Ao se consolidar como meio de comunicação de massa, o cinema passou a ser
utilizado cada vez mais com “vitrine” em que a nação projeta, diante de si e dos
outros as virtudes nacionais a serem celebradas em um cenário marcado pelo
Imperialismo;
▮ Nas primeiras décadas do século XX, ainda mais do que hoje, a competência
técnica e discursiva cinematográfica significava progresso nacional e superioridade
numa competição que transferia para a nova arte o papel desempenhado
eminentemente pelas exposições universais ao longo do século XIX;
▮ Há um enorme distanciamento entre este quadro aqui delineado e a
cinematografia brasileira, cuja marca nesse período é mais precária;
▮ Existe a vontade de perpetuação de uma memória histórica através da imagem
cinematográfica;
▮ Esforço imagético de conferir uma identidade moderna ao Brasil por intermédio
dos filmes;
▮ O cinema chegou à Paraíba trazido pelo ambulante europeu Nicola Maria Parente,
que realizou as primeiras exibições de filmes em João Pessoa no ano de 1897,
durante a Festa das Neves;
▮ Em 1907, as primeiras narrativas de ficção chegaram à capital;
▮ Em 1908, surgiram as primeiras obras cinematográficas produzidas em terras
paraibanas (pelas mãos de Pedro Tavares, fotógrafo oficial do governo na época);
▮ Em 1923, o cinema paraibano começou a consolidar-se, a partir da obra “Carnaval
Paraibano e Pernambucano”, de Walfredo Rodrigues (considerado o primeiro
longa-metragem paraibano)
▮ Em 1928, Walfredo gravou “Sob o Céu Nordestino” , com 80 minutos de duração,
erroneamente considerado o primeiro longa-metragem da Paraíba;
▮ Em 1921, Walfredo fez seu último filme, “Reminiscências de 30”;
▮ Depois do pioneirismo desse cineasta, não houve mais quem fizesse filmagens na
Paraíba em várias décadas seguintes, com exceção de raras produções feitas por
equipes pernambucanas.
▮ Sob o Céu Nordestino (1929): Essa obra estava dividida em oito partes e foi
pioneira na ficção sobre a presença indígena em terras paraibanas (pequena
introdução que afrontava a visão sulista do que seria a Paraíba); neste filme, são
mostrados os habitantes da região, a fauna, a flora, até chegar à documentação do
comércio e da indústria local; “Sob o Céu Nordestino” provocou bastante
entusiasmo na sociedade paraibana da época, uma vez que foram acessadas
imagens produzidas na Paraíba, que mostravam a realidade de seu povo, o que
nunca havia acontecido antes. [Representatividade!]
Aruanda (1960)
▮ A obra conta a história de Zé Bento, que junto com sua mulher e filhos sai em
busca de uma terra para morar, até chegar à Serra do Talhado, onde funda um
quilombo;
▮ A força do curta está no registro da vida dos escravizados, após sua libertação
dos engenhos e fazendas nordestinas, onde a família de Zé Bento representa uma
das muitas que foram abandonadas à própria sorte;
▮ É possível fazer um paralelo entre a família de Zé Bento retratada em “Aruanda”
(1960) e a de Nanook em “Nanook of the North” (1922), embora não haja nenhuma
evidência de que Linduarte tenha assistido a este documentário, anterior ao seu.
▮ Por ser considerada o “marco zero” do cinema paraibano, essa obra acaba por
eclipsar toda a produção cinematográfica que ambientou-se na Paraíba antes de
seu lançamento.
Fora do eixo Rio-São Paulo, o cinema brasileiro produziu uma série de ciclos de
pequena duração, todos com histórias parecidas: entusiasmo inicial, realizações
precárias, algum sucesso local, dificuldades num mercado dominado pelo produto
estrangeiro, final prematuro.
Referências Bibliográficas: