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Dispositivos Narrativos Audiovisuais na Parahyba

Caderninho para a Prova

História do Cinema no ​Mundo​: breve panorama e retrospecto

O cinema nasce como documentário, no final do século XIX (mais precisamente em


28 de dezembro de 1895), pelas mãos dos irmãos Lumière, na França. ​Para esta
avaliação, nos aprofundaremos nos estudos da sétima arte ao longo da década de
1920 no estado da Paraíba​. No entanto, para nortear a discussão, é importante
fazer um breve panorama de eventos interessantes que precederam esse momento
histórico:

▮ ​1900-1910​: Primeira Infância do Cinema; quando ocorreram as primeiras


experimentações, geralmente semelhantes às obras teatrais.
▮ ​1915-1930​: Período de definição da gramática cinematográfica, fugindo da
representação teatral (como foi o caso de “O Nascimento de Uma Nação”, de D. W.
Griffith, lançado no ano de 1915); aqui, o cinema passa a ser industrializado e
popularizado.
▮ ​1920​: O cinema adquire status de obra de arte, mas ainda é visto pelas elites
como meio de comunicação de ​massa (denominação empregada de forma
pejorativa); Salvador Dalí (representante do Surrealismo).

Como sabemos, o gênero documental foi o foco da produção cinematográfica


mundial em suas primeiras décadas de existência. Dentre as obras que
revolucionaram a sétima arte, podemos citar Nanook of the North, de 1922:

▮ ​Nanook of the North (1922)​: É considerado o primeiro documentário (​em longa


duração, suponho​) e seu diretor, portanto, o primeiro documentarista (Robert
Flaherty). A partir desse filme, houve uma ​redefinição do cinema: percebeu-se que
documentários eram capazes de gerar lucro e podiam ser considerados cinema,
arte. Além disso, Nanook também estabeleceu um novo molde para se fazer
documentários. Isso se deu porque ele vai de encontro à ideia de que o
documentário é a representação fiel do real, uma vez que o diretor opta por incluir
no filme algumas cenas de práticas que já haviam caído em desuso, como a
maneira rudimentar de pescaria, por exemplo.
História do Cinema no ​Brasil​: chegada ao país e primeiros registros

Para fins de contextualização, é interessante levantar alguns dados antes de iniciar


o debate sobre a emblemática Exposição Internacional do Centenário da
Independência, ocorrida entre 1922 e 1923. São eles:

▮ A primeira exibição de cinema no Brasil ocorreu em 8 de julho de 1896 (somente


um ano após seu surgimento), no Rio de Janeiro;
▮ Em 1908 já havia 20 salas de cinema no Rio, boa parte delas com suas próprias
equipes de filmagem;
▮ Eram exibidos filmes que retratavam cenas pitorescas do cotidiano de cidades da
Europa, complementados por “naturais” (documentários) realizados na cidade
poucos dias antes, como “Fluminense x Botafogo”;
▮ Os primeiros filmes “posados” (de ficção) e “cantados” (com atores se dublando ao
vivo, por trás da tela) surgiram entre 1906 e 1911;
▮ A partir de 1916 os “naturais” (documentários) se organizam em ​cinejornais,​
produzidos e exibidos semanalmente, mas que também podiam ser apresentados
antes do início dos filmes propriamente ditos;
▮ Muitas pautas eram claramente encomendadas, misturando jornalismo e
propaganda. Daí o termo pejorativo “​cavação​”, ou picaretagem;

O Cinema e as Exposições Internacionais

Diante desse cenário, desenvolveu-se então a Exposição Internacional do


Centenário da Independência. Para estudar sobre esse evento, nos apoiaremos no
artigo “​Cinema e Estado no Brasil - A Exposição Internacional do Centenário da
Independência em 1922 e 1923​”,​ de Eduardo Morettin.

▮ Este artigo examina o lugar ocupado pelo novo meio de comunicação dentro das
ações idealizadas pelo governo para construir uma imagem do país diante da
comunidade internacional;
▮ A Exposição Internacional do Centenário da Independência do Brasil foi o primeiro
evento deste tipo feito depois da Primeira Guerra Mundial;
▮ O espaço urbano da então capital da República (Rio de Janeiro) sofreu uma
incisiva intervenção, que tinha como objetivo abrir avenidas e erguer pavilhões para
receber os representantes de diferentes países;
▮ A Exposição Universal de 1900, realizada em Paris, foi a primeira feira mundial
que se notabilizou pela presença significativa do cinema entre suas atrações (a
partir daí, explodiram novas exposições);
▮ Ao se consolidar como meio de comunicação de massa, o cinema passou a ser
utilizado cada vez mais com “vitrine” em que a nação projeta, diante de si e dos
outros as virtudes nacionais a serem celebradas em um cenário marcado pelo
Imperialismo;
▮ Nas primeiras décadas do século XX, ainda mais do que hoje, a competência
técnica e discursiva cinematográfica significava progresso nacional e superioridade
numa competição que transferia para a nova arte o papel desempenhado
eminentemente pelas exposições universais ao longo do século XIX;
▮ Há um enorme distanciamento entre este quadro aqui delineado e a
cinematografia brasileira, ​cuja marca nesse período é mais precária;
▮ Existe a vontade de perpetuação de uma memória histórica através da imagem
cinematográfica;
▮ Esforço imagético de conferir uma identidade moderna ao Brasil por intermédio
dos filmes;

A Exposição Internacional do Centenário da Independência em


1922 e 1923

▮ O objetivo das medidas tomadas para definir moldes e supervisionar a produção


de filmes para a Exposição era unicamente o de vender uma imagem positiva do
Brasil para o exterior;
▮ Nesse contexto, a dimensão de propaganda política e cultural ocupava papel
central, por mais que não tenham sido criados departamentos ou órgãos
específicos;
▮ Projeções cinematográficas já estavam previstas em dezembro de 1920, data em
que o plano geral das comemorações foi se adensando;
▮ Publicou-se a intenção de se aproveitar os filmes já existentes sobre a história e a
geografia do País;
▮ Instituto Nacional de Cinema Educativo (INCE) - criado por Getúlio Vargas, é o
órgão governamental que objetivava a confecção de obras cinematográficas;
bancou a câmera para que Linduarte Noronha filmasse “Aruanda”, anos mais tarde;
▮ “(...) talvez parecesse simples aos olhos dos envolvidos com a organização do
evento a realização de algumas dezenas de documentários, trabalho que, como
veremos, se revelou árduo.”;
▮ À época, no Brasil, já era possível perceber a relação bem sucedida entre cinema
e propaganda;
▮ EUA como referência: “verdadeiros impossíveis alcançados por meio do cinema
[no que diz respeito à opinião pública]”
▮ Papel político do cinema (Revista Cinearte) - propaganda indireta usada nos filmes
de ficção;
▮ O apoio aos cinematografistas era dado através de pagamento por documentário
realizado de pagamento por metro (os filmes eram preenchidos com imagens que
pouco acrescentavam à história, pois era preciso atingir a metragem combinada);
▮ O conteúdo (arte) não era considerado, valorizado;
▮ Isenção de pagamento das taxas de importação dos negativos e de todo o
material químico necessário à sua revelação - durou, infelizmente, enquanto a
Exposição Internacional esteve aberta. Terminada, as taxas voltaram a ser cobradas
(​incentivo “pra inglês ver”​);
▮ O problema da falta de recursos e infraestrutura mostra-se a partir dessas
constatações, crônico (trata-se de estabelecimento de prioridades);
▮ Pelo programa do evento, é difícil imaginar que houvesse qualquer espaço para a
criatividade formal no tratamento do tema, pois tudo era limitado ao registro visual
das atividades;
▮ Os filmes ficavam limitados ao público formado pela Comissão Organizadora,
preocupada apenas com a presença dos pontos indicados pela pauta nos filmes
pagos a metro;
▮ A regulamentação funcionava como uma tentativa de controle sobre a imagem
produzida;
▮ Os chamados naturais (nome dado aos documentários da época) até então vistos
transmitiam uma imagem do país distinta daquela desejada pelas elites;
▮ A falta de continuidade da política de isenção aponta, certamente, para uma
insatisfação com os resultados colhidos;
▮ ​No país das amazonas (1922),​ de Silvino Santos - uma das poucas produções
que conseguiu atingir os objetivos propostos pela Exposição;
▮ Sem passar pelo crivo direto da Comissão Organizadora, sem a necessidade de
obedecer de forma rígida ao programa seguido pelos outros cinematografistas e,
enfim, sem a presença de ninguém além de sua câmera no instante da filmagem,
Silvino Santos conseguiu maior liberdade no trato do tema a que se dedicou.

Considerações Finais (do artigo)

▮ A singularidade do Brasil era e ainda é marcada pela ausência de uma Indústria


de Cinema;
▮ Na primeira feira internacional realizada no País, os governantes estavam atentos
ao papel cívico a ser desempenhado pelo cinema;
▮ Apesar dessas dificuldades, na década de 1920 os laços entre cinema, política e
Estado no Brasil se estreitaram;
▮ Os dados foram lançados, sendo os resultados, positivos e negativos, colhidos
mais à frente.
História do Cinema na Paraíba: Anos 1910-1930 e o pioneirismo de
Walfredo Rodrigues

▮ O cinema chegou à Paraíba trazido pelo ambulante europeu Nicola Maria Parente,
que realizou as primeiras exibições de filmes em João Pessoa no ano de 1897,
durante a Festa das Neves;
▮ Em 1907, as primeiras narrativas de ficção chegaram à capital;
▮ Em 1908, surgiram as primeiras obras cinematográficas produzidas em terras
paraibanas (pelas mãos de Pedro Tavares, fotógrafo oficial do governo na época);
▮ Em 1923, o cinema paraibano começou a consolidar-se, a partir da obra “​Carnaval
Paraibano e Pernambucano​”, de Walfredo Rodrigues (considerado o primeiro
longa-metragem paraibano)
▮ Em 1928, Walfredo gravou “​Sob o Céu Nordestino”​ , com 80 minutos de duração,
erroneamente​ considerado o primeiro longa-metragem da Paraíba;
▮ Em 1921, Walfredo fez seu último filme, “​Reminiscências de 30​”;
▮ Depois do pioneirismo desse cineasta, não houve mais quem fizesse filmagens na
Paraíba em várias décadas seguintes, com exceção de raras produções feitas por
equipes pernambucanas.

A seguir, vamos esmiuçar cada uma das obras citadas anteriormente:

▮ ​Carnaval Paraibano e Pernambucano (1923)​: O primeiro filme de Walfredo


Rodrigues (considerado o pai do cinema paraibano) traz cenas documentais das
celebrações do Carnaval de 1923 nos estados da Paraíba e de Pernambuco; as
cenas disponíveis deste filme mostram, em sua maioria, registros do carnaval em
Pernambuco, uma vez que quase nenhuma imagem dos festejos na Paraíba foi
resgatada.

▮ ​Sob o Céu Nordestino (1929)​: Essa obra estava dividida em oito partes e foi
pioneira na ​ficção sobre a presença indígena em terras paraibanas (pequena
introdução que afrontava a visão sulista do que seria a Paraíba); neste filme, são
mostrados os habitantes da região, a fauna, a flora, até chegar à documentação do
comércio e da indústria local; “Sob o Céu Nordestino” provocou bastante
entusiasmo na sociedade paraibana da época, uma vez que foram acessadas
imagens produzidas na Paraíba, que mostravam a realidade de seu povo, o que
nunca havia acontecido antes. [Representatividade!]

▮ ​Reminiscências de 30 (1931)​: Último filme de Walfredo Rodrigues, exibiu


episódios da vida do político João Pessoa, com seus discursos e suas viagens pelo
interior do estado.
Os filmes de Walfredo (em especial, Sob o Céu Nordestino) eram lidos como “filmes
de propaganda”, justamente pelo fato de enaltecer a Paraíba, contrapondo-se ao
ponto de vista sulista. No entanto, não há como enquadrar SOCN como filme de
cavação, pois não são mostrados fazendeiros ou outros membros da elite (o que
poderia justificar algum patrocínio), por exemplo. Pelo contrário: o povo aparece nas
imagens. Walfredo não chegou, inclusive, a receber incentivo do Governo da
Paraíba. Após encerrar a carreira de cineasta, dedicou-se ao fotojornalismo e
escreveu o livro “Roteiro Sentimental de uma Cidade”, no qual comenta um pouco a
respeito da cidade de João Pessoa. Apesar de sua importância histórica, Walfredo
tem sua relevância eclipsada frequentemente, muito em razão da dificuldade que se
tem de recolher materiais a seu respeito.

História do Cinema na Paraíba: Aruanda (1960), Cinema Novo e o


Ciclo Regional de Cinema Paraibano

▮ “Aruanda” (1960), de Linduarte Noronha, é considerado o marco inicial do Cinema


Novo no Brasil, bem como do Ciclo do Documentário Paraibano;
▮ “Aruanda” significou a inserção do cinema paraibano no cenário nacional,
impulsionando a produção de filmes documentais no estado.

Cinema Novo (segunda metade dos anos 1950)

▮ Movimento cinematográfico puramente brasileiro;


▮ Inaugurou uma perspectiva crítica em relação ao cinema então produzido no
Brasil, por estúdios como o de Vera Cruz;
▮ Seus diretores, críticos e teóricos procuraram contrapor novas ideias aos valores
estéticos de uma cultura cinematográfica dominada por interesses industriais;
▮ Seus filmes inauguraram o que se chamou de “aventura de criação”.
▮ Lema: “Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça” - Glauber Rocha

Aruanda (1960)

▮ A obra conta a história de Zé Bento, que junto com sua mulher e filhos sai em
busca de uma terra para morar, até chegar à Serra do Talhado, onde funda um
quilombo;
▮ A força do curta está no registro da vida dos escravizados, após sua libertação
dos engenhos e fazendas nordestinas, onde a família de Zé Bento representa uma
das muitas que foram abandonadas à própria sorte;
▮ É possível fazer um paralelo entre a família de Zé Bento retratada em “Aruanda”
(1960) e a de Nanook em “Nanook of the North” (1922), embora não haja nenhuma
evidência de que Linduarte tenha assistido a este documentário, anterior ao seu.
▮ Por ser considerada o “marco zero” do cinema paraibano, essa obra acaba por
eclipsar toda a produção cinematográfica que ambientou-se na Paraíba antes de
seu lançamento.

Ciclo Regional de Cinema Paraibano: Críticos

Fora do eixo Rio-São Paulo, o cinema brasileiro produziu uma série de ciclos de
pequena duração, todos com histórias parecidas: entusiasmo inicial, realizações
precárias, algum sucesso local, dificuldades num mercado dominado pelo produto
estrangeiro, final prematuro.

▮ Muitos cineastas da Paraíba começaram como críticos de cinema;


▮ Glauber Rocha, ao escrever sobre Aruanda, demonstra não ter conhecimento da
obra de Walfredo Rodrigues;
▮ Paulo Emílio Salles Gomes também não acolheu em seus escritos a obra de
Rodrigues;
▮ Jurandir Noronha: Primeiro pesquisador a citar Walfredo Rodrigues num contexto
que não fosse o regional (anos 2000).

Referências Bibliográficas:

- Artigo de Eduardo Moretin


- Artigo da Wikipédia sobre Cinema Brasileiro
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Cinema_do_Brasil>

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